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Regiões Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro - Plano Básico para o Desenvolvimento da Silvicultura Sustentável
Definição das Cadeias Produtivas
PROJETO:
Regiões Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
Plano Básico para o Desenvolvimento da Silvicultura Sustentável
SILVICULTURA
Romeu e Silva Neto
Milton Casério
MERCADOS
Eduardo Nery
O Plano Básico, em atenção ao que dispõe o seu Termo de Referência, estabelece três
grandes cadeias produtivas no mínimo, com espécies diversificadas, assegurando a biodi-
versidade e prevenindo a monocultura, e múltiplas cadeias menores que ampliam a varie-
dade e as oportunidades produtivas para todo o território da Região N-NO. Além disso, o
Plano desenvolve cadeias e atividades acessórias, como um elenco adicional de oportuni-
dades associadas à silvicultura, e cria as condições para que as cadeias de processamen-
to da madeira se implantem na Região, multiplicando os empreendimentos de transforma-
ção e de produtos acabados que usam floresta plantada.
Um cuidado especial orientou a demarcação das áreas cultiváveis, usando sistema georre-
ferenciado, pelo qual foram usadas terras existentes sem ou com muito baixa utilização,
preservando as áreas de cultura existente, em um modelo denominado agrossilvopastoril
ou simplesmente agroflorestal, pelo qual convivem a floresta plantada e as atividades a-
gropecuárias.
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 9
2. REFERÊNCIAS............................................................................................. 39
ANEXO ......................................................................................................... 42
ANEXO 1 - PRINCÍPIOS NORTEADORES PARA A IMPLANTAÇÃO DA
ATIVIDADE DE SILVICULTURA NAS REGIÕES NORTE NOROESTE DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO.................................................................... 43
FIGURAS
Figura 1 - Logomarca 2011- Ano Internacional das Florestas ..................................... 14
Figura 2 - Resumo Princípios Voluntários - FAO......................................................... 17
Figura 3 - Mosaico de Modelos Agrosilvipastoris ........................................................ 34
FOTOS
Foto 1 - Entardecer entre Coníferas.............................................................................. 9
Foto 2 - No Interior da Floresta ................................................................................... 10
Foto 3 - A Árvore ........................................................................................................ 11
Foto 4 - Floresta de Eucalipto em Consórcio com Floresta Nativa .............................. 13
Foto 5 – Exemplo de Área com Manejo Sustentável Integrado entre Florestas
Plantadas e Nativas .................................................................................................... 31
GRÁFICOS
Gráfico 1 - Área Florestal Certificada com Selo Cerflor no Brasil (2010) ..................... 26
Gráfico 2 - Área Florestal Certificada com Selo FSC no Brasil ( 2010) ....................... 28
“A sociedade humana, desde os primórdios de sua existência, sempre teve nos produtos das
florestas, importantes fontes de materiais para sua sobrevivência, crescimento e desenvolvi-
mento. No início, esses produtos eram oferecidos pelas florestas naturais, abundantes no pla-
neta. Com a continuada exploração desses recursos florestais, tornou-se necessário plantar e
manejar florestas para suprir os produtos exigidos pelo ser humano nas quantidades e nas
qualidades requeridas. Com isso, surgiram novas ciências e novas tecnologias, desenvolvidas
pela sabedoria do homem e pelas suas pesquisas. Dentre essas ciências, destacam-se a silvi-
cultura, a ecologia e a hidrologia. Todas interagem de forma absolutamente íntima e intensa”
Celso Foelkel
1
Baseado em “História das Florestas” de John Perlin. Disponível em
<http://www.alliance21.org/2003/IMG/pdf/final_forets_pt.pdf> Acesso em 20/12/2011
A Árvore
“E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista e boa para comida: e a
árvore da vida no meio do jardim [do Éden] e a árvore da ciência do Bem e do Mal.”
Gênesis 2, 9-10
Foto 3 - A Árvore
Desde a antiguidade a árvore, como imagem mítica, foi utilizada como símbolo do crescimento
espiritual do ser humano. Existe entre o ser humano e as árvores uma afinidade estrutural psí-
quica, intimamente associada ao crescimento e realização de potenciais. A árvore adulta já
está contida na semente. O ser humano também carrega em estado germinal, no fundo do
inconsciente, aquilo que poderá vir a ser
“A árvore simboliza ao mesmo tempo a vida e a morte. Imensa, erguida para o céu, resistente
aos elementos e ao tempo, símbolo da vida que se prolonga e que todos os anos se renova
adquirndo forças, ela não cessou de povoar os nossos sonhos de imortalidade. Mergulha
profundamente as suas raízes no inconsiente coletivo. Eis porque todas as civilizações
veneraram a sua imagem.”
2
In A floresta e o Homem. Org. Regina Machado Leão, vencedor de o Prêmio Colar do Cen-
tenário 2000 do IHGSP - Melhor Livro de Geografia do Brasil. Disponível em
<http://www.ipef.br/publicacoes/livroipef/capitulos.asp> Acesso em 11/12/2011
A Silvicultura no Mundo
No cenário internacional, desde a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambi-
ente e Desenvolvimento, celebrada no Rio de Janeiro em 1992 (Rio-92), o debate in-
ternacional sobre florestas tem alcançado papel de crescente importância na agenda
internacional. O tratamento abrangente das questões relacionadas ao manejo susten-
tável dos recursos florestais é requisito importante nas negociações internacionais,
consagrado nos Princípios sobre Florestas, na Agenda 21, e no Fórum das Nações
Unidas sobre Florestas (UNFF), criado pela Resolução 2000/35, do Conselho Econô-
mico e Social das Nações Unidas (ECOSOC), cujo mandato foi prorrogado até 2015
pela Resolução 2006/49 do ECOSOC.
Segue lista dos principais foros multilaterais que tratam de florestas e seus objetivos
específicos:
UNFF – Foro das Nações Unidas sobre Florestas: foro multilateral dedicado à discus-
são de posições e interesses sobre o assunto. Foi criado com vistas a dar continuida-
de aos processos do Painel Intergovernamental sobre Florestas (IPF), e do Fórum
Intergovernamental sobre Florestas (IFF). Seu principal objetivo é a promoção do ma-
nejo, a conservação e o desenvolvimento sustentável de todos os tipos de florestas.
De acordo com a FAO estes são os princípios que devem nortear a atividade silvicultu-
ral no mundo inteiro. As diretrizes voluntárias freqüentemente se referem a "gestão de
florestas plantadas", que significa o planejamento e a implementação de todos os tipos
de regulamentos, acordos institucionais, atividades de investigação e desenvolvimen-
to, as políticas, as operações de monitoramento e florestais relacionados com a flores-
ta plantada, quer ao nível das políticas estratégicas ou no nível de campo operacional.
O valor econômico da água e do papel das atividades de uso da terra no seu uso sus-
tentável em bacias hidrográficas deve ser plenamente reconhecido. Na formulação de
políticas, planejamento e gestão é fundamental ter em mente o impacto das florestas
plantadas no abastecimento de água e na manutenção da eqüidade na distribuição de
água na paisagem. O objetivo deve ser a manutenção do conjunto completo de servi-
ços ambientais prestados pela água a níveis desejáveis. Para conseguir isso, é impor-
tante a realização de estudos científicos para esclarecer os impactos das florestas
plantadas na qualidade e quantidade da água em diferentes situações.
A Silvicultura no Brasil
Antecedentes históricos
Durante o Brasil Colônia, desde o descobrimento, em 1500, até a independência, em
1822, surgem as primeiras ações do colonizador em relação às florestas que ocupa-
vam quase todo o território então descoberto. Àquela época, o império colonial portu-
guês encontrava-se em franca expansão, despertando o interesse da coroa portugue-
sa pelas reservas florestais da colônia, em virtude da importância estratégica da ma-
deira para a construção naval, como energético e no suprimento à confecção de mó-
veis, entre outras.
Embora a ocorrência de florestas no território descoberto tenha chamado a atenção
das autoridades portuguesas, não foram encontradas nas áreas de ocupação, madei-
ras com as especificações requeridas para a construção de embarcações navais. So-
mente o pau-brasil (Caesalpinia echinata), árvore que acabou dando nome às terras
descobertas, despertou interesse, em razão do corante avermelhado utilizado na Eu-
ropa e do seu potencial para a marcenaria.
A importância estratégica do pau-brasil naquela época levou a Coroa Portuguesa a
estabelecer o monopólio da madeira, visando resguardar os interesses comerciais
portugueses. Os primeiros conflitos entre a ocupação territorial estimulada pelos colo-
3
In Fibria. O Contexto da Sustentabilidade no Negócio Florestal, 2010.
Certificação Florestal
Muitas comunidades vivem nas florestas e muitas pessoas dependem das florestas.
Atenção especial tem sido dada à conservação de solo, água, biodiversidade e outros
valores ambientais e culturais. A preocupação universal com o futuro das florestas está
materializada nos diversos tratados e convenções internacionais. Florestas e atividade
florestal estão na agenda internacional dos governos, dos legisladores, das empresas,
da academia, dos trabalhadores, das comunidades, das organizações não governa-
mentais e dos consumidores.
O equilíbrio entre as demandas econômicas da sociedade e os aspectos ambientais,
sociais, culturais e antropológicos se faz necessário. Madeira de origem legal ou certi-
ficada é uma preocupação global e passará a ser exigida, inclusive em mercados do-
mésticos, o que já ocorre por meio de políticas de compras públicas e privadas em
vários países. Florestas plantadas, por si só, são instrumentos de controle e de deses-
tímulo à produção e comércio de madeira ilegal.
Certificação independente do manejo florestal sustentável e outros mecanismos volun-
tários de comprovação de responsabilidade corporativa (selos verdes, certificações de
gestão ambiental, de responsabilidade social, saúde e segurança do trabalhado) deve-
rão crescer como instrumentos de acesso aos mercados verdes e de qualificação das
florestas plantadas no atendimento de seus predicados sócio-econômicos e ambien-
tais. Em vários países, mais da metade das plantações florestais está certificada; em
outros, a quase totalidade está certificada. É possível estimar que em 2020 cerca de
80% da madeira industrial oriunda de plantações florestais estejam certificadas. Tam-
bém os produtos industriais das florestas certificadas (papel, celulose, painéis, etc.)
deverão encontrar novos sistemas voluntários de comprovar sua adequação ambiental
em seu ciclo de vida, entre os quais os reconhecidamente eficazes selos verdes.
No Brasil, atuam a Forest Stewardship Council - FSC, ou Conselho de Manejo Flores-
tal, que é uma organização internacional não-governamental, fundada em 1993, que
Tipos de certificação
Custos
A certificação envolve custos financeiros, pois as operações florestais precisam se
adequar a algumas normas da certificadora, variando conforme a escala do empreen-
dimento. Esses custos estão muito relacionados à forma de gestão do empreendimen-
to. Uma operação regular, que segue os procedimentos legais, utiliza técnicas de ma-
nejo adequadas, dentre outras ações que caracterizam um bom gerenciamento, estará
bem próxima de receber um certificado de origem. Por outro lado, quanto mais distan-
te a operação estiver em relação a esses aspectos, maiores serão os custos para se
adequar à uma certificação. Assim, existem dois tipos de custos previstos: os custos
diretamente relacionados com o processo de avaliação, licenciamento e monitoramen-
to do uso do selo (custos diretos); e os custos relacionados às ações necessárias para
atender às normas da certificação (custos indiretos). Exemplos:
Cerflor
O Cerflor visa à certificação do manejo florestal e da cadeia de custódia, segundo o
atendimento aos critérios e indicadores prescritos nas normas elaboradas pela Asso-
ciação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e integradas ao Sistema Brasileiro de
Avaliação da Conformidade e ao Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro). Até o final
de setembro de 2010, havia, no Brasil, 29 certificações de cadeia de custódia para
produtos de origem florestal e 12 certificações de manejo florestal pelo Cerflor, que
totalizavam 1.407.420,20 hectares de florestas plantadas.
Princípios FSC 5
• Princípio 1: Obediência às Leis e aos Princípios do FSC
O manejo florestal deve respeitar todas as leis aplicáveis ao país aonde opera, os tra-
tados internacionais e acordos assinados por este país, e obedecer a todos os Princí-
pios e Critérios do FSC.
• Princípio 2: Responsabilidades e direitos de posse e uso da terra
Os direitos de posse e uso de longo prazo relativos à terra e aos recursos florestais
4
In Florestas do Brasil, Serviço Florestal Brasileiro- Ministério do Meio Ambiente, 2010.
5
In RF03 FSC FM – Padrão de Manejo Florestal FSC adaptado para Florestas Plantadas para
o Brasil - V1.0 - Validado em Novembro 2009.
As operações de manejo florestal devem incentivar o uso eficiente dos múltiplos pro-
dutos e serviços da floresta para assegurar a viabilidade econômica e uma grande
gama de benefícios ambientais e sociais.
6
In . Florestas do Brasil, Serviço Florestal Brasileiro- Ministério do Meio Ambiente, 2010.
7
Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_Rio_de_Janeiro> Acesso em
18/03/2011
8
Relatório Brundtland: Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMAD)
Oxford. Comuns Nosso: futuro. Oxford University Press, 1987 p. 43.
Foto 5 – Exemplo de Área com Manejo Sustentável Integrado entre Florestas Plantadas e
Nativas
Analisando um Modelo
Sistemas Agroflorestais9
Sistemas agroflorestais são formas de uso ou manejo da terra, nos quais se combinam
espécies arbóreas (frutíferas e/ou madeireiras) com cultivos agrícolas e/ou criação de
animais, de forma simultânea ou em sequência temporal e que promovem benefícios
econômicos e ecológicos. Os sistemas agroflorestais ou agroflorestas apresentam
como principais vantagens, frente à agricultura convencional, a fácil recuperação da
fertilidade dos solos, o fornecimento de adubos verdes, o controle de ervas daninhas,
entre outras coisas, a recuperação de mananciais e do ar.
A integração da floresta com as culturas agrícolas e com a pecuária oferece uma al-
ternativa para enfrentar os problemas crônicos de degradação ambiental generalizada
e ainda reduz o risco de perda de produção. Outro ponto vantajoso dos sistemas agro-
florestais é que, na maioria das vezes, as árvores podem servir como fonte de renda,
uma vez que a madeira e, por vezes, os frutos das mesmas podem ser explorados e
vendidos. A combinação desses fatores encaixa as agroflorestas no modelo de agri-
cultura sustentável.
Há quatro tipos de sistemas agroflorestais:
1. Sistemas agrossilviculturais - combinam árvores com cultivos agrícolas anuais;
2. Sistemas agrossilvipastoris - combinam árvores com cultivos agrícolas e animais;
3. Sistemas silvipastoris - combinam árvores e pastagens (animais);
4. Sistemas de enriquecimento de capoeiras com espécies de importância econô-
mica.
Nos sistemas agroflorestais, associa-se a agricultura e a pecuária com árvores. nati-
vas e exóticas, combinando produção e conservação dos recursos naturais, com a
qualidade do viver regional. Além de buscar atender às várias necessidades dos pro-
dutores rurais, como a obtenção de alimento, extração de madeira, cultivo de plantas
medicinais, os SAFs diversificam a produção proporcionando uma oferta mais estável
de produtos ao longo do ano. Segundo esta perspectiva, os sistemas agroflorestais
promovem a biodiversidade e podem auxiliar na conservação dos solos, das microba-
cias e do bioma.
A modelagem de um sistema agroflorestal exige grande conhecimento interdisciplinar
de botânica, de solos agrícolas, de microfauna e microflora de solos, de função ecofi-
siológica dos organismos que constituem os vários extratos, de sucessão ecológica e
de fitossanidade. Evidentemente que tudo isso deve vir acompanhado de um prévio
conhecimento em agronomia e silvicultura, já que é nesses dois ramos que se baseia
a agrossilvicultura.
Da mesma forma que um sistema agroflorestal pode trazer mais lucros que um siste-
ma agrícola convencional, ele também pode trazer mais custos, já que existem pelo
menos dois grupos principais de componentes que precisam ser profissionalmente
9
In < http://www.ciflorestas.com.br/texto.php?p=sistemas>
Fonte: EMATER-MG
10
Baseado em Reflexos do movimento migratório: Diversificação do Mosaico da cidade. DAL
GALLO, Priscila Marchiori
Não é propriamente o espaço que forma uma identidade, mas a força política e cultural dos
grupos sociais que nele se reproduzem e sua capacidade de produzir uma determinada escala
de identidade, territorialmente mediada.
A paisagem, o lugar o território são elementos, são espaços onde as relações aconte-
cem. São as relações que fazem um sistema ser ou não ser vivo. Um estado de convi-
vência com a floresta fará desta atividade intrínseca ao modo de viver desta Região;
como foi o caso do açúcar e do café, por exemplo. Suas paisagens estão marcadas e
através delas é possível fazer a leitura do que foram e do vislumbramento do que se
pode ser.
2. REFERÊNCIAS
CASEY, Edward. Between Geography and Philosophy: what does it mean to be in the
place-world? Annals of the Association of American Geographers, v.91, n.4, p.683-693,
2001.
GODOI, Emilia P. de. O sistema do lugar: historia, território e memória no sertão. In:
NIEMEYER, Ana M. de e GODOI, Emilia P. de (orgs.). Além dos territórios: para um
dialogo entre etnologia indígena, os estudos rurais e os estudos urbanos. São Paulo:
Mercado das Letras, 1998. p.97-131.
MOURA, Cristina P. de. Vivendo entre muros: o sonho da aldeia. In: VELHO, Gilberto
e KUSCHNIR, Karina (orgs.) Pesquisas Urbanas: desafios do trabalho antropológico.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003. p.43-54.
Competência da sociedade
• Participar de forma voluntária e ativa/proativa das oportunidades oferecidas pelo
Plano Básico de Silvicultura regional;
• Organizar-se para dele participar, sob a forma de associações ou cooperativas;
• Participar dos programas de capacitação para atuar em atividades das cadeias
produtivas da silvicultura;
• Fiscalizar e reivindicar o respeito às leis, à cultura e pessoas, ao meio ambiente;
• Estar aberta e participar de parcerias, particularmente no tocante aos processos
produtivos;
• Empreender aproveitando as demandas existentes e projetadas das cadeias
produtivas.
• Zelar pelo conhecimento de sua base socioeconômica em silvicultura, pelo seu
desenvolvimento e expansão.
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 53
3.4 PEA............................................................................................................... 90
6. REFERÊNCIAS........................................................................................... 127
FOTOS
GRÁFICOS
MAPAS
TABELAS
Tabela 6 – Região Norte Fluminense, População Residente por Sexo, 2010 ............. 75
Tabela 7 – Região Norte Fluminense, Distribuição da População por Faixa Etária, 2009
................................................................................................................................... 76
1
A FAO, Food and Agriculture Organization das Nações Unidas, vem trabalhando em diversos países desde a sua
fundação, em 1945, para garantir que as pessoas tenham uma qualidade alimentícia suficiente para levarem vidas
produtivas e saudáveis. Atua como um fórum neutro, onde nações se encontram como iguais para negociar acordos e
debater políticas ao redor deste tema. A organização atua também ajudando a desenvolver áreas rurais, onde 70% da
pobreza e das pessoas sem alimento do mundo se encontram - onde, em muitas regiões, as florestas e as árvores fora
das florestas desempenham funções econômicas, ecológicas, sociais e culturais que são criticas para a saúde dos
seus habitantes e do planeta.
2
A Declaração do Milênio é um “documento que consolidou várias metas estabelecidas nas conferências mundiais
ocorridas ao longo dos anos 90, estabelecendo um conjunto de objetivos para o desenvolvimento e a erradicação da
pobreza no mundo – os chamados Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) – que devem ser adotados pelos
estados membros das Nações Unidas, que envidarão esforços para alcançá-los até 2015.
(institutoatkwhh.org.br/compendio).
Além disto, as florestas plantadas tem destaque como um dos principais recursos
atuais no combate às causas das mudanças do clima, devido à sua alta capacidade de
fixar o carbono atmosférico.
Assim, soma-se aos ganhos da atividade a integração de ações pro ambientais, que
se fortalecem também com o aumento de cultura das populações locais, envolvendo o
plantio de árvores que lhes proverão sustento, o aumento de qualificações locais e a
valorização ampliada do meio ambiente, ou seja, o aumento da capacidade critica
local através da inserção de novos processos produtivos nas regiões nas quais se
insere esta nova atividade.
Outro fator importante é que as florestas plantadas não competem com a agricultura
tradicional, atividade importante em uma parcela significativa dos municípios
brasileiros (BRACELPA, set. 2010), podendo-se discutir sua compatibilização e
complementaridade com outras atividades econômica como a pecuária. Ou seja,
espécies arbóreas nativas e exóticas podem ser utilizadas em sistemas
agrossilviculturais ou agroflorestais (SAFs), envolvendo uma infinidade de práticas
agrícolas e florestais e de combinações de espécies arbóreas, culturas agrícolas e
criações de animais.
3
“Participatory forestry”, “Participação Florestal” se refere ao processo e aos mecanismos que capacitam àquelas
pessoas que tem uma participação direta nos recursos florestais para tomarem decisões em todos os aspectos da
gestão florestal, desde a gestão dos recursos até a formulação e implantação de quadros de referência institucionais.
Funcia apresenta também a definição brasileira, de acordo com o Decreto n.o 1.282,
que entende por “manejo florestal sustentável a administração da floresta de modo a
se obter benefícios econômicos e sociais, respeitando-se os mecanismos de
sustentação do ecossistema objeto do manejo”.
Desta forma, a sustentabilidade social pode ser fomentada a partir dos múltiplos usos
da madeira, do estímulo a empreendedores locais e à formação de arranjos produtivos
regionais, APRs, aumento da arrecadação de impostos e outras contribuições,
dinamizando a economia local, incluindo produtos florestais não madeireiros e uma
utilização múltipla da floresta, para recreação e lazer, turismo, educação ambiental.
Outros programas também surgem alavancados pela atividade, na área da saúde, em
alimentação, capacitação, segurança do trabalho e outros.
Além disto, o comércio mundial de produtos florestais teve crescimento de 6,8% nos
últimos 20 anos, segundo Marco Tuota (Anuário Brasileiro de Silvicultura, 2008, p.24).
Entre os principais produtos estão o papel, 51% do volume total, seguido da madeira
serrada, com 18% e a celulose, com 11%. Os maiores produtores são o Canadá, com
20,5% do volume mundial; os Estados Unidos, com 11,6% e a Finlândia, com 7,6%.
Em 2007, o Brasil foi responsável por 1,5% do montante mundial, segundo
informações do Anuário Brasileiro de Silvicultura deste ano.
4
O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro avalia o
desenvolvimento econômico, social e humano a partir de alguns indicadores considerados essenciais, como emprego
& renda, educação e saúde, organizados com base em variáveis primárias mais atuais advindas de fontes oficiais
como o IBGE, Ministério da Educação e Ministério do Trabalho e Emprego, em períodos mais curtos de tempo do que
os fornecidos pelos censos.
Metade da demanda tem sido suprida por florestas plantadas de pinus e eucalipto,
estimada em 390 milhões de m3/ano, cuja produção anual tem sido de 184 milhões
m3/ano. Assim, das florestas plantadas, 27% é madeira proveniente de pinus e 73%
de eucalipto, aponta o Anuário Estatístico de 2007.
A evolução produtiva destas duas espécies, que tiveram aumento expressivo nas duas
últimas décadas de quase 100%, de acordo com a BRACELPA, se deu devido às
questões de clima e solo, pesquisa e desenvolvimento, setor privado organizado e
mão de obra altamente qualificada que, somado aos avanços tecnológicos atingidos.
Estes avanços ocorreram em genética, biotecnologia, matéria prima de alta qualidade,
planejamento sócio-ambiental, manejo florestal e rotação de áreas plantadas.
(BRACELPA, 2008).
Este crescimento foi ainda mais impulsionado diante do risco de um “apagão florestal,
sanado devido ao plantio de 1 bilhão de árvores em 2006, ao grande aumento de
certificação de áreas de floresta natural e outras iniciativas, como a participação dos
pequenos e médios produtores em área plantada, que triplicou entre 2002 e 2006,
passando de 7,8% do plantio para 25% do total, o que promove um impacto social
muito significativo para populações de baixa renda.
Ao longo do ano, Garlipp enfatizou que o setor vinha se recuperando, graças à sua
condição competitiva, à retomada da demanda da China e à estagnação na produção
e no fechamento de companhias produtoras no hemisfério Norte o que fez com que
as empresas voltassem a produzir a plena capacidade.
Desta forma, os artigos florestais estão cada vez mais valorizados e são considerados
altamente competitivos no mercado internacional, buscando destacar-se na atividade
florestal de nativas a exóticas, conforme aponta o Anuário Brasileiro da Silvicultura
(2007).
No Norte e Noroeste Fluminense as perdas de áreas da Mata Atlântica são ainda mais
agudas, explica Pedlowski, uma vez que a implantação das monoculturas de cana-de-
açúcar e café, combinadas com a pecuária extensiva, tiveram um impacto dramático
sobre seus estoques de floresta nativa. Isto há provocado inúmeros problemas nas
últimas décadas, como a redução dos índices pluviométricos e a conseqüente
diminuição dos volumes hídricos em muitos de seus municípios.
Neste sentido, como muito bem coloca Pedlowski (2003, p. 20), “a oposição à
monocultura do eucalipto não deve advir apenas de preocupações de cunho
ambiental, mas principalmente da necessidade de geração de um modelo de
desenvolvimento regional que incorpore, e não aliene, parcelas significativas da
população rural, que hoje enfrentam graves dificuldades para se manter na agricultura
por causa do stress ambiental em que se encontra a maior parte dos municípios do
Norte/Noroeste fluminense”.
2. PERFIL DA POPULAÇÃO
A Região Norte conta atualmente com uma população total de 811.089 habitantes, o
que equivale a 5% da população do Rio de Janeiro. Esta população se distribui em
uma extensão territorial de aproximadamente 9.797,4 Km, o que corresponde a 22%
da área total do Estado (dados 2007, IBGE).
Região Noroeste
Fluminense
2,00%
Região
Capital Metropolitana
38,88% (exceto Capital)
34,07%
A Região Norte, por sua vez, apresentou taxa de crescimento total de 32,6% e a
média anual de crescimento foi de 1,81%. Ou seja, seu crescimento populacional foi
7,6% maior que o crescimento estadual e 2,2% maior que o crescimento do país.
600.000
500.000
400.000
300.000
200.000
1.991 1.996 2.000 2.007 2.009* 2.010 Ano
* Estimativa
Campos do Goytacazes e Macaé são os municípios mais populosos, ambos com mais
de 100.000 habitantes, apresentando densidade demográfica superior a 100 hab./km².
Conceição de Macabu e São João da Barra aparecem em seguida, com as taxas de
53,7 e 59,5 hab./km². O restante dos municípios apresentou densidades demográficas
relativamente baixas, contribuindo para as menores densidades demográficas do
Estado, que ocorrem no Norte e Noroeste Fluminenses, conforme os gráficos a seguir
revelam.
Campos dos
Goytacazes
São João da Barra 54,45%
3,95%
Carapebus
1,62%
São Francisco de
Itabapoana Cardoso Moreira
4,51% 1,53%
Neste período, a taxa de crescimento total estadual foi de 25%, o que corresponde a
uma média de 1,39% ao ano. O Brasil apresentou a taxa de crescimento total de
30,4%, perfazendo a média de 1,69% ao ano. A Região Noroeste, por sua vez,
apresentou taxa de crescimento total 18,45%, o que corresponde a 1,02% ao ano, ou
seja, menor que as médias estaduais e nacionais e que a média da Região Norte, de
1,81%/ano.
800.000
700.000
600.000
500.000
300.000
200.000
1.991 1.996 2.000 2.007 2009* 2.010 Ano
* Estimativa
Cambuci Italva
4,07% Itaocara
Bom Jesus do 4,74%
7,44% Itaperuna
Itabapoana
29,18%
11,42%
Aperibé
3,32%
Varre-Sai
2,99%
No Norte, entre 1991 e 2000, quase todos os seus municípios tiveram aumentos
consideráveis na taxa de urbanização, destacando-se São João da Barra, que em
1991 apresentou taxa de urbanização de 50,02% e em 2000, de 70,92%.
Tabela 2 – Região Norte Fluminense, População por Situação de Domicílio, 1991, 2000 e
2010
População por Situação de Domicílio – 1991, 2000 e 2010
Municípios da Taxa de
População Urbana População Rural
Região Norte Urbanização %
Fluminense 1991 2000 2010 1991 2000 2010 1991 2000 2010
Campos dos
324.667 364.177 418.565 64.442 42.812 44.980 83,44 89,48 90,30
Goytacazes
Carapebus - 6.875 10.542 - 1.791 2.806 - 79,33 78,98
Cardoso
- 8.041 8.764 - 4.554 3.776 - 63,84 69,89
Moreira
Conceição de
13.982 16.542 18.332 2.981 2.240 2.868 82,43 88,07 86,47
Macabu
Macaé 89.336 126.007 202.873 11.559 6.454 3.875 88,54 95,13 98,13
Quissamã 4.410 7.699 13.016 6.057 5.975 7.228 42,13 56,3 64,30
São Fidélis 22.160 26.513 29.689 12.421 10.276 7.864 64,08 72,07 79,06
São Francisco
- 19.228 21.090 - 21.917 20.267 - 46,73 50,99
de Itabapoana
São João da
29.791 19.631 25.715 29.770 8.051 7.052 50,02 70,92 78,48
Barra
Total da
484.346 594.713 748.586 127.230 104.070 100.716 79,2 85,11 88,14
Região Norte
Total do
Estado do Rio 12.199.641 13.821.466 15.466.996 608.065 569.816 526.587 95,25 96,04 96,71
de Janeiro
-- = sem informação
5
Fonte: IBGE - Censos Demográficos, Censo 2010. Elaboração da autora.
Observa-se ainda que durante década de 90, houve o maior crescimento na taxa de
urbanização, de 6%, passando de 79,2% para 85,11%, enquanto na década seguinte
o aumento foi de 3%, se alcançando a taxa de 88,14% no Norte Fluminense.
Gráfico 6 – Região Norte Fluminense, População por Situação de Domicílio, 1991, 2000 e
2010
800.000 748.586
700.000 594.713
600.000 484.346
500.000
400.000
300.000
100.000
0
1991 2000 2010 1991 2000 2010 Ano
Ressalta-se ainda que esta taxa é um pouco menor do que do Norte, com 88,14%,
especialmente porque os municípios do Noroeste ainda mantém mais forte a tradição
agrícola e não possuem centros urbanos de porte tão expressivo como Campos e
Macaé, os quais elevam as taxas totais de urbanização devido a seu grande
contingente populacional urbano.
300.000 262.327
235.660
250.000
186.584
200.000
150.000
86.478
50.000
0
1991 2000 2010 1991 2000 2010 Ano
Com relação à população do Noroeste e seus valores na área rural, à exceção de São
José de Ubá e Varre-Sai, os outros municípios tem percentuais de população rural
similares ao da Região Norte, sendo que Miracema e Itaperuna apresentaram os
menores valores.
As diferenças por sexo e por faixa etária também podem influenciar de diferentes
formas a implementação do Plano Básico da Silvicultura, visto que homens e mulheres
tendem a aproveitar algumas oportunidades de trabalho oferecidas por esta nova
atividade e suas cadeias produtivas, de maneira distinta. A composição dos grupos
etários locais também influencia na força de trabalho disponível e na caracterização da
formação social local.
Os grupos etários definem prioridades sociais e econômicas que devem existir nas
áreas a serem utilizadas pela silvicultura e uma parcela deste constitui a PEA, o grupo
de população economicamente ativa que estará disponível.
Com relação à faixa etária, verifica-se que o maior percentual de população está entre
20 a 59 anos, sendo especialmente elevado nos jovens de 20 a 29 anos, 17,21%. O
grupo considerado infantil de 1 a 9 anos correspondeu a 15% da população, enquanto
os adolescentes de 10 a 19 anos somaram 16,09% do total e a população de 20 a 59
6
As discrepâncias que forem encontradas entre o número de habitantes desta tabela com os dados das tabelas
anteriores de população municipal se devem ao fato de que há duas fontes distintas, a primeira do Caderno de
Informações da Saúde e a segunda do Censo do IBGE, 2010, ambas fidedignas.
Tabela 7 – Região Norte Fluminense, Distribuição da População por Faixa Etária, 2009
Região Norte – Distribuição da População por Faixa Etária - 2009
Faixa Etária Total % em Relação a População Total
Menor 1 1.0461 1,29
1a4 48.411 5,97
5a9 67.526 8,33
10 a 14 64.903 8,00
15 a 19 65.656 8,09
20 a 29 139.595 17,21
30 a 39 119.392 14,72
40 a 49 114.558 14,12
50 a 59 85.450 10,54
60 a 69 50.843 6,27
70 a 79 29.999 3,70
80 e + 14.295 1,76
Total da Região Norte 811.089 100,00
Fonte: Ministério da Saúde, Informações da Saúde, DATASUS. Elaboração da autora.
Na Pirâmide Etária abaixo, visualizam-se estes dados, com destaque para a sua parte
central, que indica um elevado número de residentes jovens e em sua fase produtiva,
de 20 a 59 anos. A proporção de menores de 10 anos também é grande, 15,59% e
apresenta poucas variações intra-municipais.
Assim como no Norte, as razões de sexo na Região Noroeste também apontam para
uma pequena tendência de predomínio feminino na população total, com 159.165
homens e 164.271 mulheres nos municípios, salvo Cambuci, São José de Ubá e
Varre-Sai, que tem um pequeno percentual a mais de população masculina. No geral,
as razões de sexo se apresentam bem equilibradas.
Na Pirâmide Etária é possível uma melhor visualização destes dados, com destaque
para seu centro, reforçando que a maior proporção da população se encontra em
idade produtiva.
7
Ainda não foram disponibilizados os dados do Censo de 2010, do IBGE, relativos ao tamanho dos distritos municipais
Deste volume total, cerca de 1.000.000 ha, definiu-se que serão consideradas
aproximadamente até 11% para a atividade da silvicultura e, conquanto não se
disponha de dados precisos sobre as áreas que serão efetivamente usadas, era
necessário seguir um critério para calcular-se, ainda que por estimativa, o número de
habitantes diretamente atingidos pela implantação da silvicultura.
Este cálculo foi feito, então, considerando-se o mesmo percentual utilizado para o uso
das terras, o que representa aproximadamente 10% a 15% da população rural total
das Regiões. De tal modo, em 2009, foram contabilizados 100.716 habitantes na área
rural dos municípios do Norte e 55.149 habitantes/rural do Noroeste, o que perfazem
156.000 habitantes/área rural, ou seja, calcula-se que entre 15 e 20 mil habitantes
serão diretamente atingidos pela silvicultura, no momento em que todas as áreas
eleitas como prioritárias estiverem ocupadas pelas florestas plantadas, possibilitando
compreender a dimensão da influência direta que este empreendimento poderá atingir
em termos de população. Ou seja, foram calculados que 15.000 a 20.000 habitantes
tem a probabilidade de serem mais atingidos pelo projeto, considerando-se as
populações rurais dos 22 municípios, nos territórios sugeridos para o plantio dos
maciços florestais.
A partir destes dados, tem-se uma visão macro do perfil das populações afetadas, o
que será complementado em seguida com a apresentação de algumas
vulnerabilidades que atingem uma grande parcela da população brasileira, mais
frequentemente nas áreas rurais do país. Isto se reflete em questões como o
desemprego e a pobreza, baixas condições infraestruturais, etc., fazendo com que
esta população recorra, por fim, a programas de auxílio subsidiados pelo Governo.
Estas “fragilidades” justificam, em parte, a implantação da silvicultura no Norte e
Noroeste Fluminenses, buscando-se a minimização significativa destes problemas.
Neste caso, serão abordados os tema da renda per capita e índices de pobreza, além
de discutir-se questões relativas ao tema “trabalho e renda” nas regiões.
As próximas tabelas apresentam outro cálculo da renda per capita, baseado na renda
da população por amostragem, realizado pelo PNUD. Elas revelam valores
inexpressivos de renda per capita quando comparados ao PIB per capita municipal de
todos os municípios estudados, reafirmando a desigualdade social, pois enquanto
receitas expressivas são geradas, a população, de maneira geral, recebe valores
próximos a um salário mínimo e a proporção de pobres apresentada foi muito elevada.
Foram consideradas pobres as famílias com renda domiciliar per capita inferior a meio
salário mínimo. Nestas tabelas não se distinguiram a pobreza da situação de extrema
pobreza, ou indigência, que representam as famílias com renda mensal per capita de
até ¼ do salário mínimo/família. (Rezende e Tafner, 2005).
Ressalta-se que o ano final de referência das tabelas a seguir foi 20008, enquanto
para os cálculos de PIB municipal e PIB per capita o ano final foi 2006. Ainda assim,
os seis anos de diferença entre os dados não são a causa de tamanha desigualdade
encontrada.
No Norte, em 2000, a renda per capita média variou entre R$ 156,00 em São
Francisco de Itabapoana a R$ 392,94 em Macaé, a melhor renda regional e próxima à
renda per capita estadual, de R$ 413,90. Os municípios com renda per capita inferior a
R$ 200,00 foram Cardoso Moreira, Quissamã e São João da Barra e um pouco acima
deste valor, Campos, Carapebus, Conceição de Macabu e São Fidélis.
Apesar de todos haverem melhorado sua renda per capita média entre 1991-2000, a
proporção de pobres ainda era em torno de 40%, sendo que em Conceição de
Macabu e Macaé aumentou-se o número de pobres, ambos os municípios
apresentando mais do que o dobro da proporção de pobres do Estado do Rio em
2000, que era de 19,20% da população.
8
Este foi o último ano em que estes dados foram disponibilizados pelo IBGE, sendo que há expectativas de que, em
breve, o Censo 2010 apresente dados atualizados.
Nos municípios do Noroeste também houve melhorias expressivas na renda per capita
média entre 1991-2000, mas seus valores ainda foram extremamente baixos.
No mapa seguinte, com dados atualizados de 2009, fica visível que a proporção de
pobres mais elevada continuava predominando no Norte e no Noroeste Fluminense
em comparação com as outras Regiões do Estado, sendo que o Noroeste apresentou
uma situação de pobreza ainda mais acentuada, a pior de todo o Estado.
Nos municípios do Norte a situação é um pouco melhor, mas não menos preocupante.
Macaé apresentou o menor índice de pobreza de ambas as regiões, situando-se na
faixa de 0,01% a 14,17%, seguido por Carapebus, com o nível de pobreza de 14,18%
para 21,43%. No outro grupo, com percentuais entre 21,44% e 26,94% estavam
Campos dos Goytacazes e São Fidélis. Os demais municípios se encontraram no
grupo com maior índice de pobreza, de 31,33% a 50,19%: Cardoso Moreira, São
Francisco de Itabapoana, São João da Barra e Quissamã, o que reflete as
disparidades econômicas internas enfrentadas pela Região Norte.
O PBF integra o Programa FOME ZERO do Governo Federal, que visa assegurar o
direito humano à alimentação adequada, promovendo a segurança alimentar e
nutricional e contribuindo para a erradicação da extrema pobreza e para a conquista
da cidadania, pela parcela da população mais vulnerável à situações de fome.
Em ordem decrescente seguiram São Fidelis, com 28,8%, São João da Barra, com
25,7%, Conceição do Macabu, com 24,6%, Quissamã, com 21,4%, Carapebus com
18,5 %, Campos, com 17,53% e Macaé, com 15,6% de famílias contempladas pelo
Programa.
9
A participação de uma família neste Programa depende do cumprimento de condicionalidades
relacionadas aos cuidados com a saúde e educação das crianças e adolescentes. Esta contrapartida da
família obedece à orientação de garantir os direitos básicos das crianças no que se refere ao acesso à
educação e à saúde, buscando diminuir sua situação de vulnerabilidade e contribuir para o rompimento
geracional da pobreza. Caso estas condicionalidades não sejam cumpridas, o benefício pode ser
suspenso ou cortado. Ressalta-se ainda que este benefício possui, na sua concepção, caráter provisório,
ou seja, o objetivo maior é que a transferência realizada contribua com a renda familiar até que a família
não “precise” mais do benefício, uma vez que ocorra o aumento da renda per capita.
Verifica-se, portanto, que em ambas Regiões uma parcela bastante elevada de cerca
de 20 a 30% da população total depende do Benefício Bolsa Família para sua
sobrevivência, pressupondo-se ausência de trabalho e condições indesejáveis de
desigualdade e acessos, caracterizando-se um processo de exclusão social.
Estes valores da renda per capita junto ao percentual de famílias beneficiadas pelo
Bolsa Família revelam um grau de pobreza acentuado, supondo-se que outros
problemas sociais daí decorrem, o que justifica a busca dos governos locais e
estaduais por novas alternativas econômicas para as regiões. A análise se finaliza
com os dados das condições de trabalho locais.
População Ocupada
PEA
Mesorregião Situação do (PO)
Sexo
Geográfica Domicílio Percentual
Pessoas Percentual Pessoas
(PO/PEA)
Total 138.860 100 123.812 0,89
Total Urbana 111.484 80,29 98.450 0,88
Rural 27.376 19,71 25.362 0,93
Total 85.124 61,3 78.036 0,92
Noroeste
Homens Urbana 64.620 46,54 58.431 0,90
Fluminense
Rural 20.504 14,77 19.606 0,96
Total 53.735 38,7 45.776 0,85
Mulheres Urbana 46.863 33,75 40.020 0,85
Rural 6.872 4,95 5.756 0,84
Total 310.036 100 264.744 0,85
Total Urbana 270.502 87,25 229.594 0,85
Rural 39.534 12,75 35.150 0,89
Total 189.472 61,11 168.927 0,89
Norte
Homens Urbana 160.325 51,71 141.659 0,88
Fluminense
Rural 29.147 9,4 27.268 0,94
Total 120.564 38,89 95.817 0,79
Mulheres Urbana 110.177 35,54 87.935 0,80
Rural 10.387 3,35 7.882 0,76
Fonte: IBGE – Censo Demográfico, 2000. Elaboração da autora.
10
Este tópico foi desenvolvido Nildred Martins e Leandro Alves Silva, com algumas atualizações da autora, 2010/2011.
Estes números, quando comparados com os resultados de 2000, apontam para uma
expressiva melhora de desempenho do mercado de trabalho de ambas as Regiões, se
considerado o grau de formalidade. De acordo com os indicadores estimados, no
período 2000-2007, a taxa de informalidade passou de aproximadamente 75% no
Noroeste, para 67%. Já o Norte apresentou uma expressiva redução da informalidade,
passando de 62,74% em 2000, para 26,78%, em 2007.
Noroeste Norte
Indicadores
2000 2007 2000 2007
População ocupada* 123.812 127461 264.744 288973
Número trabalhadores formais 30760 42213 98640 211573
Taxa de formalidade 24,84 33,12 37,26 73,22
Número trabalhadores informais** 93.052 85248 166.104 77400
Taxa de informalidade 75,16 66,88 62,74 26,78
*Para 2007, estimativa de população ocupada com base nos dados de 2000 e taxa de
crescimento da população no período 2000/2007.
**Obtido pela diferença entre a população ocupada e o emprego formal.
Fonte: Elaboração de Nildred Martins a partir de dados do Censo 2000, RAIS 2000 e 2008
Deste modo, classificar a qualidade do posto de trabalho com base apenas na questão
da formalidade ou não deste torna-se insuficiente, diante das mudanças atuais nas
relações trabalhistas.
Assim, para melhor caracterizar o perfil do mercado de trabalho optou-se por analisar,
juntamente com o indicador de informalidade, um indicador de precariedade, com base
no rendimento dos trabalhadores.
11
Numa concepção mais abrangente, o setor informal compreende o emprego assalariado sem carteira
assinada e o trabalho por conta própria. Neste caso, devido à indisponibilidade de dados recentes, foi
usado como indicador de informalidade a diferença entre a população ocupada, estimada com base na
taxa de crescimento da população entre 2000 e 2007 e o número de trabalhadores formais, publicados
pela RAIS para estes anos.
Gênero
O Norte também seguiu esta tendência, porém de uma maneira mais tímida. A
mudança relativa da participação masculina e feminina no mercado de trabalho foi de
3%, a masculina passou de 70% para 67% e a feminina passou de 30% para 33%.
Faixa Etária
12
Ressalta-se que quase todos os municípios possuem sindicatos rurais de produtores e sindicatos de trabalhadores rurais.
Este é caso dos grandes centros regionais, Macaé e Campos, que possuem uma
situação diferenciada como pólos econômicos regionais e que, considerando-se a
movimentação econômica de porte mais expressivo que os outros municípios, deverão
sofrer um impacto proporcionalmente menor em termos de incremento de receita,
apesar de que podem ser positivamente afetadas em termos de geração de novos
postos de trabalho, especialmente para a população menos qualificada.
Como já mencionado, considerando que entre 15.000 a 20.000 habitantes poderão ser
diretamente atingidos pela introdução da silvicultura no Norte e Noroeste Fluminense,
serão traçadas algumas estratégias que tem como base este desenvolvimento de suas
populações, contando complementariamente com as ações de responsabilidade social
dos diferentes atores envolvidos.
Isto inclui uma mudança cultural fundamental nas localidades onde a silvicultura será
implementada, pois as populações necessitam entender a “nova paisagem”, entender
as possibilidades que lhe serão ofertadas a partir do plantio e industrialização de
produtos da floresta, os impactos de oferta e demanda destes produtos e as
mudanças positivas que devem ser incorporadas ao seu cotidiano, dependendo então
de uma atividade com a qual não tem ou tem pouca familiaridade.
A proposta social global do Plano inclui três etapas, que não são cronologicamente
independentes, ao revés, deverão ser realizadas de forma simultânea.
Este dado indica que também foi constatada no Norte e Noroeste uma componente
fundiária importante, pois a maioria das propriedades possui menos de 50 mil ha, com
96% de todas estas possuindo menos do que 200 mil ha, com a participação de um
número reduzido de mão de obra e de famílias no campo, resultante especialmente do
massivo êxodo rural que ocorreu ali nas últimas décadas.
Portanto, a equipe sugere que seja implementado como princípio norteador do Plano a
gestão de terras compartidas – ou fomento florestal - através de parcerias com as
empresas, especialmente para fixar a população rural. Nesta proposta, os proprietários
mantém a posse da terra e se tornam partícipes da atividade silvícola, como acionistas
do negócio, o que se torna uma oportunidade de renda, principal ou adicional, com a
garantia de compra da madeira através de contratos com as empresas promotoras do
programa de fomento, de boa rentabilidade e baixo risco, já que na maioria dos casos
a empresa absorve parte dos custos iniciais (Anuário Estatístico da ABRAF, 2010), o
que será melhor especificado no Relatório específico.
Este tipo de iniciativa, além disto, “tem como objetivo desde o abastecimento de
pequenas e médias empresas até os programas voltados ao fornecimento estratégico
de determinada matéria-prima para o setor industrial (AMS, 2006, p.10).
Estes grupos de população deverão, por sua vez, ter seus representantes e poderão
constituir grupos dos “novos moradores” a serem realocados, inicialmente em distritos
geograficamente próximos às suas propriedades, com a construção de moradias
adequadas e estabelecimento de infraestruturas igualmente de qualidade, incluindo
saneamento, água tratada, luz e outros serviços, como educação, saúde,
complementando esta mudança com uma busca contínua da manutenção do emprego
e aumento da renda familiar local.
As ecovilas devem ser uma referência para as atividades educativas voltadas para a
qualificação/capacitação profissional da silvicultura, incluindo em seu território espaços
de convivência social e cultural.
Este espaço poderá ser ainda uma unidade de apoio para a certificação e
rastreabilidade da madeira, o que inclui uma série de indicadores de responsabilidade
social a serem alcançados, como graus elevados de freqüência escolar para as
crianças, a saúde da população bem cuidada, condições de trabalho adequadas e
outras.
Do ponto de vista social, acredita-se que as ecovilas tem como papel central a
minimização dos impactos sociais, ambientais e econômicos da mudança. Os
habitantes poderão se reportar a locais já próximos de suas atuais residências,
diminuindo as perdas simbólicas de reconhecimento e pertinência ao entorno, de
identidade social conectada a área na qual vivem e, acima de tudo, das redes sociais
constituídas à partir da proximidade física e laços com os vizinhos. Todas estas
questões são de fundamental importância para o bem estar dos cidadãos, que se
reconhecem enquanto pertencentes a determinado lugar, que já tem estabelecidos no
seu cotidiano tarefas, facilidades, infra-estruturas que lhes propiciam segurança e
comodidade em seu mundo, constituindo sua identidade social.
Esta ruptura pode aumentar problemas sociais, incluindo o aumento da demanda por
serviços públicos como saúde, diminuição da segurança local e também do grau de
satisfação dos indivíduos com seu espaço de viver. Consequentemente, é
fundamental que as mudanças sejam planejadas com extremo cuidado ao conforto
das famílias, em termos das redes sociais, moradia, infra-estrutura e serviços básicos
disponíveis e, muito importante, de ocupação, seja na forma de trabalho formal ou
temporário.
Tendo em vista as demandas projetadas, a partir da eleição dos tipos de árvores mais
apropriadas para as regiões em estudo e as suas principais cadeias produtivas, faz-se
clara a necessidade de preparação das populações locais para atuarem no novo
mercado que se iniciará, buscando-se a máxima absorção da mão de obra local. Para
isto é importante traçar uma visão geral do contexto educativo das Regiões.
Para abordar o tema nas Regiões, dois indicadores foram escolhidos: o número de
anos de estudo e o grau de analfabetismo dos habitantes, com o objetivo de
compreender, ainda que parcialmente, qual o perfil educacional do público para o qual
as novas políticas educacionais de capacitação deverão se dirigir e qual o grau de
defasagem educacional encontrado em seus municípios.
4.2.1 Analfabetismo
Como agravante, destaca-se que a partir desta idade se torna mais difícil o retorno das
pessoas aos estudos, devido a uma série de questões: ocorre uma participação no
mercado de trabalho de forma mais consolidada e efetiva, as relações conjugais se
estabelecem e frequentemente “dificultam” a retomada dos estudos, principalmente
para as mulheres, que se tornam mães e assumem responsabilidades domésticas; há
Este cenário indica que em ambas as Regiões grande parte da população abandona
os estudos muito antes de sua conclusão e quanto mais “velha” ela se torna, maiores
são as taxas de analfabetismo e a baixa escolaridade, sendo necessária a
implementação de políticas específicas, objetivando a reversão do problema.
Como cursos de curta duração, a FAO (2010) sugere também gestão de bacias
hidrográficas, áreas protegidas e gestão da vida selvagem e ecoturismo.
Em todos os níveis, os currículos de ensino locais podem ser atualizados para incluir
tópicos como o papel das árvores fora das florestas, gestão colaborativa, equidade de
gêneros, partilha de benefícios e acessos à floresta, impacto de esquemas de
certificação e aprendizagem participativa, conforme conclusões do trabalho
desenvolvido pela FAO em diversos países do mundo.
Dentre estas instituições de ensino local, a Região Norte conta com 15 ofertas de
curso técnico e 24 de curso superior, incluindo as universidades e faculdades14. Em
termos quantitativos é um pouco mais privilegiada que a Região Noroeste Fluminense,
que conta com 9 cursos de nível técnico e 23 de nível Superior. No entanto, estas
ofertas não estão distribuídas de forma homogenia em todos os Municípios.
14
Para conhecimento das instituições de ensino que compõe o sistema de Educação Superior
e Técnico da Região Norte buscou-se informações do MEC – Ministério da Educação, 2009.
No entanto, ressalta-se que muitos estabelecimentos de ensino existentes na Região e que
prestam serviços ativamente na área da formação acadêmica, técnica e profissional não estão
registradas ou não passaram pelo processo de reconhecimento do MEC. Assim, outras fontes
de pesquisa como os sites das prefeituras municipais, o SiedSup – Sistema Integrado de
Informação da Educação Superior e os próprios “sites” de divulgação e apresentação
institucional foram utilizados para complementação da pesquisa, sendo possível que ainda não
tenham se esgotado todos os dados existentes.
No Noroeste, Itaperuna pode ser considerado como o pólo educacional. Abriga a FSJ -
Faculdade São José; Faculdade Redentor; UFF - Universidade Federal Fluminense;
UNIG - Universidade Iguaçu; UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro e o
Instituto Superior de Educação da FAETEC. De acordo com a Prefeitura Municipal
oferece quase 30 cursos de graduação, além de cursos de pós-graduação em
Psicopedagogia e Direito.
Santo Antônio de Pádua possui mais de 3.000 alunos nos cursos técnicos da
FAETEC, que oferece Informática, Normal Superior, Mineração de Rochas, Inglês e
Espanhol. A UFF - Universidade Federal Fluminense oferece curso superior de
Matemática e a FASAP, Faculdade de Santo Antônio de Pádua possui os cursos de
Direito, Administração e Fisioterapia.
Italva e Itaocara possuem 2 instituições de nível técnico cada. Italva tem se destacado
regionalmente em pesquisas técnicas e de incentivo à agropecuária, com a presença
de instituições governamentais tais como a SIAGRO-Rio, a EMATER-Rio e uma
Fazenda Experimental. Itaocara não possui instituições de Ensino Superior, apesar da
possibilidade de que a Escola de Engenharia Agrícola seja implantada em seu
território, através da UENF, segundo informações da Prefeitura Municipal.
Fonte: Ministério da Educação e Sistema Integrado de Informação da Educação Superior, 2009, Relatório de Avaliação da Relação Situacional dos
Mercados. Consórcio Rionor, 2010.
Fonte: Ministério da Educação e Sistema Integrado de Informação da Educação Superior, 2009, Relatório de Avaliação da Relação Situacional dos
Mercados. Consórcio Rionor, 2010
Existem ainda diversas instituições locais que podem oferecer ensinos técnicos e
profissionalizantes para os habitantes, como as integrantes do Sistema “S” – a
exemplo do SEBRAE, do SENAC, do SENAR, Serviço Nacional de Aprendizagem
Rural, RJ; a EMATER-RJ, com sede em todos os municípios do Norte e Noroeste e a
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, que vem trabalhando nas
Regiões através da realização de convênios, junto à outras entidades independentes e
qualificadas para a realização destes cursos.
Esta proposta inclui tanto o apoio a novos negócios como aqueles que já existem, mas
que ainda não prosperaram como desejado, de forma que os habitantes tenham
acesso à moradia, à educação necessária para o trabalho e, se necessário, o apoio
para a criação e/ou manutenção do seu próprio negócio, constituindo-se a partir
destes três âmbitos um tripé fundamental para a qualidade de vida destes habitantes:
moradia, educação e trabalho e renda.
• Atuar junto aos agentes financiadores para que sejam abertas linhas de crédito
específicas à atividade, através de financiamento subsidiado às micro e
pequenas empresas, vinculadas à indicadores de desempenho produtivo
mercadológico e inovador;
Portanto, a partir destas propostas que abarcam o apoio aos negócios e empresas de
diferentes portes, as Regiões em questão devem ter como diretriz central o incentivo à
constituição de APRs – Arranjos Produtivos Regionais – com forte governança, apoio
e estabelecimento de parcerias com instituições de pesquisa e desenvolvimento –
como com as escolas técnicas e universidades locais (Martins, 2010), integrando o
Plano Básico da Silvicultura que é, em si mesmo, uma diversificação produtiva,
trazendo a estas localidades maior estabilidade econômica e integração com a
economia regional e nacional (e em alguns casos internacional).
Assim, o Projeto de Apoio aos Micro, Pequenos e Médios Negócios engloba todas as
novas atividades advindas da floresta, incluindo o apoio jurídico-institucional,
educacional e econômico, que conta com o aproveitamento de atividades locais que já
Dentre um dos órgãos importantes a ser contatado para este Projeto específico está o
SEBRAE, que é uma das maiores e mais qualificadas instituições responsáveis pelo
apoio às micro e pequenas empresas no país. O SEBRAE pode ser a instituição
parceira no planejamento deste trabalho, analisando as demandas das Regiões a
partir de suas fragilidades e das próprias cadeias produtivas a serem implantadas.
6. REFERÊNCIAS
Anuário Brasileiro da Silvicultura 2007. Ângela Vencato et al. Santa Cruz do Sul:
Editora Gazeta Santa Cruz. 128p. ISSN 1808 222X.
Sites:
FUNAI: www.funai.gov.br/mapas
PESAGRO: www.pesagro.rj.gov.br
Apresentações:
Sociedade Brasileira de Silvicultura Seminário Fluminense de Produção Florestal
Sustentável, Silvicultura, Uma atividade do bem. Carlos Alberto da Fonseca Funcia.
Rio de Janeiro, out. 2008
Dentre as várias ações realizadas pelo Programa Nacional de Florestas está Portal da
Gestão Florestal está vinculado ao Sistema Nacional de Informações sobre o Meio
Ambiente - SINIMA e ao Sistema Nacional de Informações Florestais, criado pela Lei
11.284/06, com o objetivo de integrar e unificar informações, para garantir
transparência e publicidade sobre a gestão florestal no país, assim como permitir o
acompanhamento dos programas e ações desenvolvidas por instituições públicas
responsáveis pela gestão de florestas. Além disso, o Portal vai servir de subsídio ao
planejamento, monitoramento, controle e gerenciamento florestal por parte dos órgãos
do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA.
O principal objetivo é propor e avaliar medidas para que sejam cumpridos os princípios
e diretrizes das políticas públicas para o Setor Florestal, de acordo com a Política
Nacional do Meio Ambiente e com o Código Florestal. A criação da CONAFLOR reflete
uma das recomendações do 8º Congresso Florestal Brasileiro, promovido pela
Sociedade Brasileira de Silvicultura - SBS e pela Sociedade Brasileira de Engenheiros
Florestais - SBEF em agosto de 2003, no sentido de promover a efetiva articulação
das ações dos diferentes segmentos que compõem a atividade florestal para a
otimização dos esforços e alcance de resultados concretos e duradouros.
Em dois de março de 2006 foi promulgada a Lei No 11.284 que dispõe sobre a gestão
de florestas públicas para produção sustentável, institui no âmbito do Ministério do
Meio Ambiente – MMA, o Serviço Florestal Brasileiro – SFB, cria o Fundo Nacional de
Desenvolvimento Florestal - FNDF; e delega aos órgãos estaduais competentes do
Sisnama, a prévia aprovação da exploração de florestas públicas e privadas.
ANDREA F. MACHADO
CRISTIANO PEIXOTO MACIEL
HERALDO PESSANHA MEIRELES
LAERT GUERRA WERNECK
MIGUEL FERNANDES FELIPPE
MILTON CASERIO FILHO
PAULO EDUARDO BORGES
PAULO SARAIVA NETO
RENATO AGUIAR DA SILVA
ROGÉRIO DA SILVA BURLA
ROMEU E SILVA NETO
SANDER ELIAS RODRIGUES
TÚLIO AMARAL PEREIRA
DIAGRAMA
Diagrama 1 – Norte e Noroeste Fluminense - Proposta para Sistema Viário de
Escoamento de Produção (Silvicultura) .................................................................... 141
FIGURAS
Figura 1 – Campos dos Goytacazes – Açu, Local de Implantação do Corredor
Logístico Projetado ................................................................................................... 139
Figura 2 – Campos dos Goytacazes – Porto do Açu, Visão do Lançamento do
Corredor Logístico em Planta ................................................................................... 139
Figura 3 - Corredor Logístico – Seção Transversal Proposta.................................... 140
MAPA
Mapa 1 - Área do Projeto da Estrutura Viária............................................................ 138
Rionor, fev/2010;
FIGURAS
Figura 1 - Fluxo da Cadeia Produtiva dos Produtos Florestais.................................. 155
Figura 2 - Cadeia Produtiva Celulose e Papel .......................................................... 157
Figura 3 - Cadeia Produtiva Madeira para Indústria Moveleira e Construção Civil .... 159
Figura 4 - Cadeia Produtiva da Madeira para Produção de Energia ......................... 163
GRÁFICOS
Gráfico 1 - Valor Adicionado Bruto por Setores Econômicos, Norte Fluminense, 2008,
preços correntes, MR$.............................................................................................. 150
Gráfico 2 - Valor Adicionado Bruto por Setores Econômicos, Noroeste Fluminense,
2008, preços correntes, MR$.................................................................................... 151
QUADROS
Quadro 1 - Caso 1: Produtividade de 40 m3/ha/ano e Valor da Terra Desconsiderado
................................................................................................................................. 170
Quadro 2 - Caso 2: Produtividade de 40 m3/ha/ano e Valor da Terra Equivalente ao
Aluguel Calculado Sobre o Preço da Terra de R$2.000,00/ha .................................. 170
Quadro 3 - Caso 3: Produtividade de 40 m3/ha/ano e Valor da Terra Equivalente ao
Aluguel Calculado Sobre o Preço da Terra de R$5.491,00/ha .................................. 170
Quadro 4 - Caso 4: Produtividade de 40 m3/ha/ano e Compra do Terreno com Valor da
Terra Equivalente a R$2.000/ha ............................................................................... 171
Quadro 5 - Caso 5: Produtividade de 50 m3/ha/ano e Valor da Terra Desconsiderado
................................................................................................................................. 171
Quadro 6 - Caso 6: Produtividade de 50 m3/ha/ano e Valor da Terra Equivalente ao
Aluguel Calculado sobre o Preço da Terra de R$2.000,00/ha................................... 171
Quadro 7 – Caso 7: Produtividade de 50 m3/ha/ano e Valor da Terra Equivalente ao
Aluguel Calculado Sobre o Preço da Terra de R$5.491,00/ha .................................. 172
Quadro 8 - Caso 8: Produtividade de 50 m3/ha/ano e Compra do Terreno com Valor da
Terra Equivalente a R$2.000/ha ............................................................................... 172
Quadro 9 - Resultados e classificação da Análise Financeira: Floresta Plantada de
Eucalipto com Ciclo Produtivo 6 anos – Cadeia Produtiva Celulose e Papel ............ 172
Quadro 10 - Caso 1: Produtividade de 40 m3/ha/ano e Valor da Terra Desconsiderado
................................................................................................................................. 173
Quadro 11 - Caso 2: Produtividade de 40 m3/ha/ano e Valor da Terra Equivalente ao
Aluguel Calculado sobre o Preço da Terra de R$2.000,00/ha................................... 173
Quadro 12 - Caso 3: Produtividade de 40 m3/ha/ano e Valor da Terra Equivalente ao
Aluguel Calculado sobre o Preço da Terra de R$5.491,00/ha................................... 174
TABELAS
Tabela 1 - Produto Interno Bruto a Preços Correntes, Mesorregiões do Estado do Rio
de Janeiro, 2008 ....................................................................................................... 149
Tabela 2 - Número e Percentual de Estabelecimentos Agropecuários por Grupos de
Área Total, Regiões Noroeste e Norte do Estado do Rio de Janeiro, 2006 ............... 152
Tabela 3 - Previsão de Receitas Ciclo do Eucalipto 15 anos .................................... 169
Tabela 4 - Previsão de Receitas Ciclo Produtivo do Nim 13 anos............................. 169
O presente trabalho tem como objetivo apresentar estudo e avaliação das cadeias
produtivas dos programas de silvicultura selecionados nas etapas anteriores e também
das cadeias colaterais de sustentação das ecovilas.
A proposta é agregar a prática da silvicultura aos demais cultivos regionais, constituindo
assim mais uma alternativa produtiva e de geração de riqueza para a Região. Esta dispõe
de grandes áreas disponíveis para a plantação de florestas, sem que ocorra prejuízo para
as demais culturas. Além da silvicultura, enquanto produção da madeira, são expostas
alternativas de desenvolvimento de cadeias produtivas ligadas e derivadas do cultivo da
floresta plantada. O desenvolvimento de tais segmentos, além de incentivar a dissemina-
ção e o fortalecimento da prática silvicultural, também se constitui em importante instru-
mento de agregação de valor à produção e sua integração regional, e para a geração de
trabalho e renda para as populações rural e urbana.
Foram escolhidas para sustentar este processo de desenvolvimento regional três ca-
deias principais: celulose e papel, madeira para indústria moveleira e construção civil e
madeira para produção de energia. Além destas, propõe-se o desenvolvimento de culturas
e atividades acessórias, visando o desenvolvimento produtivo de um sistema complemen-
tar. A prática da apicultura, o cultivo de cogumelos e a extração de essências entre
outras, dão robustez ao sistema proposto na modalidade agroflorestal.
Para a realização da análise de viabilidade econômica das florestas comerciais que
sustentarão tais cadeias, foram utilizados os critérios de Valor Presente Líquido (VPL)
e Taxa Interna de Retorno (TIR), por meio de fluxos de caixa descontados. Em com-
plementaçao foram feitas análises de sensibilidade em relação às variações da taxa
de desconto, do preço da terra e da produtividade das florestas.
3. CADEIAS PRODUTIVAS
A idéia é a formação de uma rede de empresas e instituições que atue de forma com-
plementar e integrada, de modo a alcançar melhores condições operacionais e de
competitividade, através da colaboração. Fazem parte desta rede, as empresas indus-
triais, setores de serviços, instituições de ensino, centros de pesquisa, administração
pública, entre outros.
Fonte: STCP 2010, baseado em VIEIRA, L. Setor Florestal em Minas Gerais: caracterização e
dimensionamento. Belo Horizonte – Universidade Federal de Minas Gerais, 2004., apud
ABRAF, 2010
Produção Florestal
Produtos Madeireiros
Toras de Madeiras
Cavaco
Papel Celulose
Fonte: Elaboração própria a partir de STCP 2010, baseado em VIEIRA, L. Setor Florestal em
Minas Gerais: caracterização e dimensionamento. Belo Horizonte – Universidade Federal de
Minas Gerais, 2004., apud ABRAF, 2010
1
Cabe destacar qua apenas uma parte da madeira em toras é destinada para a prpodução de
cavacos para celulose. As partes restantes podem ser destinadas para a produção de carvão
vegetal, insumos para o cultivo de cogumelos, entre outros usos.
A proposta inicial é de que seja destinada uma área de cultivo da floresta plantada
mais extensa, a qual deve viabilizar a implantação de uma fábrica de celulose. Neste
sentido, propõe-se a destinação de uma gleba de aproximadamente 50.000 hectares,
na Área Preferencial 1, ver Capítulo 1, para o cultivo das florestas comerciais de eu-
calipto e/ou da acácia mangium e/ou de bambu e ou de outra espécie equivalente..
Produção Florestal
Produtos Madeireiros
Toras de Madeiras
Cavaco
Madeira
Lâmina de Madeira
Serrada
Painéis de Madeira
Reconstituída
Compensado
Fonte: Elaboração própria a partir de STCP 2010, baseado em VIEIRA, L. Setor Florestal em
Minas Gerais: caracterização e dimensionamento. Belo Horizonte – Universidade Federal de
Minas Gerais, 2004., apud ABRAF, 2010
Destinada a micro, pequenos, médios e grandes produtores, a implantação desta ca-
deia envolve o desenvolvimento de complexo produtivo de tranformação da madeira
sólida em madeira serrada, painéis, manufaturados e artefatos de madeira para aten-
der aos segmentos moveleiro e construção civil, além do desenvolvimento da cadeia
produtiva moveleira.
Para dar suporte ao desenvolvimento desta cadeia, propõe-se o cultivo das quaisquer
espécies que mostrem boa Produtividade como resultado de sua aclimatação e rendi-
mento nas Áreas Preferenciais 2 e 3, Capítulo 4.
Para esta cadeia o ciclo de produção de tais espécies é mais longo que o das destina-
das à cadeia da celulose. Para o cinamomo, nim, acácia mangium e eucalipto o ciclo é
Cabe destacar que o setor de construção civil vem crescendo regionalmente, especi-
almente na Região Norte Fluminense, com crescente participação na geração de em-
pregos.
2.3.7 Constituição do Arranjo Produtivo Regional, APR, da Madeira para In-
dústria Moveleira e Construção Civil
A indústria moveleira, por sua vez, já apresenta uma aglomeração produtiva em Cam-
pos dos Goytacazes, a qual tende a se expandir, especialmente com a maior oferta de
matéria-prima local.
Vale destacar que estes são segmentos cada vez mais profissionalizados e cuja com-
petitividade está ligada à adoção de processo avançados tecnologicamente. Há exi-
gências quanto a se utilizar madeira de qualidade, produzida de forma ambientalmen-
te sustentável, ao que se soma a inovação de processos produtivos e de produtos
como um dos principais fatores de competitividade de mercado.
Produção Florestal
Produtos Madeireiros
Toras de Madeiras
Consumo Industrial
Ferro Gusa
Agroindústria
Aço
Cerâmicas
Tubos/Chapas
Urbano
Outros
Outros
Fonte: Elaboração própria a partir de STCP 2010, baseado em VIEIRA, L. Setor Florestal em
Minas Gerais: caracterização e dimensionamento. Belo Horizonte – Universidade Federal de
Minas Gerais, 2004., apud ABRAF, 2010
Apesar da redução do consumo, nos últimos anos, o carvão vegetal ainda possui uma
posição de grande importância na economia brasileira, especialmente no setor side-
rúrgico. O carvão vegetal também participa como substituto do óleo combustível nas
caldeiras e nos fornos de combustão da indústria de cimento e de materiais primários.
(CARVALHO, 2005).
No setor siderúrgico industrial, o ferro-gusa, aço e ferro-ligas são os principais consu-
midores do carvão vegetal (quase 85%), que funciona como redutor e energético ao
mesmo tempo.
O setor residencial ainda consome cerca de 9%, seguido pelo setor comercial com
1,5%, este representado por pizzarias, padarias e churrascarias (USP,2003 apud CAR-
VALHO, 2005).
A análise de viabilidade econômica - financeira foi realizada para o cultivo das flores-
tas comerciais que sustentam as cadeias produtivas de celulose e papel, produção de
madeira para móveis e construção civil e produção de madeira para energia. Constitu-
em objeto desta análise típica – que se aplica a quaisquer espécies -, então, a floresta
plantada de eucalipto com o ciclo de seis anos para atender a cadeia produtiva de
celulose e papel, construção civil e energia; a floresta plantada de eucalipto no período
de 15 anos, e a de nim no período de 13 anos para atender a cadeia de produção de
madeira para móveis e construção civil, como exemplo de uma ampla gama de possi-
bilidades viáveis.
Os métodos utilizados consideram: Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de
Desconto (TIR).
O valor presente líquido de um projeto de investimento representa a soma algébrica
dos valores descontados do fluxo de caixa a ele associado. Constitui a diferença entre
o valor presente das receitas e o valor presente dos custos.
A viabilidade econômica de um projeto analisado pelo VPL é indicada pela diferença
positiva entre receitas e custos, atualizados de acordo com uma dada taxa de descon-
to, calculado de acordo com a fórmula seguinte:
onde:
Rj= receitas do projeto considerado;
Cj= custos do projeto considerado;
i= taxa de desconto;
n= duração do projeto em períodos de tempo (geralmente anos)
A taxa interna de retorno representa a taxa anual de retorno do capital investido. É a
taxa que iguala o valor atual das receitas (futuras) ao valor atual dos custos (futuros)
do projeto, calculada conforme fórmula a seguir:
Um projeto será considerado viável economicamente se sua TIR for maior que uma
taxa de desconto correspondente à taxa de remuneração alternativa do capital, usual-
mente denominada taxa mínima de atratividade (TMA). (REZENDE et al, 2001)
2
valor correspondente à média dos valores praticados na Região para a Terra Nua, de acordo
com Decreto publicado pela SEAPPA em 07/07/2010
3
Valor correspondente ao preço médio da terra no Brasil para terras destinadas para lavoura.
Fonte: eliteles@gmail.com
4
Os valores foram calculados com base em informações da Empresa MCAS Planejamento
Ambiental e Arquitetura Ltda.
O aumento da produtividade para 50 m3/ha torna o projeto mais atrativo. Quando não
se considera o fator terra como custo, a taxa interna de retorno é de 20% e o VPL de
R$53.602.263,34 para uma taxa de desconto de 17% (bem acima das praticadas pelo
mercado, o que reforça a viabilidade do projeto).
Neste caso o projeto é viável financeiramente, com taxa interna de retorno de 11% e
VPL de R$15.883.451,15 com taxa de desconto de 10%.
b) Caso 2: Valor da terra equivalente ao aluguel calculado sobre o preço da terra
de R$2.000,00/ha.
Quadro 20 - Caso 2: Valor da Terra Equivalente ao Aluguel Calculado sobre o Preço da
Terra de R$2.000,00/ha
Investimento: R$946.924.918,38
Taxa Interna de Retorno (TIR): 9%
Taxa
6% 10% 12% 14% 17%
desconto
VPL (R$) 115.705.961,23 -15.819.811,00 -54.022.208,97 -80.560.852,21 -105.388.499,55
Para realização desta análise foi considerado o plantio de 15.000 ha de nim, sendo
5.000 ha plantados a cada ano. Com ciclo produtivo de 13 anos, a duração total do
ciclo se estende a 15 anos, devido ao plantio consecutivo de 5.000 ha durante 3 anos.
Os dados considerados nesta análise foram fornecidos por um produtor local. Além da
madeira, a colheita das folhas e a extração do óleo também foram consideradas na
estrutura de custos e receitas.
4.5.1 Resultados da Análise Financeira com a Aplicação dos Critérios VPL e
TIR
a) Caso 1: Valor da terra desconsiderado:
Quadro 24 - Caso 1: Valor da Terra Desconsiderado
Investimento: R$1.078.202.038,01
Taxa Interna de Retorno (TIR): 32%
Taxa
6% 10% 12% 14% 17%
desconto
VPL (R$) 496.488.891,49 297.149.376,86 229.715.881,18 177.083.932,64 118.560.836,61
O cultivo da floresta plantada da espécie nim mostrou-se bastante viável, com indica-
dores consideravelmente acima das demais espécies consideradas na análise. Neste
caso, quando não se considera o custo da terra, a taxa interna de retorno alcança 32%
e o VPL R$118.560.836,61 com taxa de desconto de 17% (taxa considerada bastante
elevada em relação às praticadas no mercado).
Para o valor do aluguel calculado sobre o preço da terra de R$5.491,00, a taxa interna
de retorno é de 23% e o VPL de R$59.685.189,72 com taxa de desconto de 17%.
d) Caso 4: Compra do terreno com valor da terra equivalente a R$2.000/ha.
Quadro 27 - Caso 4: Compra do Terreno com Valor da Terra Equivalente a R$2.000/ha
Investimento: R$1.640.933.447,51
Taxa Interna de Retorno (TIR): 10%
Taxa
6% 10% 12% 14% 17%
desconto
VPL (R$) 112.848.706,70 -11.265.594,12 -49.532.131,47 -77.263.913,98 -104.818.507,18
Investimento: R$2.623.181.122,79
Taxa Interna de Retorno (TIR): negativa
Taxa
6% 10% 12% 14% 17%
desconto
VPL (R$) -556.795.235,86 -549.603.925,97 -536.959.537,54 -521.228.080,26 -494.727.151,76
5. CONCLUSÃO
6. REFERÊNCIAS
ABRAF, Anuário Estatístico da ABRAF 2010 ano base 2009, ABRAF, Brasília,
2010. 140p., Disponível em < http://www.abraflor.org.br/estatisticas.asp>, acesso em
28/01/2011
BRASIL. Anuário RAIS. [Brasília]: Ministério do Trabalho, Secretaria Geral, 2009. Anu-
al. Continuação parcial de Relacão anual de informacões sociais.
Rezende, José Luiz Pereira de; Oliveira, Antônio Donizette de. Análise Econômica e
Social de Projetos Florestais, 2.ed., Viçosa:UFV, 2001
VITAL, Marcos H.F., Florestas Independentes no Brasil, BNDES Setorial, Rio de Ja-
neiro, n. 29, p. 77-130, mar. 2009. Disponível em < http://www.bndes.gov.br/ SiteBN-
DES /bndes/bndes_pt/ Institucional/ Publicacoes/ Consulta _Expressa
/Setor/Agroindustria /200903_03.html>, Acesso em 27/01/2011
1) Programas Estruturantes
Programa Descrição
Rio Genética Promover o melhoramento genético dos rebanhos pecuários do Estado,
democratizando o acesso à tecnologia genética e fazendo com que a qua-
lidade e o resultado estejam ao alcance de todos. Entre os objetivos estão
o aumento da produção e produtividade das explorações, geração de ren-
da e trabalho e melhoria da qualidade de vida da população rural. Informa-
ções: tel. (21) 3601-5267 – Jorge Ronaldo Machado, (21) 3601-6433 -
Clóvis Romário.
Rio Rural Buscar alternativas sustentáveis de desenvolvimento, tendo como referên-
cia de planejamento e de intervenção as microbacias hidrográficas, inves-
tindo na recuperação da qualidade da água, conservação do solo, recom-
posição da cobertura vegetal, infra-estrutura e saneamento rural, entre
outros. O programa conta com recursos do BIRD – GEF e Governo do
Estado, e a parceria de entidades ambientais . Informações: Tel.:(21)3607-
5398 / 3607-6003 - www.microbacias.rj.gov.br.
Estradas Recuperação e manter as estradas vicinais das regiões produtoras, facili-
da Produção tando o escoamento da produção e trânsito da população rural. Informa-
ções: Emater-Rio tel. (21) 3601-5130
Sanidade Rio Promover, manter e recuperar a saúde dos animais e vegetais produzidos
no Estado ou que transitam no território fluminense, garantindo qualidade
da produção e a segurança alimentar da população. Informações: tel. (21)
3607-5440 – Flávio Tavares.
Crédito Fundiário Oferecer oportunidades para que trabalhadores rurais, arrendatários, par-
ceiros e meeiros, que têm tradição na lida rural, mas que não dispõem de
recursos, possam adquirir a própria terra para o desenvolvimento de ativi-
dades agrícolas. Informações: Unidade Técnica Estadual (UTE) tel. (21)
3607-5111.
Eletrificação Total Proporcionar condições para que a oferta de energia no meio rural seja
generalizada, com utilização de ICMS e financiamento da Eletrobrás. In-
formações: tel.: (21) 3607-5398 - Nelson Teixeira.
Fonte: http://www.seaapi.rj.gov.br/estruturantes.asp
2) Setoriais
Programa Descrição
Frutificar Programa que visa a correção das desigualdades regionais, o aumento da
produção e produtividade de frutas no Estado do Rio de Janeiro, permitindo o
acesso a novas variedades e o aporte de modernas tecnologias, através de
linha de crédito específica para financiamento de projetos de fruticultura irri-
gada. Criado no ano de 2000, o Frutificar foi responsável pela incorporação
de 5 mil hectares de lavouras de frutas irrigadas no Estado e pela geração de
cerca de 20 mil postos de trabalho diretos e indiretos. Atualmente o Progra-
ma financia a implantação das seguintes culturas: Abacaxi, Banana, Caju,
Citros (Laranja, Limão e Tangerina), Coco Verde, Goiaba, Manga, Maracujá,
Pêssego e Uva.
Florescer Programa que visa o desenvolvimento da cadeia produtiva de flores, de plan-
tas ornamentais e medicinais no Estado do Rio de Janeiro, com condições
facilitadas de financiamento, voltado para a implementação de novas tecno-
logias de produção, profissionalização e capacitação do setor produtivo e
comercial, visando alcançar competitividade nos mercados interno e externo.
Panela Cheia
É um programa voltado para o aproveitamento das sobras de comercialização de hor-
tigranjeiros. Tem como objetivo aproveitar o que seria jogado fora pelos comerciantes
e produtores da CEASA/RJ por não ter mais padrão comercial. São recolhidas estas
frutas e legumes, levados a uma central de processamento, colocado em sacolas, pa-
ra distribuição a famílias carentes e entidades sociais cadastrados no programa, enri-
quecendo o padrão alimentar destas famílias assistidas. Atualmente o PROGRAMA
PANELA CHEIA atende a 2100 famílias por semana, distribuindo em média 11 tonela-
das de alimentos. (Fonte: http://www.seaapi.rj.gov.br/sociais.asp)
(Fonte: http://www.faerj.com.br/index.asp)
(http://sis.dieese.org.br/consulta_simples.php?sede)
Cambuci
Sindicato Rural de Cambuci
Presidente: Ademir Werneck Mello
Endereço: Rua Jose Galdino, 55 - Centro
Telefone: (22)2767-2045
Fax: (22) 2767-2219
E-mail: não possuem
Itaocara
Sindicato Rural de Itaocara
Presidente: Agnaldo da Silva Martins
Endereço: Rua Pref. Elias de Carvalho Gama, 68 - Centro
Telefone: (22)3861-2207
Fax: (22)3861-2207
E-mail: sritaocara@hotmail.com
Itaperuna
Sindicato Rural de Itaperuna
Presidente: Moacyr Vieira Seródio
Endereço: Av. Presidente Dutra, 1099 - Cidade Nova – Anexo Acapil
Telefone: (22)3824-2105
Fax: (22)3824-2105
E-mail: sritaperuna@ig.com.br
Laje do Muriaé
Sindicato Rural de Laje do Muriae
Presidente: Ueber Moreira Poeys
Endereço: Rua Antonio Carlos Alberoni, 220 - Centro
Telefone: (22)3829-2051
Fax: (22)3829-2051
E-mail: sindicatoruralaje@gmail.com
Natividade
Sindicato Rural de Natividade
Presidente: Jose Ferreira Pinto
Endereço: Rua Antonio de Lannes, 01 - Centro
Telefone: (22)3841-1185
Fax: não possuem
E-mail: sruralnatividade@digitalrj.com.br
Porciúncula
Sindicato Rural de Porciuncula
Presidente: Italo Balbo Lira
Endereço: Rua Pref. Sinval Augusto Ferrreira da Silva, 152 - Centro
Telefone: (22)3842-1081
Fax: (22)3842-1301
E-mail: srporciuncula@uol.com.br
Conceição de Macabu
Sindicato Rural de Conceicao de Macabu
Presidente: Jose Nolasco Salles Filho
Endereço: Rua Rosendo Fontes Tavares, 221 – Bocaina
Telefone: (22)2779-2246
Fax: (22)2779-2246
E-mail: srcmacabu@yahoo.com.br
Macaé
Sindicato Rural de Macae
Presidente: Edla Bichara Benjamin
Endereço: Rua Governador Roberto Silveira, 226 - Centro
Telefone: (22)2762-1615
Fax: (22)2762-1615
E-mail: sindruralmce@veloxmail.com.br
Italva
Federação: FETAG/RJ – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do
Ro de Janeiro
Endereço: São Sebastião, 159, Saudanha da Gama
Telefone: não possuem
Porciúncula
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porciúncula
Centro Sindical: CUT – Central ünca dos Trabalhadores
Endereço: Rua Cezar Vieira, 453, sala – A, Centro
Telefone: (22) 3842-9163
Telefone do Responsável pelo Sindicato: (22) 3842-1589
E-mail: getuliomaciel@yahoo.com.br
Conceição de Macabu
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Conceição de Macabu
Centro Sindical: CUT – Central ünca dos Trabalhadores
Federação: FETAG/RJ – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do
Ro de Janeiro
Confederação: CONTAG - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura
Endereço: Av, Victor Sence, 1 Terminal Rodoviário – Garapa
Telefone: (22) 9201-8076
E-mail: sttrmacabu@gmail.com
São Fidélis
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São Fidélis
Federação: FETAGRI - AM
Confederação: CONTAG - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura
Endereço: Avenida Sete de Setembro, 436, Centro
Telefone: (22) 2758-5191
E-mail: sindicatodostr@ig.com.br
A seguir estão relacionados os principais programas de financiamento à atividade florestal, conforme o Anuário Estatístico da ABRAF, 2010.
Tabela 1 - Resumo dos Principais Programas de Financiamento a Atividade Florestal (BNDES e MAPA/MDA)
Descrição do Programa BNDES Florestal FINEM PROPFLORA PRONAF Florestal PRONAF ECO
Objetivo Geral • Apoiar atividades de reflo- • Apoiar projetos de inves- • Apoiar a implantação e • Estimular o exercício da • Incentivar o uso de tec-
/Finalidades restamento, conservação e timentos destinados à manutenção de florestas silvicultura; nologia de energia reno-
de recuperação florestal de implantação, expansão e destinadas ao uso in- • Apoio às práticas de- vável e ambiental;
áreas degradadas ou con- modernização de empre- dustrial, à queima no manejo florestal; • Suporte ao armazena-
vertidas, e o manejo flores- sas; processo de secagem • Incitar o desenvolvimen- mento hídrico;
tal sustentável em áreas • Amparar projeto de im- de produtos agrícolas, à to de sistemas agroflo- • Patrocinar pequenos
nativas. plantação, expansão e produção de biocom- restais; aproveitamentos hidroe-
modernização de empre- bustível e aos consór-
• Oferecer suporte técni- nergéticos;
sas. cios agroflorestais;
co. • Estimular à silvicultura e
• Aparar a recomposição as práticas conservacio-
e manutenção de áreas nistas e de correção de
de preservação e reser- acidez do solo.
va florestal legal.
Os fluxos abaixo estão descritos conforme recebidos pelas respectivas fontes. Os cus-
tos e receitas estão apresentados por hectare. Os demais custos considerados para
realização da análise financeira (custo da terra, impostos, juros, licenciamento ambien-
tal e recomposição florestal foi incorporados na análise de acordo com os casos estu-
dados.
Tabela 1- Fluxo de Caixa Plantio Eucalipto Urograndis Clone por Hectare, Ciclo Pro-
3
dutivo 6 anos (produtividade 50m /ha)
Ano 1 Ano 2 ao 5 Ano 6
Descrição Especificação V. U.
Qtd Total Qtd Total Qtd Total
A - Operações
Mecanizadas
Calagem HM* Tp** 90 cv+dist. Calcário 70 1 70
Subsolagem HM Tp 120 cv 4x4+subsolar 120 1 120
Aplicação de Herbicida HM Tp 75 cv+pulv. 2000 l 70 2 140 1 70
Roçada na entre linha HM Tp 90 cv 4x4+rochadeira 60 2 90 2 90
Aplicação Herbicida
dirigido HM pulverizado costal 40 8 320
Aplicação Herbicida
entre linha HM Tp 75 cv+pulv. 2000 l 60
Irrigação HM TP 90 cv + tanque 3000L 70 9 630
Manutenção Aceiros,
carreadores HM Tp 75 cv+roçadeira 60 1 60 1 60 1 60
Subtotal A 14 1.020 4 220 11 470
B - Operações Manuais
Controle de Formiga –
inicial Homem-dia 30 5 135
B.2. Plantio
Aplicação de Cupinicida Homem-dia 30 0 3
Plantio/Replantio Homem-dia 30 5 150
Adubação de plantio Homem-dia 30 2 45
Adubação de Cobertura Homem-dia 30 3 90 2 45
Capina/Coroamento Homem-dia 30 4 120 1 30
Controle de Formiga –
repasse Homem-dia 30 2 60 2 60 2 60
Roçada na linha Homem-dia 30 1 30
Condução da rebrota Homem-dia 30 3 90
3
Colheita/Carregamento Empreitada (R$/m ) 12 300 3.600
Subtotal B 20 603 4 120 7 3.795
C – Insumos
Fertilizantes e Corretivo (*) R$/ha 539
Herbicida R$/ha 20 5 90 2 40 5 90
Formicida R$/ha 8 4 32 2 16 2 16
Mudas - clone R$/milheiro 380 2 631
Cupinicida R$/grama 27
Outros Insumos R$/ha 64
Subtotal C 1.382 56 106
Tabela 2 - Fluxo de Caixa Plantio Eucalipto por Hectare, Ciclo Produtivo 15 anos
Descrição Ano
Custo de Desembolso 1 2 3a7 8 a 11 12 a 15
Aplicação de herbicida 150,0
Adubos e calcários 666,8
Defensivos 65,0 50,0 150,0 150,0 150,0
Coveamento e plantio (mão-de-obra) 833,5
Mudas 629,0
Tratos culturais (mão-de-obra) 720,0
Adubação de cobertura (mão-de-obra) 50,0
Corte 1.000,0 4.950,0 4.950,0
Outros 720,0 450,0 1.000,0 1.000,0 1.000,0
CUSTO 3.834,3 500,0 2.150,0 6.100,0 6.100,0
Custo de oportunidade 383,4 471,8 3.171,4 7.177,6 -842,3
DESPESAS 4.217,7 971,8 5.321,4 13.277,6 5.257,7
DESPESAS ACUMULADA 5.189,5 10.510,9 20.288,5
Venda madeira do primeiro corte 3.500,0
Venda madeira do segundo corte 19.250,0
Venda madeira do terceiro corte 80.000,0
RECEITA BRUTA 3.500,0 19.250,0 80.000,0
Fonte: Viveiro Ducampo-Rio, 2010 (www.ducampo.com.br)
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