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Lucas Nogueira Garcia - ​A Origem da Tragédia ​- ​Friedrich Nietzsche

O filósofo ​Friedrich Nietzsche diz em seu texto ​A Origem da Tragédia que o


desenvolvimento da arte está diretamente ligado à duplicidade do apolíneo (Apolo) e
do dionisíaco (Dionísio). O apolíneo representa a aparência, as formas, as regras e
os limites individuais. Já o dionisíaco é o instinto, o impulso, a dança e a música.
A arte apolínea está ligada ao figurado, as artes plásticas. Já a dionisíaca está
ligada ao não figurado, a música. Esses impulsos caminham juntos e na maioria das
vezes em oposição. Porém um incita o outro para que surjam novas produções.
Nietzsche vai dizer que estes impulsos tem origem em dois conceitos. O primeiro é
o ​Uno-Primordial​, impulso comum a todos pelo qual se universaliza e se imortaliza a
arte (dionisíaco). O segundo é o ​princípio-individual​, que diferencia o indivíduo da
universalidade (apolíneo).
Segundo Nietzsche, a arte tinha grande importância na sociedade grega, pois servia
para aliviar as dores e lástimas da vida. A arte era uma necessidade humana,
portanto, o nascimento da tragédia se deu de maneira inconsciente, fruto da
embriaguez e dos sonhos. O Mito Trágico é uma representação imagética da
sabedoria dionisíaca. O dionisíaco se manifesta através de processos apolíneos de
representação. E essa representação leva o público ao arrebatamento através do
prazer por meio de processos inconscientes.
Para Nietzsche, a música e o mito trágico eram uma expressão do dionisíaco. Elas
seriam capazes de justificar aquilo que há de pior no mundo e tornar a vida mais
bela e possível. Segundo ele a verdadeira essência da vida é lastimável e toda e
qualquer tentativa de viver baseado em expectativas não passa de uma ilusão.
Como ele defenderia posteriormente em ​A Genealogia da Moral​, a razão é uma
doença, pois faz o ser humano pensar em sua própria infelicidade ou ausência de
felicidade. Nietzsche defendia que o ser humano só se realizaria como indivíduo se
ele guiasse sua vida através dos instintos e impulsos, o que Nietzsche considerava
ser algo natural e comum a todos os seres viventes. Desta maneira, a razão se
apresenta como um empecilho a tudo que é natural, sendo assim algo artificial.

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