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01 - A Convicção Vocacional de Paulo em Seu Ministério Missionário PDF
01 - A Convicção Vocacional de Paulo em Seu Ministério Missionário PDF
Em suas epístolas podemos ler uma série de declarações que revelam os elementos
que nortearam seu ministério, bem como foram a mola propulsora de seu trabalho
missionário.
Como está evidente, a palavra graça é repetida três vezes nesse versículo. Esse
termo deriva do verbo grego charizomai que, por usa vez, significa mostrar favor. Ele
assume por um lado, a bondade de quem doa e por outro, a indignidade de quem
recebe o favor. Tanto esse conceito, quanto o sentimento de indignidade presente em
Paulo ficam claros ao percebermos os assuntos dos versículos antecedentes.
Após isso, Paulo reconhece sua indignidade em ser apóstolo para proclamar o evento
da ressurreição de Cristo. O motivo disso? Ter sido perseguidor da igreja. Assim ele
diz: “Porque eu sou o menor dos apóstolos, que mesmo não sou digno de ser
chamado apóstolo.” (v.9). Nessa declaração pode ser aplicada ao conceito do termo
“graça” de bondade de quem doa e indignidade de quem recebe.
A primeira vez que aparece o termo graça, Paulo a introduz com a conjunção
adversativa “mas” (do grego dé) para expressar um contraste. Mesmo sendo indigno,
Deus, através de sua graça, tornou-o um instrumento para proclamação de seu Reino.
Observe que Paulo diz: pela graça sou o que sou e não sou quem sou.
Ao expressar-se dessa forma, o apóstolo mostra que não está olhando para si como
uma pessoa, mas como um instrumento nas mãos de Deus para a proclamação do
Evangelho.
Na segunda vez que se refere à graça, ele deixa claro que a graça não se tornou vã. A
palavra vã significa sem efeito, sem alcançar o alvo. Ele está dizendo que a graça de
Deus não falhou e produziu resultados extraordinários.
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Finalmente, a terceira vez que a palavra graça ocorre no versículo, Paulo a usa mais
uma vez em referência ao seu trabalho, que por sua vez, foi maior do que dos
apóstolos. Ele foi grande missionário e fundador de igrejas, experimentou diversos
sofrimentos e foi o maior escritor do NT. Paulo credita o êxito de suas atividades não
aos seus méritos, mas à graça de Deus.
A graça, tem papel determinante não só na vida de Paulo como em seu ministério e
teologia. Pra ele, foi elemento responsável por fazer dele um apóstolo e para capacitá-
lo no exercício dessa função. Sua certeza a respeito disso era tal que afirmou que a
graça já operava nele antes de seu nascimento para torná-lo um servo de Cristo.
1 – Nosso serviço tem como origem a graça soberana de Deus e não a nossa escolha.
“Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós
outros.” (Jo 15.16).
2 – Nosso serviço é parte do cumprimento dos planos de Deus para nossa vida – “Pois
somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de
antemão preparou para que andássemos nelas.” (Ef 2.10). Note que o assunto central
do capítulo 2 na epístola aos Efésios é a operação da graça de Deus na vida do
homem.
Diante de tais coisas devemos ter em mente aquilo que próprio Paulo viveu e ensinou:
a saber, a humildade. “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em
Cristo Jesus, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de
cruz. (Fp 2.5,8).”
Paulo escreveu uma carta aos Coríntios para orientá-los sobre as diversas
desordens. Algumas pessoas não receberam bem essa carta e passaram a questionar
a sua autoridade como apóstolo. Eram eles os gnósticos, judaizantes e os “homens
divinos” e “pessoas espirituais.”
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Para combater essas pessoas, Paulo lança mão de ferramentas espirituais, uma vez
que trata-se de uma batalha espiritual.Que armas são essas? É a verdade, o justiça,
evangelho, fé, o amor, a palavra, a esperança decorrente da salvação, oração,
vigilância. Porque essas armas? As armas de Satanás são inversas as regras de
Deus. Trata-se da mentira no lugar da verdade, as trevas no lugar da luz, a morte no
lugar da vida, o engano ao invés da verdade e do evangelho, o ódio no lugar do amor,
o desespero no lugar de esperança.
Qual é a relação disso tudo com a convicção de Paulo sobre a sua vocação? Paulo
cria que ele foi chamado para que através de seu ministério, Deus manifestasse o seu
poder, fazendo com que o Evangelho se espalhasse e o poder territorial de Satanás
fosse reduzido.
Em várias outras passagens, Paulo deixa claro o poder de Deus expresso através da
sua pregação: Aos coríntios ele afirma: “A minha palavra e a minha pregação não
consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito
e de poder.” (1 Co 2.4).
À igreja de Tessalonicenses ele escreveu: “Porque o nosso evangelho não chegou até
vós tão-somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo.” (1 Ts 1:5).
Sendo assim, Paulo fincava sua convicção de que sua tarefa não estava atrelada na
divulgação de uma nova religião simplesmente, antes, estava ancorada, na certeza de
que o Senhor o havia chamado para manifestar através da pregação o Seu poder.
1. Aquele que foi vocacionado para servir a Deus deve estar convicto que sua vida
será canal para a manifestação do poder de Deus.
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3. Aquele que foi vocacionado deverá estar ciente de que manifestação do poder de
Deus resultará em perseguição.
Como já tem sido dito, havia na igreja de Corinto opositores de Paulo. Por serem
admiradores da filosofia grega e da retórica, ridicularizaram Paulo por causa de sua
oratória. Segundo os gregos, qualquer pessoa que titubeasse no discurso era
considerada uma amadora. Por isso, para muitas pessoas daquela igreja, Paulo não
era apóstolo por causa de sua falta de eloqüência e de seu amadorismo.
No v. 6 Paulo reconhece que ele não era um grande orador. No entanto, se, por um
lado ele não era tão brilhante na oratória, por outro, era versado no conhecimento das
Escrituras. As Escrituras, a saber o AT, exerciam forte influência na pregação de
Paulo.
Portanto, estava convencido, de que sua missão era tão somente pregar a verdade, de
proclamar a Cristo a partir daquilo que as Escrituras diziam. Isso fica evidente em sua
declaração à igreja de Colossos.
Sendo assim, a retórica polida nunca foi para Paulo o pilar de sua missão, mas sim, a
pregação do evangelho, puro e simples, uma vez que ele é poder de Deus para a
salvação dos que crêem. (Rm 1.16).
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Quais são as implicações disto nos dias atuais?John MacArthur em seu artigo
Por que sou comprometido em ensinar a Bíblia tece algumas considerações
pertinentes sobre a realidade da igreja evangélica nos dias de hoje, onde os pastores
têm sido estimulados a fazerem muita coisa no tocante ao discurso, menos, ensinar a
Bíblia. Assim ele diz:
2 – Aquele que serve não lhe é permitido embelezar a mensagem apenas para
agradar aos ouvidos.
3 – Aquele que prega não deve esperar elogio pela eloqüência, mas retaliação
por causa da fidelidade. Paulo diz que no final dos tempos as pessoas sentiriam
coceiras nos ouvidos por não suportarem a sã doutrina (2 Tm 4.13).
4 – Aquele que serve deve estar ciente de que o juízo sobre aqueles que
ocupam o cargo de ensino será mais severo.
CONCLUSÃO
O ministério de Paulo certamente foi profícuo. O exercício de seu trabalho se
deu debaixo de uma profunda convicção de seu chamado. Abordamos aqui, alguns
desses princípios. Ele era ciente de que seu chamado teve como origem a Graça de
Deus. Estava convicto que seu ministério estava fundamentado no poder de Deus.
Tinha a certeza de que o fundamento de seu ministério era o seu compromisso com a
verdade.
Que esses princípios que deram a Paulo a certeza de seu chamado, possam
nutrir da mesma forma a nossa convicção acerca de nosso trabalho. E em assim
acontecendo, o nome de Cristo seja glorificado e sua igreja edificada através de nossa
vida.
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