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Questão 1:
Questão 2:
A Lei Maria da Penha, promulgada em 2006, é uma das leis mais influentes
referentes à proteção e garantia dos direitos das mulheres no mundo, sendo no Brasil a
conquista que alcançou maior amplitude para o movimento feminista nos últimos
tempos1. Para entender a lei dentro dos pressupostos hegelianos é necessário
compreender a Filosofia do Direito de Hegel, onde as leis seriam a codificação racional
dos costumes, ou seja, é no Estado que a liberdade se torna possível concretamente, pois
as constituições seriam “produto de uma lenta evolução social” (BOBBIO, 1991, p.
108) e deveriam se adequar para além de costumes, muitas vezes ultrapassados,
validando (juridicamente) as necessidades da sociedade, ao se adaptar ao que Hegel
chama de espírito do tempo (BOBBIO, 1991).
1
É importante saber que foi a partir da luta e resistência de Maria da Penha Maia Fernandes referente às
agressões domésticas que ela sofria por parte do marido que a Lei Maria da Penha foi promulgada. Para
saber mais ler Sobrevivi... Posso contar (PENHA, 2015).
2
VIEGAS, 2016.
A partir disso, vemos que a Lei Maria da Penha é um confronto a toda cultura
machista de dominação e segregação da mulher na sociedade brasileira, a lei sai assim
apenas de um viés constitucional para trazer um confronto estrutural. A Lei Maria da
Penha à luz da obra de Hegel pode ser entendida como uma forma de reivindicar os
direitos humanos e de liberdade também para as mulheres, saindo do senso comum
patriarcal e historicamente privilegiado pelos homens para a entrada no espírito do
tempo, que não se adéqua a uma legislação que marginalize as mulheres; em busca do
que Hegel chamou de Absoluto3. Assim, a preocupação pós-estabelecimento da lei, seria
sua efetivação, essa que caminha lentamente em nossa sociedade.
Questão 3:
3
O que podemos entender como a realidade em seu grau máximo.
Questão 4
4
Exemplo disso seriam os sindicatos de trabalhadores.
social, porém sempre condicionado para isso através da tradição e legado do seu meio
de convívio.
Questão 5
“É assim que o jovem Marx toma partido de uma visão de mundo radical, de
que até hoje boa parte das pessoas discorda, muitas vezes com raiva. Mas
porque muitos ficam revoltados quando o marxismo vem ensinar que o
mundo está cindido de classes? Porque a sociedade capitalista nos estrutura e
nos ensina, ao contrário, que cada um é um. Marx, no entanto aponta para os
indivíduos em classes sociais. A verdade do mundo é a verdade das classes.
Contudo, até hoje não se aceita a leitura de classe. O formalismo jurídico
individualista nos chama a todos iguais, sem permitir ver as divisões de
classes que nos estruturam”. (MASCARO, 2015, p. 17)
A partir disso, temos em Marx um autor que não dialoga com a política
moderna, pois sua concepção não se liga a ideia de que o Estado atenderia as
necessidades comuns e seria a superestrutura a garantir a liberdade, proposta pelos
autores da política moderna; Marx atualiza essa concepção ao dizer que a realização da
liberdade só seria alcançada com o fim do Estado, que já compreende um desfecho
historicamente produzido pela história da luta de classes5, daí sua alcunha de autor
antipolítico.
Referências
ARENDT, Hannah. De Hegel a Marx. Tradução de Pedro Jorgensen Jr. In: ______. A
promessa da política. Rio de Janeiro: DIFEL, 2008.
BOBBIO, Norberto. Estudos sobre Hegel: direito, sociedade civil e Estado. Tradução
de Luiz Sérgio Henriques e Carlos Nelson Coutinho. São Pulo: Editora Brasiliense;
Editora UNESP, 1991.
BOVERO, Michelangelo. O modelo hegelo-marxiano. In: BOBBIO, Norberto &
BOVERO, Michelangelo. Sociedade e Estado na filosofia política moderna. Tradução
de Carlos Nelson Coutinho. São Paulo: Editora Brasiliense, 1986.
MARCUSE, Herbert. Razão e Revolução: Hegel e o advento da teoria social. Rio de
Janeiro: Editora Saga, 1969.
MASCARO, Alysson Leandro. A crítica do Estado e do direito: a forma política e a
forma jurídica. In: Curso Livre Marx-Engels: A criação destruidora. São Paulo:
Boitempo. 2015.
NETO, José Aldo Camurça de Araújo. O contratualismo na perspectiva crítica de
Hegel. In: Revista Intuitio. ISSN1983-4012, Porto Alegre Vol.4 – Nº. 1. 2011, p. 75-90.
VIEGAS, Vanessa Alves Bezerra. Os avanços alcançados pela lei Maria da Penha à
luz dos Direitos Humanos. In: Jurisway: Sistema educacional online. Disponível em:
http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=17052. Acesso em: 06/07/2016.
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Essa fala se refere a primeira frase de Marx em O Manifesto do Partido Comunista (1998).