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Historia Das Ideias Politicas PDF
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LINHA DE SEBENTAS
História das Ideias Políticas
Índice
1. OBJETO DA HISTÓRIA DAS IDEIAS POLÍTICAS ..................................................................... 3
2. DOIS CONCEITOS DE LIBERDADE: ISAIAH BERLIN ................................................................ 3
3. NOÇÃO NEO-ROMANA DE LIBERDADE : QUENTIN SKINNER .................................................. 5
4. SÉCULO XVIII: THOMAS HOBBES ...................................................................................... 7
5. DOUTRINA DA “CONSTITUIÇÃO MISTA ” (SÉC.IV A.C.): ARISTÓTELES .................................... 8
6. ‘’ a constituição mista’’........................................................................................... 11
7. A IDADE MÉDIA/A ÉPOCA MEDIEVAL ............................................................................. 12
8. A CONSTITUIÇÃO MEDIEVAL E A SUPREMACIA DA COMUNIDADE POLÍTICA .......................... 14
8.1. O PODER POLÍTICO DA MONARQUIA E A “CONSTITUIÇÃO MISTA ” DE S. TOMÁS DE
AQUINO (1225-1274) ................................................................................................... 14
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Esta noção de liberdade é refutada por HOBBES: Afirma que a liberdade é a ausência de
impedimento; atitude anti coerciva: ‘’liberdade negativa”
Segundo Quentin Skinner, Isaiah Berlin não pode afirmar que existe uma dupla-
conceção de liberdade (positiva e negativa): Skinner postula uma conceção neo-
romana de liberdade
o O que importa é a forma de governo – autogoverno – que resulta da
vontade do povo, isto é, a forma de governo e a conceção de liberdade
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têm que ter por base a participação de todos os Cidadãos. Desta forma,
todos os cidadãos devem participar individualmente na constituição do
poder público (ex.: voto)
ASSIM: Ser livre é ser cidadão de um Estado livre no qual as leis regentes
dependem do consentimento dos cidadãos
o Participação leva à liberdade e ao desejo de representação: vontade é
legítima mesmo quando estão envolvidas considerações relacionadas
com a segurança comum e com o bem-estar da sociedade – envolve a
criação de obstáculos ao indivíduo
O bem comum pode predominar sobre os direitos individuais:
limita a liberdade individual – Liberdade pode significar
impedimentos, para que ninguém fique seja vítima da vontade
arbitrária de outrem: autoridade para garantir a liberdade
(defendia a existência de leis para atingir a liberdade)
Desta forma Skinner defende:
o Liberdade ≠ Escravidão
Escravidão: não há liberdade, o indivíduo depende portanto da vontade
arbitrária de outrem
o O escravo depende da boa vontade do senhor: O escravo não participa
Skinner afirma que, as Nações e os Estados não são livres se a sua ação está
dependente de normas externas, ou submetida a um tirano
o Os cidadãos destes Estados são escravos mesmo que tenham vontade
intrínseca de serem livres, porque estão sujeitos a um Estado tirano
Os Estados são escravizados quando estão sujeitos à vontade de outros Estados
(relação metrópole/colónia) e sempre que a sua Constituição não tenha
mecanismos de defesa, permitindo o ABUSO DE PODER e a aplicação de medidas
discriminatórias
SOLUÇÃO - UMA CONSTITUIÇÃO MISTA que englobe:
O Rei /Senhor O Senado Aristocrático Assembleia Democrática
Moderam os excessos democráticos da maioria
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Objetivo: o Rei não se torna tirano e o povo deixa de ser escravo – Equilíbrio entre os
elementos que constituem a sociedade
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Surge num contexto histórico específico marcado pelo pós-1ª Guerra Mundial.
Não achava que a liberdade fosse uma caraterística natural do homem, devia
O ideal a atingir não é uma sociedade justa, mas sim, o bom cidadão, isto é, o
A grande questão da filosofia aristotélica é saber como é que o homem pode viver uma
“vida boa”
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o ‘’ Vida boa’’ é aquela que permite aos homens exercer as suas virtudes
intelectuais e de caráter.
É a vida em comunidade que faz o homem ser o que fora dela não
o consegue ser.
Para Aristóteles, o Homem só é Homem enquanto ser político e social, daí a Pólis ser
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PÓLIS
Comunidade de indivíduos que participam no Governo de uma comunidade de
pessoas livres e iguais – não há submissões: ser livre é não estar sujeito a ninguém e
não ter ninguém sujeito a nós
FAMÍLIA ALDEIA
Objetivo natural de reprodução que Conjunto de famílias que se juntam para
engloba governantes e governados se protegerem do inimigo externo,
garantindo melhor a preservação
A Pólis representa a forma mais natural de viver; porém, para que tal seja possível, é
necessário que haja escravos para que o homem seja libertado da necessidade
As funções económicas de subsistência da Pólis têm que ser garantidas por não-
cidadãos (escravos e emigrantes)
o Requer a escravatura, isto é, a existência de súbditos que não fazem parte
da Pólis
É natural, ou seja, nasce com o Homem, na medida em que uns
nascem com aptidões físicas e outros com intelectuais.
Assim: Escravatura é natural = necessária para a sobrevivência da
Pólis.
A Liberdade é feita pelo Homem:
o É alcançada através da libertação das necessidades mais primárias da
vida, sendo isto resolvido pelo recurso ao trabalho escravo (escravizando
os outros).
A qualidade de escravo alivia os Homens livres da coerção da
necessidade. O Homem livre, o cidadão da Pólis, não é
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6. ‘’ A Constituição Mista’’
Constitui uma proposta para a boa organização da cidade com base num estudo
empírico de constituições de várias cidades.
É um meio que não está associado à limitação do poder, mas sim ao equilíbrio e
união dos outros “órgãos políticos”
o É um meio para evitar a dissolução da Pólis, que estava ameaçada pela
radicalização da luta entre ricos e pobres: Guerra Civil
Solução: uma melhor forma de governo para manter unida a
comunidade (equilíbrio entre as diversas componentes
constituintes da cidade)
Objetivo: tentar acabar com as desigualdades económicas e
sociais.
Para Aristóteles, tudo isto se torna um ciclo (as coisas naturalmente entram em
decadência e renovação) – DEGENERAÇÃO: possibilidade de dissolução,
deixando de haver comunidade (meio natural do homem)
o A degeneração era motivada pela determinação económica, isto é, na
divisão entre ricos e pobres, na qual cada classe, consoante a sua riqueza,
deseja diferentes formas de organização política que mais lhe favoreça.
Conduz a um ciclo vicioso, precisamente a essa degeneração, pois
nenhum homem é virtuoso o suficiente para evitar esta realidade:
por outras palavras, a virtualização do poder está omnipresente,
isto significa a constante possibilidade de o poder vir a ser
transformado em prol dos respetivos interesses
É na classe média que a vida é melhor, na medida em que consiste no justo meio.
o Desta forma a sua existência é imprescindível para atenuar os contrastes
entre ricos e pobres.
Devia ser maioritária, pois se predominasse estariam criadas melhores condições
para a vida política, evitando a degeneração.
o Promovendo a união e convidando os cidadãos ao exercício da virtude,
promovendo a atividade racional, chamando todos os elementos a
participar fazendo-os coexistir em equilíbrio.
Objetivo: resolução dos problemas e organização da comunidade, atingindo o
bem comum.
o É a organização da cidade que promove a racionalidade e a virtude em
prol do bem comum.
o Limitado e absoluto
o Só é limitado por Deus
o Se age contra os direitos dos súbditos pode ser morto legitimamente
(tiranicídio)
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O Poder Espiritual e o Poder Temporal são legítimos e têm ambos origem divina
AQUINO (1225-1274)
O grande contributo que S. Tomás de Aquino vai dar tanto à história da Igreja
como à história do pensamento político e filosófico é o de elaborar uma síntese
entre o cristianismo e o Aristotelismo.
Segundo este, e na esteira de Aristóteles, o Homem é um animal social e, mais
do que isso, é um animal político, ou seja, um ser que exige a vida política e social
para se manter e desenvolver, com o fim de satisfazer as suas necessidades
espirituais e materiais
A Sociedade política é a sociedade perfeita, no sentido que é a única:
o Capaz de proporcionar a satisfação de todas as necessidades da vida;
o A sociedade política tem origem natural, ou seja, surge da necessidade
de uma autoridade que governe para que o bem comum se realize: Quem
tentasse alterar esta ordem natural era considerado um tirano, porque
atentava contra uma ordem vigente e pré-estabelecida
Na Idade Média, a Constituição era um conjunto de regras, pactos
e contratos que garantiam a todos as suas liberdades (a uns mais
do que a outros), devendo os costumes e as tradições serem
sempre respeitados
Atentar contra esta constituição natural não positivada é
contrariar a ordem vigente
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S. Tomás de Aquino defende que não há que refletir sobre a organização social
porque a sociedade já está naturalmente organizada: aos homens cabe aceitá-la
e não mudá-la – A Constituição da Sociedade tal como está (natural) é boa, visto
que:
o Não serve para limitar os poderes, uma vez que estes já se encontram
limitados – ninguém é soberano
o Há uma descentralização dos poderes que torna essa limitação
intrínseca/natural
A melhor forma de evitar a tirania do Rei é a adoção da Constituição Mista
o A principal preocupação é evitar que a Monarquia degenere em Tirania.
Para tal, S. Tomás de Aquino recupera a Constituição Mista de Aristóteles,
isto é, a intenção de conjugar o elemento monárquico, com o elemento
democrático e aristocrático.
Esta Constituição mista atribuía importância extra a vários estratos da sociedade:
o O Rei era a ‘’cabeça’’ ou o ‘’coração’’ do Reino, sendo a sua função
exaltada, porque sem ele o reino não sobrevive, sendo neste sentido
superior
o O Rei é inferior ao conjunto das partes, dado que o Rei não existe de
forma autónoma, ele só existe em função da comunidade política,
devendo preservar a ordem dessa sociedade, que é natural, ou seja,
anterior a ele, através da utilização do seu poder judicial, fazendo justiça;
Conceção do Rei justiceiro, que coloca cada um no seu devido
lugar. Desta forma, o Rei consegue manter a paz e medir conflitos.
Deus
Povo
Rei
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Por outro lado, a própria constituição das coisas, isto é, a sua ordem natural, é
limitadora do poder real, na medida em que este governa de acordo com a
vontade de todos os estratos sociais, através da Corte Medieval (representa os
estratos sociais)
9. LIBERALISMO/IDADE MÉDIA
Têm pontos de convergência que explicam a aproximação dos liberais aos
medievais:
o Base na constituição
o Forma partilhada de poder
o Ideia de uma ordem natural – de que resulta o bem geral
o Respeito pelos direitos fundamentais
o Poder descentralizado
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Segundo Bodin, estas situações têm que ser solucionadas, de modo a evitar a
desordem: Considera o poder político do soberano limitado.
o O direito divino, isto é, o respeito pelas leis divinas e naturais
o Respeito pela propriedade dos súbditos
o O direito natural
o As leis humanas e fundamentais do Reino
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EM SUMA: Jean Bodin foi o grande pensador da monarquia absoluta europeia. Defendia:
Thomas Hobbes tinha uma teoria ainda mais extrema do poder soberano.
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DESORDEM SOCIAL
Rousseau postula que existe uma ordem natural das coisas
o A desordem existente no Estado-sociedade deve-se à perfetibilidade:
capacidade do Homem de se aperfeiçoar
Isso constitui um problema, já que em sociedade este terá desejos
que não conhecia no Estado de Natureza.
Desta forma, segundo Rousseau, a Sociedade representa crueldade, escravatura,
desordem/guerra (tirania: lei do mais forte)
o Sociedade: forma de dar segurança aos mais fracos e de garantir aos mais
ricos a sua propriedade.
Também é na sociedade que reside a desigualdade, em termos de propriedade,
magistratura e na transformação do poder legítimo em poder limitado
o Rousseau refuta o contratualismo de Hobbes.
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Em suma:
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Poder está limitado pelo bem público da sociedade e pelas leis da Natureza
reforçadas por leis positivas
É limitado pelas leis positivas decididas por todos
Não pode retirar a propriedade sem consentimento dos homens
Não pode interferir no princípio da propriedade privada
Outro dos temas defendidos por John Locke é a propriedade privada: resulta da
intenção real em cobrar impostos à propriedade – crítica de Locke
A propriedade é um bem absoluto, pois já existe no Estado de Natureza e, sendo
uma instituição anterior à sociedade constitui um direito natural do indivíduo e
por isso nenhum estado o pode limitar ou violar. Desta forma, o indivíduo pode
disfrutar dos seus bens sem nenhuma restrição.
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HOBBES LOCKE
Os homens renunciam a quase todos os Os homens não renunciam aos seus
seus direitos para criar o Estado Absoluto, direitos principais, mas apenas àquela
dotado de um poder mais forte possível parcela de direitos que se revela
necessária para criar um estado liberal.
Rousseau e Locke
A propriedade é um direito natural em Locke
Em Rousseau o soberano decide o destino da propriedade
Para Locke o contrato social é positivo, enquanto para Rousseau, este é artificial.
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Locke e Rousseau/Hobbes
Locke Rousseau/Hobbes
Defesa de uma liberdade negativa, Defesa de um conceito de liberdade positiva,
ou seja, na ausência de na qual o Estado e a vontade da maioria
impedimento. respeitam os direitos naturais
PODER SOBERANO LIMITADO PODER SOBERANO ILIMITADO
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Desenvolvimento do
A liberdade de uns usurpa a liberdade comércio/globalização que acaba por
de outros: recurso à escravatura despoletar a independência privada e o
INDIVIDUALISMO
A liberdade assenta numa garantia dos
É participada por poucos homens
direitos privados
O Homem deve garantir a vigência de
O individuo pode exercer o seu poder
direitos individuais, vigiando o poder
político e discursar
instituído
O cidadão antigo tinha mais tempo
para se dedicar à política, visto que a
sua disponibilidade era suportada por
um regime esclavagista
MAIOR PARTICIPAÇÃO POLÍTICA MENOR PARTICIPAÇÃO POLÍTICA
Esta diferença deve-se sobretudo à evolução das dimensões territoriais e à densidade
populacional:
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A Passagem da liberdade dos antigos para a dos modernos resulta de uma mudança
histórica:
É por isto que se diz que Constant é um apologista do sistema representativo (os
deputados eleitos não têm liberdade total de ação pois são fiscalizados pelo
povo), que é o mais adequado aos cidadãos modernos.
Não há democracia direta no mundo moderno porque:
o A demografia não o permite
o Existem outros assuntos no mundo moderno, que não a política, tais
como: o comércio, o bem-estar privado e a indústria.
Predominância do pensamento liberal, a nível económico e social.
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1 Origem do Individualismo
Centralização
O individualismo é o resultado de um processo histórico, em que se dá uma
igualização das condições sociais
o O poder central foi retirado à Aristocracia
o Descaracterização e submissão da Aristocracia perante a mesma lei
o Concentração do Poder
Por outro lado, o individualismo ficou a dever-se à centralização do poder:
o Destruição dos corpos presentes entre os indivíduos e o soberano
o Os indivíduos são todos iguais perante o soberano e a lei suprema
Criação de uma sociedade individualista
Despotismo Democrático
Consequências do Individualismo
2 Paternalismo Burocrático
Substituição da motivação política pela motivação económica
Preferência pelo bem-estar material em prejuízo do interesse comum
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Sociedade atomizada
A separação absoluta entre a vida pública e privada comporta o risco de deixar
nas mãos da classe política e da organização estatal a determinação do rumo dos
interesses comunitários
o Despotismo Democrático: tiranias das maiorias contra as minorias
o Paternalismo Burocrático: exercido pelo Estado, em nome da ordem
pública, sobre a massa dos indivíduos que lhe confia a direção dos
assuntos públicos. Isso comporta um reforço adicional da classe política.
3 Propostas de Tocqueville:
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Repetitório de Perguntas
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