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Principais Conseqüências
• Incorporação de áreas para serem domínios das potências européias (Colônias)
• Neocolonialismo (Dominação econômica)
• Inserção do Brasil no modelo capitalista de produção.
FRENTES ECONÔMICAS:
A Economia o Espaço Colonial e o Processo de Expansão do território.
1.1-A FRENTE DA ECONOMIA AÇUCAREIRA:
A) Contexto: a partir da quarta década do século XVI.
B) Espaço: litoral oriental do nordeste(zona da mata).
C) Características:
• posição geográfica litorânea privilegiada
• iminência de Portugal perder tal território para outras potencias
• clima tropical úmido e do solo de massapé
• implantação do sistema de capitanias hereditárias
• culturas secundarias (interior) pecuária extensiva bovina e algodão no sertão e cultivo do
fumo no recôncavo baiano
• Nordeste: como centro econômico e político da colônia (capital Salvador 1580-1763)
• Amazônia: Coleta drogas do sertão: séc XVII
1.4- O arquipélago econômico: regiões que desenvolviam atividades com relações precárias,
sem uma efetiva integração econômica do país ate a década de trinta. Cinco grandes regiões
mercantis: a) centro cafeeiro, com núcleo no Rio de Janeiro:b) o nordeste açucareiro e
algodoeiro, centrado em recife;c) a Bahia — com sede em Salvador — que inicia o período
como produtora de açúcar e fumo, mas que lentamente transforma-se em exportadora de
cacau no final do século XIX; d) o sul, orientado para a pecuária e para a fabricação de
charque: e, por final, e) a Amazônia, que assume importância crescente no exterior
brasileiro, no ultimo quarto do século XIX, através das exportações de borracha natural,
(1870-1912) centrada em Belém, secundada em Manaus.
Desigualdades regionais
O processo de urbanização da população brasi¬leira não é uniforme. As diferentes regiões e
estados do país apresentam uma urbanização desigual e con¬trastes marcantes na distribuição
da população en¬tre o meio rural e o meio urbano. As desigualdades no ritmo do processo de
urba¬nização refletem as disparidades econômicas regio¬nais e a própria inserção
diferenciada de cada região na economia nacional. A elevada parcela da população urbana no
con¬junto total da população do Sudeste expressa um estágio avançado de modernização
econômica, com profunda transformação da economia rural e subordinação da agropecuária à
indústria. Expres¬sa também o peso decisivo da economia urbana na produção regional da
riqueza.
A Região Sul viveu um processo de urbanização lento até a década de 1970. A estrutura
agrária familiar e policultora restringia o êxodo rural. De¬pois, a mecanização acelerada da
agricultura e a concentração da propriedade da terra impulsio¬naram a transferência rápida
da população rural para o meio urbano.
No Nordeste, o movimento urbanizador asseme¬lha-se à trajetória sulista anterior a 1970.
Uma popu¬lação rural relativamente elevada decorre da estrutura minifundiária e familiar
tradicional da faixa do Agres¬te, que retém a força de trabalho no campo e controla o ritmo
de êxodo rural. A baixa capitalização e produ¬tividade do setor agrícola limita a expulsão da
popula¬ção rural. O desenvolvimento insuficiente do mercado regional limita a atração
exercida pelas cidades. Além disso, parcela significativa do êxodo rural da popu¬lação
nordestina jamais apareceu nas estatísticas re¬gionais. Trata-se das migrações inter-regionais
direcionadas para o Sudeste, que transferiram popu¬lações do campo nordestino para as áreas
urbanas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
As novas frentes pioneiras agrícolas e o conseqüente fluxo de populações para a Amazônia,
nas últimas décadas, orientaram-se para as áreas rurais, restringindo o crescimento relativo
da população urbana. São esses fluxos que explicam a significati¬va parcela de população
rural em estados como Maranhão, Pará, Tocantins e Rondônia.
Em poucas décadas, o Brasil transformou-se numa sociedade urbana, deixando para trás as
es¬truturas econômicas e os comportamentos repro¬dutivos típicos do mundo rural. Essa
"revolução silenciosa" teve profundo impacto sobre os padrões de crescimento vegetativo da
população.
AS FORMAS DE URBANIZAÇÃO
O processo de urbanização brasileiro apoiou-se essencialmente no êxodo rural, ou seja, na
transfe¬rência de populações do meio rural para as cidades. A migração rural-urbana tem
como condição pré¬via a formação de uma força de trabalho excedente no campo, que
perdeu os meios de sobrevivência no setor agropecuário. Uma das causas da sua forma¬ção é
a modernização técnica do trabalho rural, com a substituição do homem pela máquina.
Outra causa é a persistência de uma estrutura fundiária concentradora. O monopólio das
terras por uma elite resulta na carência de terras para a maioria dos trabalhadores rurais.
Essa carência manifesta-se pela extrema subdivisão e parce¬lamento das propriedades em
determinadas áreas, em função do crescimento das famílias. A continuidade do crescimento
vegetativo gera uma pres¬são demográfica sobre a terra, cuja válvula de es¬cape é o
movimento migratório.
A atração exercida pelas cidades só pode ser com¬preendida se analisado o processo de
abandono do campo. Destituída dos meios de sobrevivência na zona rural, a população dirige-
se às cidades em busca de empregos e salários na construção civil, no comércio ou nos
serviços. A presença de um mercado urbano diversificado abre a possibilidade do trabalho
infor¬mal, sem vínculo empregatício. Os serviços públicos de assistência social e hospitalar,
mesmo bastante pre¬cários, realçam a atração exercida pelo meio urbano.
CIDADES E METRÓPOLES
Nos países de antiga industrialização do noroeste da Europa, o movimento urbanizador
produziu, há mais de um século, um pequeno número de aglomera¬ções metropolitanas
assentadas sobre uma vasta rede de cidades médias e pequenas. No Brasil, o processo de
urbanização, muito mais recente, foi essencialmen¬te concentrador: gerou cidades grandes e
metrópoles.
A tendência à metropolização foi um reflexo das condições em que ocorreu a modernização
da eco¬nomia do país. A industrialização baseou-se em in¬vestimentos volumosos de capital,
provenientes do Estado, de empresas transnacionais ou de grandes grupos privados nacionais.
O monopólio constituiu o arcabouço da economia urbano-industrial desde a década de 1930 e,
principalmente, durante a indus¬trialização acelerada do pós-guerra.
A implantação de uma economia monopolista correspondeu à concentração da produção, da
for¬ça de trabalho e do mercado em determinados pon¬tos do território. Um número reduzido
de cidades que apresentavam vantagens prévias foi alvo dos volumosos investimentos. Elas se
tornaram pólos de atração populacional, crescendo e diversificando a sua economia. A
concentração econômica determi¬nou a aglomeração espacial.
Na última década, porém, o êxodo rural conheceu alterações significativas. O ritmo de
crescimento das cidades médias ultrapassou o das metrópoles, em conseqüência da tendência
à dispersão industrial pelas ci¬dades do interior, especialmente na Região Sudeste.
As regiões metropolitanas
A Lei Complementar nü 14, de 1973, estabe¬leceu a noção de Região Metropolitana (RM),
aplicando-a às nove principais aglomerações ur¬banas do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo
Horizonte, Salvador, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Fortaleza e Belém). Esse dispositivo legal
definiu as RMs como áreas administrativas formadas pêlos maiores municípios do país e pêlos
municípios em seu entorno.
Depois de 1990, em função das grandes transfor¬mações que ocorreram em nosso país e por
conta de mudanças nos critérios internacionais de classificação - que, além da população,
leva em conta a estrutura produtiva -, o conceito de RM foi estendido para mais 14 áreas,
inclusas aí as nove áreas originais.
Essas 23 RMs estão regionalmente assim distri¬buídas: no Sudeste estão São Paulo, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Vale do Aço (MG), Campi¬nas (SP) e Baixada Santista (SP); no
Sul, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis, Vale do Itajaí (SC), norte/nordeste catarinense,
Maringá (PR) e Londrina (PR); no Nordeste encontram-se as de Salvador, Recife, Fortaleza,
Natal, Maceió e São Luís; no Centro-Oeste, Goiânia e a Região Integrada de Desenvolvimento
(Ride) do entorno Brasília, e finalmente no Norte na RM de Belém.
Esse conjunto de áreas metropolitanas concen¬tra cerca de 40% da população brasileira. As
prin¬cipais RMs do Sudeste concentram cerca de metade da população de todo o conjunto das
áreas metro¬politanas.
Segundo os novos critérios de classificação de RMs, podem-se distinguir áreas onde o processo
de metropolização já se verificou de forma plena e ou¬tras onde este processo se encontra
em diferentes fases de evolução. Do ponto de vista quantitativo, considera-se como uma área
de metropolização ple¬na aquela em que o principal município tenha pelo menos 800.000
habitantes, já que um núcleo urba¬no desse porte apresenta funções urbanas diver¬sificadas
e especializadas, características inerentes a uma grande metrópole.
As RMs de São Luis, Natal, Maceió, Londrina, Baixada Santista, norte-nordeste catarinense,
Florianópolis, Maringá, Grande Vitória, Vale do Itajaí e Vale do Aço, estão no estádio de
“metropolização emergente"; as demais já apresentam "metropolização plena".A constituição
das aglomerações metropolitanas fez emergir um conjunto de problemas que ultra¬passavam
a competência política do poder munici¬pal. As prefeituras não estavam habilitadas
paraplanejar o desenvolvimento de meios de transporte, infra-estrutura viária, serviços de
saneamento e abas¬tecimento de água para as áreas urbanizadas que englobavam os limites
de vários municípios conurbados. A criação das regiões metropolitanas visou fornecer um
quadro administrativo capaz de responder às novas realidades urbanas.O processo de
metropolização, que contínua a se desenvolver, está conduzindo ao aparecimento da primeira
megalópole do país, no espaço geográfico de expansão das duas principais aglome¬rações
urbanas brasileiras. Pelo Vale do Paraíba, adensa-se o espaço urbanizado sob o comando
ime¬diato das metrópoles de São Paulo e do Rio de Ja¬neiro. A presença de barreiras físicas
muito nítidas - a Ser¬ra do Mar, a leste, e a Serra da Mantiqueira, a oeste -aprofunda a
tendência à formação de uma verdadeira megalópole, valorizando o espaço geográfico do
Vale do Paraíba. A concentração de estabelecimentos indus¬triais e o crescimento dos
núcleos urbanos desse eixo agravam os problemas de circulação da megalópole.
A antiga e congestionada rodovia Dutra é cada vez mais insuficiente para dar vazão ao tráfego
de mercadorias e pessoas, impondo obras de ampliação da velha rodovia, a modernização da
ponte aérea e a discussão de projetos de ligações ferroviárias mo¬dernas (o trem-bala).
NIVEIS DE URBANIZAÇÃO
Abaixo estão listados termos comuns ao conceito de metropolização relacionados às
megalópoles.
• Conurbação ou aglomeração urbana:Corresponde ao encontro ou junção entre duas ou mais
cidades em virtude de seu crescimento horizontal. Em geral esse processo dá origem a
formação de regiões metropolitanas.
• Metrópole:A cidade principal ou cidade-mãe, isto é, a cidade que possui os melhores
equipamentos urbanos do país (metrópole nacional), ou de uma grande região do país
(metrópole regional)". No Brasil cidades como São Paulo e Rio de Janeiro são metrópoles
globais, e Belém, Manaus, Recife, metrópoles regionais. Belo Horizonte, Curitiba, Porto
Alegre, Salvador e Fortaleza são metrópoles nacionais.
• Região metropolitana:Corresponde ao conjunto de municípios conurbados a uma metrópole
e que desfrutam de infra-estrutura e serviços em comum.
• Megacidade:Corresponde ao centro urbano com mais de dez milhões de habitantes. Hoje em
torno de 21 cidades do mundo podem ser consideradas megacidades, dessas 17 estão em
países subdesenvolvidos. No Brasil, São Paulo está nessa categoria, normalmente
representada por uma megalópole.
• Tecnopólo: Corresponde a uma região tecnológica, ou seja, locais onde se desenvolvem
pesquisas de ponta. Como exemplo temos o Vale do Silício na costa oeste dos EUA; Tsukuba,
cidade japonesa, dentre outras. No Brasil, temos alguns tecnopolos localizados em especial
no estado de São Paulo, como Campinas (UNICAMP), São Carlos (UFSCar), e vale do Paraíba
(ITA, UNITAU, e algumas unidades da (FATEC).
• Cidade global: são as cidades que polarizam o país todo e servem de elo de ligação entre o
país e o resto do mundo, possuem o melhor equipamento urbano do país, além de
concentrarem as sedes das instituições que controlam as redes mundiais, como bolsas de
valores, corporações bancárias e industriais, companhias de comércio exterior, empresas de
serviços financeiros, agências públicas internacionais. As cidades mundiais estão mais
associadas ao mercado mundial do que a economia nacional.
• Desmetropolização: Processo recente associado à diminuição dos fluxos migratórios em
direção das metrópoles. Esse processo se deve em especial a chamada desconcentração
produtiva, que faz com que empresas em especial industrias, se retirem dos grandes centros
onde os custos de produção são maiores, e se dirijam para cidades de porte médio e pequeno,
onde é mais barato produzir, em função de vários fatores como, por exemplo, os incentivos
fiscais. Hoje no Brasil cidades como Rio de Janeiro ou São Paulo não são mais aquelas que
recebem os maiores fluxos de migrantes, mas sim regiões como interior paulista, o sul do país
ou até mesmo o nordeste brasileiro, principalmente na cidade de Curitiba, Fortaleza e até
mesmo Brasília e Manaus.
• Verticalização:Processo de crescimento urbano que se manifesta através da proliferação de
edifícios. A verticalização demonstra valorização do solo urbano, ou seja, quanto mais
verticalizado, mais valorizado.
• Megalópole é uma extensa região urbanizada, pluri-polarizada por metrópoles conurbadas,
formada pela aglutinação e fusão de duas ou mais metrópoles.
PRINCIPAIS MEGALÓPOLES
Abaixo está uma lista das maiores megalópoles do globo.
• Bos-wash: O nome vem de Boston à Washington, DC; Localização: nordeste dos Estados
Unidos; População: cerca de 50 milhões de habitantes; Metrópoles abrangentes: Boston, Nova
York, Filadélfia, Baltimore e Washington, DC.
• Chippits: Localização: ao norte dos Estados Unidos, na região dos Grandes Lagos; População:
equivalente à de Bos-wash; Metrópoles abrangentes:Cleveland e Detroit;
• Tokkaido : Localização: sudeste do Japão; População: cerca de 45 milhões de habitantes;
Metrópoles abrangentes: Tóquio, Kawasaki, Nagoya, Quioto, Kobe, Nagasaki e Osaka;
• Megalópole renana: Localização: Europa ocidental, junto ao vale reno; População: cerca de
33 milhões de habitantes; Metrópoles abrangentes: Amsterdã, Düsseldorf, Colônia, Bonn e
Stuttgart.
• Vale do Paraíba : Localização: Entre São Paulo e Rio de Janeiro;
1- NORDESTE:
Devido as diferenciações do espaço regional nordestino, costuma-se dividir esse complexo
regional em quatro sub-regiões: o Nordeste ocidental (ou Meio-Norte), o Sertão, o Agreste e a
Zona da Mata.
1.1- Meio Norte: extrativismo vegetal do babaçu e da carnaúba. Os principais núcleos urbanos
nessa região são as cidades de São Luis e Teresina, capitais políticas estaduais,destaque para
exportação de ferro pelo porto de Itaqui (PGC)
1.2-O Sertão: É a mais extensa, clima semi-árido, vegetação da caatinga; escassez das
chuvas, (secas). A atividade mais importante: pecuária extensiva."brejos", são espécies de
"oásis" em meio ao Sertão Principal cidades são: Fortaleza, metrópole regional do litoral
setentrional. Sobral, Juazeiro do Norte e Crato (no Ceara), Patos (na Paraíba), Garanhuns e
Petrolina (em Pernambuco), Juazeiro e Jacobina (na Bahia) funcionam como centros
importantes do interior sertanejo.
1.3- O Agreste: zona de transição entre o Sertão e a Zona da Mata. Climático: transição. As
principais atividades: policultura comercial — dedicada ao algodão, ao café e a produtos de
subsistência — e a pecuária leiteira. As principais cidades da sub-região são conhecidas como
"capitais do Agreste" (caso de Campina Grande, na Paraíba) ou de capitais regio¬nais (como
ocorre com Caruaru, em Pernambuco, Feira de Santana e Vitória da Conquista, na Bahia, e
Arapiraca, em Alagoas).
1.4-A Zona da Mata: se estende pela faixa de planícies costeiras, acompanhando o litoral
desde o Rio Gran¬de do Norte ate o sul da Bahia. Antiguidade de seu povoamento; Concentra
duas grandes metrópoles nordestinas (Salvador e Recife), alem das outras capitais políticas
estaduais (Natal, João Pessoa, Maceió e Aracaju).
Três subdivisões da Zona da mata: áreas geoeconômicas Zona da Mata açucareira, onde a
secular e decadente cultura canavieira e as grandes propriedades dominam a paisagem rural.
E uma área problemática tanto na zona rural como na urbana. No campo, o trabalhador muito
mal remunerado vive em precárias condições socioeconômicas. Nas cidades, inchadas pelo
êxodo rural, os crônicos problemas ligados a pobreza evidenciam-se pela favelização e
precariedade dos serviços básicos de saneamento.
A segunda área geoeconômicas e o Recôncavo Baiano, localizado nas proximidades de
Salvador. Nessa tradicional área de cultivo do tabaco e expressiva exploração petrolífera, a
industrialização se intensificou nas ultimas décadas, desde a instalação do Pólo Petroquímico
de Camaçari.
Por fim, no sul da Bahia(ou zona da mata cacaueira) esta a mais importante área cacaueira do
pais, organizada em torno das ci¬dades de Ilhéus e Itabuna. A tradicional cultura do cacau
entrou em decadência, não só devido as condições internacionais, mas principalmente em
função da devastação provocada pela praga "vassoura-de-bruxa". Os áureos tempos da riqueza
cacaueira já fazem parte do passado da Bahia meridional.
Obs: a seca não é o principal motivo da emigração do sertão, o principal fator é o econômico
Indústria da seca: Para os latifundiários do Sertão, a seca tornou-se um negócio lucrativo.
Alem de as obras hidráulicas e de transportes valorizarem suas propriedades, eles também
tinham o "direito" de escolher quais trabalhadores mereceriam participar das frentes de
trabalho, fortalecendo ainda mais o controle político de tipo coronelistico que mantinham
sobre a população local.
Áreas de destaque: Complexo minero-metalúrgico do Maranhão (porto de Itaqui); Pólo têxtil e
de confecções de Fortaleza, no Ceará; Pólo petroquímico de Camaçari, na Bahia (Recôncavo
Baiano); Complexo agroindustrial de Petrolina e Juazeiro (fruticultura), em Pernambuco e na
Bahia; Áreas de moderna agricultura de grãos, nos cerrados do oeste baiano, no sul do
Maranhão e do Piauí; Áreas de moderna agricultura de grãos, nos cerrados do oeste baiano, no
sul do Maranhão e do Piauí. (polpa de frutas para exportação);
CENTRO-SUL
Características econômicas e da intensa forma de ocupação do espaço:
• alta concentração industrial, com um parque mo¬derno e diversificado, além de elevados
índices de produtividade;
• predomínio da agropecuária comercial e meca¬nizada, que também apresenta grande
produti¬vidade;
• intensa atividade comercial, interligada ao mer¬cado nacional e mundial;
• avançada rede de serviços bancários, médico-hospitalares e educacionais;
• rede de transportes densa e moderna, que contribuiu para a grande integração intra-
regional maior do país, e para o próprio desenvolvimento da integração nacional;
• alta concentração de capitais, com o mais eleva¬do índice de investimento externo do país;
• predomínio da população urbana;
• presença da única metrópole internacional do país, São Paulo.
• Entre as atividades produtivas, destaca-se o parque industrial da região, o maior da América
Latina.
• Alto IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)
PRINCIPAIS SUB REGIÕES
1- Eixo da Via Dutra ou Vale do Paraíba
Entre São Paulo e Rio de Ja¬neiro: é um conjunto de cidades indus¬triais.
No estado de São Paulo, destacam-se: São Jo¬sé dos Campos (aviões, máquinas, automóveis,
componentes eletrônicos, equipamentos cirúrgi¬cos, fibras ópticas e material bélico, este
último vinculado ao Instituto Tecnológico da Aeronáuti¬ca - ITA); e Taubaté (máquinas
pesadas, metalur¬gia, automóveis). No estado do Rio de Janeiro, as principais são; Volta
Redonda (siderurgia), Barra Mansa (metalurgia) e Resende (química e farma¬cêutica).Uma das
atividades tradicionais do Vale do Paraíba é a criação de gado para a produção do lei¬te que
abastece São Paulo e o Rio de Janeiro.
2- Zona da Mata Mineira. Área de pecuária lei¬teira, atualmente também tem desenvolvido
gran¬des plantações de café. Juntamente com as do Triângulo Mineiro, suas plantações fazem
de Mi¬nas Gerais o grande produtor nacional de café, par¬ticipando com quase a metade do
total nacional.
3- Estado do Espírito Santo. É hoje o segundo produtor nacional de café, além de desenvolver
ou¬tros cultivos. No litoral do Espírito Santo, têm grande importância os portos de Vitória e
Tuba¬rão. Este merece destaque especial, pois é através dele que a produção de ferro do
Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais (2ª maior exploração de ferro do Brasil) é exportada,
em especial para os Estados Unidos, a Europa e o Japão. Em 1995, o espaço urbano que
envolve a capital do es¬tado foi elevado pelo IBGE à categoria de região metropolitana.
4- Bacia de Campos. Área tradicionalmente produtora de cana-de-açúcar, ganhou destaque
na¬cional pela grande produção de petróleo na plata¬forma continental, hoje possui a maior
produção em atividades. Uma outra área foi descoberta recentemente (Bacia de Santos) que
deve entrar em atividade somente em 2010
5- Depressão Periférica Paulista. Apre¬senta extensa área recoberta por cana¬viais,
cultivados principalmente a partir da década de 80, quando teve início o uso do álcool como
combustível. Embora muitas culturas da área, sobretudo as de subsistência, tenham sido
substituídas por canaviais, ainda merecem destaque os cultivos de laranja e milho.Entre as
cidades importantes dessa sub-região estão Piracicaba e Tatuí.
6- Triângulo Mineiro. Sua atividade tradicional é a pecuária de corte, destacando-se o gado
zebu. Embora criado de forma parcialmente extensiva, apresenta boa rentabilidade, pois
pratica-se a seleção de espécies e há pastagens cultivadas. Também é antiga e tradicional a
cultura do arroz (rizicultura), desenvolvida na terra ro¬xa dos vales fluviais, princi¬palmente
no do rio Grande. Recentemente, foram in¬troduzidas na área outras cul¬turas comerciais,
como o ca¬fé, que é plantado em solos de cerrado, antigamente consi¬derados impróprios
para a cultura. Parte das plantações de café de Minas Gerais, o primeiro produtor brasileiro,
está no Triângulo Mineiro.
Duas cidades disputam a liderança econômica da área: Uberaba e Uberlândia, segui¬das de
Araguari, Ituiutaba e Araxá, fa¬mosa estância hidromineral.
7- Oeste Paulista. Essa área beneficia-se da terra roxa e produz principalmente café e
algodão. Em geral, o café é plantado no topo das colinas, en¬quanto o algodão é cultivado
nos vales. Nos terre¬nos menos favoráveis, cultiva-se amendoim, geral¬mente em pequenas
propriedades. Outras culturas da área são mamona, milho, cana-de-açúcar e soja. A criação e
a engorda de gado bovino são rea¬lizadas juntamente com a agricultura. O plantio de capim
para a formação de pastagens nas áreas de criação permite o aproveitamento das terras
cansa¬das. Há pastagens especiais denominadas invernadas destinadas apenas à engorda de
gado antes da venda aos frigoríficos. Algumas cidades importan¬tes dessa área são Bauru,
Araçatuba e Presidente Prudente. Destaque para a produção de Laranja e Cana-de-açúcar.
8- Noroeste de São Paulo. Ocupa o primeiro lu¬gar na produção nacional de laranja,
sobretudo na região entre as cidades de Araraquara e São José do Rio Preto, com destaque
para Bebedouro. O suco da laranja é industrializado e exportado, principal¬mente para os
Estados Unidos.
9- Vale do Ribeira. Considerado a área mais po¬bre do estado de São Paulo, o Vale do Ribeira
tem plantações de banana e chá, cultivado por imigran¬tes japoneses e seus descendentes.
Registro é a prin¬cipal cidade do Vale.
10- O Norte de Minas Gerais: Área predominantemente agrícola, com plan¬tações de algodão,
arroz e milho, tem também cria¬ção extensiva de gado de corte. A sub-região possui várias
características naturais semelhantes às do Nordeste, como clima semi-árido e vegetação de
caa¬tinga, razão pela qual está incluí¬da no chamado Polígono das Se¬cas. Aí se localiza o
Vale do Je¬quitinhonha, considerado o mais pobre de todo o Sudeste. As cida¬des de maior
importância regio¬nal são Governador Valadares, Teófilo Otôni e Montes Claros.
11- Área metropolitana de Curitiba e litoral paranaense: A cidade de Curitiba, situada num
planalto, a aproximadamente 900 metros de altitude, possui quase 1,5 milhão de habitantes.
Sua área metropo¬litana, composta de 14 municípios, tem aproxima¬damente 2,5 milhões de
habitantes. É a segunda metrópole da região Sul, com grande desenvolvi¬mento industrial, foi
atingida pela desconcentração industrial da região metro¬politana de São Paulo, superada
apenas pelo inte¬rior paulista.
Essa área concentra indústrias alimentares vinculadas à intensa atividade agropecuária do
es¬tado, além de empresas dos setores madeireiro, quí¬mico e de material elétrico. Sua
principal zona de atuação são os estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo. A
importância econômica e o rápido cresci¬mento dessa sub-região tornaram o porto de
Para¬naguá o mais movimentado do estado e um dos mais importantes do Brasil. Esse porto
também é de fundamental importância para o Paraguai, já que o país não tem saída para o
mar.
12- Norte paranaense : Considerado uma das áreas agrícolas mais importantes do Brasil, o
norte do Paraná foi duran¬te muitos anos a principal zona cafeeira do país. No entanto,
quando a soja passou a ser mais valoriza¬da no mercado internacional, grandes áreas
tradi¬cionalmente cafeeiras desapareceram para dar lugar ao novo cultivo. Desse modo, na
década de 80 o papel ocupa¬do pelo norte do Paraná na produção de café foi aos poucos se
transferindo para o estado de Minas Gerais. Atualmente, o Paraná é o quarto produtor
nacional de café. Hoje a região é considerada policultora, com plantações de milho, arroz,
feijão, algodão, trigo e soja. O estado do Paraná é o principal produtor na¬cional de algodão,
trigo, milho e feijão, além de de¬ter o segundo lugar na produção de soja do país.
As principais cidades dessa sub-região são Londrina e Maringá, que compõem a segunda zo¬na
mais industrializada do Paraná. Desde o processo de modernização agrícola ini¬ciado na
década de 70 e do esgotamento dessa fron¬teira agrícola no início dos anos 80, todo o norte
pa¬ranaense tem perdido habitantes com a emigração.
13-O vale do Itajaí: região colonizada principal¬mente por alemães, é uma das mais
importantes áreas industriais do Sul. Destacam-se as cidades de Blume¬nau, Brusque e
Joinville, grandes centros de indústrias têxteis.e de confecção, e Joinville, com indústrias
diversifica¬das. A policultura associada à criação de suínos e aves demonstra a influência dos
imigrantes na área.
14-Vale do Tubarão (litoral sul de SC): No litoral Sul a atividade econômica mais im¬portante
é a extração do carvão mineral, principal¬mente nos municípios de Criciúma, Siderópolis,
Urussanga e Lauro Müller. Uma parte do carvão catarinense é utilizada nas usinas
termelétricas; ou¬tra é transportada pelo porto de Imbituba até as si¬derúrgicas da região
Sudeste.
15-Centro-oeste paranaense e catarinense e noroeste gaúcho
Área de solos férteis, foi ocupada predominantemente por imigrantes europeus, na maioria
italianos e alemães, mas também eslavos. No início da colonização, apresentava grande
número de pe¬quenas e médias propriedades dedicadas à policul¬tura associada à criação de
suínos e aves. A partir da década de 70, no entanto, o culti¬vo e a expansão da soja
transformaram a área. As propriedades ampliaram-se, concentrando uma sé¬rie de pequenas
propriedades, os minifúndios. Co¬mo o número de empregos foi redu¬zido, essas áreas
também passaram a apresentar o fenômeno da emi¬gração.
Com a modernização e as inovações tecnológicas introduzi¬das, a criação de suínos e de aves
passou a ser atividade cada vez mais especializada e integrada à in¬dústria de carnes e
conservas, os frigoríficos. Veja no mapa abaixo as principais áreas de criação de to¬do o Sul
do país.
Novos gêneros agrícolas tam¬bém passaram a ser produzidos na área a partir da
modernização, como a maçã em Vacaria, no Rio Grande do Sul, e Fraiburgo, em Santa
Catarina. Fraiburgo tem atraí¬do várias indústrias nacionais e estrangeiras produ¬toras de
geléia e suco de maçã.
16-Nordeste do Rio Grande do Sul
Povoado a partir do século XIX por imigran¬tes italianos, que introduziram na área o cultivo
da uva, o nordeste do Rio Grande do Sul apresenta a mais tradicional produção de vinho do
país. Caxias do Sul cresceu com as vinícolas e é hoje a segunda cidade mais importante do
estado, por ser um pólo metal-mecânico. Tem um parque industrial diversi¬ficado, no qual se
destacam, entre outras, as indús¬trias químicas e de material de transporte, como
carrocerias de ônibus. Também são importantes as cidades de Bento Gonçalves, Farroupilha e
Garibaldi. Na agropecuária, além da uva há também o cul¬tivo da maçã e a criação de aves.
17- Centro-sul do Rio Grande do Sul
Apresenta três áreas distintas: a) Campanha Gaúcha, b) a região central e o c) sudeste.
17.1- Campanha Gaúcha: o relevo plano de coxilhas e a vegetação de campos possibilitaram a
ocupação desde o século XVIII, com a pecuária extensiva. Atualmente, além dos bovinos, a
área tem também o maior rebanho de ovinos do Brasil. A produção agrícola mais destacada é
a do arroz, mas têm-se de¬senvolvido o cultivo de soja e a vinicultura, em San¬tana do
Livramento. A criação do Mercosul trouxe benefícios à Campanha. Sua posição geográfica de
fronteira com dois dos integrantes da aliança, Argentina e Uruguai, é um dos fatores que
facilitam- as trocas comerciais.
Até a década de 70, o Sul apresentava o segun¬do maior rebanho de bovinos do Brasil,
superado apenas pela região Sudeste. No entanto, conforme a região centro-oeste expandiu
essa atividade, o Sul passou a ter o terceiro rebanho do Brasil.Nos últimos anos, aumentou o
número de pastos plantados no Sul, a alimentação do gado foi melhorada com o uso de
forrageiras e teve inicio o cruzamento de espécies européias com espécies de gado zebu.
Tudo isso permitiu que a região mantivesse regularmente sua produção de carne e
come¬çasse a produzir também para exportação, sobretu¬do para a União Européia. As
principais cidades da Campanha são Uruguaiana, Santana do Livramento e Bagé.
17.2-Região central do Rio Grande do Sul: a pe¬cuária também é a atividade econômica mais
im¬portante, embora seja praticada a cultura de arroz, soja e fumo. No Rio Grande do Sul, a
produção de fumo desenvolveu-se a partir da década de 1920, com a instalação de indústrias
de cigarros. Hoje es¬sa área central é uma importante região fumageira, estando em Santa
Cruz do Sul a maior fábrica de cigarros da América do Sul, voltada sobretudo pa¬ra a
exportação.
17.3- Sudeste do RS: já teve participação decisiva na forma¬ção do estado, principalmente
com a indústria saladeiril do século XIX, o sudeste do Rio Grande do Sul tem perdido
importância em relação a outras áreas gaúchas. Apesar disso, Pelotas é um dos maiores
centros urbanos do estado, destacando-se por sua indústria alimentícia (doces e conservas). A
cidade de Rio Grande, que possui expressiva indústria pesqueira e química, tende a ampliar
sua im¬portância, graças à reativação de sua função por¬tuária, estimulada pelo Mercosul.
18-Área metropolitana de Porto Alegre: Situada à margem do lago Guaíba, a cidade de Porto
Alegre apresenta uma posição geográfica que muito favoreceu o seu desenvolvimento. Está
pró¬xima ao rio Jacuí, que possibilita a ligação hidroviária com o interior, e da laguna dos
Patos, que fa¬cilita a ligação com o oceano Atlântico. O Rio Grande do Sul foi o estado da
região Sul que menos se beneficiou da desconcentração econômica do Sudeste, sobretudo em
função de seu maior isolamento geográfico. Apesar disso, a metrópole de Porto Alegre — cuja
área metropolitana é compos¬ta por 24 municípios — desenvolveu atividades industriais
diretamente vinculadas à produção agro-pecuária: têxtil, de vestuário, de calçados e de
pro¬dutos alimentares. São importantes também as in¬dústrias química, petroquímica e
siderúrgica. A indústria automobilística, instalada em Gravataí, próxima à capital, deve
iniciar a produção em 1999. Porto Alegre é a maior metrópole da região Sul e a quarta do
Brasil, com aproximadamente 1,3 milhão de habitantes, e mais de 3 milhões, em sua área
metropolitana. A área de influência da metrópole.é o próprio Rio Grande do Sul, além do sul
e do oeste catari¬nense. Mas, em alguns setores de atividade, sua in¬fluência ultrapassa o
extremo meridional do país.
19- Soja e pecuária no centro-oeste: Depois da déc. de 70 tivemos um forte avanço da soja,
em razão da correção de acidez do solo e da expansão da pecuária extensiva
AMAZÔNIA:
A região geoeconômica da Amazônia ou Complexo Regional da Amazônia é a maior do Brasil
A agropecuária é a principal atividade econômica, seguida do extrativismo vegetal e da
exploração mineral.
imensos recursos minerais
Clima Equatorial quente e úmido
Vegetação higrófila e latifoliada
Solos pobres a ácidos, naturalmente impróprios para o cultivo
Rios perenes, possui o maior rio do mundo (cerca de 7000Km de extensão)
A floresta sobrevive de si própria: retroalimentação
a) A cultura da pimenta-do-reino e da juta
Em 1930 ocorreu a imigração de japoneses para a Amazônia. Uma parte se estabeleceu no
estacado Pará, em Tomé-Açu, não muito distan¬te da cidade de Belém
b) A cultura da malva
A cultura da malva, uma planta nativa, tam¬bém foi responsável pelo povoamento da
Amazônia a partir de 1930.A cultura da malva espalhou-se pela área próxima a Bragança, no
Pará. Com a construção da Rodovia Belém—Brasí¬lia, no governo de Juscelino Kubitschek
(1956-1961), e as facilidades advindas para o transporte, a cultura da malva ocupou áreas ao
longo dessa rodovia, no sudeste do Pará. Municípios como Paragominas e Capitão Poço
tornaram-se as principais áreas pro¬dutoras
C) Borracha natural: Em 1870, o nordeste do Brasil foi atingido por uma seca prolongada o
que levou muitos nordestinos a migrarem. Muitos se dirigiram pa¬ra a Amazônia, onde
desenvolveram uma agri¬cultura de subsistência e a coleta de látex, das seringueiras nativas.
Esse período coincide com a invenção do pneu por Dunlop (1888) e com o início da pro¬dução
de automóveis. A borracha passava a ser um produto de grande valor e de grande procura no
mundo.
Em vista disso, a produção de borracha na Amazônia aumentou bastante. Em 1910, metade da
borracha consumida no mundo saía da Amazônia. A procura de seringueiras nati¬vas em meio
à Floresta Amazônica levou mui¬tas pessoas, inclusive os migrantes nordesti¬nos, a se
embrenharem na floresta. Chegaram até a região que é hoje o estado do Acre, que na época,
início do século XX, pertencia à Bolívia.
Muitos conflitos em razão da maior pre¬sença de brasileiros que bolivianos nesse territó¬rio
levaram o Brasil a assinar com a Bolívia o Tratado de Petrópolis em 1903. Por meio desse
tratado o Brasil comprou o Acre por 2 milhões de Libras esterlinas (moeda do Reino Unido) , e
a Bolívia recebeu um pedaço do território brasileiro que possibilitava o seu acesso ao Rio
Madeira, afluente do Ama¬zonas. O ciclo da borracha chega ao seu fim, quando alguns
ingleses entram na Amazônia e coletam milhares de mudas de seringueiras e as levam para
cultivá-las no sudeste asiático, provocando uma forte concorrência para as vendas do Brasil,
aliado a isso, tivemos a criação da borracha sintética, que não depende do látex. Isso por
volta de 1912.
d) A exploração do minério de manganês da Serra do Navio: do início ao fim
Em 1953, a Icomi (Indústria e Comércio de Minérios), em associação com a Bethlehem Steel
Corp,, poderoso grupo norte-americano, rece¬beu autorização do governo brasileiro para
ex¬plorar o minério de manganês da Serra do Na¬vio, no Amapá, por 50 anos (até o ano
2003).
As das reservas do minério de man¬ganês de alto teor (teor de 40%) foram extraídas nos trinta
primeiro anos, no restante dos anos a empresa passou a explorar minério de baixo teor
juntamente com outros minerais.
A produção de manganês destina-se aos Es¬tados Unidos. Da Serra do Navio, localidade
distante de Macapá cerca de 198 km, o minério de manganês é transportado pela Estrada de
Fer¬ro do Amapá até o porto marítimo de Santana. Tanto a ferrovia como o porto marítimo
foram construídos com a finalidade de escoar o minério de manganês. O manganês, formando
liga com o ferro, dá origem a um tipo de aço, sendo, portanto, uma matéria-prirna muito
importante para a indústria siderúrgica. A exploração do minério de manganês no Amapá e a
construção da ferrovia e do Porto de Santana tiveram e ainda continuam tendo in¬fluência na
ocupação e povoamento do Amapá. A maior parte do manganês extraído do Amapá está
guardado no Deserto de Nevada, nos Estados Unidos.
e) A exploração de cassiterita (minério de estanho) em Rondônia
Em 1958 teve início a exploração da cassi¬terita em Rondônia, sob a forma de garimpagem.
Muitas pessoas migraram para lá, mas os métodos primitivos de extração e as dificuldades de
escoamento impediam, no entanto, um maior desenvolvimento da produção.
Em 1965, quando a Rodovia Brasília— Acre alcançou Porto Velho, capital de Rondô¬nia,
facilitando por conseguinte as comunicações e o transporte, a extração da cassiterita tomou
novo rumo. Pessoas que se dedicavam à coleta de látex na floresta passaram a partir daí a
dedi¬car-se à extração de cassiterita. Além disso, foi organizada uma empresa de mineração
para explorar com técnicas modernas o produto. Em poucos anos, essa empresa tor¬nou o
Brasil exportador de estanho. Até 1969, dependíamos da importação do produto. A par¬tir de
1970, o Brasil passou a exportador.O estanho é um metal utilizado na fabrica¬ção de latas
para acondicionar produtos alimen¬tícios. A exploração desse minério contribuiu pa¬ra a
ocupação e o desenvolvimento econômico de Rondônia, atraindo muitas pessoas,
princi¬palmente quando a extração da cassiterita era feita sob a forma de garimpo. Para sua
exploração foi construída a Hidrelétrica de Samuel no Rio Jamari, em RO.Essa é uma das
áreas de maior tensão agrária da Amazônia.
OS GRANDES PROJETOS PÚBLICOS E PARTICULARES NA AMAZÔNIA E SUAS REPERCUSSÕES
AMBIENTAIS
Os militares no período de 1964 a.1982 par¬tiram para a execução das seguintes medidas:
1. Criação de órgãos de desenvolvimento re¬gional — a Sudam (Superintendência do
Desen¬volvimento da Amazônia) e a Sudeco (Superin¬tendência do Desenvolvimento do
Centro-Oeste).
2. Construção de rodovias com o objetivo de integrar a Amazônia internamente e com as
demais regiões do Brasil. As rodovias Transamazônica, Cuiabá — San¬tarém, Brasília — Acre,
Perimetral Norte, Ma¬naus—Porto Velho e outras exerceram grande influência no aumento
populacional da Amazônia.
3. Levantamento e mapeamento dos recur¬sos naturais da Amazônia através de fotografias
aéreas.
O PROJETO RADAM (Radar da Amazônia) localizou e mapeou jazidas minerais, permitindo que
o governo federal estabelecesse planos para a exploração mineral na região.
4. Instalação, em 1985, do PROJETO CALHA NORTE, que estabelecia bases militares ao norte
dos vales (calhas) dos rios Solimões e Amazonas, com o objetivo de controlar militarmente a
re¬gião, combater o contrabando de ouro e apazi¬guar os conflitos entre garimpeiros,
indígenas, empresários e fazendeiros. Apenas algumas das bases previstas pelo projeto foram
estabelecidas.
A garimparem de ouro e diamante
A garimpagem atraiu milhares de pessoas para a Amazônia: ouro em Serra Pelada, no Pará;
diamante e ouro em Roraima e no estado do Amazonas, no vale do Rio Tapajós e seus
afluentes da margem direita; ouro no vale do Rio Madeira, no Amazonas; diamante em
To¬cantins etc.
Acontece que a garimpagem tem causado enormes danos ambientais. Além da erosão de
terras provocada pelo desvio de água dos rios para a atividade de garimpagem, o uso do
mer¬cúrio pelo garimpeiro no processo final da extração do ouro tem causado o
envenenamento de pessoas e peixes. O vale do Rio Tapajós é a principal área de garimpo no
Brasil e uma das mais poluídas com o mercúrio usado pêlos ga¬rimpeiros
PROJETO GRANDE CARAJÁS: Em 1967 descobriu importante jazida de minério de ferro e de
manganês na Serra dos Carajás, no vale médio do Rio Tocantins, no sul do Pará .
Estudos mais detalhados realizados poste¬riormente mostraram que a região de Carajás é
uma importantíssima área de jazidas minerais, talvez a mais importante do mundo. Além do
minério de ferro e manganês foram aí encontra¬dos níquel, cobre, zinco, molibdênio, ouro,
bau¬xita (minério de alumínio) e outros.
Para o escoamento da produção dos miné¬rios da Serra dos Carajás foi construída a Estra¬da
de Ferro Carajás, que une Carajás ao Porto de Itaqui, no Maranhão. De Itaqui, os minérios são
exportados para os Estados Unidos, Japão, Alemanha, Canadá e outros países. O Projeto dos
Pólos de Alumínio, controlado por um consorcio entre a CVRD e transnacionais - a americana
Alcoa, a anglo-holandesa Billiton-Shell e a japonesa Nalco, e outro empreendimento do
Programa Grande Carajás. A transformação da bauxita em alumínio consome grandes
quantidades de energia elétrica. Para resolver esse problema, a Eletronorte construiu a usina
hidrelétrica de Tucurui, no Rio Tocantins, que provocou inundação de um grande trecho de
floresta, mortes de animais e parte da flora.
PROJETO TROMBETAS: A bauxita do Vale do Rio Trombetas- A bauxita da Serra de Oriximiná,
no Vale do Rio Trombetas, foi descoberta em 1966 pela Alcan, empresa canadense que esta
entre as seis grandes corporações mundiais do alumínio. Nos anos 1970, o projeto de
exploração do minério foi acelerado como reação aos esforços dos paises exportadores,
liderados pela Jamaica, para aumentar os preços internacionais do produto. O Brasil, que não
participa da associação dos paises produtores de bauxita, tornava-se assim um elemento
chave para a estratégia das grandes empresas transnacionais.
Em 1975, foi criada a Mineração Rio do Norte (MRN), um consórcio de grupos estatais,
privados e transnacionais para explorar a bauxita na região. Atualmente, os principais
acionistas da Mineração Rio do Norte são a CVRD, a Alcan, a anglo-holandesa Billiton-Shell
Metais e a Companhia Brasileira de Alumínio, do grupo Votorantim. A MRN produz 6.000.000 t
de bauxita por ano, o que equivale a cerca de 73% da produção nacional desse minério. O
pólo de exploração da MRN abrange a jazida, o porto fluvial do Rio Trombetas e a usina de
beneficiamento situada junto ao porto.
DESMATAMENTO
O desmatamento intenso da Floresta Amazônica e um fato relativamente recente, verificado
em espe¬cial a partir dos anos 1970. Em 1978, a área florestal devastada atingia apenas 3,8%
do total. Em 2004, esse índice era de cerca de 17%. A maior extensão de desmatamento na
historia da Amazônia ocorreu em 1995, quando foram perdidos 29.100 km2 de florestas. A
segunda maior deu-se em 2004, com a perda de 26.100km2.
Os estados mais afetados foram Para, Mato Grosso e Maranhão, que concentram mais de três
quartos de toda a destruição florestal.
Como os menores índices de desmatamento ocorrem no Amapá e em Roraima, conclui-se que
o fenômeno tem-se verificado de forma mais dramática nas porções meridional e oriental da
Amazônia, área que passou a ser conhecida como "arco do desmatamento". Essa concentração
geográfica da destruição tern como explicação o processo de ocupação pelo qual a região vem
passando nas ultimas décadas. Ate os anos 1960, o desmatamento era pouco expressivo, não
só em razão da reduzida população ali radicada, mas também pelo tipo de atividades
econômicas desenvolvidas, especialmente o extrativismo vegetal, que causavam danos apenas
superficiais ao ambiente. Nessa época, havia, praticamente, apenas uma forma de
penetração na região, que era a navegação fluvial, o que contribuía para a preservação da
floresta.
DOMÍNIO AMAZÔNICO
Ocupa mais de 2,5 mi¬lhões de km; é uma floresta heterogênea e latifoliada (folhas largas); A
vegetação de terrenos inundáveis (matas de várzea e igapós) ocupa aproximadamente 10% do
ecossistema florestal. A vegetação de terra firme (a chamada Hiléia) estende-se por cerca de
80% da área. Além disso, o Domínio Amazônico apresenta múltiplos enclaves de campos e
cerrados. Abriga apro¬ximadamente oitenta mil espécies vegetais e trinta mi¬l espécies de
animais, compondo uma imensa diversidade biológica: um verdadeiro paraíso para a
engenharia ge¬nética e suas aplicações nas indústrias de alimentos e farmacêutica. Por isso, a
preservação da floresta deixou de ser bandeira exclusiva dos ecologistas, tornando-se tema
estratégico de grandes empresas transnacionais. A riqueza e a exuberância do ecossistema
flores¬tal, porém, contrastam com a pobreza de grande par¬te dos solos da região. Mais de
70% do Domínio Amazônico são constituídos por solos ácidos e intemperizados, de baixa
fertilidade. Apenas algu¬mas planícies aluviais, inundadas pelo Rio Amazo¬nas, apresentam
solos ricos em nutrientes. Esse contraste revela a fragilidade do ecossistema amazônico, A
reciclagem dos nutrientes orgânicos e minerais necessários à manutenção dos ecossistemas
regionais não é feita pêlos solos, mas pela própria flo¬resta. As toneladas de folhas, frutos e
flores que caem anualmente sobre o solo transformam-se em matéria orgânica e mineral que
são consumidos pela vegetação. Ou seja: a vegetação nutre-se dela mesma. Além, a floresta
protege os solos, impedindo que os poucos nutrientes sejam carregados pelas águas da
chuva.
Há cálculos que indicam que o desmatamento já atingiu mais de 16% de toda a Amazônia. As
áreas mais afetadas concentram-se especialmente ao longo das rodovias Belém-Brasília e
Cuiabá - Porto Velho. Em função das direções dos fluxos migratóri¬os, os estados de Rondônia
e do Pará têm sido os mais afetados, enquanto o estado do Amapá e Amazonas são aqueles
que, até agora, menores impactos sofreram.
A construção de usinas hidrelétricas, como as de Balbina (no Rio Uatumã, próximo a Manaus)
e Tucuruí (no Rio Tocantins), provocou a submersão de vastas áreas florestadas e trouxe
diversas influências danosas aos ecossistemas e às popula¬ções locais.
Domínio dos Cerrados
O Domínio dos Cerrados abrange as chapadas e chapadões do Brasil central. Trata-se de uma
região tropical, de verões chuvosos e invernos secos. As características climáticas são, em
parte, responsá¬veis pela baixa fertilidade dos solos. No verão, as chu¬vas abundantes
"lavam" o solo, retirando seus nutrientes. No inverno, a seca prolongada aumenta as taxas de
evaporação, provocando o acúmulo de ferro e de alu¬mínio, responsáveis pela toxidez e
acidez dos solos. O cerrado, vegetação dominante, é composto prin¬cipalmente por dois
estratos: o arbóreo-arbustivo, de caráter lenhoso, e o herbáceo-subarbustivo, for¬mado por
gramíneas e outras ervas. A combinação desses estratos produz uma cobertura vegetal em
forma de um grande mosaico, constituída por trechos de campos limpos (predominância de
gramíneas), de campos sujos (gramíneas e arbustos), de campos cerrados (predominância de
arbustos, com espécies de três a cinco metros) e cerradões (florestas cujas copas se tocam e
criam sombra, e onde o estrato herbáceo-arbustivo é muito ralo). Nos vales dos rios que
cortam o cerrado, apare¬ce uma formação florestada conhecida como mata ciliar, ou mata
galeria. Ela forma uma proteção natural contra o assoreamento dos rios, A derru¬bada dessas
matas, em razão da ampliação das terras cultivadas (principalmente soja) ou destinadas a
pastagens (pecuária extensiva), é um dos principais problemas ambientais do Domínio dos
Cerrados. O cerrado compõe um ecossistema bastante pe¬culiar, radicalmente distinto das
florestas tropicais úmidas. O ecossistema florestal, quando desmatado pelas queimadas, não
se regenera. O cerrado, ao contrário, abriga espécies que só sobrevivem em virtude das
queimadas. A relação especial entre o cerrado e o fogo ainda continua intrigando os
es¬tudiosos do assunto, pois é um tipo de vegetação que se regenera com o fogo.
Uma parte considerável dos problemas ambientais do cerrado tem como causa principal a
expansão da agropecuária nessa região. Os projetos agropecuários têm causado, direta e
indiretamente, a redução da flora e da fauna, e ameaçado a existência de várias espécies
características do Brasil central. Hidrografia rala, com pouco rios. Vegetação tropófila
(adapta-se tanto à ambientes secos como à úmidos).Clima tropical semi-úmido ou típico.
DOMÍNIO DA CAATINGA
Caatinga (do Tupi-Guarani: caa (mata) + tinga (branca) = mata branca). Localiza-se na região
do interior do Nordeste, apresentando depressões e clima semi-árido, caracterizado pelas
altas temperaturas e pela má distribuição de chuvas durante o ano. A massa equatorial
atlântica, formada no arquipélago dos Açores, ao chegar ao Nordeste, é barrada no Planalto
Nordestino (notadamente Borborema, Apodi e Araripe), onde ganha altitude e precipita
(chuvas orográficas), chegando praticamente seca à Caatinga. Apesar de sua aparência, a
vegetação da Caatinga é muito rica, variando a maioria delas conforme a época de chuvas e
conforme a localização. É o único bioma exclusivamente brasileiro, o que significa que grande
parte do seu patrimônio biológico não pode ser encontrado em nenhum outro lugar do
planeta. A caatinga ocupa uma área de cerca de 750.000 km², cerca de 11% do território
nacional englobando de forma contínua parte dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio
Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e parte do Norte de Minas
Gerais no Vale do Jequitinhonha (Sudeste do Brasil). Apresenta baixo IDH de sua população,
predominância de rios temporários e ocorrência périódica de secas. Obs.: O clima não é o
principal fator responsável pela emigração, pois o principal é o fator econômico. Nas áreas de
maior altitude, que recebem chuvas de relevo, encontram-se alguns trechos de matas
úmi¬das, conhecidas regionalmente como "brejos". A irri¬gação, o sobrepastoreio, o cultivo
excessivo e a mineração figuram entre as principais causas dos processos de desertificação já
iniciados na bordas da caatinga.
AS FAIXAS DE TRANSIÇÃO
As faixas de transição correspondem a vastas ex¬tensões territoriais não incluídas em nenhum
dos Do¬mínios. São unidades paisagísticas nas quais se mesclam características dos Domínios
morfoclimáticos vizinhos ou, ainda, áreas onde a instabilidade das condições ecológicas deu
origem a uma interação entre os ele¬mentos naturais que nada têm a ver com as
caracterís¬ticas dos Domínios circundantes. Ex: Pantanal Mato-Grossense, o Meio-Norte do
Brasil, (entre o Domínio Amazônico e a Caatinga), os manguezais, o Agreste Nordestino, etc...
REGIÕES DE PLANEJAMENTO:
Foram órgãos criados pelo Governo federal com o objetivo de fomentar o desenvolvimento de
determinadas regiões onde iriam se estabelecer. Vejasmo as principais:
I- INTRODUÇÃO
As migrações: são deslocamentos da população no espaço
Tipos:
a) migrações in¬ternacionais (imigração e emigração);
b)nomadismo;
c)transumância;
d) migrações internas ou inter-regionais;
e) migrações rural-urbanas ou êxodo rural;
e) migrações pendulares ou diárias das populações nos grandes centros urbanos.
Causas: religiosas, psicológicas, sociais, econômicas, políticas e até na¬turais (secas e
terremotos, por exemplo).
Razão principal: a econômica, entendida como deslocamento de contingentes humanos pa¬ra
áreas em que o sistema produtivo concentra maio¬res ou melhores oportunidades de
emprego.
Migrações: Os deslo¬camentos de populações devem ser vistos hoje como uma redistribuição
de mão-de-obra, deslocamentos de força de trabalho de áreas economicamente es¬tagnadas
ou decadentes — ou onde as mudanças no sistema produtivo estão liberando mão-de-obra —
para áreas onde a oferta de oportunidades de traba¬lho é maior.
A industrialização internacionalizada
A crise da dívida externa aplicou o golpe definiti¬vo no modelo econômico que havia
sustentado, por meio século, o processo de industrialização do Brasil.
No limiar da década de 1990, surgia um novo modelo econômico, baseado na liberalização da
eco¬nomia e na abertura do mercado interno. Esse mo¬delo representou uma opção pela
inserção do país nos fluxos globalizados de capitais.
Os governos Collor de Mello (1990-1992) Itamar Franco (1992-1994) iniciaram a abertura da
econo¬mia nacional. Entretanto, foi durante o primeiro mandato de Fernando Henrique
Cardoso (1994-1998) que se consolidou uma nova política econômica, baseada na atração de
capitais e investimentos estrangeiros e na desmontagem das estruturas pro¬dutivas do Estado.
Isso aumentou a vulnerabilidade externa do país, ou seja, a sua dependência com rela¬ção
aos centros financeiros internacionais.
No centro dessa política estava um amplo progra¬ma de privatizações. A primeira etapa do
programa, entre 1991 e 1993, envolveu a venda de siderúrgicas estatais, como a Usiminas, a
CST, a CSN, a Cosipa e a Açominas. No primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso,
aprofundou-se a política de privatizações, com a abertura de concessões em áreas de infra-
estrutura que eram monopólio do Estado: energia, transporte e comunicações.
Entre 1994 e 1999, a internacionalização da economia brasileira passou por uma nova fase,
com uma política cambial voltada para o estímu¬lo das importações a partir da valorização do
real, A finalidade era evitar o retorno da hiperinflação e promover a modernização industrial,
por meio de importações de bens de capital. Porém, os re¬sultados da balança comercial
eram negativos e havia a necessidade de investimentos diretos e fi¬nanceiros do exterior para
equilibrar as contas internas do país.
No final da década de 1990, sob o impacto das crises financeiras da globalização, os
investidores abandonaram as chamadas economias emergentes, preferindo a segurança dos
mercados financeiros dos países desenvolvidos. A crise asiática de 1997 e a crise russa de
1998 assinalaram o encerramento do ciclo de grandes investimentos nas economias
emer¬gentes.
O Brasil sofreu diretamente o impacto da revira¬volta global. No início de 1999, premido pela
fuga de capitais financeiros, o governo promoveu uma grande desvalorização do real e
contraiu emprésti¬mos de emergência com o FMI.
Nos anos seguintes, o modelo de industrializa¬ção internacionalizada conheceu forte ajuste.
Com a moeda nacional desvalorizada, houve recuo das importações e aumento das
exportações, e a balan¬ça comercial passou a apresentar saldos positivos crescentes.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva, iniciado em 2003, frustrou as expectativas de mudança
do modelo econômico. Sua adesão ao modelo de in¬dustrialização internacionalizada
manifestou-se na assinatura de acordos com o FMI, que impunham a restrição dos gastos
públicos como forma de gerar recursos para o pagamento dos compromissos da dívida interna.
Também com a mesma finalidade fo¬ram ampliados os saldos positivos da balança
co¬mercial.
O Brasil no comércio mundial
O intercâmbio do Brasil com o mercado mun¬dial reflete as características urbano-industriais
de sua economia. O comércio exterior brasileiro conhe¬ceu profundas alterações de sua
natureza ao longo da última etapa do processo de substituição de im¬portações.
Progressivamente, as exportações de produtos primários (agrícolas e minerais) e de semi-
industrializados foram sendo sobrepujadas por ex¬portações de mercadorias industriais.
As exportações primárias apresentam um perfil tra¬dicional, destacando-se os minérios
metalúrgicos (fer¬ro e manganês), a bauxita e a cassiterita entre os produtos minerais, e o
café, o cacau, a soja e o açúcar entre os produtos agrícolas. O peso da indústria ali¬mentícia
nas exportações vem apresentando aumento, o que reflete um processamento básico
crescente dos produtos agrícolas antes da sua exportação. De forma similar, as exportações
de ferro-gusa e alumina resul¬tam da semi-industrialização de produtos minerais.
Entre as exportações brasileiras de manufaturados destacam-se certas indústrias de base
tecnológica relativamente moderna, como a metalurgia, as indús¬trias mecânica e elétrica e
a indústria de transportes.
As importações apresentam uma notável concentra¬ção nos itens produtos minerais e
produtos das indús¬trias mecânica e elétrica. O primeiro revela o peso significativo que as
compras de petróleo ainda mantêm. O segundo revela a importância dos bens de produção na
pauta geral de importações. A abertura comercial impulsionou as importações de
componentes, bens de consumo duráveis e não-duráveis. Entre as importações agrícolas, o
destaque absoluto é o trigo.
Um comerciante global
Apesar de representar apenas cerca de 1% do comércio mundial, o Brasil pode ser considerado
um “global trader”, isto é um país que mantém relações comerciais com um grande número
de parceiros. Mais de 200 itens, dos mais diversos setores indus¬triais, agroindustriais e
agrícolas, compõem sua pau¬ta de exportações. O comércio exterior brasileiro abrange
diferentes blocos e áreas do mundo, ao con¬trário do que acontece com o México, que tem a
maior parte de seu comércio voltado para os Esta¬dos Unidos, ou com os países da União
Européia, cujas relações comerciais ocorrem predominante-mente no interior do próprio
bloco.
Há três décadas, o comércio exterior do Brasil se concentrava em dois grandes eixos: a
Europa Ociden¬tal e os Estados Unidos. Ainda hoje, esses dois eixos respondem por cerca da
metade do comércio exterior brasileiro. Todavia, com a criação do Mercosul e a rápida
expansão das transações com a Argentina, na década de 1990, a América Latina tornou-se o
terceiro eixo de intercâmbio comercial do país (cerca de 20%). As parcerias comerciais
brasileiras continuam se di¬versificando em função da recente expansão das rela¬ções de
intercâmbio com a China e as perspectivas de ampliação do comércio com a Rússia, a índia e
os países do Oriente Médio e da África.
A importância da Europa Ocidental e dos Esta¬dos Unidos na pauta de importações brasileiras
deve-se ao grande interesse pêlos bens de capital e de consumo produzidos nesses dois
centros da indús¬tria mundial. Com a abertura econômica, as neces¬sidades de modernização
tecnológica e o crescimento da demanda interna por bens importados tendem a aumentar
essa importância.
A criação do Mercosul, em 1991, foi decisiva para o crescimento das relações comerciais entre
os países-membros, em especial entre o Brasil e a Argenti¬na. As trocas comerciais nesse
bloco têm a seu favor a redução progressiva das barreiras alfandegárias e a própria tendência,
que se verifica na economia glo¬bal, de integração de grandes mercados regionais.
Convém lembrar que o aumento de eficiência implica a eliminação dos produtores que não
estão capacitados para enfrentar os custos dos competi¬dores estrangeiros. Ou seja, a
atuação do Mercosul tende a acelerar a concentração de capitais e a favo¬recer as empresas
mais poderosas e de elevada espe¬cialização setorial
HIDRELETRICIDADE
O alto potencial hidrelétrico brasileiro é deter¬minado pela conjunção de dois fatores: o
volume de águas fluviais e o relevo. As elevadas médias pluviométricas — decorrentes do
predomínio de cli¬mas equatoriais e tropicais no território — e a dis¬posição dos divisores de
águas que delimitam as principais bacias hidrográficas brasileiras têm como resultado a
existência de muitos rios cau¬dalosos e planálticos no país.
Nas bacias do Amazonas, Tocantins e Paraná encontra-se a maior parte do potencial
hidrelétrico nacional (tabela 1).
OS PROJETOS TERMELÉTRICOS
O Brasil importa a maior parte do carvão mi¬neral que consome. A produção da Região Sul,
onde se concentram as principais reservas carbo¬níferas do país, é insuficiente para atender à
de¬manda nacional.
O carvão existente em Santa Catarina (carvão metalúrgico) é o único aproveitável como
matéria-prima nas indústrias siderúrgicas. O Rio Grande do Sul detém as maiores reservas de
carvão-vapor, uti¬lizado no aquecimento das caldeiras de alguns setores industriais e na
produção de energia termelétrica,
Na Região Norte, apesar do imenso potencial hi¬drelétrico da Bacia Amazônica, a fonte
térmica res¬ponde por cerca de 12% do total da eletricidade gerada. Nesse caso, a maioria
das usinas termelétricas são de pequeno porte e utilizam óleo diesel como com¬bustível. O
exemplo de Manaus é significativo: mes¬mo após a inauguração da usina de Balbina, a capital
amazonense continuou precisando do petróleo para atender parte de suas necessidades
energéticas.
Desde a década de 1990, a expansão do setor termelétrico do Brasil está sendo realizada com
base no gás natural, menos poluente que o carvão ou o petróleo. A crise da geração de
energia hidrelétrica de 1999 a 2000, causada pela estiagem, mais a des¬coberta de vastas
reservas de gás natural na Bolívia podem ter aberto um novo caminho para a produ¬ção de
eletricidade no Brasil.
A construção do gasoduto Brasil-Bolívia propor¬cionou condições para investimentos em
usinas termelétricas movidas a gás. Essas usinas são ecolo¬gicamente mais limpas que as
alimentadas com car¬vão ou petróleo e têm baixo custo de instalação se comparadas às
hidrelétricas, O novo gasoduto per¬corre Mato Grosso do Sul e São Paulo, para depois se
interligar à rede de gasodutos da Região Sul.
Além das importações de gás da Bolívia, o Brasil pode contar com reservas descobertas na
platafor¬ma continental (nas bacias de Campos e de Santos) e no Amazonas. Assim, a
tendência é de crescimen¬to da participação do gás natural e da geração termelétrica na
produção brasileira de eletricidade.
O programa nuclear
A história das usinas termonucleares no Brasil começou em 1969, quando o governo comprou
da empresa norte-americana Westinghouse a usina de Angra I, com capacidade de 600 MW,
alimentada por , urânio enriquecido. Como o acordo de venda não previa a transferência da
tecnologia de enriquecimento do urânio, o Brasil precisava importar dos países de¬senvolvidos
o urânio a ser consumido na usina.
Em 1975, o general Ernesto Geisel assinou um acordo com a Alemanha para a construção de
reatores nucleares. O custo dos oito primeiros reatores atingiria trinta bilhões de dólares,
cerca de duas ve¬zes o preço de Itaipu, cuja capacidade ultrapassa os 12.000 MW. Esse amplo
acordo de "cooperação" previa a transferência paulatina da tecnologia de en¬riquecimento do
urânio.
O acordo nuclear Brasil-Alemanha jamais che¬garia a ser completado. Dos oito reatores
previstos, somente Angra II está em funcionamento.
Além da energia, as usinas geram também uma imensa quantidade de resíduos radiativos.
Esse é um dos principais alvos da crítica dos ambientalistas
com relação às usinas nucleares brasileiras: ainda não se resolveu o que fazer com o material
radiativo, estocado em depósitos "provisórios".
PETRÓLEO
O petróleo passou a ser encarado como fator es¬tratégico durante o Estado Novo (1937-1945).
O nacionalismo de Getúlio Vargas foi o responsável pela criação do Conselho Nacional do
Petróleo (CNP), em 1938. Mais tarde, no pós-guerra, tam¬bém seria Vargas (amparado por um
vasto movi¬mento de opinião pública) o criador da Petrobras, empresa estatal monopolista,
em 1953.
Contudo, até o início de 1970, os maiores inves¬timentos da Petrobras concentravam-se em
seu par¬que de refino. As reservas do Recôncavo Baiano e da bacia sedimentar do Nordeste já
eram conheci¬das e exploradas, mas o preço do petróleo no mer¬cado internacional era baixo
demais para justificar grandes investimentos em pesquisa e prospecção do óleo no Brasil. O
refino do petróleo, realizado predominante-mente pela estatal, concentra-se nas
proximida¬des dos mercados consumidores. Essa é uma regra mundial, pois o transporte do
óleo bruto, por meio de embarcações ou oleodutos, é mais barato que o transporte dos
produtos refinados. Por isso, a maior parte das refinarias da Petrobras localiza-se no Sudeste.
Os "choques" de preços do petróleo, promovi¬dos pela Opep em 1973 e 1979, mudaram essa
his¬tória. No início da década de 1980, o petróleo despontava como o grande vilão da balança
comer¬cial brasileira, impondo uma pesada conta de im¬portações numa conjuntura marcada
pela chamada "crise da dívida externa".
Nessa época, a auto-suficiência com relação ao combustível transformou-se em prioridade
nacional. Mais uma vez, o petróleo aparecia como fator es¬tratégico do desenvolvimento, o
que justificava pe¬sados investimentos produtivos da Petrobras.
A ampliação da pesquisa e prospecção de pe¬tróleo demandou um grande esforço tecnológico
por parte da Petrobras. O resultado desse esforço foi a descoberta de promissoras bacias
petrolíferas na plataforma continental, em especial na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro.
A extração de petróleo no subsolo dos oceanos é uma atividade cara e exposta a muitos
riscos. Mes¬mo assim, atualmente mais de 70% do petróleo ex¬traído no Brasil provêm da
plataforma continental.
O grande destaque é o Estado do Rio de Janeiro, onde se localizam as plataformas da Bacia de
Campos.
Mais tarde, registrou-se uma tendência de declínio do consumo do petróleo nacional, em
parte pela acentuada diminuição nos preços e crise financeira da Petrobras.
Todavia, desde a segunda metade da década de 1990, a produção nacional de petróleo passou
a crescer de forma acelerada com a entrada em ope¬ração de novos depósitos em águas
profundas da Bacia de Campos. Em 2002, a produção nacional atingiu 85% do consumo
interno, aproximando-se da meta de auto-suficiência*
O Programa Nacional do Álcool
O Programa Nacional do Álcool (Proálcool), lançado em 1975, no contexto do primeiro
"cho¬que" do petróleo, deveria contribuir para aliviar a conta de importações do país e
reduzir a depen¬dência em relação ao petróleo. O programa tinha como meta a substituição
paulatina da gasolina pelo álcool nos carros de passeio.
Para incentivar o aumento da produção de álcool de cana-de-açúcar, o Proálcool previa a
concessão de uma série de benefícios financeiros aos plantadores de cana e aos proprietários
de usinas, principalmente os da Região Sudeste. Ao mesmo tempo, as indústrias
automobilísticas foram incentivadas a passar a produzir carros movidos a álcool e, aos
usu¬ários desses automóveis, foram concedidos benefí¬cios fiscais.
O auge do Proálcool ocorreu em 1986, quan¬do o consumo de álcool combustível ultrapassou
o de gasolina automotiva. Entretanto, a redução dos preços internacionais do petróleo
colocou li¬mites para a substituição da gasolina, acabando por arrastar o próprio Proálcool
para uma crise. A Guerra do Golfo, em 1991, e a subseqüente di¬minuição da influência da
Opep reacenderam o debate em torno do futuro do combustível auto¬mobilístico no Brasil.
Muitos analistas, favoráveis ao Proálcool, usam como argumentos a instabilidade dos preços
do pe¬tróleo no mercado mundial e a probabilidade de ocorrência de novos "choques" no
futuro próximo. Dessa forma, defendem a conveniência da manuten¬ção dos subsídios ao
Proálcool. Os ambientalistas concordam, pois os carros movidos a álcool são menos poluentes,
contribuindo para tornar mais respirável o ar das grandes cidades brasileiras.
Os críticos do Proálcool tendem a insistir no ele¬vado custo econômico dos subsídios,
defendendo
uma atitude liberal em relação à questão energética, que deveria ser regulada pelas leis de
mercado. Alguns deles também enxergam no programa uma influência negativa para o setor
agrícola, já que a
lucratividade artificial do cultivo de cana-de-açúcar para as usinas alcooleiras estaria
desviando terras aptas para a produção de alimentos e matérias-primas industriais.