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Costuma-se ouvir ou ler o vocábulo Teosofia, mas poucos são os que conhecem seu significado.
Teosofia quer dizer sabedoria divina ou o conhecimento de Deus e das Leis do Universo pela revelação
mística, manifestada pelo Espírito do próprio indivíduo. Estou na Teosofia há tanto tempo que já me
esqueci de quando, pela primeira vez, tive contato com a primeira seita dos praticantes desta doutrina.
A sede da OM-AUM é no Rio de Janeiro e há alguns anos eu mostrei aqui até a foto do prédio, que,
agora, repito. Ali, na OM-AUM (Ordem Mística de Aspiração Universal ao Mestrado) dei os meus
primeiros passos nesta senda que, descobri depois, ainda está em permanente construção. Sim, a
Teosofia não está pronta e acabada, como querem os que estudam os escritos de Madame Blavatsky. Ali
se contém uma parte substantiva do conhecimento teosófico, mas nem mesmo ela afirmou que o
Mestre Koot-Humi, ao qual denominava de Mestre K.H., tenha revelado tudo o que há para ser desvelado
aos olhos dos “homens de boa fé”.
Na verdade, aprendi que “quem mais sabe é quem sabe que nada sabe” (Sócrates). A partir da Teosofia,
já vindo eu da Umbanda, do Candomblé, do Kardecismo etc…, enveredei por outras sendas totalmente
diversa do Conhecimento do que se diz Ocultismo, como, por exemplo, o Druidismo. Com exceção do
Cristianismo (o Verdadeiro, Aquele que segue o pensamento verdadeiro do Cristo Cósmico, não o
abantesma chamado Catolicismo ou Evangelismo), mesmo na Teosofia e na maioria das ditas “seitas
ocultistas”, o conhecimento de Deus é totalmente errado, distorcido. Até no Taoismo há distorções com
que discordo. No entanto, eu já havia lido dezenas… Talvez centenas de vezes a afirmativa que está em
Jó 14.12: “Em Verdade em verdade eu vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que
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eu faço e as fará maiores do que estas, porque eu vou para o meu Pai” sem ter apreendido a
profundidade desta afirmativa. Há muitas interpretações desta assertiva de Yehoshua, como saber se
Ele se afirmava ser Deus. Ora, Ele disse várias vezes que o Inominado era Seu Pai e nesta assertiva
citada diz claramente: “… eu vou para meu Pai”. Mais claro que isto é impossível. Uma vez que
costumava chamar às pessoas “irmãos e irmãs” e, também, uma vez que as palavras em sua boca
jamais eram vãs ou apenas literárias, isto quer dizer que Ele nos considerava exatamente isto: Seus
irmãos e Suas irmãs em Espírito. E se somos irmãos do filho de Deus, também somos deuses. Não vejo
razão para tanta querela sobre o que é bem claro.
1 – Projeção Astral.
Um dia, creio que em junho ou julho de 1958, eu morava na mansão de minha tia “Sinhá” (filha do
coroné Rodrigo, o qual ainda possuía descendentes de escravos da fazenda Itacoatiara, em Campo
Maior, Piauí, década de 1910, quando os negros ainda chamavam às filhas do coroné de Sinhá ou
Sinhazinha), na verdade Francisca era seu nome verdadeiro, eu tive minha primeira experiência
espontânea de Projeção Astral. Estava deitado, logo depois do almoço, para tirar uma sesta. O dia
estava muito frio (era junho e naquele tempo este mês era muito frio no Rio de Janeiro) e eu tinha-me
enrolado num cobertor de lã para me aquecer. Não sei como se deu o início. Acho que cochilei e, não sei
por que causa, de súbito tomei consciência de mim, de meu corpo. Mas não conseguia abrir meus
olhos. E, pior, não conseguia respirar. Entrei em pânico. Tentei estrebuchar; chamar alguém; pedir
socorro. NADA. Meu corpo pesava uma tonelada e nele nada se movia. Nem mesmo meu coração
pulsava. E eu estava frio, muito frio. Comecei a perceber que estava aprisionado dentro de um caixão;
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algo escuro, pesado, altamente incômodo. E de súbito percebi que o “caixão” era meu corpo denso,
físico. Procurei me acalmar tentando respirar profundamente, mas não consegui. Entrei em pânico e
num arranque súbito eis que me vi repentinamente fora do “caixão”. Estava sentado na
cama respirando aliviado. Olhei para o lado e vi meu rosto. Olhos semi-abertos, pele macerada, feia;
boca entreaberta. Era uma expressão cadavérica. Tive uma reação de repulsa àquilo e dei um salto para
ficar de pé e… VOEI PELO QUARTO como se não pesasse nada! Lá de cima pude ver todo o meu
corpo morto sob o lençol. E pensei, muito alegre: “MORRI! Eu morri! Estou livre! Existe mesmo a tal
vida depois da morte! Nunca mais quero voltar lá pra baixo!”. Ato contínuo e numa velocidade
impossível de descrever eu me vi voando sobre a belíssima Rio de Janeiro. E visitei todos os lugares
que tinha estado em corpo físico. Tudo era luminoso, lindo! E, extasiado, eu percebi que podia ouvir
não somente as conversas das pessoas, mas também e simultaneamente seus pensamentos. Seria
impossível um “encarnado” ouvir tudo aquilo e compreender tudo o que ouvia. Mas ali, “morto”, eu não
somente ouvia como compreendia profundamente o que os pensamentos das pessoas, milhares delas,
traziam tanto em mensagens simbólicas quanto em reações emocionais das mais diversas qualidades.
Pensei em minha mãe em Teresina e num ápice eu me vi ao seu lado. A velocidade de locomoção não
pode ser descrita. Talvez seja igual ou superior à da Luz no Vácuo. Nunca saberei ao certo, ao menos
enquanto estiver aprisionado neste “caixão” de carne.
Nunca esquecerei daquela experiência magnífica, que se repetiu por cinco vezes. Depois que servi o
quartel aquilo sumiu. Talvez porque o treinamento militar de “comando” me tenha embrutecido
horrivelmente a Alma ou Identidade. Talvez porque minha vida amorosa se tenha espraiado demais no
gozo material. Não sei a razão, mas sei que nunca mais temi a tal “morte”.
2 – déjà vu.
Quando eu ainda estava em Teresina, dois anos antes de ser mandado buscar para morar na casa de
minha tia, em Niterói, contava 14 anos, sonhei chegando de avião no aeroporto Santos Dumont. E dali
eu saía para ver o exterior, a praça diante do prédio e o próprio interior do edifício. Vi o relógio da
Mesbla e a Avenida Rio Branco. Saí com meu tio e em sua companhia fomos até as barcas para Niterói.
Fomos andando e eu memorizei tudo o que via, maravilhado. Em Niterói, descemos da barcaça e
andamos pela rua que marginava a orla marítima. E enveredamos pela rua Maestro Felício Toledo e
cruzamos uma grande praça arborizada, onde havia uma igreja no meio da praça. Então, seguimos até a
rua Marquês de Caxias, onde paramos diante de um prédio de dois andares. Ali, apontei para o
apartamento de meus tios. Eu os guiara do aeroporto até o apartamento deles sem que eles me
dissessem nada.
Dois anos depois, tudo aconteceu exatamente como no meu sonho. Meu tio, que a princípio rira de mim,
ficou boquiaberto quando eu apontei para seu apartamento. Morreu sem compreender como eu pudera,
sem jamais ter estado em Niterói, saber exatamente como ir do Santos Dumont até a Marquês de Caxias
sem ter qualquer informação.
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O fenômeno do déjà vu é muito questionado e se tenta muitas explicações que não satisfazem nem um
pouco àqueles que passaram pela experiência. A realidade transcendental do déjà vu é absolutamente
não traduzível em palavras e milhões de céticos me garantindo que ele não existe tal como eu o
vivenciei, nunca, jamais me convencerão disto. Eu o vivi intensamente e com pessoas ao meu lado,
espantadas pelo que assistiam.
Muitos anos se foram. Fiquei velho. Meu interesse pelas coisas do mundo murcharam (não eram muitas
coisas, confesso). Nunca fui de sonhar muito e realizar meus sonhos. Ao contrário do que afirma meu
signo, Libra, nunca fui apegado a luxos, mulheres e besteiras que tais. O mundo e seus atrativos me
vieram às mãos por vias estranhas e à revelia de mim, mesmo assim não me fascinaram. A exceção foi
meu apego ao Mistério, ao Oculto e à vida de um homem que me intrigava desde meus tenros anos em
Teresina: Jesus, ou Yehoshua. A Teosofia me saciou muito sobre Ele, mas onde obtive as maiores
revelações não dá para contar porque tenho a certeza de que ninguém ou quase, vai acreditar. Mas digo
somente que a vida de qualquer encarnado, mesmo a vida do Cristo na Terra, fica registrada na Luz
Ódica ou Luz Astral. E ali pode ser consultada por quem consiga chegar até ela.
Ainda gosto de ler e meditar nos ensinamentos teosóficos, embora a área do Ocultismo que mais nos
ensina sobre o Oculto é justamente o contrário da Teosofia: O Budismo. A Teosofia não tem práticas que
visem a levar a pessoa ao encontro com seu EU interior, seu EU imortal ou seu Espírito. Ela enriquece
muito a Identidade, o intelecto, mas quase nada ensina quando se trata dos caminhos verdadeiros.
Mas não foi no Ocultismo nem na Teosofia que me safei da escravidão à condição miserável de
encarnado. Foi meditando em uma única sentença do Cristo e esta é sua resposta a Herodes: “O meu
reino não é deste mundo”.
A Teosofia, para quem principia a busca, é muito boa. Mas não chega a ser O Caminho.
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