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Índice
I. Anotações
II. Lousas
I. ANOTAÇÕES
É o estudo das peças e teses da advocacia em prol das entidades públicas contra o contribuinte.
No exame de ordem não é algo comum a prova pedir para advogarmos contra o contribuinte por se tratar
de exame de habilitação para ser advogado na medida em que a defesa da Fazenda Pública exige aprovação
em concurso. Porém, houve um único caso de peça no exame nacional em prol da Fazenda: uma contestação
em favor do município no curso de ação anulatória proposta pelo contribuinte.
Importante destacar que o atual edital prevê a possibilidade de serem solicitadas várias peças de defesa da
Fazenda, como execução fiscal, cautelar fiscal, contestação, impugnação aos embargos, além de recursos
e respostas recursais.
Cabimento: é a peça de defesa do réu sempre que for citado em ação judicial contra ele proposta (a
Fazenda Pública contesta MS, Declaratória, Anulatória, Consignação, Repetição e Declaratória cumulada
com Repetição).
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Estrutura da Peça:
- Endereçamento ao mesmo juiz da ação (se o enunciado indicar o juiz, basta copiar; se não indicar, deve-
se fixar o endereçamento usando as mesmas regras de endereçamento das ações judiciais);
- Com epígrafe;
- Dos Fatos
- Do Direito
- Dos Pedidos
Dica: nas peças de defesa da Fazenda Pública em juízo não se deve fazer referência à procuração.
Cabimento: é a ação cautelar proposta pela Fazenda Pública contra o contribuinte quando, após o
lançamento, forem praticados atos tendentes a fraudar o pagamento da dívida. Na prática, a cautelar fiscal
paralisa o patrimônio do devedor.
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Estrutura da Peça:
- Sem epígrafe;
Pedidos:
a) concessão da liminar bloqueando os bens do Requerido em quantidade suficiente para garantia do
crédito;
b) sentença;
c) citação;
d) custas e honorários;
e) juntada de documentos;
Dá-se a causa...
Dica: a defesa do contribuinte na cautelar fiscal se dá por meio de contestação. A mais importante tese
nessa contestação é o excesso na quantidade de bens bloqueados, isso porque a medida somente pode
recair sobre os bens suficientes para garantia do crédito (art. 4º da Lei 8.397/92).
Cabimento: é a peça de defesa da Fazenda Pública nos embargos opostos pelo contribuinte.
Estrutura da peça:
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- Com epígrafe;
- Qualificação completa das partes;
- Fatos, direito e pedidos (acolhimento da impugnação para julgamento improcedente dos embargos).
- Deferimento da juntada de documentos + protesto pela produção de provas.
Cabimento: é a petição inicial elaborada pela Fazenda Pública para instaurar o rito da execução fiscal,
utilizando a CDA como título executivo em anexo (possibilidade prevista no art. 6º da LEF). Lembrar que
outra opção é enviar a CDA diretamente ao judiciário para que ela funcione, ao mesmo tempo, como petição
inicial e título executivo da execução fiscal.
Estrutura da peça:
- Endereçamento normal;
- Sem epígrafe;
- Qualificação completa das partes;
- Fatos, direito e pedidos;
- Pedidos:
a) julgamento procedente do pedido;
b) citação do executado para garantir o juízo e opor embargos;
c) juntada da CDA.
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Cabimento: é a manifestação da autoridade impetrada no mandado de segurança (individual ou coletivo)
impetrado pelo contribuinte.
Lembrar que existem duas figuras no polo passivo do MS: autoridade coatora e a PJ interessada atuando
em litisconsórcio. Como identificar para quem estamos advogando? Reposta: Enquanto a LMS afirma que a
autoridade coatora é NOTIFICADA (art. 7º, I) a PJ interessada é CIENTIFICADA (art. 7º, II).
Estrutura da peça:
- Endereçamento ao mesmo juiz do MS;
- Com epígrafe;
- Qualificação completa das duas partes (A FGV qualifica autoridade coatora como pessoa física);
- Fatos
- Direito
- Pedidos (acolhimento das informações para julgamento improcedente do feito)
Em termos estruturais, o item do direito das peças contra o contribuinte é igual ao das demais peças. O
que muda são as teses propriamente ditas, pois raramente os livros de doutrina abordam linhas de raciocínio
contrárias ao interesse do contribuinte.
Seguem as teses mais comuns na defesa da Fazenda:
O art. 111 do CTN determina que preceitos legais que outorgam isenção não podem ser interpretados de
modo a estender o benefício à contribuintes não contemplados pelo legislador. Na defesa do interesse da
Fazenda Pública não se deve invocar o princípio da isonomia. Ex.: se a lei concede isenção de IPVA e ICMS
na compra de veículos somente a portadores de deficiência motora, defendendo a Fazenda devemos invocar
o art. 111 contra a pretensão de qualquer contribuinte que deseje ampliar o alcance do benefício à outras
categorias de deficiências (porém, se nosso cliente for o contribuinte, neste mesmo caso, devemos utilizar
o raciocínio contrário, invocando o art. 150, II, da CF, ou seja o princípio da isonomia tributária).
Conforme já visto, o art. 166 cria obstáculos para restituição de tributos indiretos pelo contribuinte de
direito, além de proibir a restituição pelo contribuinte de fato (pois este não tem relação jurídica com o
fisco). Na prática, defendendo o interesse da Fazenda Pública, sempre que o contribuinte pretender a
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restituição de um tributo podemos alegar que o tributo é indireto e invocar o art. 166 do CTN de modo a
impedir a restituição.
Lembrar ainda que a pretensão de restituição prescreve no prazo de 5 anos (art. 168 do CTN).
Sempre que o contribuinte invocar a proteção de um princípio, na defesa do interesse da Fazenda deve-se
dizer que a situação se enquadra em alguma exceção à incidência do princípio invocado.
Exs.:
1. Legalidade (alegar que o caso é de IOF, IPI, II, IE, etc.)
2. Anterioridade (enquadrar em uma das 13 exceções)
3. Vedação do confisco (dizer que o tributo é extrafiscal)
4. Uniformidade geográfica (alegar que a situação se enquadra como zona de incentivo fiscal)
5. Não limitação (dizer que se trata de pedágio)
Tese nº 04 – Imunidades
Sempre que o contribuinte invocar a proteção de uma imunidade, para defender a Fazenda basta enquadrar
a situação em alguma das diversas normas constitucionais de “contenção das imunidades”. Exs.: art. 150,
§§2º, 3º e 4º da CF.
Por fim, na defesa do interesse da Fazenda sempre será possível dizer que a exigência em questão não tem
natureza tributária o que produz o efeito de afastar a incidência de todos os princípios e imunidades
tributárias.
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II. LOUSAS
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