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Urologia Geral para o Estudante de Medicina - UPE PDF
Urologia Geral para o Estudante de Medicina - UPE PDF
Autores
Semiologia Urológica
Amaury de Medeiros
Anomalias Congênitas
João Victor Tenório Cavalcanti de Aragão, Wagner Cid Palmeira Cavalcante,
Kate Millena Ferreira Barbosa, Sylvia Karla Xavier De Farias, Adriano Almeida Calado
Trauma Urológico
Luiz Henrique C. Simões de Melo, Marília M. S. P. Santos, Adriano Almeida Calado
Urgências Não-traumáticas
Gedson Arlei Maia, Larissa Ferreira Costa. Geraldo de Aguiar Cavalcanti
Infecções Urinárias
André Frederico N. Marques, Claudio G. Viana Neto, Humberto Nascimento
Litíase Urinária
Leonardo L. Monteiro, Marina Tôrres Leal, Francisco J.C. Cavalcanti
Massas Renais
Karla C. Rocha Avelino, Rafael Azevedo Foinquinos, José Rafael Pereira de Araújo
Tumores de Bexiga
Mauro Ricardo L. Marques, Frederico Rangel Araújo Filho, Fábio Oliveira Vilar
Doenças da Próstata
Luiz Paulo Figueiredo Vieira, Roberto Cohen Foinquinos
Alteração do Conteúdo Escrotal
Gedson Arlei Maia, Raquel Bahia Lustosa, Pedro Tomaz de Aquino
Tumor de Pênis
Karla C. Rocha Avelino, Milena S. M. Bezerra, Araken Almeida
Disfunção Sexual Masculina
André Frederico N. Marques, Alberto Ferraz Melo Neto,
Bruno Silva Peixoto de Carvalho
Cuidados pré-operatórios em cirurgia urológica
Luiz Henrique C. Simões de Melo, Andréa Magna Regis da Silva,
Adriane Kalyna de Freitas Mendonça, Yuri Afonso Ferreira
Medicamentos mais utilizados em urologia
Luiz Paulo Figueiredo Vieira, Jaqueline Kelly Ferreira de Souza,
Thiago Witrúvio Alves Pereira, Eleazar Menezes Araújo
A. Identificação
B. Anamnése
b1 queixa principal
b2 história familiar
b3. história pregressa ou pessoal
C. Interrogatório sintomatológico
D. Exame físico
Eziyi AK, Ademuyiwa AO, Eziyi JA, Salako AA. Digital rectal examination for
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1. UROPATIAS OBSTRUTIVAS
INTRODUÇÃO
Na população pediátrica, a obstrução congênita do trato urinário é a anomalia
fetal mais comumente identificada. Com o uso em larga escala do ultrassom pré natal, a
hidronefrose fetal é cada vez mais diagnosticada, e já atinge uma incidência de até 1%
em todas as gestações.
Quando nos deparamos com um quadro de dilatação do sistema coletor, é
essencial diferenciarmos entre um processo obstrutivo, definido como uma estenose que
potencialmente leva a lesão parenquimatosa de um quadro de dilatação sem qualquer
consequência à função renal. Assim, dois riscos devem ser evitados: o tratamento
excessivo e o retardo do tratamento. A conduta pós natal adequada nos casos de
dilatação do trato urinário devem ser definidas no período pré natal.
As principais patologias que levam à obstrução do trato urinário na população
pediátrica são representadas pela ostrução da junção ureteropélvica, pelo megaureter e
pela válvula de uretra posterior.
1.2 MEGAURETER
O diâmetro ureteral normal na criança geralmente não excede 5 mm, e ureteres
mais largos que 7 mm podem ser considerados megaureteres (MGU).
Os megaureteres podem ser classificados em quatro grupos baseados na causa da
dilatação em: refluxivo, obstrutivo, ambos refluxivo e obstrutivo, e ambos não refluxivo
não obstrutivo. Subdivisões adicionais em primários e secundários podem ser feitas. As
causas obstrutivas são o principal foco deste capítulo.
2.1. Megaureter Obstrutivo Primário (MOP)
A causa mais aceita do MOP é a presença de um segmento ureteral aperistáltico
de aproximadamente 3 a 4 cm de comprimento que é incapaz de conduzir urina com um
fluxo adequado. A causa deste segmento é desconhecida. Uma estenose verdadeira
raramente é encontra, mas são descritas uma grande variedade de anormalidades
histológicas e ultra estruturais que alteram a função. A alteração da peristalse impede o
fluxo livre de urina, o que resulta em uma obstrução funcional.
2. REFLUXO VESICOURETERAL
Introdução
O refluxo vesicoureteral (RVU) é definido como fluxo retrógrado de urina da
bexiga para o trato urinário superior constituindo geralmente um distúrbio congênito e
relacionado com o desenvolvimento embriológico, podendo ser também uma condição
adquirida ou secundária. O refluxo urinário facilita a ascenção de bactérias para o trato
superior, predispondo desta forma à ocorrência de infecções (pielonefrites). A resposta
imuno-inflamatória causada pela infecção pielonefrítica pode resultar em lesão renal e
formação de escaras, situação denominada como nefropatia de refluxo.
Na vigência de um rim comprometido por escaras cicatriciais, a evolução para
perda de função e eventualmente insuficiência renal terminal é uma das sequelas mais
graves do refluxo vesicoureteral. Estima-se que 5 a 15% dos casos de insuficiência renal
terminal devam-se em última análise ao refluxo vesicoureteral. Alguns pacientes não
evoluem para insuficiência renal, mas apresentam morbidade elevada secundária ao
refluxo: hipertensão e descompensação renal durante a gravidez no caso de pacientes do
sexo feminino. Desta forma, o tratamento do refluxo visa prevenir a lesão renal,
pielonefrites secundárias e outras complicações decorrentes do mesmo.
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Trauma Renal
Etiologia
Aproximadamente 10% das vítimas de trauma atendidas em emergências
apresentam lesão do trato geniturinário (TGU). O rim é o órgão do TGU mais
acometido nesses casos.
Os traumatismos contusos do abdômen (acidentes de trânsito, agressões, esportes de
contato, quedas) são responsáveis por 85% dos casos de trauma renal e os outros 15%
cabem ao traumatismo penetrante de abdômen (ferimentos por projétil de arma de fogo
ou por arma branca em região do flanco). Traumas tipo queda de altura e colisão entre
veículos em alta velocidade mesmo que não apresentem trauma abdominal direto
podem provocar traumatismo renal importante e até lesões vasculares graves do
pedículo renal pelo mecanismo de rápida desaceleração.
Classificação
Tabela 1- Escala de gravidade da lesão renal no traumatismo da AAST
Grau da
lesão renal* tipo de lesão descrição da lesão
Grau 1 Contusão hematúria micro, na maioria dos caso, ou macroscópica com exames de imagem normais
Hematoma hematoma subcapsular (contido pela cápsula renal íntegra) não expansível e sem laceração do parênquima renal
Grau 2 Hematoma hematoma perirrenal não expansível confinado ao retroperitônio, contido pela fáscia de Gerota (cápsula renal rompida)
Laceração laceração < 1cm no parênquima, sem lesão do sistema coletor
Grau 3 Laceração laceração > 1cm na profundidade do parênquima renal, sem ruptura da via excretora
Trauma Vesical
Etiologia
Lesões vesicais ocorrem mais frequentemente por forças externas.
Traumatismo penetrante em hipogástrioperfuração vesical. Traumatismo
contusofratura de baciaperfuração vesical extra-peritoneal por espículas ósseas.
Traumatismo contuso com bexiga repletaperfuração da cúpula vesical, intra-
peritoneal.
Lesões iatrogênicas podem ser decorrentes de procedimentos ginecológicos e
de outros procedimentos pélvicos, bem como de reparo de hérnias e operações
transuretrais.
Quadro Clínico
História de lesão contusa no andar inferior do abdômen, dor em hipogástrio,
incapacidade de urinar em geral, hematúria macroscópica em mais de 95% dos casos
que conseguem micção. No exame de toque retal, os pontos de referência poderão não
estar claros, devido a um importante hematoma pélvico. Sinais tardios de peritonite
surgem nos casos de ruptura vesical intra-peritoneal.
Exames de Imagem
O diagnóstico é feito através da cistografia simples (instilação vesical de 300 a
400 ml de solução contrastada hidrossolúvel associada a uma seqüência de raio-x) ou da
cistotomografia (TAC com contraste endovenoso e intravesical).1,4 A UGE e a TAC c/c
podem ser utilizadas ao invés da cistografia caso haja contra-indicação a sondagem
vesical por lesão uretral. Vale lembrar que a injeção de contraste endovenoso e o
simples clampeamento da SVD sem injeção do contraste intra-vesical resulta em um
número elevado de exames falso-negativos.
Tratamento
Nos casos de contusão vesical sem hematúria intensa, não há necessidade de
qualquer tratamento. Caso haja hematúria intensa, uma SVD 3 vias é passada e deixada
em irrigação contínua até cessação da hematúria, quando é retirada.
Os casos de ruptura vesical extra-peritoneal (60% dos casos) podem ser tratados apenas
com drenagem vesical por SVD por 10 dias. A remoção da SVD deve ser feita somente
após cistografia de controle que não demonstre extravasamento de contraste.4 Grandes
coágulos na bexiga, espículas ósseas intra-vesicais ou lesões envolvendo o colo vesical
precisam ser tratados cirurgicamente (abertura longitudinal da bexiga e rafia das lesões
pelo lado de dentro e com fio absorvível).
Os casos de ruptura intra-peritoneal (30% dos casos) devem ser tratados
cirurgicamente por meio de um acesso transperitoneal.
Trauma Uretral
Etiologia
As lesões uretrais são raras e acontecem mais nos homens do que nas mulheres.
Pode haver contusão, laceração ou transecção ao longo da uretra. A uretra masculina
pode ser dividida em uretra anterior (peniana e bulbar) e posterior (membranosa e
prostática).
As lesões uretrais posteriores estão relacionadas a fraturas pélvicas por traumatismo
contuso. A uretra membranosa sofre cisalhamento do ápice prostático na junção
Trauma Escrotal
Etiologia
Traumatismo contuso, ferimentos lácero-contusos e acidentes com máquinas
industriais.
Quadro Clínico
Pode haver hematoma e equimose local nos casos de contusão. Pode ocorrer
solução de continuidade sem perda de tecido e até avulsão total da pele escrotal.
Geralmente, os testículos e cordões espermáticos permanecem intactos.
Exames de Imagem
É necessário afastar a suspeita de ruptura testicular nos casos duvidosos e isto
pode ser feito por meio da USG.
Tratamento
Hematomas e equimoses resolvem-se espontaneamente com tratamento
conservador. Lacerações superficiais podem ser desbridadas e fechadas por sutura
primária. Nos casos de avulsão extensa da pele escrotal, é importante providenciar
cobertura para os testículos e cordões espermáticos, o que será efetuado pela alocação
dos testículos e cordões espermáticos nos tecidos subcutâneos da raiz da coxa.
Posteriormente, pode-se fazer a reconstrução do escroto com um enxerto de pele ou
pedículo de coxa.
Trauma Testicular
Etiologia
Traumas contusos por acidentes esportivos e agressões são as principais causas.
Quadro Clínico
Há dor testicular intensa. Pode ocorrer sensibilidade no abdômen inferior. Um
hematoma pode circundar o testículo, tornando difícil o delineamento das margens
testiculares no exame físico.
Exames de Imagem
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INTRODUÇÃO
A infecção do trato urinário (ITU) é uma patologia extremamente frequente, que ocorre
em todas as idades, do neonato ao idoso. A sua prevalência varia de acordo com a faixa
etária: durante o primeiro ano de vida, devido ao maior número de malformações
congênitas, especialmente válvula de uretra posterior, acomete preferencialmente o sexo
masculino. A partir desse período, durante toda a infância e principalmente na fase pré –
escolar, as meninas são acometidas por ITU 10 a 20 vezes mais do que os meninos. Na
vida adulta, a incidência de ITU se eleva e o predomínio no sexo feminino se mantém,
com picos de maior acometimento no início da vida sexual ou relacionado à atividade
sexual, durante a gestação ou na menopausa, de forma que 48% das mulheres
apresentam pelo menos um episódio de ITU ao longo da vida. Na população idosa, a
ITU apresenta-se como uma importante causa de morbi-mortalidade, acometendo
homens e mulheres, principalmente naqueles pacientes institucionalizados e portadores
de demência e limitações motoras.
A ITU é classificada como não complicada quando ocorre em pacientes com trato
urinário normal e é adquirida fora de ambiente hospitalar. As condições que se associam
à ITU complicada incluem as de causa obstrutiva (hipertrofia benigna de próstata,
tumores, urolitíase, estenose de junção uretero – piélica, corpos estranhos, etc); anátomo
– funcionais (bexiga neurogênica, refluxo vesico – ureteral, nefrocalcinose, divertículos
vesicais); metabólicas( insuficiência renal, diabetes mellitus, transplante renal); uso de
catéter de demora ou qualquer tipo de instrumentação.
ETIOLOGIA
Segundo Ronald (2003), os agentes etiológicos de ITUs são, geralmente, provenientes
da microbiota intestinal. Em infecções comunitárias, Escherichia coli é o agente mais
freqüente, seguido por Staphylococcus saprophyticus, Klebsiella spp, Enterobacter spp
e Proteus spp. De maneira similar, as bacteriúrias hospitalares são causadas, em sua
maioria, por microorganismos de origem endógena podendo também ser originadas por
microorganismos do ambiente hospitalar. Dentre os agentes mais comuns de
bacteriúrias hospitalares estão E. coli, K. pneumoniae, Enterobacter spp, Citrobacter
spp, Serratia spp, Providencia spp, e Enterococcus spp, sendo E.coli o mais freqüente.
FISIOPATOLOGIA
Em geral, as bactérias infectam o trato urinário por ascensão através da uretra,
explicando em parte a maior predisposição da mulher em apresentar ITU por possuírem
uretra curta, embora a infecção hematogênica possa ocorrer em raros exemplos entre
meninos jovens. Infecção ascendente do trato urinário é um processo complexo que tem
sido associado a propriedades de adesão bacteriana, virulência e motilidade, assim como
fatores anatômicos, humorais e genéticos.
Houve avanços importantes na definição dos fatores de virulência bacterianos que
aumentam a infectividade bacteriana. Outros pesquisadores têm estudado fatores que
conduzem para a susceptibilidade do hospedeiro. Entretanto, é a interação complexa
entre esses fatores de virulência bacteriana e a resposta do hospedeiro que determina o
resultado da exposição bacteriana. Apesar dos recentes avanços nas pesquisas, a
PIELONEFRITE AGUDA
INTRODUÇÃO
Pielonefrite aguda (PNA) é uma doença inflamatória infecciosa envolvendo o
parênquima e a pelve renal. Ocorre, predominantemente, em indivíduos do sexo
feminino, sendo especialmente freqüente em mulheres jovens e ativas sexualmente. Por
envolver o parênquima renal, a PNA está associada a complicações clínicas mais
severas e a uma maior morbidade dentre as infecções do trato urinário (ITU).
No Brasil, as estimativas gerais de freqüência de ITU são escassas. Nos Estados Unidos,
as ITUs são responsáveis por , aproximadamente, 7 milhões de consultas médicas e 1
milhão de visitas às salas de emergência anualmente. Em relação às pielonefrites
agudas, dos 250 mil atendimentos anuais naquele país, cerca de 100 mil requerem
hospitalização. Segundo Nicole, a taxa de hospitalização de mulheres com pielonefrite é
de um caso para cada mil.
FISIOPATOLOGIA
Acredita – se que a infecção ascendente seja a mais comum. Infecções hematogênicas
podem causar abscessos únicos ou múltiplos.
ETIOLOGIA
Os patogénios são, sobretudo, as bactérias aeróbias Gram negativas, como Escherichiae
coli, a Klebsiella , Proteus, Pseudomonas, Serratia, Citrobacter e Enterobacter. São
também comuns espécies Gram positivas, como o Enterococcus faecalis e o
Staphylococcus aureus.
DIAGNÓSTICO
O quadro típico é o de um doente febril, com dor lombar e sintomas gerais, como
astenia e anorexia. Pode apresentar sintomas urinários irritativos, como disúria,
polaquiúria e imperiosidade, e a urina apresenta – se turva e com odor intenso.
A febre é tipicamente elevada, e a dor lombar, geralmente, descrita como surda, de
intensidade moderada e sem irradiação específica.
Os sintomas urinários podem preceder, em alguns dias, a febre, a dor lombar e os
sintomas gerais (o que corresponde a um quadro de cistite inicial, com posterior
ureterite e pielonefrite).
No exame físico, a par da febre, deparamo – nos com um doente taquicárdico,
taquipnéico, muitas vezes com distensão abdominal e dor à palpação renal bimanual e à
percussão do ângulo costovertebral do lado afectado (o chamado sinal de Giordano).
É importante ter a noção, no entanto, que este quadro, sendo o clássico, não é,
necessariamente, o mais frequente. Calcula – se que cerca de 30% dos quadros
diagnosticados como cistite aguda, em doentes apiréticos são, de fato, pielonefrites. Nas
crianças, a apresentação é, inicialmente, enganadora, podendo apresentar, unicamente,
dor abdominal difusa e náuseas.
EXAMES COMPLEMENTARES
Em termos analíticos, ocorre leucocitose com neutrofilia com desvio esquerdo, ou seja,
presença de formas jovens no esfregaço. Ocorre, também, aumento dos níveis de
proteínas de fase aguda, como a LDH, a PCR e o fibrinogênio. A TGO, enzima presente
no parênquima renal, também pode estar elevada. O sedimento urinário pode mostrar
leucocitúria, eritrocitúria, proteinúria e a presença de nitritos (estes nem sempre
presentes, dado que a polaciúria, frequentemente, impede a estase urinária necessária
para a redução dos nitratos). O sedimento pode também apresentar cilindrúria e
leucocitúria, achados patognomônicos de pielonefrite aguda.
PROSTATITES
INTRODUÇÃO
O termo prostatite descreve uma combinação de doenças infecciosas (prostatite
bacteriana aguda e crônica), uma síndrome de dor pélvica crônica e inflamação
assintomática. A classificação do Instituto Nacional de Saúde tem aceitado
internacionalmente e inclui quatro síndromes.
Tipo 1: prostatite bacteriana aguda é caracterizada por uma infecção bacteriana aguda
do trato urinário.
Tipo 2: prostatite bacteriana crônica é uma infecção bacteriana persistente da próstata
levando a infecção do trato urinário recorrente causada por mesma classe bacteriana.
Tipo 3: síndrome de dor pélvica crônica é caracterizada por sintomas de dor pélvica
crônica na ausência de infecção do trato urinário. Os sintomas incluem dor urogenital
característica, dificuldade de esvaziamento da bexiga e disfunção sexual que
substancialmente diminuem a qualidade de vida dos pacientes. Existem dois subtipos:
Prostatite crônica
O sintoma mais comum é a dor. Essa dor pode ser perineal, peniana, supra –
púbica, lombar inferior, anal, testicular ou inguinal. Pode ocorrer durante ou após a
ejaculação. Sintomas urinários irritativos e obstrutivos não são obrigatórios)
O exame físico desses pacientes é pobre e, usualmente, não revela alterações de
relevo.
EXAMES COMPLEMENTARES
Prostatite aguda
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67
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tract symptoms. Urol Clin North Am. 2009 Nov;36(4):527-36
Naber KG. Management of bacterial prostatitis: what's new? BJU Int. 2008 Mar;101
Suppl 3:7-10.
Introdução
A litíase renal é uma afecção frequente na prática clínica. Sua presença é estimada em
3% da população geral, tendo sido verificado aumento de sua prevalência nos últimos
30 anos. É uma doença altamente recorrente, com taxas chegando a 50% em 5-10 anos e
75% em 20 anos. A nefrolitíase apresenta pico de incidência na terceira década de vida,
sendo mais comum em homens, numa proporção de 2-3:1.
Fisiopatologia
Quadro Clínico
Exames Complementares
Tratamento
Inicialmente na urgência deve-se tratar a dor do paciente. As drogas mais utilizadas são
os antiespasmódicos e a dipirona®, que diminuem o tônus e a amplitude das contrações
normais do ureter e da bexiga, além da metoclopramida, que exerce um antagonismo
cerebral e periférico a dopamina, atuando na sensibilidade dolorosa local e no sistema
nervoso central. Outras drogas também muito utilizadas são os opiáceos devido às suas
ações analgésicas potentes e os inibidores da prostaglandina, que diminuem a pressão de
filtração glomerular por levarem à vasoconstricção da arteríola aferente. Caso o
paciente apresente cálculo urinário obstrutivo associado à infecção, drenagem cirúrgica
é mandatória através de nefrostomia ou introdução de cateter duplo jota.
A LECO é utilizada para tratar cálculos renais de até 20mm. A sua eficácia vai
depender da densidade e da localização do cálculo. Haverá maior fragmentação nos
cálculos de densidade menor que 1000 Unidades Hounsfield na tomografia. Em relação
à localização dos cálculos, aqueles de cálice renais inferiores apresentam uma menor
A NLPC está indicada no tratamento de cálculos renais maiores do que 20mm, cálculos
coraliformes, cálculos em cálice inferior e em divertículo calicinal, casos de insucesso
da LECO e em rins ectópicos ou em ferradura.
Cálculos ureterais de até 5mm, entre 5 e 10mm e maiores do que 10mm são eliminados
espontaneamente em 80%, menos de 50% e 20% dos casos, respectivamente. Para
cálculos ureterais de até 5mm, costuma-se ter uma conduta conservadora na qual se
utiliza nos pacientes analgésicos e alfa-bloqueadores (tansulosina), que atuam na
musculatura lisa do ureter, reduzindo os espasmos e facilitando a eliminação do
cálculo.
A ureterolitotomia laparoscópica deve ser considerada quando uma cirurgia aberta para
a remoção do cálculo é a opção devido a uma associação com estenose de ureter ou
estenose da junção ureteropiélica.
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INTRODUÇÃO
As massas renais podem ser classificadas como sólidas, císticas ou mistas, conforme
achados de imagem; segundo o histopatológico, em: malignas, benignas ou
inflamatórias. A ultra-sonografia abdominal e a tomografia computadorizada são,
indubitavelmente, ferramentas valiosas para o rastreamento e detecção de tumores
renais, tanto benignos quanto malignos, pela sua fácil acessibilidade, seu baixo custo e
ausência de complicações. Diferentes tipos de tumores podem ser observados ou
suspeitados por estes métodos. A US, TC e Ressonância Magnética (RM) proporcionam
o diagnóstico correto em torno de 95% dos casos.
As massas renais sólidas que captam contraste na TC podem ser consideradas malignas.
Muitas vezes não é possível diferenciar lesões benignas das lesões malignas.
Aproximadamente 10 a 15% das lesões sólidas pequenas que na TC parecem ser
malignas, na verdade são adenomas ou oncocitomas na histopatologia pós-operatória. A
RM é bem-indicada se há perda de função renal ou quando o contraste não pode ser
usado. Também é útil na distinção entre carcinoma renal e oncocitoma, que apresenta
cápsula e cicatriz central estrelada à RM.
A classificação de Bosniak dos cistos renais foi introduzida em 1986 e tem sido
utilizada para avaliar massas renais císticas e como auxiliar na tomada de decisões
clínicas. Tem sido aceite e utilizada por urologistas e radiologistas como uma forma
eficaz de classificar este tipo de lesões existindo uma boa concordância inter-
Classificação de Bosniak:
Tipo I – Cisto benigno simples de parede fina, não septado, sem calcificações ou
componentes sólidos. Lesão bem delimitada, adjacente ao parênquima sem
espessamento ou realce de parede e com densidade semelhante a da água. Não há risco
de malignidade.
Tipo II – Cisto benigno com septos finos. Calcificações ou não na parede ou nos septos.
Alta atenuação. Inferiores a 3 cm com margens irregulares não captantes.
Tipo IIF – Cisto com septos finos, captação mínima de contraste nos septos e/ou
paredes que podem ter espessamento mínimo. Pode conter calcificações nodulares e
espessas sem captação de contraste. Não possuem captação em tecidos moles. Lesões
intra-renais >3cm são também incluídas nesta categoria desde que sejam não captantes e
bem delimitadas. Pode haver até 15% de chance de malignidade.
Tipo III – Lesões císticas indeterminadas pode demonstrar septos mais espessos,
calcificações maiores e discreta impregnação periférica pelo contraste. O risco de
malignidade é significativo, chegando a 25-50%.
A literatura mostra que os pacientes com lesões císticas tipo Bosniak I e II podem
apenas ser acompanhados clinicamente com US, sem necessidade de cirurgia, pois há
baixo índice de maliganidade. O tipo IIF deve ser acompanhados com TC por 6 meses,
1 e 2 anos devido um maior risco de malignidade que os tipos anteriores. Já os que
possuem cistos tipo III ou IV devem ser abordados cirurgicamente (biópsia ou exérese)
devido ao alto risco de serem lesões malignas.
LESÕES BENIGNAS
Os tumores renais benignos podem ter origem de tecido cortical renal (adenoma,
oncocitoma) ou de origem mesenquimal dentro do parênquima ou cápsula renal. A
diferenciação de lesões benignas das malignas por exames radiológico nem sempre é
possível. Em alguns casos o crescimento tumoral pode levar a dor aguda ou hemorragia.
Lesões mesenquimais benignas do rim, incluindo leiomiomas, fibromas, lipomas e
hamartomas, são relativamente incomuns.
A. CISTO SIMPLES
Os cistos renais simples são as lesões renais mais comum, representam mais de 70% das
lesões assintomáticas. Os cistos renais benignos podem ser solitários ou múltiplos e são
achados em mais de 50% dos pacientes maiores de 50 anos de idade. Os cistos renais
simples são facilmente identificados pelos exames radiológicos, como já descrito. Em
B. ADENOMA
C. ONCOCITOMA
D. ANGIOMIOLIPOMA
LESÕES MALIGNAS
Epidemiologia
Etiologia
No geral, o único fator de risco ambiental para CCR aceito é o uso de qualquer tipo
tabaco, sendo a risco crescente com dose acumulativa (maço/ano). A obesidade e a
exposição ocupacional a determinadas substâncias (cádmio, arbesto, derivados do
petróleo) também são fatores de risco. A doença cística adquirida, entidade incidental
em 35-50% dos pacientes em hemodiálise crônica, aumenta em 20x o risco de
carcinoma renal, que geralmente é bilateral e múltiplo. Está também associado a fatores
genético/hereditário (como doença de Von-Hippel-Lindau e o carcinoma renal
hereditário) e esclerose tuberosa 4,5.
Tipos histológicos
Diagnóstico clinico-laboratorial
Estadiamento
TNM
TX Tumor primário não
disponível ou classificado
T0 Sem evidencia de Tumor
primário
T1a Tumor limitado ao rim,
<4cm de diâmetro
T1b Tumor limitado ao rim
entre 4 e 7cm de diâmetro
T2 Tumor limitado ao rim,
maior que 7cm
T3a Tumor invade a gordura
perirrenal e/ou adrenal
T3b Tumor invade a v.renal
ou cava
infradiafragmática
T3c Tumor invade a veia cava
Estágio I – T1 N0 M0
Estágio II – T2 N0 M0
Estágio III – T3 ou N1 M0
Estágio IV – T4 ou N2 ou M1
Estágio
I Confinado a cápsula renal
II Invadindo além da cápsula renal, confinado a fáscia de Gerota
IIIA Invadindo a v. renal
IIIB Invadindo linfonodos regionais
IIIC Invadindo a v.renal e os linfonodos regionais
IVA Invadindo órgãos ou estruturas adjacentes
IVB Metástase a distância
Tratamento
Bonsib SM. Renal cystic diseases and renal neoplasms: a mini-review. Clin J Am Soc
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Johnson PT, Horton KM, Fishman EK. How not to miss or mischaracterize a renal cell
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Willatt J, Francis IR. Imaging and management of the incidentally discovered renal
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INTRODUÇÃO
EPIDEMIOLOGIA
O Câncer de Bexiga (CaB) é a quarta neoplasia mais frequente em homens, após câncer
de próstata, pulmão e colo-reto, e a nona em mulheres. Entre os anos de 1985 e 2005, a
taxa do diagnóstico anual de CaB nos Estados Unidos aumentou mais de 50%.
O CaB é cerca de três vezes mais comum em homens do que em mulheres, porém, as
mulheres têm uma chance 30% maior de óbito por CaB quando comparado aos
homens.
FATORES DE RISCO
PATOLOGIA
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
DIAGNÓSTICO
Se houver suspeita clínica de CaB, mesmo com os exames negativos, deve-se fazer a
pesquisa de células tumorais na urina e a cistoscopia. Se ambas forem normais, o
paciente será mantido em vigilância.
A citologia urinária é positiva em cerca de 80% dos tumores de alto grau histológico,
porém, a sensibilidade cai para 40% quando os tumores são de baixo grau. Apesar disto,
sua especificidade é elevada (94%), ou seja, se positiva, é alta a existência de câncer
urotelial, mesmo com exame cistoscópico normal.
TRATAMENTO
A terapia intravesical adjuvante deve ser realizada naqueles pacientes com moderado ou
alto risco de recidiva ou progressão tumoral. No nosso meio, opta-se pela imunoterapia
com BCG intravesical, reduzindo a probabilidade de recidiva em torno de 50%. Drogas
quimioterápicas como a mitomicina-C também podem ser utilizadas.
Os fatores de risco para progressão e/ou recidiva tumoral após o tratamento inicial com
RTU de bexiga são: lesões múltiplas, recidivas préveas (>2), diâmetro > 3 cm, GIII e
GIV, carcinoma in situ, invasão da lâmina própria (T1) e alteração do gene p53.
Medidas paliativas locais ou sistêmicas devem ser tomadas para melhorar a qualidade
de vida do paciente.
Gallagher DJ, Milowsky MI. Bladder cancer. Curr Treat Options Oncol. 2009
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Shariat SF, Milowsky M, Droller MJ. Bladder cancer in the elderly. Urol Oncol. 2009
Nov-Dec;27(6):653-67.
INTRODUÇÃO
HISTOLOGIA
FISIOLOGIA
ANATOMIA
Existem divisões da próstata por lobos e zonas. A divisão por lobos é mais antiga e
descreve os lobos laterais - direito e esquerdo - e o lobo mediano. Este é o aspecto
encontrado durante o exame endoscópico. A anatomia por zonas foi popularizada por
McNeal em 1968 e consiste nas zonas:
3. Densidade do PSA
TRATAMENTO
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Mais importantes:
Menos importantes
o Sintomas moderados;
o Litíase e divertículos vesicais;
o Resíduo urinário significativo;
o Fluxo urinário reduzido.
Uma vez definido por tratamento cirúrgico, em consenso com o paciente, faz-se
necessário esclarecer ao paciente e à sua família os riscos e as possibilidades existentes:
CIRURGIA ENDO-UROLÓGICA
CIRURGIA ABERTA
Utilizada para pacientes com indicação cirúrgica, porém com volume prostático
acima do máximo definido para RTUp. Possui algumas vantagens como a possibilidade
de cura cirúrgica de outras condições como cálculos ou divertículos vesicais.
As principais técnicas são a prostatectomia à Millin (retropúbica) e à Freyer
(suprapúbica). A escolha por cada uma das técnicas é influenciada pelo treinamento do
urologista, pela presença de co-morbidades (cistolitíase, cistostomia prévia,
divertículos) e pela anatomia do paciente (pelves mais estreitas dificultam a Millin).
Ambas retiram apenas o adenoma prostático - zona de transição - permanecendo a
cápsula cirúrgica que é formada pelas demais zonas comprimidas perifericamente pelo
crescimento do adenoma.
CÂNCER DA PRÓSTATA
INTRODUÇÃO
HISTOLOGIA
2 Ligeira variação na forma e tamanho das glândulas, com maior separação entre elas e
maior quantidade de estromas. O padrão de crescimento permanece expansivo, com bordas
menos circunscritas.
4B Muito similar ao aspecto 4A, porém com padrão de células claras muito grandes
conhecidas como hipernefróides, por imitar o aspecto celular visto no "hipernefroma".
FATORES DE RISCO
QUADRO CLÍNICO
BIÓPSIA PROSTÁTICA
ESTADIAMENTO
Estadiamento T
Estágio T1 Descrição: o tumor está limitado apenas à próstata. Nesse estágio, não causa
nenhum sintoma. O tumor ainda é muito pequeno para ser sentido durante um
(Estágio A) DRE ou se observado por imagem durante o processo de varredura. Esses
tumores normalmente são encontrados casualmente durante a cirurgia para um
tumor benigno ou para alguma outra doença da próstata. Os tumores também
podem ser encontrados durante o seguimento dos testes de rastreio que
medem o PSA. Escolhas comuns de tratamento: algumas vezes a cirurgia ou a
radioterapia serão escolhidos durante o estágio T1. Em outros casos, pode ser
que nenhum tratamento seja necessário. Nesses casos, médico e paciente,
decidem simplesmente observar o câncer. A terapia expectante pode incluir
DREs e exames de sangue regulares realizados por seu médico. O tratamento
pode ser iniciado tardiamente, se necessário.
Estágio T1c(BO) Descrição: Tumor identificado através de biópsia por agulha (em
casos de PSA elevado).
Estágio T4a Descrição: o tumor se estende além da próstata e invade qualquer uma
ou todas as estruturas a seguir: o colo vesical, o esfíncter externo (que
ajuda a controlar a micção), e/ou reto.
Estadiamento N
Estadiamento M
TRATAMENTO
ESCORE DE
RISCO PSA(ng/mL) ESTADIAMENTO
GLEASON
Baixo ≤ 10 ≤6 T1c ou T2a
Intermediário Entre 10 e 7 T2b
20
Elevado > 20 8 a 10 T2c ou mais
VIGILÂNCIA ATIVA
BRAQUITERAPIA
RADIOTERAPIA EXTERNA
Tem sido utilizada para o tratamento do câncer de próstata desde a década de 30.
Atualmente, através da tomografia computadorizada, é possível a radioterapia
conformacional que causa menos efeitos adversos que a convencional. É indicada como
tratamento curativo para pacientes com risco baixo ou intermediário associada ou não à
hormonioterapia. Tornou-se uma alternativa para pacientes com risco cirúrgico elevado.
Não deve ser indicada para pacientes com histórico de doenças inflamatórias intestinais
como doença de Crohn ou colite ulcerativa.
PROSTATECTOMIA RADICAL
Este tipo de procedimento compreende a cirurgia a qual retira a próstata com sua
cápsula, vesículas seminais e ductos deferentes. Pode ser realizada a cirurgia aberta, por
vídeo, ou cirurgia assistida por robô. A cirurgia aberta pode ser realizada por via
perineal ou retropúbica (mais comum). A linfadecetcomia pélvica pode ser realizada
durante a cirurgia se houver possibilidade de acometimento linfonodal no caso de
pacientes com risco intermediário ou elevado.
O objetivo final para pacientes que são submetidos à prostatectomia radical é a
cura do câncer, já que todo o tecido prostático é retirado. Portanto, os pacientes
designados para tal procedimento são aqueles que possuem doença confinada ao órgão.
Pacientes que possuem acometimento linfonodal ou invasão para vesículas seminais
possivelmente apresentarão recorrência tumoral necessitando de terapias de resgate.
As principais complicações da prostatectomia radical são a disfunção erétil que
ocorre em cerca de 9 a 89% conforme a série e a incontinência urinária, que ocorre em
cerca de 10% dos pacientes (varia de 2 a 32% de acordo com a série).
HORMONIOTERAPIA
Epstein JI. An update of the Gleason grading system. J Urol. 2010 Feb;183(2):433-40
Loeb S, Schaeffer EM. Optimal therapy in localized prostate cancer: an unfolding story.
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United States, 2010: a review of current American Cancer Society guidelines and issues
in cancer screening.CA Cancer J Clin. 2010 Mar-Apr;60(2):99-119
HIDROCELE
Introdução e Definição
Classificação
1. Hidrocele Simples
Diagnóstico e Tratamento
Diagnóstico e Tratamento
Diagnóstico e Tratamento
VARICOCELE
Introdução e Definição
Classificação
Tratamento
CRIPTORQUIDIA
Introdução e definição
Diagnóstico
Tratamento
Bhosale PR, Patnana M, Viswanathan C, Szklaruk J. The inguinal canal: anatomy and
imaging features of common and uncommon masses. Radiographics. 2008 May-
Jun;28(3):819-35
Ritzén EM, Kollin C. Management of undescended testes: how and when? Pediatr
Endocrinol Rev. 2009 Sep;7(1):32-7
INTRODUÇÃO
O carcinoma peniano é uma doença maligna rara com incidência que varia de
0,1 a 7,9 por 100000 homens. Na Europa a incidência é de 0,1 a 0,9 e no EUA é de 0,7 a
0,9 por 100000; nas áreas como África, Asia e América do Sul o carcinoma peniano
corresponde a 10-20% dos cânceres malignos em homens. No Brasil, nas regiões norte e
Nordeste, na década de 80 representava cerca de 16% dos tumores malignos em
homens adultos e figurava como a terceira neoplasia mais frequente no trato
genitourinário. Nas últimas décadas essse índice vem diminuindo significativamente,
porém ainda é maior que nos países desenvolvidos.
O carcinoma escamoso pode acometer homens de idade entre 20-90 anos, com
um pico de incidência em torno da sexta e sétima décadas. Poucos casos foram
reportados em crianças. O carcinoma verrucoso pode ocorrer entre 18 e 88 anos, porém
dois terços dos casos ocorrem antes dos 50 anos.
ETIOLOGIA
FISIOPATOGENIA
A história natural desse tumor tem comportamento biológico que tende a ser
uniforme. Inicialmente desenvolve-se como lesão exofítica ou ulcerada, que pode
tornar-se invasiva. Acomente mais frequentemente a glande (48%) e o prepúcio (21%),
acometendo ambos em 9% dos casos, porém também pode acometer a haste peniana, o
escroto e as estruturas vizinhas. Invasão uretral é rara. A disseminação se faz
predominantemente por via linfática para os linfonodos inguinais, pélvicos e para-
aórticos. Nódulos inguinais palpáveis estão presentes em 58% dos pacientes ao
diagnóstico e destes somente 17-45% tem metástase linfonodal, no restante, ocorre por
processo inflamatório secundário à infecção do tumor.
A disseminação por via hematogênica é rara, assim como o comprometimento
visceral. A progressão da doença é lenta e os pacientes não tratados geralmente morrem
por complicações regionais como: infecção inguinal, sepse, necrose e hemorragia
secundária à erosão de vasos acometidos (principalmente os vasos femorais). O
diagnóstico é muitas vezes prorrogado visto que os pacientes tendem a negligenciar as
lesões iniciais e somente procuram cuidados médicos quando a doença está avançada e
um tratamento cirúrgico/conservador não mais é possível.
1. Tipo histológico
Os tipos de baixo risco são CV, CVV e CP. O CV não apresenta metástase
mesmo quando atinge grandes tamanhos.
O tipo de risco intermediário é o CE.
Os tipos de alto risco são CB e CS. O CS geralmente é invasivo, de elevada
mortalidade e acomete pacientes jovens.
2. Forma de apresentação
DIAGNÓSTICO
ESTADIAMENTO
CLASSIFICAÇÃO TNM
Tumor primário (T)
Tx – Tumor primário não pode ser avaliado
T0 – Não há evidencia de tumor primário
Tis – Carcinoma in situ
Ta – Carcinoma verucoso não-invasivo
T1 – Tumor invade tecido conjutivo subepitelial
T2 – Tumor invade o corpo esponjoso ou cavernoso
T3 – Tumor invade a uretra ou próstata
T4 – Tumor invade as estruturas adjacentes
Linfonodos regionais (N)
Nx – Linfonodos regionais não podem ser avaliados
N0 – Sem metástase dos linfonodos regionais
N1 – Metástase em linfonodos inguinais superficiais simples
N2 – Metástase em linfonodos inguinais superficiais, múltiplos ou bilaterais
N3 – Metástase em linfonodos inguinais profundos ou pélvicos unilaterais ou
bilaterais.
Metástases à distância (M)
Mx- Presença de metástase distante não pode ser avaliado
M0 – Sem metástase à distância
M1 – Metástase à distância
TRATAMENTO
PROGNÓSTICO
Condições clínica;
Estádio clínico;
Tipo histológico e a forma de apresentação;
Grau histológico;
Invasão linfovascular;
Padrão morfológico de crescimento;
Espessura do tumor primário;
Padrão de invasão;
Expressão do p53.
LESÕES PRÉ-MALIGNAS
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Ranjan N, Singh SK. Malignant transformation of penile lichen sclerosus: exactly how
common is it? Int J Dermatol. 2008 Dec;47(12):1308-9
Introdução
Nas últimas décadas, os avanços da Medicina ofereceram à população um aumento na
expectativa de vida. Entretanto, as demandas da sociedade moderna não se restringem a
“viver mais”, e englobam principalmente um anseio por melhor qualidade de vida. Um
dos fatores que mais influenciam a qualidade de vida de uma população é a função
sexual, Logo a existência de uma disfunção sexual afeta muito a qualidade de vida de
um homem que quando acometida por uma patologia prejudica não apenas a saúde do
homem, como também sua vida conjugal, familiar e profissional.
As disfunções sexuais masculinas podem acometer a libido (desejo), a ereção, a
ejaculação e o orgasmo, podendo estar relacionadas com o aumento ou com a
diminuição das funções citadas acima. Dentre elas, iremos destacar a disfunção erétil e a
ejaculação precoce, por serem as mais freqüentes na população.
Disfunção Erétil (DE)
Bases anatômicas e fisiológicas
O pênis é formado por um par de corpos cavernosos (CC) e o corpo esponjoso, que
circunda a uretra e forma a glande. Os CC são cilindros que se comunicam entre si,
formados por um material esponjoso composto por trabéculas de tecido conectivo que
circundam os espaços sinusoidais. Esses espaços sinusoidais são preenchidos por
sangue durante a ereção. Cobrindo os CC há a túnica albugínea, que é firme e tem duas
camadas distintas. A irrigação arterial do pênis se dá através de ramos da artéria
pudenda interna, dos quais, para fins de ereção, os mais importantes são as artérias
cavernosas que passam através dos CC. A drenagem venosa é feita pelas veias
profundas: peniana e dorsal.
Para entender o mecanismo da ereção proporemos o modelo no qual tudo se inicia
através de impulsos nervosos parassimpáticos originados no sistema límbico e
hipotálamo. Estes impulsos passam nos centros reflexogênicos sacrais (S2-S4), e
chegam ao pênis pelo nervos cavernosos sob a forma bioquímica de óxido nítrico (ON).
O ON desencadeia uma reação nas células musculares lisas que preenchem os espaços
sinusoidais formando GMPc. Esse composto químico reduz a concentração intracelular
de cálcio (Ca++), gerando relaxamento desta musculatura lisa. Este relaxamento,
somado ao maior aporte sanguíneo genital e a compressão do retorno venoso na
albugínea, é o principal gerador da ereção.
Para ocorrer a detumescência, há a quebra do GMPc pela enzima fosfodiesterase-5
(PDE5), fazendo com que a musculatura lisa dos CC se contraia finalizando a ereção.
Além de todo este ciclo bioquímico, além do corpo os aspectos emocionais do homem e
a situação do seu relacionamento influenciam de modo determinante sua função erétil.
Não há boa ereção sem o equilíbrio destes fatores. A DE se dá quando não há harmonia
em algum destes pontos: pênis – mente – relacionamento. Esta desarmonia pode ter
etiologia orgânica, psicogênica ou mista.
Clínica
Define-se DE como a incapacidade de obter ou manter uma ereção suficiente para a
penetração na maioria das relações sexuais. Além da sua importância na vida sexual,
também é considerada fator sinalizador de evento coronariano futuro. Acomete menos
de 3% dos homens com idade inferior a 40 anos, mas esta prevalência aumenta
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Considerações Gerais:
Uma abordagem consistente dos pacientes no período pré-operatório é
fundamental para o sucesso durante a cirúrgica e o pós-operatório. O período pré-
operatório compreende a fase de investigação da patologia do paciente, aproximação
dos familiares, conhecimento da vida pregressa e características individuais, solicitação
de avaliações multidisciplinares quando necessário, e os cuidados pré-operatórios.
Conforme as situações e as peculiaridades de cada caso, essa seqüência deve ser
obedecida, inclusive nas urgências, exigindo do profissional competência e
discernimento clínico.
Avaliação Pré-operatória
Consiste no conhecimento amplo do paciente que será submetido a algum procedimento
cirúrgico. É importante identificar co-morbidades passíveis de elevar a
morbimortalidade do ato operatório, bem como obter o melhor status fisiológico para o
enfermo suportar o trauma cirúrgico. Para isso, consideram-se as informações
fornecidas pelo paciente, suas condições de saúde e os riscos inerentes ao procedimento
proposto.
O diagnóstico cirúrgico inicial deve ser confirmado por meio de investigação clínica e
de exames complementares, ratificando a necessidade da intervenção cirúrgica ou sua
substituição por métodos alternativos. Sua obtenção passa pela realização do exame
clínico (anamnese e exame físico), que orientará a necessidade de exames subsidiários.
A anamnese inicia-se pela identificação do paciente com o fornecimento de informações
relevantes, contribuindo para o raciocínio clínico-diagnóstico. Em seguida, é necessário
proceder à obtenção da queixa principal, relacionada ao padecimento que gerou a
consulta. Na história da doença atual deve constar o início, evolução e estado atual dos
sintomas referidos, em sua seqüência cronológica. Faz-se mister observar também o
componente emocional do indivíduo, o qual pode influenciar o relato dos fatos e obter
os antecedentes fisiológicos, patológicos e familiares, relacionando-os com a cirurgia
planejada (riscos anestésicos e cirúrgicos). O exame físico dos diversos aparelhos deve
preceder inevitavelmente os exames complementares e testes funcionais específicos
empregados, visando à melhor avaliação do grau de disfunção decorrente da doença
primária ou secundária e seus reflexos na cirurgia.
Os exames pré-operatórios serão solicitados de acordo com o risco cirúrgico. A
avaliação do risco cirúrgico é feita através de classificações que agrupam os pacientes
segundo a gravidade da doença, ou de métodos que lhes atribuem pontuação cujo
somatório reportará a uma classificação de risco. Dentre as classificações existentes, as
mais utilizadas são a American Society of Anesthesiology (ASA), baseada em
parâmetros clínicos através dos quais se avalia o risco cirúrgico e anestésico, e o Índice
de Risco Cardíaco (Goldman), cuja avaliação fundamenta-se na presença de condições
que concorram independentemente para haver complicações cardíacas. Todo paciente
deve ser avaliado do ponto de vista cardiovascular e enquadrado em um grupo de risco,
Preparo Pré-operatório
São medidas empregadas para condicionar o paciente o melhor estado fisiológico
possível visando a torná-lo apto para submeter-se ao ato operatório, com mínima
morbidade, suportando as agressões físicas e metabólicas oriundas do procedimento. No
geral, abrange o tratamento das afecções secundárias e dos distúrbios metabólicos,
preparos de rotina e específico, e o preparo pré-anestésico (anestesista).
Os cuidados pré-operatórios comuns são: não raspar os pêlos na véspera, evitar
depilação (caso necessário, fazer uso de depilação química ou tesoura), banho pré-
operatório com solução anti-séptica, solução alcoólica no campo operatório. O aparelho
digestivo deve ser mantido em repouso, com jejum de no mínimo oito horas para
III – Conclusão:
Poldermans D, Hoeks SE, Feringa HH. Pre-operative risk assessment and risk reduction
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Pritchard MJ. Managing anxiety in the elective surgical patient. Br J Nurs. 2009 Apr 9-
22;18(7):416-9
INTRODUÇÃO
A urologia é uma especialidade médica que está em constante expansão, com
seu campo de atuação e número de patologias por ela tratada aumentando cada vez
mais. Portanto, seu arsenal terapêutico cresce na mesma proporção.
Este capítulo abordará os medicamentos que pertencem à prática diária dos
urologistas, porém médicos de outras especialidades geralmente não são familiarizados
com eles. Fármacos que são muito utilizados em várias especialidades médicas, assim
como pelos urologistas, não são o objetivo deste capítulo como os antiinflamatórios e os
antimicrobianos.
FACILITADORES DO ESVAZIAMENTO VESICAL
Este grupo de medicamentos tem por objetivo auxiliar o tratamento dos
sintomas do trato urinário inferior de padrão obstrutivo (jato fraco, intermitente, esforço
miccional e esvaziamento incompleto). Podem também ser utilizados em pacientes que
já apresentaram retenção urinária aguda.
α-BLOQUEADORES
Desenvolvidos inicialmente como anti-hipertensivos, atuam reduzindo o tônus
α-adrenérgico com consequente relaxamento da musculatura lisa dos vasos sanguíneos,
colo da vesícula biliar, próstata e cápsula prostática via receptor α1 adrenérgico.
Existem 3 sub-tipos de cada receptor: α1, α2 e β. No detrusor, a prevalência é
de β-receptores, enquanto no trígono vesical e no esfíncter, é de α. Assim, em resposta à
adrenalina, ocorre retenção urinária temporária. Na próstata, o receptor predominante é
o α1, mais especificamente o α1A.
DOXAZOSINA
Apresenta ação anti-hipertensiva pelo bloqueio dos receptores α1 e também
miorelaxante pela ação no colo vesical, na cápsula e na uretra prostática. Apresenta uma
meia-vida de 19 a 22 horas, apresenta uma biotransformação hepática extensiva e não é
removida na hemodiálise.
A doxazosina é indicada no tratamento medicamentoso inicial dos sintomas do
trato urinário inferior secundários à hiperplasia prostática. A dose inicial é de 1 mg,
sendo elevada gradativamente a cada semana, até uma dose de manutenção de 2 a 4mg
conforme o caso.
Em pacientes com insuficiência hepática ou renal, seu uso é contra-indicado.
Uso associado a outros hipotensores pode potencializar o efeito anti-hipertensivo,
inclusive se associado a inibidores da 5-fosfodiesterase. Nomes comerciais são:
Duomo®, Carduran®, Unoprost®, Zoflux® e Prodil®.
PRAZOSINA
A prazosina é um antagonista α1 muito potente, precursor da doxazosina. Atua
diminuindo a resistência vascular periférica. Atualmente é mais utilizado no tratamento
da hipertensão. Apresenta posologia de 1mg 3 vezes por dia, o que dificulta a adesão ao
tratamento por causa da sua meia-vida curta: 2,5 horas.
TERAZOSINA
Urologia Geral - Calado AA, Cavalcanti GA, Foinquinos RAC Página 100