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Ufcd 36 Documentaocomercial1
Ufcd 36 Documentaocomercial1
UFCD_0360
341023 - Empregado/a
Comercial
50 horas
Documentaçaã o comercial UFCD 0360
Índice
Objetivos e conteúdos......................................................................................................................................3
Noção de documento.......................................................................................................................................4
Documentos normalizados.............................................................................................................................10
Documentos retificativos................................................................................................................................16
Recibo.............................................................................................................................................................17
Cheque...........................................................................................................................................................18
Letra................................................................................................................................................................26
Livrança...........................................................................................................................................................31
Proposta de cobrança.....................................................................................................................................32
Circuito da correspondência...........................................................................................................................33
Bibliografia......................................................................................................................................................35
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Objetivos
Conteuú dos
Noçaã o de documento
Partes constitutivas de um documento
Nota de encomenda, requisiçaã o, nota de venda, etc.
Guia de remessa
Fatura
Documentos retificativos
Recibo
Cheque
Letra
Livrança
Proposta de desconto
Proposta de cobrança
Circuito da correspondeê ncia
o Receçaã o
o Abertura / registo
o Distribuiçaã o
o Expediçaã o
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Noção de documento
Do latim “documentum,” um documento eú uma carta, um diploma ou um escrito que reproduz
um acontecimento, uma situaçaã o ou uma circunstaê ncia. Tambeú m se trata de um texto que
apresenta dados suscetíúveis de serem utilizados para comprovar algo. Por exemplo: “Esta
carta naã o constitui um documento que atesta a sua inoceê ncia”.
Existem ainda os documentos de identificação, como eú o caso do Bilhete de Identidade (BI),
o passaporte, o cartaã o do cidadaã o ou ainda a carta de conduçaã o. Saã o documentos emitidos
pelo Estado que permitem identificar cada cidadaã o, possibilitando-lhes o acesso aos serviços
estatais, entre outros: “Vou precisar de um documento que o identifique, de prefereê ncia o seu
Bilhete de Identidade ou o Cartaã o de Cidadaã o”, “Perdi a minha carteira e todos os meus
documentos estavam laú dentro. O que devo fazer?”.
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instituiçaã o, de caraú ter sigiloso, estrateú gico ou que represente capital intelectual, enfim,
plenamente integrada aos bens intangíúveis de uma entidade.
Os órgãos típicos de documentação saã o os museus, os arquivos e as bibliotecas, cada um
com as suas caracteríústicas peculiares.
Outros conceitos:
"Saã o todos os papeú is contendo informaçoã es que ajudem a tomar decisoã es, comuniquem
decisoã es tomadas, registrem assuntos de interesse da organizaçaã o ou do indivíúduo." (Feijoú )
"Qualquer informaçaã o escrita, objeto ou fato registrado materialmente, suscetíúvel de
ser utilizado para estudo, consulta ou prova." (Rabaça)
"Registo de uma informaçaã o independentemente da natureza do suporte que a conteú m."
(Paes)
Quanto à procedência:
Quanto a procedeê ncia, os documentos podem ser divididos em públicos e privados, ambos
podendo constituir prova de fato juríúdico, ato juríúdico ou de negoú cio juríúdico.
Públicos: saã o emitidos por autoridade puú blica ou mediante procuraçaã o de autoridade
puú blica. Por exemplo, escritura puú blica de compra e venda emitida por um notaú rio.
Privados: Saã o emitidos por um particular (pessoa fíúsica), ou por autoridade puú blica
fora de suas funçoã es, atribuiçoã es, ou competeê ncia).
Quanto ao valor:
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Legal - Valor processual que um documento possui perante a lei para comprovar um
facto ou constituir um direito.
Permanente - Valor probatoú rio ou valor informativo que justifica a guarda permanente
de um documento num arquivo. Tambeú m referido como valor histoú rico.
Primário - Valor atribuíúdo aos documentos em funçaã o do interesse que possam ter
para o gerador do arquivo, levando-se em conta a sua utilidade para fins administrativos,
legais e fiscais.
Probatório - Valor intríúnseco de um documento de arquivo que lhe permite servir de
prova legal.
Secundário - Valor atribuíúdo aos documentos em funçaã o do interesse que possam ter
para o gerador do arquivo, e para outros usuaú rios, tendo em vista a sua utilidade para fins
diferentes daqueles para os quais foram originalmente produzidos.
Quanto ao género:
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A atividade comercial das empresas desenvolve-se, na grande maioria dos casos, atraveú s da
celebração de contratos.
Isto naã o significa que as empresas naã o devam praticar outro tipo de atos, que naã o sejam
contratos; por exemplo, as empresas estaã o obrigadas ao cumprimento de um certo nuú mero de
deveres contabilíústicos e fiscais e, obviamente, quando preenchem ou entregam os seus
registos contabilíústicos, ou quando pagam os seus impostos, as empresas naã o estaã o a celebrar
contratos mas sim a cumprir obrigaçoã es.
No decurso do seu “comeú rcio”, a empresa relaciona-se com fornecedores e com clientes,
tornando-se titular de direitos e ficando vinculada a obrigaçoã es perante ambos, e a forma
adequada de concretizar esse relacionamento eú a celebraçaã o de contratos.
Ora, como jaú sabemos, os contratos, em geral, naã o teê m de ser celebrados por forma escrita:
quando a lei naã o exija forma especial, o contrato pode ser celebrado oralmente e sem
quaisquer formalidades.
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Para aleú m dessas situaçoã es, nas quais as empresas recorrem, sem que a isso sejam obrigadas,
aà elaboraçaã o de documentos escritos, existem diversas outras situaçoã es relativamente aà s quais
a utilizaçaã o de forma escrita eú obrigatoú ria (eú o caso dos contratos de compra e venda de
imoú vel que devem ser celebrados por escritura puú blica).
Documentos autênticos:
Na parte que agora nos interessa, e de acordo com a respetiva definição legal, saã o
documentos auteê nticos os documentos elaborados pelos notários, com o respeito por
certas formalidades legais, dentro das competeê ncias que lhes saã o atribuíúdas Esta noçaã o ficaraú
melhor compreendida com o auxíúlio de um exemplo jaú conhecido.
Como se sabe, os contratos de compra e venda de bens imoú veis (terrenos, edifíúcios, etc.) soú
podem ser celebrados por escritura puú blica. Significa isto que as partes no contrato (no caso,
compradores e vendedores) devem dirigir-se ao notaú rio para aíú declararem a sua vontade de
realizar o negoú cio (vontade de comprar e pagar o preço, por parte do comprador, vontade de
vender e de receber o preço, por parte do vendedor).
E, com base nessas declaraçoã es de vontade, o notaú rio elabora um documento, a escritura
puú blica, atraveú s do qual se prova a existeê ncia do contrato de compra e venda.
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Ou seja, no nosso exemplo, e de acordo com a definiçaã o, o documento auteê ntico (escritura
puú blica) eú elaborado pelo notaú rio, de acordo com as formalidades legais a que estaú obrigado e
dentro das competeê ncias que a lei lhe atribui.
Exemplos de outros documentos auteê nticos saã o as procurações públicas e os testamentos
públicos.
Documentos particulares
Os documentos particulares confirmados pelas partes perante o notaú rio, nos termos
prescritos nas leis notariais.
A principal relevaê ncia da distinçaã o acabada de estudar consiste no valor de prova (valor
probatoú rio) dos diferentes tipos de documentos escritos.
Como seria de esperar, em mateú ria de prova, saã o os documentos autênticos os que oferecem
maior segurança.
Na verdade, os documentos autênticos fazem prova plena dos factos que referem e soú podem
ser postos em causa se se demonstrar que o documento eú falso.
Quanto aos documentos particulares, o seu valor probatório será maior ou menor
consoante a letra e as assinaturas que nele constam tenham sido ou naã o reconhecidas
perante o notaú rio.
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A letra e a assinatura, ou apenas a assinatura, contidas num documento particular
consideram-se verdadeiras quando forem reconhecidas presencialmente perante o
notário.
Note-se que, neste caso, e ao contraú rio do que acontece no documento auteê ntico, o documento
naã o faz prova quanto aos factos nele contidos.
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Retomando o exemplo da escritura puú blica de compra e venda de bem imoú vel, um documento
particular que contenha o contrato de compra e venda de um edifíúcio, ainda que autenticado
por notaú rio, naã o substitui o documento exigido pela lei: a escritura pública.
Documentos normalizados
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Contratos
Menções essenciais:
Tipo/designaçaã o/nome de contrato;
Identificaçaã o das partes
Nome, estado civil e domicíúlio (no caso das pessoas singulares);
Nuú mero, data e local de emissaã o do Bilhete de Identidade;
Firma ou denominaçaã o social e sede (para as pessoas coletivas);
Nuú mero de identificaçaã o fiscal;
Requerimentos
Menções essenciais:
Tipo de requerimento;
Identificaçaã o da entidade a quem o requerimento eú dirigido;
Identificaçaã o do requerente
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Nome, estado civil e domicíúlio (no caso das pessoas singulares);
Nuú mero, data e local de emissaã o do Bilhete de Identidade;
Firma ou denominaçaã o social e sede (para as pessoas coletivas);
Nuú mero de identificaçaã o fiscal;
Descriçaã o precisa do que se requer (quando possíúvel completada com a indicaçaã o das
normas legais que fundamentam o requerimento);
Local e data do requerimento;
Assinatura precedida da expressaã o «o requerente».
Atas
Menções essenciais:
Nuú mero da ata;
Dia, meê s, ano e hora em que se realiza a reuniaã o documentada na ata;
Local da reuniaã o;
Mençaã o das caracteríústicas da reuniaã o (por exemplo, assembleia geral ordinaú ria ou
extraordinaú ria);
Nome do presidente da mesa e dos secretaú rios;
Ordem de trabalhos;
Lista de presenças;
Indicaçaã o da existeê ncia de “quoú rum”;
Nome dos intervenientes e resumo das suas intervençoã es;
Resultado de quaisquer votaçoã es efetuadas e eventuais declaraçoã es de voto proferidas;
Outras mençoã es relativas a outras situaçoã es ocorridas no decurso da reuniaã o;
Mençaã o de que a ata foi lida e votada na reuniaã o;
Assinatura do presidente e dos secretaú rios;
Assinatura dos presentes.
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Nome, firma ou denominaçaã o social, sede ou domicíúlio e nuú mero de identificaçaã o fiscal
da empresa que faz a encomenda;
Nome, firma ou denominaçaã o social, sede ou domicíúlio e nuú mero de identificaçaã o fiscal
do fornecedor;
Especificaçaã o dos bens, com a indicaçaã o das quantidades;
Nuú mero e data da encomenda;
Preço dos bens encomendados;
Condiçoã es de pagamento;
Data de entrega;
Indicaçoã es especíúficas relacionadas com o transporte dos bens;
Outras indicaçoã es julgadas uú teis por ambas as partes;
Assinatura da empresa que faz a encomenda.
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Os fornecedores de bens e serviços saã o obrigados a emitir uma fatura ou uma nota de venda
por cada transmissaã o de bens ou prestaçaã o de serviços realizados.
Ambos saã o assim os documentos contabilíústicos das vendas enviados pelo vendedor ao
cliente.
Devem conter, obrigatoriamente, os seguintes elementos:
Os nomes, firmas ou denominaçoã es sociais e a sede ou domicíúlio do fornecedor de bens
ou prestador de serviços e do destinataú rio ou adquirente;
Os nuú meros de identificaçaã o fiscal dos sujeitos acabados de mencionar;
A quantidade e denominaçaã o usual dos bens transmitidos ou dos serviços prestados,
com especificaçaã o dos elementos necessaú rios aà determinaçaã o da taxa de imposto aplicaú vel;
Nota: as embalagens naã o efetivamente transacionadas deveraã o ser objeto de indicaçaã o
separada e com mençaã o expressa de que foi acordada a sua devoluçaã o;
O preço, líúquido de imposto, e os outros elementos incluíúdos no valor tributaú vel;
As taxas aplicaú veis e o montante de imposto devido;
Nota: no caso de a operaçaã o ou operaçoã es aà s quais se reporta a fatura compreenderem
bens ou serviços sujeitos a taxas diferentes de imposto, os dados relativos aà s quantidades,
preço,
Taxas e imposto desses bens ou serviços devem ser indicados separadamente, segundo
a taxa aplicaú vel;
O motivo justificativo da naã o aplicaçaã o do imposto, se for caso disso;
Locais de carga e descarga e data e hora de iníúcio do transporte, quando forem
utilizadas como documento de transporte.
Estes documentos podem conter quaisquer outras refereê ncias acordadas entre o fornecedor
de bens/prestador de serviços e o destinataú rio/adquirente, bem como quaisquer refereê ncias
que o emissor dos documentos entenda dever nelas inscrever.
Devem ser:
Datadas;
Numeradas sequencialmente;
Processadas em duplicado (ou em triplicado, quando a fatura for utilizada como
documento de transporte), destinando-se o original ao cliente e a coú pia ao arquivo do
fornecedor (e, quando exista, o triplicado aà s entidades fiscalizadoras).
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Em geral, ateú ao 5.º dia uú til seguinte ao do momento em que o IVA eú devido;
Em caso de pagamentos antecipados, no momento em que o pagamento seja recebido.
O original da fatura destina-se ao cliente e a coú pia ao arquivo do fornecedor.
Este aspeto eú essencial: soú mediante a apresentaçaã o do original da fatura eú que o cliente tem
direito aà deduçaã o do IVA.
Por essa razaã o, em caso de extravio de uma fatura o procedimento correto eú emitir uma nova
fatura e anular a anterior, referindo expressamente que se trata de fatura em substituiçaã o e
nunca emitir uma 2ª via da fatura.
A violaçaã o do dever de emitir ou exigir faturas, ou a sua emissaã o fora de prazo, estaú sujeita aà
aplicaçaã o de coimas, para aleú m das consequeê ncias nefastas que pode ter em sede de relaçoã es
com a Administraçaã o Fiscal.
Documentos retificativos
Notas de débito
A aquisiçaã o dos bens ou serviços adquiridos pelas empresas, sujeita-as muitas vezes a
despesas adicionais, tais como as relacionadas com o transporte da mercadoria, o seu seguro,
despesas alfandegaú rias, etc..
Em muitos casos, estas despesas jaú estaraã o incluíúdas no preço acordado entre as partes.
Poreú m, pode acontecer que tais despesas naã o tenham sido previstas.
Nessa situaçaã o, naã o se encontrando incluíúdas na fatura, o fornecedor emitiraú uma nota de
deú bito, atraveú s da qual cobra ao comprador o montante dessas despesas.
Uma outra situaçaã o que pode justificar a emissaã o de notas de deú bito eú aquela em que a
empresa pretende praticar atos naã o incluíúdos no seu objeto social.
Pode ocorrer, por exemplo, que uma empresa que se dedica aà atividade de fornecimento de
bens informaú ticos, pretendendo renovar o seu mobiliaú rio de escritoú rio, decida vender o
mobiliaú rio existente. Trata-se de uma venda de peças de mobíúlia (em 2ª maã o), ato que naã o
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cabe na previsaã o do seu objeto social razaã o pela qual a empresa naã o pode cobrar o preço
atraveú s da emissaã o de fatura. Neste caso, o documento apropriado é a nota de débito.
AÀ nota de deú bito aplicam-se as regras e requisitos estudados a propoú sito das faturas.
Notas de crédito
Por sua vez, as notas de crédito são utilizadas para titular um movimento de sentido
inverso.
Ou seja, naã o se trata aqui de debitar (cobrar) uma importaê ncia ao comprador mas sim de lhe
creditar (devolver) um determinado montante.
A emissaã o de uma nota de creú dito pode, por exemplo, ser justificada pelo facto de, ao emitir a
fatura o fornecedor se ter esquecido de fazer um desconto por pagamento a pronto e em
dinheiro.
Neste caso, a emissaã o da nota de creú dito, a favor do comprador, permitiraú regularizar a conta
corrente entre ambos.
Recibo
Paga a fatura, aquele que pagou (o comprador) tem direito a que lhe seja dada quitaçaã o do
pagamento.
A quitação é, precisamente,
O ato pelo qual se comprova que o comprador cumpriu a sua obrigaçaã o de pagamento
para com o fornecedor.
Habitualmente, a propósito da quitação, usa-se a expressão «passar recibo».
Qualquer documento pode constituir recibo de um pagamento. Por exemplo, o fornecedor
pode escrever no exemplar da nota de encomenda ou da fatura que fica em poder do
comprador que a encomenda se encontra paga.
Em muitos casos o proú prio exemplar da fatura que eú enviado ao comprador jaú conteú m a
indicaçaã o de que a mesma serviraú de recibo apoú s boa cobrança (trata-se de praú tica habitual no
domíúnio dos contratos de seguro).
Apesar disso eú obviamente possíúvel emitir recibos atraveú s de documentos especialmente
configurados para esse objetivo.
Esses documentos, que conteraã o a palavra recibo, deveraã o conter as mesmas indicaçoã es das
faturas ou, em alternativa, a refereê ncia aà fatura a cujo pagamento conferem a respetiva
quitação.
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Cheque
O vulgar cheque dos nossos dias tem uma histoú ria, de certa maneira confusa quanto aà sua caracterizaçaã o
cronoloú gica, o que impede a fixaçaã o de uma data certa sobre o seu "nascimento". No seú culo V a. C, jaú os
Gregos, e depois os Romanos, se serviam de documentos de díúvida nas suas trocas comerciais. EÉ , no entanto,
em Inglaterra que o cheque, como hoje o entendemos, tem todo o seu desenvolvimento. Em Portugal, aparece
com o Coú digo Comercial de 1833 e a sua normalizaçaã o ocorre com a Lei Uniforme sobre Cheques, aprovada em
Genebra em 1931. A ratificaçaã o por Portugal soú eú feita passados treê s anos e eú apenas em Março de 1934 que a
Lei Uniforme tem a sua aplicaçaã o."
in Economia Púbico
O Cheque eú um tíútulo de creú dito, no qual o depositante, o sacador, daú ordem ao depositaú rio, o sacado
para pagar, contra entrega do proú prio tíútulo, uma determinada importaê ncia em dinheiro a uma
terceira entidade, o beneficiário.
A Lei Uniforme sobre Cheques (L.U.C), no seu Art.º 1.º, define os requisitos necessaú rios
para que determinado documento seja considerado cheque.
1.º A palavra "cheque" inserta no texto do tíútulo e expressa na líúngua utilizada para a redaçaã o;
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4.º A indicaçaã o do local onde o cheque deve ser pago;
Atualmente, as instituiçoã es bancaú rias utilizam o mesmo tipo de cheque, o cheque normalizado, o
qual, para aleú m dos requisitos atraú s mencionados, conteú m outras informaçoã es necessaú rias.
De acordo com o Art.º 5.° da L.U.C., os cheques, quanto aà s modalidades do beneficiaú rio, podem
classificar-se em:
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Endosso
Segundo o Art.º 16.° da L.U.C. , o endosso eú o ato pelo qual o beneficiaú rio transmite, a terceiros, o
direito de receber o valor inscrito no cheque transmitido.
O endosso deve ser escrito no verso do cheque ou numa folha em anexo. EÉ nulo o endosso parcial.
O endosso deve ser assinado pelo endossante, podendo o mesmo cheque ser endossado um
nuú mero ilimitado de vezes.
ENDOSSO
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Aval
O pagamento do cheque pode ser garantido na íúntegra, ou em parte do seu valor, atraveú s do
aval (Art.º 25.° da L.U.C.)
O aval eú uma garantia prestada por uma terceira pessoa, denominada avalista, que obedece
aos seguintes requisitos:
A. O Aval pode ser dado por qualquer pessoa, com exceçaã o do sacado (o banco);
B. O Aval pode ser escrito na face do cheque, no verso, ou em folha em anexo;
C. O Aval pode assumir duas modalidades, o aval completo e o aval em branco.
AVAL
Se indicar a favor de quem eú prestado, eú assinado pelo avalista e exprime-
Aval completo se pelas palavras "Bom para aval», "Por aval a favor de..." ou outra
expressaã o equivalente.
Aval em branco A favor do sacador, se naã o se verificar qualquer indicaçaã o em contraú rio.
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Pagamento
O cheque eú um tíútulo pagável à vista, ou seja, eú pagaú vel no momento em que for apresentado
ao banco para pagamento.
Caso seja apresentado a pagamento antes da data de emissaã o, eú pagaú vel no dia da sua
apresentaçaã o (Art.º 28.º da L.U.C.).
20 dias para cheques emitidos num paíús diferente daquele onde se vai efetuar o
pagamento, mas situado no mesmo continente;
Protesto
Sempre que o cheque eú apresentado a pagamento dentro do prazo estipulado na lei e naã o eú
pago por falta de provisaã o, o seu portador pode recorrer ao tribunal cíúvel levantando uma açaã o
contra quaisquer das pessoas obrigadas (Art.os 40.° e 41.° da L.U.C). A emissaã o dos cheques
sem provisaã o eú considerada crime e como tal puníúvel por lei, podendo o emitente ficar com
restriçoã es ao uso de cheques (Decreto — Lei n.º 454/1991 de 28 de Dezembro, na redaçaã o
dada pelo Decreto-Lei n.º 316/97, de 19 de Novembro, pelo Decreto-Lei n.º 83/2003, de 24 de
Abril e pela Lei n.º 48/2005, de 29 de Agosto).
Cheque cruzado
O cheque cruzado eú um cheque em cuja face saã o traçadas duas linhas paralelas e transversais
(Art.º 37.º da L.U.C.). O cruzamento pode ser geral ou especial.
O cruzamento do cheque tem por finalidade reduzir os riscos de furto, extravio ou falsificaçaã o.
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Cheque visado
O cheque que possui o carimbo do banco, com a respetiva data e assinatura de quem o visa,
procedendo o banco, desde logo, ao congelamento da respetiva quantia, denomina-se cheque
visado. Este tipo de cheque nunca poderaú deixar de ser pago por falta de provisaã o.
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Saã o cheques de montante fixo, emitidos por um banco, sobre os seus correspondentes
estrangeiros. Saã o emitidos a pedido do cliente, sendo pagaú veis em vaú rias moedas. Permitem que
os seus possuidores viajem, sem levarem quantias elevadas, podendo ser cancelados
facilmente, em caso de roubo ou extravio.
Letra
Naã o se sabe, ao certo, quem inventou este tíútulo de creú dito e desde quando eú utilizado. A letra mais
antiga data de 1207. De uso muito antigo, este tíútulo rapidamente entrou na vida comercial. Se, por
um lado, o creú dito concedido pelos fornecedores aos seus clientes fica materializado num documento
— a letra — em que estes assumem o compromisso de pagar a díúvida em determinada data, por outro,
sendo um documento de faú cil transmissaã o, possibilita ao credor a sua utilizaçaã o, como meio de
pagamento, satisfazendo as suas díúvidas, sem necessidade de recorrer ao numeraú rio.
A letra é um título de crédito, representativo de moeda e pagaú vel a prazo, pelo qual uma
pessoa (credor) daú ordem a outra (devedor) de pagar a si ou a terceiro (tomador) uma certa quantia,
em data e local determinado.
A letra é um título de crédito, representativo de moeda e pagaú vel a prazo, pelo qual uma
pessoa (credor) daú ordem a outra (devedor) de pagar a si ou a terceiro (tomador) uma certa quantia,
em data e local determinado.
Podemos considerar ainda outros intervenientes, tais como:
Avalista — pessoa que garante o cumprimento da obrigaçaã o;
Avalizado — a pessoa a quem eú garantido o pagamento, mesmo que o devedor naã o o faça;
Endossado — pessoa para quem eú transferida a posse da letra;
Endossante — pessoa que transmite a propriedade da letra;
A letra, para produzir os seus efeitos, tem de obedecer a certos requisitos, mencionados no Art.º.1.º da
L.U.L.L. — (Lei Uniforme das Letras e Livranças):
1.A palavra "letra", inscrita no texto do tíútulo e expressa na líúngua para a redaçaã o desse tíútulo;
2.Mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada;
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3.O nome de quem deve pagar (sacado);
4.A eú poca de pagamento;
5.Indicaçaã o do local onde se deve efetuar o pagamento;
6.O nome da pessoa a quem ou aà ordem de quem deve ser paga;
7. Indicaçaã o da data e do local onde a letra eú emitida;
8. Assinatura de quem emite a letra (sacador).
A letra está sujeita a imposto do selo, sendo o mesmo calculado de acordo com a Tabela Geral do
Imposto do Selo, com a incideê ncia de 0,5%, sujeito ao limite de 1,00 €. Se a empresa utilizar o
impresso oficial, o imposto do selo eú pago no momento de aquisiçaã o da letra. No entanto, se a empresa
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tiver um capital superior a 5 000,00 €, esta poderaú emitir as suas proú prias letras — letras de emissaã o
particular —, sendo o imposto pago por meio de guia, no meê s seguinte aà quele em que foram emitidas.
Endosso
Segundo os Art.os 12.° e 13.° da L.U.L.L., a propriedade da letra pode ser transmitida a uma
terceira pessoa — o endossado —, bem como todos os direitos a ele inerentes.
FORMA
Quando o endossante indica o nome do endossado, utilizando
Completo
a expressaã o "Pague-se a...", "AÀ sua ordem", data e assinatura.
Quando o endossante naã o indica o nome do endossado,
Incompleto
limitando-se a assinar.
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Aceite
Aceite eú o ato pelo qual o sacado se obriga, apoú s uma assinatura, a pagar o valor da letra na data
de vencimento, Art.º 28.° da L.U.L.L.
ACEITE
Quando, além de assinar, o
Completo sacado inscreve na letra
"Aceito" ou "Aceitamos"
transversalmente, junto ao selo.
Quando o sacado assume o
Incompleto ou em
compromisso, assinando
branco transversalmente, junto ao selo.
Caso o sacado naã o concorde com o saque e decida naã o assinar a letra, o sacador deve proceder a
um ato formal — protesto por falta de aceite — por forma a exercer os seus direitos.
Aval
O aval eú uma garantia de pagamento da letra prestada por uma terceira entidade ou por um
dos intervenientes da letra com exceçaã o do sacado.
Quando o aval naã o menciona o nome da pessoa avalizada, pressupoã e-se que esta seja a fava do
sacador.
De acordo com o Art.º 35.º da L.U.L.L., o aval pode assumir duas formas:
AVAL
Vencimento
Entende-se por vencimento a data em que o proprietaú rio da letra pode exigir o seu pagamento.
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VENCIMENTO
Protesto
De acordo com os Art.os 43.° e 44.º da L.U.L.L, o protesto eú um ato formal que possibilita que o
portador da letra possa exercer os seus direitos, contra os vaú rios intervenientes no tíútulo.
O protesto pode ser efetuado por falta de aceite ou por falta de pagamento:
PROTESTO
Protesto por feita Quando o sacado se recusa a aceitar a letra. Deve ser efetuado ateú ao
de aceite dia do vencimento - Art.º 43.º da L.U.L.L.
Quando o sacado naã o efetua o pagamento do tíútulo, devendo este ser
Protesto por falta
efetuado nos dois dias uú teis seguintes aà data de vencimento - Art.º
de pagamento
44.° da L.U.L.L.
Livrança
Livrança eú um tíútulo de creú dito atraveú s do qual uma pessoa — emitente ou subscritor — se
compromete a pagar a uma terceira — beneficiário ou portador —, ou aà sua ordem, uma
certa quantia num local determinado.
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LETRA
LIVRANÇA
EÉ uma promessa de
pagamento.
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Proposta de cobrança
O desconto de uma letra consiste no recebimento antecipado (antes da data de vencimento) do valor
líúquido do tíútulo, efetuado por uma instituiçaã o bancaú ria, apoú s endosso da letra e aprovaçaã o da
proposta de desconto.
Quando o sacador desconta uma letra, entrega-a ao banco, o qual, por sua vez, receberaú o seu valor
na data de vencimento.
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Circuito da correspondência
O circuito da correspondência naã o eú mais do que as fases pela qual a correspondeê ncia passa
dentro e fora da empresa, desde o remetente ateú ao destinataú rio. Estas são:
A abertura,
O registo de entradas,
A distribuiçaã o,
A resposta ou arquivo, a assinatura,
O registo de saíúda e a expediçaã o e
Arquivo.
Na fase de abertura, eú importante ter atençaã o, ao modo como as cartas saã o dobradas,
de modo a naã o danificar o conteuú do da carta;
O registo tal como na receção e na abertura deveraú ser realizada por um soú
departamento, uma vez que se deve tirar sempre uma coú pia dos originais recebidos. Esta
deveraú ser feita apoú s colocar o respetivo carimbo que conteú m a data e o nuú mero da entrada,
poreú m haú empresas que utilizam o Livro de Registo para a correspondeê ncia;
A fase da distribuição, tem inuú meras formas de ser feita, mas sempre com o controlo
do Livro de Protocolo. Na resposta ou arquivo, apoú s a leitura da correspondeê ncia, o
destinataú rio daú -lhe o devido tratamento, esta segue diretamente o arquivo, caso contraú rio a
correspondência requer uma resposta. Devem ter resposta imediata todas as questoã es
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urgentes; apoú s terminada a carta de resposta, caso seja necessaú rio, ela deve ser de novo lida e
assinada pela direçaã o da empresa ou pelo responsaú vel do serviço, dependendo dos casos; tal
como na entrada da correspondeê ncia, tambeú m se regista a saíúda desta, eú esta a fase do registo
de saíúda.
O registo é feito no livro de Protocolo, sendo o seu riscado ideê ntico ao das entradas,
e as coú pias saã o separadas dos originais para seguirem caminho; por uú ltimo, temos a expediçaã o
e o arquivo, onde eú importante verificar antes da carta ser inserida no sobrescrito se estaú
datada e assinada, se conteú m o material necessaú rio referido em anexo e se o endereço
corresponde ao do sobrescrito. Já a correspondência pode ser, por sua vez, comercial ou
oficial, particular ou pessoal.
Bibliografia
341023 - Empregado/a Comercial
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MIGUEL , Alberto Seú rgio – Manual de Higiene e Segurança no Trabalho, Porto Editora,
(2012)
CAMPOS, Ana Paula, CARDEIRO, Filomena e ESTEVES, Maria Joaã o, Teú cnicas
Administrativas – Curso Tecnoloú gico de Administraçaã o, Plaú tano Editora, Lisboa 2004
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