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Tome nota
O §5º do art. 1º dispõe que a lei abrange, também, as estatais que participem de
consórcio na condição de operadora, nos termos do art. 279 da Lei 6.404/1976.
O consórcio não detém personalidade jurídica; é uma associação de esforços em
torno de um objetivo comum. A operadora do consórcio é a empresa que o
administra, competente para gerir e representar o consórcio. Por exemplo, a
Petrobras constitui um consórcio com as empresas “X” e “Y” para a alienação
de bens do ativo não circulante, assumindo a qualidade de operadora. Para as
futuras obras e serviços, o consórcio deverá licitar nos termos da Lei
13.303/2016, haja vista a Petrobras ser a gestora do consórcio.
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Como sobredito, a lei só fez dar aplicabilidade à parte do art. 173 da CF/1988,
especialmente a que trata das licitações e contratos no âmbito das entidades empresariais
do Estado, tendo como inspiração a Lei 10.520/2002 (lei do pregão), a Lei 12.462/2011
(Regime Diferenciado de Contratações Públicas – RDC) e os precedentes do Tribunal de
Contas da União (TCU).
Fique atento
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Em suma, a Lei de Responsabilidade das Estatais (LRE) foi editada pela União
com fundamento em sua competência privativa para legislar sobre normas gerais em
matéria de licitações e contratos, sendo extensível a todas as empresas governamentais de
todas as esferas de governo.
SEM = Sociedades de
Economia Mista
EP = Empresas Públicas
EC = Empresas Controladas
Sub Cons = Consórcios operados
por estatais
SPE = Sociedades de
Propósito Específico sob
controle das estatais
Evidentemente, o fato de o novo estatuto fixar normas gerais não impedirá que os
demais entes políticos editem atos próprios para suas entidades empresariais. Em todo
caso, as legislações locais deverão observar o paradigma definido pela União. É como se
a União tivesse “pintado” um quadro e posto uma moldura. O Estado-membro até pode
conferir novas tonalidades à pintura, mas sempre se atendo à moldura delimitada pela
União.
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Aprofundamento
Para José dos Santos Carvalho Filho, diante dessa nova disciplina, é inevitável
compará-la à prevista na Lei nº 8.666/1993 (Estatuto dos Contratos e Licitações),
que, em seu art. 1º, parágrafo único, subordina expressamente à sua regência
essas entidades administrativas. Na comparação entre as leis, há que se
considerar que a Lei nº 8.666/1993 se qualifica, na matéria, como lei geral, ao
passo que a Lei nº 13.303/2016 (Estatuto das Empresas Públicas e Sociedades de
Economia Mista) constitui lei especial, porque destinada especificamente a essas
entidades. Resulta, pois, que a aplicabilidade imediata é desse último diploma,
cabendo ao Estatuto geral a aplicabilidade subsidiária (por José dos Santos
Carvalho Filho).
Na lei das estatais, há duas passagens em que houve remição à Lei 8.666/1993.
No art. 41, aplicam-se às licitações e contratos as normas de direito penal,
contidas nos arts. 89 a 99 da Lei 8.666/1993. E, no art. 55, os critérios do §2º do
art. 3º da Lei 8.666/1993 podem ser utilizados para desempate nas licitações.
1ª) A Lei 8.666/1993 pode ser (e não “deve ser”) aplicada subsidiariamente à Lei
13.303/2016, no que couber;
2ª) Quando houver uma lacuna na Lei 13.303/2016, nem sempre a Lei 8.666/1993
será aplicada de forma supletiva;
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4ª) Distintamente da lei do RDC, a lei das estatais não afastou, de forma expressa,
a aplicação das normas contidas da Lei 8.666/1993.
Em síntese, dentro do prazo de 24 meses, fica a estatal livre para decidir se aplica
ou não a nova norma. Pode optar pela aplicação imediata ou por qualquer prazo dentro
de 24 meses. O prazo parece ser mais que suficiente para a empresa se conformar aos
novos paradigmas. Por exemplo: se, no prazo de 6 meses, a Caixa Econômica Federal
adaptar-se à lei das estatais, não haverá impedimento de as diretrizes da Lei 13.303/2016
ser-lhe aplicável.
Lei 13.303/2016
Vigência Eficácia
Lei 8.666/1993
Licitações e
contratos Depois de 24 meses,
todos devem seguir o rito
Em até 24 meses do novo estatuto
para adaptação
Não
Automática
automática
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Importante
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Aprofundamento
O inc. III do §1º do art. 173 da CF/1988 determinava a edição de lei ordinária
para estabelecer o estatuto das estatais interventoras no domínio econômico. É
que tais entidades, por concorrerem com outras do setor privado, são
merecedoras de um tratamento diferenciado do burocrático rito da Lei
8.666/1993. Inclusive, na jurisprudência do TCU, já se autorizava a dispensa de
licitação para a contratação de objetos ligados à atividade finalística da entidade.
Já para José dos Santos Carvalho Filho, o Estatuto foi claro: a aplicabilidade é
extensiva e alcança todo e qualquer tipo de empresa pública ou sociedade de
economia mista. Esse entendimento é sustentado na literalidade da Lei
13.303/2016 e do Decreto 8.945/2016, os quais alcançam a todas as estatais, sem
exceção.
Por sua vez, para Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, nem todas as empresas
públicas e sociedades de economia mista estão abrangidas pela lei das estatais.
Há empresas públicas, por exemplo, que têm por objeto o exercício de poder de
polícia e atividades de regulação, não se enquadrando, portanto, como
“exploração de atividade econômica”. Dentre outros, cita-se o exemplo do
Hospital Nossa Senhora da Conceição, sociedade de economia mista dedicada à
prestação de serviços de saúde no âmbito do Sistema Única de Saúde (SUS).
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Para nós, a lei das estatais não deve mesmo ter abrangência obrigatória para
todas as empresas estatais. Além dos argumentos já apresentados, fica o registro
de que o art. 96 da Lei 13.303/2016 revogou os regulamentos de licitação da
Eletrobrás (§2º do art. 15 da Lei 3.890/1961) e da Petrobras (arts. 67 e 68 da Lei
9.478/1997).
Então, qual é a razão de o art. 25 da Lei 11.652/2008 não ter sido revogado,
distintamente das disposições da Eletrobrás e Petrobras? Para nós, pelo fato de
a Eletrobrás e Petrobras exercerem atividade econômica, enquanto a EBC ser
prestadora de serviços de natureza não econômica (radiodifusão pública e
serviços conexos).
Por fim, ficam nossas dicas de como se comportar no dia da prova, diante de
assunto tão controvertido, se a questão for:
1ª) Literal, sem lições doutrinárias, escolha a sentença que indique a abrangência
para todas as empresas estatais, independentemente da área de atuação;
2. Campo de aplicação
Aproveitemos para comparar o rol de objetos do caput do art. 28 da lei das estatais
com o previsto no caput do art. 2º da Lei 8.666/1993:
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Já a lei das estatais foi omissa na reprodução dos objetos concessões e permissões.
É que, por meio de tais atos, a Administração faculta aos particulares o uso privativo de
bens públicos. Ocorre que os bens das estatais são privados, logo, deverão ser utilizados
instrumentos regidos pelo direito privado, como o direito de superfície, comodato e o
arrendamento de áreas. Por exemplo: a sociedade de economia mista federal Companhia
Docas do Estado de São Paulo (Codesp) poderá promover licitação para arrendamento
de bem destinado à atividade portuária (art. 4º da Lei 12.815/2013 – Lei de Portos).
Compras Aquisição
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Tome nota
Por sua vez, o contrato de patrocínio pode ser considerado uma novidade
legislativa. Em termos jurisprudenciais, a matéria foi submetida ao crivo do
Supremo Tribunal Federal (RE 574636/SP). No caso concreto, discutiu-se a
exigência de licitação para contrato de patrocínio entre o Município de São
Paulo e emissora de TV para a realização do evento esportivo “I Maratona de
São Paulo”. O Supremo afastou o dever de licitar pela simples participação da
Administração como patrocinadora de eventos de interesse da sociedade.
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Lei 8.666/1993
Lei do RDC
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Desenvolvimento nacional
Expresso Expresso
sustentável
Dica da hora
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Abre-se um parêntese para uma das aplicações, na lei das estatais, do princípio da
moralidade. Pela Lei 8.666/1993, é vedada a participação, direta ou indireta, na licitação
ou na execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários do autor
ou da empresa responsável pela elaboração dos projeto básico ou executivo e servidor ou
dirigente do órgão/entidade que promove a licitação.
Por sua vez, a lei das estatais trouxe novos impedimentos à participação de
licitações e nas contratações. Por exemplo, o art. 38 veda a participação de empresas: em
que administrador ou sócio detenha mais de 5% do capital social em empresa estatal;
constituídas por sócio de empresa que estiver suspensa, impedida ou declarada inidônea
e em que os sócios ou administrador tenham relação de parentesco, até o terceiro grau
civil, com empregado da estatal cujas atribuições envolvam a atuação na área
responsável pela licitação ou contratação.
Aprofundamento
Sobrepreço e superfaturamento
São institutos próximos, mas inconfundíveis entre si. E, pelo que temos notícia, a
lei das estatais é o primeiro diploma normativo a trazer, expressamente, os
conceitos de tais institutos.
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Por fim, o art. 32 da lei das estatais nos informa os rumos a serem observados
pelas empresas governamentais para o alcance das metas definidas: as diretrizes. Abaixo,
detalhemos as diretrizes:
Essas duas primeiras diretrizes foram inspiradas nos incs. I a III do art. 4º da lei
do RDC:
“Art. 4o Nas licitações e contratos de que trata esta Lei serão observadas
as seguintes diretrizes:
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Nos termos do inc. VII do art. 8º, as estatais deverão observar como requisito de
transparência a elaboração e divulgação da política de transações com partes
relacionadas, em conformidade com os requisitos de competitividade, conformidade,
transparência, equidade e comutatividade, a ser revista no mínimo anualmente e aprovada
pelo Conselho de Administração. Assim, evitar-se-á que, nas licitações, ocorram
operações discutíveis entre instituições sob controle de uma mesma entidade.
Aprofundamento
Com idêntico teor do §1º do art. 4º do RDC, o §1º do art. 32 da LRE estabelece
que as licitações e os contratos devem respeitar, dentre outras, normas relativas
à:
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Dentre as diretrizes da lei das estatais, destaca-se o inc. II do art. 32, em que se
determina, nas licitações e contratos, a busca da maior vantagem competitiva,
considerando custos e benefícios, diretos e indiretos, de natureza ambiental,
inclusive os relativos ao desfazimento de bens e resíduos. No §1º do art. 32,
obriga-se a mitigação dos danos ambientais por meio de medidas compensatórias
e utilização de produtos que, comprovadamente, reduzam o consumo de energia
e de recursos naturais.
O §2º do art. 32 dispõe que a contratação da qual decorra impacto negativo sobre
bens do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e imaterial tombados deverá
ser compensado por meio de medidas determinadas pelo dirigente máximo da
estatal e dependerá de autorização da esfera de governo encarregada da
proteção do respectivo patrimônio.
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Embora o estatuto das estatais conte com várias contribuições advindas da lei de
licitações, da lei do pregão e do Regime Diferenciado de Contratações (RDC), deve ser
considerado diploma com novos institutos e diretrizes, até então inexistentes na
Administração Pública. E, bem provavelmente, serão essas sutilezas as mais requeridas
pelos ilustres examinadores.
4.1. Publicidade
Tome nota
Na lei das estatais, não há dispositivo similar. Porém, para nós, não há vedação
de os regulamentos internos de licitação das estatais estabelecerem semelhante
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• Inc. III do art. 39 da LRE sem correspondência na lei do RDC – 45 dias úteis
para licitação em que se adote como critério a melhor técnica, técnica e preço ou
licitação em que haja contratação semi-integrada ou integrada.
Fique atento
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“Art. 51. As licitações de que trata esta Lei observarão a seguinte sequência
de fases:
I - preparação;
II - divulgação;
III - apresentação de lances ou propostas, conforme o modo de disputa
adotado;
IV - julgamento;
V - verificação de efetividade dos lances ou propostas;
VI - negociação;
VII - habilitação;
VIII - interposição de recursos;
IX - adjudicação do objeto;
X - homologação do resultado ou revogação do procedimento”.
Dica da hora
Para nós, a lei das estatais poderia ter sido menos tímida, e ter dispensado a
publicidade de determinados atos no Diário Oficial. Por exemplo, pelo § 2º do
art. 15 do RDC, a publicação em Diário Oficial é dispensada, no caso de
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Pre paração
(fase interna)
Apre sentação
de propostas
Inversão de fases
Verificação de
efet ividade
das propostas
Realizada pela Comissão ou Pregoeiro, mas
sem menção expressa ao termo
Negociaçã o Sem correspondente
Inversão de fases
Inversão de fases
Inversão de fases
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habilitação. Duas outras distinções devem ser objeto de atenção. A primeira é que, na
lei de licitações, há recursos contra as etapas de habilitação e julgamento e com efeito
suspensivo; já nas leis das estatais, pregão e RDC, a fase recursal é única. A segunda é
que, na lei de licitações, a última etapa é a adjudicação; nas leis das estatais, pregão e
RDC, a última fase é a homologação.
Importante
Por sua vez, na lei do pregão sempre haverá a inversão de fases, ou seja, a
habilitação deve ser posterior ao julgamento. Não há, portanto, espaço para que
o instrumento convocatório disponha de forma diversa.
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Qualificação econômico-
Expresso
financeira
Regularidade fiscal e
Sem correspondência
trabalhista
Sem correspondência
Inc. XXXIII do art. 7º da CF
(no entanto, é decorrência constitucional)
Fique atento
Para nós, embora a norma seja bastante controvertida, é o que deve ser levado para
as provas. Claro que a norma de natureza infraconstitucional não poderá contrariar a
CF/1988, por isso, devem ser observados os comandos do § 3º do art. 195 da CF: “§ 3º A
pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei,
não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos
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Tome nota
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“Art. 22. O julgamento pela maior oferta de preço será utilizado no caso de
contratos que resultem em receita para a administração pública.
(...)
§ 2º No julgamento pela maior oferta de preço, poderá ser exigida a
comprovação do recolhimento de quantia a título de garantia, como requisito de
habilitação, limitada a 5% (cinco por cento) do valor ofertado”.
A redação é bem próxima do inc. IV do art. 58 da lei das estatais, havendo duas
diferenças. A primeira – e mais evidente – é a menção ao percentual de 5%, à semelhança
da Lei 8.666/1993. A segunda distinção é a facultatividade da comprovação e
recolhimento a título de garantia (“poderá ser (...)”), afinal, pela lei das estatais, o
recolhimento antecipado se tornou obrigatório.
Dica da hora
Pela lei das estatais (art. 57), uma vez confirmada a efetividade da proposta, a
estatal tem o dever de negociar condições mais vantajosas. No entanto, se a
empresa não tiver o interesse de adequar-se ao orçamento estimado pela estatal,
a negociação deverá ser estendida aos demais licitantes, na ordem de
classificação. Não obtido valor igual ou inferior ao orçamento estimado para a
contratação, a licitação será revogada.
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E não pense que a análise da aceitabilidade das propostas é uma exclusividade das
leis das estatais, do pregão e do RDC. Por exemplo, o art. 48 da Lei 8.666/1993 prevê a
desclassificação das propostas:
Aprofundamento
I - média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cinquenta por
cento) do valor do orçamento estimado pela empresa pública ou sociedade de
economia mista; ou
1O caput do art. 48 da Lei 8.666/1993 prevê o cálculo para as obras e serviços de engenharia, sob o tipo de licitação
menor preço. Já na lei das estatais, não se restringiu o cálculo das propostas inexequíveis ao critério de julgamento
menor preço.
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Fique atento
Por sua vez, o §1º do art. 24 da lei do RDC estabelece que a verificação da
conformidade das propostas poderá ser feita exclusivamente em relação à
proposta mais bem classificada.
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Dica da hora
À semelhança de tais diplomas, a alínea ‘f’ do inc. VIII do art. 42 da LRE exigia
o orçamento detalhado como elemento do projeto básico. Ocorre que essa
disposição foi vetada, sob o seguinte argumento:
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Ante o exposto, conclui-se que, pela lei das estatais, o orçamento detalhado é
elemento obrigatório quando da elaboração do projeto executivo.
Distintamente da Lei 8.666/1993, a lei do pregão prevê uma única fase recursal
(inc. XVIII do art. 4º da Lei 10.520/2002):
“Art. 27. Salvo no caso de inversão de fases, o procedimento licitatório terá uma
fase recursal única, que se seguirá à habilitação do vencedor.
Parágrafo único. Na fase recursal, serão analisados os recursos referentes ao
julgamento das propostas ou lances e à habilitação do vencedor”.
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“Art. 59. Salvo no caso de inversão de fases, o procedimento licitatório terá fase
recursal única.
§1º Os recursos serão apresentados no prazo de 5 (cinco) dias úteis após a
habilitação e contemplarão, além dos atos praticados nessa fase, aqueles
praticados em decorrência do disposto nos incisos IV e V do caput do art. 51 desta
Lei.
§2º Na hipótese de inversão de fases, o prazo referido no § 1o será aberto após a
habilitação e após o encerramento da fase prevista no inciso V do caput do art.
51, abrangendo o segundo prazo também atos decorrentes da fase referida no
inciso IV do caput do art. 51 desta Lei”.
Perceba que, em parte, o estatuto das empresas estatais reproduz o comando da lei
do RDC. A regra é termos uma única fase recursal, a não ser que o instrumento
convocatório admita expressamente a inversão de fases. Nesse caso, o interessado poderá
previamente recorrer contra a etapa de habilitação.
Diferentemente do RDC, a lei das estatais trouxe, de forma expressa, o prazo para
que o interessado interponha o recurso (5 dias úteis). O manejo do recurso deve ser feito
só depois da etapa de habilitação e, nessa oportunidade, caberá ao interessado, se assim
lhe aprouver, contestar as etapas de julgamento e de verificação de efetividade dos lances
ou propostas.
Tome nota
A lei das estatais não citou qualquer modalidade específica de licitação, adotando-
se o rito já existente na lei do RDC, em que as modalidades não são nomeadas. Portanto,
não há concorrência, convite ou tomada de preços. Apesar disso, o art. 32 do estatuto
determina o uso preferencial da modalidade licitatória pregão, regida pela Lei
10.520/2002:
“Art. 32. Nas licitações e contratos de que trata esta Lei serão observadas
as seguintes diretrizes:
(....)
IV - adoção preferencial da modalidade de licitação denominada pregão,
instituída pela Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, para a aquisição de
bens e serviços comuns, assim considerados aqueles cujos padrões de
desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por
meio de especificações usuais no mercado”.
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O uso preferencial do pregão não quer significar que a sua utilização é ato
discricionário. Não é esse o melhor entendimento. Ser preferencial que dizer que o
pregão é prioritário em relação a outras modalidades de licitação. Portanto, quando o
objeto da contratação envolver bem ou serviço de natureza comum, o não uso pregão por
parte da estatal acarretará o dever de prévia motivação.
Porém, fica a informação de que nem sempre caberá o uso do pregão, por ser
modalidade com objeto próprio: bens e serviços comuns. Por exemplo, para a execução
de obras, veda-se o uso do pregão, logo, a estatal deverá basear-se exclusivamente na Lei
13.303/2016 e em seus atos regulamentares, se já eficazes.
Julgamento
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Importante
Por exemplo: a empresa pública federal Serpro decide pela compra de novos
computadores, com orçamento estimado em R$ 300.000,00. No lugar da
modalidade de licitação pregão, o gestor divide a aquisição em 10 parcelas de
R$ 30.000,00, e contrata todas as frações por dispensa de licitação. Nesse caso,
terá incorrido em fracionamento indevido de despesas.
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Perceba que, pela lei das estatais, não há necessidade de, previamente, conferir-
se aos licitantes o prazo de 8 dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de
propostas escoimadas das causas que levaram à desclassificação. Com outras palavras,
pela literalidade da norma, a estatal poderá automaticamente efetuar a contratação
direta, sem que antes promova o chamamento das licitantes para a correção de suas
propostas.
2ª) A dispensa da Lei 13.303/2016 exige pertinência com o serviço público a ser
contratado. Por exemplo, o Banco do Brasil não pode lançar mão dessa hipótese de
contratação direta para ajustar-se à concessionária de energia elétrica para prestar
serviços de transporte de carga, por inexistir qualquer pertinência entre os objetos
(energia e transporte).
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Tome nota
Há mais uma importante passagem na lei das estatais (§ 1º do art. 29), sem
previsão na lei de licitações:
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Tome nota
A lei das estatais não fez menção às empresas controladas (entidades sob o
controle acionário, mas não integrantes da estrutura formal do Estado), ampliando-se a
competitividade em torno do objeto da licitação. Além disso, a lei previu, de forma
expressa, a necessidade de o objeto do contrato ter relação com a atividade prevista no
estatuto social da respectiva subsidiária.
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2
A disposição da Lei 13.303/2016 foi inspirada no §2º do art. 29 do RDC, de idêntica redação.
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Vencida esta consideração doutrinária, perceba que o caput do art. 29 da lei cita,
expressamente, o termo licitação dispensável. Ocorre que, seguindo as lições
doutrinárias, há hipóteses encontradas no estatuto que são verdadeiros casos de licitação
dispensada (alienações – Administração demandada). Vejamos:
Xxxxxx
após avaliação de sua oportunidade e conveniência socioeconômica,
relativamente à escolha de outra forma de alienação;
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Podem ser notadas duas diferenças. A primeira é que a lei das estatais não vedou,
expressamente, a preferência de marca. Inclusive, o inc. I do art. 47 da lei permite que as
empresas governamentais indiquem marca ou modelo, nas seguintes hipóteses:
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Importante
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Perceba que são atividades essencialmente comerciais, por serem afetas à área de
atuação econômica da estatal. Não devem ser tidas como novas hipóteses de dispensa.
Trata-se de situações em que não incide o dever de licitar, exatamente por estarem
atreladas à atividade negocial da empresa contratante.
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tornando-se sócio não representativo. Nesse caso, não poderá o parceiro HSBC ser
contratado sem licitação pelo BB.
Dever de licitar
Regra Exceções
Licitação inexigível
(art. 30)
Inaplicabilidade de licitação
(incs. I e II do §3º do art. 28)
I - menor preço;
II - maior desconto;
III - melhor combinação de técnica e preço;
IV - melhor técnica;
V - melhor conteúdo artístico;
VI - maior oferta de preço;
VII - maior retorno econômico;
VIII - melhor destinação de bens alienados.
Na lei do pregão (inc. X do art. 4º), o critério de julgamento das propostas é sempre
o menor preço; já na lei do RDC (art. 18), o rol é mais ou menos parecido com o da lei
das estatais, exceto pelo critério “melhor destinação de bens alienados”:
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Diante do exposto, perceba que não há, na lei de licitações, os tipos de licitação
maior desconto, melhor conteúdo artístico, maior retorno econômico e melhor destinação
de bens alienados; e não há, na lei do RDC, o critério melhor destinação de bens alienados.
Importante
“§6º Quando for utilizado o critério referido no inciso VII do caput, os lances ou
propostas terão o objetivo de proporcionar economia à empresa pública ou à
sociedade de economia mista, por meio da redução de suas despesas correntes,
remunerando-se o licitante vencedor com base em percentual da economia de
recursos gerada”.
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Exemplo
Vence a empresa “X” com a proposta de redução em 50% das despesas mensais.
O contrato é formalizado, e a empresa “X” instala sistema solar para a captação
de energia e, já no primeiro mês, a ECT recebe a fatura de energia elétrica no
montante de R$ 50.000,00. Portanto, a contratada fará jus à remuneração de
R$ 5.000,00 (10%*R$ 50.000,00 – economia gerada).
“Art. 79. Na hipótese do § 6o do art. 54, quando não for gerada a economia
prevista no lance ou proposta, a diferença entre a economia contratada e a
efetivamente obtida será descontada da remuneração do contratado.
Parágrafo único. Se a diferença entre a economia contratada e a efetivamente
obtida for superior à remuneração do contratado, será aplicada a sanção prevista
no contrato, nos termos do inciso VI do caput do art. 69 desta Lei”.
Exemplo
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Perceba que a remuneração da empresa contratada foi bem inferior aos 10% da
economia gerada. E por que razão?
É que, quando não for alcançada a economia dos lances ou propostas (no caso
concreto, R$ 1.200.000,00 – 30%*R$ 4.000.000,00), será descontada da
remuneração do contratado a diferença (R$ 10.000,00) entre a economia
contratada (R$ 1.200.000,00) e a efetivamente obtida (R$ 1.190.000,00).
Portanto, o contratado fará jus só a R$ 1.900,00 [R$ 11.900,00
(10*R$1.190.000,00) – R$ 10.000,00].
Dica da hora
Já a lei das estatais, infelizmente, não foi tão expressa. Previu-se o tipo de
licitação melhor conteúdo artístico (inc. V do art. 54), mas sem qualquer menção
ao objeto da contratação. Para nós, essa omissão não é tão significativa, cabendo
a utilização das diretrizes da lei do RDC e do Decreto 7.581/2011. Destaca-se,
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ainda, que, para este critério, não teremos o sigilo do orçamento, pois o próprio
instrumento convocatório já indicará qual o prêmio ou a remuneração.
Ante o exposto, concluímos que a estatal poderá licitar trabalho técnico, artístico
ou científico, por modalidade diversa do concurso da Lei 8.666/1993, no critério
de julgamento melhor conteúdo artístico. A comissão de licitação poderá ser
auxiliada por comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e
notório conhecimento da matéria em exame, estranhas ao quadro da estatal.
Exemplo
Aprofundamento
IV – sorteio.
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Na lei das estatais, os modos de disputa são praticamente cópias dos previstos no
RDC: aberto e fechado.
Há argumentos favoráveis tanto pelo modo de disputa aberto como pelo fechado.
Não se pode confirmar, a priori, qual será o melhor para ampliar a competitividade do
certame. De todo modo, os resultados obtidos validam a ideia de que a disputa tem
promovido boa disputa, com preços mais baixos, em média, do que aqueles obtidos em
licitações tradicionais.
Dica da hora
Distintamente da lei do RDC (art. 16), a lei das estatais não foi expressa quanto
à possibilidade de os modos de disputa aberto e fechado serem combinados. Na
forma combinada, inicia-se, por exemplo, com a apresentação de propostas
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Em relação à disputa aberta, o art. 53 da lei das estatais afirma que poderão ser
admitidos:
Há dois tipos de lances intermediários: aqueles que podem ser iguais ou inferiores
ao maior preço já ofertado (critério maior oferta) e aqueles que podem ser iguais ou
superiores ao menor já ofertado (demais critérios de julgamento).
Exemplo
4.8. Orçamentação
Como ocorre na lei do RDC, o art. 34 da Lei 13.303/2016 prevê a regra de que o
orçamento estimado da licitação é sigiloso, devendo ser detalhados, em todo caso, os
quantitativos e as demais informações necessárias para que os licitantes elaborem suas
propostas de preços.
Discussões à parte, o sigilo do orçamento básico pode ser útil para dificultar as
costumeiras combinações de preços entre os licitantes. Sobre o tema, dispõe o art. 34:
“Art. 34. O valor estimado do contrato a ser celebrado pela empresa pública ou
pela sociedade de economia mista será sigiloso, facultando-se à contratante,
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estatal alegar sigilo para negar acesso à informação. E, como medida acautelatória, o
legislador impõe que a estatal promova o registro formal da disponibilização.
Julgamento
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Note que não há qualquer previsão de o orçamento estimado sigiloso ser tornado
público, uma vez encerrada a licitação e em havendo cláusula expressa no instrumento
convocatório. E não pense que foi algo involuntário por parte do legislador. Sobre o tema,
o § 4º do art. 34 da lei previa:
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Com a matriz de riscos, cláusula necessária nos contratos (inc. X do art. 69),
objetiva-se a elaboração de um contrato com o mínimo de aditivos durante a execução,
prática tão comum às empresas estatais. Inclusive, o § 8º do art. 81 da LRE veda a
celebração de aditivos decorrentes de eventos supervenientes alocados, na matriz de
riscos, como de responsabilidade da contratada. Em contrário senso, se evento
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superveniente não foi listado na matriz de riscos ou foi previsto sob a responsabilidade
da estatal, não haverá impedimento para os aditivos.
Xxxxx
De acordo com o art. 43 da lei das estatais, podem ser adotados os seguintes
regimes de execução para obras e serviços de engenharia:
I - empreitada por preço unitário, nos casos em que os objetos, por sua
natureza, possuam imprecisão inerente de quantitativos em seus itens
orçamentários;
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A primeira observação é que as formas de execução indireta da lei das estatais são
superiores às previstas na Lei 8.666/1993 e no RDC. Abaixo, segue esquema
comparativo, em que “expresso” quer representar a forma de execução é encontrada
também expressamente no diploma, e “sem correspondência o inverso, ou seja,
inexistente no diploma normativo correspondente:
Empreitada
Expressos Expressos
(preço unitário, preço global e integral)
Perceba que, em relação à Lei 8.666/1993, a lei das estatais inova em dois pontos:
contratação semi-integrada e contratação integrada. Já em relação ao RDC, a única
diferença é a previsão da contratação semi-integrada. São assim definidas nos arts. 42 e
43:
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Importante
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“Art. 62. Além das hipóteses previstas no § 3o do art. 57 desta Lei e no inciso II
do § 2o do art. 75 desta Lei, quem dispuser de competência para homologação
do resultado poderá revogar a licitação por razões de interesse público
decorrentes de fato superveniente que constitua óbice manifesto e incontornável,
ou anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, salvo
quando for viável a convalidação do ato ou do procedimento viciado.
§1º A anulação da licitação por motivo de ilegalidade não gera obrigação de
indenizar, observado o disposto no § 2o deste artigo.
§2º A nulidade da licitação induz à do contrato.
§3º Depois de iniciada a fase de apresentação de lances ou propostas, referida
no inciso III do caput do art. 51 desta Lei, a revogação ou a anulação da
licitação somente será efetivada depois de se conceder aos licitantes que
manifestem interesse em contestar o respectivo ato prazo apto a lhes assegurar o
exercício do direito ao contraditório e à ampla defesa.
§4º O disposto no caput e nos §§ 1o e 2o deste artigo aplica-se, no que couber,
aos atos por meio dos quais se determine a contratação direta”.
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houver um vício sanável no curso das licitações regidas pela Lei 8.666/1993, permitir-se-
á a correção das irregularidades. É que a Lei 9.784/1999 (lei de processo administrativo
federal) prevê o instituto da convalidação, e essa lei é aplicada supletivamente aos demais
procedimentos administrativos, a exemplo das licitações regidas pela Lei 8.666/1993.
As normas específicas para aquisição de bens, do art. 47 da lei das estatais, são
similares àquelas do art. 7º da Lei 12.462/2011 (RDC). A única diferença é a exigência,
no RDC, de carta de solidariedade emitida pelo fabricante, que assegure a execução do
contrato, no caso de licitante revendedor ou distribuidor (inc. IV do art. 7º).
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- exigir amostra;
Nos termos do art. 48 da LRE, será dada publicidade, com periodicidade mínima
semestral, em sítio eletrônico oficial na internet de acesso irrestrito, à relação das
aquisições de bens efetivadas pelas estatais, compreendidas as seguintes informações:
identificação do bem comprado (preço e quantidade), nome do fornecedor e valor total
de cada aquisição.
Porém, há duas distinções bem significativas. A primeira é que, pela lei das
estatais, a publicidade é, no mínimo, semestral, em não mensal como da Lei 8.666/1993.
E a divulgação, pela LRE, é efetuada em portais na internet, e não em quadros de avisos
como exigido pela Lei 8.666/1993.
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Importante
✓ na doação de bens móveis para fins e usos de interesse social, após avaliação
de sua oportunidade e conveniência socioeconômica relativamente à escolha de
outra forma de alienação; e
Além das situações acima listadas, podem ser destacadas duas outras hipóteses em
que há espaço para o afastamento do dever de licitar:
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Para nós, o inc. II do art. 29, de licitação dispensável em razão do valor, terá
maior aplicabilidade em relação aos bens móveis, isso porque o valor não poderá
ultrapassar R$ 50.000,00. Por acaso, você consegue visualizar um bem imóvel avaliado
em até R$ 50.000,00? No mínimo, algo inimaginável.
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O dever de licitar ônus reais sobre bens é novidade lei das estatais. Até então, a
expressão “ônus real” não tinha paralelo na Lei 8.666/1993 (lei geral das licitações) e na
Lei 12.462/2011 (Regime Diferenciado de Contratações). E, na espécie, perceba que a
exigência de licitação recai exclusivamente sobre os bens integrantes do acervo
patrimonial da empresa. Com outras palavras, não haverá licitação se o ônus real incidir
sobre ativos de terceiros.
Importante
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Tome nota
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Exemplo
1º exemplo
Então, nesse caso, considerando que a empresa “Y”, além de microempresa, acha-se enquadrada
no Simples Nacional, pode-se afirmar ter ocorrido empate ficto? Não houve empate. De fato,
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no pregão, o empate ficto dá-se no percentual de 5%. Ocorre que a empresa “X”
é empresa de pequeno porte. O tratamento favorecido da LC 123/2006 independe
de a empresa estar ou não enquadrada no Simples Nacional.
2º exemplo
Então, a participação das empresas “Z” e “W” foi inadequada, por ser
procedimento exclusivo a empresas enquadradas como ME ou EPP? Não foi
inadequada. De fato, a Administração deverá realizar procedimento licitatório
destinado, exclusivamente, à participação de ME e EPP nos itens de contratação
cujo valor seja de até R$ 80.000,00 (inc. I do art. 48 da LC 123/2006).
Ocorre que, nos termos do inc. II do art. 49 da LC, se não houver um mínimo de
3 fornecedores enquadrados como ME ou EPP, sediados no local capazes de
cumprir as exigências do instrumento convocatório, não será aplicado o dever de
a licitação ser exclusiva às ME e EPP.
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Contratos Administrativos
“Art. 68. Os contratos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas, pelo
disposto nesta Lei e pelos preceitos de direito privado”.
O termo “ao menos em tese” é para concluir que o art. 68 da lei não fez menção
exclusiva aos “preceitos de direito privado”. Isso mesmo. Os contratos regulam-se pelas
suas cláusulas e pelo disposto na lei, havendo espaço para certo desnivelamento em
proteção ao interesse público, especialmente nos acordos celebrados pelas prestadoras de
serviços públicos, em que vigora o clássico princípio da continuidade do serviço público.
Enfim, não se pode afirmar que a estatal se ponha em idêntica condição que os
particulares nas contratações promovidas. A empresa do Estado pode aplicar penalidades
aos particulares faltosos, uma prerrogativa que os particulares não possuem, ou seja, trata-
se de uma exorbitância.
Façamos uma analogia, até para tentar confirmar a natureza de tais acordos
firmados pelas estatais. Os contratos de locação, celebrados por uma autarquia (pessoa
jurídica de direito público), são contratos da Administração? Sim, pois assim é chamado
todo acordo em que num dos polos exista uma entidade do Estado! São contratos
privados? Ou são contratos semipúblicos? Ora, são contratos regidos tanto pelo direito
privado (predominância) como pelo direito público (sempre há uma dose, pequena que
seja, em todo acordo celebrado por entidades do Estado); logo, melhor nominá-lo de
contratos semipúblicos. Inclusive, essa é a denominação conferida por Hely Lopes
Meirelles.
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No entanto, a técnica legislativa, nesse ponto, não foi tão favorável, cabendo-nos
aguardar a definição pelos Tribunais e a uniformização doutrinária. Em suma, o que se
pode concluir é que o regime de contratação das empresas estatais é “híbrido”, com
prevalência de disposições privadas e interferências de regras publicísticas.
Aprofundamento
Então, será que as estatais não devem contar com cláusulas de força? Será que
não são, igualmente, guardiães do interesse público? Com outras palavras, a lei
das estatais não prevê cláusulas exorbitantes?
Se você atentar para a leitura do art. 68 da lei, perceberá que não só os preceitos
privados devem ser observados. Note que os contratos são regidos pelas cláusulas
constantes da própria lei.
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Tais cláusulas têm todo o colorido para serem enquadradas como exorbitantes.
Porém, pela baixa técnica legislativa, o tema será merecedor de aprofundamento
pela doutrina e Tribunais. Por exemplo, para Vicente Paulo e Marcelo
Alexandrino, a aplicação de sanções é indiscutivelmente uma cláusula
exorbitante, algo que seria inconcebível em contratos celebrados entre
particulares.
Art. 69. São cláusulas necessárias nos contratos disciplinados por esta Lei:
I - o objeto e seus elementos característicos;
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, a data-base e a
periodicidade do reajustamento de preços e os critérios de atualização
monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo
pagamento;
IV - os prazos de início de cada etapa de execução, de conclusão, de entrega,
de observação, quando for o caso, e de recebimento;
V - as garantias oferecidas para assegurar a plena execução do objeto
contratual, quando exigidas, observado o disposto no art. 68;
VI - os direitos e as responsabilidades das partes, as tipificações das
infrações e as respectivas penalidades e valores das multas;
VII - os casos de rescisão do contrato e os mecanismos para alteração de
seus termos;
VIII - a vinculação ao instrumento convocatório da respectiva licitação ou
ao termo que a dispensou ou a inexigiu, bem como ao lance ou proposta do
licitante vencedor;
IX - a obrigação do contratado de manter, durante a execução do contrato,
em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, as condições de
habilitação e qualificação exigidas no curso do procedimento licitatório;
X - matriz de riscos.
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Importante
Fica a informação de que, embora não se trate de cláusula necessária, a lei das
estatais prestigia as soluções consensuais. Exemplo do que se afirma é a impossibilidade
de alteração unilateral dos acordos:
“Art. 81. Os contratos celebrados nos regimes previstos nos incisos I a V do art.
43 contarão com cláusula que estabeleça a possibilidade de alteração, por acordo
entre as partes, nos seguintes casos: (...)”
Fique atento
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Dica da hora
Para nós, a alteração dos contratos será um dos tópicos mais requeridos pelos
examinadores. É que, distintamente da Lei 8.666/1993, a lei das estatais, simplesmente,
afastou a possiblidade de alterações unilaterais. Com efeito, toda e qualquer alteração
dos contratos firmados demandará a concordância do contratado.
Importante
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A repercussão poderá acarretar a revisão dos contratos para mais (fato positivo)
ou para menos (fato negativo). Por exemplo, o aumento da contribuição
previdenciária importará em elevação dos custos com a mão de obra; logo
acarretará a necessidade de reequilíbrio econômico-financeiro a favor do
particular (fato positivo), evitando-se o enriquecimento sem causa por parte da
estatal.
Dica da hora
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3. Formalizacão do contrato
Como garantido na lei de licitações (§4º do art. 62), o art. 73 da lei das estatais
também permite dispensar o termo do contrato no caso de pequenas despesas de pronta
entrega e pagamento, sem que resultem obrigações futuras por parte da empresa estatal:
Não há uma definição, na lei das estatais, para pequenas despesas de pronta
entrega e pagamento, que se permitirá a contratação verbal pelas estatais. Na Lei
8.666/1993, por exemplo, o parágrafo único do art. 60 permite o contrato verbal para
pequenas compras, assim entendidas aquelas de valor não superior a R$ 4.000,00, feitas
em regime de adiantamento. Logo, a matéria deverá ser esmiuçada pelos regulamentos
internos de licitação das estatais, os quais poderão prever instrumentos alternativos ao
termo de contrato (exemplo da autorização de compra e da ordem de serviço) e a
contratação verbal para valores distintos do suprimento de fundos da Lei 8.666/1993.
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II - revogar a licitação.
Importante
Não pensa que o legislador andou mal. Não é bem assim. Imagina a seguinte
situação hipotética: A Petrobras faz o lançamento de edital para a contratação
de nova refinaria, orçamento estimado em R$ 2.000.000.000,00 (só que
orçamento sigiloso). Há cinco empresas e todas estão em conluio, lançando seus
valores em bilhões. A empresa “A” lança o valor de R$ 1,5, a empresa “B”
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(R$ 1,9), a empresa “C” (R$ 1,95), a empresa “D” (R$ 1,98) e a empresa “E”
(R$ 2). Convoca-se a empresa “A”. Só que essa é empresa mandraque ou
“coelho”. Nega-se à assinatura. Convoca-se a remanescente, no caso, a empresa
“B”, por R$ 1,9 bilhões. Então, será que houve uma proposta vantajosa? Talvez
não!
Por isso é que o legislador não abriu idêntica fenda àquela estabelecida no inc.
VI do art. 29. Nesse último caso, a licitação já está finalizada, nada poderá ser
mudado. O contrato já está em andamento e há uma rescisão por inexecução
culposa. São situações bem diversas, e que, portanto, merecem tratamento
desigual.
4. Exigência de garantia
Tome nota
Por fim, fica o registro de que, pela LRE, o pregão é a modalidade preferencial,
tratando-se da contratação de bens e serviços comuns. E, nos pregões, é vedada
a exigência de garantia de proposta (art. 5º da Lei 10.520/2002).
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Nos termos do inc. V do art. 69, acaso exigida, a garantia de execução do contrato
constituirá cláusula contratual necessária, tal como prevê o inc. VI do art. 55 da lei de
licitacões. Sobre o tema, façamos a leitura do art. 70:
“Art. 70. Poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras,
serviços e compras.
§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia:
I - caução em dinheiro;
II - seguro-garantia;
III - fiança bancária.
§ 2º A garantia a que se refere o caput não excederá a 5% (cinco por cento) do
valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições nele
estabelecidas, ressalvado o previsto no § 3o deste artigo.
§ 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo
complexidade técnica e riscos financeiros elevados, o limite de garantia previsto
no § 2o poderá ser elevado para até 10% (dez por cento) do valor do contrato.
§4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a
execução do contrato, devendo ser atualizada monetariamente na hipótese do
inciso I do § 1o deste artigo.”
I - caução em dinheiro;
II - seguro-garantia;
Tome nota
A estatal é livre para exigir a prestação de garantia, mas não poderá determinar
a modalidade cabível, sendo a escolha ato discricionário do contratato.
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Na LRE, não há uma definição expressa para objetos de “grande vulto”. Editado
em conformidade com a Lei 13.303/2017, o regulamento interno de licitações da
Infraero, por exemplo, adotou o conceito já consagrado no inc. V do art. 6º da
Lei 8.666/1993 (valor estimado superior a 25 vezes o limite da concorrência para
obras e serviços de engenharia, ou seja, superior a R$ 37.500.000,00).
“Art. 71. A duração dos contratos regidos por esta Lei não excederá a 5 (cinco)
anos, contados a partir de sua celebração, exceto:
I - para projetos contemplados no plano de negócios e investimentos da empresa
pública ou da sociedade de economia mista;
II - nos casos em que a pactuação por prazo superior a 5 (cinco) anos seja prática
rotineira de mercado e a imposição desse prazo inviabilize ou onere
excessivamente a realização do negócio.
Parágrafo único. É vedado o contrato por prazo indeterminado”.
Dica da hora
Note que a regra é a duração dos acordos não exceder o prazo de 5 anos, contados
a partir da celebração. Esse prazo é algo excepcional na lei de licitações, existente para
os serviços de duração continuada (limpeza e manutenção de elevadores, por exemplo) e,
ainda assim, prorrogáveis. Por exemplo, fixa-se o prazo de 12 meses, podendo a
Administração prorrogar por mais 12, mais 12, até o máximo de 60 meses. Já na lei das
estatais, não há necessidade de ser atendida a regra anual, ou seja, o edital pode, desde
já, fixar o prazo do contrato em 5 anos.
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Dica da hora
2ª – Nos casos em que a pactuação por prazo superior a 5 (cinco) anos seja
prática rotineira de mercado e a imposição desse prazo inviabilize ou onere
excessivamente a realização do negócio. Aqui o legislador só fez consolidar a
orientação do Tribunal de Contas da União. Na prática, o que sempre ocorreu
era a empresa estatal competir em desigualdade com as empresas privadas, uma
vez que, quanto à duração dos contratos, havia limitações para que pudesse
seguir as práticas de mercado. Portanto, razoável que o Estado empresarial
possa se ajustar às regras de mercado, para competir em condições de igualdade
com o particular.
5. Matriz de Riscos
Esse assunto já foi abordado na parte relativa às licitações (item 4.9), daí não
serem necessários maiores esclarecimentos.
De todo modo, anotamos que a matriz de riscos é uma das cláusulas obrigatórias
dos contratos firmados pelas empresas estatais (inc. X do art. 69).
As normas para as obras e os serviços no âmbito das estatais são encontradas nos
arts. 42 a 46.
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Julgamento
No tópico 4.10, foram tecidas maiores considerações sobre o tema, para o qual
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reportamos o estudante.
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“Art. 46. Mediante justificativa expressa e desde que não implique perda de
economia de escala, poderá ser celebrado mais de um contrato para executar
serviço de mesma natureza quando o objeto da contratação puder ser executado
de forma concorrente e simultânea por mais de um contratado.
§1º Na hipótese prevista no caput deste artigo, será mantido controle
individualizado da execução do objeto contratual relativamente a cada um dos
contratados”.
Ao ser comparado com o art. 11 do RDC, note que a vedação da simultaneidade para
serviços de engenharia não foi reproduzida. Na verdade, o § 2º do art. 46 previa
que “o disposto no caput não se aplica aos serviços de engenharia”, exatamente à
semelhança do § 2º do art. 11 do RDC. Ocorre que tal disposição foi vetada, com as
seguintes razões:
Portanto, uma vez atendidos os pressupostos do art. 46 da LRE, não haverá vedação
de contratação simultânea para serviços de engenharia.
Exemplo
1º exemplo
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Perceba que teremos um mesmo objeto (uma única obra) e, necessariamente, com
múltiplos sujeitos. Enfim, a mesma obra será executada simultaneamente pelas
empresas contratadas. Trata-se de contratação simultânea ou multiadjudicação.
2º exemplo
7. Subcontratação
Uma das características dos contratos é sua natureza intuitu personae, o que
importa dizer que, em tese, o particular vencedor da licitação é o que melhor comprovou
as condições de contratar com a Administração, devendo, portanto, ser o responsável pela
execução do contrato. Apesar disto, a possibilidade de subcontratação do objeto do
contrato não retira o seu caráter intuitu personae.
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Exemplo
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qualificação técnica impostas ao licitante vencedor. Para nós, a exigência deve ser
proporcional à dimensão do objeto subcontratado. Por exemplo, não há como exigir da
subcontratada um atestado de que tenha construído um Píer, sendo que o objeto da
subcontratação é a colocação de proteção catódica no Píer;
4º) Há certos objetos que nunca poderão ser subcontratados. Se, por exemplo, a
empresa “X”, da área de arquitetura, foi contratada diretamente por inexigibilidade de
licitação por ter o profissional “Y” (serviço técnico profissional, com profissional de
notória especialização), deverá se comprometer a prestar os serviços por intermédio do
referido profissional. É que esse foi o fator decisivo para que a estatal afastasse a licitação.
Daí o óbice à subcontratação. É o que a doutrina nomina de contrato personalíssimo.
8. Sanções administrativas
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1ª) A lei das estatais não fez menção à declaração de inidoneidade. E não poderia
ter sido diferente, pois tal sanção é de competência exclusiva de ministros de estado e
secretários estaduais, distritais e municipais (§ 3º do art. 87 da Lei 8.666/1993), agentes
políticos inexistentes no corpo diretivo das empresas governamentais;
3ª) Na lei das estatais, houve menção expressa de que suspensão é restrita à
entidade sancionadora. Por exemplo, não há impedimento de empresa suspensa para
contratar com a ECT participar de licitação da Petrobras e por esta ser contratada. A
estatal não tem competência para a aplicar a penalidade de declaração de inidoneidade, a
qual, em âmbito interno, é de competência exclusiva de Ministro de Estado ou de
Secretários estaduais, distritais ou municipais.
Importante
Dispõe o inc. III do art. 38 da LRE que estará impedida de participar de licitações
e de ser contratada pela empresa pública ou sociedade de economia mista a
empresa declarada inidônea pela União, por Estado, pelo Distrito Federal ou
pela unidade federativa a que está vinculada a empresa pública ou sociedade de
economia mista, enquanto perdurarem os efeitos da sanção.
Com outras palavras, a referida penalidade aplicada por um ente político não é
apta a atingir contratações de outras estatais vinculadas a entes políticos
diversos. É que a disposição legal é enfática ao vincular a eficácia da declaração
de inidoneidade ao ente político a que a estatal está subordinada.
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Abaixo, esquema para sua memorização, em que “expressa” quer representar que
a penalidade é encontrada na literalidade do diploma normativo correspondente:
Suspensão de licitar e
Expressa Expressa
contratar
Impedimento de licitar e
Sem previsão Sem previsão
contratar em até 5 anos
Exemplo
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9. Extinção do contrato
Tome nota
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“§ 1º A multa a que alude este artigo não impede que a empresa pública ou a
sociedade de economia mista rescinda unilateralmente o contrato e aplique as
outras sanções previstas nesta Lei”.
“§ 1º A multa a que alude este artigo não impede que a empresa pública ou a
sociedade de economia mista rescinda o contrato e aplique as outras sanções
previstas nesta Lei”.
“Art. 85. Os órgãos de controle externo e interno das 3 (três) esferas de governo
fiscalizarão as empresas públicas e as sociedades de economia mista a elas
relacionadas, inclusive aquelas domiciliadas no exterior, quanto à legitimidade,
à economicidade e à eficácia da aplicação de seus recursos, sob o ponto de vista
contábil, financeiro, operacional e patrimonial.
§ 1º Para a realização da atividade fiscalizatória de que trata o caput, os órgãos
de controle deverão ter acesso irrestrito aos documentos e às informações
necessários à realização dos trabalhos, inclusive aqueles classificados como
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sigilosos pela empresa pública ou pela sociedade de economia mista, nos termos
da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.
§2º O grau de confidencialidade será atribuído pelas empresas públicas e
sociedades de economia mista no ato de entrega dos documentos e informações
solicitados, tornando-se o órgão de controle com o qual foi compartilhada a
informação sigilosa corresponsável pela manutenção do seu sigilo.
§3º Os atos de fiscalização e controle dispostos neste Capítulo aplicar-se-ão,
também, às empresas públicas e às sociedades de economia mista de caráter e
constituição transnacional no que se refere aos atos de gestão e aplicação do
capital nacional, independentemente de estarem incluídos ou não em seus
respectivos atos e acordos constitutivos”.
“Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com
o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
(...)
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital
social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado
constitutivo”.
Para nós, a lei das estatais só fez incorporar o entendimento do TCU. A Corte de
Contas Federal não se reconhecia competente para a fiscalização da Hidrelétrica de Itaipu
(binacional – Brasil e Paraguai), haja vista a inexistência de previsão no tratado
constitutivo. Porém, tal orientação foi superada nos Acórdãos-Plenário nºs 88/2015 e
1014/2015. Para o TCU, a competência constitucional para fiscalizar as contas
nacionais de empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma
direta ou indireta, tem eficácia imediata e independe de eventual omissão do tratado
constitutivo das empresas quanto à respectiva forma de controle externo.
Para dar apoio à missão institucional do controle externo, existe o controle interno
da Administração, que pode ser realizado por autotutela ou tutela administrativa.
Pela autotutela, a estatal conta com seu próprio aparato para verificar e controlar
seus atos (controle por subordinação). Nos termos do inc. III do art. 9º, a empresa
pública e a sociedade de economia mista adotarão práticas de gestão de riscos e controle
interno que abranjam obrigatoriamente auditoria interna e Comitê de Auditoria
Estatutário. O Comitê de Auditoria é órgão auxiliar do Conselho de Administração, ao
qual se reportará diretamente, tendo, dentre outras competências, a de “supervisionar as
atividades desenvolvidas nas áreas de controle interno, de auditoria interna e de
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Ainda, em termos de controle interno pela própria estatal, destaca-se o art. 23. Ao
Conselho de Administração competirá a aprovação do plano de negócios para o exercício
anual seguinte e a estratégia de longo prazo para vigorar, no mínimo, nos próximos 5
anos. As metas e resultados de tais documentos serão analisados anualmente pelo
Conselho de Administração, devendo as conclusões serem publicadas e informadas às
Casas Legislativas e aos respectivos Tribunais de Contas, quando houver.
O controle interno não deve ser irrestrito. Ao invés disso, a supervisão deve ser
exercida nos limites da legislação, respeitada a autonomia conferida pela lei específica
que autorizou a criação da estatal. Essa preocupação com a autonomia das estatais pode
ser notada, também, na leitura ao art. 90:
Tome nota
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3ª) O § 1º do art. 87 dispõe que qualquer cidadão é parte legítima para impugnar
edital de licitação, no prazo de até 5 dias úteis antes da data fixação da ocorrência do
certame, cabendo à entidade julgar e responder à impugnação em até 3 dias úteis. Não é
uma novidade legislativa, tendo idêntica redação do § 1º do art. 41 da lei de licitações. A
única diferença é que, na lei das estatais, não se previu a impugnação pelos licitantes,
como o fez, expressamente, o § 2º do art. 41 da lei de licitações. A matéria deverá ser
tratada nos regulamentos próprios das estatais;
Dica da hora
Aprofundamento
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Claro que a tutela judicial não deve ser irrestrita, de forma a incidir, por exemplo,
sobre as decisões estritamente estratégicas das estatais, no desenho de suas
políticas públicas. Inclusive, nos termos do art. 90 da Lei 13.303/2016, a
atividade de controle não pode implicar interferência na gestão das empresas
públicas e das sociedades de economia mista nem ingerência no exercício de suas
competências. Observe que o órgão supervisor não está impedido de definir as
políticas públicas; na verdade, o que a lei impede é a definição da forma de
execução, cabendo essa às empresas estatais.
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I - pré-qualificação permanente;
II - cadastramento;
Tome nota
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Dica da hora
Com a restrição, não haverá a necessidade de análise mais detida dos itens de
habilitação ou da qualidade dos produtos, e, com isso, teremos redução do tempo
da licitação e menos conflitos entre licitantes e Administração.
Tome nota
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Aprofundamento
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cadastrais dos arts. 34 a 37 da Lei 8.666/1993. São mantidos para efeito de habilitação
dos inscritos em procedimentos licitatórios e válidos pelo prazo máximo de 1 ano.
Portanto, são úteis para dinamizar a licitação com a antecipação da etapa da habilitação.
De uma forma geral, as regras já estudadas do SRP foram reproduzidas pela lei
das estatais, como:
3ª) Inclusão, na respectiva ata, do registro dos licitantes que aceitarem cotar os
bens ou serviços com preços iguais ao do licitante vencedor na sequência da classificação
do certame, assim como dos licitantes que mantiverem suas propostas originais (inc. V
do § 2º);
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Tome nota
Por fim, o § 2º justifica-se na tentativa de se evitar que a estatal seja utilizada com
fins eleitoreiros. Importante que se esclareça que, em ano de eleição, não serão vedadas
despesas com publicidade e patrocínio. Não é isso!
Exemplo
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