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Teosofia

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Teosofia (do grego de θεός theos, Deus + σοφία sophia, sabedoria, formando θεοσοφία


ou theosophia; literalmente "conhecimento de deus") é um termo que designa diferentes
doutrinas místicas e iniciáticas de sentido esotérico.[1] É possível tratar a palavra teosofia
como uma noção primitiva, ou seja, algo de caráter abstrato, impossível de ser descrito
completamente. Assim, cada teosofista possui o seu conceito de teosofia, ligado somente
a ele próprio e às obras que estudou além daquilo que já viveu.

É o substrato de todas as religiões e filosofias do mundo, ensinadas e praticadas desde


que o homem se tornou um ser pensador.[2] Se estabelece no encontro, em maior ou
menor grau, dos diversos sistemas de crenças ao longo da história, incluindo-se aqui a
filosofia e o método científico . Além disso possui forte ligação com o ocultismo; porém é
importante fazer uma ressalva: ao contrário do senso comum, que liga o ocultismo como
algo vinculado ao mal, a teosofia aborda o conhecimento "oculto" como uma fonte viável
de informação, tal como aborda as religiões, e limita-se a propagar os conhecimentos
voltados ao bem e a elevação espiritual.

Começou a ser difundida no mundo contemporâneo pela Sociedade Teosófica original.

Muitos tem como personalidade mais influente e importante Helena Blavatsky, uma das
fundadoras da Sociedade Teosófica.

Índice
  [esconder] 

 1Origens do nome
 2Conceitos básicos
 3Literatura
 4A Teosofia na prática
 5Influência
 6Polêmicas
 7A Teosofia no Brasil
 8Referências
 9Ver também
 10Ligações externas

Origens do nome[editar | editar código-fonte]


"[...]"Saber Divino", θεοσοφία (Theosophia) é Sabedoria dos deuses,
como θεογονία (Theogonia), genealogia dos deuses. A palavra θεός, em grego significa
um deus, um dos seres divinos, e de modo nenhum "Deus", no sentido que atualmente
damos a esse termo."[3]

O nome teosofia aparece no terceiro século da nossa era, cunhado por Amônio Sacas,
fundador da Escola Eclética deAlexandria e pai do Neoplatonismo. Seu conceito porém
existe há mais tempo. Diógenes Laércio comenta que ele já era conhecido antes
da Dinastia Ptolomaica do Egito e nomeia como seu formulador
um hierofante chamado Pot Amum. NaIdade Média, Jacob Boehme era conhecido como
um teosofista, e o termo novamente foi utilizado nos Anais Teosóficos da Sociedade de
Philadelphia, publicado em 1697, encontrando ainda correspondência na filosofia hindu,
onde “teosofia” equivale a Brahma-Vidya, conhecimento divino. A palavra ganhou
notoriedade a partir da fundação da Sociedade Teosófica por Helena Petrovna Blavatsky e
outros, em 1875.

Conceitos básicos[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Doutrina teosófica

Emblema da Sociedade Teosófica, sincretizando diversos conceitos básicos da Teosofia, como os


ciclos cósmicos, a eternidade da vida, e a polaridade Espírito-Matéria

Para os teosofistas, este corpus de conhecimento, a Sabedoria de Deus, com a ética a


esse associada, é tão antigo quanto o mundo, e a rigor é o único conhecimento que vale a
pena ser adquirido. Sua realidade e importância são relembradas às pessoas
periodicamente, sob diversas denominações e formalizações, adequadas ao espírito de
cada época, local e povo para quem é apresentado, e é o tronco vivo e eterno de onde
brotam as flores do ensinamento original todas as grandes religiões do mundo, do passado
e do presente.[4] Segundo um dos inspiradores do movimento teosófico contemporâneo,
o Mestre K.H., a quem Blavatsky dizia seguir, "a Teosofia não é uma nova candidata à
atenção do mundo, mas é apenas uma declaração nova de princípios que têm sido
reconhecidos desde a infância da humanidade".[5]

Considera-se que a Teosofia strictu sensu seja isenta de identificação com quaisquer


culturas e sociedades específicas, sendo em vez a fonte original do conhecimento divino
que verte em uma determinada cultura através dos símbolos e arquétipos próprios daquele
povo. Por exemplo, a sabedoria divina foi transmitida à civilização do Egito antigo através
dos símbolos,divindades, mitos, alegorias e arquétipos locais, possibilitando a assimilação
dos conceitos divinos através desta roupagem. E como no Egito, também nas outras
terras, a Grécia antiga, aBabilônia, Tibete, América, Europa e em todas as culturas,
independentemente de terem feito contato entre si, demonstrando que a Teosofia é uma
sabedoria que se expressa e pode ser conhecida por diversas fontes.

Quando Blavatsky lançou o movimento teosófico contemporâneo no século XIX valeu-se


de uma grande quantidade de elementos da tradição religiosa Hindu, que havia estudado
durante sua permanência no Tibete. Assim, sua apresentação compreende uma
terminologia muitas vezes baseada no idioma sânscrito, divulgando no ocidente conceitos
como Maya(ilusão), Dharma (caminho) e Mahatmas (grandes almas). Outros conceitos
fundamentais, conhecidos há milênios no oriente, mas que a Teosofia popularizou no
ocidente, são a Reencarnação e o Karma. Mas isso, como já foi exposto, não define a
Teosofia como uma filosofia hindu ou oriental, e diversas referências de outras culturas e
sistemas, como oTaoísmo, Budismo, Cabala, Cristianismo, Gnose e Hermetismo, remetem
a Teosofia à sua essência divina e universal.

Basicamente a Teosofia prega a fraternidade universal, a origem espiritual das formas e


dos seres, e a unidade de toda a vida; aponta uma fonte única e eterna para todo
conhecimento, demonstra a identidade essencial entre os grandes mitos das culturas
mundiais, traça o perfil da estrutura do cosmo e do homem e descreve os mecanismos,
suas leis, suas potencialidades e suas transformações ao longo dos aeons.

Apesar de recomendar o esforço próprio em busca do crescimento pessoal e uma


vigilância incessante contra o auto-engano e a fé cega, ainda assim defende a Revelação,
uma vez que declara a existência de mundos e estados de consciência presentemente
inacessíveis à pessoa comum. Mas diz que todos seremos capazes de atingí-los um dia,
se não nesta vida, numa vindoura. Defende com isso, também a evolução da vida e do
Homem, e a existência de Homens Perfeitos, os Mahatmas ou Mestres de Sabedoria.
Estes Mestres, uma vez homens imperfeitos como nós, evoluíram para um estágio super-
humano, de onde ora velam pela raça humana dando-lhe ensinamento, diretamente ou
através dos mensageiros os Profetas e Santos de todas as religiões, e auxílios
inumeráveis como agentes da Providência e da Justiça Divinas, e mesmo aparecendo
visivelmente entre os irmãos menos evoluídos, quando os tempos o exigem, para dar-lhes
conforto, direção e inspiração, e reacender nos corações um amor mais intenso pelo
divino.

A Teosofia diz que a fonte de todo mal é a ignorância. O conhecimento, segundo prega, é
ilimitado, mas se bem que sua totalidade esteja além do alcance de qualquer ser
individual, é em vasta medida acessível a todos através de um longo processo de
evolução, aprendizado e aperfeiçoamento, que necessariamente exige múltiplas
encarnações, e continua até mesmo para regiões e idades onde a encarnação deixa de
ser compulsória e a vida progride de beatitude em beatitude. A Teosofia é uma doutrina
essencialmente otimista, pois refuta qualquer condenação eterna e não nega o mundo,
ainda que declare que este que vemos e tocamos não é o único nem o maior, mais feliz ou
mais desejável, e prevê para todos os seres sem exceção um progresso constante e um
destino glorioso e absolutamente feliz. Como todas as grandes doutrinas espirituais, a
Teosofia exalta o bem, a paz, o amor, o altruísmo, e promove a cessação da pobreza, da
ignorância, da opressão, das discórdias e desigualdades.

Apesar de reconhecer a importância das religiões em estado mais puro como


disseminadoras de ensinamentos importantes, não é uma filosofia teísta, se bem que
possa ser descrita como panteísta, já que como um dos Mahatmas declara[6] com rigor
cartesiano, a existência de Deus como uma entidade distinta do universo dificilmente pode
ser provada, mas reconhece níveis diferentes de evolução entre os seres, numa escada
graduada que se ergue a alturas insondáveis.

Literatura[editar | editar código-fonte]

Helena Blavatsky.

Entre as exposições contemporâneas da Teosofia mais importantes e originais estão sem


dúvida os escritos da própria Helena Blavatsky, que incluem Ísis sem véu (1877), A
Doutrina Secreta (1888) e uma infinidade de panfletos, cartas e artigos sobre o tema,
traduzindo, divulgando e esclarecendo uma massa de conceitos filosóficos e religiosos e
princípios morais orientais, até então mal conhecidos e ainda menos compreendidos pelos
povos do ocidente. Além de pintar um vasto painel da religião universal, utilizando
especialmente o pensamento do oriente, analisa os dados comparando-os com as
tradições do ocidente, lançando luz nova sobre pontos obscuros, desfazendo conceitos
errôneos de nossas próprias linhas de pensamento e em outros casos corroborando com
definições Hinduístas ou Budistas muitos dos elementos basilares das
doutrinas Cristã,Judaica, Islâmica, Gnóstica e outras de importância para a metade
ocidental do globo.

Blavatsky foi uma escritora prolífica e incandescente, e sua memória para fontes raras e
mesmo desconhecidas no ocidente era notoriamente prodigiosa. Contudo, de acordo com
a autora, muitas vezes foram usados meios esotéricos para a composição dos textos, não
podendo ela reivindicar a verdadeira autoria de grande parte do que havia escrito.[7] De
qualquer forma, quando A Doutrina Secreta apareceu, como uma continuação, ampliação
e aprofundamento de material já abordado em Ísis sem Véu, foi imediatamente
reconhecida como uma obra-prima por inúmeros luminares da Europa, e é a pedra angular
da Teosofia contemporânea. O texto é um debate filosófico monumental, onde a autora
cita uma profusão inacreditável de fontes e esgrime com estonteante erudição argumentos
históricos, antropológicos, arqueológicos, mitológicos, filosóficos, biológicos, químicos,
hermenêuticos, filológicos e muitos outros, contra as superstições insensatas travestidas
de dogmas das religiões, demonstrando a raiz comum a todos os credos, e tecendo duros
ataques a todo formalismo religioso vazio e a toda fé cega, mas reconhecendo o valor de
todas as Igrejas como instituições divinas e caminhos válidos para o aperfeiçoamento
pessoal e coletivo, sendo possuidoras de parcelas importantes da Verdade Única.
Seguiram-se outros escritos, e dentre eles merece destaque A Voz do Silêncio (1889),
uma pungente e exaltada descrição do íngreme mas glorioso Caminho que leva
à santidade, ao mesmo tempo que é um manual prático para aspirantes.

Outros seguidores imediatos também deram contribuições volumosas, valiosíssimas e


originais ao tesouro da Teosofia contemporânea, entre eles Annie Besant, Alfred
Sinnett, Henry Olcott, Charles Leadbeater e George Mead, e desde lá a literatura teosófica
não cessou de crescer, com a produção mais recente de Radha Burnier, Geoffrey
Farthing, Geoffrey Hodson e uma legião de pensadores contemporâneos.

A Teosofia na prática[editar | editar código-fonte]


A Teosofia, com o vasto acervo de informações de variada natureza,
sua didática cristalina, o idealismo e formosos panoramas, oferece alimento espiritual e
instrução prática para toda classe de pessoas, do rude ao educado, do cientista ao devoto.
A aquisição metódica e progressiva do conhecimento teosófico, seja individualmente ou
através de associações e grupos de estudo ou Lojas Teosóficas, com sua necessária
aplicação prática, impele em todos os casos a uma mudança para melhor no estilo de vida.
Sua descrição científica, objetiva, mas não menos entusiasta e bela do mundo, e a
explicação clara dos mecanismos gerais invisíveis, esclarece o propósito da existência,
dissipa muitos terrores religiosos arcaicos, ensina a evitar muitas aflições e sofrimentos
supostamente inescapáveis, dá vida nova a formas religiosas tradicionais cujo poder
motivador se perdera para o fiel, e ensina o caminho para uma vida material e
espiritualmente frutífera em harmonia com tudo o que vive, em obediência às leis eternas
que regem e sustentam os mundos manifestos. Também sistematiza técnicas graduadas
de auto-aprimoramento físico, moral e espiritual, e desvenda novos horizontes e novas
possibilidades para a humanidade a cada novo conceito apreendido e posto em prática,
em direção à materialização da paz na Terra a todos os seres.[8]

Influência[editar | editar código-fonte]
A Teosofia teve um papel fundamental e revolucionário na evolução do pensamento
contemporâneo do ocidente. No contexto intelectual e espiritual da época em que
apareceu, embora jamais tenha reivindicado para si o status de nova religião, a Teosofia
como exposta por Blavatsky representou na prática a proclamação de um
novo Evangelho universal, combatendo a forte tendência materialista da ciência em rápido
desenvolvimento, e que estava a esvaziar, com os novos conhecimentos que trazia à luz
sobre o mundo manifesto, as instituições religiosas que continuavam a pregar suas
histórias piedosas mas irracionais, as quais começavam a se tornar um estorvo para o
futuro desenvolvimento da raça humana, com perigo de uma perda generalizada da fé.
Sua linguagem moderna traduziu e atualizou para o homem de hoje uma série de
conceitos importantes da espiritualidade antiga que já estavam obscurecidos e fossilizados
pela poeira secular das sucessivas más interpretações, e por isso tornados inaceitáveis à
nova mentalidade que surgia e que iniciava a questionar as bases da fé em múltiplos
aspectos, a partir da desafiadora massa de evidências e conclusões, dificilmente
contestável, produzida pelos cientistas. O conhecimento que expôs e a forma em que o fez
operou uma poda radical nas intrincadas e tortuosas excrescências conceituais que faziam
definhar a árvore das religiões do ocidente, tornando mais uma vez claro, nítido e atraente
o tronco vivo, o que para muitos foi motivo de um reacender da devoção perdida, mas ora
em novas bases.

Com sua abordagem lógica, positiva, ética e científica da natureza, do divino, do homem,
da vida, do misticismo e dos fenômenos ocultos, exerceu grande influência em estadistas
como Gandhi. É de se frisar, contudo, que Gandhi nunca considerou a possibilidade de
aceitar-se como membro da Sociedade Teosófica, negando todos os convites feitos. Ao
dar-se conta das críticas severas e fundamentadas que a Teosofia tinha já desde sua
origem, Gandhi deixou claro que, de forma alguma, se renderia associar seu nome a esta
sociedade. A Teosofia também influenciou artistas como Mondrian,Scriabin e Yeats. Além
disso, deu subsídios a Igrejas progressistas como a Igreja Católica Liberal, originou um
sem-número de escolas, dissidências e derivações mais ou menos inspiradas, e deu um
impulso ao renascimento de cultos arcaicos ou à fundação de outros de tom futurista que
são encontráveis na cultura ocidental de hoje, como os movimentosWicca e New Age.

Polêmicas[editar | editar código-fonte]
A Teosofia recebeu muitas críticas em sua origem, numa polêmica que se estende aos
dias de hoje, questionando tanto a doutrina como o caráter controverso de sua principal
divulgadora, Helena Blavatsky, e do seu colaborador Charles Leadbeater.[9]

O casal Coulomb foi um dos primeiros detratores de Blavatsky, acusando-a de ser uma
embusteira. Outro dos críticos foiRichard Hodgson, autor de um relatório sobre o caso
Coulomb, onde ratificava as acusações contra ela. Também foi suspeita de ser uma
agente do governo russo. Contudo, tais ataques foram mais tarde reavaliados por outros
autores como Adlai Waterman e Vernon Harrison, e suas conclusões revelaram que os
argumentos e provas levantados contra Blavatsky eram tão duvidosos quanto suas
alegadas fraudes, estando longe de adotarem uma postura imparcial e científica.[10] [11] Os
escritos de Blavatsky também foram acusados de racistas, denegrindo etnias como
os árabes eaborígenes. Porém estas opiniões aparentemente são baseadas na leitura
descontextualizada de certos trechos, e devem ser entendidas com um grão de sal, no
panorama mais amplo da teleologia Teosófica, onde é pregada a evolução das formas de
vida, necessariamente incluindo estágios primitivos e outros mais avançados. Ela jamais
defendeu, por exemplo, coisas como "limpezas étnicas", mas não se pode dissimular o
fato de que tais argumentos podem ter sido tendenciosamente usados por outros para
apoiar movimentos de fato racistas e genocidas como o Nazismo. Peter
Washington escreveu recentemente um livro de crítica de grande repercussão
intitulado Madame Blavatsky's Baboon: Theosophy and the Emergence of the Western
Guru, mas foram detectados diversos erros e omissões significativos no texto e o uso de
fontes de segunda e terceira mão, contribuindo para perpetuar inverdades já esclarecidas
mas, por outro lado, também para renovar o interesse pela matéria[12]

Leadbeater foi o foco de um escândalo sexual envolvendo jovens pupilos que o obrigou à
renúncia de suas funções na Sociedade Teosófica, mas aparentemente tudo teria sido um
mal-entendido, o simples resultado da educação sexual clara e objetiva que dava a eles e
que incluía a recomendação da prática da masturbação em casos específicos, quando a
natureza do jovem era excessivamente passional e a fim de evitar que ele se entregasse a
relações sexuais impulsivas ou potencialmente prejudiciais.[13] Mas quando o caso veio à
tona, os hábitos de Leadbeater junto aos jovens, que incluíam o banho nu em conjunto, e
às vezes o uso de uma mesma cama para dormir, que eram coisas comuns e aceitáveis
mesmo na rigorosa e pudica sociedade vitoriana, foram interpretados como evidências de
perversão.[14] Posteriormente ele foi reabilitado na Sociedade Teosófica, já que a única
prova apresentada contra ele foi um bilhete anônimo datilografado, contendo uma frase
obscena - para a época. Os jovens acusadores não foram considerados de todo confiáveis
e possivelmente agiam movidos por vingança pessoal cuja origem não ficou clara.[15] Suas
obras escritas também sofreram ataques. Algumas de suas
pesquisas clarividentes resultaram em conclusões obviamente errôneas, como por
exemplo quando afirmou a existência de uma civilização em Marte. Mas o próprio autor
oferecia os seus livros neste campo como simples relatórios de pesquisas individuais que,
apesar do cuidado, podiam estar sujeitas a enganos, e que não constituíam doutrina, mas
sim sugestões e estímulo para pesquisas futuras por outros, que esperava serem mais
completas, precisas e confiáveis, e que poderiam ou não corroborar as suas conclusões.[16]

Outro grave momento disruptivo ocorreu com o fracasso da instituição da Ordem da


Estrela, quando Krishnamurtidesautorizou o movimento, lançado pelo antigo preceptor
Leadbeater e secundado por Annie Besant, para torná-lo o novo veículo do Instrutor do
Mundo, e rompeu com a ST, declarando-se independente. Estes eventos, mais outras
dissidências internas, contribuíram para o descrédito da Teosofia e da Sociedade
Teosófica, especialmente após a retirada de membros importantes como William Judge e
George Mead.

A doutrina em si é encarada de várias formas depreciativas, considerando em suma que


não oferece provas suficientes para suas alegações, que conceitos básicos são
interpretados de modo conflitante pelos vários autores, que tem umapsicologia duvidosa e
se resume em um amontoado de superstições disseminadas por falsos místicos.[17]
O que se deve lembrar é que nunca os teosofistas se declararam infalíveis, perfeitos ou
imunes a ilusões e más-interpretações derivadas dos limites do entendimento humano. O
próprio Mahatma K.H. disse a respeito de Blavatsky que" imperfeita como pode ser nossa
agente visível - e frequentemente ela é muito imperfeita e insatisfatória - ela é ainda assim
o melhor de que dispomos no momento", mas ao mesmo tempo reiterava suas magníficas
capacidades, sem paralelo para o trabalho que havia de ser feito.[18] Além disso todas as
grandes filosofias e religiões do mundo foram criticadas com base no mesmo tipo de
argumentos, cabendo pois ao pesquisador tecer as suas próprias conclusões e reger o seu
comportamento baseado em sua experiência pessoal, na análise imparcial das
informações apresentadas e sobretudo no bom senso, um conselho reiteradamente
expresso por todos os principais expoentes do movimento teosófico, cujo mote é Não há
Religião superior à Verdade.[19]

A Teosofia no Brasil[editar | editar código-fonte]


A Teosofia foi principalmente difundida no Brasil através do Professor Henrique José de
Souza, fundador em 1924 daSociedade Espiritualista Dhâranâ, posteriormente
denominada Sociedade Teosófica Brasileira em homenagem a Helena Blavatsky, e
atualmente chamada de Sociedade Brasileira de Eubiose. Atualmente a Sociedade
Teosófica internacional também opera no Brasil, sob o nome de Sociedade Teosófica no
Brasil.

No Brasil a Teosofia ganhou novas frentes de estudo ao explorar o conhecimento e a


história antiga dos povos nativos brasileiros. O Professor Henrique, recolhendo símbolos e
arquétipos antigos formou, no início do século XX, as bases para a Teosofia Brasileira, que
é a apresentação dos mesmos arquétipos através da cultura nativa e de civilizações pré-
colombianas.
Sociedade Teosófica
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Primeira Ata - 8/set./1875

A Wikipédia possui o

Portal do Ocultismo

A Sociedade Teosófica é uma organização internacional devotada a divulgar os


ensinamentos da teosofia.

Índice
  [esconder] 

 1Origem
 2Objetivos
 3Expansão
 4O Selo da Sociedade
 5Lema
 6Membros notáveis da ST
 7Presidentes da Sociedade Teosófica
 8Referências
 9Ver também
 10Ligações externas

Origem[editar | editar código-fonte]
A Sociedade Teosófica (S.T.) surgiu a partir de uma primeira reunião em 7 de
setembro de 1875, na cidade de Nova Iorque, e teve sua primeira ata lavrada no dia
seguinte, tendo como principais fundadores Helena Blavatsky, o coronel Henry Olcott,
indicado seu primeiro presidente, e William Judge, primeiro secretário, num total de 16
membros fundadores. O discurso inaugural foi realizado pelo Presidente fundador Olcott
em 17 de novembro, data que é considerada oficial de fundação da S.T. Alguns anos após
a morte de Helena Blavatsky, uma das fundadoras e membro de mais influência,
ocorreram conflitos internos que desencadearam em alguns minúsculos grupos
dissidentes da sociedade. Por exemplo, a parte de dissidentes da Sociedade Teosófica
dos Estados Unidos tornou-se independente e foi dividida em duas. [1]

A Sociedade Teosófica foi fundada para promover os ensinamentos antigos de teosofia, a


sabedoria relacionada ao divino que era a base de outros movimentos do passado, como
o neoplatonismo, o gnosticismo, e as Escolas de Mistérios do mundo clássico.

Objetivos[editar | editar código-fonte]
Os objetivos da Sociedade Teosófica hoje são:

1. Formar um núcleo da Fraternidade Universal da Humanidade, sem distinção de


raça, credo, sexo, casta ou cor.
2. Encorajar o estudo de Religião comparada, Filosofia e Ciência
3. Investigar as leis não explicadas da Natureza e os poderes latentes no homem.

A Sociedade não impõe nenhuma crença sobre seus membros, que se unem
espontaneamente pelo objetivo comum de buscar a Verdade e o desejo de aprender o
significado e propósito da existência, dedicando-se ao estudo, reflexão, pureza de vida e
serviço voluntário. Não há pré-requisitos nem limitações para qualquer um associar-se,
porém o candidato deve declarar se identificar com ao menos um dos objetivos da
sociedade[2] . A Sociedade enfatiza a liberdade de pensamento, de pesquisa e de debate.

O lema da Sociedade foi inspirado no do Marajá de Benares: Satyât nâsti paro Dharma,


traduzido como Não há Religião superior à Verdade, embora a palavra
original Dharma tenha uma riqueza de significados muito mais extensa do que o termo
religião, incluindo dever, direito, justiça e virtude. Além de ser uma escola de filosofia e um
promotor de trabalho humanitário, a S.T. tem não obstante um lado religioso, uma vez que
busca disseminar doutrinas sobre mundos transcendentes tomadas como verdadeiras por
muitas religiões do passado e do presente.

Expansão[editar | editar código-fonte]
Em 1878 o cel. Olcott e Helena Blavatsky partiram para a Índia. Em 3 de abril de 1905 foi
estabelecida legalmente a sede internacional da S.T. no bairro de Adyar, na cidade
de Chennai.

Em seus anos de glória a Sociedade Teosófica era uma organização gigantesca, que
recebia respeito, admiração e apoio de pessoas em todo mundo. Onde notícias sobre a
Sociedade e seus membros frequentemente figuravam as páginas dos maiores jornais do
mundo, como o The New York Times.[1] [3]

Existindo oficialmente como instituição há mais de cento e quarenta anos, a Sociedade


Teosófica conta com membros e sedes em cerca de cem países em todos os continentes.
Seu quartel-general ainda é hoje aquele fundado por Blavatsky. Mas além de ser um
memorial perene aos Fundadores, se tornou um moderno centro de estudos filosóficos
bem como de assitência social. Dispõe de uma rica biblioteca, um centro de pesquisas,
uma editora, uma agência de notícias e divulgação, apóia ou mantém diversas escolas
gratuitas, cursos e centros vocacionais, escoteiros e artísticos, e é o coração das
inúmeras Lojas abertas em todo o mundo que, dentro do alcance de cada uma, se
propõem a concretizar os objetivos da Sociedade.

Mesmo enfrentando em muitos momentos oposição externa e dissenções internas, a


importância da Sociedade Teosófica na história recente da humanidade não pode ser
negada. O debate público inaugurado por Blavatsky e continuado por seus sucessores e
seguidores, através de vasta literatura e marcante presença na sociedade como um todo,
contribuiu para uma renovação na metodologia e nos conceitos de diversas disciplinas
científicas, como a Arqueologia, a Psicologia e a História, e forçou uma apreciação mais
objetiva de diversas instituições, dogmas e sistemas religiosos. Annie Besant, sua
segunda Presidente, foi uma força ativa no processo de independência da Índia. A própria
Helena Blavatsky foi uma das primeiras mulheres a contribuir e influenciar positivamente
com seus escritos na agenda intelectual e filosófica do mundo moderno. A doutrina que a
Sociedade disseminou e o exemplo de vida altruísta de seus fundadores e sócios mais
eminentes foram uma inspiração para líderes como Gandhi, cientistas como Einstein e
artistas como Mondrian, Fernando Pessoa e Scriabin.

O Selo da Sociedade[editar | editar código-fonte]


O selo ou brasão da Sociedade Teosófica, com os triângulos enlaçados, a serpente,
a Suástica e o Tau, ilustra simbolicamente e resume os pontos centrais da Teosofia,
aludindo, entre outros conceitos, à Trindade, à Unidade de toda a vida, a dualidade
Espírito-Matéria, a permanência e imortalidade da vida e a evolução do universo através
de seus ciclos periódicos de nascimento e morte.

Lema[editar | editar código-fonte]
O lema da Sociedade Teosófica, o qual foi traduzido do sânscrito Satyan nasti para
Dharmah é "Não há religião superior à Verdade". A palavra Dharma foi traduzida como
religião, mas também significa, entre outras coisas, doutrina, lei, dever, direito, justiça,
virtude. Assim, num sentido mais amplo, o lema da Sociedade Teosófica afirma que não
há dever ou doutrina superior à Verdade.[4] [5]

Membros notáveis da ST[editar | editar código-fonte]

 Thomas Edison, inventor e cientista


 William Butler Yeats, poeta
 Fernando Pessoa, poeta, ensaísta, escritor, romancista, e intelectual lusitano.
 Charles W. Leadbeater, teósofo, maçom, bispo da igreja liberal, esoterista.
 George Robert Stow Mead, escritor, editor, tradutor, esoterista.
 Jiddu Krishnamurti, teosofista, filósofo, escritor, ensaísta, filantropo e grande
intelectual indiano.
 Radha Burnier, atriz e bailarina indiana, escritora e filósofa e ex-presidente mundial
da Sociedade Teosófica.
 Helena Petrovna Blavatsky, fundadora da ST, ocultista e uma das principais
personalidades ligada ao ocultismo e esoterismo oriental e ocidental.

Presidentes da Sociedade Teosófica[editar | editar código-fonte]

1. Henry Olcott (1875-1907)
2. Annie Besant (1907-1933)
3. George Arundale (1934-1945)
4. Curupumulage Jinarajadasa (1946-1953)
5. Sri Ram (1953-1973)
6. John Coats (1973-1979)
7. Radha Burnier (1980-2013)
8. Tim Boyd (2014 - presente)

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