Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Há muito tempo que anomalias como, por exemplo, o desequilíbrio e o desalinhamento são
facilmente detectáveis, na grande maioria dos equipamentos industriais, com qualquer
analisador espectral. Porém, começou a sentir-se a necessidade de detectar de forma mais
precoce alguns defeitos que têm a particularidade de se manifestar através de choques e
impactos, nomeadamente os problemas em rolamentos e em engrenagens.
Ao mesmo tempo, desde sempre têm existido casos específicos em que a detecção de tais
problemas se mostra particularmente difícil com o processamento tradicional, como por
exemplo, máquinas de muito baixa rotação e máquinas alternativas.
O que é o PeakVue
O PeakVue é um sistema de processamento, desenvolvido pela CSI (Computational Systems
Incorporated), que consiste na modulação a baixa frequência detectada nas gamas de alta
frequência.
Quando uma peça de metal é flectida, partida ou sofre um choque, são criadas ondas de impacto
de curta duração e muito alta frequência. Tal acontece, por exemplo, quando um corpo rolante
de um rolamento passa por um defeito. É então originado um movimento sinusoidal com as
seguintes características:
Devido à sua curta duração e alta frequência, muitas destas ondas de impacto não são detectadas
pelo processamento tradicional, em que o sinal vibrométrico é adquirido mediante a leitura de
vários valores instantâneos, a que se chamam amostras. Aqui, a taxa de amostragem (Srate) é
limitada e dependente da frequência máxima (Fmáx):
Srate = 2,56 * Fmáx
Por exemplo, se Fmáx for de 1000 Hz, teremos Srate = 2560 amostras por segundo. Desta forma,
quando mais baixo for o valor de Fmáx, menor será a taxa de amostragem, e eventos transientes
que se manifestem sob a forma de ondas de impacto não são capturados.
Já com o PeakVue, independentemente de Fmáx, temos sempre uma taxa de 100.000 amostras
por segundo, em consequência de um elaborado sistema de processamento do sinal. Desta
forma, é possível detectar as ondas de impacto de alta frequência e muito curta duração que não
seriam detectáveis através do processamento normal, mesmo em máquinas de muito baixa
rotação:
O PeakVue captura o valor de pico da onda no tempo, num intervalo de tempo definido, após
fazer passar o sinal por um filtro, de modo a eliminar as frequências de baixa frequência e
grande amplitude, como as harmónicas da velocidade de rotação. Estes valores de pico podem
então ser processados e representados num espectro de frequência, tal como os valores
instantâneos no processamento tradicional. As frequências de baixa amplitude passam então a
ser claramente visíveis.
Em comparação com outras formas de processamento, como a Demodulação, o PeakVue não
altera a amplitude real medida, nem deforma a onda no tempo, sendo assim possível seguir a
tendência dos valores medidos.
Aplicação do PeakVue
Convém destacar o facto de que o PeakVue faz leituras de alta frequência, mesmo num
equipamento de baixa velocidade. Por esta razão, devem ser tidas em conta os seguintes
aspectos:
- Usar um acelerómetro com boa resposta a alta frequência (< 5 kHz) e com uma
sensibilidade de 0,1 Volt/G.
- Definir um ponto de medição em unidades do sensor (aceleração), para não existir
integração dos dados.
- Montar o acelerómetro no equipamento fixado numa base magnética ou de
enroscar.
O valor da frequência máxima deve ser definido com base nas frequências que queremos ver no
espectro. O PeakVue obriga também à utilização de um filtro, havendo uma regra básica na sua
definição: utilizar um filtro passa-alto (filtro que elimina as frequências abaixo de um
determinado valor) de valor igual ou superior a Fmáx. Na prática, verifica-se que mesmo uma
escolha menos correcta de Fmáx e do filtro continua a devolver resultados válidos.
Geralmente, é suficiente a utilização do PeakVue num único ponto de medição por componente.
Para máquinas com uma velocidade de rotação inferior a 600 rpm, recomenda-se mesmo a sua
utilização em todas as medições, em detrimento do processamento tradicional. Têm já sido
reportados casos de sucesso em máquinas com velocidades de 15 rpm e menos.
Começou-se a verificar o aumento dos níveis de vibração, tanto nas medições em aceleração (0-
5000 Hz) com o processamento normal, como nas medições com PeakVue (0-500 Hz com filtro
HP 1000 Hz). Na medição com o processamento tradicional, observam-se algumas harmónicas
da frequência de engrenamento e uma grande quantidade de energia não síncrona.
1 - REACTOR B
2 -P5X CX RED. ENTRADA LD INT. ACEL V
0.20
RMS Acceleration in G-s
ROUTE SPECTRUM
0.16 C CCC 21-Nov-00 15:39:38
OVRALL= .9057 A-DG
0.12 RMS = .9021
LOAD = 140.0
RPM = 748.
0.08 RPS = 12.46
0
0 1000 2000 3000 4000 5000
Frequency in Hz
6
WAVEFORM DISPLAY
4
Acceleration in G-s
21-Nov-00 15:39:38
2 CF ALARM RMS = .8314
PK ALARM PK(+) = 4.75
0 PK(-) = 5.63
-2 PK ALARM CRESTF= 6.77
CF ALARM
-4
-6
-8
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Time in mSecs
1 - REACTOR B
2 -PK5 PEAKVUE
RMS Acceleration in G-s 1.0
ROUTE SPECTRUM
0.8 AAAAA 21-Nov-00 15:39:51
(PkVue-HP 1000 Hz)
0.6 OVRALL= 1.26 A-DG
RMS = 1.25
LOAD = 140.0
0.4 RPM = 749.
RPS = 12.48
0.2
A=MOTOR
0
0 100 200 300 400 500
Frequency in Hz
8
WAVEFORM DISPLAY
6
Acceleration in G-s
21-Nov-00 15:39:51
4 (PkVue-HP 1000 Hz)
CF ALARM RMS = 1.24
2 PK(+) = 6.49
PK ALARM PK(-) = .9475
0
CRESTF= 5.22
-2 PK ALARM
-4 CF ALARM
-6
Freq: 12.50
0 100 200 300 400 500 600 700 800 Ordr: 1.002
Time in mSecs Spec: .738
A caixa foi inspeccionada e reparada, tendo-se observado alguns dentes partidos e um grande
desgaste das engrenagens. Após a intervenção, o nível de vibração baixou consideravelmente.
RMS 1 - REACTOR B
Acceleration in G-s 2 -PK5 PEAKVUE
Após intervenção
02-Jan-01
15:39:04
Max Amp
.74
Plot 19-Dec-00
Scale 15:37:39
0.40
05-Dec-00
16:40:31
0
27-Nov-00
16:00:19
21-Nov-00
15:39:51
07-Nov-00
14:56:56
0 100 200 300 400 500
Frequency in Hz