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O contexto histórico do feminismo é divido em três ondas:

Primeira onda
Ocorreu no Reino Unido e nos Estados Unidos entre o século XIX e o fim do
século XX. Seus objetivos iniciais foram marcados pela foco de promover a
igualdade nos direitos contratuais e de propriedade para homens e mulheres e
oposicionar casamentos arranjados e a propriedade de mulheres casadas por
seus maridos(mulheres só trabalhavam com a autorização de seus maridos),
porém no final do século XIX a primeira onda do feminismo passou a focar
principalmente na luta pela poder político e o direito ao voto. É importante
ressaltar que nomes como Voltairine de Cleyre e Margaret Sanger nessa época
já se mobilizavam pelos direitos sexuais, reprodutivos e econômicos
femininos(a mulher não possuía nenhum recurso legal contra o estrupo dentro
de seu próprio casamento).

A escritora e filósofa francesa Simone de Beauvoir é uma das maiores


herdeiras da primeira onda. Em 1949, o livro O Segundo Sexo, desnaturaliza o
gênero, mostrando que não seria possível atribuir às mulheres certos valores e
comportamentos sociais como biologicamente determinados

Segunda onda:
No início da década de 60, durante o período de crise na democracia surge a
segunda onda do feminismo, que durou até o final da década de 80, marcado
por lutar não somente pela valorização do trabalho, direito ao prazer, violência
sexual mas também contra a ditadura militar. A segunda onda pode ser
caracterizada como uma continuação da fase anterior, preocupando-se com
questões de igualdade e discriminação. Em 1972 forma-se o primeiro grupo de
professoras universitárias e em 1975 surge o movimento feminista pela
Anistia(no mesmo ano surge no Brasil um jornal voltado para o público
feminino( Jornal Brasil Mulher, que circulou até 1980).
Como ícone desse momento, deve-se citar a jornalista, escritora e dramaturga
brasileira Patrícia Galvão, conhecida como Pagu. Foi responsável por desafiar
a sociedade da época e provocar uma revira volta no perfil da mulher brasileira
à partir da luta pela libertação sexual e pela autossuficiência amorosa.

Terceira onda:
Marcado como uma resposta às falhas da segunda onda, a terceira onda do
feminismo surge no início da década de 90, com o objetivo de discutir
paradigmas estabelecidos nas outras ondas sobre o que é e o que não é bom
para as mulheres e buscando enfatizar e discutir a micropolítica. Ainda na
década de 70, mulheres negras como Beverly Fisher começaram a reivindicar
uma maior visibilidade para a participação da mulher negra dentro do
movimento feminista, visto que o feminismo da primeira e segunda onda
colocava em ênfase as experiências das mulheres brancas de classe média-
alta. O feminismo negro ganha força no Brasil no fim da década de 70, lutando
para que as mulheres negras tornem-se sujeitos políticos.

Judith Butler é uma importante figura dentro da terceira onda, alavancando


críticas com o incentivo de mostrar que o discurso universal das ondas
anteriores é excludente, porque as opressões atingem a mulheres de modos
diferentes, sendo necessário discutir gênero com recorte de classe e raça, para
evar em conta as especificidades de cada mulher.
Por exemplo, trabalhar fora sem a autorização do marido não era uma
reivindicação de mulheres negras e pobres, assim como a universalização da
categoria mulheres tendo em vista a representação política, foi feita tendo
como base a mulher branca, de classe média.

Imagens:

Audrey Lorde foi uma importante figura dentro da terceira onda, escritora,
feminista radical, mulherista, lésbica e ativista dos direitos civis. Um dos seus esforços
mais notáveis foi o seu trabalho militante com as mulheres afro-alemães na década de
1980. Ela falou sobre questões que envolvem direitos
civis, racismo, feminismo, mulherismo e opressão. Seu trabalho ganhou grande e ampla
aclamação crítica, devido aos elementos do liberalismo social e sexualidade apresentados
em seu trabalho e sua ênfase na revolução e mudança

Audre Lorde foi uma importante figura dentro da terceira onda; era escritora, feminista
lésbica e ativista na luta pelos direitos humanos. Escreveu romances que abordam
temáticas como feminismo e opressão, além de direitos humanos. Os temas mais
abordados em sua obra são amor, traição, nascimento, classe social, idade, raça,
sexualidade, gênero e saúde. Sua poesia é um espaço também em que ela se afirma como
lésbica e feminista negra.

Lorde desafiou feministas brancas, questionando seu ponto de vista sobre questões
raciais, e se tornou uma voz lésbica negra isolada dentro do movimento feminista,
apontando as opressões a que as mulheres brancas submetiam as mulheres negras.
Pagu

Alice walker
Judith Butler

Fonte: http://movfeministas.blogspot.com.br/2010/09/importantes-ondas-feministas.html
http://www.cartacapital.com.br/blogs/escritorio-feminista/feminismo-academico-9622.html

Letra da música “Pagu” por Rita Lee


Pagu
“Mexo, remexo na inquisição
Só quem já morreu na fogueira
Sabe o que é ser carvão
Hum! Hum!

Eu sou pau pra toda obra


Deus dá asas à minha cobra
Hum! Hum! Hum! Hum!
Minha força não é bruta
Não sou freira, nem sou puta

Porque nem toda feiticeira é corcunda


Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem
Nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem

Ratatá! Ratatá! Ratatá!


Taratá! Taratá!

Sou rainha do meu tanque


Sou Pagu indignada no palanque
Hanhan! Ah! Hanran!
Fama de porra louca, tudo bem!
Minha mãe é Maria Ninguém
Hanhan! Ah! Hanran!

Não sou atriz, modelo, dançarina


Meu buraco é mais em cima

Porque nem toda feiticeira é corcunda


Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem

Nem toda feiticeira é corcunda


Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem

Nem toda feiticeira é corcunda


Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem

Ratatá! Ratatatá
Hiii! Ratatá
Taratá! Taratá!”

https://www.youtube.com/watch?v=o_1vKrEPLI8

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