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LISTA DE AUTORES: ESTÉTICA ANALÍTICA E FORMALISMO

Grupo de Estudos Forma, Arte e Tecnologia – GEFAT UFG

Prof. Dr. Rodrigo Cássio Oliveira


Coordenador / FIC / Media Lab

Beardsley, Monroe (EUA, 1915-1985)

Filósofo formalista da arte. Formado em Yale, fez a maior parte da sua


carreira na Swarthmore College e na Temple University. Tornou-se mais
conhecido por sua teoria instrumentista da arte e pelo conceito de
experiência estética. Foi presidente da Sociedade Americana de Estética,
eleito em 1956. Publicou três livros. Aesthetic: Problems in the Philosophy of
Criticism (1958 / reeditado com um posfácio em 1981) é o mais influente e
conhecido, sendo uma obra precursora na tradição da estética analítica. The
Possibility of Criticism (1970) é mais voltado para a literatura. The Aesthetic
Point of View (1982) é uma coletânea de 14 artigos. Há um bom verbete
sobre a estética de Beardsley na Standford Encyclopedia of Philosophy:
http://plato.stanford.edu/entries/beardsley-aesthetics/
 
 
 
Budd, Malcolm (UK, 1941 - )
 
Professor da University College London. Entre as suas especialidades estão
os temas: apreciação estética da natureza, mente e percepção. Obras:
Music and the emotions (1985), Values of Art (1995), The Aesthetic
Appreciation of Nature (2002), Aesthetic Essays (2008).
 
 
 
Carroll, Noël (EUA, 1947 - )
 
Um dos principais filósofos da arte da contemporaneidade, tem uma extensa
produção, incluindo trabalhos relevantes sobre cinema e teoria da imagem. É
um debatedor das ideias de Danto e critica o neoformalismo. É um crítico
muito duro da tradição continental de estudos da arte com base na
psicanálise, no marxismo e no pós-estruturalismo, tendo assinado, com
David Bordwell, a organização da marcante coletânea Post-Theory:
reconstructing film studies, de 1996.

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Artigo de Carroll contra Danto no BJA:
http://bjaesthetics.oxfordjournals.org/content/37/4/386.extract
 
 
 
Danto, Arthur (EUA, 1924-2013)
 
Crítico de arte do The Nation e filósofo. Tem uma obra extensa que não se
restringe ao trabalho sobre estética e filosofia da arte. Sua principais
contribuições neste campo começaram em 1964, com o artigo "The
Artworld”, publicado no Journal of Philosophy 61 n.19 (571-584). A ideia de
“mundo da arte” é desenvolvida melhor em Transfiguração do Lugar
Comum, de 1981. Danto assume, aqui, uma posição não-convencionalista,
criticando o formalismo tradicional e a estética como meios de definição da
arte. Ao se aproximar do hegelianismo, Danto publicou trabalhos sobre a
ideia de “fim da arte”. Seu livro After the end of Art, de 1997, é apontado por
Noël Carroll como exemplo de teoria neoformalista da arte na
contemporaneidade.
 
 
 
Davies, Stephen (NZ, ???)

Filósofo neozelandês, é professor da University of Auckland. Tem trabalhos


sobre a definição de arte, a interpretação literária e a variedade ontológica
das obras de arte. Publicou um estudo recente sobre a relação entre arte,
estética e evolução: The Artful Species (2012).

 
 
Dickie, George (EUA, 1926 - )

Representante mais conhecido da teoria institucional da arte, Dickie tem


trabalhos sobre os conceitos de arte, estética e gosto. Na obra The Century
of Taste, de 1996, analisou a maneira pela qual os filósofos do século XVIII
trataram o problema do gosto, enfatizando a discussão de Kant e Hume e
endossando o filósofo inglês. Dickie viria a revisar suas ideias em um artigo
na revista The Philosophical Review (1988, 107: 3). Livros destacados:
Estética: uma introdução (1971), Arte e Estética: uma análise institucional
(1974). O seu mais recente trabalho publicado foi Arte e Valor, de 2001.

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Eldridge, Richard (???)

Professor do Swarthmore College. Defensor do neoformalismo a partir da


filosofia da linguagem, tendo experiência em estudos de literatura, idealismo
alemão, Wittgenstein e Romantismo. Autor de An Introduction to the
Philosophy of Art (2003). Seu artigo “Form and Content: an aesthetic theory
of art”, de 1985, publicado no British Journal of Aesthetics, expõe a sua
defesa do neoformalismo:
http://bjaesthetics.oxfordjournals.org/content/25/4/303.extract

 
 
Fry, Roger (UK, 1866-1934)

Pintor e crítico inglês, membro do Bloomsbury Group (assim como Clive


Bell). Formalista, influenciou o desenvolvimento da arte moderna na
Inglaterra. Vision and Design, de 1920, é sua obra de referência, possuindo
tradução ao português (Cosac).

 
 
Gallie, Walter Bryce (ESC, 1912-1998)
 
A contribuição de Gallie para a filosofia da arte passa pelo endosso do
antiessencialismo, uma vez que Gallie desenvolveu uma crítica da
possibilidade de definição de conceitos filosóficos fundamentais, incluindo o
conceito de arte (este trabalho está no seu paper “Essentially Contested
Concepts”). É digno de nota o seu artigo "The Function of Philosophical
Aesthetics", em que propõe uma crítica do idealismo e o reestabelecimento
da função e do método da estética:
https://www.jstor.org/stable/2250996?seq=1#page_scan_tab_contents
 
 
 
Goodman, Nelson (EUA, 1906-1998)

Autor de uma teoria simbólica que antagoniza com a perspectiva formalista,


mas que também mantém distância do relativismo pós-moderno. Goodman
tem dois livros a serem destacados: Linguagens da Arte: uma aproximação à

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teoria dos símbolos, de 1968, e Modos de Fazer Mundos, de 1978 (que inclui
um capítulo sobre o conceito de estilo, e outro capítulo fundamental, muito
citado, cujo título é “Quando é arte?”). De fato, em vez da pergunta “O que é
arte?”, Goodman propõe a questão “Quando é arte?”.

 
 
Isenberg, Arnold (EUA, 1911-1965)  
O trabalho de Isenberg aborda, entre outros temas de estética, a crítica de
arte.
Ver o artigo “Analytical Philosophy and the Study of Art”, cujo propósito é
discutir a conjugação de filosofia analítica, estética e estudos histórico-
críticos de arte:
> https://www.jstor.org/stable/431270?seq=1#page_scan_tab_contents
> https://www.scribd.com/document/185473178/Arnold-Isenberg-Analytical-
Philosophy-and-the-St-BookFi-org
 
 
 
Kennick, William (EUA, 1923-2009)

Professor por mais de 35 anos da Amherst College, em Massachussetts. O


ensaio “Does Traditional Aesthetics Rest on a Mistake?”, de 1958, foi sua
contribuição de maior destaque, investigando, entre otras coisas, o
significado de “experiência estética”.
Ler aqui:
https://www.jstor.org/stable/2251530?seq=1#page_scan_tab_contents).
Ou aqui:
https://www.scribd.com/doc/36811343/Kennick-Does-Traditional-
Aesthetics-Rest-on-a-Mistake
Além disso, editou o livro Art and Philosophy, em 1964 e 1979, duas
coletâneas de textos de estética.
Vale a pena conferir, também, o artigo “What makes a situation aesthetic?”,
de J. O. Urmson e David Pole, de 1957, em que o tema da experiência
estética é abordado:
https://www.jstor.org/stable/4106645?seq=1#page_scan_tab_contents
A coletânea Possibility of the Aesthetic Experience, de Michael H. Mitias
(1986) também oferece boas contribuições ao tema.

 
 

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Kramer, Hilton (EUA, 1928-2012)

Crítico de arte do The Nation e do The New York Times, fundador da revista
The New Criterion, continuador do legado de Clement Greenberg na
condição de crítico formalista da arte contemporânea. A coletânea The
Triumph of Modernism (2006) reúne ensaios publicados por Kramer entre
1985 e 2005. Kramer foi continuado por Roger Kimball, atual editor da TNC,
e autor de diferentes trabalhos de crítica cultural de caráter conservador
(alguns de seus livros foram publicados no Brasil).

 
 
Levinson, Jerrold (EUA, 1948 - )

Destacado por sua filosofia da música, Levinson considera que a resposta


emocional é um componente legítimo da apreciação musical, e também que
a linguagem pode ser equiparada à música, na medida que ambas podem
ser vistas como uma expressão do pensamento. Suas pesquisas recentes
abordam temas como o valor intrínseco da arte e a natureza do humor.
Trabalhos a considerar:
http://www.philosophy.umd.edu/people/levinson (link “selected
publications”)

 
 
Mandelbaum, Maurice (EUA, 1908-1987)  
Não foi propriamente um filósofo da arte, mas sim um filósofo da história que
escreveu sobre a possibilidade do conhecimento objetivo do passado
(concluindo a seu favor, e por isso contra o relativismo). Contra Weitz,
Maurice Mandelbaum escreveu o artigo "Family Resemblances and
Generalizations Concerning the Arts” em 1965.
https://www.scribd.com/document/219403814/Mandelbaum
Bom texto sobre a sua crítica a Weitz:
https://rwadholm.wordpress.com/tag/family-resemblances/
 
 
 
Passmore, J. A. (???)
Passmore escreveu um artigo famoso chamado “The Dreariness of
Aesthetics”, em que defende que os diferentes tipos de arte suscitam

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diferentes tipos de questionamento filosófico. A unidade com que a estética
aborda os fenômenos da arte seria, portanto, um grande equívoco.
Artigo de Passmore no JStor:
https://www.jstor.org/stable/2251320?seq=1#page_scan_tab_contents

 
 
Scruton, Roger (UK, 1944 - )

Bastante conhecido no Brasil em virtude das recentes publicações


traduzidas de sua obra, Scruton tem um trabalho extenso sobre diferentes
temas, posicionando-se como um defensor do conservadorismo. Entre as
suas obras de estética estão Arte e Imaginação: um estudo em filosofia da
mente (1974), Beleza (2009) e A Estética da Arquitetura (2010).

 
 
Shusterman, Richard (EUA, 1949- )

Filósofo pragmatista, Shusterman parte de John Dewey para discutir a


definição de arte como experiência e “dramatização". É crítico de Dickie e
Danto. Tem um interesse particular pelo conceito de arte popular, opondo-se
à tradição frankfurtiana. Nesse sentido, Shusterman defende a ideia de que a
cultura popular possui valor artístico.

 
 
Sibley, Frank (UK, 1923-1996)
Seus trabalhos mais conhecidos são o artigo "Aesthetic Concepts”, de 1959
(publicado na Philosophical Review 68) e “Seeking, Scrutinizing and Seeing”,
de 1954 (Mind v. 64). Estes artigos foram republicados várias vezes em
antologias. Seu interesse passa pela distinção entre o estético e o não-
estético. Os conceitos estéticos não seriam redutíveis a conceitos não
estéticos, o que indica, para Sisley, a importância do gosto e da
sensibilidade estética. A discussão do gosto é especialmente relevante neste
autor, fazendo-se presente em diferentes trabalhos. Em 1966, publicou
“About Taste” no British Journal of Aesthetics. Além da estética, Sibley
também tem trabalhos sobre percepção e mente.
Oxford publicou os principais artigos de Sibley na coletânea Approach to
Aesthetics, em 2001.
 

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Walton, Kendall (EUA, 1939 - )

Filósofo da mente e da linguagem, desenvolveu o conceito de “make-


believe” para analisar a representação nas artes (este conceito tem inserção
nos estudos de cinema, como podemos ver nos artigos de Teoria
Contemporânea do Cinema, v. 1, org. por Fernão Ramos no Brasil). Tem
interesse por ficção, emoções estéticas, metáfora e valor estético. Elaborou
uma defesa da teoria da transparência fotográfica. Manteve contato com
Frank Sibley quando estudou na pós-graduação em Cornell, e Sibley o
influenciou a seguir carreira na estética. Jerrold Levinson elogiou a teoria do
make-believe, comparando sua importância à obra Linguagens da Arte, de
Nelson Goodman, a Art and its Objects, de Wollheim, e a Transfiguração do
Lugar Comum, de Danto.
Livros: Mimesis as make-believe (1990), Imagens Maravilhosas: sobre valores
e arte (2008). No artigo “Categories of Art”, Walton criticou a possibilidade
de um formalismo estético.
Site pessoal: https://sites.lsa.umich.edu/kendallwalton/

 
 
Weitz, Morris (EUA, 1916-1981)

Representante do anti-essencialismo, foi influenciado por Wittgenstein e


escreveu o artigo "The Role of Theory in Aesthetics” (1956), no Journal of
Aesthetics and Art Criticism. O anti-essencialismo foi popular nos anos 1950.
Ele propõe substituir a pergunta “o que é arte?” por “Que tipo de conceito é
o conceito de arte?”. O conceito de arte seria um “conceito aberto”. Seus
últimos trabalhos são uma filosofia da crítica de arte. Publicou Philosophy of
the Arts em 1964 e Hamlet e a filosofia da crítica literária em 1964.
 
 
 
Wollheim, Richard (UK, 1923-2003)

Seu trabalho filosófico é voltado para a mente e as emoções, tendo como


foco principal a pintura. Presidente da Sociedade Britânica de Estética de
1992 a 2003. Art and its Objects, de 1968, é a sua obra mais influente em
estética.

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Zangwill, Nick (???)
 
Na obra The Metaphysics of Beauty, de 2001, Zangwill escreve um capítulo
“em defesa de um formalismo estético moderado”, bem como “desarma” os
argumentos anti-formalistas. Esta obra demonstra ser da mais alta
importância para os objetivos do grupo de estudos sobre formalismo, pois
revisa essa tradição e apresenta as condições pelas quais um
neoformalismo seria possível. Zangwill publicou também Aesthetic Creation,
em 2007. Seu livro mais recente é Música e Realidade Estética, de 2015.
Ao defender a possibilidade de um formalismo estético moderado, no cap. 5
de T. M. of B., Zangwill critica diretamente as ideias de Kendall Walton
apresentadas no artigo “Categories of Art” (disponível, por sua vez, na obra
Marvelous Images, de Walton)
Website de Zangwill, com acesso a artigos selecionados pelo autor:
http://www.hull.ac.uk/php/465848/
 

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