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História da Ciência: Da Antiguidade ao Renascimento Científico.

ROSA, Carlos Augusto de Proença. História da Ciência: da antiguidade ao


renascimento científico. volume 1, 2. ed. Brasília: FUNAG, 2012.

Na introdução geral do livro História da Ciência: da antiguidade ao


renascimento científico, o autor estabelece seus objetivos e sua base conceitual que
possibilita o estudo e a interpretação da História da Ciência. O conceito de História é
entendido não somente como mera cronologia ou sucessão de descobertas, mas
deve abranger o contexto no qual foi desenvolvido, como o social, o político, o
econômico, o religioso e o cultural. A palavra ciência tem origem no termo latino
scientia, que significa conhecimento e erudição. Entretanto, não existe um consenso
em relação à definição desse conceito. Para muitos autores a ciência é o conjunto
do conhecimento humano. Mas isso é muito abrangente e inclui todo tipo de
conhecimento, desde o conhecimento místico ao conhecimento artístico. Ora, se
existem vários tipos de conhecimento, é mais que natural a ciência reivindicar sua
especificidade. Sendo assim, “para outros autores a ciência deve ser entendida
como conhecimento refletido, no sentido da palavra grega episteme”(p.22). O autor
adota essa segunda forma de entender o conceito de ciência.
Como sabemos a invenção da escrita é uma divisória entre o Tempo Pré-
Histórico e o Histórico e, conforme destaca o autor, é um “marco fundamental no
processo evolutivo da capacidade intelectual e criativa do Homo Sapiens” (p.23)
que, após alcançar determinado nível, concebe a Ciência. Nesse sentido, a ciência é
uma criação relativamente recente da humanidade, pois “embora o Homo Sapiens
Sapiens tenha surgido há cerca de 40 mil anos no continente europeu, o Período
Histórico remonta a apenas seis mil anos, e a Ciência, a não mais que 2500 anos”
(p.23).
Quando e onde a Ciência foi criada? Devido à falta de consenso quanto ao
conceito de Ciência não se tem uma resposta única para essa questão. Para quem
sustenta que ela surgiu no período Histórico, existem três principais correntes:

uma recua o surgimento da Ciência às primeiras civilizações, como a


mesopotâmica, a egípcia, a chinesa e a indiana; outra defende a Grécia do
século V como berço da Ciência, produto direto da Filosofia, à qual estaria
estreitamente vinculada e subordinada, por muitos séculos; e uma terceira
considera a Ciência uma recente criação europeia, da Era Moderna (século
XVI) (p. 23).

A tese da origem grega da Ciência, a partir dos filósofos jônicos, é adotada


pelo autor, por entender que foi na Grécia que o espírito científico teria surgido,
através do questionamento de conceitos absolutos e do anseio pelo conhecimento
racional e lógico. Em seguida, ressalta que “a resultante dessa fundamental
diferença de mentalidade seria a criação da chamada Filosofia Natural,
denominação que prevaleceria até o século XIX, quando a expressão seria
substituída, definitivamente, pela palavra Ciência” (p. 24).
O autor faz também seis comentários introdutórios sobre as características da
Ciência na atualidade:

1. O acelerado avanço do conhecimento científico;


2. A globalização da Ciência, a partir do século XX;
3. A interdependência entre pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico;
4. É um empreendimento de alto custo, que envolver um ou mais grupos de
pesquisa em colaboração;
5. Como reflexo do item anterior, a natureza da Ciência se destaca como uma
construção social.
6. A importância do método científico.

E termina a discussão enfatizando a superioridade da Ciência:

A rejeição da noção do absoluto e o triunfo do princípio da relatividade reforçam a


convicção na superioridade do pensamento científico, o qual, ao prevalecer, contribui,
de forma decisiva, para o progresso da Humanidade (p. 29).

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