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FISIOLOGIA RENAL

ASPECTOS GERAIS DA FUNÇÃO RENAL

A função mais importante dos rins é a regulação homeostática da concentração de água e íons
no sangue ou (equilíbrio hidroeletrolítico).

Mas em geral, suas funções são:


 Regulação do Volume Extracelular do fluido
 Regulação da Osmolaridade
 Manutenção do Equilíbrio Iônico
 Regulação Homeostática do pH
 Excreção dos Resíduos e Substâncias estranhas
 Gliconeogênese
 Regulação da Pressão Arterial
 Produção de Hormônios
 Regulação da produção de eritrócitos (secreção
de eritropoetina que estimula a produção de
hemácias).

ANATOMIA GERAL DOS RINS


Retroperitoniais (atrás do peritônio), os rins apresentam, na
borda medial, o hilo renal (sintopia ântero-posterior: veia, artéria
e pelve renal - sintopia crânio-caudal: artéria, veia e pelve renal).
No polo superior encontra-se a glândula supra renal e protegendo
o rim, existe uma capsula fibrosa denominada cápsula renal.
Internamente o órgão é dividido em córtex e medula. A
medula é formada pelas pirâmides renais, que desembocam na
papila renal, que desembocam nos cálices menores, que
desembocam nos cálices maiores, que desembocam na pelve
renal (ou bacinete renal).
O suprimento sanguíneo renal é feito pela arterial renal, que
sofrerá inúmeras divisões.
A circulação renal possui 2 leitos, peritubular e glomerular. A
organização dos capilares peritubulares convergem para a
formação do retorno venoso renal.

ANATOMIA FISIOLÓGICA DOS RINS


Os dois rins situam-se na parede posterior do abdômen, fora da cavidade peritoneal. Cada rim
pesa em média 150 gramas e tem um tamanho aproximado de uma mão fechada.
O fluxo sanguíneo renal corresponde a 22% do débito cardíaco ou 1.100 mL/min.
A artéria renal entra no rim pelo hilo e então se divide progressivamente para formar
artérias interlobares, artérias arqueadas, artérias interlobulares (também chamadas artérias
radiais) e arteríolas aferentes, que terminam nos capilares glomerulares, onde grandes
quantidades de líquido e de solutos (exceto as proteínas plasmáticas) são filtradas para iniciar
a formação da urina.
As extremidades distais dos
capilares, de cada glomérulo,
coalescem para formar a arteríola
eferente, que forma segunda rede de
capilares, os capilares peritubulares,
que circundam os túbulos renais.

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL

NÉFRON
Cada rim contém cerca de 800.000 a milhão de Néfrons. É
formada por um corpúsculo renal, que compreende o glomérulo
e a cápsula de Bowman e, por túbulos renais, que compreende o
túbulo contorcido proximal, alça de Henle, túbulo contorcido
distal e túbulo coletor.

Mas profundamente e detalhado, o passo a passo da localização


dos componentes do Néfron:

 Glomérulo + Capsula de Bowman = corpúsculo renal.


 O líquido filtrado dos capilares glomerulares flui para o
interior do TUBULO PROXIMAL que se situa na zona
cortical renal.
 A partir do Túbulo Proximal, o líquido flui para o interior
da ALÇA DE HENLE, que mergulha no interior da medula
renal.
Cada alça consiste em RAMOS DESCENDENTE e ASCENDENTE respectivamente.
 No final do Ramo Ascendente espesso, está a MÁCULA DENSA, que regula a taxa de
filtração glomerular (GFR) a partir de informações sobre a concentração de Na+.
 Depois da Macula Densa, o líquido entra no TÚBULO DISTAL que, como o Túbulo
Proximal, se situa no córtex renal.
 O Túbulo Distal é seguido pelo TÚBULO CONECTOR e DUCTO COLETOR CORTICAL. As
partes iniciais de 8 a 10 ductos coletores corticais se unem para formar o único ducto
coletor maior que se dirige a medula e forma o DUCTO COLETOR MEDULAR.
 Os Ductos Coletores se unem e formam ductos maiores que se esvaziam na pelve
renal, pelas extremidades das Papilas Renais.

Existe dois tipos principais de Néfron:


 Corticais: localizados na zona cortical
externa, eles têm alças de Henle curtas
que penetram apenas em pequena
extensão no interior da medula.
Todo o sistema tubular é envolvido por
extensa malha de capilares
peritubulares. Tornam a urina fluida.

 Justamedulares: são cerca de 20% a


30%, com glomérulos mais profundos no
córtex renal, perto da medula. Tem
longas alças de Henle que mergulham
profundamente no interior da medula,
em direção às papilas renais.
Nele longas arteríolas eferentes se
estendem dos glomérulos para a região
externa da medula, se dividindo em
capilares peritubulares especializados, os
Vasa Recta. Tornam a urina concentrada.

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
-Processos renais envolvidos na produção da Urina-

 Ultrafiltração Glomerular: as substâncias do plasma são filtradas livremente para o


Espaço de Bowman.
 Reabsorção de substâncias dos túbulos renais para o sangue. Pode ser Transcelular ou
Paracelular.
 Secreção de substâncias do sangue para os túbulos renais.
 Excreção: a excreção de uma determinada substância se relaciona matematicamente
pela seguinte equação:
Taxa Excreção Urinária = Taxa Filtração – Taxa Reabsorção + Taxa Secreção

-Componentes estruturais do Néfron: DETALHADO-

 CORPÚSCULO RENAL
É constituído pelo
glomérulo capilar, que é
envolto pela Cápsula de
Bowman.
GLOMÉRULO: é um
enovelado capilar formado
a partir da arteríola
aferente. Esta se divide em
5 a 8 ramos, que por sua
vez se dividem em 20 a 40
alças capilares. Essas são
sustentadas pelas CÉLULAS
MESANGIAIS, que contém
elementos contráteis e
fagocita agregados
moleculares presos à
parede capilar e possuem
receptores para vários
hormônios.
Posteriormente, as alças
capilares se reúnem e
formam a arteríola
eferente do glomérulo.

CÁPSULA DE BOWMAN:
tem forma de cálice, possuindo parede dupla entre as quais fica o Espaço de Bowman
ocupado pelo filtrado glomerular. As células da parede interna da capsula possuem os
PODÓCITOS, que são formados por um corpo celular com prolongamentos primários e
secundários, denominados PEDICÉLIOS, que se interpenetram formando as Fendas de
Filtração.

Durante a filtração glomerular o plasma atravessa 3


camadas: ENDOTÉLIO CAPILAR, MEMBRANA BASAL e
a PAREDE INTERNA DA CAPSULA DE BOWMAN.
membrana basal: determina as propriedades de
permeabilidade do glomérulo.

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
 APARELHO JUSTAGLOMERULAR
Formado pela Mácula Densa do túbulo distal, pelas Células Justaglomerulares
próximas e pelas Células Mesangiais Extraglomerulares (função desconhecida).
A camada média da arteríola aferente se modifica e contém, em vez de
músculo liso, células epiteliais cúbicas, chamadas CÉLULAS GRANULARES ou
JUSTAGLOMERULARES, que apresentam citoplasma rico em grânulos que contém
renina, que faz parte do sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona, que tem papel
central no balanço de Na+ e água do organismo e também, por meio da Angiotensina
II, na regulação do fluxo sanguíneo renal e do ritmo de filtração glomerular.
A parede do túbulo distal convoluto dessa região possui as CÉLULAS DA
MÁCULA DENSA. Essas células detectam a variação do volume e composição do fluido
tubular distal e enviam essas informações às Células Granulares da arteríola aferente.
Um outro grupo de células, denominado CÉLULAS MESANGIAIS
EXTRAGLOMERULARES, ALMOFADA POLAR, lacis cells ou polkissen, que localizam-se
entre as duas arteríolas e ocasionalmente também apresenta células granulares
secretoras. É possível que sejam elementos de sustentação dos capilares e que
removam os resíduos que, pela filtração, ficam presos à parede do capilar glomerular.
C
é
l Células Mesangiais Ext.
(almofada polar)
u
l
a

 TÚBULO PROXIMAL
Possui uma porção convoluta, localizada junto ao
glomérulo, e outra porção reta, que se encontra na
região mais profunda do córtex e na mais externa da
medula.
Epitélio simples cúbico. Células com grande
quantidade de mitocôndrias (fornecem energia para o
transporte ativo). Numerosos microvilos (borda em
escova). Interdigitações laterais (facilitam
trocas/transporte de íons).
Recebe primeiramente o ultrafiltrado. Absorve
toda a glicose e aminoácidos, e cerca de 85% do
cloreto de sódio (transporte ativo) e da água do
filtrado. Absorve também fosfato e cálcio.
Transfere, do líquido extracelular para o
filtrado, creatinina e substâncias estranhas ao
organismo (processo ativo chamado secreção tubular).

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
 ALÇA DE HENLE
Esse segmento possui 3 ramos: Ramo Fino Descendente, Ramo Fino Ascendente e
Ramo Espesso Ascendente. Participa da retenção de água.
Parte delgada: maior porção é geral descendente. Epitélio simples
pavimentoso: é muito permeável, permitindo passagem livre de água, Na+ e Cl-.
Parte espessa: maior porção é ascendente. Epitélio simples cúbico: é
impermeável. O cloreto de sódio é ativamente transportado para fora do túbulo.

 TÚBULO DISTAL
Área onde a alça de Henle penetra no córtex e torna-se tortuosa.
Ocorre saída de sódio por processo ativo e também sai água. Adicionam íons
hidrogênio, potássio e amônia ao filtrado, sendo sua atividade importante para a
manutenção do equilíbrio acido-básico do sangue.
A saída de água é inibida pelo hormônio antidiurético (ADH).
Epitélio simples cúbico. Células possuem pouco menos mitocôndrias que o túbulo
proximal e microvilos esparsos e mais curtos.
Sua parede se modifica quando encosta no corpúsculo renal: células cilíndricas,
altas, c/ núcleos alongados; e esse segmento modificado chama-se mácula densa que
é sensível à concentração de Na+ e Cl-.

 DUCTO COLETOR
A urina passa dos túbulos contorcidos distais para os Ductos Coletores.
Absorção final da água, contribuindo para a concentração da urina.
Transportam e modificam o ultrafiltrado do néfron para os cálices renais menores.
Na medula se unem uns aos outros, formando tubos cada vez mais calibrosos e se
dirigem as papilas. Maior parte medular e segue seu trajeto retilíneo.
Epitélio simples cúbico nos túbulos mais delgados e à medida que se fundem e
se aproximam das papilas suas células tornam-se cilíndricas.
O ADH age no ducto coletor, aumentando a reabsorção de água, permitindo
pois que o fluido tubular entre em equilíbrio com o interstício hipertônico. De um
modo geral, pode-se dizer que o Ducto Coletor reabsorve Na+ e Cl- (estimulado pela
Aldosterona) e secreta amônia, podendo tanto secretar como reabsorver potássio,
hidrogênio e bicarbonato.
O ducto coletor cortical e medular externo são impermeáveis à uréia.

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
FILTRAÇÃO GLOMERULAR E HEMODINÂMICA RENAL

INTRODUÇÃO MINI-RESUMO
A formação da urina começa com a filtração de grandes
quantidades de líquido, por meio dos capilares glomerulares para a
cápsula de Bowman. Como a maioria dos capilares, os capilares
glomerulares são relativamente impermeáveis às proteínas, assim, o
líquido filtrado (chamado de Filtrado Glomerular) é essencialmente
livre de proteínas e desprovido de elementos celulares como as
hemácias.
A Filtração Glomerular (FG) é controlada basicamente pelo
diâmetro das arteríolas. O Sistema Nervoso Simpático exerce
influencia direta por vasoconstrição, ao passo em que o sistema
renina-angiotensina-aldosterona (RAAS) e o ADH desempenham papel
direto no controle.
A FG se dá por meio das fenestrações e dos prolongamentos
dos podócitos. Mas o que faz com que ocorra efetivamente a filtração
é a “diferença existente entre a pressão hidrostática e pressão
oncótica.” A pressão hidrostática exercida pelos capilares do glomérulo faz com que o líquido e
pequenos metabólitos tendam a passar pelas fenestrações, ao passo que as proteínas são
mantidas nos vasos pela pressão oncótica de sentido contrário às fenestrações, mantendo o
máximo possível de proteínas na luz dos vasos.
A Autorregulação mantém o suprimento sanguíneo e a FG, o que previne de um
aumento da pressão renal. A alta pressão hidrostática nos capilares glomerulares é devido às:
 Arteríolas Aferentes serem largas e curtas;
 Arteríolas Eferentes serem estreitas e longas.

Formada então o filtrado, devido à dificuldade imposta pela pressão oncótica, muitos
metabólitos não conseguem retornar ao vaso sanguíneo. Daí a importância da Reabsorção
tubular, que faz com que, em nível dos túbulos renais, alguns metabólitos e uma parte da água
sejam ativamente “trazidos de volta” para o sangue. Caso esta reabsorção tubular não
aconteça, o paciente virá a óbito facilmente.
A taxa de filtração glomerular representa exatamente a função do néfron, que
corresponde ao ato de deixar passar de maneira seletiva metabólitos para a excreção.

Podócito

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
FILTRAÇÃO GLOMERULAR
- Começa com a filtração de grande quantidade de liquido
através dos capilares glomerulares.
- Em um ser humano de porte médio a filtração glomerular é
de cerca de 125ml/minuto ou cerca de 180L/dia.
-A filtração glomerular corresponde a cerca de 20% do fluxo
plasmático renal, e a reabsorção tubular corresponde a 178
a179L/dia, com isso a excreção urinaria é de cerca de 1 a
2L/dia.

Membrana dos capilares glomerulares: constituída por três


camadas:
 Endotélio fenestrado (endotélio capilar)
 Membrana basal
 Podócitos (camada de células epiteliais)
Em seu conjunto estas três camadas formam uma barreira de
filtração que faz a depuração renal, por exemplo, deixando
passar H2O e solutos, mas permeável a proteínas.

ENDOTÉLIO FENESTRADO: exibe milhares de pequenas perfurações que são relativamente


grandes sendo por isso chamado de fenestrado, as células endoteliais são ricas em cargas
negativas fixas o que impede a passagem de proteínas plasmáticas, mas deixando passar H2O,
sódio e pequenos solutos. Tamanho dos poros cerca de 70 nanômetros.

MEMBRANA BASAL: circunda todo o endotélio sendo constituída por uma rede de fibras
colágenas e proteoglicanas, com amplos espaços pelo qual podem ser filtradas grandes
quantidades de H2O e solutos, sendo uma barreira para proteínas. Cerca de 7 a 10
nanômetros.

Podócitos: camada epitelial de células em forma de pés, sendo separadas por lacunas
denominadas poros em fenda pelo qual passa o filtrado glomerular, aqui monócitos e
macromoléculas são filtrados.

HEMODINÂMICA RENAL
Os rins recebem normalmente 20% do débito cardíaco, o que representa um fluxo sanguíneo
de 1.0 a 1.200 ml/ min para um homem de 70-75 kg. Este alto fluxo é ainda mais significativo
se considerado pelo peso dos rins, cerca de 300 gramas. Assim, o fluxo sanguíneo por grama
de rim é de cerca de 4 ml/min, um fluxo 5 a 50 vezes maior que em outros órgãos. Este sangue
que atinge o rim passa inicialmente pelos glomérulos, onde cerca de 20% do plasma é filtrado,
totalizando uma taxa de filtração glomerular de 120 ml/min ou 170 litros/dia.

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
 Fluxo Sanguíneo Renal (FSR):
Refere-se ao ritmo em que o sangue flui para os rins, ou seja, os rins recebem cerca de
20% do débito cardíaco, o que representa um fluxo sanguíneo de 1.000 a 1.200 ml/min
para um homem de 70-75 kg.

 Fluxo Plasmático Renal (FPR):


Refere-se á parte do FSR que é o plasma, que é 2 dl/min.

 Filtração Glomerular por Néfron (FGn):


FGn= Kf x Peuf, onde Kf, o coeficiente de permeabilidade glomerular, é igual ao
produto de k e S, sendo k o coeficiente de permeabilidade hidráulica do capilar
glomerular, e S é a área, ou superfície filtrante de todo o glomérulo.

 Ritmo de Filtração Glomerular ou Filtração Glomerular Global:


É a quantidade de plasma (20%) que entra no rim e alcança os capilares glomerulares
que são filtrados, atingindo o Espaço de Bowman.

 Filtrado Glomerular:
O líquido produzido pelo glomérulo durante o processo de filtração glomerular.

 Regulação Intrínseca ou (Autorregulação):


São mecanismos de feedback intrínsecos dos rins , que mantem o fluxo sanguíneo
renal e o Fluxo Sanguíneo Renal (FSR) e a Filtração Glomerular (FG) relativamente
constantes, mesmo com alterações acentuadas da pressão sanguínea arterial. A
principal função da ‘autorregulação renal’ é manter a FG relativamente constante e
permitir o controle preciso da excreção renal de água e solutos.
Possui duas teorias, a MIOGÊNICA e a de BALANÇO TÚBULO-
GLOMERULAR.
 Mecanismo Miogênico: envolve uma propriedade intrínseca
do músculo liso arterial, por meio da qual o músculo
contrai-se ou relaxa-se em resposta a um respectivo
aumento ou queda da tensão da parede vascular. Baseia-se
na Lei de Laplace.
 Balanço Túbulo-Glomerular (BTG): envolve um mecanismo
de feedback. Quando aumenta o RFG (Ritmo de Filtração
Glomerular) em um néfron, e consequentemente aumenta
o fluxo de fluido pelo túbulo distal inicial, na região da
Mácula Densa, o RFG nesse mesmo néfron é reduzido. O
oposto acontece, embora em menor grau: quando cai o
fluxo de fluido pela mácula densa, aumenta o RFG.

 Regulação Extrínseca ou Hormonal:


São hormônios e autacoides que podem influenciar a FG e o Fluxo Sanguíneo Renal.
 Norepinefrina, Epinefrina e Endotelina provocam constrição dos vasos
sanguíneos renais e diminuem a FG.
 A Angiotensina II preferencialmente provoca constrição das arteríolas
eferentes na maioria das condições fisiológicas.
 O Óxido Nítrico derivado do endotélio diminui a Resistência Vascular Renal e
aumenta a FG.
 Prostaglandinas e Bradicininas tendem a aumentar a FG.

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
PRESSÕES DE ULTRAFILTRAÇÃO
O Ritmo de Filtração Glomerular (RFG) é governado pela mesma força propulsora que
determina o movimento de fluido através da parede dos capilares sistêmicos, ou seja, o
balanço entre as pressões Hidrostática e Oncótica
transcapilares (as chamadas forças de Starling). Em um dado
ponto do capilar glomerular essa relação pode ser expressa
como:
RFG = Kf (ΔP – Δπ)
(coef.de ultrafiltração) x (gradiente de pressão hidrostática –
gradiente de pressão oncótica).

ΔP= PCG - Pf
Δπ= πCG – πt
RFG= Kf [(PCG – Pt) – (πCG – πt)]

RFG= Ritmo de Ultrafiltração Glomerular


Kf = Coeficiente de Ultrafiltração (ou de
Permeabilização)
ΔP= Diferença de pressão hidrostática
transcapilar
PCG = Pressão Hidrostática no Capilar
Glomerular (pressão sanguínea capilar)
Pt = Pressão Hidrostática no espaço de
Bowman (pressão do fluido filtrado)
πCG = Pressão Oncótica no Capilar
Glomerular (dada pelas proteínas no
capilar)
πt = Pressão oncótica no espaço de
Bowman.

Em virtude de a concentração de proteínas no ultrafiltrado glomerular ser


extremamente baixa, o valor de π é desprezível. Então, a força propulsora
responsável pela ultrafiltração glomerular, ou seja, a PRESSÃO EFETIVA DE
ULTRAFILTRAÇÃO é dada por:
PEUF =PCG – (Pt + πCG)
Também pode ser chamada: PUF e PEF

→Transporte de Inulina no Néfron


A inulina é filtrada livremente através do glomérulo e não é reabsorvida, secretada ou
metabolizada no néfron. 15% a 20% da inulina do plasma é absorvida.
A filtração glomerular pode ser avaliada pela medida da depuração ou clearance da inulina.

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
Esta medida é feita após infusão endovenosa contínua de inulina, envolvendo as seguintes
etapas, conforme o exemplo abaixo em seres humanos:

1) Medida do fluxo urinário (V) em ml/min: 1,0 ml/min


2) Medida da concentração urinária de inulina (Uin): 60 mg/ml
3) Cálculo da quantidade de inulina excretada por minuto:
Uin x V = 60 mg/ml x 1,0 ml/min = 60 mg/min

Uma vez que toda a inulina alcançou os rins por filtração e não foi secretada, reabsorvida ou
metabolizada pelos túbulos renais e a concentração plasmática de inulina (Pin) medida foi de
0,5 mg/ml, pode-se afirmar que 120ml de plasma foram filtrados por minuto para haver uma
excreção urinária (Uin x V) de 60 mg/min, ou seja:
60 mg/min ÷ 5 mg/ml = 60 mg/min x 1 ml/0,5 mg = 120 ml/min

Desta forma, em 1 minuto, 120 ml de plasma e os solutos foram separados por ultrafiltração
do sangue e das proteínas plasmáticas. Esta medida da filtração glomerular é o
CLEARANCE DE INULINA, cuja fórmula é esta:
Cin = Uin x V/Pin.

 Circulação Renal e as Resistências das arteríolas Aferentes e Eferentes


A) Se o fluxo é constante, a vasoconstrição em um determinado
ponto causa, anteriormente, um aumento da pressão (P1) e
posteriormente, uma queda (P2).

B) A constrição da arteríola aferente reduz a PCG e consequentemente


diminui o RFG.

C) A constrição da arteríola eferente aumenta a PCG elevando o RFG.


Porém, como a constrição de cada arteríola aumenta a resistência vascular
renal, o FPR cai tanto em B como em C. A vasodilatação arteriolar tem
efeitos opostos.

 As camadas por onde o fluido passa durante a filtração:


 Endotélio fenestrado (endotélio capilar)
 Membrana basal
 Podócitos (camada de células epiteliais)
Em seu conjunto estas três camadas formam uma barreira de filtração que faz a
depuração renal, por exemplo, deixando passar H2O e solutos, mas permeável a
proteínas.

 As forças de Starling envolvidas na filtração glomerular e sua resultante, a PEUF:


O Ritmo de Filtração Glomerular (RFG) é
governado pela mesma força propulsora que
determina o movimento de fluido através da
parede dos capilares sistêmicos, ou seja, o
balanço entre as pressões Hidrostática e
Oncótica transcapilares (as chamadas forças
de Starling). As forças de Starling e não o
fluxo plasmático glomerular, é que são
quantitativamente os mais importantes
determinantes da ultrafiltração glomerular.

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
 O Coeficiente de Ultrafiltração (Kf), que é a permeabilidade à área:
Está relacionado com a permeabilidade efetiva da parede capilar (k) e com a superfície
total disponível para a filtração (s), através da expressão: Kf = k x f.
Ambos os parâmetros (k,s) provavelmente são responsáveis pelo elevado Kf dos dos
capilares glomerulares. A área capilar glomerular total é estimada em 5.000 a
15.000 cm2 por 100g de tecido renal, enquanto a área capilar sistêmica corresponde a
7.000 cm2 por 100g de músculo esquelético. Adicionalmente, por unidade de área, os
capilares glomerulares são cerca de 100 vezes mais permeáveis à água que os capilares
musculares.

 Explicar o papel das camadas na composição do ultrafiltrado:


 Endotélio fenestrado: as células endoteliais são ricas em cargas negativas fixas
o que impede a passagem de proteínas plasmáticas, mas deixando passar H2O,
sódio e pequenos solutos.
 Membrana basal: circunda todo o endotélio sendo constituída por uma rede
de fibras colágenas e proteoglicanas, com amplos espaços pelo qual podem
ser filtradas grandes quantidades de H2O e solutos, sendo uma barreira para
proteínas.
 Podócitos: camada epitelial de células em forma de pés, sendo separadas por
lacunas denominadas poros em fenda pelo qual passa o filtrado glomerular,
aqui monócitos e macromoléculas são filtrados.

Peptídeo Atrial Natriurético (ANP)


Os miócitos atriais liberam o Peptídeo Atrial Natriurético, em resposta ao aumento da pressão
arterial e, então, ao volume circulatório efetivo. O principal efeito do ANP é hemodinâmico:
esse peptídeo causa pronunciada vasodilatação das arteríolas aferente e eferente,
aumentando fortemente o fluxo sanguíneo renal cortical e medular, reduzindo a sensibilidade
do Balanço Túbulo Glomerular. O efeito resultante é um aumento do FPR e do RFG. Em altos
níveis, o ANP diminui a pressão arterial sistêmica e aumenta a permeabilidade capilar.

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
REABSORÇÃO, SECREÇÃO E METABOLISMO TUBULAR

 O que é reabsorção:
É o processo de transporte de uma substância do interior do túbulo
para o sangue que envolve o túbulo.

 Secreção:
A secreção tubular atua em direção oposta à reabsorção. As
substâncias são transportadas do interior dos capilares para a luz dos
túbulos, de onde são eliminadas pela urina. Os mecanismos de
secreção tubular, à semelhança dos mecanismos de reabsorção,
podem ser ativos ou passivos, quando incluem a utilização de energia
pela célula para a sua execução ou não.

 Metabolismo:
É o processo de troca entre os túbulos renais e os capilares sanguíneos.

 Excreção:
É responsável pela manutenção do volume e da composição do líquido extracelular do
indivíduo dentro de limites compatíveis com a vida.

Introdução MINI-RESUMO
Para que a substância seja reabsorvida, ela deve primeiro
ser transportada através das membranas epiteliais
tubulares para o líquido intersticial renal e, posteriormente,
através da membrana dos capilares peritubulares, retornar
ao sangue. Dessa forma, a reabsorção de água e de solutos
inclui uma série de etapas de transporte.
O processo de reabsorção tubular renal ocorre
tanto por transporte ativo como por transporte passivo.
 Por transporte ativo as substâncias são
transportadas através das membranas celulares
contra o gradiente de concentração e esta
movimentação requer gasto direto de energia.
 O transporte passivo de substâncias ocorre por
gradiente osmótico o que não requer consumo
direto de energia.

A água e os solutos podem ser transportados através das membranas celulares


(via transcelular) ou através dos espaços juncionais entre as células (via paracelular).
A seguir, após a absorção, através das células epiteliais tubulares, para o
líquido intersticial, há o transporte, através das
paredes dos capilares peritubulares, para o
sangue, por ultrafiltração (fluxo de massa), que é
mediada por forças hidrostáticas e
coloidosmóticas.
Os capilares peritubulares comportam-se
de modo muito semelhante às extremidades
venosas da maioria dos outros capilares, visto que
existe uma força reabsortiva efetiva, que desloca o
líquido e os solutos do interstício para o sangue.

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
No TÚBULO PROXIMAL, em condições normais são reabsorvidos 80% da água
existente no filtrado. Por transporte ativo, 100% da glicose e 95% dos aminoácidos enquanto a
reabsorção do sódio ocorre ao nível de 85% por transporte ativo que envolve a bomba de
sódio e potássio. A reabsorção tubular de glicose apresenta taxa máxima (Tm) de 180 m/dL,
aproximadamente, isto significa que quando a concentração sérica ultrapassar este limite
parte da glicose não será mais reabsorvida porque os carreadores estão lotados. Também são
reabsorvidas, nos túbulos proximais, por transporte ativo, outras substâncias como:
aminoácidos, ácido úrico, bicarbonato, cálcio, fosfato, magnésio e sulfato, enquanto, a
reabsorção de água, ácidos fracos não ionizados e uréia ocorrem por transporte passivo, a
favor do gradiente osmótico. A reabsorção dos cloretos, por sua vez, ocorre passivamente por
gradiente elétrico. As proteínas, encontradas no filtrado, em quantidade reduzida, são
reabsorvidas em quase sua totalidade por pinocitose. Após, reabsorvidas, as proteínas sofrem
a digestão celular, sendo os seus aminoácidos, posteriormente reutilizados.
No RAMO DESCENDENTE DA ALÇA DE HENLE é reabsorvida de forma passiva a água,
enquanto no RAMO ASCENDENTE ocorre a reabsorção de cloreto por transporte ativo e do
sódio e da uréia por transporte passivo. No RAMO ASCENDENTE não ocorre a reabsorção de
água porque este segmento é impermeável à água.
Nos TÚBULOS DISTAIS são reabsorvidos por transporte passivo água e uréia. O
transporte passivo do sódio depende da ação da aldosterona enquanto o da água depende do
hormônio antidiurético.
A reabsorção de água nos TUBOS COLETORES também depende do hormônio
antidiurético.

A secreção tubular proximal de substâncias que se encontram nos capilares peritubulares para
a luz dos túbulos se constitui em importante meio de eliminação de material não filtrado pelos
glomérulos e manutenção do equilíbrio ácido base. É através da secreção tubular renal que os
de íons de hidrogênio em excesso são eliminados e o pH normal do sangue é mantido. Outras
substâncias que não são filtradas pelos glomérulos porque se encontram ligadas a proteínas
plasmáticas se dissociam das mesmas nos capilares peritubulares e são transportadas para o
filtrado pelas células tubulares proximais, principalmente. São também secretados nos túbulos
contornados distais uréia, creatinina e ácido úrico.

REABSORÇÃO PERITUBULAR de ÁGUA e SÓDIO


A reabsorção peritubular é de fundamental importância para a nossa sobrevivência. É
mais relevante ainda quando observamos que a quantidade de líquido filtrada pelos rins é de
cerca de 180L/dia, as só excretamos cerca de 1,44 L por dia
(média 2L), que cerca de 178 L são reabsorvidos por dia pelos
túbulos renais. Reabsorvemos 99% de água filtrada, 100% de
glicose, 50% da uréia e 99,5% do sódio. A maioria desses
processos ocorre nos túbulos contorcidos proximais.
Os capilares peritubulares fornecem nutrientes para o
epitélio tubular e captam os fluidos reabsorvidos por eles. A
pressão oncótica é maior do que a pressão hidrostática,
portanto ocorre reabsorção, e não filtração.

-Água e soluto saem na mesma proporção


-Túbulo Distal: Impermeável à água
A quantidade de Na+ extracelular é cerca de 1700 mEq
para um adulto de 60Kg e apenas de 100 mEq no espaço
intracelular devido à baixa permeabilidade de sódio da maioria
das membranas e extrusão ativa de sódio pela bomba Na+ / K+ que é ubiquitária.

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
 Túbulo proximal
- 65% do Na+ e água filtrados são reabsorvidos ao longo do túbulo proximal;
- A concentração de Na+ no fluido tubular permanece constante até ao final do túbulo
proximal;
- A osmolalidade do fluído tubular proximal diminui ligeiramente relativamente ao plasma;
- A concentração de Cl- aumenta e a de HCO3-
- diminui ao longo do túbulo proximal.

Os Túbulos Proximais reabsorvem em torno de 65% do sódio,


cloreto, bicarbonato e potássio filtrados, e praticamente toda a
glicose e aminoácidos filtrados. Os túbulos proximais também
secretam ácidos orgânicos, bases e íons hidrogênio para dentro do
lúmen tubular.

 Alça de Henle
- A reabsorção de água ocorre no ramo descendente da alça; o ramo ascendente é
impermeável à água;
- De modo contrário, a reabsorção de Na+ não ocorre no ramo descendente, mas 20% a 25% da
reabsorção de Na+ ocorre no ramo ascendente. Por isso, o fluido tubular na parte final da alça
é sempre hipotônico.

A parte descendente do segmento fino da alça de Henle é altamente


permeável à água e moderadamente permeável à maioria dos solutos, mas
tem poucas mitocôndrias e pouca ou nenhuma reabsorção ativa. O
componente ascendente espesso da alça de Henle reabsorve cerca de 25%
das cargas filtradas de sódio, cloreto e potássio, além de grandes
quantidades de cálcio, bicarbonato e magnésio. Esse segmento também
secreta íons hidrogênio para o lúmen tubular.

 Túbulo Distal e Ducto Colector


Aproximadamente 10% de Na+ e 20% de água são reabsorvidos ao longo deste segmento; no
entanto, é nesta parte do néfron que ocorre a regulação da reabsorção de Na+ e de água.

O Túbulo Distal Inicial tem muitas características da alça de Henle ascendente


espessa, e reabsorve sódio, cloreto, cálcio e magnésio, mas é praticamente
impermeável à água e à uréia. Os Túbulos Distais Finais e os Túbulos Coletores
Corticais são compostos de 2 tipos de células: as células principais e as células
intercaladas. As células principais reabsorvem o sódio do lúmen e secretam
íons potássio para o lúmen. As células intercaladas reabsorvem íons potássio e
bicarbonato do lúmen e secretam íons hidrogênio no lúmen. CONTROLE “ADH”

Os Ductos Coletores medulares reabsorvem


ativamente o sódio e secretam íons hidrogênio e
são permeáveis à uréia, que é reabsorvida nestes
segmentos tubulares. A reabsorção de água nos ductos coletores
medulares é controlada pela concentração de hormônio e
antidiurético.

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL

Mecanismos de reabsorção de sódio

Reabsorção de Água:
Ocorre por osmose, quando os solutos são transportados para fora do túbulo, ou seja, para
dentro da célula tubular tanto por transporte primário quanto secundário, a concentração
dentro do túbulo tende a diminuir e a concentração dentro da célula tubular tende a
aumentar, isto cria um diferencial do gradiente de concentração iônico que por sua vista
provoca a osmose da água no sentido de maior concentração, ou seja, dentro da célula
tubular. A água como é uma molécula pequena e muito solúvel através da membrana celular,
ela passa livremente através da própria célula.
A alta permeabilidade à água correlaciona-se com a presença das aquaporinas (canais
de água) presentes em ambas as membranas (apical e basolateral). A reabsorção transtubular
de água é seguida pelo transporte de fluido do interstício para o sangue capilar, transporte
este conduzido por forças de Starling.
Note-se que, ao contrário do que acontece na maioria dos capilares do corpo, no rim
os capilares especializados na filtração e na reabsorção estão anatomicamente separados:
capilares glomerulares filtram e os capilares peritubulares absorvem. A pressão oncótica dos
capilares peritubulares também regula uma fracção de fluido absorvido ao longo do epitélio.

Reabsorção de Sódio e Glicose:


O Na+ é reabsorvido por intermédio de uma proteína, que ao mesmo tempo também
transporta a glicose para dentro da célula. Quando tanto o sódio como a glicose ao mesmo
tempo se ligam a essa proteína, a mesma muda a sua conformação o que permite a entrada de
ambos para dentro da célula epitelial do túbulo proximal, para então serem reabsorvidos para
o sangue.
Na membrana basolateral há o GLUT NA+ independente, mas o problema desse
transportador é a sua saturação: quando a glicemia está acima de 180mg/ml, a glicose deixa
de ser reabsorvida e passa a se apresentar cada vez mais, na urina.

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
Reabsorção de Sódio e Aminoácidos:
Se tem uma proteína transportadora de sódio e aminoácidos, este processo é o
Transporte ativo secundário, pois ambos processos dependem das bombas de
Na+/K+ ATPase que existem por toda a célula tubular.
A finalidade do processo de reabsorção de aminoácidos é a
preservação máxima destes nutrientes essenciais. Para cada classe de
aminoácido, existe um transportador específico.

Reabsorção de Cloro:
Quando o sódio é reabsorvido através da membrana celular para o capilar peritubular, ou seja,
para fora do lúmen deixa o mesmo com uma carga negativa, o oposto ocorre com liquido
intersticial que devido ao influxo de sódio fica com carga positiva, esta diferença de carga faz
com que o cloro (Cl-) que devido a sua carga negativa e atraído pela carga positiva do sódio
para fora do lúmen, através da via paracelular (através da junção aberta).

Reabsorção de Bicarbonato:
Nas escovas das células epiteliais renais, tanto do lado interno quanto do lado externo existe a
enzima anidrase carbônica.
-O sódio é reabsorvido junto com o a glicose ou aminoácidos, o restante do sódio é
transportado do lúmen tubular para as células por mecanismos de contratransporte;
-Mecanismo de contratransporte: reabsorve sódio, enquanto secreta outras
substancias para o lúmen tubular geralmente íons H+ ou seja, influxo de sódio e secreção de
hidrogênio esta secreção propicia a formação de água e CO2 no lúmen.

O CO2 é permeável à membrana celular, ocorrendo então o seu influxo para dentro da célula,
dentro da célula o CO2 se combina com H2O.

O íon H+ sai da célula através do contratransporte, com o influxo de sódio.

Reabsorção de Potássio:
O K+ é o principal cátion intracelular e seu metabolismo é fundamental para a manutenção da
vida. Quando o potássio é jogado na luz do túbulo, necessita ser reabsorvido de modo que a
calemia mantenha valores regulares entre 3,0 e 5,5 mEq/L.
O K+ é reabsorvido em nível dos túbulos proximais e no ramo da alça de Henle (onde há
o transportador triplo: que reabsorve Na+, K+ e Cl- e é secretado nos túbulos distais e coletores
corticais. O responsável pelo controle da calemia é a Aldosterona.

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
Recirculação da Uréia:
Mecanismo pelo qual alta concentração de uréia é mantida na
medula (1) à custa da sua difusão da luz do ducto coletor
medular interno para a papila e reabsorção ao nível da porção
fina ascendente da alça de Henle (etapas 1 a 7) e (2) à custa da
sua retirada do interstício pelos vasa recta, sendo novamente
filtrada e lançada na luz tubular.

CLEARENCE RENAL
O Clearence de uma substância indica o volume virtual de plasma que fica livre da substância,
em determinada unidade de tempo. Assim, o “Clearence” de uma substância é também
denominado DEPURAÇÃO PLASMÁTICA DA SUBSTÂNCIA. O Clearence pode ser aplicado ao
organismo inteiro, ou em apenas um órgão.
Para o conhecimento do CLEARENCE RENAL de uma dada substância, basta medir a
quantidade absoluta da substância excretada na urina por minuto e relacioná-la com sua
concentração plasmática:
Cx= depuração plasmática da substância X, em ml/min
Ux= concentração urinária da substância X, em mg/ml
Cx=
V= fluxo urinário, em ml/min
Px= concentração plasmática de substância X, em
mg/ml

“Por meio dessa metodologia, é possível se ter uma idéia dos mecanismos
responsáveis pela excreção renal de determinada substância.”

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
REGULAÇÃO DO VOLUME, DO VEC, FLUIDO EXTRACELULAR E
TONICIDADE CORPORAL

Uma das principais funções dos rins é a manutenção do volume e da tonicidade do FEC (Fluido
Extracelular), apesar das variações diárias da ingestão de sal e água que ocorrem em um
indivíduo normal.
Enquanto a regulação do volume é relacionada primeiramente com modificação no
balanço de sódio, a regulação da tonicidade compreende essencialmente modificações no
balanço de água.
É importante regular o volume do FEC para manter a pressão sanguínea, a qual é
essencial para a adequada perfusão nos tecidos. E é importante regular a tonicidade do FEC,
pois tanto a HIPOTONICIDADE como a HIPERTONICIDADE causam modificação no volume
celular, o que compromete a função celular, especialmente no SNC.

Os líquidos corporais estão distribuídos entre dois


compartimentos:
LEC – líquido extracelular
LIC – líquido intracelular.
Em estado estável, basicamente a concentração de
proteínas e íons determina o deslocamento de
água entre os compartimentos LIC e LEC. Ou seja,
a água se desloca entre os compartimentos de
acordo com a osmose.

 LEC: formado pelo líquido intersticial e pelo plasma sanguíneo (parte não celular do
sangue), sendo que ambos possuem composições iônicas similares, sendo que a
diferença entre os dois está nas proteínas e nos íons totais, mais presente no plasma.
Os íons Na+, Cl- e HCO3- estão presentes nesse compartimento.

 LIC: responsável por 2/3 do conteúdo total de água do organismo, o líquido


intracelular corresponde ao líquido no interior celular. Os íons K+, PO4-3 e Mg+2 estão
presentes nesse compartimento.

Fluido Corporal: é a água (solvente) e os solutos dissolvidos nele.


FIC (Fluido Intracelular): 64%
FEC (Fluido Extracelular): 36%
- A água vai para o lado que tem mais soluto.
- Quem determina a solubilidade é o soluto.

 Hipovolemia: Resulta na perda dos líquidos corporais e ocorre com maior rapidez
quando associado à diminuição da ingesta de liquido.
 Hipervolemia: Está relacionado à simples sobrecarga de liquido ou à função diminuída
dos mecanismos homeostáticos responsáveis por regular o equilíbrio hídrico.
Fatores que podem contribuir: insuficiências cardíaca e renal e cirrose do fígado.
 Hiponatremia: é um transtorno de eletrólitos, transtorno dos sais presentes no sangue
no qual a concentração de Sódio no plasma sanguíneo (nível sérico) é menor do que o
normal, 135 mEq/l.
 Hipernatremia: é um desequilíbrio na concentração de sódio no sangue, que se
encontra em excesso, mais que 145 mEq/l.
 Hipocalemia: Indica um déficit real nas reservas totais de potássio, < 3,5 mEq/l.
Com o excesso de potássio a célula hiperpolariza, criando uma dificuldade para um
novo potencial de ação, pode levar a insuficiência cardíaca.

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
 Hipercalemia: Concentração de potássio sérico maior que o normal, raramente ocorre
nos pacientes com função renal normal. Volume maior que 5,0 mEq/l. Com a falta de
potássio a célula tem uma dificuldade para repolarizar, causando fraqueza muscular e
também problemas para o miocárdio.

OSMOSE
É o fluxo de água através da membrana semipermeável, devido a diferença de concentração
de solutos. Essa concentração leva a uma diferença pressão osmótica e essa dessa pressão faz
com que a água flua por osmose.
PRESSÃO OSMOTICA: é a pressão necessária para impedir o fluxo de água pela membrana
semipermeável.
Em outras palavras, a Osmose é o movimento da água segundo o gradiente de
atividade da água, isto é, o fluxo osmótico da água ocorre dos locais de baixa concentração de
partículas (alta concentração de água) para os locais de alta concentração de partículas (baixa
concentração de água). É determinado pela área da membrana, pela permeabilidade à água e
pela diferença da concentração da partícula impermeável. Em parte, a permeabilidade à água
é determinada pelas aquaporinas, proteínas transmembranares desenhadas especificamente
para a passagem da água. Este movimento osmótico de água através dos canais pode arrastar
substâncias dissolvidas de um modo indiscriminado (“Solvent drag”).

 Solução hipertônica: solução que está mais concentrada em soluto que o meio;
 Solução hipotônica: solução que está menos concentrada em soluto que o meio;
 Solução Isotônica: quando a concentração de soluto na célula e no meio são iguais.

-Na solução hipotônica, a água se move para dentro da célula.


-Na solução hipertônica, a água se move para fora da célula.
-Íon osmoticamente ativo do FEC: Na+ // e no FIC: K+

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
OSMOLARIDADE
Habilidade do soluto em diminuir concentração da água. A concentração total de solutos no
líquido extracelular (osmolaridade) é determinada pela quantidade de soluto dividida pelo
volume de líquido extracelular. Assim, a concentração de sódio e a osmolaridade do líquido
extracelular são em grande parte reguladas pela quantidade de água extracelular.
- Pressão osmótica, expressa com mOsm/kg H2O; 1 mOsm = 19,3 mmHg.
- Osmolaridade = soma da concentração molar de solutos, expressa como mOsm/L.
Exemplo: NaCl 0,9% = 154 mmol/L NaCl = 154 + 154 = 308 mOsm/L, osmolaridade = 287
mOsm/kg H2O.
-Temos cerca de 290 mOsm.

REGULAÇÃO DA OSMOLARIDADE
Entrada=Saída
Controle do balanço de água:
 Controlado pela ingestão
de líquido (sede)
 Controlado pela excreção
renal de água

A osmolaridade - concentração de
partículas osmoticamente ativas
em uma solução (dependo do
número de íons e da concentração
molar do soluto).
Osmolaridade normal do plasma
varia entre 280 e 295 mOsm/l. A
Osmolaridade do filtrado
glomerular é igual a do plasma, sendo necessário diluir o filtrado para excretar o excesso de
água e concentrar o filtrado para conservar água.
Como diluir o filtrado? Reabsorvendo solutos. No túbulo contorcido proximal (TCP) o
líquido filtrado se mantém isosmótico em relação ao plasma, devido a igual reabsorção de
solutos e água.
No Ramo descendente da alça de Henle (RAH), a água é reabsorvida por osmose, o
líquido tubular atinge equilíbrio com o do interstício que é hipertônico (2 a 4 vezes a
osmolaridade do líquido tubular original).
O ramo ascendente delgado reabsorve pouco NaCl, parte da uréia reabsorvida no
ducto medular se difunde para o ramo ascendente, devolvendo uréia à medula (medula
hiperosmótica) - ação do hormônio antidiurético (ADH).
No Ramo ascendente da alça de Henle, segmento espesso, ocorre reabsorção de Na+,
+ -
K e Cl , impermeável água, o líquido tubular fica mais diluído, com diminuição progressiva da
osmolaridade até o túbulo contorcido distal (TCD) =100 mOsm/l.
O líquido que chega ao TCD é hiposmótico (1/3 da osmolaridade do plasma), com ou
sem ADH.
Ocorre reabsorção adicional de NaCl nas porções iniciais e finais do TCD, ducto coletor
cortical e medular.
Na ausência do ADH as porções finais do TCD e DC são impermeáveis à água, e a
reabsorção adicional do soluto dilui ainda mais o líquido tubular (50 mOsm/l).
O rim humano pode produzir concentração máxima de urina 1200 a 1400 mOsm/l (4 a
5 vezes a concentração do plasma) e mínima de 50 mOsm/l (1/6 do plasma).
“Volume obrigatório de urina: determinada pela capacidade máxima de concentração da urina
e necessidade de excreção de solutos por dia. Ex: homem 70 Kg necessita excretar
600mOsm/dia/ 1200 mOsm/l = 0,5 l/dia”

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
-Mecanismo de Contracorrente-
Fatores que contribuem para medula hiperosmolar
(1200 a 1400 mOsm/l):
1) Transporte ativo de íons Na+, co-transporte de íons K+
Cl- e outros íons para fora da alça de Henle segmento
espesso para o interstício medular
2) Transporte ativo de íons dos ductos coletores para o
interstício medular
3) Difusão passiva de uréia dos ductos coletores
medulares internos para o interstício medular 4) Difusão
de pequena quantidade de água dos ductos medulares
para o interstício medular.
Uréia - contribui para interstício medular hiperosmótico
e para a formação de urina concentrada, com 40% da
osmolaridade do interstício medular hiperosmótico. Tem
reabsorção passiva a partir do túbulo (ducto coletor medular).

O fluxo sanguíneo medular é relativamente baixo quando comparado com o cortical.


Os capilares medulares (vasa recta) originam-se das arteríolas eferentes dos nefrons
justamedulares e dispõem-se em contracorrente: descem para a medula e ascendem em
direcção ao córtex. Ao longo dos capilares descendentes o sangue fica progressivamente mais
concentrado, uma vez que os vasa
recta são altamente permeáveis à
água e solutos. Nos ascendentes, o
sangue torna-se progressivamente
menos concentrado (à medida que os
solutos
voltam para o interstício e a água
entra para os capilares. O resultado
final é a manutenção da
alta osmolalidade e tonicidade da
medula renal.

-Osmorregulação-
A osmolaridade plasmática se mantém notavelmente constante entre 280 a 295 mOsm/l e
constitui o fator mais importante na regulação da secreção de ADH.
Os osmorreceptores (células osmoticamente sensíveis) estão localizados em
contiguidade aos núcleos supra-ópticos, no hipotálamo anterior e são distintas daquelas que
regulam a percepção da sede, as quais estão muito próximas e parcialmente superpostas.
ADH ou Hormônio Antidiurético (também conhecido por Arginina-Vasopressina), tem o
papel de conservar a água corporal e regular a tonicidade dos líquidos corporais.

Alterações na osmolaridade do líquido tubular, à


medida que ele passa pelos diferentes segmentos
tubulares, na presença de altos níveis de ADH e na
ausência desse hormônio.
(Os valores numéricos indicam os volumes
aproximados em ml/min ou em osmolaridades em
mOsm/L de líquido que flui ao longo de diferentes
segmentos tubulares).

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
ADH (Hormônio Anti Diurético)
A permeabilidade à água do segmento final do
túbulo distal e do ducto coletor é regulada pelo
hormônio antidiurético (ADH).
O hormônio antidiurético (ADH) é um
hormônio protéico produzido no hipotálamo e
armazenado na hipófise. A partir da neuro-
hipófise o ADH é liberado para o sangue.
A principal ação do ADH é regular a
tonicidade do fluido extracelular, aumentando a
permeabilidade à água dos epitélios do túbulo
distal, túbulo coletor e ducto coletor.
O ADH aumenta a permeabilidade à água pela
abertura dos poros nas células epiteliais do ducto
coletor. Pode-se dizer que o ADH é o hormônio da
conservação da água.

Algumas substâncias podem atuar como inibidora da secreção do hormônio


antidiurético, tais como, o álcool, a cafeína e a água. Entretanto, como o ADH atua sobre a
região coletora do túbulo distal e do ducto coletor, a diurese daí resultante geralmente não
afeta os níveis plasmáticos de H+ ou K+.
Níveis normais de ADH levam à produção de cerca de 1litro/dia de urina concentrada.
Quando há pouca ingestão de água ou a sudorese é alta, os níveis plasmáticos de ADH se
elevam e o fluxo de urina diminui, chegando até 0,2 ml/min ou 300 ml/dia.

Em outras palavras, o ADH é um peptídeo de 8 aa sintetizada por neurônios dos


núcleos supra-óptico e paraventricular do hipotálamo. É armazenada nos terminais axonais ao
nível da hipófise posterior. É libertada para a circulação sistêmica a partir deste local.

O seu duplo nome deve-se aos seus dois principais efeitos:


 efeito antidiurético - ocorre via receptores V2 e com concentrações plasmáticas
relativamente baixas;
 efeito vasoconstritor - é mediado por receptores V1 e ocorre com concentrações
plasmáticas superiores.
A sua libertação é controlada por osmorreceptores (presentes no hipotálamo) e por
barorreceptores periféricos. Um aumento da osmolalidade plasmática acima dos 280
mOsm/Kg provoca um aumento nos níveis plasmáticos da ADH. A sede é estimulada a
osmolalidades superiores como segunda linha de defesa contra a hiperosmolalidade.

Efeitos da ADH:
1) Redução do fluxo urinário e aumento da osmolalidade da urina (faz a ligação fisiológica
entre as osmolalidades plasmática e urinária)
2) Aumento da permeabilidade à água do epitélio do
ducto coletor (10 a 20 vezes)
Ao nível do ducto coletor, a ADH liga-se ao receptor
V2 presente na membrana basolateral, o qual conduz
à formação de AMPc que ativa a proteína cinase A;
esta leva à produção de aquaporinas tipo 2 (por
intermédio da fosforilação de proteínas ainda
desconhecidas) que são inseridas na membrana apical
aumentando assim a permeabilidade à água das
células epiteliais do ducto coletor.

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
Formação da urina concentrada quando os níveis
de ADH estão elevados. O líquido que sai da alça
de Henle está diluído, mas fica concentrado à
medida que a água é absorvida nos túbulos
distais e nos túbulos coletores. Com altos níveis
de ADH, a osmolaridade da urina é quase a
mesma da do líquido intersticial medular próximo
às papilas, que é de cerca de 1.200 mOsm/L.
(valores em mOsm/L).

Quando o ADH está presente, a água


pode equilibrar-se através das paredes do túbulo
distal e do ducto coletor e a urina descendente
torna-se mais concentrada, pois a água é
reabsorvida.
Como a parede do ducto coletor é muito
permeável à uréia, alguma uréia é reabsorvida.
Assim, a urina final que sai do ducto coletor é
reduzida em seu volume e altamente
concentrada.

Formação da urina diluída quando os níveis de


ADH são muito baixos. O líquido tubular do ramo
ascendente da alça de Henle fica muito diluído.
Nos túbulos distais e nos túbulos coletores, o
líquido tubular é ainda mais diluído pela
reabsorção do cloreto de sódio e pela reabsorção
de água quando os níveis do ADH estão muito
baixos. Essa falha na reabsorção de água e a
reabsorção continuada de solutos levam à
produção de grande volume de urina diluída.
(valores em mOsm/L).

Na ausência de ADH, a porção coletora do


túbulo distal e o ducto coletor não são
permeáveis à água e a recuperação de água a
partir da urina no ducto coletor é mínima.
Os 20% da carga filtrada de água que
ficam sem ser reabsorvidos na ausência do ADH
correspondem a um débito urinário de cerca de
20ml/min, um pouco menos de 30 litros/dia.

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
CENTROS DA SEDE
Situada anterolateralmente no núcleo pré-óptico, existe outra área diminuta que, quando
estimulada eletricamente, provoca sede imediata que continua enquanto durar a estimulação.
Os neurônios do centro da sede respondem a injeções de soluções salinas hipertônicas, por
estimular o comportamento de ingestão de água. É quase certo que essas células atuem como
osmorreceptores, ativando o mecanismo da sede, da mesma forma como os osmorreceptores
estimulam a liberação de ADH.
Um dos estímulos para a sede mais importantes consiste:
 Na Osmolaridade elevada do líquido extracelular, que promove a desidratação
intracelular nos centros da sede, estimulando o desejo de beber.
 Na baixa do volume do líquido extracelular e da pressão arterial.
 Angiotensina II, auxiliando no restabelecimento da pressão e do volume sanguíneo,
 Ressecamento da boca e das mucosas do esôfago.
 Estimulos gastrointestinais e faríngeos.

Resumidamente:

HIPERTONICIDADE MEDULAR
A formação da Hipertonicidade Medular deve-se a duas propriedades do ramo ascendente da
alça de Henle (tanto em sua porção grossa como a fina): reabsorção de Cloreto de Sódio e
impermeabilidade à água.
O mecanismo de reabsorção de NaCl sem reabsorção de água pelo ramo ascendente é
chamado Efeito Unitário do Sistema Contracorrente.
Os ductos coletores medulares internos também reabsorvem ativamente NaCl, mas
sua contribuição mais importante para a hipertonicidade medular é a reabsorção de uréia.
Embora os ductos coletores corticais e medulares externos sejam impermeáveis à uréia, a
porção terminal do ducto coletor medular interno (DCMI) é altamente permeável à uréia
graças ao transporte de uréia mediado por um carreador. A permeabilidade à uréia no DCMI
terminal é favorecida pelo ADH, que acentua esse processo de transporte de uréia facilitado.
Assim sendo, a uréia é conservada no liquido tubular ate alcançar o DCMI terminal
profundamente na medula, onde a reabsorção de uréia para o liquido intersticial é moderada
pelo ADH, de maneira que, quando as condições exigem maior concentração de água
(aumento da concentração de urina), a reabsorção de uréia é favorecida.
Cabe aos vasos retos, que caminham ao longo das estruturas tubulares medulares,
remover do interstício medular o cloreto de sódio, a uréia e a água acrescentados ao
interstício pelas diferentes porções tubulares medulares.

A geração da hipertonicidade e a diluição do liquido tubular nos segmentos distais de néfrons


determinam o estagio para a eliminação de urina concentrada ou diluída, conforme garantido
pelo estado do volume de liquido.

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA
Quando há uma diminuição do volume circulante (hipovolemia), a hipoperfusão renal estimula
o aparelho justaglomerular a secretar RENINA, responsável por converter
ANGIOTENSINOGÊNIO (produzido pelo fígado) em ANGIOTENSINA I. Esta sofre ação de uma
enzima produzida pelos pulmões denominada ENZIMA CONVERSORA DE
ANGIOTENSINOGÊNIO (ECA, ou em ingês, ACE), convertendo-se em ANGIOTENSINA II.
A Angiotensina II será responsável por
exercer 3 ações:
1) Estimular o centro da sede no
Hipotálamo (área lateral do mesmo)
para aumentar a volemia.
2) Em nível renal, diminuir a excreção de
sódio e de água, na tentativa de
aumentar a pressão sanguínea e a
volemia.
3) Estimular a Adrenal a sintetizar e
secretar ALDOSTERONA, também
responsável por diminuir a excreção
de sódio e água (estimulando a
reabsorção dos dois).

Portanto, o eixo Renina-Angiotensina-Aldosterona é responsável por promover uma


hipertensão fisiológica, e é ativado em condições de Hipovolemia.

RENINA↘ ANGIOTENSINA I -------ECA------> ANGIOTENSINA II


ANGIOTENSINOGÊNIO↗ ↓

Vasoconstrição Arterial Sistêmica
Vasoconstrição Arterial Renal
Aumento da Reabsorção de Sódio

ALDOSTERONA
Secretada pelas células da zona glomerulosa do córtex adrenal, é regulador importante da
reabsorção de sódio e da secreção de potássio pelos túbulos renais.
O primeiro sítio tubular renal da ação da Aldosterona é o Conjunto das Células
Principais do Túbulo Coletor Cortical.
O mecanismo pelo qual a Aldosterona aumenta a reabsorção de sódio enquanto, ao
mesmo tempo, aumenta a secreção de Potássio é por estimulação da bomba Na+/K+ ATPase,
na face basolateral da membrana do túbulo coletor cortical.
A Aldosterona também aumenta a permeabilidade ao sódio da face luminal da
membrana.
Os estímulos mais importantes para a Aldosterona são:
 Concentração de Potássio Extracelular aumentada
 Níveis de Angiotensina II elevados, o que ocorre, geralmente, em condições associadas
à depleção de sódio e de volume ou pressão sanguínea baixa.

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
REGULAÇÃO DO VEC (Volume Circulatório Efetivo): HOMEOSTASE DE SÓDIO
O conteúdo corporal de Na+ é o mais importante determinante do volume de FEC (Fluido
Extracelular), pois o Na+, associado aos ânions Cl- e HCO3-, é o principal constituinte osmótico
do FEC; assim, quando o Na+ se move, a água se move com ele.
Como o organismo normal mantém a osmolaridade do FEC dentro dos limites estreitos
(cerca de 290 +ou- 4 mOsm/Kg), o conteúdo de Na+ corporal total, que é controlado pelos rins,
é o principal determinante do volume de FEC
Em condições isotônicas, o volume do FEC é determinado pela massa de solutos
extracelulares: como os sais de Na+ são o soluto extracelular mais abundante, o FEC aumenta
quando o conteúdo corporal de Na+ aumenta e diminui quando este diminui.

Volume Circulatório Efetivo:


Corresponde a parte do fluido extracelular que está contida no espaço vascular que,
efetivamente, perfunde os tecidos em geral e varia diretamente com o volume do fluido
extracelular.

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
Balanço de sódio:
Ingestão média de sódio: 159 mEq de sódio por dia.
Excreção média na urina: 159 mEq de sódio por dia = balanço zero de sódio

Absorção de sódio ingerido é feita principalmente por via intestinal, no jejuno (pouco no Íleo e
no Cólon). Eliminação se dá através da URINA, fezes e suor.

Reabsorção do sódio:
65-70% de sódio filtrado é reabsorvido pelo túbulo contorcido proximal, 20-25% pela porção
ascendente da Alça de Henle, 5% no túbulo distal, 3% no túbulo coletor.
Cerca de 99,5% do sódio filtrado é reabsorvido pelos rins.

 Explicar a mudança no volume de compartimentos por ganho ou perdas de Na+:


O Volume intracelular não aumenta porque não há força osmótica para a água atravessar a
membrana celular (ou seja, a osmolaridade celular está normal). É a moderada expansão do
volume extracelular que sinaliza ao rim para aumentar sua taxa de excreção de Na+.
Uma dieta com sódio elevado é caracterizada por um aumento de volume do FEC e da
excreção de sódio, e uma dieta com sódio baixo, pela queda do volume do FEC e da excreção
de sódio.

Sensores de volume e variáveis dependentes do volume:


O volume plasmático determina a magnitude de algumas variáveis hemodinâmicas.
1) Modificações no volume plasmático causam alterações diretas na tensão da parede de
certas estruturas vasculares – veias intratorácicas, aurículas e ventrículos – que
possuem terminais nervosos sensíveis ao estiramento. Através do nervo vago, os
impulsos são processados nos centros cardiovasculares no tronco cerebral.

2) Alterações no retorno venoso, enchimento cardíaco e débito cardíaco provocam


modificações na pressão arterial que são detectadas pelos barorreceptores arteriais no
arco aórtico e seio carotídeo. Os impulsos atingem os centros cardiovasculares através
dos nervos vago e glossofaríngeo.

3) Alterações no volume plasmático são detectadas pelo complexo justaglomerular


(sensível à concentração de NaCl no fluido tubular e à pressão na arteríola aferente)
que atua localmente, modificando a secreção de Renina.

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL

As ações renais do Peptídeo Natriurético Atrial, Nervos Simpáticos, Sistema Renina-


Angiotensina-Aldosterona e do ADH para manter a homeostase de sódio:

Atividade Simpática Renal: A expansão do Volume Extracelular reduz a atividade simpática


renal, o que conduz ao aumento da excreção de Na+. A depleção do VEC aumenta a
atividade simpática renal, estimulando a reabsorção de Na+ por efeito tubular direto e
por vasoconstrição.
A inervação simpática reduz o fluxo sanguíneo renal, causando queda da excreção
renal de Na+. No outro caminho efetor, a neuro-hipófise aumenta a secreção de ADH, elevando
a retenção renal de água. Entretanto, esta via torna-se ativa somente após grande queda do
Volume Circulatório Efetivo.

Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona: A Renina é uma enzima sintetizada e libertada


pelas células granulares (células musculares lisas modificadas localizadas na média das
arteríolas aferentes renais) que integram o complexo justaglomerular.
A Renina degrada o Angiotensinogênio (proteína circulante produzida no fígado e rins)
em Angiotensina I que, por sua vez, é convertida em Angiotensina II pela enzima de conversão
da angiotensina (ECA-ACE). O nível plasmático da Angiotensina II é determinado pelo nível de
Renina plasmática. A secreção de Renina é estimulada por 3 mecanismos principais:

 Aumento da atividade simpática (através de receptores β presentes nas células


granulares);
 Redução da pressão arteriolar aferente (mecanismo ainda desconhecido);
 Diminuição da concentração de NaCl na mácula densa. A concentração de NaCl neste
local é dependente do sódio corporal total.

A Angiotensina II estimula diretamente a reabsorção de Na+ em vários segmentos


tubulares, particularmente no túbulo proximal, onde ativa o trocador Na+ / H+.
A Aldosterona é um hormônio esteróide sintetizado na zona glomerulosa do córtex da
glândula suprarrenal. O fator principal no controle de secreção de Aldosterona é a
Angiotensina II plasmática.
A aldosterona estimula a reabsorção de Na+ renal atuando sobre as células principais
do ducto coletor.

Peptídeo Natriurético Atrial (ANP): O ANP é formado por 28 aminoácidos. É liberado em


resposta ao estiramento atrial induzido por expansão do volume de sangue circulante. Assim, a
queda do volume circulatório efetivo inibe a liberação do ANP e reduz a excreção de Na+.
O principal papel do ANP é normatizar a volemia e a pressão sanguínea através dos
seguintes mecanismos:
 Vasodilatação Generalizada
 Aumento da permeabilidade vascular à água
 Vasodilatação Renal
 Aumento da filtração glomerular
 Diurese e Natriurese

Em conclusão, pode-se dizer que o ANP tem muitos efeitos sinérgicos que promovem a
excreção renal de Na+ e de água.

ÁTRIO  MIÓCITOS ATRIAIS  ANP  RINS  Secreção de Na+ ↑

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
Hormônio Anti Diurético (ADH): O ADH responde primeiramente ao aumento da osmolaridade
plasmática. Ele, aumentando a permeabilidade à água das porções finais do néfron, promove a
retenção de água.
A neuro-hipófise também libera ADH em resposta a pronunciadas quedas do volume
circulatório efetivo (como na hemorragia), sendo que uma ação secundária do ADH,
aumentando a reabsorção de Na+, é a resposta apropriada a este estímulo.

DIURÉTICOS
São substâncias que reduzem a reabsorção renal de solutos e provocam aumento da diurese.
Diurese: formação de fluxo urinário.
REDUZEM O VOLUME DO FLUIDO EXTRACELULAR. A maioria dos diuréticos inibe a reabsorção
de sódio pelos túbulos renais.
Cafeína, café, chá, refrigerantes (inibem a reabsorção de sódio).
O álcool é diurético e inibe a secreção do ADH.

NATRIURÉTICOS
Promovem a perda de sódio, quanto aos Antinatriuréticos, que previnem a perda de sódio.

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
REGULAÇÃO RENAL DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO
Os rins têm papel importante na regulação da remoção de H+ no corpo. Entretanto, o controle
preciso da concentração de H+ no líquido extracelular envolve muito mais do que a simples
eliminação de H+ pelos rins. Existem também diversos mecanismos de tamponamento acido-
básico envolvendo o sangue, as células e os pulmões, que são essenciais para manter as
concentrações normais de H+, tanto no líquido extracelular quanto no intracelular.

 pH: Potencial Hidrogeniônico. A [H+] da solução é quantificada em unidades de pH.


O pH baixo corresponde à concentração de H+ elevada.
O pH alto corresponde à concentração de H+ baixa.

 Ácido: moléculas contendo átomos de hidrogênio que podem liberar íon hidrogênio.
ex: ácido clorídrico(HCl),que se ioniza na água formando íons hidrogênio (H+)e íons cloreto (Cl-)

 Base: íon ou molécula capaz de receber um H+.


ex: HCO3- é base porque pode se combinar com H+ para formar H2CO3.
As proteínas do corpo também funcionam como bases, pois alguns aminoácidos que formam
as proteínas têm cargas negativas efetivas que aceitam prontamente íons H+.

 Tampão: é qualquer substância capaz de se ligar, reversivelmente, ao H-. É a mistura


de um ácido fraco e do seu sal, capaz de captar e libertar H+. Evita alterações na
concentração de H+ e consequentemente alterações de pH, quando adicionadas
pequenas quantidades de ácidos ou bases fortes.

 Acidose: adição excessiva de H+ dos líquidos corporais.


 Alcalose: remoção excessiva de H+ nos líquidos corporais.

 Ácidos e Bases fortes ou fracos: Ácido Forte é o que se dissocia rapidamente e libera
grandes quantidades de H+ na solução. Exemplo é o HCl. Ácidos Fracos têm menos
tendência a dissociar seus íons e, portanto, liberam H+ com menos vigor. Exemplo é o
H2CO3.
A Base Forte é a que reage rapidamente com H+ e, portanto, remove-o prontamente
de uma solução. Exemplo típico é o OH-, que reage com H+ formando água (H20). Base Fraca é
o HCO3- , porque se liga ao H+ com muito menos força do que o faz com o OH-.
A maioria dos ácidos e das bases no líquido extracelular, envolvidos na regulação
ácido-básica normal, são ácidos e bases fracos. Os mais importantes são o H2CO3 e HCO3-.

O mecanismo primário para a remoção desses ácidos não voláteis é a excreção


renal. Entretanto o controle preciso das concentrações de íons H+ no Líquido extracelular
(LEC) envolve mais que a simples eliminação desses íons pelos rins, como mecanismos de
tamponamento ácido-básico envolvendo o sangue, as células e os pulmões, que são essenciais
à manutenção das concentrações normais dos íons H+, tanto no Líquido intracelular (LIC)
quanto no LEC.
A concentração de íons H+ nos líquidos corporais
é normalmente mantida em nível baixo, em comparação
aos outros íons.
[H+] 40 x 10-9 Eq/l ou 40 nEq/l

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
 A importância do pH em torno de 7,40 para a homeostase corporal:
O pH do sangue arterial é de 7,4 enquanto o pH do sangue venoso e dos líquidos
intersticiais é de cerca de 7,35 devido às quantidades extras de dióxido de carbono
(CO2) liberada para os tecidos para formar H2CO3 nesses líquidos. Sendo o pH normal
do sangue arterial de 7,4 considera-se que uma pessoa apresente ACIDOSE quando o
pH cai abaixo deste valor, e que a pessoa apresente ALCALOSE quando o pH está
acima de 7,4. O limite mínimo de pH no qual a pessoa pode viver, por poucas horas, é
em torno de 6,8 e o limite superior, em torno de 8,0.

DEFESAS CONTRA VARIAÇÕES DA CONCENTRAÇÃO DO H+: TAMPÕES, PULMÕES E RINS


Existem 3 sistemas primários (LINHAS DE DEFESA) que regulam a concentração de H+ nos
líquidos corporais, para evitar a acidose e alcalose:

1) Sistemas-Tampão químicos ácidos-básicos dos líquidos corporais, que se combinam,


imediatamente, com ácido ou base para evitar alterações excessivas da concentração
de H+.
2) O Centro Respiratório, que regula a remoção de CO2 (e, portanto, de H2CO3) do líquido
extracelular.
3) Os Rins, que podem excretar tanto urina ácida como alcalina, reajustando a
concentração de H+ no líquido extracelular para niveis normais, durante a acidose ou
alcalose.

Quando ocorre uma variação de concentração de H+, os Sistemas-Tampão dos líquidos


corporais respondem em fração de segundo para minimizar essas alterações. Os sistemas-
tampão não eliminam ou acrescentam íons H+ ao corpo, mas apenas os mantém controlados
até que o balanço possa ser restabelecido.
A segunda linha de defesa, o Sistema Respiratório, age em questão de minutos
eliminando o CO2 e, portanto, H2CO3 do corpo.
As duas primeiras linhas de defesa evitam que a concentração de H+ se altere muito,
até que a resposta mais lenta da terceira linha de defesa, Os Rins, consiga eliminar o excesso
de ácido ou base do corpo. Embora a resposta dos rins seja relativamente mais lenta, se
comparada com as outras defesas, durante o período de horas a vários dias, elas são, sem
dúvida, os sistemas reguladores ácido-básicos mais potentes.

TAMPONAMENTO DE H+ NOS LÍQUIDOS CORPORAIS


Tampão é qualquer substância que pode ligar-se reversivelmente aos íons H+. Ácido fraco e
sua base conjugada e uma base fraca e seu ácido conjugado.
Nesse exemplo, o H+ livre se combina com o tampão
formando um ácido fraco (H TAMPÃO) que pode
permanecer como molécula associada ou se dissociar de volta para tampão e H+.

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
Sistema-Tampão do Bicarbonato:
É o tampão extracelular mais potente.
O sistema-tampão do Bicarbonato consiste em solução aquosa contendo dois ingredientes:
 Um ácido fraco: H2CO3
 Um sal Bicarbonato, como o NaHCO3
-anidrase carbônica
-Enzima presente nas células alveolares
pulmonares, células tubulares renais, hemácias.

Tampão Bicarbonato NaHCO3 (sal Bicarbonato de Sódio)

Considerando-se todo o sistema:

Adicionando-se ácido forte, ex: HCl eu desvio a equação para a esquerda, adicionando-se base
forte (NaOH), a equação é desviada para a direita.

Sistema-Tampão Fosfato:
Embora o sistema-tampão fosfato não seja importante como tampão do líquido extracelular,
ele tem papel importante no tamponamento do líquido tubular renal e dos líquidos
intracelulares.
Os principais elementos são H2PO4- e HPO4-. Ao acrescentar ácido forte como HCl à mistura
dessas duas substâncias, o hidrogênio é aceito pela base HPO4=, é convertido em H2PO4-.

Importante tampão nos líquidos intracelulares visto ser a concentração de fosfatos nestes
líquidos maior que no LEC.

REGULAÇÃO RESPIRATÓRIA DO BALANÇO ÁCIDO-BÁSICO


É o controle da concentração de CO2 do LEC pelos pulmões que por sua vez diminui a
concentração de íons H+. O CO2 é produzido constantemente pelas células devido aos
processos metabólicos, se difunde das células para os líquidos intersticiais e daí para o sangue,
onde é levado aos pulmões para ser trocado e eliminado na atmosfera.
Em média existem 1,2 mmol/l CO2 dissolvidos no LEC, o que corresponde a PCO2
de 40 mmHg. Se a produção de CO2 aumentar eleva a PCO2, se ocorrer redução metabólica
a PCO2 diminui. O aumento da concentração dos íons H+ estimula a ventilação alveolar.
Sistema de feedback negativo, eficiência de 50 a 75%, resposta observada em 3 a 15
min. Se a produção metabólica de CO2 permanecer constante o único outro fator capaz de
afetar a PCO2 é a ventilação alveolar. Quanto mais alta a ventilação alveolar, menor PCO2 e
quanto menor a ventilação alveolar maior a PCO2.

Controle Químico da Respiração: O objetivo final da respiração: manutenção dos níveis de O2,
CO2 e H+ nos tecidos. O excesso de CO2 e H+ no sangue exerce ação direta no centro
respiratório, intensificando os sinais motores tanto inspiratórios como expiratórios (músculos).
O2 não exerce efeito direto (atua em quimiorreceptores periféricos - corpos carotídeos e
aórticos); níveis de pO2 < 70 mmHg (60 para 30). Resposta dos neurônios quimiossensíveis aos
íons H+, que não atravessam facilmente a barreira hematoencefálica.

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
Efeito do CO2 sangüíneo sobre a estimulação da área quimiossensível:

O efeito estimulador do CO2 é diminuído após 1 a 2 dias (intenso nas primeiras horas declina
gradualmente, diminuindo 1/5 efeito inicial).
A capacidade global de tamponamento do sistema respiratório é 1 a 2 vezes maior que
os tampões químicos. Anormalidades respiratórias podem causar mudanças nas
concentrações de íons H+, levando a acidose respiratória.

CONTROLE RENAL DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO


Os rins controlam o balanço ácido-básico ao excretar urina ácida ou básica. A excreção de
urina ácida reduz a quantidade de ácido no líquido extracelular, enquanto a excreção de urina
básica remove base do líquido extracelular.
Os rins desempenham papel chave na regulação dos íons H+.
Os rins impedem a perda de Bicarbonato na urina, cerca de 4320 mEq de Bicarbonato por dia
são filtrados em condições normais, e quase todo ele é reabsorvido.
Os 80 mEq de ácidos não voláteis produzidos diariamente principalmente a partir do
metabolismo das proteínas são excretados pelos rins.
Cerca de 4400 (4320 + 80) mEq de íons H+ devem ser secretados diariamente no líquido
tubular. Na alcalose ocorre a redução dos íons H+ do LEC, os rins são incapazes de reabsorver
todo o HCO3- filtrado, aumentando assim a excreção de HCO3-, esta perda de HCO3- eqüivale a
adicionar íons H+ ao LEC.
Na acidose os rins não excretam HCO3- na urina, mas reabsorvem todo o HCO3- filtrado e
produzem novo HCO3-, que é devolvido ao LEC. Os íons H+ não são em sua maior parte
excretados como íons livres, mas sim em combinação com outros tampões urinários como o
fosfato e a amônia. Os rins controlam a concentração de íons H+ do LEC através de
3 mecanismos básicos:

 Secreção de íons H+
 Reabsorção dos íons HCO3- filtrados
 Produção de novos íons HCO3-.

A secreção de íons H+ e reabsorção de Bicarbonato ocorrem em


todas as partes dos túbulos, exceto nos ramos delgados descendente e
ascendente da alça de Henle, mas cerca de 80 a 90% ocorre no Tubulo
Contorcido Proximal.
A cada Bicarbonato reabsorvido, é necessária a secreção de um
íon H+.
As células epiteliais do túbulo proximal, segmento espesso da alça
de Henle e túbulo distal secretam íons H+ através do contratransporte de
Na+,H+.
Íons HCO3- são titulados com os íons H+ nos túbulos.
No excesso de íons HCO3 - em relação aos íons H+ (alcalose
metabólica), o excesso de íons HCO3 - não podem ser reabsorvidos e então
são excretados na urina.
Na acidose o excesso de íons H+, provoca a reabsorção completa
de íons HCO3- enquanto que o excesso de íons H+ passa para a urina
(tamponados pelos íons fosfatos e amônia e excretados como sais).
Células intercaladas no túbulo distal final e coletor secretam íons H+ por transporte
ativo primário.
Bomba ativa é responsável por 5% do total de íons H+ secretados, mecanismo
importante na formação de urina maximamente ácida.

Resumo – Alberto Galdino LoL


FISIOLOGIA RENAL
Quando ocorre secreção de íons H+ em quantidades superiores ao HCO3 - apenas
pequena parte desses íons pode ser excretada na forma iônica (pH mínimo da urina é de
4,5 = [H+] 0,03 mEq/l).
Os íons H+ são excretados com os tampões no líquido tubular.
Os tampões mais importantes são os tampões fosfato (HPO4=e H2PO4 -) e amônia.
Sistema tampão fosfato transporta o excesso de íons H+ na urina e gera novo HCO3-. Toda vez
que H+ se ligar com um tampão diferente do HCO3- o efeito final consiste na adição de novo
HCO3- ao sangue.

Tampão amônia: O sistema tampão amônia (NH3) e o íon amônio (NH4) são os mais
importantes do ponto de vista quantitativo (o fosfato é reabsorvido e apenas 30 a 40 mEq/dia
são disponíveis para o tamponamento dos íons H+).
O íon amônio é sintetizado a partir da Glutamina (transportada ativamente para o
interior das células epiteliais dos túbulos proximais, ramo ascendente espesso da alça de Henle
e túbulos distais).
Cada molécula de Glutamina é metabolizada para formar dois íons amônio (NH4) e
dois íons HCO3-.
O NH4 é transportado por mecanismo de contratransporte em troca do Na+ e o HCO3- é
reabsorvido pelo sangue - novo HCO3-.
O aumento na concentração de H+ LEC estimula o metabolismo da Glutamina e,
portanto aumenta a formação do NH4 e de novo HCO3- para serem utilizados no
tamponamento dos íons H+.
Os estímulos mais importantes para aumentar a secreção dos íons H+ pelos túbulos
na acidose são:
 Aumento da pCO2 no LEC
 Aumento da concentração de H+ no LEC (pH baixo).

QUANTIFICANDO A EXCREÇÃO RENAL


A excreção de Bicarbonato é calculada como débito urinário multiplicado pela
concentração urinária de HCO3-. Esse número indica quão rapidamente os rins estão
removendo HCO3- do sangue (que é o mesmo que acrescentar H+ ao sangue). Na alcalose, a
perda de HCO3- ajuda a retornar o pH do plasma ao normal.
A quantidade de novo HCO3- acrescentada ao sangue, a qualquer momento, é igual à
quantidade de H+ secretada restante no lúmen tubular com os tampões urinários não
bicarbonato. As fontes primárias de tampões urinários não bicarbonato são NH4+ e fosfato.
Portanto, a quantidade de HCO3- acrescentada ao sangue (e H+ excretado por NH4+) é calculada
medindo-se a excreção de NH4+ (débito urinário multiplicado pela concentração urinária de
NH4+).
O restante do tampão não bicarbonato e não NH4+ excretado na urina é medido
determinando-se o valor como Ácido Titulável, que é medida titulando-se a urina com base
forte como NaOH no pH de 7,4; o pH do plasma normal e o pH do filtrado glomerular.
Essa titulação inverte os eventos ocorridos no lúmen tubular quando o líquido titulado pelo H+
foi secretado.
Excreção efetiva de ácido pelos rins é avaliada como:
Excreção efetiva de ácido = Excreção de NH4+ + Ácido urinário titulável – Excreção de HCO3-

Resumo – Alberto Galdino LoL

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