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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA
BACHARELADO EM ENGENHARIA NAVAL

ARTHUR ANDREVY RODRIGUES CARDOSO


LUCAS CORDILHO DO VALE
MARIA CLARA FERREIRA DA SILVA
PEDRO CARDOSO AZEVEDO
SAMUEL MONTEIRO DA SILVA BASTOS
YUZO HENRIQUE LEONEL SACRAMENTO

TRABALHO DE PESQUISA: EMBARCAÇÕES DE PASSAGEIRO

BELÉM
2024
ARTHUR ANDREVY RODRIGUES CARDOSO
LUCAS CORDILHO DO VALE
MARIA CLARA FERREIRA DA SILVA
PEDRO CARDOSO AZEVEDO
SAMUEL MONTEIRO DA SILVA BASTOS
YUZO HENRIQUE LEONEL SACRAMENTO

TRABALHO DE PESQUISA: EMBARCAÇÕES DE PASSAGEIROS

Trabalho elaborado a fim da obtenção de


nota parcial na disciplina de introdução à
engenharia naval, Universidade Federal
do Pará, instituto de tecnologia, faculdade
de engenharia naval.

Coordenador: Prof. Yuri Victor Remigio


Guedes

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BELÉM
2024
ARTHUR ANDREVY RODRIGUES CARDOSO
CORDINHO DO VALE
MARIA CLARA FERREIRA DA SILVA
PEDRO CARDOSO AZEVEDO
SAMUEL MONTEIRO DA SILVA BASTOS
YUZO HENRIQUE LEONEL SACRAMENTO

TRABALHO DE PESQUISA:

Trabalho apresentado para obtenção de nota


parcial na disciplina de introdução à engenharia
naval, universidade federal do Pará, instituto de
tecnologia, faculdade de engenharia naval.

Data de aprovação: __/__/____

Banca Examinadora:

Prof. Yuri Victor Remigio Guedes (UFPA)

3
RESUMO

O presente trabalho busca discutir e apresentar informações e inovações no âmbito


das embarcações de passageiro, no qual estão presentes iates, lanchas, veleiros,
cruzeiros, ferry boat e outras embarcações regionais. São abertos tópicos que
desenvolvem desde o projeto físico até as funcionalidades presentes em cada um, já
que as características mais importantes são exemplificadas durante a elaboração
das ideias, entre elas estão da navegabilidade, conforto e, principalmente, sua
utilidade civil e na área de pesquisa científica.

Palavras-chave: Embarcação. Projeto. Funcionalidades. Pesquisa.

4
ABSTRATE

This work seeks to discuss and present information and innovations in the field of
passenger vessels, which include yachts, speedboats, sailboats, cruise ships, ferry
boats and other regional vessels. Topics that range from the physical design to the
functionalities present in each one are open, as the most important characteristics
are exemplified during the elaboration of the ideas, including navigability, comfort
and, mainly, their civil utility and in the research area. scientific.

Keywords: Vessel. Project. Functionalities. Search.

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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................8
1.1. OBJETIVOS GERAIS......................................................................................8
1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS...........................................................................8
2. METODOLOGIA.....................................................................................................8
3. LANCHAS...............................................................................................................8
3.1. PROJETO E DESIGN DELANCHAS..............................................................9
3.2. TECNOLOGIAS DE CONSTRUÇÃO NAVAL PARA LANCHAS.................11
3.3. CONFORTO E AMENIDADES EM LANCHAS..............................................12
3.4. SUSTENTABILIDADE E IMPACTOS AMBIENTAIS.....................................15
3.5. TENDÊNCIAS E INOVAÇÕES NA INDÚSTRIA NAVAL DE LANCHAS......16
4. CRUZEIROS.........................................................................................................17
4.1. HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DOS NAVIOS DE CRUZEIRO............................17
4.2. LAYOUT........................................................................................................19
4.3. DESIGN ARQUITETÔNICO..........................................................................20
4.3.1. Estrutura interna e externa.....................................................................21
4.4. TIPOS DE NAVIO DE CRUZEIRO.................................................................21
4.5. ECONOMIA E MERCADO DE CRUZEIRO...................................................22
5. VELEIROS............................................................................................................23
5.1. HISTÓRICO....................................................................................................23
5.2. FÍSICA APLICADA A ENGENHARIA DO VELEIRO.....................................23
5.2.1. Aerodinâmica...........................................................................................24
5.2.2. Hidrostática............................................................................................. 24
5.3. INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS....................................................................25
5.4. VELEIROS AUTONÔMOS.............................................................................25
6. IATES....................................................................................................................27
6.1. MERCADO DE IATES E SUA RELAÇÃO COM A SUSTENTABILIDADE...28
6.2. INOVAÇÕES E DESIGNS DE IATES............................................................30
6.3. O MAIOR IATE DO MUNDO..........................................................................31
6.4. CONSTRUÇÃO NAVAL NO BRASIL............................................................32
7. FERRY-BOAT........................................................................................................33
6
7.1. TURISMO......................................................................................................34
7.2. DESIGN E CONSTRUÇÃO...........................................................................34
7.2.1. Projeto de ferry boat...............................................................................34
7.3. SEGURANÇA MARÍTIMA.............................................................................35
7.4. ACESSIBILIDADE.........................................................................................36
7.4.1. Normas....................................................................................................36
8. POPOPÔ...............................................................................................................37
8.1. DESIGN E CONSTRUÇÃO..........................................................................37
8.2. IMPACTOS AMBIENTAIS E SUSTENTABILIDADE....................................38
8.3. RISCOS RELACIONADOS A EMBARCAÇÃO...........................................39
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................40

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1. INTRODUÇÃO:
Desde a antiguidade, a humanidade usa de embarcações para desenvolver
atividades das mais diversas esferas. Com o passar do tempo e o avanço das
ciências náuticas, houve inovações tecnológicas que proporcionaram o surgimento
de novos tipos de transportes marítimos, os quais atendem demandas sociais,
econômicas e ambientais. Por isso, faz-se importante a análise das particularidades
de cada embarcação presente nesse artigo, a fim de compreender seus impactos
nos âmbitos mundial, nacionais, regionais e locais.

1.1. Objetivo Geral:

Juntar informações sobre embarcações de passageiros visando buscar


conhecimentos gerais do assunto e específicos, segundo usuários e especialistas.

1.2. Objetivos Específicos:

- Identificar o método de pesquisa mais adequado.

- Detectar critérios importantes para o processo de pesquisa.

- Criar a melhor forma de organização estrutural de texto.

- Verificar uma possibilidade melhor qualificada.

- Identificar os critérios de maior relevância nas informações de embarcações no


transporte hidroviários de passageiros.

2. METODOLOGIA:
Para o desenvolvimento desse trabalho foi escolhido o seguinte
método: a pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa. Através de sites,
artigos e normas foi identificado o objeto de estudo e analisado. Com a bibliografia
realizada, desenvolveu-se a sua caracterização e dissertação. As pesquisas
qualitativas ajudaram a compreender as embarcações tripuladas chamado que a
partir de sua versatilidade e vantagens é possível entender o porquê de sua
utilização em grande escala na indústria naval mundial.
3. LANCHAS:
Uma lancha é uma embarcação de pequeno porte, movida por motor a
combustão interna ou elétrico, utilizada principalmente para fins de lazer e esportes
náuticos. As lanchas são conhecidas por sua velocidade e agilidade, o que as torna
ideais para atividades como pesca esportiva, passeios em família e prática de
esportes aquáticos.
8
As lanchas possuem algumas características distintas que as diferenciam de
outras embarcações. Uma das principais características é o seu tamanho, que
geralmente varia de 5 a 15 metros de comprimento. Além disso, as lanchas são
equipadas com motores potentes, capazes de impulsionar a embarcação a altas
velocidades (Figura 1).

Figura 1 - Lancha

Engenh
aria 360 (2023)

3.1. PROJETO E DESIGN DE LANCHAS:

O projeto [Figura 2] e design de lanchas é um tópico crucial para a unicidade


da embarcação, pois cada propósito, condição do ambiente e preferências do
proprietário alteram a lancha. Um dos aspectos mais fundamentais é o design do
casco, pois o desempenho está relacionado diretamente a isso, pois há diferentes
tipos de cascos, que vão de formato em V, até planos.

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O layout da lancha (Figura 3) é outro tópico a ser considerado, pois a
disposição de espaço do interior da embarcação é definido nele. Sendo assim, qual
material que vai ser usado na produção da lancha é algo a ser levado em conta,
porque os materiais variam de alumínio a fibra de vidro ou materiais compósitos.
Lembrando, cada material tem seus prós e contras, então o projetista deve estar a
parte das especificações das matérias primas.

A escolha do sistema de motorização correta é essencial para o sucesso do


projeto. O consumo de combustível, desempenho da embarcação, capacidade de
carga e as demais particularidades da lancha são aspectos que estão
deliberadamente conectados aos motores. Além disso, o visual da embarcação, se é
esportiva, luxuosa ou elegante, é a parte inicial da escolha da singularidade de um
motor para lanchas.

Figura 2 - Ficha técnica (faz parte da parte de Projeto e Design)

Fonte: Clark Craft (2024)

10
Figura 3 - Arranjo Geral (Projeto e Design)

Fonte: Bibliocad (2020)

3.2. TECNOLOGIAS DE CONSTRUÇÃO NAVAL PARA LANCHA:

A construção naval vem sendo aprimorada constantemente em detrimento


dos avanços tecnológicos, dos materiais, processos de fabricação e design.
Exemplos como fibra de vidro (Figura 4) e materiais compósitos são altamente
usados devido às suas particularidades, como leveza e resistência, onde eles são
moldados para construir um casco e outras partes da embarcação. Em específico,
há uma preferência pela utilização do alumínio nas áreas comerciais e militares, pois
o material promove resistência significativa à corrosão e ambientes marinhos
adversos.

Impressão 3D, modelagem por computador e fabricação digital são métodos


de construção avançada, as quais permitem maior precisão na produção dos
componentes e design, o que reduz tempo e custos. Dessa maneira, as tecnologias
de propulsão, além da estrutura da embarcação, são tão importantes como o
sistema de controle e automação avançada.

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As tecnologias de design desempenham um papel crucial, com softwares
avançados de modelagem computacional e análise estrutural sendo empregados
para aprimorar o desempenho hidrodinâmico da embarcação e assegurar sua
integridade. Adicionalmente, em certos casos, modelos físicos em escala real são
fabricados e testados em tanques ou túneis aerodinâmicos para validar os
resultados das simulações por computador e garantir que o projeto do barco atenda
aos padrões de performance exigidos.

Figura 4 - Fibra de Vidro em Embarcações (Tecnologias de construção Naval)

Fonte: Histórico El Salvador (2020)

3.3. CONFORTO E AMENIDADES EM LANCHAS


Projetar lanchas modernas é um desafio, pois garantir conforto e amenidades
aos passageiros é difícil, o que o cumprimento gera uma experiência excepcional
durante a navegação.

12
Em relação ao conforto, deve-se ter um acolchoamento adequado e suporte
ergonômico nos assentos (Figura 5) que são meticulosamente projetados. Além
disso, a circulação a bordo é importante, porque permite que os passageiros se
movam com a devida liberdade no interior da lancha. Consequentemente, um
indicador de luxo e conforto é os elementos retráteis, como as coberturas, os quais
contribuem para estética e proteção dinâmica contra diversos elementos.

Partindo para as amenidades, os altos falantes são exemplos de sistemas


sonoros de alta fidelidade, com finalidade de entretenimento das pessoas a bordo,
sendo que algumas embarcações oferecem áreas exclusivas, como bares ou
churrasqueiras. Dessa maneira, se há áreas de lazer, há práticas restritas ao
ambiente das embarcações recreativas, como a prática de wakeboard e mergulho
esportivo, ações comuns para as pessoas que frequentam as lanchas de maneira
recorrente. Além disso, lanchas de luxo podem apresentar sistemas de navegação
avançados, telas multifuncionais e até mesmo sistemas de entretenimento
integrados, como televisões de tela plana e consoles de jogos, para oferecer uma
experiência completa aos passageiros.

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Figura 5 - Estofado usado em lanchas. (Conforto e Amenidades)

Fonte: Atlantic Estofados (2023)

14
3.4. SUSTENTABILIDADE E IMPACTOS AMBIENTAIS:
Está sendo providenciado diversas medidas para amenizar os impactos
ambientais gerados pelas lanchas, visando a sustentabilidade e associação de boa
condução mais verde.

Os materiais eco-friendly contribuem para construção sustentável que reduz o


impacto ambiental da fabricação das lanchas, exemplos de matrizes ecológicas são:
madeira certificada sustentável e fibra de vidro reciclada. Além disso, o consumo de
combustível e emissões de poluentes são problemas que podem ser evitados a
partir da priorização da eficiência energética nos projetos das embarcações, tais
como cascos mais aerodinâmicos e sistema de propulsão eficientes.

No momento da operação, os biocombustíveis [Figura 6], exemplos de


combustível alternativo, podem reduzir drasticamente as emissões de gases de
efeito estufa e poluentes. Desse modo, a regularidade de manutenção do sistema de
navegação e mecânico garantem a redução dos impactos ambientais, e isto
associado ao descarte consciente dos resíduos produzidos na embarcação, como
óleos [Figura 7] e produtos, o que evita contaminação da fauna aquática.

As certificações de sustentabilidade reconhecidas internacionalmente e o


compromisso dos operadores e proprietários das lanchas são mecanismos de
garantir a legalidade e conscientização ambiental das pessoas relacionadas às
lanchas, tendo como consequência o aumento da compreensão dos impactos à
natureza acometidos pela navegação recreativa.

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Figura 6 - Biocombustíveis (Sustentabilidade e Impactos Ambientais)

Fonte: UOL (2024)


Figura 7 - Derramamento de óleo no mar (Sustentabilidade e Impactos Ambientais)

Fonte: Envato (2024)

3.5. TENDENCIAS E INOVAÇÕES NA INDÚSTRIA NAVAL DE LANCHAS:

O setor industrial que abrange as embarcações Lanchas está moldando as


tendências e futuro desse meio produtivo. A propulsão elétrica é uma alternativa
sustentável que vem crescendo nos últimos anos. Além disso, as lanchas elétricas
são silenciosas e limpas, pois são comparadas com as que utilizam de motores de
combustão interna que são produtoras de altos ruídos e poluição. Dessa forma, as
formas e materiais de cunho futurista são uma crescente na indústria, pois agora o
foco é combinar a estética alternativa com desempenho, tais como cascos
aerodinâmicos e uso criativo dos compósitos.
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As lanchas autônomas (Figura 8) prometem diversos benefícios como
segurança aprimorada e eficiência operacional, mesmo estando em estágio primário,
elas são um exemplo de modernização do ambiente de embarcações recreativas.
Dessa maneira, a integração de sistemas inteligentes com os de navegação
avançada proporcionam uma imersão tecnológica é uma tendência na indústria
naval.

Fibra de carbono e alumínio de resistência alta são exemplo de compósitos,


materiais usados na construção das lanchas, os quais oferecem leveza e
durabilidade longeva. Em símile, cascos otimizados e propulsões eficientes são uma
maneira de evitar emissões de gases tóxicos e diminuir o consumo de combustível,
pois a questão de eficiência energética é dada como preocupação pelos projetistas.

Portanto, os proprietários das lanchas buscam cada vez mais status, e status
é luxo personalizável, como por exemplo: interiores da embarcação repleto de
modernidade de última geração, e isto gera a exclusividade daquela lancha,
tornando-a única.

4. Cruzeiros:

Os cruzeiros, como será discutido a seguir, são importantíssimos ao turismo


marítimo, por proporcionarem experiencias únicas em mar, rios, oceanos e outros
espaços naturais e movimentam bilhões de dólares todos os anos. Sua principal
característica é oferecer espaços luxuosos com comodidades que tornam a viagem,
em si só, de interesse aos passageiros. Ao passar dos anos o mercado de cruzeiros
tem crescido exponencialmente, culminando na diversificação e inovação das
embarcações e desenvolvimento de novas tecnologias.

4.1. História e Evolução dos Navios de Cruzeiro:

A história dos cruzeiros marítimos como forma de lazer começou no final do


século XIX, quando Albert Ballin teve a brilhante ideia de usar um navio chamado
Augusta Victoria para levar navegantes alemães para conhecerem terras de climas

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ensolarados. Nisso, ele percebeu que seria um potencial mercado lucrativo. Ballin
inaugurou os navios cruzeiros ao criar novos objetivos marítimos aos transatlânticos,
neste caso, idealizou a ampliação da luxuosidade das embarcações em detrimento
da velocidade. Com isso, criou uma experiência única e destinada, principalmente, a
alta classe da sociedade daquela época. A companhia Hapag, onde ele trabalhava,
virou, portanto, pioneira nesse ramo.

No começo do século XX, os luxuosos transatlânticos como o Mauretania


(figura 10) e o Lusitania definiram o padrão de elegância e romance nas viagens
marítimas. Entretanto, o naufrágio do Titanic em 1912 e a eclosão da Primeira
Guerra Mundial prejudicaram o desenvolvimento da indústria de cruzeiros.

Figura 10 - RMS Mauretania

Fonte: Britannica

A Lei Seca nos EUA impulsionou os cruzeiros, permitindo que navios


estrangeiros servissem álcool fora das águas territoriais dos EUA. Além disso, a
Grande Depressão levou à criação de cruzeiros baratos, como os "booze cruises".
Durante a Segunda Guerra Mundial, os navios foram usados para transporte militar.

Após a guerra, a aviação comercial levou ao declínio dos transatlânticos. Nos


anos 1960, surgiram as companhias de cruzeiros modernas, focadas nas Caraíbas e
no entretenimento a bordo. Ademais, a série de tv americana "The Love Boat"
solidificou a imagem dos cruzeiros como férias divertidas e românticas, o que
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popularizou tais embarcações. Desde então, a indústria cresceu constantemente,
com novas companhias e destinos emergindo, com foco na inovação e qualidade
dos serviços.

4.2. Layout:

O cruzeiro é projetado com múltiplos decks no seu meia-nau, assinalado na


(figura 11), que abrigam áreas públicas e permitem acesso às cabines de
passageiros. Tais espaços são idealmente postos de forma a facilitar a circulação
dentro da embarcação, possibilitando o deslocamento dos passageiros às áreas de
entretenimento, restaurantes, piscinas e outras comodidades. Por conseguinte, os
navios modernos possuem, a depender do modelo (grande, médio ou pequeno
porte), cabines situadas de forma padrão, geralmente ao redor da localização central
das áreas de lazer. Além disso, os cruzeiros são equipados com instalações técnicas
de ponta e medidas de segurança rigorosas para garantir uma operação segura e
eficiente. Isso inclui sistemas de propulsão, sistemas de navegação, “Duck tails” ,
estabilizadores, proa bulbosa entre outros, vistos na figura 12:

Figura 11 – Múltiplos decks

Fonte: Bp cruzeiros, 2018.

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Figura 3: sistemas de propulsão, sistemas de navegação, “Duck tails”, estabilizadores, proa bulbosa
entre outros

Fonte: Cruisemapper, 2015.

4.3. Design Arquitetônico:

O design arquitetônico e a decoração dos navios de cruzeiro são muitas


vezes inspirados em temas específicos ou estilos de design, como contemporâneo,
clássico, tropical ou temático. Elementos de design, como cores, texturas, móveis e
obras de arte, são cuidadosamente selecionados para criar uma atmosfera
acolhedora e elegante, como visto na (imagem 12).

Figura 12 - Design arquitetônico

Fonte: Rota de Férias, 2019


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4.3.1. Estrutura Interna e Externa:

Como apresentado anteriormente, as comodidades fazem parte da


experiência proporcionada pelos cruzeiros, portanto, todos os serviços (incluindo
alimentação, hotelaria e lazer) são projetados para oferecer conforto aos
passageiros. As cabines, por exemplo, podem hospedar desde uma pessoa até
suítes de quatro, a depender do modelo da embarcação, o que permite a
privacidade e o suprimento particular das necessidades pessoais. Mais que isso,
diversos cruzeiros incluem planos de comida e bebida “all inclusive”, tirando dos
passageiros preocupações acerca dos gastos dentro do navio. Estão presentes
restaurantes, bistrôs, cafés e buffet, com alimentação de alta qualidade e
gastronomia variada, com pratos internacionais e culinária especializada. Além de
tudo isso, existem diversos espaços de lazer aos tripulantes, seja externamente,
como piscinas e parques aquáticos, como internamente, tal qual cassinos, bares,
discotecas, teatros, cinemas, lojas e áreas esportivas. Tais espaços, além de
entreterem os passageiros, promovem a interação social e experiências únicas
dentro do navio.

4.4 Tipos de Navios de Cruzeiro:

Hoje existem diversos tipos, sendo eles diferenciados com base na


quantidade de pessoas a bordo, luxuosidade, rota e meio fluvial ou oceânico. Navios
de cruzeiros convencionais são os mais comuns e, diferente dos Mega cruzeiros,
transportam uma quantidade moderada de pessoas, possibilitando a navegação em
rotas não usais. Também existem cruzeiros com foco na comodidade dos clientes,
estes, chamados de cruzeiros de luxo, buscam a experiência máxima dos tripulantes
no quesito conforto. Ademais, navios de aventura e de expedição, por exemplo,
percorrem rotas não usuais, geralmente em locais inacessíveis, como cachoeiras e
geleiras. Por fim, os cruzeiros fluviais trafegam em rios. (figura 13)

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Figura 13 - Cruzeiros fluviais

Fonte: Blog Venturas, 2022

4.5. Economia e Mercado de Cruzeiros:

O mercado de cruzeiro cresce desde sua origem, apesar de ciclos de


estagnação como o desastre de Titanic e a pandemia de covid-19 terem afetado sua
continuidade. Sendo a margem de lucro elevada, esse ramo de turismo adquiriu
interesse global, sendo avaliado no ano de 2023, segundo a Polaris Market
Research, em US$ 8,34 bilhões e com perspectiva de crescimento anual de 11,80%
até 2032. Assim, o mercado tem um impacto significativo na economia global e nas
indústrias turísticas locais dos destinos visitados. Eles geram receitas para as
companhias de cruzeiros, portos de escala, operadores turísticos, lojas e
restaurantes locais, além de criar empregos e promover o desenvolvimento
econômico em comunidades costeiras. O mercado global de cruzeiros é dominado
por algumas empresas líderes, como a Carnival Corporation & Plc. e o Grupo Royal
Caribbean. Essas empresas competem globalmente, enquanto pequenos
operadores locais atendem a nichos específicos. Essa diversidade de players cria
uma dinâmica competitiva no mercado de cruzeiros em todo o mundo. Alguns outros
players são:

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- MSC Cruises S.A.

- Norwegian Cruise Line Holdings Ltd.

- Disney Cruise Line

- Genting Hong Kong Limited

- Fred. Olsen Cruise Lines

- Cruiseaway

- Island Queen Cruises

- Luxury Cruise Connections

5. VELEIROS:

A seguir, será demonstrado particularidades da embarcação veleiro. A


princípio, é feita uma breve explicação acerca da base e de sua importância
histórica. Em seguida, é desenvolvida uma análise de sua estrutura e aplicações da
física aplicada a suas funções, contendo breve explicação teórica para seus
atributos e como auxiliam para seu desempenho e navegabilidade. Por fim,
encontram-se inovações na utilização dessa embarcação para tarefas civis,
ecológicas e de pesquisa, por intermédio de projetos que buscam automação em
conjunto a tecnologia 3d.

5.1. HISTÓRICO:

Houve, no século XVI, um aperfeiçoamento da indústria de artilharia naval em


decorrência da necessidade de expansão do império português e proteção do
reinado contra as demais nações do período. Assim, desenvolveu-se um interesse
muito grande da coroa portuguesa no desenvolvimento de embarcações que
suprissem esses fatores. O galeão português e a caravela de guerra foram as duas
principais tipologias de arquitetura naval derivadas desse processo. Dessa forma, o
23
galeão foi, de maneira insubstituível, um veículo de autonomia superior e grande
poder de combate, o qual, além de prevalecer na defesa contra os demais navios da
época, foi imagem para a continuidade das hegemonias, as quais replicaram seu
projeto e estrutura. Por conseguinte, a exploração e construção marinha permanece
com a face dos veleiros nos dias de hoje, ainda em pleno desenvolvimento.

5.2. FÍSICA APLICADA A ENGENHARIA DO VELEIRO:

Diversas são as formas de modificar as funcionalidades e desempenho de


um veleiro, na qual a propulsão fornecida pelos ventos, por meio das velas, pode ser
influenciada por fatores diversos da construção, como a geometria do casco,
plataformas e até mesmo o formado das velas. A estabilidade, com isso, torna-se um
fator primordial desde o início do projeto, já que fornecerá a capacidade de flutuação
e movimento adequado. Assim, há de se considerar e estudar todas as forças que
atuam na embarcação, que serão analisadas posteriormente, sendo aerodinâmica e
a hidrostática do projeto naval.

5.2.1. AERODINÂMICA:

O veleiro, como qualquer outro barco, estará sujeito a dois fluidos, tanto o ar
como a água, assim, é necessário buscar na forma de sua estrutura uma maior
aerodinâmica, a fim sofrer a menor desaceleração possível proveniente do atrito
com esses parâmetros. Porém, o diferencial presente no uso de velas é poder
utilizar da força dos ventos para a locomoção.

A maneira de como a vela se comporta é diretamente proporcional a força


que o barco terá para locomover-se. Logo, quanto maior o ângulo de incidência de
vento, maior o ângulo entre as velas e a linha de centro do casco, por conseguinte,
irá gerar uma maior força de propulsão.

A explicação para isso se encontra na diferença de pressão gerada no


contato dos ventos com a vela, uma vez que ela será uma barreira para o ar que
toca sua superfície, contudo, a velocidade das demais correntes de ar ao lado
continuará a mesma, gerando uma zona de alta pressão e junto dela uma área de

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sucção, a qual irá ocasionar uma força de forma perpendicular a direção na qual a
vela está inserida no projeto.

5.2.2. HIDROSTÁTICA:

A forma como a embarcação divide seu peso e seu centro de gravidade é o


principal ponto da hidrostática no quesito flutuabilidade, uma vez que para haver
esse equilíbrio, a densidade média da estrutura deve ser inferior a água segundo o
princípio de Arquimedes, além de que para haver a flutuação, o centro de gravidade
deve coincidir com o centro de massa, mas para isso o formato do casco e anexos
deverá ser regular, ou seja, homogêneo em toda sua extensão.

O líquido deslocado se torna essencial nesse processo, tendo o centro de


empuxo localizado parametricamente no local do centro de gravidade do líquido que
está sofrendo deslocamento. Um fator importante é a necessidade do centro de
gravidade e do centro de empuxo estarem em perímetros diferentes, para seu
encontro não gerar um equilíbrio indiferente, nesse caso, qualquer perturbação o
moveria e o impediria de voltar ao lugar anterior.

A fim de colocar o barco na posição que mais o favoreça em sua


navegabilidade e equilíbrio, o centro de gravidade deve estar localizado mais ao
fundo do navio possível.

5.3. INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS:

A autonomia energética é uma das questões em maior discussão no


século XXI, visto que combustíveis fosseis são utilizados de maneira ampla, porém,
são fontes não renováveis, o que torna interessante o desenvolvimento de novas
soluções. A área naval não se ausenta desse quesito, já que veículos como veleiros
estão se tornando objetos de estudo muito promissores.

5.3.1. VELEIROS AUTONOMOS:

Veículos autômatos estão ganhando maior notoriedade com a


generalização de controlados e sensores de baixo custo, além de possuírem
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elevada versatilidade, principalmente na sua capacidade de garantir viagens não
tripuladas em ocasiões de alto risco para os tripulantes.

Há em conjunto a isso a vantagem de permanecer em alto mar por longos


períodos, devido a sua estrutura e utilização da energia eólica para locomoção, uma
fonte limpa e renovável de se explorar. Diversas são as aplicações para a utilização,
a questão ecológica é uma das que se beneficia com a ampliação dessas
tecnologias, em que dados oceanográficos serão de mais fácil acesso sem que o
contato humano seja necessário.

Grande parcela das pesquisas utiliza das velas como uma forma de suprimir
ou diminuir a utilização de outros combustíveis, já que baterias e geradores de
energia química são limitados e possuem tempo de vida estimado, logo, junto da
energia eólica, são conectadas à estrutura da embarcação placas solares,
fornecendo energia ao sistema elétrico e robótico, o qual, em geral, possui variadas
formas de ação diferentes, armazenados para comportamentos marítimos pré-
determinados.

Pesquisas também ocorrem para utilização de inteligências artificiais com o


intuito de aperfeiçoar a estadia desses autômatos em alto mar, a fim de reduzirem
problemas com a questão climática, uma vez que tempestades e forças destrutivas
da natureza podem afetar a estrutura do barco durante a viagem, outros problemas
são os ventos, devido o veleiro necessitar deles para parte de sua locomoção.
Dessa forma, ventanias muito fortes ou fracas podem afetar a sua movimentação,
contudo, existem formas e ângulos de vela que podem contornar parte dessas
problemáticas, mas ainda são estudadas melhores maneiras de aperfeiçoar o
sistema de veleiros autômatos a fim de conquistar os benefícios máximos dessas
máquinas.

Um exemplo de veleiro automotor do tipo discutido encontra-se na empresa


Harbor Wing, responsável por construir um veleiro denominado de HWT X-1, o qual
é responsável pela vigilância marítima com sensores desenvolvidos para operar
tanto na região litorânea quanto a mar aberto, suportando ventos de até 40 nós com

26
seu sistema de velas de asa suspensa em rolamentos. Está representado na figura
14.

Figura 14 - Veleiro HTW-X1

Fonte: smalltrimaradesign, 2013.

6. IATES:
Um iate é uma embarcação de passageiros muito utilizada para lazer e viagens
mais exclusivas. O maior diferencial do iate em relação às outras embarcações está
no conforto e nos luxuosos designs. Alguns iates são tão completos que são
chamados de casas flutuantes.
Existem uma ampla variedade de iates, cada um projetado de acordo com a
necessidade de seu proprietário, mas são comumente divididos em: iates movidos a
motor e iates à vela.
Os iates movidos a motor são os mais utilizados atualmente, os seus motores
variam de acordo com a embarcação. Esses motores podem ser movidos a diesel
ou a eletricidade.

27
Imagem 15 - Kismet

Fonte: Boat International, 2024

Iates à vela são movidos pela força do vento, utilizando velas e mastros para
se mover pela água.
Imagem 16 - Maltese Falcon

Fonte: yachtworld, 2023

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6.1 MERCADO DE IATES E SUA RELAÇÃO COM A SUSTENTABILIDADE:
O mercado de iates de luxo no Brasil representa aproximadamente 1,5% do
consumo mundial, com potencial de crescimento. Apesar de ter menos tradição em
comparação com outros países, como os Estados Unidos, o Brasil está se tornando
um porto seguro para o segmento devido à valorização do real e à crise econômica
global. Grandes empresas internacionais estão investindo no mercado brasileiro,
oferecendo produtos com novos itens de luxo e acabamento primoroso. Além disso,
o Brasil está planejando a construção de novas marinas em todo o país para
impulsionar ainda mais o mercado de iates de luxo.
O papel do mercado de iates de luxo no desenvolvimento sustentável de
destinos emergentes é cada vez mais reconhecido, e empresas como a Sunreef
Yachts estão liderando esse movimento com suas iniciativas inovadoras e
compromisso com a sustentabilidade. O sucesso da Sunreef Yachts não apenas
demonstra a viabilidade de práticas mais sustentáveis na indústria de iates, mas
também destaca o potencial dessas iniciativas para impulsionar mudanças
significativas.
O desenvolvimento de iates neutros em carbono e eco iates pela Sunreef
Yachts é um exemplo impressionante de como a indústria está se adaptando para
reduzir seu impacto ambiental. Essas inovações não apenas promovem práticas
mais sustentáveis na construção e operação de iates, mas também inspiram outras
empresas a seguir o exemplo.
Além disso, o envolvimento da Sunreef Yachts em iniciativas como a série
Extreme E, que visa aumentar a conscientização sobre mudanças climáticas,
demonstra seu compromisso com questões sociais e ambientais mais amplas.
Essas iniciativas não apenas fortalecem a reputação da empresa, mas também têm
um impacto positivo nas comunidades locais e no meio ambiente.
No geral, o exemplo da Sunreef Yachts destaca o potencial do mercado de
iates de luxo para impulsionar mudanças significativas em direção a um futuro mais
sustentável. Ao continuar a liderar com inovação e compromisso com a
sustentabilidade, empresas como a Sunreef Yachts podem desempenhar um papel

29
crucial na promoção do desenvolvimento sustentável de destinos emergentes e na
proteção do meio ambiente.

Figura 17 - Sunreef 100 Eco

Fonte: Sunreef Yachts Eco, 2023

6.2 INOVAÇÕES E DESIGNS DE IATES:


O Drakkar, construído por Max Zhivov, tem 26 metros (85 pés) e uma
aparência propositalmente viking, destacando-se por sua inteligência artificial
integrada. Este iate pode ser controlado por piloto automático, com opção de
controle remoto, e possui inteligência suficiente para atracar e evitar obstáculos.
Além disso, é capaz de identificar obstáculos superficiais e subaquáticos por conta
própria, facilitando a navegação para usuários inexperientes. Os hóspedes podem
controlar o destino do iate por meio de um aplicativo, permitindo navegação contínua
por até 4 dias. Com 80 metros quadrados de painéis solares cobertos, o Drakkar
possui um sistema de propulsão elétrica que o torna mais amigo do meio ambiente.
Com capacidade para até 8 pessoas em 4 camarotes, oferece uma experiência de

30
viagem luxuosa e tecnologicamente avançada, essa embarcação está representada
na figura 18.

Figura 18 - Draklar

Fonte: Nautica, 2023

6.3. O MAIOR IATE DO MUNDO:


O Azzam (figura 19), um iate a motor com 180,61 metros de comprimento,
representa um marco na indústria náutica como o maior iate do mundo. Construído
pela renomada empresa alemã Lurssen e entregue em 2013, sua grandiosidade não
se limita apenas às dimensões impressionantes. Projetado pelo conceituado estúdio
Nauta Design, o Azzam ostenta uma arquitetura naval também desenvolvida pela
Lurssen, e um interior luxuoso concebido por Christophe Leoni.
Além de sua magnitude, o Azzam é dotado de desempenho excepcional. Com
capacidade para até 36 convidados em 18 cabines e uma tripulação de 80 membros,
oferece uma experiência de luxo incomparável. Seus detalhes incluem um deck de

31
teca, casco de aço e superestrutura de alumínio, combinando elegância com
durabilidade.
Essa imponente embarcação é um símbolo de engenharia naval de
excelência, representando não apenas uma conquista técnica, mas também um
ícone do luxo e da sofisticação na indústria náutica. Sua presença imponente nos
mares do mundo continua a cativar a imaginação de todos que têm o privilégio de
testemunhar sua grandiosidade.

Figura 19 - Azzam

Fonte : Boat International, 2023.


6.4 CONSTRUÇÃO NAVAL NO BRASIL:
O caso "Mar calmo nunca fez bom iate: o caso da Azimut Yachts Brasil" narra
a trajetória da empresa Azimut Yachts, multinacional italiana líder na produção de
iates de luxo, ao adaptar seus produtos ao mercado brasileiro. Com base em
entrevistas e observações, o caso aborda a estratégia de adaptação de produtos,
especialmente o modelo Azimut 62 Flybridge, para atender às preferências e
demandas do consumidor brasileiro, destacando a importância da experiência do
cliente e do relacionamento pós-venda.
A empresa enfrenta o desafio de manter sua excelência na produção de iates
de luxo, enquanto busca estabelecer um relacionamento próximo com os clientes

32
brasileiros, a fim de fomentar uma sensação de pertencimento à marca. São
exploradas iniciativas de marketing de relacionamento, como coquetéis
personalizados, tratamento VIP e análise detalhada do perfil do cliente para
proporcionar uma experiência única.
Diante da concorrência crescente e da necessidade de inovação, a equipe da
Azimut Yachts Brasil busca desenvolver uma estratégia de experiência de marca que
ultrapasse as expectativas dos clientes, visando à fidelização e à construção de uma
relação duradoura. O caso apresenta dilemas e provocações que instigam os alunos
a refletir sobre a importância do brand experience, adaptando-se às peculiaridades
do mercado brasileiro de luxo.

Figura 20 - Iate Azimut 27 Grande Metri.

Fonte: Nautica, 2021

7. FERRY BOAT:
Os ferrys boats, também conhecidos como balsas, no Brasil, são
embarcações majoritariamente feita de aço, que possuem fundo chato e calado
pequeno, pois operam principalmente próximas às margens de águas rasas, esse
tipo de embarcação, além de ser usada para transportar veículos, também é usada
para transportar pessoas e costuma ter uma capacidade de suportar cargas de
toneladas, sendo em média 1200 toneladas. O Ferry Boat salvador é um exemplo
desse tipo de barco, representado na figura 21.
33
Figura 21 - Ferry boat salvador

Fonte: Bahia terra, 2022

7.1. TURISMO:
O ferry boats é uma embarcação promissora, principalmente quando se fala
do turismo, pois ele, por ser uma embarcação mista, tem a capacidade de levar
pessoas de uma região para outra encurtando o trajeto, um exemplo dessa
embarcação é o Ferry boat São Gabriel, que está representado na figura 22.
Figura 22 - Embarcação São Gabriel

Fonte: Paulo Soares


O novo ferry boat pertence à empresa Henvil Navegações, do estado do Pará,
tendo capacidade para transportar mais de 1 mil passageiros e 100 veículos.
A embarcação São Gabriel é uma das maiores embarcações do
Norte/Nordeste e possui 87 metros de comprimento e 16,5 de largura. Além do
tamanho, se destaca pelo conforto e pela modernidade. No térreo climatizado, há
34
espaço para pessoas com deficiência (PCD) e seus acompanhantes, além de sala
executiva climatizada com poltronas acolchoadas semileito, oferecendo mais
conforto aos usuários do serviço.
7.2. DESIGN E CONSTRUÇÃO:
Quando se trata de projetos de embarcações navais é necessário seguir
critérios de construção pré-estabelecidos ou por entidades classificadoras, adjunto a
Marinha Mercante, esses critérios, além de padronizar o transporte marítimo,
promovem o desempenho e a segurança dos navios.

7.2.1. PROJETO DE FERRY BOAT:


A embarcação NOAHS (figura 23), tem 42 metros de comprimento total, o
calado de 1,70 metros, pesa 349 toneladas aproximadamente e tem a capacidade
de aguentar tem capacidade de 400 toneladas e acomoda 32 pessoas.
Figura 23 – Parte do projeto da embarcação NOAHS

Fonte: Nit Sea navegação Ltda

7.3. SEGURANÇA MARÍTIMA:


A segurança é uma pauta pertinente em todos os países, porém
historicamente o Brasil possui carências tanto no seu ramo operacional quanto na
segurança dos passageiros, principalmente o Amazonas que tomou a posição de
segundo lugar, na ocorrência de acidentes marítimos, dos 28 distritos do norte em
2020.

35
o Brasil é conhecido internacionalmente por sua larga extensão de rios que
por sua vez tem um forte mercado marítimo, porém a indústria naval demanda de
necessidades a serem atendidas, como por exemplo: renovar a atual frota de navios
visando a segurança de seus passageiros
A navegação na região amazônica, é alvo de interesses na região norte do
Brasil, entretanto tudo pode acontecer com embarcações que diariamente navegam
pelos rios amazônicos, de acordo com uma análise dos acidentes documentados
pelos Inquéritos Administrativos sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN’s) da
Marinha do Brasil, entre os anos de 2018 e 2022, foi verificado que o tipo de
embarcação de passageiros que esteve mais presente nos acidentes foram os ferrys
boats.
Aziz et al. (2022) apresentaram os principais tipos de acidentes que têm
ocorrido na região amazônica, destacando-se os acidentes de colisão, encalhe,
explosão/fogo, naufrágio e derramamento de óleos, sendo o naufrágio o mais
presente entre eles.
Esses acidentes expõe a extrema necessidade de o Brasil usar das
tecnologias para prevenir catástrofes marítimas.
7.4. ACESSIBILIDADE:
Os barcos foram o primeiro contato do homem com o meio de transporte,
porém com a invenção do transporte terrestre a dependência com os transportes
marítimos foi diminuindo, entretanto os barcos ainda exercem um papel fundamental
no transporte pois as barreiras de água não deixaram de existir.
Em algumas rotas que circulam principalmente navios de passageiros e
veículos, os ferrys boats são os veículos marítimos mais usados, e com a sociedade
atual, uma importante pauta foi exposta: a acessibilidade dessas embarcações.
7.4.1 NORMAS:
Hoje em dia as embarcações têm a obrigação de seguirem normas de
acessibilidade, sendo elas, resumidamente:
A acessibilidade a portadores de deficiências no projeto urbanístico, vide
anexo. Ou seja: bem como nas demais edificações de uso público e naquelas de
uso coletivo, mediante apresentação da carteira de vacina atualizada do animal.
36
-Nenhum obstáculo físico;
-Rampas de acesso;
-Mobiliário capacitado;
-Disponibilidade de área especial para embarque e desembarque de pessoa
portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida;
-Divulgação, em lugar visível, do direito de atendimento prioritário das
pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida;
-Sinalização ambiental para orientação dos portadores de deficiência;
-Desenho universal: concepção de espaços, artefatos e produtos que visam
atender simultaneamente todas as pessoas, com diferentes características
antropométricas e sensoriais, de forma autônoma, segura e confortável,
constituindo-se nos elementos ou soluções que compõem a acessibilidade;
-Admissão de entrada e permanência de cão-guia ou cão-guia de
acompanhamento junto de pessoa portadora de deficiência ou de treinador nos
locais.
8. POPOPÔ:
As embarcações popularmente conhecidas como ‘popopô’, são
tradicionalmente utilizadas na região Amazônica para transporte de cargas e
passageiros. O nome ‘popopô’ deriva do som emitido pelo motor deste tipo de
embarcação que desempenha um papel de extrema relevância na vida social é
econômica da região.
8.1.DESIGN E CONSTRUÇÃO:
A construção desse modelo de embarcação ainda ocorre de maneira muito
artesanal, sendo confeccionadas em estaleiros primitivos e rústico, mais conhecidos
como ‘telheiros’ (figura 2), localizados nas beiras de rios, lagos e praias. Além do
mais, suas técnicas de construção na maioria das vezes são repassadas de forma
oral pelos chamados ‘mestres artesãos’ (figura 1) a seus aprendizes.

37
Figura1 - Carpinteiro Naval, Igarapé-Miri

Fonte: Pesquisa De Campo (2011).

Figura 2 - Trabalhadores do estaleiro ‘Dom Manuel’

Fonte: Pesquisa de Campo (2011).

8.2. IMPACTOS AMBIENTAIS E SUSTENTABILIDADE:


Com as crescentes discussões sobre combustível ‘limpo e fontes de energia
renováveis, os motores movidos a combustível fósseis do ‘popopô’ e das demais
embarcações com motores de popa também acabaram entrando na pauta desta
questão. Diversas soluções alternativas, como os motores de popa elétrico (figura 4)
38
e embarcações de pequeno porte movidos a energia solar (figura 3), foram
apresentados, mas nenhuma viável para realidade da população ribeirinha mais
dependente destas embarcações.
Figura 3 - Canoa solar do projeto ‘Kara Solar’

Fonte: BBC Mundo (2018).

Figura 4 - Motor de popa elétrico

Fonte: Hiper Eletric Marine (2020).


8.3. RISCOS RELACIONADOS A EMBARCAÇÃO:
Sem dúvidas um dos maiores riscos relacionados a essas embarcações são
os acidentes por escalpelamento arrancamento (figura 5), brusco e acidental do
couro cabeludo. Este tipo de acidente se tornou tão frequente e perigoso que em
06/07/2009 foi criada a lei número 11.970 que tornou obrigatório o uso de proteção
na parte móvel do eixo destas embarcações (figura 6), e o não cumprimento desta
norma resulta em multa e até mesmo apreensão da embarcação por parte da
Marinha do Brasil.
39
Figura 5 - Criança vítima de escalpelamento

Fonte: G1 Pará (2019).

Figura 6 - Instalação de equipamentos de proteção nos eixos dos motores

Fonte: G1 Amapá.

40
9. CONCLUSÃO:

Após juntar informações mais relevantes, e identificar o método de pesquisa


mais adequado, sobre embarcações de passageiros, foi possível verificar e
selecionar os melhores tópicos para organizar e estruturar o texto tendo em vista os
critérios de maior relevância na discursão de lanchas, cruzeiros, veleiros, iates,
ferrys boats e outros. Visando também buscar referências bibliográficas em sites e
artigos priorizando a legitimidade da informação e a qualidade da pesquisa, dando
os devidos créditos há os dados obtidos e usados como apoio e suporte nesse
trabalho acadêmico.

41
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CLARK CRAFT. "Catálogo de produtos". Disponível em:


<https://www.clarkcraft.com/cgi-local/shop_responsive.pl?
type=item&categ=024&item=943193333&cart_id=23904073c36a223ff6bafa07824b3
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