A caixa econômica Federal, embora costumeiramente alegue não ter responsabilidade por
defeitos de construção, afirmando só conceder o financiamento, mas esse não é oi mesmo
entendimento de muitos juízes e tribunais, já que a Caixa Econômica federal, está financiando um imóvel em construção, participa assim do empreendimento, sendo também responsável pela obra.
Através dela vincula-se à obra a garantia de programas habitacionais do
Governo Federal, como “Minha Casa Minha Vida”.
Tanto a marca da Caixa Econômica Federal como os programas habitacionais
são propagandeados como slogans pelas construtoras.
Além do mais, a instituição financeira também acompanha a execução da obra,
por meio da designação de um profissional, engenheiro ou arquiteto.
Incumbe ao profissional a vistoria e mensuração das etapas executadas, como
condição para liberação das parcelas à construtora.
Se há defeito construtivo ou estrutural a Caixa Econômica Federal tem a
faculdade de reter a parcela da construtora até que o defeito seja sanado.
Com esses argumentos há decisões de Juízes e Tribunais reconhecendo a
responsabilidade da Caixa Econômica Federal por defeitos de construção ou vícios estruturais nos imóveis adquiridos na planta.
Fato é que o Superior Tribunal de Justiça entende ser
responsabilidade da Caixa Econômica Federal arcar com as indenizações e reparos a serem feitos ao consumidor, conforme jurisprudência a seguir:
RECURSO ESPECIAL. SISTEMA FINANCEIRO DA
HABITAÇÃO. VÍCIOS NA CONSTRUÇÃO DE IMÓVEL CUJA OBRA FOI FINANCIADA. LEGITIMIDADE DO AGENTE FINANCEIRO.
1. Em se tratando de empreendimento de natureza
popular, destinado a mutuários de baixa renda, como na hipótese em julgamento, o agente financeiro é parte legítima para responder, solidariamente, por vícios na construção de imóvel cuja obra foi por ele financiada com recursos do Sistema Financeiro da Habitação. Precedentes. 2. Ressalva quanto à fundamentação do voto-vista, no sentido de que a legitimidade passiva da instituição financeira não decorreria da mera circunstância de haver financiado a obra e nem de se tratar de mútuo contraído no âmbito do SFH, mas do fato de ter a CEF provido o empreendimento, elaborado o projeto com todas as especificações, escolhido a construtora e o negociado diretamente, dentro de programa de habitação popular. 3. Recurso especial improvido. (STJ, REsp 738071/SC).
Além do seguro, antes de aprovar o financiamento, a
Caixa envia um engenheiro para avaliar a obra; isso gera por si só a responsabilidade da empresa que averiguou a obra e disse estar tudo bem.