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Gestão Da Cadeia de Suprimentos PDF
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Gestão da cadeia
de suprimentos
Sumário
CAPÍTULO 1 – Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos...................................................05
Introdução.....................................................................................................................05
1.1.2 SLA.................................................................................................................06
1.2 Logística...................................................................................................................07
Síntese...........................................................................................................................18
Referências Bibliográficas.................................................................................................19
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Capítulo 1
Gerenciamento da Cadeia
de Suprimentos
Introdução
Imagine que você entra num restaurante em um dia quente de verão a procura daquele novo sa-
bor de Guaraná Antártica – o Guaraná Black, que você viu incansavelmente na tevê nos últimos
dias –, mas, para sua surpresa, o garçom responde: “Esse eu não tenho, pode ser o Kuat?”. A
sensação de frustração é tão grande que você opta por qualquer outra bebida e pensa: “Mas
que logística péssima do Guaraná! Agora fiquei com vontade de experimentar a nova versão e
não consegui!”. Mas qual a diferença entre Logística e Supply Chain Management, ou Gestão da
Cadeia de Suprimento? O que é Distribuição? Qual delas não está funcionando corretamente
na situação discutida?
Nas páginas a seguir, você será apresentado aos conceitos e às ferramentas de apoio de empre-
sas líderes de mercado na cadeia de suprimentos, em diferentes áreas de atuação. Você enten-
derá a cadeia de suprimentos e sua relação com a logística; a importância do outsourcing (ter-
ceirização) e o operador logístico como formas de otimizar processos e reduzir custos na cadeia,
gerenciando-a de forma eficaz e alcançando, dessa forma, vantagem competitiva. Em resumo,
você conhecerá os desafios da Gestão da Cadeia de Suprimentos, assim como seus pontos fortes
e fracos dentro das organizações. Vamos lá?
Esse cenário torna a gestão eficiente da cadeia de suprimentos ainda mais essencial, pois pode
garantir a diferenciação no nível de serviço prestado, sem impacto nos custos de operação. Neste
tópico, vamos entender a origem do conceito de gestão da cadeia de suprimentos e as ferramen-
tas que facilitam a organização deste processo.
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Gestão da cadeia de suprimentos
Foi a partir dessa lógica que surgiu o conceito de organização da cadeia de abastecimento. Sa-
bemos que a cadeia de abastecimento vai desde o fornecimento de matéria-prima até a entrega
do produto acabado ao consumidor final, seja através de um varejista, uma loja especializada
ou no porta a porta. Grave bem: a ideia central, como dito, é organizar, coordenar e controlar
todas as atividades necessárias para atender ao mercado de atuação da empresa. As empresas
estão cada vez mais competindo em mercados globalizados com produtos com tempo de vida
curto, ou seja, possuem ciclos de vida mais rápidos.
Para que essa coordenação de tarefas seja possível, é necessária uma mudança efetiva na cultura
de empresas, as quais precisam entender que, mais do que simples fornecedores, trata-se de par-
ceiros. A ideia é deixar de ser um player independente, competindo com empresas semelhantes,
para integrar uma cadeia efetiva, competindo em bloco. É necessário que as empresas alinhem e
definam suas estratégias operacionais por meio de seus posicionamentos, tanto como parceiros
quanto como clientes nas cadeias produtivas em que se inserem. A esse esforço de coordenação
e controle dos processos de negócios envolvidos na gestão de um produto damos o nome de
Supply Chain Management (SCM), ou então Gestão de Cadeia de Suprimentos. Mas como
tornar o processo claro para todos os envolvidos, permitindo assim a visualização do processo e
mensuração do serviço oferecido?
1.1.2 SLA
Mais do que um documento formal, o SLA descreve de forma clara o que ficou acordado entre
cliente e fornecedor, o serviço que será oferecido, os quesitos a serem cumpridos e a forma como
serão monitorados, avaliados e corrigidos, possibilitando a mensuração da cadeia de valor.
Podemos dizer que se trata, portanto, de uma relação das expectativas entre fornecedor e cliente,
também conhecida como definição de níveis mínimos de serviço esperados. Para que isso fique
claro para ambas as partes, é comum usar parâmetros ou indicadores que tornem possível uma
avaliação quantitativa da qualidade do serviço oferecido.
Por fim, pode-se afirmar então que, no SLA, estarão registrados os direitos e deveres de cada par-
te, deixando explícito o formato de resolução de qualquer conflito que venha a surgir. Da mesma
Uma parceria de sucesso, tanto na cadeia de suprimentos quanto em qualquer outro setor do
mercado, depende da dupla troca entre fornecedor e cliente, que somente é possível com desen-
volvimento de fornecedores. Muitas vezes o custo de se trocar um fornecedor-chave é mais alto
do que investir no parceiro atual vislumbrando o ganho na cadeia, permitindo assim agilidade
nas mudanças e resultados compartilhados. É, portanto, de extrema importância considerar as
alianças estratégicas entre os fornecedores e fabricantes, visando maximizar sua participação no
mercado e potencializar a empresa frente aos concorrentes.
1.2 Logística
Por muito tempo a logística foi associada à entrega ou distribuição, e essa associação tornou-se
comum pelo surgimento do e-commerce no Brasil, em meados da década de 1990. É bem possível
que você se lembre das primeiras compras feitas on-line e das recorrentes dificuldades de entrega,
certo? Convencionou-se justificar os problemas de entrega ou de prazo de entrega como inerentes
à logística. Mas a logística vai muito além da distribuição de produtos de compra on-line.
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Gestão da cadeia de suprimentos
A realidade que se seguiu foi a de pedidos além da quantidade disponível em estoque, provo-
cando atrasos nas entregas e insatisfação generalizada. Tenha em mente que os objetivos e a
função da logística se transformaram conforme as necessidades da sociedade. Confira, a seguir,
um exemplo inusitado do uso da logística.
Para a Marinha do Brasil, a logística seria a ciência de prever necessidades e prover soluções.
No caso do acidente do Air France 447, que caiu próximo a Fernando de Noronha em junho de
2009, a operação da Marinha durou semanas, numa área afastada cerca de 600 km, e contou
com a presença de navios de apoio logístico para fornecer combustível e itens de sobrevivência
necessários para a permanência da equipe de resgate. Saiba que estavam envolvidos na ope-
ração de resgate: cinco aviões; três navios; dois helicópteros; cem militares brasileiros; além de
dois aviões das forças militares francesas.
Nesse contexto, de acordo com a Council of Supply Chain Management (2015), podemos definir
logística como:
Nota-se também que o escopo da logística vai além da simples movimentação de produtos.
Envolve cada vez mais a gestão de informações importantes no processo de planejamento, exe-
cução e controle do transporte e armazenagem de produtos. Mesmo que executados por profis-
sionais de outras áreas, a gestão da demanda de clientes, o controle de atendimento dos pedi-
dos, o rastreamento das entregas e o controle de pagamentos são todos de responsabilidade do
departamento de logística.
Nos dias de hoje, existem inúmeras empresas que trabalham com os mesmos produtos, com o
mesmo porte e atuando no mesmo mercado, mas com estrutura de custos completamente di-
Durante a Revolução Industrial, a preocupação era focada na produção máxima, ou seja, na ne-
cessidade de oferecer produtos, e não diversidade. Como não havia muitas opções de escolha,
aquilo que fosse produzido era consumido, o chamado sistema produtivo “empurrado” – produ-
zia-se o máximo, colocava-se a mercadoria no estoque e a área comercial tinha a obrigação de
escoá-la. Devido à baixa concorrência, esse modelo era funcional, e o estoque era investimento,
e não custo. Assim, como dito em 1909 por Henry Ford, “você pode ter um modelo T que quiser,
desde que seja na cor preta” (FORD, 1922).
• Custo.
• Qualidade.
• Desempenho de entrega.
• Flexibilidade.
• Inovação.
No que tange o custo, a decisão é sobre produzir menores volumes com margens maiores, ou
grandes volumes com margens menores? O cliente busca preço baixo ou diversidade? Já no que se
refere à qualidade, o que vamos oferecer? A excelência? Quanto o cliente valoriza a qualidade?
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Gestão da cadeia de suprimentos
Para fins didáticos, vamos dividir o processo logístico e seus fluxos em quatro subprocessos. Veja
a figura a seguir!
Suprimentos Produtos
Indústria
Fornecedor Cliente
Logística
Inbound Interna Outbound
Logística Reversa
Suprimentos
Indústria
Fornecedor
Transporte
Recebimento de matéria-prima
Inbound
Figura 2 – Na Logística de Suprimentos, o objetivo é tornar a matéria-prima disponível para o processo pro-
dutivo, garantindo que transporte e recebimento funcionem de forma eficiente. Neste processo, é importante
destacar as atividades primarias como fator essencial para a coordenação e o cumprimento da tarefa logística.
O transporte é a operação mais importante deste fluxo, pois absorve em média dois terço dos custos logísticos.
Fonte: Elaborada pela autora, 2015.
Controle de pedidos
Faturamento Estoque de
Recebimento Fabricação produto acabado
Estoque de Montagem Expedição
matéria prima Controle de Faturamento
Compras qualidade Centro de
Marketing Distribuição
Financeiro
LOGÍSTICA INTERNA
Produtos
varejista
Cliente
atacadista
agente
atacadista varejista
Indústria Cliente
Vend
a Diret
a
Cliente
Outbound
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Gestão da cadeia de suprimentos
Indústria Cliente
Outbound
Logística Reversa
Por muito tempo, associou-se logística reversa somente à coleta de resíduos para reduzir o im-
pacto do descarte de produtos no ambiente, em especial produtos tecnológicos ou cujo descarte
tem alto impacto (como o caso de baterias, pilhas, embalagens de produtos químicos e agro-
tóxicos, material hospitalar etc.). A logística reversa, no entanto, vai além e se preocupa com
a operacionalização do fluxo físico dos produtos pós-venda, que por alguma razão necessitem
retornar à cadeia. Seja por quebra, falha de funcionamento, expiração de validade ou erro de
processamento de pedidos; o objetivo final é operacionalizar esse retorno visando agregar valor
ao produto devolvido. Saiba que o grande problema para a reutilização dos produtos descarta-
dos é a maneira de disponibilizá-los para a etapa seguinte na cadeia logística reversa.
• Garantia ou qualidade.
• Questões comerciais.
• Substituição de componentes.
• Programas ou obrigações legais.
12 Laureate- International Universities
As devoluções por garantia/qualidade estão relacionadas aos casos em que o cliente devolve
o produto por falha no funcionamento ou defeito de fábrica, assim como naqueles casos em que
a embalagem de transporte ou o próprio produto apresente avarias anteriores à compra.
As logísticas reversas por programas legais são aqueles casos em que, por obrigação legal,
embalagens ou produtos necessitam de descarte especial por conta de impacto no ambiente. É
o caso de embalagens de agrotóxicos, remédios, embalagens de transporte de combustíveis e
produtos químicos em geral.
Saiba, no entanto, que questões como custo operacional e dificuldade no gerenciamento com-
pleto do retorno de produtos/embalagens tornam-se entraves ao desenvolvimento da logística
reversa na maior parte das empresas. No caso das empresas com obrigações legais, como cita-
mos anteriormente, a dificuldade maior está na falta de locais apropriados e licenciados para o
tratamento dessas embalagens. Faltam aterros, incineradores e outras formas de tratamentos físi-
co-químicos, encarecendo ainda mais a operação envolvida na destinação desses componentes.
VOCÊ O CONHECE?
Fred Smith foi estudante da Yale University, em 1965, e precisava elaborar um plano de
negócios para uma das disciplinas do seu curso de Economia. Imaginou um negócio
de entregas expressas, que concorreria diretamente com o Correio dos Estados Unidos.
Seu professor, ao ler o plano de negócios, sentenciou: “O conceito é interessante e
bem formulado, mas para ganhar uma nota melhor do que C a ideia precisa ser viável.
Seis anos depois, em 1971, o plano de negócios virou a FedEx, empresa americana de
remessas expressas de correspondência, documentos e objetos, além de outros serviços
de logística, e também a 2ª maior empresa de transporte aéreo do mundo.
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Gestão da cadeia de suprimentos
Para atender à demanda desse novo mercado, as empresas tiveram de criar linhas e modelos de
produtos, com ciclos de vida bem mais curtos, o que demandava a coordenação da gestão
de fornecedores (matéria-prima), da produção e da distribuição; de forma a dar respostas mais
eficazes aos objetivos de excelência que os negócios exigiam. As novas tendências econômicas,
as necessidades de adaptações dos sistemas logísticos aos novos sistemas de produção, como
os serviços on-line que resultaram em novos processos produtivos. Além disso, era necessário
também otimizar recursos, melhorar os níveis de serviço aos clientes, trabalhando com redução
continua de custos. Surgiu, então, o conceito de Logística Integrada.
Porém, era necessário não somente gerenciar de forma integrada a cadeia produtiva – Fornece-
dor > Produção > Distribuição, mas também a coordenação de informações com os fornecedo-
res e o cliente final. Surge então o conceito de Supply Chain Management como uma evolução
natural do conceito de logística integrada, como um caminho para vantagem competitiva. A ges-
tão eficiente da cadeia de suprimentos pode levar aquela empresa bem posicionada no mercado
em termos de produto a diferenciar-se também com a redução de custos.
década de 1980
década de 1990
até anos 60
Supply Chain
Management
Figura 6 – O Ciclo Evolutivo da logística teve início na década de 1960, quando os sistemas eram total-
mente desintegrados, caminhando para o modelo atual de cadeia integrada e diferencial competitivo.
Fonte: Elaborada pela autora, 2015.
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Gestão da cadeia de suprimentos
Por fim, é essencial que a cadeia de suprimento tenha um canal de informações que conecte
todos os participantes, tanto fornecedores, equipe interna, quanto clientes, garantindo a fluidez
de informação e o atingimento de prazos, o que permite que SCM seja efetivo no atingimento do
SLA de forma integrada e otimizada.
INFORMAÇÃO
Figura 7 – O SCM trata não somente da integração do fluxo físico dos produtos, como também
da troca de informações entre os elos de forma a garantir agilidade e eficiência produtiva.
Fonte: Elaborada pela autora, 2015.
CASO
A rede de varejo espanhola Zara adotou uma forma de produção diferenciada para garantir
que suas lojas tenham sempre coleções novas, atualizadas e quase exclusivas, numa velocidade
maior que seus concorrentes. Para que isso seja possível, era essencial encurtar o tempo entre a
peça ser fabricada e estar disponível na loja para venda. Funciona da seguinte forma: mais da
metade da produção é confeccionada na Espanha, tanto na fábrica própria como em parceiros
instalados na região, e distribuída em lotes pequenos para o resto do mundo. Com a ativação
desses parceiros regionais, a mesma coleção que as outras redes levam nove meses para colo-
car em loja, a Zara desenvolve em um mês. Por fim, a renovação é constante e o cliente tem a
impressão de exclusividade de peças, graças à essa capacidade de produzir e despachar seus
produtos rapidamente. É a partir de inteligência estratégica, administração da produção, gestão
de parceiros e controle de estoques que a Zara consegue garantir vantagem competitiva.
Em outras palavras, podemos dizer que as empresas passaram a se concentrar cada vez mais nas
suas atividades-fim e, para que isso seja possível, torna-se importante ter o parceiro certo para
as outras atividades na cadeia, garantindo assim ganho de vantagem competitiva. Neste tópico,
vamos conhecer de que forma a escolha desse parceiro pode influenciar no processo e o que
deve ser considerado em sua seleção.
No típico contrato logístico, o fornecedor do serviço integra mais de uma funcionalidade dentro
da cadeia de suprimentos, oferecendo uma solução integrada que pode englobar:
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Síntese Síntese
• A necessidade de diferenciação diante da concorrência deu início à organização da
cadeia de abastecimento, como solução organizada e integrada de processos, desde o
fornecimento de matéria-prima até a entrega do produto acabado ao consumidor final.
Tornou-se necessária a mudança na cultura de empresas, deixando de atuar como player
independente para integrar uma cadeia, competindo em bloco.
• Para garantir que o gerenciamento da cadeia aconteça de forma correta, surge o Service
level agreement (SLA) estabelecendo um processo de melhorias contínuas, com o objetivo
de reduzir custos e atingir o resultado esperado.
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