Você está na página 1de 65

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
PONTES I
MAYRA PERLINGEIRO / EDUARDO VALERIANO

MEMÓRIA DE CÁLCULO
Concepção de formas e Análise Estrutural de uma ponte rodoviária em concreto
armado.

GRUPO 9
Ingridy Branco
Mat.: 111.37.016
José Vittor Siqueira Cócco
Mat.: 213.037.084
Luísa Ramiro Esteves Chaves
Mat.: 213.037.110

Niterói – RJ
2º Semestre de 2017
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 3
2. CARACTERÍSTICAS DO PROJETO ............................................................................. 3
2.1. LOCAL DE IMPLANTAÇÃO ...................................................................................... 3
2.2. ESTUDO TOPOGRÁFICO ........................................................................................... 4
2.3. ESTUDO HIDROLÓGICO ........................................................................................... 5
2.4. ESTUDO GEOTÉCNICO .............................................................................................. 6
3. PRÉ-DIMENSIONAMENTO ............................................................................................ 8
4.1. CÁLCULO DAS CARGAS PERMANENTES ............................................................... 12
4.1.1. PESO PRÓPRIO ESTRUTURAL (G1) ......................................................................... 12
4.1.1.1. DIAGRAMAS DE ESFORÇOS SOLICITANTES DEVIDO AO PESO PRÓPRIO
..................................................................................................................................................... 18
4.1.2. SOBRECARGA PERMANENTE (G2) ......................................................................... 20
4.1.2.1. DIAGRAMAS DE ESFORÇOS SOLICITANTES DEVIDO A SOBRECARGA . 22
4.2. CÁLCULO DOS COEFICIENTES DE IMPACTO ....................................................... 23
4.4.1. NAS LINHAS DE INFLUÊNCIA DE MOMENTO FLETOR ................................... 27
4.4.2. NAS LINHAS DE INFLUÊNCIA DE ESFORÇO CORTANTE ............................... 36
4.5. DETERMINAÇÃO DAS ENVOLTÓRIAS DE MOMENTOS E CORTANTES
MÁXIMOS E MÍNIMOS DAS SEÇÕES ............................................................................... 45
4.5.1. DIAGRAMAS DAS ENVOLTÓRIAS DE MOMENTO E CORTANTE .................. 53
5. EFEITO DA TEMPERATURA ........................................................................................... 54
5.1. MESA COLABORANTE .................................................................................................. 54
5.2. GRADIENTE TÉRMICO ................................................................................................. 56
5.3. DIAGRAMAS DE ESFORÇOS SOLICITANTES ......................................................... 60
6. RESUMO DOS ESFORÇOS FINAIS ................................................................................. 62
6.1 CARGAS MÓVEIS ............................................................................................................. 62
6.2. CARREGAMENTO PERMANENTE ............................................................................. 63
6.3. TEMPERATURA .............................................................................................................. 64

2
1. INTRODUÇÃO
A transposição de barreiras naturais sempre foi um fator determinante para o
desenvolvimento e expansão das sociedades. A existência de grandes rios ou vales dificultava o
transporte de pessoas e mercadorias. Desta forma, o detentor do conhecimento de como vencer
tais obstáculos teria vantagem estratégica importante contra seus inimigos. Foi o caso do império
romano, que se expandiu grandemente com o auxílio da expansão das suas redes de estradas e de
abastecimento de água, majoritariamente construídas através de estruturas em arco.

Desde então, várias novas tecnologias foram descobertas e aprimoradas. As pontes que
são construídas atualmente são mais modernas e os obstáculos que vencem também puderam ser
mais desafiadores. Com a criação de novas tecnologias aplicadas à construção de pontes, pode-se
observar o aumento do comprimento das mesmas, assim como de seus vãos, além da possibilidade
de construção de estruturas mais esbeltas e com gasto de menos material. Desta forma, o estudo
das técnicas de construção e dimensionamento de pontes se fazem de suma importância para a
evolução da engenharia civil.

O presente trabalho apresenta o dimensionamento e detalhamento de um projeto fictício


de ponte em concreto armado. Através do mesmo, serão discutidas as motivações do projeto assim
como seus estudos complementares. O documento também apresenta as memórias de cálculo
utilizadas para tal dimensionamento. O projeto faz parte da disciplina de Pontes III da
Universidade Federal Fluminense, ministrada pelos professores Mayra Perlingeiro e Eduardo
Valeriano.

2. CARACTERÍSTICAS DO PROJETO

2.1. LOCAL DE IMPLANTAÇÃO

Paraty é um município brasileiro situado no estado do Rio de Janeiro em seu litoral sul.
Localizada quase na divisa com São Paulo, guarda um conservado exemplo de arquitetura
colonial brasileira dentro de seus 928,467 km² de área.
Historicamente, seu porto era próspero devido a Estrada Real, sendo responsável pelo
escoamento do ouro de Minas Gerais, porém a cidade teve seu declínio na segunda metade do
século XIX, quando o caminho do ouro mudou de direção para o porto do Rio, predominando-se

3
a ferrovia como meio de transporte para cargas que circulavam entre Rio e São Paulo. Dessa
forma, ficou praticamente isolada até a abertura da Rodovia Rio-Santos, parte da BR 101.
A abertura da rodovia, no início dos anos 80, proporcionou a Paraty um novo impulso e,
assim, um novo ciclo veio dominar e explorar a cidade: o turismo, potencializado no seu conjunto
paisagístico/arquitetônico. Além do preservado casario colonial decorrente de seu período de
estagnação, um grande atrativo são as áreas florestadas, suas 65 ilhas e as mais de 300 praias da
região. A cidade é situada junto ao oceano e cortada por grandes rios, dentre eles o Rio Perequê-
Açu, sendo considerada uma bela união entre serra e mar.
O desenvolvimento da cidade e das suas atividades traz a necessidade de promover sua
infra-estrutura, como o setor rodoviário, induzindo assim a busca por rotas alternativas que
contribuam para uma melhor circulação de pessoas e cargas que atenda a demanda atual. Tomou-
se, então o projeto construção de uma ponte sobre o Rio Perequê-Açu, para a transposição do
obstáculo do rio entre dois trechos rodoviários.
A figura abaixo mostra a região onde será implantada a ponte, situada em torno das
coordenadas de 23°13’10”S e 44°43’40”O.

Figura 1. Local de implantação da ponte em concreto armado. Fonte: Google Earth.

2.2. ESTUDO TOPOGRÁFICO

Junto ao oceano e entre dois rios, Paraty está a uma altitude média de apenas cinco metros.
Dados de altitude e conhecimento da topografia local são elementos indispensáveis a realização
do projeto. O levantamento topográfico da região que irá englobar a ponte forneceu o seguinte
mapeamento da área em curvas de nível:

4
Figura 2. Curvas de nível na localidade de implantação da ponte.

Ainda foi realizada a batimetria do rio, onde levantou-se as cotas de fundo da seção
transversal do Perequê-Açu. A figura abaixo mostra o perfil transversal obtido. Os dados foram
coletados pela estação fluviométrica Parati.

6
Rio Perequê-Açu
4

0
41.25
0
4
6

16.7
8.5
9.2
9.8
10.3
11.1
11.6
12.1
12.6
13.3
14.3
15.3
16.3

18.05
20.45
22.85
25.25
27.65
30.05
32.45
34.85
37.25
39.3
40.1
40.25

43.25
43.65
44.05
44.55
45.15
45.75
46.35

Figura 3. Seção transversal das cotas de fundo do Rio Perequê-Açu.

2.3. ESTUDO HIDROLÓGICO


O Rio Perequê-Açu é o principal rio da região de Paraty, no estado do RJ. Sua nascente
fica situada no Parque Nacional da Serra da Bocaina e desemboca no mar, junto ao centro
histórico da cidade de Paraty onde várias pousadas foram construídas em suas margens. Por estar
localizada quase ao nível do mar, a cidade foi projetada levando em conta o fluxo das marés.
Como resultado, muitas de suas ruas são periodicamente inundadas pela maré, fazendo necessário
o monitoramento do rio.

5
A Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, CPRM, é responsável pela operação da
rede na sub-bacia 59 que engloba a área de drenagem de nove estações situadas nos rios da sub-
bacia, entre eles, o Perequê – Açu. A estação fluviométrica que opera no rio realiza o
levantamento de dados hidrológicos e é descrita a seguir.

Tabela 1. Dados da estação fluviométrica Parati. Fonte: ANA.

Dados da Estação
Código 59380000
Nome PARATI
Bacia ATLÂNTICO,TRECHO LESTE (5)
Sub-bacia RIOS MACAÉ,SÃO JOÃO E OUTROS (59)
Rio RIO PEREQUE-AÇU
Estado RIO DE JANEIRO
Município PARATI
Responsável ANA
Operadora CPRM
Latitude -23:13:29
Longitude -44:45:41
Área de Drenagem (km2) 79

Obteve-se então, para análise, as cotas do nível d’água de forma a conhecer as máximas
cheias e estiagens.

Cotas de nível d'água (m)


3
2.5
2
1.5
1
0.5
0
2000
1997
1998
1999

2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017

Máxima Mínima

Figura 4.Cotas máxima e mínima do rio Perequê-Açu ao longo dos anos.

2.4. ESTUDO GEOTÉCNICO


Para uma adequada caracterização geotécnica do local, foram realizadas sondagem de
percussão à trado para reconhecimento e estratigrafia do solo. Tomou-se a sondagem a seguir
como a mais representativa para o local.

6
Figura 5. Sondagem SPT para reconhecimento das camadas do subsolo.

7
A predominância da argila mole no solo justifica à escolha por fundações profundas para
a elaboração do projeto da obra de arte especial. Adotou-se como fundação para o projeto,
tubulões de seção circular de 120cm de diâmetro com base alargada de 200cm diâmetro.

3. PRÉ-DIMENSIONAMENTO
A ponte a ser dimensionada é uma ponte hiperestática em concreto armado, com vigas em
seção transversal pi. As dimensões da seção transversal e da seção longitudinal estão explicitadas
na tabela abaixo.

Tabela 2. Definição das dimensões de elementos estruturais da ponte.

Vãos (m) bw vão bw apoio Hviga Seção Transversal (m)


Grupo Classe
L1 = L3 L2 Lbalanço (m) (m) (m) Lcentral Lbalanço Ls
9 12,6 18 3,2 0,35 0,65 1,5 5,8 2,0 9,8 IV

A ponte tem três vãos, onde o vão principal apresenta medida de 18 metro e os dois vãos
adjacentes medindo 12,6 metros cada, além de dois balanços com 2,90 metros cada. A estrutura
mede no total 49,6 metros. Sobre cada balanço se apoia uma laje de transição de 4,00 metros de
extensão, responsável por fazer a transição entre a estrada e a obra de arte. As dimensões das
vigas e lajes foram fornecidas assim como os comprimentos dos vãos.

A seção transversal utilizada é do tipo pi, com altura constante de 1,50 m. A espessura das
longarinas varia de 35 cm no meio do vão até 65 cm sobre os apoios. A ponte está inserida em
uma rodovia de Classe IV, possuindo duas pistas de rolamento de 3,50 m cada, além de duas
faixas de segurança de 1,00 m cada e dois guarda-rodas de 40 cm, totalizando 9,80 metros de
comprimento.

Para a estrutura em questão, os seguintes valores foram adotados:

• Concreto estruturas: fck = 30 MPa;

• Aço: CA-50 A;

• Aparelhos de apoio: Borracha Neoprene Fretada;

• Cobrimento adotado para as armações: c = 3,0 cm;

• Trem-tipo adotado: TB-450kN prescrito pela NBR – 7188;

• Pavimentação: Asfáltica;

• O sistema construtivo da ponte é o de estrutura moldada no local sobre escoramento direto.

8
Os desenhos de elevação e corte em planta, seções transversais nos vãos e nos apoios e
detalhes das cortinas são apresentados a seguir.

Figura 6. Seção transversal a um terço do vão.

Figura 7. Seção transversal nos apoios.

9
Figura 8. Meio corte e meio corte inferior.

10
Figura 9. Vista da Cortina.

Figura 10. Extremidade da estrutura.

11
4. MODELAGEM ESTRUTURAL

4.1. CÁLCULO DAS CARGAS PERMANENTES

4.1.1. PESO PRÓPRIO ESTRUTURAL (G1)


Para este cálculo, considera-se como peso próprio da estrutura o peso de todo o concreto
das peças estruturais das pontes, incluindo as lajes, as longarinas, transversinas e cortinas.

 Para seção no apoio:

Figura 11. Seção transversal no apoio e sua divisão de áreas.

A área total de influência sobre o peso próprio de uma longarina no apoio é dada por:

A1apoio 
 0, 23  0,18  0, 40  0, 082 m²;
2

A2 apoio 
 0,18  0, 40  1, 60  0, 464 m²;
2

12
A3apoio  0, 65 1,50  0,975 m²;

A4 apoio 
 0, 40  0, 25  0, 70  0, 2275 m²;
2
A5apoio  0, 25 1,55  0,3875 m².
Logo:

ATapoio  A1apoio  A2 apoio  A3apoio  A4 apoio  A5 apoio  2,136 m².

E considerando a seção maciça de concreto armado:

gapoio  ATapoio   c  2,136  25  53, 40 kN / m.

 Para seção em meio de vão:

Figura 12. Seção transversal em meio de vão e sua divisão de áreas.

A área total de influência sobre o peso próprio de uma longarina em meio de vão é dada
por:

13
A1m.vão 
 0, 23  0,18  0, 40  0, 082 m²;
2

A2 m.vão 
 0,18  0, 40 1, 60  0, 464 m²;
2
A3m.vão  0,35 1,50  0,525 m²;

A4 m.vão 
 0, 40  0, 25 1, 00  0,325 m²;
2
A5m.vão  0, 25 1,55  0,3875 m².
Logo:

ATm.vão  A1m.vão  A2 m.vão  A3m.vão  A4 m.vão  A5m.vão  1, 7835 m²;


gm.vão  ATm.vão   c  1, 7835  25  44,59 kN / m.

 Para transversina de seção no apoio:

Figura 13. Transversina de seção transversal no apoio e detalhe de mísula.

14
A área total de influência sobre o peso próprio da transversina acima é dada por:

0,15  0,70
Atransv. a  (0,15  0,95)  2, 25   2, 4225 m².
2
E, considerando as mísulas nos apoios:

(4,50  2,86) 0,15 1,00


Vmísula. a    0, 276 m³.
2 2
Logo:

Gapoio  Atransv .a  etrans .a   c  Vmísula . a   c  2, 4225  0, 25  25  0, 276  25,


Gapoio  G1trans .a  G1mísula .a  15,14  6,9  22, 04 kN .

 Para transversina de seção em um terço de vão:

Figura 14. Transversina de seção transversal em um terço de vão.

A área total de influência sobre o peso próprio da transversina acima é dada por:

Atransv.v  0,95  2,55  2, 4225 m².


Logo:

Gtransv .v  Atransv .v  etrans .a   c  2, 4225  0, 25  25  15,14kN.

15
 Para cortina, aba e chanfro:

Figura 15. Detalhe da cortina e sua divisão de áreas.

A área total de influência sobre o peso próprio da cortina acima é dada por:

A1cortina 
 0, 20  0, 25  0, 20   0, 25  0, 08125 m²;
2
A2cortina  0, 25  0, 25  0, 0625 m²;
A3cortina  (0, 25  0, 20  0, 25  0, 20  0, 60)  0,30  0, 450 m²;
0,15 1,00
A4cortina   0,075 m².
2

16
Figura 16. Detalhes da cortina, abas e laje de transição.

Logo, considerando a seção maciça de concreto armado:

8,90
G1cortina  0,08125  25  9,04 kN ;
2
9,30
G 2cortina  0, 0625  25  7, 27 kN ;
2
9,80
G3cortina  0, 450   25  55,13 kN ;
2
(5,10  3,10) 1
G 4cortina  0, 075    25  3,84 kN .
2 2
Por fim:
Gcortina  G1cortina  G 2cortina  G3cortina  G 4cortina  9, 04  7, 27  55,13  3,84  75, 28 kN .

Figura 17 - Detalhe da aba.

A área total de influência sobre o peso próprio da aba acima é dada por:
A1aba  (3, 70  0,50)  (0,35  0, 25)  1, 47  1, 05 m²;

17
3,70  0,90
A2 aba   1,665 m²;
2
A3aba  0,90  0,50  0, 450 m².
Logo, considerando a seção maciça de concreto armado:

G1aba  1, 47  0, 40  25  1, 05  0, 25  25  21, 26 kN ;
G 2 aba  1, 665 0, 25  25  10, 41 kN ;
G3aba  0, 450  0, 25  25  2,81 kN .
Por fim:
Gaba  G1aba  G 2 aba  G3aba  21, 26  10, 41  2,81  34, 48 kN .

Figura 18. Detalhe do chanfro.

A área total de influência sobre o peso próprio da aba acima é dada por:
(0,15  0,15)
Achanfro   0,01125 m²;
2
Logo, considerando a seção maciça de concreto armado:

Gchanfro  0, 01125  0,85  25  0, 24 kN ;


Finalmente:
Gcortina  aba  chanfro  Gcortina  Gaba  Gchanfro  75, 28  34, 48  0, 24  110, 00 kN .

4.1.1.1. DIAGRAMAS DE ESFORÇOS SOLICITANTES DEVIDO AO PESO PRÓPRIO

A partir das cargas calculadas no item anterior, estas são distribuídas ao longo da
representação longitudinal de uma longarina, como mostra a figura a seguir:

18
Figura 19. Distribuição das cargas permanentes G1 ao longo da representação longitudinal de uma longarina.

Os diagramas solicitantes de momentos fletores e esforços cortantes, bem como as


reações de apoio, para o sistema estrutural acima, são, respectivamente:

 Momentos fletores

Figura 20. Diagrama de momentos fletores para o carregamento G1.

 Esforços cortantes e reações de apoio:

Figura 21. Diagrama de esforços cortantes e reações de apoio para o carregamento G1.

19
4.1.2. SOBRECARGA PERMANENTE (G2)
Na ponte em estudo, a sobrecarga permanente atuante que consiste na carga gerada pelo
guarda-rodas, pela laje de transição, pelo aterro sobre a laje de transição e pela pavimentação
sobre a laje da ponte e também sobre a laje de transição.

 Guarda rodas
Para o cálculo da sobrecarga permanente gerado pelo guarda roda, dividiremos
geometricamente o guarda roda nas seguintes áreas:

Figura 22. Guarda rodas.

(22,5+17,5)
Área 1: 2
𝑥47 = 940 cm2 = 0,094 m2

40+22,5
Área 2: 𝑥25 = 781,25 cm2 = 0,078 m2
2

Área 3: 40𝑥15 = 600 cm2 = 0,060 m2

Área total = 0,232 m2

Desta forma:

𝑔2 = 𝐴𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑥 𝛾𝐶

𝑔2 𝑔𝑢𝑎𝑟𝑑𝑎 𝑟𝑜𝑑𝑎 = 0,232 𝑥 25 = 5,80 𝑘𝑁/𝑚

20
Considerando o guarda-rodas nas duas extremidades da ponte, este valor já é a parcela de
carga que atua sobre uma longarina.

 Laje de transição
A laje de transição se apoia na cortina da ponte e representa a seguinte carga para a
estrutura da ponte:

𝐴𝑙𝑎𝑗𝑒 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑖çã𝑜 = ℎ𝑙𝑎𝑗𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑖çã𝑜 × 𝐿𝑙𝑎𝑗𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑖çã𝑜


8,90
𝐴𝑙𝑎𝑗𝑒 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑖çã𝑜 = 0,25 × = 1,112𝑚2
2
Logo:

𝑔2 𝑙𝑎𝑗𝑒 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑖çã𝑜 = 1,112 𝑚2 × 25,0 𝑘𝑁/𝑚³ = 27,8 𝑘𝑁/𝑚

 Aterro sobre laje de transição

Consideraremos que toda a extensão da laje de transição está coberta por aterro. Desta
forma, teremos:

8,90
𝐴𝑎𝑡𝑒𝑟𝑟𝑜 = ℎ𝑎𝑡𝑒𝑟𝑟𝑜 𝑥 𝐿𝑎𝑡𝑒𝑟𝑟𝑜 = 0,34 𝑥 = 1,513 𝑚2
2

A sobrecarga permanente gerada será de:

𝑔2 𝑎𝑡𝑒𝑟𝑟𝑜 = 1,513 𝑥 18 = 27,2 𝑘𝑁/𝑚

 Pavimentação

A pavimentação apresenta declividade de 2% para drenagem. Desta forma, sua área


contribuinte para sobrecarga permanente será de:

0,05 + 0,14
𝐴𝑝𝑎𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎çã𝑜 = 𝑥4,5 = 0,144 𝑚2
2

Logo:

𝑔2 𝑝𝑎𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎çã𝑜 = 0,144 𝑥 24,0 = 3,46 𝑘𝑁/𝑚

21
Consideraremos também no projeto, um acréscimo de sobrecarga devido ao recapeamento (2
kN/m²). Desta forma, teremos:

𝑔2 𝑟𝑒𝑐𝑎𝑝𝑒𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 4,50 𝑥 2 = 9,00 𝑘𝑁/𝑚

Assim, a sobrecarga permanente total gerada pela pavimentação será de:

𝑔2 𝑝𝑎𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎çã𝑜 = 3,46 + 9,00 = 12,46 𝑘𝑁/𝑚

Todas as cargas calculadas nessa seção geram carregamentos distribuídos ao longo do


comprimento da ponte. As cargas referentes ao guarda rodas atua sobre toda a extensão da ponte,
assim como a carga de pavimentação. As cargas referente à laje de transição e seu aterro atuam
apenas nas mesmas, somando-se às cargas citadas anteriormente.

4.1.2.1. DIAGRAMAS DE ESFORÇOS SOLICITANTES DEVIDO A SOBRECARGA


O esquema da aplicação das cargas distribuídas ao longo das longarinas da ponte, assim como
seus diagramas de esforços, estão representados abaixo.

Figura 25. Aplicação da sobrecarga permanente.

Figura 24. Diagrama de esforço cortante.

Figura 23. Diagrama de momento fletor.

22
4.2. CÁLCULO DOS COEFICIENTES DE IMPACTO

O coeficiente de impacto φ é o produto dos coeficientes CIV, CIA e CNF. Logo, para a
divisão de trechos a seguir, considerando a simetria longitudinal da superestrutura, é feito o
cálculo de φ, de acordo com a NBR-7188.

Figura 26. Trechos 1, 2 e 3 para o cálculo dos coeficientes de impacto.

Seguem os cálculos de CIV, CIA e CNF, separadamente e respectivamente.

 CIV (coeficiente de impacto vertical):

CIV  1,35, para estruturas com vão menor do que 10, 0 m;


 20 
CIV  1  1, 06    , para estruturas com vão entre 10, 0 m e 200, 0 m,
 Liv  50 
tal que Liv é a média aritmética de vãos contínuos.

Assim, no trecho 1:
Liv  3, 20 m;
 20 
CIV  1  1, 06     1,398.
 3, 20  50 
Nos trechos 2 e 3:
2 12, 60  18, 00
Liv   14, 40 m;
3
 20 
CIV  1  1, 06     1,329.
 14, 40  50 

 CIA (coeficiente de impacto adicional):

CIA  1, 00, para seções com distância maior do que 5, 00 m da junta;


CIA  1, 25, para seções com distância menor do que 5, 00 m da junta.

23
Assim, nos trechos 1 e 2:
CIA  1, 25.
No trecho 3:
CIA  1,00.

 CNF (coeficiente de número de faixas):

CNF  1  0, 05   n  2  ,
tal que n é o número de faixas de rolamento.

Assim, nos trechos 1, 2 e 3:


n  2;
CNF  1  0, 05  (2  2)  1, 00.

 Coeficiente de impacto φ:

  CIV  CIA  CNF .

Assim, no trecho 1:
1  1,398 1, 25 1,00  1,748.
No trecho 2:
 2  1,329 1, 25 1,00  1,661.
No trecho 3:
 3  1,329 1,00 1,00  1,329.

4.3. DETERMINAÇÃO DO TREM-TIPO DE FLEXÃO

A ponte será carregada com o trem-tipo TB-450 kN, que inclui as cargas concentradas P
correspondentes às rodas do caminhão-tipo, na área que este ocupa (3,00 x 6,00 m), além de carga
de multidão de 5 kN/m² em toda área restante. É escolhida a posição mais desfavorável no
tabuleiro para o veículo-tipo, isto é, com o para-lama o mais próximo possível do guarda-rodas,
como figura a seguir. Adota-se, no entanto, para os cálculos de linha de influência, um trem-tipo
simplificado, no qual a carga da área de multidão também é aplicada na área do veículo-tipo, e,
consequentemente as cargas concentradas P são reduzidas da forma:

24
P  75 
 6  3  5  60 kN ,
6
como mostram as seguintes figuras.

Figura 27. Posição do veículo-tipo sobre o tabuleiro.

Figura 28. Carregamento inicial sobre o tabuleiro.

Figura 29. Carregamento simplificado sobre o tabuleiro.

Para o caso deste projeto, em que o tabuleiro é composto de seção transversal por duas
vigas ligadas por laje e transversinas (tipo pi), o trem-tipo longitudinal é determinado pelo produto
do carregamento simplificado por sua respectiva ordenada na linha de influência transversal de
uma das vigas. Deste modo:

25
Figura 30. Carregamento da linha de influência transversal de reação na seção de uma das vigas.

 Carga concentrada:
P  60  (1, 2339  0,8670)  126, 05 kN.
 Carga distribuída:
(1,3257  7, 225)
p  5  23,95 kN m .
2
Logo:

Figura 31.Trem-tipo longitudinal de flexão simplificado.

4.4. APLICAÇÃO DO TREM-TIPO SOBRE AS LINHAS DE INFLUÊNCIA

Foram definidas 18 seções, considerando a simetria longitudinal, distantes uma das outras
de acordo com o comprimento do respectivo vão (10 seções equidistantes para cada vão, para a
estrutura total), como mostra a figura que segue. Estas são as seções definidas para a aplicação
do trem-tipo longitudinal calculado, e dos esforços solicitantes máximos.

Figura 32. Definição das seções longitudinais.

26
Sext,e = Sext,d = Seção no extremo balanço, à esquerda/direita;
S1/2,e = S1/2,d = Seção no meio do balanço, à esquerda/direita;
S0 = S30 = Seção do apoio;
S1 = S29 = Seção no 1º/3º vão;
S2 = S28 = Seção no 1º/3º vão;
S3 = S27 = Seção no 1º/3º vão;
S4 = S26 = Seção no 1º/3º vão;
S5 = S25 = Seção no 1º/3º vão;
S6 = S24 = Seção no 1º/3º vão;
S7 = S23 = Seção no 1º/3º vão;
S8 = S22 = Seção no 1º/3º vão;
S9 = S21 = Seção no 1º/3º vão;
S10 = S20 = Seção do apoio;
S11 = S19 = Seção no vão central;
S12 = S18 = Seção no vão central;
S13 = S17 = Seção no vão central;
S14 = S16 = Seção no vão central;
S15 = Seção no vão central.

4.4.1. NAS LINHAS DE INFLUÊNCIA DE MOMENTO FLETOR

A seguir seguem as LI’s de momento fletor para cada seção.

SEÇÃO: Sext,e

Figura 33 - Linha de influência de momento fletor da seção Sext,e.

27
SEÇÃO: S1/2,e

Figura 34 - Linha de influência de momento fletor da seção S1/2,e.

SEÇÃO: S0

Figura 35 - Linha de influência de momento fletor da seção S0.

28
SEÇÃO: S1

Figura 36 - Linha de influência de momento fletor da seção S1.

SEÇÃO: S2

Figura 37 - Linha de influência de momento fletor da seção S2.

29
SEÇÃO: S3

Figura 38 - Linha de influência de momento fletor da seção S3.

SEÇÃO: S4

Figura 39 - Linha de influência de momento fletor da seção S4.

30
SEÇÃO: S5

Figura 40 - Linha de influência de momento fletor da seção S5.

SEÇÃO: S6

Figura 41 - Linha de influência de momento fletor da seção S6.

31
SEÇÃO: S7

Figura 42 - Linha de influência de momento fletor da seção S7.

SEÇÃO: S8

Figura 43 - Linha de influência de momento fletor da seção S8.

32
SEÇÃO: S9

Figura 44 - Linha de influência de momento fletor da seção S9.

SEÇÃO: S10

Figura 45 - Linha de influência de momento fletor da seção S10.

33
SEÇÃO: S11

Figura 46 - Linha de influência de momento fletor da seção S11.

SEÇÃO: S12

Figura 47 - Linha de influência de momento fletor da seção S12.

34
SEÇÃO: S13

Figura 48 - Linha de influência de momento fletor da seção S13.

SEÇÃO: S14

Figura 49 - Linha de influência de momento fletor da seção S14.

35
SEÇÃO: S15

Figura 50 - Linha de influência de momento fletor da seção S15.

4.4.2. NAS LINHAS DE INFLUÊNCIA DE ESFORÇO CORTANTE


A seguir seguem as LI’s de esforço cortante para cada seção.

SEÇÃO: Sext,e

Figura 51 - Linha de influência de esforço cortante da seção Sext,e.

36
SEÇÃO: S1/2,e

Figura 52 - Linha de influência de esforço cortante da seção S1/2,e.

SEÇÃO: S0

Figura 53 - Linha de influência de esforço cortante da seção S0.

37
SEÇÃO: S1

Figura 54 - Linha de influência de esforço cortante da seção S1.

SEÇÃO: S2

Figura 55 - Linha de influência de esforço cortante da seção S2.

38
SEÇÃO: S3

Figura 56 - Linha de influência de esforço cortante da seção S3.

SEÇÃO: S4

Figura 57 - Linha de influência de esforço cortante da seção S4.

39
SEÇÃO: S5

Figura 58 - Linha de influência de esforço cortante da seção S5.

SEÇÃO: S6

Figura 59 - Linha de influência de esforço cortante da seção S6.

40
SEÇÃO: S7

Figura 60 - Linha de influência de esforço cortante da seção S7.

SEÇÃO: S8

Figura 61 - Linha de influência de esforço cortante da seção S8.

41
SEÇÃO: S9

Figura 62 - Linha de influência de esforço cortante da seção S9.

SEÇÃO: S10

Figura 63 - Linha de influência de esforço cortante da seção S10.

42
SEÇÃO: S11

Figura 64 - Linha de influência de esforço cortante da seção S11.

SEÇÃO: S12

Figura 65 - Linha de influência de esforço cortante da seção S12.

43
SEÇÃO: S13

Figura 66 - Linha de influência de esforço cortante da seção S13.

SEÇÃO: S14

Figura 67 - Linha de influência de esforço cortante da seção S14.

44
SEÇÃO: S15

Figura 68 - Linha de influência de esforço cortante da seção S15.

4.5. DETERMINAÇÃO DAS ENVOLTÓRIAS DE MOMENTOS E CORTANTES


MÁXIMOS E MÍNIMOS DAS SEÇÕES

SEÇÃO: Sext,e

Cortante Positivo ΦQbd0+=0

Negativo ΦQbd0- = -1,748 [126,05 x (0,25 + 0,63 + 1,00) + 23,95 x 2,00]


ΦQbd0- = -1,748 [236,97 + 47,90]
ΦQbd0- = -497,95 kN

Momento Positivo ΦMb0 = 0

Negativo ΦMb0 = 0

45
SEÇÃO: S1/2,e

Cortante Positivo ΦQbd1/2+ = 0

Negativo ΦQbd1/2- = -1,748 [126,05 x (0,65 + 1,00 + 1,00) + 23,95 x 3,60]


ΦQbd1/2- = -1,748 [334,03 + 86,22]
ΦQbd1/2- = -734,60 kN

Momento Positivo ΦMb1/2+ = 0

Negativo ΦMb1/2- = -1,748 [126,05 x (1,60 + 1,00 + 0,40) + 23,95 x 4,48]


ΦMb1/2- = -1,748 [378,15 + 107,30]
ΦMb1/2- = - 848,57 kN

SEÇÃO: S0

Cortante Positivo ΦQbd0+ = 0

Negativo ΦQbd0- = -1,748 [126,05 x (1,00 + 1,00 + 1,00) + 23,95 x 5,20]


ΦQbd0- = -1,748 [378,15 + 124,54]
ΦQbd0- = -898,70 kN

Momento Positivo ΦMb0+ = 0

Negativo ΦMb0- = -1,748 [126,05 x (2,00 + 3,20 + 1,70) + 23,95 x 11,52]


ΦMb0- = -1,748 [869,74 + 275,90]
ΦMb0- = -1145,64 kN

SEÇÃO: S1

Cortante Positivo ΦQbd1+ = +1,661 [126,05 x (0,88 + 0,73 + 0,59) + 23,95 x (1.12 +
4,42 + 0,21)]

ΦQbd1+ = +1,661 [277,31 + 137,71]

ΦQbd1+ = +689,34 kN

Negativo ΦQbd1- = -1,661 [126,05 x (0,13 + 0,13 + 0,12) + 23,95 x (0.08 + 1,45
+ 0,06)]

ΦQbd1- = -1,661 [47,90 + 38,08]

ΦQbd1- = -142,81 kN

46
Momento Positivo ΦMb1+ = 1,661 [126,05 x (1,11 + 0,92 + 0,75) + 23,95 x (6,26 +
0,26)]

ΦMb1+ = 1,661 [350,42 + 156,15]

ΦMb1+ = 841,41 kN

Negativo ΦMb1- = -1,661 [126,05 x (1,76 + 2,81 + 1,49) + 23,95 x (10,11 +


1,82 + 0,08)]

ΦMb1- = -1,661 [763,86 + 287,64]

ΦMb1- = -1746,54 kN

SEÇÃO: S2

Cortante Positivo ΦQbd2+ = +1,329 [126,05 x (0,76 + 0,62 + 0,48) + 23,95 x (1.12 + 3,39 +
0,22)]
ΦQbd2+ = +1,329 [234,45 + 113,28]
ΦQbd2+ = +462,13 kN

Negativo ΦQbd2- = -1,329 [126,05 x (0,13 + 0,13 + 0,12) + 23,95 x (0,31 + 1,45 +
0,06)]
ΦQbd2- = -1,329 [47,90 + 43,59]
ΦQbd2- = -121,59 kN

Momento Positivo ΦMb2+ = 1,329 [126,05 x (1,91 + 1,55 + 1,22) + 23,95 x (10,93 + 0,52)]
ΦMb2+ = 1,329 [589,91 + 274,23]
ΦMb2+ = +1148,44 kN

Negativo ΦMb2- = -1,329 [126,05 x (1,51 + 2,41 + 1,28) + 23,95 x (8,70 + 3,65 +
0,15)]
ΦMb2- = -1,329 [655,46 + 299,38]
ΦMb2- = -1268,98 kN

SEÇÃO: S3

Cortante Positivo ΦQbd3+ = +1,329 [126,05 x (0,64 + 0,50 + 0,38) + 23,95 x (1,12 + 2,51 + 0,21)]
ΦQbd3+ = +1,329 [191,60 + 91,97]
ΦQbd3+ = +376,86 kN

Negativo ΦQbd3- = -1,329 [126,05 x (0,08 + 0,22 + 0,36) + 23,95 x (0.69 + 1,45 + 0,06)]
ΦQbd3- = -1,329 [83,19 + 52,69]
ΦQbd3- = -180,58 kN

47
Momento Positivo ΦMb3+ = 1,329 [126,05 x (1,45 + 2,41 + 1,90) + 23,95 x (14,02 + 0,79)]
ΦMb3+ = 1,329 [726,05 + 354,70]
ΦMb3+ = +1436,32 kN

Negativo ΦMb3- = -1,329 [126,05 x (1,26 + 2,02 + 1,08) + 23,95 x (7,29 + 5,47 + 0,23)]
ΦMb3- = -1,329 [549,58 + 311,11]
ΦMb3- = -1143,86 kN

SEÇÃO: S4

Cortante Positivo ΦQbd4+ = +1,329 [126,05 x (0,52 + 0,40 + 0,28) + 23,95 x (1,12 + 1,77 + 0,21)]
ΦQbd4+ = +1,329 [151,26 + 74,24]
ΦQbd4+ = +299,69 kN

Negativo ΦQbd4- = -1,329 [126,05 x (0,20 + 0,34 + 0,48) + 23,95 x (1,22 + 1,45 + 0,06)]
ΦQbd4- = -1,329 [128.57 + 65,38]
ΦQbd4- = -257,76 kN

Momento Positivo ΦMb4+ = 1,329 [126,05 x (1,83 + 2,64 + 1,99) + 23,95 x (15,51 + 1,04)]
ΦMb4+ = 1,329 [814,28 + 396,37]
ΦMb4+ = +1608,95 kN

Negativo ΦMb4- = -1,329 [126,05 x (1,02 + 1,63 + 0,87) + 23,95 x (5,87 + 7,29 + 0,31)]
ΦMb4- = -1,329 [443,70 + 322,61]
ΦMb4- = -1018,42 kN

SEÇÃO: S5

Cortante Positivo ΦQbd5+ = +1,329 [126,05 x (0,42 + 0,30 + 0,19) + 23,95 x (1,12 + 1,18 + 0,21)]
ΦQbd5+ = +1,329 [114,71 + 60,11]
ΦQbd5+ = +232,34 kN

Negativo ΦQbd5- = -1,329 [126,05 x (0,32 + 0,45 + 0,58) + 23,95 x (1,88 + 1,45 + 0,06)]
ΦQbd5- = -1,329 [170,17 + 81,19]
ΦQbd5- = -334,06 kN

Momento Positivo ΦMb5+ = 1,329 [126,05 x (1,94 + 2,62 + 1,86) + 23,95 x (15,42 + 1,32)]
ΦMb5+ = 1,329 [809,24 + 400,92]
ΦMb5+ = +1608,30 kN

Negativo ΦMb5- = -1,329 [126,05 x (0,77 + 1,24 + 0,66) + 23,95 x (4,46 + 9,11 + 0,38)]
ΦMb5- = -1,329 [336,55 + 334,10]
ΦMb5- = -891,29 kN

48
SEÇÃO: S6

Cortante Positivo ΦQbd6+ = +1,329 [126,05 x (0,31 + 0,20 + 0,11) + 23,95 x (1,12 + 0,72 + 0,21)]
ΦQbd6+ = +1,329 [78,15 + 49,10]
ΦQbd6+ = +169,12 kN

Negativo ΦQbd6- = -1,329 [126,05 x (0,34 + 0,56 + 0,69) + 23,95 x (2,69 + 1,45 + 0,06)]
ΦQbd6- = -1,329 [200,42 + 100,59]
ΦQbd6- = -400,27 kN

Momento Positivo ΦMb6+ = 1,329 [126,05 x (1,79 + 2,37 + 1,53) + 23,95 x (13,74 + 1,56)]
ΦMb6+ = 1,329 [717,22 + 366,43]
ΦMb6+ = +714,54 kN

Negativo ΦMb6- = -1,329 [126,05 x (0,98 + 0,99 + 0,94) + 23,95 x (3,05 + 10,94 + 0,46)]
ΦMb6- = -1,329 [366,80 + 346,08]
ΦMb6- = -947,42 kN

SEÇÃO: S7

Cortante Positivo ΦQbd7+ = +1,329 [126,05 x (0,19 + 0,31 + 0,17) + 23,95 x (1,12 + 0,39 + 0,21)]
ΦQbd7+ = +1,329 [84,45 + 41,19]
ΦQbd7+ = +166,98 kN

Negativo ΦQbd7- = -1,329 [126,05 x (0,54 + 0,67 + 0,78) + 23,95 x (3,61 + 1,45 + 0,06)]
ΦQbd7- = -1,329 [250,84 + 122,62]
ΦQbd7- = -496,33 kN

Momento Positivo ΦMb7+ = 1,329 [126,05 x (1,43 + 1,94 + 1,06) + 23,95 x (10,47 + 1,83)]
ΦMb7+ = 1,329 [558,40 + 294,58]
ΦMb7+ = +1133,61 kN

Negativo ΦMb7- = -1,329 [126,05 x (1,14 + 1,16 + 1,09) + 23,95 x (1,64 +12,76 + 0,53)]
ΦMb7- = -1,329 [427,31 + 357,57]
ΦMb7- = -1043,10 kN

SEÇÃO: S8

Cortante Positivo ΦQbd8+ = +1,329 [126,05 x (0,19 + 0,31 + 0,17) + 23,95 x (1,12 + 0,16 + 0,21)]
ΦQbd8+ = +1,329 [84,45 + 35,69]
ΦQbd8+ = +159,67 kN

Negativo ΦQbd8- = -1,329 [126,05 x (0,65 + 0,76 + 0,86) + 23,95 x (4,65 + 1,45 + 0,06)]
ΦQbd8- = -1,329 [286,13 + 147,53]
ΦQbd8- = -576,33 kN

49
Momento Positivo ΦMb8+ = 1,329 [126,05 x (0,54 + 0,89 + 1,36) + 23,95 x (5,62 + 2,08)]
ΦMb8+ = 1,329 [351,68 + 184,41]
ΦMb8+ = +712,46 kN

Negativo ΦMb8- = -1,329 [126,05 x (1,30 + 1,32 + 1,25) + 23,95 x (0,23 + 14,58 + 0,61)]
ΦMb8- = -1,329 [487,81 + 369,31]
ΦMb8- = -1139,11 kN

SEÇÃO: S9

Cortante Positivo ΦQbd9+ = +1,329 [126,05 x (0,19 + 0,31 + 0,17) + 23,95 x (1,12 + 0,04 + 0,21)]
ΦQbd9+ = +1,329 [84,45 + 32,81]
ΦQbd9+ = +155,84 kN

Negativo ΦQbd9- = -1,329 [126,05 x (0,75 + 0,85 + 0,94) + 23,95 x (5,78 + 1,45 + 0,06)]
ΦQbd9- = -1,329 [320,17 + 174,60]
ΦQbd9- = -657,55 kN

Momento Positivo ΦMb9+ = 1,329 [126,05 x (0,26 + 0,29 + 0,28) + 23,95 x (1,19 + 1,20 + 2,34)]
ΦMb9+ = 1,329 [104,62 + 113,28]
ΦMb9+ = +289,59 kN

Negativo ΦMb9- = -1,329 [126,05 x (1,46 + 1,49 + 1,41) + 23,95 x (2,03 + 16,41 + 0,69)]
ΦMb9- = -1,329 [549,58 + 458,16]
ΦMb9- = -1339,29 kN

SEÇÃO: S10

Cortante Positivo ΦQbd10+ = +1,329 [126,05 x (0,19 + 0,31 + 0,17) + 23,95 x (1,12 + 0,21)]
ΦQbd10+ = +1,329 [84,45 + 31,85]
ΦQbd10+ = +154,56 kN

Negativo ΦQbd10- = -1,329 [126,05 x (0,83 + 0,93 + 1,00) + 23,95 x (7,00 + 1,45 + 0,06)]
ΦQbd10- = -1,329 [347,90 + 203,81]
ΦQbd10- = -733,22 kN

Momento Positivo ΦMb10+ = 1,329 [126,05 x (0,45 + 0,72 + 0,38) + 23,95 x (2,60 + 2,61)]
ΦMb10+ = 1,329 [195,38 + 124,78]
ΦMb10+ = +425,49 kN

Negativo ΦMb10- = -1,329 [126,05 x (1,63 + 1,65 + 1,56) + 23,95 x (8,86 + 18,23 + 0,76)]
ΦMb10- = -1,329 [610,08 + 667,01]
ΦMb10- = -1697,25 kN

50
SEÇÃO: S11

Cortante Positivo ΦQbd11+ = +1,329 [126,05 x (0,93 + 0,86 + 0,77) + 23,95 x (0,64 + 7,26 + 0,19)]
ΦQbd11+ = +1,329 [322,69 + 193,76]
ΦQbd11+ = +686,36 kN

Negativo ΦQbd11- = -1,329 [126,05 x (0,07 + 0,08 + 0,08) + 23,95 x (0,19 + 0,06 + 0,64)]
ΦQbd11- = -1,329 [28,99 + 21,32]
ΦQbd11- = -66,86 kN

Momento Positivo ΦMb11+ = 1,329 [126,05 x (0,39 + 0,63 + 0,33) + 23,95 x (2,26 + 1,74 + 1,46)]
ΦMb11+ = 1,329 [170,17 + 130,77]
ΦMb11+ = +399,95 kN

Negativo ΦMb11- = -1,329 [126,05 x (0,91 + 0,95 + 0,86) + 23,95 x (7,71 + 5,40 + 0,43)]
ΦMb11- = -1,329 [342,86 + 324,28]
ΦMb11- = -886,62 kN

SEÇÃO: S12

Cortante Positivo ΦQbd12+ = +1,329 [126,05 x (0,84 + 0,75 + 0,66) + 23,95 x (0,64 + 5,67 + 0,19)]
ΦQbd12+ = +1,329 [283,61 + 155,67]
ΦQbd12+ = +583,80 kN

Negativo ΦQbd12- = -1,329 [126,05 x (0,02 + 0,08 + 0,16) + 23,95 x (0,19 + 0,27 + 0,64)]
ΦQbd12- = -1,329 [32,77 + 26,34]
ΦQbd12- = -78,56 kN

Momento Positivo ΦMb12+ = 1,329 [126,05 x (0,87 + 1,68 + 1,14) + 23,95 x (1,92 + 7,85 + 0,31)]
ΦMb12+ = 1,329 [465,12 + 241,42]
ΦMb12+ = +938,99 kN

Negativo ΦMb12- = -1,329 [126,05 x (0,78 + 0,81 + 0,73) + 23,95 x (6,58 + 0,16 + 0,09)]
ΦMb12- = -1,329 [292,44 + 163,58]
ΦMb12- = -606,05 kN

SEÇÃO: S13

Cortante Positivo ΦQbd13+ = +1,329 [126,05 x (0,73 + 0,64 + 0,54) + 23,95 x (0,64 + 4,26 + 0,19)]
ΦQbd13+ = +1,329 [240,76 + 121,91]
ΦQbd13+ = +481,99 kN

Negativo ΦQbd13- = -1,329 [126,05 x (0,10 + 0,18 + 0,26) + 23,95 x (0,19 + 0,64 + 0,64)]
ΦQbd13- = -1,329 [68,07 + 35,21]
ΦQbd13- = -137,26 kN

51
Momento Positivo ΦMb13+ = 1,329 [126,05 x (1,54 + 2,36 + 1,80) + 23,95 x (1,59 + 15,80 + 0,24)]
ΦMb13+ = 1,329 [718,48 + 422,24]
ΦMb13+ = +1140,72 kN

Negativo ΦMb13- = -1,329 [126,05 x (0,64 + 0,67 + 0,60) + 23,95 x (5,42 + 0,82)]
ΦMb13- = -1,329 [240,76 + 149,45]
ΦMb13- = -518,59 kN

SEÇÃO: S14

Cortante Positivo ΦQbd14+ = +1,329 [126,05 x (0,62 + 0,52 + 0,42) + 23,95 x (0,64 + 3,03 + 0,19)]
ΦQbd14+ = +1,329 [196,63 + 92,45]
ΦQbd14+ = +384,19 kN

Negativo ΦQbd14- = -1,329 [126,05 x (0,19 + 0,28 + 0,38) + 23,95 x (0,19 + 1,23 + 0,64)]
ΦQbd14- = -1,329 [107,14 + 49,34]
ΦQbd14- = -207,96 kN

Momento Positivo ΦMb14+ = 1,329 [126,05 x (2,03 + 2,81 + 2,18) + 23,95 x (1,25 + 20,66 + 0,58)]
ΦMb14+ = 1,329 [884,87 + 538,63]
ΦMb14+ = +1423,50kN

Negativo ΦMb14- = -1,329 [126,05 x (0,51 + 0,53 + 0,48) + 23,95 x (4,28 + 1,99)]
ΦMb14- = -1,329 [191,60 + 150,17]
ΦMb14- = -454,21 kN

SEÇÃO: S15

Cortante Positivo ΦQbd15+ = +1,329 [126,05 x (0,50 + 0,40 + 0,30) + 23,95 x (0,64 + 2,03 + 0,19)]
ΦQbd15+ = +1,329 [151,26 + 68,50]
ΦQbd0+ = +292,06 kN

Negativo ΦQbd15- = -1,329 [126,05 x (0,30 + 0,40 + 0,50) + 23,95 x (0,19 + 2,03 + 0,64)]
ΦQbd15- = -1,329 [151,26 + 68,50]
ΦQbd15- = -292,06kN

Momento Positivo ΦMb15+ = 1,329 [126,05 x (2,26 + 2,97 + 2,26) + 23,95 x (0,92 + 22,28 + 0,92)]
ΦMb15+ = 1,329 [944,11 + 577,67]
ΦMb15+ = +2022,44 kN

Negativo ΦMb15- = -1,329 [126,05 x (0,37 + 0,38 + 0,35) + 23,95 x (3,13 + 3,13)]
ΦMb15- = -1,329 [138,65 + 149,93]
ΦMb15- = -383,52 kN

52
0.00
500.00

-2000.00
-1500.00
-1000.00
-500.00
1000.00
1500.00
2000.00
2500.00
-1000.00
-800.00
-600.00
-400.00
-200.00
0.00
200.00
400.00
600.00
800.00
0.00
0.00 0.00 -497.95 0.00
-848.57 0.00 -734.60 5.60 0.00
-1145.64 -1145.64 -898.70 0.00
-1746.54 841.41 -142.81 8.46 689.34
-1268.98 1148.44 -121.59 462.13
-1143.86 1436.32 -180.58 10.98 376.86
-1018.42 1608.95 -257.76 299.69
-891.29 1608.30 -334.06 13.50 232.34
-947.42 714.54 -400.27 169.12
-1043.10 1133.61 -496.33 16.02 166.98
-1139.11 712.46 -576.33 159.67
-1339.29 289.59 -657.55 18.54 155.84
-1697.25 425.49 -733.22 154.56
-886.62 399.95 21.60
-66.86 686.36
-606.05 938.99 -78.56 583.80

φM+
φQ+
-518.59 1140.72 -137.26 25.20 481.99
-454.21 1423.50 -207.96 384.19
-383.52 2022.44 -292.06 28.80 292.06
-454.21 1423.50 -207.96 384.19
-518.59 1140.72

φQ-
-137.26 32.40 481.99

φM-
-606.05 938.99 -78.56 583.80
-886.62 399.95 36.00
-66.86 686.36
Envoltória de Cortante

-1697.25 425.49 -733.22 154.56


-1339.29 289.59 -657.55 39.06 155.84

Envoltória de Momento Fletor


-1139.11 712.46 -576.33 159.67
-1043.10 1133.61 -496.33 41.58 166.98
-947.42 714.54 -400.27 169.12
-891.29 1608.30 -334.06 44.10 232.34
-1018.42 1608.95 -257.76 299.69
-1143.86 1436.32 -180.58 46.62 376.86
4.5.1. DIAGRAMAS DAS ENVOLTÓRIAS DE MOMENTO E CORTANTE

-1268.98 1148.44 -121.59 462.13


-1746.54 841.41 -142.81 49.14 689.34
-1145.64 -1145.64 -898.70 0.00
-848.57 0.00 -734.60 52.00 0.00
0.00 0.00 -497.95 0.00
57.60

53
5. EFEITO DA TEMPERATURA

Ao prever-se as ações ocasionadas pelas condições térmicas referentes ao local de


implantação da obra, considera-se uma variação uniforme da temperatura para estrutura causada
globalmente pela variação de temperatura da atmosfera e insolação direta.
A variação uniforme de temperatura produz efeitos sobre a estrutura, gerando variação de
comprimento e o encurvamento longitudinal do vão devido ao gradiente térmico ao longo da
altura da seção transversal.
Em estruturas hiperestáticas, vínculos redundantes impedem as deformações,
ocasionando assim, solicitações e tensões adicionais, logo faz-se necessário calcular tais parcelas
decorrentes da variação térmica que solicitam a estrutura da ponte.

5.1. MESA COLABORANTE


Para tanto, faz-se necessário o cálculo da mesa colaborante da seção de concreto de uma
longarina, conforme as recomendações prescritas na NBR 6118. A largura da mesa colaborante é
definida pela norma conforme o item 14.6.2.2 como esquematizado na figura a seguir:

Figura 69. Instruções para cálculo da mesa colaborante, NBR 6118.

A distância a indicada acima é definida em função do comprimento l do tramo


considerado, como se apresenta a seguir:

54
Figura 70. Instruções para cálculo da mesa colaborante, NBR 6118.

Considerar-se-á a simplificação de uma mesa colaborante válida a todas as seções da


ponte sob a condição de que se utilize a mesa do vão que apresente momento positivo e que seja
a menor mesa. Para tal, serão consideradas as seções de meio de vão respectivas a cada vão da
ponte, já que apresentam momento positivo. Assim, para os três vãos da ponte, tem-se a mesma
seção transversal, indicada a seguir:

Figura 71. Seção transversal do meio do vão dos vãos 1,2 e 3 da ponte.

Dessa forma, define-se a largura da mesa colaborante de cada vão:

Tabela 3. Cálculo da largura bf da mesa colaborante.

VÃO 1 = VÃO 3 VÃO 2

l = 1260cm l = 1800cm
a = 0,75l = 945cm a = 0,75l = 1350cm
c = 15cm c = 15cm
bw = 35cm bw = 35cm
b2 = 495cm b2 = 495cm
b4 = 200m b4 = 200cm

b1 ≤ 0,5b2 = 248cm b1 = 94,5cm b1 ≤ 0,5b2 = 248cm b1 = 135cm


b1 ≤ 0,1a = 94,5cm b1 ≤ 0,1a = 135cm

b3 ≤ b4 = 200cm b3 = 94,5cm b3 ≤ b4 = 200cm b3 = 135cm


b3 ≤ 0,1a = 94,5cm b3 ≤ 0,1a = 135cm

bf = b3+bw+c+b1 bf = 239cm bf = b3+bw+c+b1 bf = 320cm

55
A mesa obtida para os vãos 1 e 3 apresenta menor largura, portanto, considerada a mesa
colaborante, fica definida a seção da longarina como:

Figura 72. Seção da longarina com mesa colaborante da laje.

5.2. GRADIENTE TÉRMICO


Conforme a antiga NBR 7187 – Projeto de pontes de concreto armado e de concreto
protendido (1987), deve ser considerada uma distribuição de temperatura ao longo da altura de
cada seção transversal da ponte, simplificada aqui pela seção única apresentada anteriormente.
Tal distribuição e respectivos valores são definidos como indicado na figura a seguir:

Figura 73. Distribuição de temperatura ao longo da altura da seção.

Como a seção da longarina possui altura h= 1,50m, são adotados, T1= 13,5°C, T2= 3,0°C
e T3= 2,5°C. As alturas h1, h2, h3 serão adotadas posteriormente às simplificações seguintes.

56
A NBR 6118 afirma que: “Nos elementos estruturais em que a temperatura possa ter
distribuição significativamente diferente da uniforme, devem ser conservados os efeitos dessa
distribuição. Na falta de dados mais precisos, pode ser admitida uma variação linear entre os
valores de temperatura adotados, desde que a variação de temperatura considerada entre uma face
e outra da estrutura não seja inferior a 5°C”. Ressalva-se que essa nova distribuição linear da
temperatura deve produzir momentos fletores equivalentes.

Figura 74. Linearização da variação de temperatura.

A fim de simplificar os cálculos, será feita aqui a linearização da distribuição de


temperatura antes apresentada, dessa forma, será possível trabalhar com uma distribuição linear
de temperatura para cálculo das solicitações. Para isso, serão realizadas a generalização da seção
e a equivalência de flexões para as distribuições linear e não-linear.

Primeiramente, convenciona-se uma seção genérica equivalente a seção da longarina. No


caso mais frequente de seções com altura superior a 0,80m, admitindo-se h3=15cm, a seção em
questão (viga retangular com mesa colaborante), pode ser simplificada à seção mostrada a seguir.

Figura 75. Simplificação da seção da longarina.

57
Dessa forma, tem-se a seção:

Figura 76. Seção genérica simplificada para seção da longarina.

Tendo como características desta seção:

ys  0, 439m
yi  1, 061m
I  0, 202m4

Considerando a equivalência de efeitos de flexão, a NBR 7197 define, para a


determinação das solicitações, que a distribuição de temperatura pode ser linearizada pela
expressão:

___ y
y s
T ( y)  I yi
b ( y ) T ( y )  y  dy

y  ordenada no eixo y referente a altura da seção


b  largura da seção na ordenada y
T  temperatura na ordenada y da distribuição não  linear
___

T  temperatura na ordenada y da distribuição linear


A integral apresentada no segundo membro da equação acima pode ser resolvida
decompondo verticalmente a seção em trapézios. Para cada trecho genérico trapezoidal é possível
calcular literalmente a integral utilizando como limites de integração a largura superior e inferior
do trapézio do respectivo trecho, no qual pode se obter uma expressão analítica. Ao final, o
somatório das integrais calculadas para todos os trechos trapezoidais deve equivaler a integral ao
longo da altura total da seção.

58
Figura 77. Cálculo da integral para um trapézio.

Dessa forma, através do desenvolvimento analítico das integrais, pode-se chegar a uma
expressão aproximada que descreve o somatório das integrais da decomposição trapezoidal da
seção.

 45 bsup  ys  6 binf  yi 
ys

 b( y) T ( y)  y  dy  
 yi
32 

Resolvida a integral, pode-se agora obter as temperaturas nas fibras superior e inferior
para a distribuição linear da temperatura:

ys  45 bsup  ys  6 binf  yi 
Ts 
I  32 

0, 439  45  2,39  0, 439  6  0,35 1, 061 


Ts    3, 055C
0, 202  32

yi  45 bsup  ys  6 binf  yi 
Ti  
I  32 

1, 061  45  2,39  0, 439  6  0,35 1, 061 


Ts     7,384C
0, 202  32

Logo, a variação de temperatura será de:

T  Ts  Ti  10, 4C

Como a variação de temperatura entre uma face e outra da estrutura é superior a 5°C, é
válida a linearização.

59
Assim, obtém-se o gradiente de temperatura e fica representada a distribuição linear da
temperatura:

T 10, 439
grad (T )    6,96 C
H 1,50 m

Figura 78. Distribuição linearizada de temperatura.

5.3. DIAGRAMAS DE ESFORÇOS SOLICITANTES


Ao modelar a estrutura sob ação da variação da temperatura no software Ftool, é possível
obter os diagramas de solicitantes decorrentes desta ação.

Figura 79. Variação de temperatura ao longo da estrutura.

Conforme a NBR 7197 e NBR 6118, para a análise linear global, os diagramas serão
obtidos considerando-se a inércia da seção bruta no estádio I com mesa colaborante, obtida no
item anterior, e o módulo de elasticidade a secante. O coeficiente de dilatação térmica é de
  105 / C .

60
Para o cálculo do módulo de elasticidade a secante, considera-se aqui o coeficiente  E ,

relativo ao agregado, como 1,0, e o fck= 35MPa para o concreto da supraestrutura, conforme
definido no projeto. Assim:

Ecs   i  Eci
fck
 i  0,8  0, 2 
80
Eci   E  5600 fck

35
 i  0,8  0, 2   0,8875
80
Eci  1, 0  5600  35  33130MPa
Ecs  0,8875  33130  29403MPa

Definidas as propriedades da seção e dos materiais, obtém-se os diagramas a seguir.

Figura 81. Reações nos apoios.

Figura 80. Diagrama de esforço normal.

Figura 82. Diagrama de esforço cortante.

61
Figura 83. DMF - Diagrama de Momento Fletor.

6. RESUMO DOS ESFORÇOS FINAIS

6.1 CARGAS MÓVEIS


Momentos fletores mínimos e máximos Esforços cortantes máximos e mínimos
Abscissa ΦM (-) ΦQ (-) ΦQ (+)
Seção (m) (kN.m) ΦM (+) (kN.m) Seção Abscissa (m) (kN) (kN)
0.00 0.00
ext,e 4.00 0.00 0.00 ext,e 4.00 -497.95 0.00
1/2,e 5.60 -848.57 0.00 1/2,e 5.60 -734.60 0.00
S0 7.20 -1145.64 0.00 S0 7.20 -898.70 0.00
S1 8.46 -1746.54 841.41 S1 8.46 -142.81 689.34
S2 9.72 -1268.98 1148.44 S2 9.72 -121.59 462.13
S3 10.98 -1143.86 1436.32 S3 10.98 -180.58 376.86
S4 12.24 -1018.42 1608.95 S4 12.24 -257.76 299.69
S5 13.50 -891.29 1608.30 S5 13.50 -334.06 232.34
S6 14.76 -947.42 714.54 S6 14.76 -400.27 169.12
S7 16.02 -1043.10 1133.61 S7 16.02 -496.33 166.98
S8 17.28 -1139.11 712.46 S8 17.28 -576.33 159.67
S9 18.54 -1339.29 289.59 S9 18.54 -657.55 155.84
S10 19.80 -1697.25 425.49 S10 19.80 -733.22 154.56
S11 21.60 -886.62 399.95 S11 21.60 -66.86 686.36
S12 23.40 -606.05 938.99 S12 23.40 -78.56 583.80
S13 25.20 -518.59 1140.72 S13 25.20 -137.26 481.99
S14 27.00 -454.21 1423.50 S14 27.00 -207.96 384.19
S15 28.80 -383.52 2022.44 S15 28.80 -292.06 292.06
S16 30.60 -454.21 1423.50 S16 30.60 -207.96 384.19
S17 32.40 -518.59 1140.72 S17 32.40 -137.26 481.99
S18 34.20 -606.05 938.99 S18 34.20 -78.56 583.80
S19 36.00 -886.62 399.95 S19 36.00 -66.86 686.36
S20 37.80 -1697.25 425.49 S20 37.80 -733.22 154.56
S21 39.06 -1339.29 289.59 S21 39.06 -657.55 155.84
S22 40.32 -1139.11 712.46 S22 40.32 -576.33 159.67

62
S23 41.58 -1043.10 1133.61 S23 41.58 -496.33 166.98
S24 42.84 -947.42 714.54 S24 42.84 -400.27 169.12
S25 44.10 -891.29 1608.30 S25 44.10 -334.06 232.34
S26 45.36 -1018.42 1608.95 S26 45.36 -257.76 299.69
S27 46.62 -1143.86 1436.32 S27 46.62 -180.58 376.86
S28 47.88 -1268.98 1148.44 S28 47.88 -121.59 462.13
S29 49.14 -1746.54 841.41 S29 49.14 -142.81 689.34
S30 50.40 -1145.64 0.00 S30 50.40 -898.70 0.00
1/2,d 52.00 -848.57 0.00 1/2,d 52.00 -734.60 0.00
ext,d 53.60 0.00 0.00 ext,d 53.60 -497.95 0.00
57.60 57.60

6.2. CARREGAMENTO PERMANENTE

MF para carga G1 EC para carga G1 MF para carga G2 EC para carga G2


Abscissa MF Abscissa Abscissa MF Abscissa
Seção (m) (kN.m) Seção (m) EC (kN) Seção (m) (kN.m) Seção (m) EC (kN)
0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 146.50
ext,e 4.00 0.00 ext,e 4.00 0.00 ext,e 4.00 0.00 ext,e 4.00 -146.50
1/2,e 5.60 -233.08 ext,e 4.00 -110.00 1/2,e 5.60 -257.80 1/2,e 5.60 -175.70
S0 7.20 -590.23 1/2,e 5.60 -181.34 S0 7.20 -562.40 S0 7.20 -205.00
S1 8.46 -289.15 S0 7.20 -265.90 S1 8.46 -411.90 S0 7.20 130.90
S2 9.72 -70.34 S0 7.20 272.59 S2 9.72 -290.40 S1 8.46 107.90
S3 10.98 76.16 S1 8.46 205.30 S3 10.98 -197.90 S2 9.72 84.90
S4 12.24 139.15 S2 9.72 144.36 S4 12.24 -134.30 S3 10.98 61.90
S5 13.50 125.00 S3 10.98 88.18 S5 13.50 -99.80 S4 12.24 38.90
S6 14.76 40.05 S4 12.24 16.86 S6 14.76 -94.30 S5 13.50 15.90
S7 16.02 -122.05 S5 13.50 -39.33 S7 16.02 -117.70 S6 14.76 -7.10
S8 17.28 -367.65 S6 14.76 -95.51 S8 17.28 -170.10 S7 16.02 -30.10
S9 18.54 -685.57 S7 16.02 -166.83 S9 18.54 -251.60 S8 17.28 -53.10
S10 19.80 -1085.75 S8 17.28 -223.02 S10 19.80 -362.00 S9 18.54 -76.10
S11 21.60 -393.62 S9 18.54 -283.96 S11 21.60 -95.80 S10 19.80 -99.10
S12 23.40 139.46 S10 19.80 -351.24 S12 23.40 111.30 S10 19.80 164.30
S13 25.20 527.89 S10 19.80 432.51 S13 25.20 259.20 S11 21.60 131.50
S14 27.00 753.68 S11 21.60 337.27 S14 27.00 348.00 S12 23.40 98.60
S15 28.80 825.91 S12 23.40 255.93 S15 28.80 377.50 S13 25.20 65.70
S16 30.60 753.68 S13 25.20 175.66 S16 30.60 348.00 S14 27.00 32.90
S17 32.40 527.89 S14 27.00 80.26 S17 32.40 259.20 S15 28.80 0.00
S18 34.20 139.45 S15 28.80 0.00 S18 34.20 111.30 S16 30.60 -32.90
S19 36.00 -393.62 S16 30.60 -80.26 S19 36.00 -95.80 S17 32.40 -65.70

63
S20 37.80 -1085.75 S17 32.40 -175.66 S20 37.80 -362.00 S18 34.20 -98.60
S21 39.06 -685.57 S18 34.20 -255.93 S21 39.06 -251.60 S19 36.00 -131.50
S22 40.32 -367.65 S19 36.00 -337.27 S22 40.32 -170.10 S20 37.80 -164.30
S23 41.58 -122.05 S20 37.80 -432.51 S23 41.58 -117.70 S20 37.80 99.10
S24 42.84 40.05 S20 37.80 351.24 S24 42.84 -94.30 S21 39.06 76.10
S25 44.10 125.00 S21 39.06 283.96 S25 44.10 -99.80 S22 40.32 53.10
S26 45.36 139.15 S22 40.32 223.02 S26 45.36 -134.30 S23 41.58 30.10
S27 46.62 76.16 S23 41.58 166.83 S27 46.62 -197.90 S24 42.84 7.10
S28 47.88 -70.34 S24 42.84 95.51 S28 47.88 -290.40 S25 44.10 -15.90
S29 49.14 -289.15 S25 44.10 39.33 S29 49.14 -411.90 S26 45.36 -38.90
S30 50.40 -590.23 S26 45.36 -16.86 S30 50.40 -562.40 S27 46.62 -61.90
1/2,d 52.00 -233.08 S27 46.62 -88.18 1/2,d 52.00 -257.80 S28 47.88 -84.90
ext,d 53.60 0.00 S28 47.88 -144.36 ext,d 53.60 0.00 S29 49.14 -107.90
57.60 0.00 S29 49.14 -205.30 57.60 0.00 S30 50.40 -130.90
S30 50.40 -272.59 S30 50.40 205.00
S30 50.40 265.90 1/2,d 52.00 175.70
1/2,d 52.00 181.34 ext,d 53.60 146.50
ext,d 53.60 110.00 57.60 -146.50
ext,d 53.60 0.00
57.60 0.00

6.3. TEMPERATURA

Momentos fletores mínimos e máximos


Seção Abscissa (m) EN (kN) MF (kN.m) EC (kN)
0.00 -1.10 0.0 0.00
ext,e 4.00 -1.10 0.0 0.00
1/2,e 5.60 -1.10 0.0 0.00
S0 7.20 -1.10 0.0 0.00
S0 7.20 - - 38.00
S1 8.46 -1.10 47.9 38.00
S2 9.72 -1.10 95.8 38.00
S3 10.98 -1.10 143.7 38.00
S4 12.24 -1.10 191.6 38.00
S5 13.50 -1.10 239.6 38.00
S6 14.76 -1.10 287.5 38.00
S7 16.02 -1.10 335.4 38.00
S8 17.28 -1.10 383.3 38.00
S9 18.54 -1.10 431.2 38.00
S10 19.80 -1.10 479.1 38.00
S10 19.80 - - 0.00
S11 21.60 -1.10 479.1 0.00

64
S12 23.40 -1.10 479.1 0.00
S13 25.20 -1.10 479.1 0.00
S14 27.00 -1.10 479.1 0.00
S15 28.80 -1.10 479.1 0.00
S16 30.60 -1.10 479.1 0.00
S17 32.40 -1.10 479.1 0.00
S18 34.20 -1.10 479.1 0.00
S19 36.00 -1.10 479.1 0.00
S20 37.80 -1.10 479.1 0.00
S20 37.80 - - -38.00
S21 39.06 -1.10 431.2 -38.00
S22 40.32 -1.10 383.3 -38.00
S23 41.58 -1.10 335.4 -38.00
S24 42.84 -1.10 287.5 -38.00
S25 44.10 -1.10 239.6 -38.00
S26 45.36 -1.10 191.6 -38.00
S27 46.62 -1.10 143.7 -38.00
S28 47.88 -1.10 95.8 -38.00
S29 49.14 -1.10 47.9 -38.00
S30 50.40 -1.10 0.0 -38.00
S30 50.40 - - 0.00
1/2,d 52.00 -1.10 0.0 0.00
ext,d 53.60 -1.10 0.0 0.00
57.60 -1.10 0.0 0.00

65

Você também pode gostar