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Apostila Depen2015 Agentepenitenciario PDF
Apostila Depen2015 Agentepenitenciario PDF
Edital nº 01 / 2015
SUMÁRIO
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Português
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Português
Acentuação Gráfica
ACENTUAÇÃO
Toda palavra tem uma sílaba que é pronunciada com mais intensidade que as outras. Essa sílaba
é chamada de sílaba tônica. Pode ocupar diferentes posições e, de acordo com essa colocação,
ser classificada como: oxítona, paroxítona, proparoxítona e monossílaba tônica.
Regras de acentuação
2. Paroxítonas
Quando terminadas em
a) L, N, R, X, PS, I, US: amável, hífen, repórter, tórax, bíceps, tênis, vírus.
b) UM, UNS, Ã, ÃS, ÃO, ÃOS, EI:
álbum, ímã, órgão.
c) Ditongo crescente (SV +V): cárie, polícia, história.
3. Oxítonas
Quando terminadas em EM, ENS, A(S), E(S), O(S):
a) A, AS: está, guaraná, comprá-la.
b) E, ES: jacaré, você, fazê-los.
c) O, OS: avó, paletós.
d) EM: armazém, ninguém.
e) ENS: parabéns, armazéns.
4. Monossílabos tônicos
A, AS, E, ES, O, OS: mês, pó, já.
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5. Ditongo Aberto
6. Hiatos I e U
7. ÊE, ÔO
a) Ele contém, detém, provém, intervém (singular do presente do indicativo dos verbos
derivados de TER e VIR: conter, deter, manter, obter, provir, intervir, convir);
b) Eles contêm, detêm, provêm, intervêm (plural do presente do indicativo dos verbos
derivados de TER e VIR).
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Português – Acentuação Gráfica – Prof. Carlos Zambeli
9. Acentos Diferenciais
Antes Depois
Ele pára Só existem ainda
Eu pélo
O pêlo, os pêlos Pôde (pretérito)
A pêra (= fruta) Pôr (verbo)
Pôde (pretérito)
Pôr (verbo)
10. Trema
Antes Depois
gue, gui, que, qui O trema não é mais utilizado.
quando pronunciados Exceto para palavras estrangeiras ou nomes
próprios: Müller e mülleriano...
bilíngüe
Pingüim
Cinqüenta
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2. Marque as opções em que as palavras são acentuadas seguindo a mesma regra. (regras antigas)
a) ( ) magnífico - básica
b) ( ) português - saí
c) ( ) gaúcho – renúncia
d) ( ) eliminatória – platéia
e) ( ) rápido – assédio
f) ( ) cipó – após
g) ( ) distribuído – saísse
h) ( ) realizará – invés
i) ( ) européia – sóis
j) ( ) alguém – túnel
l) ( ) abençôo – pôr
m) ( ) ânsia - aluguéis
n) ( ) prevêem - soubésseis
o) ( ) imbatível – efêmera
3. Acentue ou não:
a) Sauva , sauvinha, gaucha, gauchinha, viuvo, bau, bauzinho, feri-la, medi-la, atrai-los;
b) sos, le-la, reu, odio, sereia, memoria, itens, pires, tenue;
c) America, obito, coluna, tulipa, cinico, exito, panico, penico;
d) pendulo, pancreas, bonus, impar, item, libido, ravioli, traduzi-la, egoista.
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Português
Ortografia
Os Porquês
1. Por que
Por qual motivo / Por qual razão / O motivo pelo qual / Pela qual
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3. porque = pois
•• Ele foi embora, porque foi demitido daqui.
4. porquê = substantivo
Usado com artigos, pronomes adjetivos ou numerais.
HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS
Homônimos
Vocábulos que se pronunciam da mesma forma, e que diferem no sentido.
•• Homônimos perfeitos: vocábulos com pronúncia e grafia idênticas (homófonos e
homógrafos).
São: 3ª p. p. do verbo ser.
•• Eles são inteligentes.
São: sadio.
•• O menino, felizmente, está são.
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Ortografia – Português – Prof. Carlos Zambeli
•• Homônimos imperfeitos: vocábulos com pronúncia igual (homófonos), mas com grafia
diferente (heterógrafos).
Cessão: ato de ceder, cedência
Seção : corte, subdivisão, parte de um todo
Sessão: Espaço de tempo em que se realiza uma reunião
Parônimos
Vocábulos ou expressões que apresentam semelhança de grafia e pronúncia, mas que diferem
no sentido.
Cavaleiro: homem a cavalo
Cavalheiro: homem gentil
Censo: recenseamento
Senso: juízo
Descriminar: inocentar
Discriminar: distinguir, diferenciar
Eminente: excelente
Iminente: sobranceiro; que está por acontecer
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Empossar: dar posse
Empoçar: formar poça
Flagrante: evidente
Fragrante: perfumado
Ratificar: confirmar
Retificar: corrigir
Tráfego: trânsito
Tráfico: negócio ilícito
Ao encontro de: a favor, para junto de. Ir ao encontro dos anseios do povo.
De encontro a: contra. As medidas vêm de encontro aos interesses do povo.
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Português
Semântica e Vocabulário
Semântica
A semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos para se expressar através
da linguagem.
Dependendo da concepção de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas.
Polissemia
Exemplos de polissemia:
Sinonímia
Sinônimo é a palavra que tem significado idêntico ou muito semelhante ao de outra.
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Tenho muita esperança com esse concurso!
Tenho muita descrença com esse concurso!
Só escuto verdades no discurso dele.
Só escuto falsidades/ fantasias no discurso dele.
Ele vive uma realidade estranha.
Ele vive um sonho estranho.
Ambiguidade
Aquilo que pode ter mais de um sentido ou significado. É aquilo que apresenta indecisão,
hesitação, imprecisão, incerteza, indeterminação.
Papa abençoa fiéis do hospital. Edgar encontrou a esposa em seu carro. A cachorra da minha
colega é linda. Os alunos viram o incêndio do prédio ao lado.
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Português
Substantivo (nome)
Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo é a classe gramatical de palavras
variáveis, as quais denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos
também nomeiam:
•• lugares: Brasil, Rio de Janeiro...
•• sentimentos: amor, ciúmes ...
•• estados: alegria, fome...
•• qualidades: agilidade, sinceridade...
•• ações: corrida, leitura...
Destaque zambeliano
Concretos:
os que indicam elementos reais ou imaginários com existência própria, independentes
dois sentimentos ou julgamentos do ser humano.
•• Deus, fada, espírito, mesa, pedra.
Abstratos:
os que nomeiam entes que só existem na consciência humana, indicam atos,
qualidades e sentimentos.
•• vida (estado), beleza (qualidade), felicidade (sentimento), esforço (ação).
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Sobrecomuns
Quando um só gênero se refere a homem ou mulher.a criança, o monstro, a vítima, o
anjo.
Comuns de dois gêneros
Quando uma só forma existe para se referir a indivíduos dos dois sexos.
•• o artista, a artista, o dentista, a dentista...
Artigo
Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica se ele está sendo empregado de
maneira definida ou indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o
número dos substantivos.
Detalhe zambeliano 1
Substantivação!
•• Os milhões foram desviados dos cofres públicos.
Detalhe zambeliano 2
Artigo facultativo diante de nomes próprios.
•• Cláudia não veio. / A Cláudia não veio.
Detalhe zambeliano 3
Artigo facultativo diante dos pronomes possessivos.
•• Nossa banca é fácil.
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Emprego das Classes de Palavras/Morfologia – Português – Prof. Carlos Zambeli
Adjetivo
Morfossintaxe do Adjetivo:
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas relativas aos substantivos, atuando como adjunto
adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).
Detalhe zambeliano!
•• Os concurseiros dedicados estudam comigo.
Locução adjetiva
•• Carne de porco (suína)
•• Curso de tarde (vespertino)
•• Energia do vento (eólica)
•• Arsenal de guerra (bélico)
Pronome
Pessoais
•• a 1ª pessoa: aquele que fala (eu, nós), o locutor;
•• a 2ª pessoa: aquele com quem se fala (tu, vós) o locutário;
•• a 3ª pessoa: aquele de quem se fala (ele, ela, eles, elas), o assunto ou referente.
As palavras EU, TU, ELE, NÓS, VÓS, ELES são pronomes pessoais. São denominados desta forma
por terem a característica de substituírem os nomes, ou seja, os substantivos.
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•• Vou imprimir uma apostila da Casa do concurseiro para dar no dia da inscrição da Ana.
•• Vou imprimir uma apostila da Casa do concurseiro para dar no dia da inscrição dela.
“Não sei, apenas cativou-me. Então, tu tornas-te eternamente responsável por aquilo que
cativa. Tu podes ser igual a todos outros no mundo, mas para mim serás único.”
Indefinidos
Algum material pode me ajudar. (afirmativo)
Material algum pode me ajudar. (negativo).
Outros pronomes indefinidos:
tudo, todo (toda, todos, todas), algo, alguém, algum (alguma, alguns, algumas), nada, ninguém,
nenhum (nenhuma, nenhuns, nenhumas), certo (certa, certos, certas), qualquer (quaisquer), o
mesmo (a mesma, os mesmos, as mesmas),outrem, outro (outra, outros, outras), cada, vários
(várias).
Demonstrativos
Este, esta, isto – perto do falante.
ESPAÇO � Esse, essa, isso – perto do ouvinte.
Aquele, aquela, aquilo – longe dos dois.
Este, esta, isto – presente/futuro
TEMPO � Esse, essa, isso – passado breve
Aquele, aquela, aquilo – passado distante
Este, esta, isto – vai ser dito
DISCURSO �
Esse, essa, isso – já foi dito
RETOMADA
Edgar e Zambeli são dois dos professores da Casa do Concurseiro. Este é ensina Português;
aquele, Matemática.
Possessivos
•• Aqui está a minha carteira. Cadê a sua?
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Emprego das Classes de Palavras/Morfologia – Português – Prof. Carlos Zambeli
Verbos
As formas nominais do verbo são o gerúndio, infinitivo e particípio. Não apresentam flexão de
tempo e modo, perdendo desta maneira algumas das características principais dos verbos.
Tempo e Modo
As marcas de tempo verbal situam o evento do qual se fala com relação ao momento em que se
fala. Em português, usamos três tempos verbais: presente, passado e futuro.
Os modos verbais, relacionados aos tempos verbais, destinam-se a atribuir expressões
de certeza, de possibilidade, de hipótese ou de ordem ao nosso discurso. Essas formas são
indicativo, subjuntivo e imperativo.
O modo indicativo possui seis tempos verbais: presente; pretérito perfeito, pretérito imperfeito
e pretérito mais-que-perfeito; futuro do presente e futuro do pretérito.
O modo subjuntivo divide-se em três tempos verbais: presente, pretérito imperfeito e futuro.
O modo imperativo apresenta-se no presente e pode ser afirmativo ou negativo.
Advérbio
É a classe gramatical das palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio.
É a palavra invariável que indica as circunstâncias em que ocorre a ação verbal.
O advérbio pode ser representado por duas ou mais palavras: locução adverbial (à direita,
à esquerda, à frente, à vontade, em vão, por acaso, frente a frente, de maneira alguma, de
manhã, de súbito, de propósito, de repente...)
•• Lugar: longe, junto, acima, atrás…
•• Tempo: breve, cedo, já, dentro, ainda…
•• Modo: bem, mal, melhor, pior, devagar, (usa, muitas vezes, o sufixo-mente).
•• Negação: não, tampouco, absolutamente…
•• Dúvida: quiçá, talvez, provavelmente, possivelmente…
•• Intensidade: muito, pouco, bastante, mais, demais, tão…
•• Afirmação: sim, certamente, realmente, efetivamente…
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Preposição
Preposição é uma palavra invariável que liga dois elementos da oração, subordinando o segundo
ao primeiro, ou seja, o regente e o regido.
Regência verbal: Entregamos aos alunos nossas apostilas no site.
Conjunções
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes
de uma mesma oração.
As conjunções podem ser classificadas em coordenativas e subordinativas
•• Edgar tropeçou e torceu o pé.
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Emprego das Classes de Palavras/Morfologia – Português – Prof. Carlos Zambeli
No primeiro caso temos duas orações independentes, já que separadamente elas têm sentido
completo: período é composto por coordenação.
No segundo caso, uma oração depende sintaticamente da outra. O verbo “espero” fica sem
sentido se não há complemento.
Coordenadas – aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas, explicativas.
Subordinadas – concessivas, conformativas, causais, consecutivas, comparativas, condicionais,
temporais, finais, proporcionais.
Curiosidade
Das conjunções adversativas, "mas" deve ser empregada sempre no início da oração:
as outras (porém, todavia, contudo, etc.) podem vir no início ou no meio.
Ninguém respondeu a pergunta, mas os alunos sabiam a resposta.
Numeral
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico. Ex.: cinco, dois, duzentos mil
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada. Ex.: primeiro, segundo, centésimo
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão. Ex.: meio, terço, três quintos
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres, indicando quantas vezes a
quantidade foi aumentada. Ex.: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
Interjeição
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Classifique a classe gramatical das palavras destacadas (substantivo, adjetivo, advérbio)
A cerveja que desce redondo.
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Emprego das Classes de Palavras/Morfologia – Português – Prof. Carlos Zambeli
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Português
Frase: é o enunciado com sentido completo, capaz de fazer uma comunicação. Na frase é
facultativo o uso do verbo.
Oração: é o enunciado com sentido que se estrutura com base em um verbo.
Período: é a oração composta por um ou mais verbos.
SUJEITO
É o ser da oração ou a quem o verbo se refere e sobre o qual se faz uma declaração.
Que (me) é que?
“Teus sinais me confundem da cabeça aos pés, mas por dentro eu te devoro.” (Djavan)
Casos especiais
Sujeito indeterminado – quando não se quer ou não se pode identificar claramente a quem o
predicado da oração se refere. Observe que há uma referência imprecisa ao sujeito. Ocorre
a) Com o verbo na 3ª pessoa do plural, desde que o sujeito não tenha sido identificado
anteriormente.
Falaram sobre esse assunto no bar do curso.
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Inexistente (oração sem sujeito) – ocorre quando há verbos impessoais na
oração.
Fenômeno da natureza
Venta forte no litoral cearense!
Ser
É impessoal quando se refere a Horário, Data e Distância. A concordância será feita com o
predicativo.
Hoje são 29 de abril.
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Português – Sintaxe da Oração (Análise Sintática) – Prof. Carlos Zambeli
Sujeito Oracional
Estudar para concursos é muito cansativo.
É necessário que vocês estudem em casa.
TRANSITIVIDADE VERBAL
2. Verbo Transitivo Direto (VTD) – verbo que precisa de complemento sem preposição.
“O Eduardo sugeriu uma lanchonete, mas a Mônica queria ver o filme do Godard.” (Legião Urbana)
3. Verbo Transitivo Indireto (VTI) – verbo que precisa de complemento com preposição.
"Cuida de mim, enquanto não me esqueço de você“ (Teatro Mágico)
“Plantei uma flor no coração dela, e ela me deu um sorriso trazendo paz.” (Natiruts)
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ADJUNTO ADVERBIAL
É o termo da oração que indica uma circunstância (dando ideia de tempo, instrumento, lugar,
causa, dúvida, modo, intensidade, finalidade, ...). O adjunto adverbial é o termo que modifica o
sentido de um verbo, de um adjetivo, de um advérbio.
APOSTO X VOCATIVO
Aposto é um termo acessório da oração que se liga a um substantivo, tal como o adjunto
adnominal, mas que, no entanto sempre aparecerá com a função de explicá-lo, aparecendo de
forma isolada por pontuação.
Vocativo é o único termo isolado dentro da oração, pois não se liga ao verbo nem ao nome.
Não faz parte do sujeito nem do predicado. A função do vocativo é chamar o receptor a que se
está dirigindo. É marcado por sinal de pontuação.
Edgar, o professor de matemática, também sabe muito bem Português!
Complemento Nominal
É o termo preposicionado que completa o sentido de um nome (adjetivo, substantivo ou
advérbio).
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Português – Sintaxe da Oração (Análise Sintática) – Prof. Carlos Zambeli
CN Adjunto Adnominal
Sempre preposicionado; Nem sempre preposicionado;
Completa substantivo, adjetivo ou advérbio; Refere-se a substantivo abstrato ou concreto;
Sentido passivo. Sentido ativo.
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Objeto Direto X Objeto Indireto
Gostamos de todas as matérias!
Vi os vídeos no sábado.
Eu estava na rua.
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Português – Sintaxe da Oração (Análise Sintática) – Prof. Carlos Zambeli
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Português
Concordância Verbal
Regra geral
O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.
“A renúncia progressiva dos instintos parece ser um dos fundamentos do desenvolvimento da
civilização humana.” (Freud)
Os concurseiros dedicados adoram esta matéria nas provas.
•• As alunas dedicadas estudaram esse assunto complicado ontem.
1. Se
a) Pronome apassivador – o verbo (VTD ou VTDI) concordará com o sujeito passivo.
•• Compraram-se alguns salgadinhos para a festa.
•• Estuda-se esse assunto na aula.
•• Exigem-se referências do candidato.
•• Emplacam-se os carros novos em três dias.
•• Entregou-se um brinde aos alunos durante o intervalo.
2. Pronome de tratamento
O verbo fica sempre na 3ª pessoa (= ele/eles).
•• Vossa Excelência merece nossa estima. Sua obra é reconhecida por todos.
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3. Haver
No sentido de “existir ou ocorrer” ou indicando “tempo” ficará na terceira pessoa do singular. É
impessoal, ou seja, não possui sujeito.
•• Nesta sala, há bons e maus alunos.
•• Avisaram agora que a sala está desarrumada porque houve um simulado antes.
•• Há pessoas que não valorizam a vida.
•• Deve haver aprovações desde curso.
•• Devem existir aprovações desde curso.
4. Fazer
Quando indica “tempo”, “temperatura” ou “fenômenos da natureza”, também é impessoal e
deverá ficar na terceira pessoa do singular.
•• Faz 3 dias que vi essa aula no site do curso.
•• Fez 35 graus em Recife!
•• Faz frio na serra gaúcha.
•• Deve fazer 15 dias já que enviei o material.
6. Mais de um
O verbo permanece no singular:
•• Mais de um aluno da Casa passou neste concurso.
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Concordância Verbal e Nominal – Português – Prof. Carlos Zambeli
7. Que x Quem
QUE: se o sujeito for o pronome relativo que, o verbo concorda com o antecedente do pronome
relativo.
•• Fui eu que falei. (eu falei) Fomos nós que falamos. (nós falamos)
QUEM: se o sujeito for o pronome relativo quem, o verbo ficará na terceira pessoa do singular
ou concordará com o antecedente do pronome (pouco usado).
•• Fui eu quem falei/ falou. Fomos nós quem falamos/falou.
1. É preciso que se _________ os acertos do preço e se ___________ as regras para não _____
mal-entendidos. ( faça- façam/ fixe- fixem/ existir – existirem)
5. ______vários dias que não se ________casamentos aqui; ________ alguma coisa estranha
no local. (faz- fazem/ realiza - realizam/ deve haver- devem haver)
11. Convém que se ______nos problemas do casamento e que não se ____ partido da sogra.
(pense – pensem / tome – tomem)
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13. __________aos bêbados todo auxílio. (prestou-se - prestaram–se)
14. Não se ____ boas festas de casamento como antigamente. (faz –fazem)
17. Convém que se ________ às ordens da sogra e que se _________ os prometidos. (obedeça
– obedeçam / cumpra – cumpram)
19. Uma pesquisa de psicólogos especializados _______ que a maioria dos casamentos não se
_______ depois de 2 anos. (revelou / revelaram – mantém / mantêm)
20. A maior parte dos maridos _____ pela esposa durante as partidas de futebol.
(é provocada / são provocados)
Concordância Nominal
Regra geral
Os artigos, os pronomes, os numerais e os adjetivos concordam com o substantivo a que eles
se referem.
Casos especiais
Adjetivo + substantivos de gênero diferente: concordância com o termo mais próximo.
•• Aquele professor ensina complicadas regras e conteúdos.
complicados conteúdos e regras.
•• Notei caídas as camisas e os prendedores.
•• Notei caída a camisa e os prendedores.
•• Notei caído o prendedor e a camisa.
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Concordância Verbal e Nominal – Português – Prof. Carlos Zambeli
Substantivos de gêneros diferentes + adjetivo: concordância com o termo mais próximo ou uso
do masculino plural.
•• A Casa do Concurseiro anunciou a professora e o funcionário homenageado.
•• A Casa do Concurseiro anunciou a professora e o funcionário homenageados.
•• A Casa do Concurseiro anunciou o funcionário e a professora homenageada.
3. Anexo
•• Seguem anexos os valores do orçamento.
•• As receitas anexas devem conter comprovante.
4. Obrigado – adjetivo
•• “Muito obrigada”, disse a nova funcionária pública!
5. Só
•• “O impossível é só questão de opinião e disso os loucos sabem, só os loucos sabem.”
(Chorão)
•• “Eu estava só, sozinho! Mais solitário que um paulistano, que um canastrão na hora
que cai o pano”
•• “Bateu de frente é só tiro, porrada e bomba.” (Valesca Popozuda)
Observação!
A locução adverbial a sós é invariável.
6. Bastante
Adjetivo = vários, muitos
Advérbio = muito, suficiente
•• Entregaram bastantes problemas nesta repartição.
•• Trabalhei bastante.
•• Tenho bastantes razões para estudar na Casa do Concurseiro!
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7. TODO, TODA – qualquer
•• TODO O , TODA A – inteiro
•• “Todo verbo é livre para ser direto ou indireto.” (Teatro Mágico)
•• Todo o investimento deve ser aplicado nesta empresa.
9. Meio
Adjetivo = metade
Advérbio = mais ou menos
•• Comprei meio quilo de picanha.
•• Isso pesa meia tonelada.
•• O clima estava meio tenso.
•• Ana estava meio chateada.
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Concordância Verbal e Nominal – Português – Prof. Carlos Zambeli
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Português
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os
complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou as circunstâncias (adjuntos adverbiais).
Um verbo pode assumir valor semântico diferente com a simples mudança ou retirada de uma
preposição.
Verbos Intransitivos
Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos diretos. Isso significa que não
exigem preposição para o estabelecimento da relação de regência.
•• Zambeli comprou livros nesta loja.
•• Pedro ama, nesta loja, as promoções de inverno.
Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos. Isso significa que
esses verbos exigem uma preposição para o estabelecimento da relação de regência.
•• Edgar Abreu necessita de férias nesta semana.
•• Pedro confia em Kátia sempre!
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Verbos Transitivos Diretos ou Indiretos
Há verbos que admitem duas construções: uma transitiva direta, outra indireta, sem que isso
implique modificações de sentido. Ou seja, possuem dois complementos: um OD e um OI.
•• Tereza ofereceu livros a Zambeli.
•• O professor emprestou aos alunos desta turma alguns livros novos.
Verbos de Ligação
Esse tipo de verbo tem a função de ligar o sujeito a um estado, a uma característica. A
característica atribuída ao sujeito por intermédio do verbo de ligação chama-se predicativo do
sujeito.
Uma maneira prática de se identificar o verbo de ligação é exclui-lo da oração e observar se
nesta continua a existir uma unidade significativa: Minha professora está atrasada. → Minha
professora atrasada.
São, habitualmente, verbos de ligação: ser, estar, ficar, parecer, permanecer, continuar, tornar-
se, achar-se, acabar...
Pronome relativo
QUE:
Retoma pessoas ou coisas.
Sujeito
•• Os professores que se prepararam para a aula foram bem avaliados.
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Português – Regência Nominal e Verbal – Prof. Carlos Zambeli
Objeto direto
Objeto indireto
Complemento nominal
Predicativo do sujeito
Agente da passiva
Adjunto adverbial
QUEM:
Só retoma pessoas. Um detalhe importante: sempre antecedido por preposição.
O QUAL:
Existe flexão de gênero e de número: OS QUAIS, A QUAL, O QUAL, AS QUAIS.
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•• A prova a que me refiro foi anulada.
CUJO:
Indica uma ideia de posse. Concorda sempre com o ser possuído.
ONDE:
Só retoma lugar. Sinônimo de EM QUE
Assistir
VTD: ajudar, dar assistência:
Pagar e Perdoar
VTD: OD – coisa:
•• Pagou a conta.
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Português – Regência Nominal e Verbal – Prof. Carlos Zambeli
VTI: OI – A alguém:
•• Pagou ao garçom.
Querer
VTD – desejar, almejar:
Implicar
VTD: acarretar, ter consequência
Preferir
VTDI: exige a prep. A= X a Y
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•• Chegamos a casa.
•• Foste ao curso.
•• Esqueça aquilo.
Aspirar
VTD – respirar
Obedecer/ desobedecer
VTI = prep. A
Constar
(A) No sentido de “ser composto de”, constrói-se com a preposição DE:
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Português – Regência Nominal e Verbal – Prof. Carlos Zambeli
Visar
VTD – quando significa “mirar”
Proceder
VTI (a) – iniciar, dar andamento.
VI – ter lógica.
Usufruir – VTD
•• Usufrua os benefícios da fama!
Namorar – VTD
•• Namoro Ana há cinco anos!
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Regência Nominal
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Português
Crase
Ocorre crase
1. Substitua a palavra feminina por outra masculina correlata; em surgindo a combinação AO,
haverá crase.
•• Eles foram à praia.
•• O menino não obedeceu à professora.
•• Sou indiferente às críticas!
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4. Na indicação de horas determinadas: deve-se substituir a hora pela expressão “meio-dia”;
se aparecer AO antes de “meio-dia”, devemos colocar o acento, indicativo de crase no A.
•• Ele saiu às duas horas e vinte minutos. (ao meio dia)
•• Ele está aqui desde as duas horas. (o meio-dia).
5. Antes de nome próprio de lugares, deve-se colocar o verbo VOLTAR; se dissermos VOLTO
DA, haverá acento indicativo de crase; se dissermos VOLTO DE, não ocorrerá o acento.
•• Vou à Bahia. (volto da). Vou a São Paulo (volto de).
Observação:
Se o nome do lugar estiver acompanhado
de uma característica (adjunto
adnominal), o acento será obrigatório.
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Crase – Português – Prof. Carlos Zambeli
Crase Opcional
2. Antes de verbos.
•• Estou disposto a colaborar com ele.
•• Produtos a partir de R$ 1,99.
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6. Quando o A estiver no singular e a palavra a que ele se refere estiver no plural.
•• Refiro-me a pessoas que são competentes.
•• Entregaram tudo a secretárias do curso.
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Crase – Português – Prof. Carlos Zambeli
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Português
Sintaxe do período
•• “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons.” (Martin Luther
King)
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4. Conclusivas: Expressam ideia de conclusão ou uma ideia consequente do que se disse
antes. São elas: logo, portanto, por isso, por conseguinte, assim, de modo que, em vista
disso então, pois (depois do verbo) etc.
•• “Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se
chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente
viver.” (Dalai Lama)
•• “Não faças da tua vida um rascunho, pois poderás não ter tempo de passá-la a limpo.”
(Mario Quintana)
•• “Prepara, que agora é a hora do show das poderosas.” (Chico Buarque #sqn)
1. Causais: Expressam ideia de causa, motivo ou a razão do fato expresso na oração principal.
São elas: porque, porquanto, posto que, visto que, já que, uma vez que, como, etc.
•• “Que eu possa me dizer do amor (que tive): que não seja imortal, posto que é chama.
Mas que seja infinito enquanto dure.” (Vinicius de Morais)
•• “Como arroz e feijão, é feita de grão em grão nossa felicidade.” (Teatro Mágico)
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Sintaxe do Período – Português – Prof. Carlos Zambeli
3. Condicionais: Expressam ideia de condição ou hipótese para que o fato da oração principal
aconteça. São elas: se, caso, exceto se, a menos que, salvo se, contanto que, desde que,
etc.
“Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres, enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...” (Mario Quintana)
•• “A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria
inventado a roda..” (Mario Quintana)
“O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.” (Fernando Pessoa)
•• “Os homens estimam-vos conforme a vossa utilidade, sem terem em conta o vosso
valor” (Balzac)
6. Concessivas: Expressam ideia de que algo que se esperava que acontecesse, contrariamente
às expectativas, não acontece. São elas: embora, conquanto, ainda que, se bem que,
mesmo que, apesar de que, etc.
•• “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.” (Vinicius de
Moraes)
•• “É sempre amor, mesmo que mude. É sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que
passou.” (Bidê ou balde)
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7. Finais: Expressam ideia de finalidade. São elas: a fim de que, para que, que, etc.
9. Integrantes: Introduzem uma oração que integra ou completa o sentido do que foi expresso
na oração principal. São elas: que, se.
•• “Mas o carcará foi dizer à rosa que a luz dos cristais vem da lua nova e do girassol.”
(Natiruts)
•• “Eu não quero que você esqueça que eu gosto muito de você” (Natiruts)
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Português
Pontuação
Emprego da Vírgula
Na ordem direta da oração (sujeito + verbo + complemento(s) + adjunto adverbial), NÃO use
vírgula entre os termos. Isso só ocorrerá ao deslocarem-se o predicativo ou o adjunto adverbial.
•• As pessoas desta turma enviaram as dicas de Português aos colegas no domingo.
•• Na páscoa, preciso comer também alface, rúcula, brócolis, cenoura, tomate, chocolate!
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3. Para separar o adjunto adverbial deslocado.
Observação: Se o adjunto adverbial for pequeno, a utilização da vírgula não é necessária, a não
ser que se queira enfatizar a informação nele contida.
•• Ontem comemoramos o seu aniversário.
•• As indústrias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem abrir mão
dos lucros altos.
Entre as orações
1. Para separar orações coordenadas assindéticas.
•• ”Não me falta cadeira, não me falta sofá, só falta você sentada na sala, só falta você
estar.” (Arnaldo Antunes)
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Pontuação – Português – Prof. Carlos Zambeli
2. As orações coordenadas devem sempre ser separadas por vírgula. Orações coordenadas
são as que indicam adição (e, nem, mas também), alternância (ou, ou ... ou, ora ... ora),
adversidade (mas, porém, contudo...), conclusão (logo, portanto...) e explicação (porque,
pois).
•• Todos os alunos gostarão dessa dica, no entanto não há chances de ser cobrada na
prova.
3. Para separar orações coordenadas sindéticas ligadas por “e”, desde que os sujeitos sejam
diferentes.
•• As pessoas assistiam ao protestos pacificamente, e a polícia respeitava a todos.
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b) Explicativas: Explicações ou afirmações adicionais ao antecedente já definido plenamente
(com vírgula). Encerram uma qualidade inerente ao substantivo.
•• Os cachorros, que são peludos, devem ser bem tratados neste canil.
Emprego do Ponto-e-Vírgula
1. Para separar orações que contenham várias enumerações já separadas por vírgula ou que
encerrem comparações e contrastes.
•• Os jogadores estavam suados, nervosos, procurando a vitória; os espectadores
gritavam, incentivavam o time, exigiam resultados; o treinador angustiava-se, projetava
substituições.
3. Para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto,
etc.), substituindo, assim, a vírgula.
•• Gostaria de estudar hoje; todavia, só chegarei perto dos livros amanhã.
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Português
1. Presente – é empregado para expressar um fato que ocorre no momento em que se fala;
para expressar algo frequente, habitual; para expressar um fato passado, geralmente
nos textos jornalísticos e literários (nesse caso, trata-se de um presente que substitui o
pretérito).
“Não vejo mais você faz tanto tempo. Que vontade que eu sinto de olhar em seus olhos, ganhar
seus abraços. É verdade, eu não minto.” (Caetano Veloso)
“Eu sei que um outro deve estar falando ao seu ouvido palavras de amor.” (Roberto Carlos)
3. Pretérito Imperfeito – pode expressar um fato no passado, mas não concluído ou uma ação
que era habitual, que se repetia no passado.
“Quando criança só pensava em ser bandido, ainda mais quando com um tiro de soldado o pai
morreu. Era o terror da sertania onde morava...” (Legião)
5. Futuro do presente – indica um fato que vai ou não ocorrer após o momento em que se
fala.
“Verás que um filho teu não foge à luta”. (Hino Nacional)
Os professores comentarão a prova depois do concurso.
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6. Futuro do pretérito – expressar um fato futuro em relação a um fato passado, habitualmente
apresentado como condição. Pode indicar também dúvida, incerteza.
“Estranho seria se eu não me apaixonasse por você.”
“Eu aceitaria a vida como ela é, viajaria a prazo pro inferno, eu tomaria banho gelado no
inverno.” (Frejat)
“Mas se eu ficasse ao seu lado de nada adiantaria. Se eu fosse um cara diferente sabe lá como
eu seria.” (Engenheiros)
3. Futuro – indica uma ação hipotética que poderá ocorrer no futuro. Expressa um fato futuro
relacionado a outro fato futuro.
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Português – Tempos e Modos Verbais/ verbos – Prof. Carlos Zambeli
Imperativo
1. EU
2. Ele = você
Eles = vocês
Exercícios
1. Complete
a) Ele ____________ no debate. Porém, eu não _____________ (intervir – pretérito perfeito)
b) Se eles não ___________ o contrato, não haveria negócio. (manter)
c) Se o convite me _____________, aceitarei. (convir)
d) Se o convite me _____________, aceitaria. (convir)
e) Quando eles __________ o convite, tomarei a decisão. (propor)
f) Se eu ____________ de tempo, aceitarei a proposta. (dispor)
g) Se eu ______________ de tempo, aceitaria a proposta. (dispor)
h) Se elas __________ minhas pretensões, faremos o acordo. (satisfazer)
i Ainda bem que tu _________ a tempo. (intervir – pretérito perfeito)
j) Quem se ____________ de votar deverá comparecer ao TRE. (abster –futuro do subjuntivo)
k) Quando eles __________ a conta, perceberão o erro. (refazer)
l) Se eles _______________ a conta, perceberiam o erro. (refazer)
m) Quando não te ____________, assinaremos o contrato. (opor)
n) Se eu ___________ rico, haveria de ajudá-lo. (ser )
o) Espero que você _______ mais atenção a nós. (dar )
p) Se ele ________________ no caso, poderia resolver o problema. (intervir)
q) Eu não __________ nesta cadeirinha! ( caber – presente indicativo)
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r) Se nós ____________ sair, poderíamos. (querer)
s) Quando ela ___________ o namorado com outra, vai ficar uma fera! (ver – futuro do
subjuntivo)
t) e ela __________ aqui com o namorado, poderá se hospedar aqui. (vir – futuro do subj.)
a) Por favor, ___________ à minha sala, preciso falar com você. (vir)
b) __________ para nós. Participe do nosso programa. (ligar)
c) __________ agora os documentos que lhe pedimos hoje. (enviar)
d) __________ a sua boca e ________ quieto. (calar e ficar)
e) _______ até o guichê 5 para receber a sua ficha de inscrição. (ir)
f) _______ a sua casa e _______ o dinheiro num fundo. (vender e pôr)
g) _______ o seu trabalho e ________ os resultados. (fazer e ver)
h) Vossa Excelência está muito nervoso. _________ calma. (ter)
i) Só me resta lhe dizer uma coisa: ________ feliz. (ser)
3. Complete
a) Já lhe avisei! ____________ esse objeto com cuidado. (pegar)
b) Já te avisei! _____________ esse objeto com cuidado. (pegar)
c) Vocês aí! ________________ com mais entusiasmo. (cantar)
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Português
Interpretar x Compreender
INTERPRETAR é COMPREENDER é
•• Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, •• Intelecção, entendimento, percepção
inferir. do que está escrito.
•• APARECE ASSIM NA PROVA •• APARECE ASSIM NA PROVA
•• Através do texto, infere-se que... •• é sugerido pelo autor que
•• É possível deduzir que... •• De acordo com o texto, é correta ou
•• O autor permite concluir que errada a afirmação
•• Qual é a intenção do autor ao afirmar •• O narrador afirma
que
Procedimentos
Enunciados Possíveis
“Qual é a ideia central do texto?”
“O texto se volta, principalmente, para”
Observação de
1. Fonte bibliográfica;
2. Autor;
3. Título;
4. Identificação do “tópico frasal”;
5. Identificação de termos de aparecimento frequente (comprovação do tópico);
6. Procura, nas alternativas, das palavras-chave destacadas no texto.
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EXEMPLIFICANDO
Banho de mar é energizante?
Embora não existam comprovações científicas, muitos especialistas acreditam que os banhos
de mar tragam benefícios à saúde. “A água marinha, composta por mais de 80 elementos
químicos, alivia principalmente as tensões musculares, graças à presença de sódio em sua
composição, por isso pode ser considerada energizante”, afirma a terapeuta Magnólia Prado de
Araújo, da Clínica Kyron Advanced Medical Center, de São Paulo. “Além disso, as ondas do mar
fazem uma massagem no corpo que estimula a circulação sanguínea periférica e isso provoca
aumento da oxigenação das células”, diz Magnólia.
Existe até um tratamento, chamado talassoterapia (do grego thalasso, que significa mar), surgido
em meados do século IX na Grécia, que usa a água do mar como seu principal ingrediente.
Graças à presença de cálcio, zinco, silício e magnésio, a água do mar é usada para tratar doenças
como artrite, osteoporose e reumatismo. Já o sal marinho, rico em cloreto de sódio, potássio e
magnésio, tem propriedades cicatrizantes e antissépticas. Todo esse conhecimento, no entanto,
carece de embasamento científico. “Não conheço nenhum trabalho que trate desse tema com
seriedade, mas intuitivamente creio que o banho de mar gera uma sensação de melhora e
bem-estar”, diz a química Rosalinda Montoni, do Instituto Oceanográfico da USP.
Revista Vida Simples.
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Identificação da Ideia Central – Português – Prof. Carlos Zambeli
Conclusão
1. Ideia central = palavra-chave 1º e 2º períodos.
Campo Lexical
EXEMPLIFICANDO
Trecho do discurso do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, pronunciado quando da
declaração de guerra ao regime Talibã.
“Essa atrocidade (o atentado de 11/09, em NY) foi um ataque contra todos nós, contra pessoas
de todas e nenhuma religião. Sabemos que a Al-Qaeda ameaça a Europa, incluindo a Grã-
Bretanha, e qualquer nação que não compartilhe de seu fanatismo. Foi um ataque à vida e aos
meios de vida. As empresa aéreas, o turismo e outras indústrias foram afetadas, e a confiança
econômica sofreu, afetando empregos e negócios britânicos. Nossa prosperidade e padrão de
vida requerem uma resposta aos ataques terroristas.”
Gabarito: 1. C 2. E
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Português
Estratégia Linguística
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1. Palavras Desconhecidas = Paráfrases e Campo Semântico
EXEMPLIFICANDO
1. Como o “interior” é uma região mais ampla e tem população rarefeita, a expressão “se
dissemina” está sendo empregada com o sentido de “se atenua”, “se dissolve”.
Como regra, a epidemia começa nos grandes centros e se dissemina pelo interior. A incidência
nem sempre é crescente; a mudança de fatores ambientais pode interferir em sua escalada.
( ) Certo ( ) Errado
2. Supondo que a palavra “eclético” seja desconhecida para o leitor, a melhor estratégia de que
ele pode valer-se para tentar detectar o seu significado será
O sucesso deveu-se ao caráter eclético de sua administração. Pouco se lhe dava que lhe
exigissem sua opinião. Sua atitude consistia sempre em tomar uma posição escolhida entre as
diversas formas de conduta ou opinião manifestadas por seus assessores.
a) aproximá-la de outras palavras da língua portuguesa que tenham a mesma terminação
como “político” e “dinâmico”.
b) considerá-la como qualificação de profissionais que atuam na administração de alguma
empresa.
c) associá-la às palavras “sucesso” e “caráter”, de forma a desvendar o seu sentido correto,
“que ofusca, que obscurece os demais”.
d) observar o contexto sintático em que ela ocorre, ou seja, trata-se de um adjunto adnominal.
e) atentar para a paráfrase feita no segundo período.
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Estratégia Linguística – Português – Prof. Carlos Zambeli
3. Seria mantida a coerência entre as ideias do texto caso o segundo período sintático fosse
introduzido com a expressão Desse modo, em lugar de “De modo geral”
Na verdade, o que hoje definimos como democracia só foi possível em sociedades de tipo
capitalista, mas não necessariamente de mercado. De modo geral, a democratização das
sociedades impõe limites ao mercado, assim como desigualdades sociais em geral não
contribuem para a fixação de uma tradição democrática.
( ) Certo ( ) Errado
5. Do fragmento Foi o outro grande poeta chileno, infere-se que houve apenas dois grandes
poetas no Chile.
Há cem anos nasceu o poeta mais popular de língua espanhola, com uma obra cuja força
lírica supera todos os seus defeitos. Sem dúvida, há um “problema Pablo Neruda”. Foi o outro
grande poeta chileno, seu contemporâneo Nicanor Parra (depois de passar toda uma longa vida
injustamente à sombra de Neruda), quem o formulou com maliciosa concisão.
( ) Certo ( ) Errado
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3. Marcadores Linguísticos
•• expressões que indicam soma ou alternância: não só... mas também, ou, etc.;
•• expressões de acréscimo, de progressão, de continuidade ou de inclusão: até, além disso,
desde, etc.;
•• preposições: até (inclusão ou limite), com (companhia ou matéria), de (diversas relações:
tempo, lugar, causa, etc.), desde (tempo, lugar, etc.), entre (intervalo, relação, etc.), para
(lugar, destinatário, etc.), etc.;
•• Exemplos matemáticos: lançado do alto / lançado para o alto; números de 12 a 25 /
números entre 12 e 25.
EXEMPLIFICANDO
7. Assinale a alternativa que encontra suporte no texto.
Profetas do possível
Até que ponto é possível prever o futuro? Desde a Antiguidade, o desafio de antecipar o dia de
amanhã tem sido o ganha-pão dos bruxos, dos místicos e dos adivinhos. Ainda hoje, quando
o planeta passa por mudanças cada vez mais rápidas e imprevisíveis, há quem acredite que
é possível dominar as incertezas da existência por meio das cartas do tarô e da posição dos
astros. Esse tipo de profecia nada tem a ver com a Ciência. Os cientistas também apontam seus
olhos para o futuro, todavia de uma maneira diferente. Eles avaliam o estágio do saber de
sua própria época para projetar as descobertas que se podem esperar. Observam a natureza
para reinventá-la a serviço do homem.
Superinteressante
a) O articulador “até” indica o limite de previsibilidade do futuro.
b) A partir da Antiguidade, prever a sorte passou a ser a ocupação de místicos de toda ordem.
c) Profecias e Ciência são absolutamente incompatíveis.
d) Além das cartas de tarô e da posição dos astros, os crédulos atuais buscam saber o futuro
por meio da consulta a bruxos.
e) Os cientistas não só observam a natureza – como o fazem os místicos –, mas também
buscam moldá-la às necessidades humanas, considerando o estágio atual do conhecimento.
Gabarito: 1. E 2. E 3. E 4. D 5. C 6. A 7. E
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Estratégia Linguística – Português – Prof. Carlos Zambeli
•• Tempos verbais
•• Expressões restritivas
•• Expressões totalizantes
•• Expressões enfáticas
Tempos Verbais
1. É irrelevante que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-
sucedidos na profissão.
O emprego das formas verbais grifadas acima denota
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma tendência
que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que entrem na
faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profissão.
O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. É
esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não for suficiente,
que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar. Se ainda for pouco, que
atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos mais cruel para
a pobre criança.
a) hipótese passível de realização.
b) fato real e definido no tempo.
c) condição de realização de um fato.
d) finalidade das ações apontadas no segmento.
e) temporalidade que situa as ações no passado.
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Expressões Restritivas
( ) Certo ( ) Errado
a) não tenta investigar nem o eurocentrismo, como o faria um historiador, nem a presença
das sociedades europeias em solo americano, como o faria um antropólogo.
b) não quer reconstituir nada do que ocorreu em solo americano, visto que recentemente
certos historiadores, ao contrário de outros, tentam contar a história do descobrimento da
América do modo como foi visto pelos nativos.
c) não pretende retraçar nenhum perfil − dos vencidos ou dos vencedores − nem a trajetória
dos europeus na conquista da América.
d) não busca continuar a tradição de pesquisar a estrutura dos mundos indígenas e do mundo
europeu, nem mesmo o universo dos colonizadores da América.
e) não se concentra nem na construção de uma sociedade europeia na colônia − quer
observada do ponto de vista do colonizador, quer do ponto de vista dos nativos −, nem no
resgate dos mundos indígenas.
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Expressões Totalizantes
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a) existiria uma dúzia de exceções dentre todas as espécies de plantas selvagens que seriam
monopólio das grandes civilizações.
b) tão poucas dentre as 200.000 espécies de plantas selvagens são utilizadas como alimento
pelos homens em todo o planeta.
c) algumas áreas da Terra mostraram-se mais propícias ao desenvolvimento agrícola, que
teria possibilitado o surgimento de civilizações.
d) a maior parte das plantas é utilizada apenas como madeira pelos homens e não lhes fornece
alimento com suas frutas e raízes.
e) tantas áreas no mundo não possuem nenhuma planta selvagem de grande potencial para
permitir um maior desenvolvimento de sua população.
Expressões Enfáticas
7. A afirmativa correta, em relação ao texto, é
Será a felicidade necessária?
Felicidade é uma palavra pesada. Alegria é leve, mas felicidade é pesada. Diante da pergunta
"Você é feliz?", dois fardos são lançados às costas do inquirido. O primeiro é procurar uma
definição para felicidade, o que equivale a rastrear uma escala que pode ir da simples satisfação
de gozar de boa saúde até a conquista da bem-aventurança. O segundo é examinar-se, em
busca de uma resposta.
Nesse processo, depara-se com armadilhas. Caso se tenha ganhado um aumento no emprego
no dia anterior, o mundo parecerá belo e justo; caso se esteja com dor de dente, parecerá feio
e perverso. Mas a dor de dente vai passar, assim como a euforia pelo aumento de salário, e se
há algo imprescindível, na difícil conceituação de felicidade, é o caráter de permanência. Uma
resposta consequente exige colocar na balança a experiência passada, o estado presente e a
expectativa futura. Dá trabalho, e a conclusão pode não ser clara.
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma tendência
que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que entrem na
faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profissão.
O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. É
esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não for suficiente,
que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar. Se ainda for pouco, que
atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos mais cruel para
a pobre criança.
(Trecho do artigo de Roberto Pompeu de Toledo. Veja. 24 de março de 2010, p. 142)
a) A expectativa de muitos, ao colocarem a felicidade acima de quaisquer outras situações da
vida diária, leva à frustração diante dos pequenos sucessos que são regularmente obtidos,
como, por exemplo, no emprego.
b) Sentir-se alegre por haver conquistado algo pode significar a mais completa felicidade, se
houver uma determinação, aprendida desde a infância, de sentir-se feliz com as pequenas
coisas da vida.
c) As dificuldades que em geral são encontradas na rotina diária levam à percepção de que a
alegria é um sentimento muitas vezes superior àquilo que se supõe, habitualmente, tratar-
se de felicidade absoluta.
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Estratégia Linguística – Português – Prof. Carlos Zambeli
d) A possibilidade de que mais pessoas venham a sentir-se felizes decorre de uma educação
voltada para a simplicidade de vida, sem esperar grandes realizações, que acabam levando
apenas a frustrações.
e) Uma resposta provável à questão colocada como título do texto remete à constatação de
que felicidade é um estado difícil de ser alcançado, a partir da própria complexidade de
conceituação daquilo que se acredita ser a felicidade.
Geralmente, a alternativa correta (ou a mais viável) é construída por meio de palavras e de
expressões “abertas”, isto é, que apontam para “possibilidades”, “hipóteses”: provavelmente,
é possível, futuro do pretérito do indicativo, modo subjuntivo, futuro do pretérito (-ria) etc.
EXEMPLIFICANDO
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I – de acordo com o segundo período, a evolução da estrutura cerebral da fala está diretamente
relacionada ao fato de esta ser atribuída tão somente aos humanos.
II – os seres cujos caminhos tornaram-se distintos durante o processo evolutivo possuem
ambos função cerebral relacionada à fala.
III – a estrutura cerebral dos primatas e dos humanos, em relação à fala, teria um ponto em
comum.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
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Português
Inferência
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Ao ligar as duas informações por meio de “mas”, comunica também, de modo implícito, sua
crítica ao ensino superior, pois a frase transmite a ideia de que nas faculdades não se aprende
muita coisa.
Além das informações explicitamente enunciadas, existem outras que se encontram
subentendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve captar tanto
os dados explícitos quanto os implícitos.
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Inferência – Português – Prof. Carlos Zambeli
Os pressupostos são marcados, nas frases, por meio de vários indicadores linguísticos como
a) certos advérbios:
Os convidados ainda não chegaram à recepção.
b) certos verbos:
O desvio de verbas tornou-se público.
www.acasadoconcurseiro.com.br 85
c) as orações adjetivas explicativas (isoladas por vírgulas):
Os políticos, que só querem defender seus interesses, ignoram o povo.
d) expressões adjetivas:
Os partidos “de fachada” acabarão com a democracia no Brasil.
Costuma-se acreditar que , quando se relatam dados da realidade, não pode haver nisso
subjetividade alguma e que relatos desse tipo merecem a nossa confiança porque são reflexos
da neutralidade do produtor do texto e de sua preocupação com a verdade objetiva dos fatos.
Mas não é bem assim. Mesmo relatando dados objetivos, o produtor do texto pode ser
tendencioso e ele, mesmo sem estar mentindo, insinua seu julgamento pessoal pela seleção
dos fatos que está reproduzindo ou pelo destaque maior que confere a certos pormenores. A
essa escolha dos fatos e à ênfase atribuída acertos tipos de pormenores dá-se o nome de viés.
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Português
ANÁLISE DE ALTERNATIVAS/ITENS
COMPREENSÃO DE TEXTOS
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(1) Observação da fonte bibliográfica: o conhecimento prévio de quem escreveu o texto
constitui-se numa estratégia de compreensão, visto que facilita a identificação da intenção
textual. Ao reconhecermos o autor do texto – Roberto Pompeu de Toledo, importante jornalista
brasileiro, cuja trajetória se marca pelo fato de escrever matérias especiais para importantes
veículos e comunicação – bem como o veículo de publicação – Veja –, podemos afirmar que se
trata de um artigo.
(2) Observação do título: o título pode constituir o menor resumo possível de um texto. Por
meio dele, certas vezes, identificamos a ideia central do texto, sendo possível, pois, descartar
afirmações feitas em determinadas alternativas. O título em questão – Será a felicidade
necessária? –, somado ao fato de nomear um artigo, permite-nos inferir que o texto será uma
resposta a tal questionamento, a qual evidenciará o ponto de vista do autor.
Convite à Filosofia
Quando acompanhamos a história das ideias éticas, desde a Antiguidade clássica até nossos
dias, podemos perceber que, em seu centro, encontra-se o problema da violência e dos meios
para evitá-la, diminuí-la, controlá-la.
Diferentes formações sociais e culturais instituíram conjuntos de valores éticos como padrões
de conduta, de relações intersubjetivas e interpessoais, de comportamentos sociais que
pudessem garantir a integridade física e psíquica de seus membros e a conservação do grupo
social.
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Português – Análise de Alternativas/Itens – Prof. Carlos Zambeli
Conclusão
Resposta correta = a mais completa (alternativa com maior número de palavras-chave
encontradas no texto).
Optar pela alternativa mais completa, quando duas parecerem corretas.
EXEMPLIFICANDO
Centenas de cães e gatos são colocados para adoção mensalmente em Porto Alegre.
Cerca de 450 animais de estimação, entre cães e gatos, aguardam um novo dono em Porto
Alegre. Trata-se do contingente de animais perdidos, abandonados ou nascidos nas ruas
e entregues ao Gabea (Grupo de Apoio ao Bem-Estar Animal) e ao CCZ (Centro de Controle
de Zoonose), órgão ligado à Secretaria Municipal de Saúde. Destes, cerca de 120 animais são
adotados. Os outros continuam na espera por um lar.
O Sul. (adaptado)
Conforme o texto,
a) em Porto Alegre, cães e gatos são abandonados pelos seus donos. (3)
b) animais de estimação, entre eles cães e gatos nascidos nas ruas, são entregues ao Gabea.
(4)
c) um contingente de animais de estimação – entre eles cães e gatos – nasce nas ruas,
perdem-se de seus donos ou são por eles abandonados nas ruas de Porto Alegre. (6)
d) o CCZ propicia a adoção dos animais abandonados nas ruas de Porto Alegre. (4)
e) 120 animais de estimação são adotados mensalmente em Porto Alegre. (3)
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ANÁLISE DE ALTERNATIVAS/ITENS
Parte II
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Português – Análise de Alternativas/Itens – Prof. Carlos Zambeli
EXTRAPOLAÇÃO
Ocorre quando o leitor sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
normalmente porque já conhecia o assunto devido à sua bagagem cultural.
PRECONCEITOS
EXEMPLIFICANDO
8Canudo pela Internet
O ensino a distância avança e já existem mais de 30 mil cursos oferecidos na rede, de graduação
e pós-graduação até economia doméstica.
Passados nove anos de sua graduação em filosofia, a professora Ida Thon, 54 anos, enfiou na
cabeça que deveria voltar a estudar. Por conta do trabalho no Museu Nacional do Calçado,
na cidade gaúcha de Novo Hamburgo, onde mora, resolveu ter noções de museologia. Mas
para isso deveria contornar uma enorme dificuldade: o curso mais próximo ficava a 1.200
quilômetros de distância, em São Paulo.
REDUÇÃO
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um ou outro aspecto, esquecendo-se de
que o texto é um conjunto de ideias.
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EXEMPLIFICANDO
CONTRADIÇÃO
É comum as alternativas apresentarem ideias contrárias às do texto, fazendo o candidato
chegar a conclusões equivocadas, de modo a errar a questão.
Só contradiga o autor se isso for solicitado no comando da questão.
Exemplo: “Indique a alternativa que apresenta ideia contrária à do texto”.
EXEMPLIFICANDO
O que podemos experimentar de mais belo é o mistério. Ele é a fonte de toda a arte e ciência
verdadeira. Aquele que for alheio a essa emoção, aquele que não se detém a admirar as colinas,
sentindo-se cheio de surpresa, esse já está, por assim dizer, morto e tem os olhos extintos. O
que fez nascer a religião foi essa vivência do misterioso – embora mesclado de terror. Saber
que existe algo insondável, sentir a presença de algo profundamente racional e radiantemente
belo, algo que compreenderemos apenas em forma muito rudimentar – é esta a experiência
que constitui a atitude genuinamente religiosa. Neste sentido, e unicamente neste sentido,
pertenço aos homens profundamente religiosos.
(Albert Einstein – Como vejo o mundo)
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Português – Análise de Alternativas/Itens – Prof. Carlos Zambeli
3. O texto afirma que a experiência do mistério é um elemento importante para a arte, não para a
ciência.
( x ) Certo ( ) Errado
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Português
1. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. Com
a palavra grifada, o autor
a) retoma o mesmo sentido do que foi anteriormente afirmado.
b) exprime reserva em relação à opinião exposta na afirmativa anterior.
c) coloca uma alternativa possível para a afirmativa feita anteriormente.
d) determina uma situação em que se realiza a probabilidade antes considerada.
e) estabelece algumas condições necessárias para a efetivação do que se afirma.
2. Por que, enfim, tantas reservas em relação ao consumo? O primeiro foco de explicação para essa
antipatia reside no fato de que nossa economia fechada sempre encurralou os consumidores
no país. A falta de um leque efetivo de opções de compra tem deixado os consumidores à
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mercê dos produtores no Brasil. Não por acaso, os apologistas do consumo entre nós têm
sido basicamente aqueles que podem exercer seu inchado poder de compra sem tomar
conhecimento das fronteiras nacionais. O resto da população, mantida em situação vulnerável,
ignora os benefícios de uma economia baseada no consumo.
A expressão “Não por acaso”, ao iniciar o período, indica
a) justificativa.
b) ênfase.
c) indagação.
d) concessão.
e) finalidade.
3. (FCC) A Companhia das Índias Orientais − a primeira grande companhia de ações do mundo,
criada em 1602 − foi a mãe das multinacionais contemporâneas.
O segmento isolado pelos travessões constitui, no contexto, comentário que
a) busca restringir o âmbito de ação de uma antiga empresa de comércio.
b) especifica as qualidades empresariais de uma companhia de comércio.
c) contém informações de sentido explicativo, referentes à empresa citada.
d) enumera as razões do sucesso atribuído a essa antiga empresa.
e) enfatiza, pela repetição, as vantagens oferecidas pela empresa.
4. (FCC) A gênese da música do Rio Grande do Sul também pode ser vista como reflexo dessa
multiplicidade de referências. Há influências diretas do continente europeu, e isso se mistura à
valiosa contribuição do canto e do batuque africano, mesmo tendo sido perseguido, vigiado,
quase segregado.
O segmento destacado deve ser entendido, considerando-se o contexto, como
a) uma condição favorável à permanência da música popular de origem africana.
b) uma observação que valoriza a persistente contribuição africana para a música brasileira.
c) restrição ao sentido do que vem sendo exposto sobre a música popular brasileira.
d) a causa que justifica a permanência da música de origem africana no Brasil.
e) as consequências da presença dos escravos e sua influência na música popular brasileira.
5. A média universal do Índice de Desenvolvimento Humano aumentou 18% desde 1990. Mas
a melhora estatística está longe de animar os autores do Relatório de 2010. [...] O cenário
apresentado pelo Relatório não é animador. [...] Os padrões de produção e consumo atuais são
considerados inadequados. Embora não queira apresentar receitas prontas, o Relatório traça
caminhos possíveis. Entre eles, o reconhecimento da ação pública na regulação da economia
para proteger grupos mais vulneráveis. Outro aspecto ressaltado é a necessidade de considerar
pobreza, crescimento e desigualdade como temas interligados. "Crescimento rápido não
deve ser o único objetivo político, porque ignora a distribuição do rendimento e negligencia a
sustentabilidade do crescimento", informa o texto.
O trecho colocado entre aspas indica que se trata de
a) comentário pessoal do autor do texto sobre dados do Relatório.
a) insistência na correção dos dados apresentados pelo Relatório.
c) repetição desnecessária de informação já citada no texto.
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Português – Compreensão Gramatical do Texto – Prof. Carlos Zambeli
6. O sonho de voar alimenta o imaginário do homem desde que ele surgiu sobre a Terra. A inveja
dos pássaros e as lendas de homens alados, como Dédalo e Ícaro (considerado o primeiro mártir
da aviação), levaram a um sem-número de experiências, a maioria fatal.
(considerado o primeiro mártir da aviação) Os parênteses isolam
a) citação fiel de outro autor.
b) comentário explicativo.
c) informação repetitiva.
d) retificação necessária.
e) enumeração de fatos.
5. (FCC) Diariamente tomamos decisões (comprar uma gravata, vender um apartamento, demitir
um funcionário, poupar para uma viagem, ter um filho, derrubar ou plantar uma árvore),
ponderando custos e benefícios.
O segmento entre parênteses constitui
a) transcrição de um diálogo, que altera o foco principal do que vem sendo exposto.
b) constatação de situações habituais, com o mesmo valor de mercado, vivenciadas pelas
pessoas.
c) reprodução exata das palavras do jornalista americano citado no texto, referentes à rotina
diária das pessoas.
d) interrupção intencional do desenvolvimento das ideias, para acrescentar informações
alheias ao assunto abordado.
e) sequência explicativa, que enumera as eventuais decisões que podem ser tomadas
diariamente pelas pessoas.
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Português
Denotação X Conotação
DENOTAÇÃO CONOTAÇÃO
palavra com significação restrita palavra com significação ampla
palavra com sentido comum do dicionário palavra cujos sentidos extrapolam o sentido comum
palavra usada de modo automatizado palavra usada de modo criativo
linguagem comum linguagem rica e expressiva
EXEMPLIFICANDO
Para exemplificar esses dois conceitos, eis a palavra cão:
sentido denotativo quando designar o animal mamífero quadrúpede canino;
sentido conotativo quando expressar o desprezo que desperta em nós uma pessoa de mau
caráter ou extremamente servil.
(Othon M.Garcia)
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Um detalhe!
As aspas podem indicar que uma palavra está sendo empregada diferentemente do
seu sentido do dicionário!
Eu sempre “namorei” meus livros!
A “bateria” do meu filho não termina nunca! Esse menino não dorme.
Sinônimos X Antônimos
A semântica é a parte da linguística que estuda o significado das palavras, a parte significativa
do discurso. Cada palavra tem seu significado específico, porém podemos estabelecer relações
entre os significados das palavras, assemelhando-as umas às outras ou diferenciando-as
segundo seus significados.
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Conotação e Denotação – Português – Prof. Carlos Zambeli
Sinônimos
Palavras que possuem significados iguais ou semelhantes.
Antônimos
Palavras que possuem significados opostos, contrários. Pode originar-se do acréscimo de
um prefixo de sentido oposto ou negativo.
Exemplos:
mal X bem
ausência X presença
fraco X forte
claro X escuro
subir X descer
cheio X vazio
possível X impossível
simpático X antipático
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4. O texto se estrutura a partir de antíteses, ou seja, emprego de palavras ou expressões de sentido
contrário. O par de palavras ou expressões que não apresentam no texto essa propriedade
antitética é
Toda saudade é a presença da ausência
de alguém, de algum lugar, de algo enfim
Súbito o não toma forma de sim
como se a escuridão se pusesse a luzir
Da própria ausência de luz
o clarão se produz,
o sol na solidão.
Toda saudade é um capuz transparente
que veda e ao mesmo tempo traz a visão do que não se pode ver
porque se deixou pra trás
mas que se guardou no coração.
(Gilberto Gil)
a) presença / ausência
b) não / sim
c) ausência de luz / clarão
d) sol / solidão
e) que veda / traz a visão
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Português
Elementos Referenciais
Estabelecem uma relação de sentido no texto, formando um elo coesivo entre o que está
dentro do texto e fora dele também. À retomada feita para trás dá-se o nome de anáfora e a
referência feita para a frente recebe o nome de catáfora.
Observe:
Mecanismos
1. REPETIÇÃO
“Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e dois tripulantes, além
de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda de um avião bimotor Aero Commander,
da empresa J. Caetano, da cidade de Maringá (PR). O avião prefixo PTI-EE caiu sobre quatro
sobrados da Rua Andaquara.”
A palavra AVIÃO foi repetida, principalmente por ele ter sido o veículo envolvido no acidente,
que é a notícia propriamente dita.
2. REPETIÇÃO PARCIAL
“Estavam no avião o empresário Silvio Name Júnior [...] Gabriela Gimenes Ribeiro e o marido
dela, João Izidoro de Andrade. Andrade é conhecido na região como um dos maiores
compradores de cabeças de gado do Sul do país.”
Na retomada de nomes de pessoas, a repetição parcial é o mais comum mecanismo coesivo.
Costuma-se, uma vez citado o nome completo de alguém, repetir somente o seu sobrenome.
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1. A sequência em negrito (globalização do olho da rua. É a globalização do bico. É a globalização
do dane-se.) caracteriza a globalização a partir da desestruturação do mundo do trabalho. Do
ponto de vista dos recursos da linguagem é correto afirmar que, no contexto, ocorre uma
a) gradação, com a suavização das dificuldades.
b) contradição, entre os modos de sobrevivência do desempregado.
c) ênfase, com a intensificação da afirmativa inicial.
d) retificação, pela correção gradual das informações iniciais.
3. ELIPSE
É a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido pelo contexto.
“Três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião ficaram feridas. Elas não sofreram
ferimentos graves. Apenas escoriações e queimaduras.”
Na verdade, foram omitidos, no trecho sublinhado, o sujeito (As três pessoas) e um verbo
(sofreram): (As três pessoas sofreram apenas escoriações e queimaduras).
2. Aproveitei os feriados da semana passada para curtir algumas releituras que há muito vinha
adiando. [...] Com chuva, o Rio é uma cidade como outra qualquer: não se tem muita coisa a
fazer. [...] O melhor mesmo é aproveitar o tempo ― que de repente fica enorme e custa a passar
― revisitar os primeiros deslumbramentos, buscando no passado um aumento de pressão nas
caldeiras fatigadas que poderão me levar adiante. [...] Leituras antigas, de um tempo em que
estava longe a ideia de um dia escrever um livro. Bem verdade que, às vezes, vinha a tentação
de botar para fora alguma coisa.
I – As expressões “releituras”, “revisitar” e “Leituras antigas” deixam claro que os livros que o
narrador pretende ler já foram obras lidas por ele no passado.
II – Nas expressões “há muito” e “Bem verdade”, pode-se depreender a elipse do substantivo
“tempo” e do verbo flexionado “É”.
III – É possível inferir uma relação de causa e consequência entre as orações conectadas pelos
dois-pontos.
Quais afirmativas estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.
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Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli
4. PRONOMES
A função gramatical do pronome é justamente a de substituir ou acompanhar um nome. Ele
pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a ideia contida em um parágrafo ou no texto todo.
“Estavam no avião Márcio Artur Lerro Ribeiro, seus filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto e Gabriela
Gimenes Ribeiro; e o marido dela, João Izidoro de Andrade.”
O pronome possessivo seus retoma Márcio Artur Lerro Ribeiro; o pronome pessoal (d)ela
retoma Gabriela Gimenes Ribeiro.
3. “... que lhe permitem que veja a origem de todos os seres e de todas as coisas para que possa
transmiti-las aos ouvintes”.
Em transmiti-las, -las é pronome que substitui
a) a origem de todos os seres.
b) todas as coisas.
c) aos ouvintes.
d) todos os seres.
Pronomes Demonstrativos
ESSE = assunto antecedente.
“A seca é presença marcante no Sul. Esse fenômeno é atribuído a ‘El Niña’.”
4. "Um relatório da Associação Nacional de Jornais revelou que, nos últimos doze meses, foram
registrados no Brasil 31 casos de violação à liberdade de imprensa. Destes, dezesseis são
decorrentes de sentença judicial - em geral, proferida por juízes de primeira instância.”
Nesse segmento do texto, o pronome demonstrativo sublinhado se refere a
a) relatórios.
b) jornais.
c) meses.
d) casos.
e) atentados.
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5. ADVÉRBIOS
Palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as de lugar, tempo, modo, causa...
“Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderiram à greve.”
6. EPÍTETOS
Palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo que se referem a um elemento do texto,
qualificam-no.
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Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli
6. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é o melhor exemplo de que a reforma do Poder Judiciário
não está estagnada. Dez anos atrás, época em que ainda se discutia a criação do conselho, ao
qual cabia o epíteto “órgão de controle externo do Judiciário”, a existência de um órgão nesses
moldes, para controlar a atuação do Poder Judiciário, gerava polêmica.
O vocábulo “epíteto” introduz uma expressão que qualifica e explica a função do CNJ.
( ) Certo ( ) Errado
7. NOMES DEVERBAIS
São derivados de verbos e retomam a ação expressa por eles. Servem, ainda, como um resumo
dos argumentos já utilizados.
“Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Assis Brasil, como sinal de
protesto contra o aumento dos impostos. A paralisação foi a maneira encontrada...”
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Mecanismos
PRIORIDADE-RELEVÂNCIA
Ex.: Em primeiro lugar, Antes de mais nada, Primeiramente, Finalmente...
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Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli
2. “Por outro lado, sua eficiência macroeconômica deixa muito a desejar, menos pela incapacidade
das instituições do que pela persistência de incentivos adversos ao crescimento.”
Em “do que pela”, a eliminação de “do” prejudica a correção sintática do período.
( ) Certo ( ) Errado
CONDIÇÃO, HIPÓTESE
Ex.: se, caso, desde que...
ADIÇÃO, CONTINUAÇÃO
Ex.: Além disso, ainda por cima, também, não só...mas também ...
DÚVIDA
Ex.: talvez, provavelmente, possivelmente...
CERTEZA, ÊNFASE
Ex.: certamente, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com certeza...
FINALIDADE
Ex.: a fim de, com o propósito de, para que...
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ESCLARECIMENTO
Ex.: por exemplo, isto é, quer dizer...
RESUMO, CONCLUSÃO
Ex.: em suma, em síntese, enfim, portanto, dessa forma, dessa maneira, logo, então...
6. Mariza saiu de casa atrasada e perdeu o ônibus. As duas orações do período estão unidas pela
palavra “e”, que, além de indicar adição, introduz a ideia de
a) Oposição.
b) Condição.
c) Consequência.
d) Comparação.
e) União.
7. “A ação da polícia ocorre em um ambiente de incertezas, ou seja, o policial, quando sai para a
rua, não sabe o que vai encontrar diretamente;”.
A expressão sublinhada indica a presença de uma
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Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli
a) retificação.
b) conclusão.
c) oposição.
d) explicação.
e) enumeração.
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Português
Polissemia
Polissemia significa (poli = muitos; semia = significado) “muitos sentidos”. Contudo, assim que
se insere no contexto, a palavra perde seu caráter polissêmico e assume significado específico,
isto é, significado contextual.
Os vários significados de uma palavra, em geral, têm um traço em comum. A cada um deles dá-
se o nome de acepção.
•• A cabeça une-se ao tronco pelo pescoço.
Contexto!
O contexto determina a acepção de dada palavra polissêmica. Palavras como “flor”, “cabeça”,
“linha”, “ponto”, “pena”, entre outras, assumem, em variados contextos, novas acepções.
CONTEXTO ACEPÇÃO
Adoro flor vermelha! parte de uma planta
“Última flor do Lácio” descendente
Vagava à flor da água. superfície
Ela é uma flor de pessoa. amável
Ele não é flor que se cheire. indigno, falso
Está na flor da idade. juventude
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1. O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação de informações visuais e recursos
linguísticos. No contexto da ilustração, a frase proferida recorre à
a) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para transmitir a
ideia que pretende veicular.
b) ironia para conferir um novo significado ao termo “outra coisa”.
c) homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o espaço da população pobre e o
espaço da população rica.
d) personificação para opor o mundo real pobre ao mundo virtual rico.
e) antonímia para comparar a rede mundial de computadores com a rede caseira de descanso
da família.
Exemplos:
•• Edgar ocupa um alto posto na Casa. = cargo
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Polissemia e Figuras de Linguagem – Português – Prof. Carlos Zambeli
Figuras De Linguagem
Algumas Figuras de
Som
Aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais.
•• “Esperando, parada, pregada na pedra do porto.”
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Onomatópéia: consiste na reprodução de um som ou ruído natural.
•• “Não se ouvia mais que o plic-plic-plic da agulha no pano.” (Machado de Assis)
Construção
Elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto.
•• “Em nossa vida, apenas desencontros.”
2. Pleonasmo é uma figura de linguagem que tem como marca a repetição de palavras ou de
expressões, aparentemente desnecessárias, para enfatizar uma ideia. No entanto, alguns
pleonasmos são considerados “vícios de linguagem” por informarem uma obviedade e não
desempenharem função expressiva no enunciado. Considerando essa afirmação, assinale a
alternativa em que há exemplo de pleonasmo vicioso.
a) “E então abriu a torneira: a água espalhou-se”
b) “O jeito era ir comprar um pão na padaria.”
c) “Matá-la, não ia; não, não faria isso.”
d) “Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim.”
e) “Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus...”
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Polissemia e Figuras de Linguagem – Português – Prof. Carlos Zambeli
Pensamento
Antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo
sentido.
“Nasce o Sol, e não dura mais que um dia
Depois da Luz se segue à noite escura
Em tristes sombras morre a formosura
Em contínuas tristezas, a alegria.”
3. No trecho "...dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o máximo", a figura
de linguagem presente é chamada
a) Metáfora.
b) Hipérbole.
c) Hipérbato.
d) Anáfora.
e) Antítese.
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Hipérbato: inversão ou deslocamento de palavras ou orações dentro de um período.
"Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
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Polissemia e Figuras de Linguagem – Português – Prof. Carlos Zambeli
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Palavras
Metáfora: A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica
subentendido.
“Meninas são bruxas e fadas,
Palhaço é um homem todo pintado de piadas!
Céu azul é o telhado do mundo inteiro,
Sonho é uma coisa que fica dentro do meu travesseiro!”
(Teatro Mágico)
Catacrese: Na falta de um termo específico para designar conceito ou objeto, toma-se outro
por empréstimo. Devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado
em sentido figurado.
•• O pé da mesa estava quebrado.
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Português
Tipologia Textual
O que é isso?
É a forma como um texto se apresenta. As tipologias existentes são: narração, descrição,
dissertação, exposição, argumentação, informação e injunção.
Narração
Modalidade na qual se contam um ou mais fatos – fictício ou não - que ocorreram em
determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Há uma relação de anterioridade
e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado.
Exemplo:
COMPRAR REVISTA
Parou, hesitante; em frente à banca de jornais. Examinou as capas das revistas, uma por uma.
Tirou do bolso o recorte, consultou-o. Não, não estava incluída na relação de títulos, levantada
por ordem alfabética. Mas quem sabe havia relação suplementar, feita na véspera? Na dúvida,
achou conveniente estudar a cara do jornaleiro. Era a mesma de sempre. Mas a talvez ocultasse
alguma coisa, sob a aparência habitual. O jornaleiro olhou para ele, sem transmitir informação
especial no olhar, além do reconhecimento do freguês. Peço? Perguntou a si mesmo. Ou é
melhor sondar a barra?”
Carlos Drummond de Andrade
A primeira vez que vi o mar eu não estava sozinho. Estava no meio de um bando enorme de
meninos. Nós tínhamos viajado para ver o mar. No meio de nós havia apenas um menino que
já o tinha visto. Ele nos contava que havia três espécies de mar: o mar mesmo, a maré, que é
menor que o mar, e a marola, que é menor que a maré. Logo a gente fazia ideia de um lago
enorme e duas lagoas. Mas o menino explicava que não. O mar entrava pela maré e a maré
entrava pela marola. A marola vinha e voltava. A maré enchia e vazava. O mar às vezes tinha
espuma e às vezes não tinha. Isso perturbava ainda mais a imagem. Três lagoas mexendo,
esvaziando e enchendo, com uns rios no meio, às vezes uma porção de espumas, tudo isso
muito salgado, azul, com ventos.
Fomos ver o mar. Era de manhã, fazia sol. De repente houve um grito: o mar! Era qualquer
coisa de largo, de inesperado. Estava bem verde perto da terra, e mais longe estava azul. Nós
todos gritamos, numa gritaria infernal, e saímos correndo para o lado do mar. As ondas batiam
nas pedras e jogavam espuma que brilhava ao sol. Ondas grandes, cheias, que explodiam com
barulho. Ficamos ali parados, com a respiração apressada, vendo o mar...
(Fragmento de crônica de Rubem Braga, Mar, Santos, julho, 1938)
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1. O texto é construído por meio de
a) perfeito encadeamento entre os dois parágrafos: as explicações sobre o mar, no primeiro,
harmonizam-se com sua visão extasiada, no segundo.
b) violenta ruptura entre os dois parágrafos: o primeiro alonga-se em explicações sobre o mar
que não têm qualquer relação com o que é narrado no segundo.
c) procedimentos narrativos diversos correspondentes aos dois parágrafos: no primeiro, o
narrador é o autor da crônica; no segundo, ele dá voz ao menino que já vira o mar.
d) contraste entre os dois parágrafos: as frustradas explicações sobre o mar para quem nunca
o vira, no primeiro, são seguidas pela arrebatada visão do mar, no segundo.
e) inversão entre a ordem dos acontecimentos em relação aos dois parágrafos: o que é
narrado no primeiro só teria ocorrido depois do que se narra no segundo.
Descrição
Quase todo mundo conhece os riscos de se ter os documentos usados de forma indevida por
outra pessoa, depois de tê-los perdido ou de ter sido vítima de assalto. Mas um sistema que
começou a ser implantado na Bahia pode resolver o problema em todo o país. A tecnologia
usada atualmente para a emissão de carteiras de identidade na Bahia pode evitar esse tipo de
transtorno. A foto digital, impressa no documento, dificulta adulterações. A principal novidade
do sistema é o envio imediato das impressões digitais, por computador, para o banco de dados
da Polícia Federal em Brasília. Dessa forma, elas podem ser comparadas com as de outros
brasileiros e estrangeiros cadastrados. Se tudo estiver em ordem, o documento é entregue em
cinco dias. Ao ser retirada a carteira, as digitais são conferidas novamente.
Internet: <www.g1.globo.com> (com adaptações).
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Tipologia Textual – Português – Prof. Carlos Zambeli
Dissertação
A dissertação é um texto que analisa, interpreta, explica e avalia dados da realidade. Esse tipo
textual requer um pouco de reflexão, pois as opiniões sobre os fatos e a postura crítica em
relação ao que se discute têm grande importância.
O texto dissertativo é temático, pois trata de análises e interpretações; o tempo explorado é
o presente no seu valor atemporal; é constituído por uma introdução onde o assunto a ser
discutido é apresentado, seguido por uma argumentação que caracteriza o ponto de vista do
autor sobre o assunto em evidência e, por último, sua conclusão.
Exposição
Apresenta informações sobre assuntos, expõe ideias, explica e avalia e reflete Não faz defesa
de uma ideia, pois tal procedimento é característico do texto dissertativo. O texto expositivo
apenas revela ideias sobre um determinado assunto. Por meio da mescla entre texto expositivo
e narrativo, obtém-se o que conhecemos por relato.
Ex.: aula, relato de experiências, etc.
Em todo o continente americano, a colonização europeia teve efeito devastador. Atingidos pelas
armas, e mais ainda pelas epidemias e por políticas de sujeição e transformação que afetavam
os mínimos aspectos de suas vidas, os povos indígenas trataram de criar sentido em meio à
devastação. Nas primeiras décadas do século XVII, índios norte-americanos comparavam a uma
demolição aquilo que os missionários jesuítas viam como “transformação de suas vidas pagãs e
bárbaras em uma vida civilizada e cristã.”
Argumentação
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“Perguntamo-nos qual é o valor da vida humana.Alguns setores da sociedade acreditam que
a vida do criminoso não tem o mesmo valor da vida das pessoas honestas. O problema é que
o criminoso pensa do mesmo modo: se a vida dele não vale nada, por que a vida do dono da
carteira deve ter algum valor? Se provavelmente estará morto antes dos trinta anos de idade
(como várias pesquisas comprovam), por que se preocupar em não matar o proprietário do
automóvel que ele vai roubar?”
Andréa Buoro et al. Violência urbana – dilemas e desafios. São Paulo: Atual, 1999, p. 26 (com
adaptações).
O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a totalidade do universo, toda a sociedade,
a história, a concepção de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo, que se estende a
todas as coisas e à qual nada escapa. É, de alguma maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro,
em todos os seus níveis, uma espécie de segunda revelação do mundo.
3. Embora o texto seja essencialmente argumentativo, seu autor se vale de estruturas narrativas
para reforçar suas opiniões.
( ) Certo ( ) Errado
Informação
O texto informativo corresponde aquelas manifestações textuais cujo emissor (escritor) expõe
brevemente um tema, fatos ou circunstâncias a um receptor (leitor). Em outras palavras,
representam as produções textuais objetivas, normalmente em prosa, com linguagem clara e
direta (linguagem denotativa), que tem como objetivo principal transmitir informação sobre
algo, isento de duplas interpretações.
Assim, os textos informativos, diferente dos poéticos ou literários (que utilizam da linguagem
conotativa), servem para conhecer de maneira breve informações sobre determinado tema,
apresentando dados e referências, sem interferência de subjetividade, desde sentimentos,
sensações, apreciações do autor ou opiniões. O autor dos textos informativos é um transmissor
que se preocupa em relatar informações da maneira mais objetiva e verossímil.
Injuntivo/Instrucional
Indica como realizar uma ação. Também é utilizado para predizer acontecimentos e
comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria,
empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro
do presente do modo indicativo.
Ex.: Previsões do tempo, receitas culinárias, manuais, leis, bula de remédio, convenções, regras
e eventos.
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Português
Gênero Textual
É o nome que se dá às diferentes formas de linguagem empregadas nos textos. Estas formas
podem ser mais formais ou mais informais, e até se mesclarem em um mesmo texto, porém
este será nomeado com o gênero que prevalecer!
Os gêneros textuais estão intimamente ligados à nossa situação cotidiana. Eles existem como
mecanismo de organização das atividades sociocomunicativas do dia a dia. Sendo assim,
gêneros textuais são tipos especificos de textos de qualquer natureza, literários ou não-
literários, cujas modalidades discursivas são como formas de organizar a linguagem.
Editorial
É um tipo de texto utilizado na imprensa, especialmente em jornais e revistas, que tem por
objetivo informar, mas sem obrigação de ser neutro, indiferente.
A objetividade e imparcialidade não são características dessa tipologia textual, já que o redator
demonstra a opinião do jornal sobre o assunto narrado.
Os acontecimentos são relatados sob a subjetividade do repórter, de maneira que evidencie
a posição da empresa que está por trás do canal de comunicação, pois os editoriais não são
assinados por ninguém.
Assim, podemos dizer que o editorial é um texto mais opinativo do que informativo.
Ele possui um fato e uma opinião. O fato informa o que aconteceu e a opinião transmite a
interpretação do que aconteceu.
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1. O título do texto refere-se
a) ao reflexo do custo da terceirização da colheita da cana no preço do etanol.
b) aos problemas ambientais resultantes da expansão da cultura de cana.
c) aos preços não competitivos do etanol brasileiro no mercado internacional.
d) às precárias condições de trabalho dos trabalhadores rurais na colheita da cana.
e) ao aumento dos lucros obtidos pelos empresários que investem na produção da cana.
Artigos
São os mais comuns. São textos autorais – assinados –, cuja opinião é de inteira responsabilidade
de quem o escreveu. Seu objetivo é o de persuadir o leitor.
É um texto dissertativo que apresenta argumentos sobre o assunto abordado, portanto, o
escritor além de expor seu ponto de vista, deve sustentá-lo através de informações coerentes e
admissíveis.
I – Depreende-se, pela leitura do texto, que querer ser milionário é ruim, pois esse desejo
impossibilita o homem de amar o trabalho.
II – Para o autor, as chances de sucesso em uma profissão dependem da paixão com que ela é
exercida.
III – É consenso atribuir-se o sucesso à paixão pela atividade que se realiza.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.
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Gêneros Textuais – Português – Prof. Carlos Zambeli
Notícias
Obra-prima de Leonardo da Vinci e uma das mais admiradas telas jamais pintadas, devido, em
parte, ao sorriso enigmático da moça retratada, a “Mona Lisa” está se deteriorando. O grito de
alarme foi dado pelo Museu do Louvre, em Paris, que anunciou que o quadro passará por uma
detalhada avaliação técnica com o objetivo de determinar o porquê do estrago. O fino suporte
de madeira sobre o qual o retrato foi pintado sofreu uma deformação desde que especialistas
em conservação examinaram a pintura pela última vez, diz o Museu do Louvre numa declaração
por escrito.
Fonte: http://www.italiaoggi.com.br (acessado em 13/11/07)
Crônica
Fotografia do cotidiano, realizada por olhos particulares. Geralmente, o cronista apropria-se de
um fato atual do cotidiano, para, posteriormente, tecer críticas ao status quo, baseadas quase
exclusivamente em seu ponto de vista. A linguagem desse tipo de texto é predominantemente
coloquial.
Características da crônica
•• Narração curta;
•• Descreve fatos da vida cotidiana;
•• Pode ter caráter humorístico, crítico, satírico e/ou irônico;
•• Possui personagens comuns;
•• Segue um tempo cronológico determinado;
•• Uso da oralidade na escrita e do coloquialismo na fala das personagens;
•• Linguagem simples.
Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da internet. O nome do teste era
tentador: “O que Freud diria de você”. Uau. Respondi a todas as perguntas e o resultado foi o
seguinte: “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os doze anos, depois disso você
buscou conhecimento intelectual para seu amadurecimento”. Perfeito! Foi exatamente o que
aconteceu comigo. Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o pai da
psicanálise, e ele acertou na mosca.
MEDEIROS, M. Doidas e Santas. Porto Alegre, 2008 (adaptado).
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4. Quanto às influências que a internet pode exercer sobre os usuários, a autora expressa uma
reação irônica no trecho “Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o
pai da psicanálise”.
( ) Certo ( ) Errado
Ensaio
É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e
reflexões éticas e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal. Consiste também
na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico,
político, social, cultural, moral, comportamental, literário, religioso, etc.), sem que se paute em
formalidades.
O ensaio assume a forma livre e assistemática sem um estilo definido. Por essa razão, um
filósofo espanhol o definiu como "a ciência sem prova explícita".
Texto Literário
É uma construção textual de acordo com as normas da literatura, com objetivos e
características próprias, como linguagem elaborada de forma a causar emoções no leitor. Uma
das características distintivas dos textos literário é a sua função poética, em que é possível
constatar ritmo e musicalidade, organização específica das palavras e um elevado nível de
criatividade.
Madrugada na aldeia
Madrugada na aldeia nervosa, com as glicínias escorrendo orvalho, os figos prateados de
orvalho, as uvas multiplicadas em orvalho, as últimas uvas miraculosas.
O silêncio está sentado pelos corredores, encostado às paredes grossas, de sentinela.
E em cada quarto os cobertores peludos envolvem o sono: poderosos animais benfazejos,
encarnados e negros.
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Gêneros Textuais – Português – Prof. Carlos Zambeli
Antes que um sol luarento dissolva as frias vidraças, e o calor da cozinha perfume a casa
com lembrança das árvores ardendo, a velhinha do leite de cabra desce as pedras da rua
antiquíssima, antiquíssima, e o pescador oferece aos recém-acordados os translúcidos peixes,
que ainda se movem, procurando o rio.
(Cecília Meireles. Mar absoluto, in Poesia completa.
Peça Publicitária
Modo específico de apresentar informação sobre produto, marca, empresa, ideia ou política,
visando a influenciar a atitude de uma audiência em relação a uma causa, posição ou atuação.
A propaganda comercial é chamada, também, de publicidade. Ao contrário da busca de
imparcialidade na comunicação, a propaganda apresenta informações com o objetivo principal
de influenciar o leitor ou ouvinte. Para tal, frequentemente, apresenta os fatos seletivamente
(possibilitando a mentira por omissão) para encorajar determinadas conclusões, ou usa
mensagens exageradas para produzir uma resposta emocional e não racional à informação
apresentada Costuma ser estruturado por meio de frases curtas e em ordem direta, utilizando
elementos não verbais para reforçar a mensagem.
7. O anúncio publicitário a seguir é uma campanha de um adoçante, que tem como seu slogan a
frase “Mude sua embalagem”.
A palavra “embalagem”, presente no slogan da campanha, é altamente expressiva e substitui a
palavra
a) vida.
b) corpo.
c) jeito.
d) história.
e) postura.
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Piada
8. “Dois amigos conversam quando passa uma mulher e cumprimenta um deles, que fala:
Eu devo muito a essa mulher...
Por quê? Ela é sua protetora?
Não, ela é a costureira da minha esposa.”
Na piada acima, o efeito de humor
a) deve-se, principalmente, à situação constrangedora em que ficou um dos amigos quando a
mulher o cumprimentou.
b) constrói-se pela resposta inesperada de um dos amigos, revelando que não havia entendido
o teor da pergunta do outro.
c) é provocado pela associação entre uma mulher e minha esposa, sugerindo ilegítimo
relacionamento amoroso.
d) firma-se no aproveitamento de distintos sentidos de uma mesma expressão linguística,
devo muito.
e) é produzido prioritariamente pela pergunta do amigo, em que se nota o emprego malicioso
da expressão sua protetora.
Gráficos e Tabelas
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Gêneros Textuais – Português – Prof. Carlos Zambeli
Charge
É um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar algum acontecimento atual com
uma ou mais personagens envolvidas. A palavra é de origem francesa e significa carga, ou
seja, exagera traços do caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco. Apesar de ser
confundida com cartum, é considerada totalmente diferente: ao contrário da charge, que tece
uma crítica contundente, o cartum retrata situações mais corriqueiras da sociedade. Mais do
que um simples desenho, a charge é uma crítica político-social mediante o artista expressa
graficamente sua visão sobre determinadas situações cotidianas por meio do humor e da sátira.
10. A relação entre o conjunto da charge e a frase “Brasil tem 25 milhões de telefones celulares”
fica clara porque a imagem e a fala do personagem sugerem o(a)
a) sentimento de vigilância permanente.
b) aperfeiçoamento dos aparelhos celulares.
c) inadequação do uso do telefone.
d) popularização do acesso à telefonia móvel.
e) facilidade de comunicação entre as pessoas.
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QUADRINHOS
Hipergênero, que agrega diferentes outros gêneros, cada um com suas peculiaridades.
Gabarito: 1. D 2. D 3. B 4. C 5. C 6. E 7. B 8. D 9. B 10. D 11. A
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Português
Coesão
A coesão textual refere-se à microestrutura de um texto. Ela ocorre por meio de relações
semânticas e gramaticais.
No caso de textos que utilizam linguagem verbal e não verbal (publicidade, por exemplo), a
coesão ocorre também por meio da utilização de
•• cores
•• formas geométricas
•• fontes
•• logomarcas
•• etc
Moldura = bolas
de futebol
Cantos =
local de
escanteio +
bola
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O pai e seu filhinho de 5 anos caminham por uma calçada.
Repentinamente, o garoto vê uma sorveteria e fala:
– Pai, eu já sarei do resfriado, né?
– Você não vai tomar sorvete! – responde o pai.
A resposta do pai não corresponde coesivamente à pergunta do filho, mas nem por isso é
incoerente. Depreende-se que o pai conhecia o objetivo do filho.
Anáfora
Retoma algo que já foi dito antes!
Edgar é um excelente professor. Ele trabalha aqui na Casa do Concurseiro, ensinando
Conhecimentos Bancários. Essa matéria é muito relevante para concursos nacionais.
Catáfora
O termo ou expressão que faz referência a um termo subsequente, estabelecendo com ele uma
relação não autônoma, portanto, dependente.
A Tereza olhou-o e disse: – Edgar, você está cansado?
Coerência
Fatores de Coerência
•• encadeamento
•• conhecimento da linguagem utilizada
•• equilíbrio entre o número de informações novas e a reiteração delas
•• possibilidade de inferência
•• aceitabilidade
•• intertextualidade
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Português – Confronto e Reconhecimento de Frases Corretas e Incorretas – Prof. Carlos Zambeli
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É fácil de notar se quando falta coerência a um texto.
“Havia um menino muito magro que vendia amendoins numa esquina de uma das avenidas de
São Paulo. Ele era tão fraquinho, que mal podia carregar a cesta em que estavam os pacotinhos
de amendoim. Um dia, na esquina em que ficava, um motorista, que vinha em alta velocidade,
perdeu a direção. O carro capotou e ficou de rodas para o ar. O menino não pensou duas vezes.
Correu para o carro e tirou de lá o motorista, que era um homem corpulento. Carregou o até a
calçada, parou um carro e levou o homem para o hospital. Assim, salvou lhe a vida.”
(Platão & Fiorin)
Vícios De Linguagem
BARBARISMO
Desvio na grafia, na pronúncia ou na flexão de uma palavra. Divide-se em
Cacografia – má grafia ou má flexão de uma palavra: flexa – em vez de flecha / deteu – em vez
de deteve.
Cacoépia – erro de pronúncia: marvado – em vez de malvado.
Silabada – erro de pronúncia quanto à acentuação tônica das palavras: púdico – em vez de
pudico / rúbrica – em vez de rubrica.
Estrangeirismo – emprego desnecessário de palavras estrangeiras, quando elas já foram
aportuguesadas: stress – em vez de estresse.
SOLECISMO
É qualquer erro de sintaxe. Pode ser
•• de concordância: Haviam muitos erros – em vez de Havia ...
•• de regência: Assistimos o filme – em vez de Assistimos ao filme.
•• de colocação: Escreverei-te logo – em vez de Escrever-te-ei...
AMBIGUIDADE OU ANFIBOLOGIA
Duplo sentido que ocorre em função da má construção da frase:
Carlos disse ao colega que seu irmão morreu. (irmão de quem?)
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Português – Confronto e Reconhecimento de Frases Corretas e Incorretas – Prof. Carlos Zambeli
ECO
Repetição de uma vogal formando rima:
O irmão do alemão prendeu a mão no fogão.
CACOFONIA
Som estranho que surge da união de sílabas diferentes, pela proximidade de duas palavras:
Ela tinha dezoito anos. (latinha)
GERUNDISMO
Locução verbal na qual o verbo principal apresenta-se no gerúndio. Seu uso no português
brasileiro é recente, é considerado por muitos como vício de linguagem, uma vez que seu uso é
demasiadamente impreciso:
“A senhora pode estar respondendo algumas perguntas?”
Gabarito: 1. E
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Português
Funções da Linguagem
6
contexto
5
referente
1 4
emissor, 7 receptor
destinador canal de comunicação ou
ou remetente destinatário
3
mensagem
2
código
O linguista russo Roman Jakobson caracterizou seis funções da linguagem. Cada uma delas está
estreitamente ligada a um dos seis elementos que compõem o ato de comunicação.
Referente
FUNÇÃO REFERENCIAL
Mensagem
FUNÇÃO POÉTICA
Emissor Receptor
FUNÇÃO FUNÇÃO
EXPRESSIVA Canal de Comunicação CONATIVA
FUNÇÃO FÁTICA
Código
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA
www.acasadoconcurseiro.com.br 139
Emissor: o que emite a mensagem.
Receptor: o que recebe a mensagem.
Mensagem: o conjunto de informações transmitidas.
Código: a combinação de signos utilizados na transmissão de uma mensagem. A comunicação
só se concretizará, se o receptor souber decodificar a mensagem.
Canal de Comunicação: veículo por meio do qual a mensagem é transmitida (TV, rádio, jornal,
revista...)
Contexto: a situação a que a mensagem se refere, também chamado de referente.
O emissor, ao transmitir uma mensagem, sempre tem um objetivo: informar algo, ou
demonstrar seus sentimentos, ou convencer alguém a fazer algo, etc; consequentemente, a
linguagem passa a ter uma função, que são as seguintes:
•• Função Referencial
•• Função Metalinguística
•• Função Conativa
•• Função Fática
•• Função Emotiva
•• Função Poética
Numa mensagem, é muito difícil encontrarmos uma única dessas funções isolada. O que ocorre,
normalmente, é a superposição de várias delas.
Função referencial – busca transmitir informações objetivas, a fim de informar o receptor.
Predomina nos textos de caráter científico, didático e jornalístico.
Exemplo: Pesquisas já demonstraram que o universo vocabular de nossos estudantes, mesmo
de nível universitário, é pobre.
140 www.acasadoconcurseiro.com.br
Funções da Linguagem – Português – Prof. Carlos Zambeli
Função fática – tem por objetivo prolongar o contato com o receptor. Utiliza interjeições,
repetições, expressões sem valor semântico e, quando escrita, faz uso de recursos gráficos
como diferentes tipos de letras e variadas diagramações. É usada na linguagem coloquial,
especialmente nos diálogos.
•• POIS É...
•• ENTÃO... É melhor você
•• É FOGO. começar a ler
•• Ô. o Estadão.
•• NEM FALE.
EXEMPLIFICANDO
O princípio de que o Estado necessita de instrumentos para agir com rapidez em situações
de emergência está inscrito no arcabouço jurídico brasileiro desde a primeira Constituição,
de 1824, dois anos após a Independência, ainda no Império. A figura do decreto-lei, sempre
à disposição do Poder Executivo, ficou marcada no regime militar, quando a caneta dos
generais foi acionada a torto e a direito, ao largo do Congresso, cujos poderes eram sufocados
pela ditadura. Com a redemocratização, sacramentada pela Constituição de 1988, sepultou-
se o decreto-lei, mas não o seu espírito, reencarnado na medida provisória. Não se discute
a importância de o Poder Executivo contar com dispositivos legais que permitam ao governo
baixar normas, sem o crivo imediato do Congresso, que preencham os requisitos da “relevância
e urgência”. O problema está na dosagem, que, se exagerada, como ocorre atualmente, sufoca
o Poder Legislativo.
O Globo, 19/3/2008 ( com adaptações)
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1. A função da linguagem predominante no texto é
a) metalinguística.
b) poética.
c) expressiva.
d) apelativa.
e) referencial.
3. O texto abaixo utiliza uma linguagem emotiva, que pode ser comprovada especialmente na
opção pela subjetividade voltada para o narrador.
“Então, aproveite bem o seu dia. Extraia dele todos os bons sentimentos possíveis. Não deixe
nada para depois. Diga o que tem para dizer. Demonstre. Seja você mesmo. Não guarde lixo
dentro de casa. Nem jogue seu lixo no ambiente. Não cultive amarguras e sofrimentos. Prefira
o sorriso. Dê risada de tudo, de si mesmo. Não adie alegrias nem contentamentos nem sabores
bons. Seja feliz. Hoje. Amanhã é uma ilusão. Ontem é uma lembrança. Só existe o hoje.”
( ) Certo ( ) Errado
4. HISTÓRIA MANJADA
GALÃ CANASTRÃO
TIROS E PERSEGUIÇÕES
EFEITOS GRATUITOS
MAIS TIROS E PERSEGUIÇÕES
FINAL PREVISÍVEL
Conheça outro jeito de fazer cinema.
Cine Conhecimento.
No canal PLUS.
Além de exibir filmes de diversos países, o programa traz análises, comentários, curiosidades e
detalhes da produção. Não perca! Tem sempre um bom filme para você!
(Revista Monet)
Pelos sentidos e pelas estruturas linguísticas do texto, é correto concluir que o emprego de
“Conheça” e “Não perca” indica que a função da linguagem predominante no texto é a
a) metalinguística.
b) poética.
c) conativa.
d) expressiva.
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Funções da Linguagem – Português – Prof. Carlos Zambeli
5. No slogan CELULAR: Não Fale no Trânsito, uma característica da função conativa da linguagem
é
a) a objetividade da informação transmitida.
b) a manutenção da sintonia entre a STTU e o público-alvo.
c) o esclarecimento da linguagem pela própria linguagem
d) o emprego do verbo no modo imperativo
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Português
Variação Linguística
Tanto a língua escrita quanto a oral apresentam variações condicionadas por diversos fatores:
regionais, sociais, intelectuais etc.
A língua escrita obedece a normas gramaticais e será sempre diferente da língua oral, mais
espontânea, solta, livre, visto que acompanhada de mímica e entonação, que preenchem
importantes papéis significativos. Mais sujeita a falhas, a linguagem empregada coloquialmente
difere substancialmente do padrão culto.
É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que se apresenta com
terminologia especial. Caracteriza-se pela obediência às normas gramaticais. Mais comumente
usada na linguagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, mais
estável, menos sujeita a variações.
É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase sempre rebelde
à norma gramatical e é carregada de vícios de linguagem (solecismo - erros de regência e
concordância; barbarismo - erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia;
pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação, que ressalta o caráter
oral e popular da língua.
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1. Com frequência, a transgressão à norma culta constitui uma marca do registro coloquial da
língua. Nesses casos, parece existir, de um lado, a norma culta e, de outro, a “norma” coloquial
– e esta muitas vezes se impõe socialmente, em detrimento da primeira. Um exemplo de
transgressão à norma culta acontece numa das alternativas abaixo. Assinale-a.
a) Nós éramos cinco e brigávamos muito…
b) estrada lamacenta que o governo não conservava…
c) Miguel fazia muita falta, embora cada um de nós trouxesse na pele a marca de sua
autoridade.
d) Você assustou ele falando alto.
e) Se um de nós ia para o colégio, os outros ficavam tristes.
2. Considere as afirmações.
I – A letra de “Saudosa Maloca” pode ser considerada como realização de uma “linguagem
artística” do poeta, estabelecida com base na sobreposição de elementos do uso popular ao
uso culto.
II – Uma dessas sobreposições é o emprego do pronome oblíquo de terceira pessoa “se” em
lugar de “nos” (Só se conformemo), diferentemente do que prescreve a norma culta.
III – A letra de “Saudosa Maloca” apresenta linguagem inovadora, visto que, sem abandonar a
linguagem formal, dirige-se diretamente ao leitor.
Estão corretas
a) apenas I.
b) apenas II.
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Português – Variação Linguística – Prof. Carlos Zambeli
c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) I, II e III.
4. Gíria
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais. Esses grupos utilizam a gíria como
meio de expressão do cotidiano, para que as mensagens sejam decodificadas apenas pelo
próprio grupo. Assim, a gíria é criada por determinados segmentos da comunidade social que
divulgam o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de comunicação de
massa, como a televisão e o rádio, propagam os novos vocábulos; às vezes, também inventam
alguns. A gíria que circula pode acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no
vocabulário de pequenos grupos ou cair em desuso.
3. Nas orações a seguir, as gírias sublinhadas podem ser substituídas por sinônimos.
“… e beijava tudo que era mulher que passasse dando sopa.”
“… o Papa de araque…”
“… numa homenagem também aos salgueirenses que, no Carnaval de 1967, entraram pelo
cano.”
Indique que opção equivale, do ponto de vista do sentido, a essas expressões.
a) distraidamente, falso, saíram-se mal.
b) reclamando, falso, obstruíram-se.
c) distraidamente, esperto, saíram-se vitoriosos.
d) reclamando, falso, deram-se mal.
e) distraidamente, esperto, obstruíram-se.
5. Linguagem Regional
Regionalismos ou falares locais são variações geográficas do uso da língua padrão, quanto
às construções gramaticais, empregos de certas palavras e expressões e do ponto de vista
fonológico. Há, no Brasil, por exemplo, falares amazônico, nordestino, baiano, fluminense,
mineiro, sulino.
Leia o texto a seguir e responda à questão.
“Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem — ou é o homem
arruinado, ou o homem dos avessos. Solto, por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum.
Nenhum! — é o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo, franco — é alta mercê que me
faz: e pedir posso, encarecido. Este caso — por estúrdio que me vejam — é de minha certa
importância. Tomara não fosse... Mas, não diga que o senhor, assisado e instruído, que acredita
na pessoa dele?! Não? Lhe agradeço! Sua alta opinião compõe minha valia. Já sabia, esperava
por ela — já o campo!
Ah, a gente, na velhice, carece de ter uma aragem de descanso. Lhe agradeço. Tem diabo
nenhum. Nem espírito. Nunca vi. Alguém devia de ver, então era eu mesmo, este vosso
servidor. Fosse lhe contar... Bem, o diabo regula seu estado preto, nas criaturas, nas mulheres,
www.acasadoconcurseiro.com.br 147
nos homens. Até: nas crianças — eu digo. Pois não é o ditado: “menino — trem do diabo”? E
nos usos, nas plantas, nas águas, na terra, no vento... Estrumes... O diabo na rua, no meio do
redemunho... “
(Guimarães Rosa. Grande Sertão: Veredas.)
4. O texto de Guimarães Rosa mostra uma forma peculiar de escrita, denunciada pelos recursos
linguísticos empregados pelo escritor. Entre as características do texto, está
a) o emprego da linguagem culta, na voz do narrador, e o da linguagem regional, na voz da
personagem.
b) a recriação da fala regional no vocabulário, na sintaxe e na melodia da frase.
c) o emprego da linguagem regional predominantemente no campo do vocabulário.
d) a apresentação da língua do sertão fiel à fala do sertanejo.
e) o uso da linguagem culta, sem regionalismos, mas com novas construções sintáticas e
rítmicas.
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Redação
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Redação
1. A redação não é um texto construído por um monte de frases, é, sim, um enredo semântico
a que dados o nome de textualidade (coesão).
Por exemplo: Escreva a redação. Coloque-a sobre a mesa depois de pronta.
Essas frases possuem coesão?
Sim, pois tratam do mesmo assunto! Além disso temos o pronome “a” recuperando a palavra
“redação”.
Pronome Relativo: “As crianças que as mães são presentes se caracterizam pela disciplina.”
b) Redundância:
Entende-se por redundância a repetição desnecessária ou exagerada da palavra, ideia ou
expressão. Quanto mais redundante for o texto mais fica provado que o candidato não tem
repertório suficiente para escrever uma boa redação.
Exemplos:
“Nesta semana, eu ganhei um brinde grátis da Casa do Concurseiro.”
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c) Ambiguidade:
Esse problema ocorre quando algo que está sendo dito admite mais de um sentido,
comprometendo a compreensão do conteúdo. Isso pode provocar dúvidas no leitor e levá-lo a
conclusões equivocadas na interpretação do texto.
Ex: “A mãe discutia com a filha sentada no sofá!”
Como resolver?
Opção 1 _________________________________________________
Opção 2 _________________________________________________
5. Erro de clareza:
“Para passar em um concurso, devemos saber como fazer isso.”
“Estudar é importante.”
Como consertar?
O sonho de ser concursado exige muito estudo por parte dos candidatos.
Programas considerados fúteis podem entreter as pessoas e fazê-las perder o foco de seus reais
objetivos.
152 www.acasadoconcurseiro.com.br
Redação – Prof. Carlos Zambeli
Certo: “ Quis fazer o curso de redação do Zambeli e do Cássio, pois acho sempre importante
estudar mais.”
1. A dica da introdução
Uma boa introdução é aquela que informa o que será trabalhado. Sabe o que é necessário para
ficar legal? Informar o tema e as partes em que este tema foi dividido (exatamente na ordem
como vão aparecer no decorrer do texto.)
www.acasadoconcurseiro.com.br 153
2) Tipos de introduções problemáticas
a) Introduções vagas:
Esse tipo de introdução apresenta de forma vaga ou indiretamente o assunto do texto.
b) Introduções prolixas:
vá direto ao que interessa! Exagerar nas explicações pode gerar dúvidas no leitor!
c) Introduções abruptas:
calmaaaaaaaaaaa! Não precisa ir tão direto ao ponto! Seu leitor precisa conhecer o assunto
com uma boa explanação. Seu leitor precisa ter o roteiro adequado para começar a ler seu
texto.
3. Resumo da introdução!
Não exagere no tamanho e não comece a argumentar ainda!
4 Modelos de Introdução
a) Declaratória:
Você expõe o sugerido pela banca, usando as suas palavras! Não se esqueça de que você deve
delimitar a abordagem do assunto.
Qual o problema dessa?
___________________________________________________
b) Perguntas:
Só pergunte se você tiver a resposta para desenvolver depois! Não pense em fazer a introdução
toda com pergunta, mas é um bom recurso para iniciar.
Qual o problema dessa?
___________________________________________________
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Redação – Prof. Carlos Zambeli
c) Hipóteses:
Você supõe algumas formas de abordar e as fará no desenvolvimento do texto.
Qual o problema dessa?
___________________________________________________
d) Histórica:
Você compara algo do passado com a problemática do tema de redação. Apresenta uma
trajetória histórica para reforçar sua tese.
Qual o problema dessa?
___________________________________________________
e) Comparação
Você compara fatos, países, casos, problemas, enfim, apresenta sua ideia deixando claro que
nada é tão novidade assim.
Qual o problema dessa?
___________________________________________________
f) Citação
Você abre o texto com as palavras de uma autoridade no tema em questão.
Qual o problema dessa?
___________________________________________________
6. E o desenvolvimento?
É a base do seu texto! Aqui ficam suas ideias principais. Vamos trabalhar com dois
desenvolvimentos (D1 e D2).
No D1, pode-se desdobrar o tema, detalhar, analisar, demonstrar!
No D2, apresentaremos nossos argumentos a favor ou contra. De que maneira? Demonstrando,
confrontando a validade dos nossos argumentos. Apresentando ordenada, clara e
convictamente.
Neles, devemos usar todo nosso poder de convencimento!
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7. Como desenvolver?
a) Hipóteses:
Você apresenta hipóteses para dar as soluções! Apresenta prováveis resultados. Assim,
demonstra dominar o assunto e ter interesse por ele.
b) Causa e Consequência:
Você analisa o que leva ao problema e apresenta suas consequências!
c) Exemplificação:
Você mostra, na prática, como seus argumentos são bons! Mas cuidado!!!! Exemplificar demais
pode transformar sua dissertação em narração! Os exemplos deve ser concretos, importantes
para a sociedade.
8. Como argumentar?
O que escrever? Para que escrever? Como escrever? Para que lado puxar? Essas perguntas
podem ajudá-lo a argumentar com mais precisão, sem se perder em detalhes desnecessários.
D2
•• Nota-se, por outro lado, que...
•• Além disso...
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1. Registro equivocado!
•• Só que – prefira mas, porém...
•• Ter – cuide se for o sentido de “haver”.
•• A gente – prefira “nós”
•• Fazer com que – Essas injustiças fazem com que as pessoas desacreditem no sistema./
Essas injustiças fazem as pessoas desacreditarem no sistema.
2. Problemas de Semântica!
•• Redundância e obviedade: Há dois meses atrás./ Eu penso.../ No mundo em que vivemos...
•• Sentido amplo demais: A crise da educação é uma coisa enorme!
•• Uso de gírias: Após resolver esse detalhe, a vida ficou um barato!
3. Lugar-comum
•• de mão beijada, depois de um longo e tenebroso inverno, desbaratada a quadrilha, de
vento em popa...
•• agradável surpresa, amarga decepção, calor escaldante, calorosa recepção, carreira
meteórica, cartada decisiva, chuvas torrenciais, corpo escultural, crítica construtiva
•• “se cada um fizer a sua parte...”, “é preciso lembrar que dinheiro não traz felicidade...”, “as
pessoas saem de casa sem saber se voltarão...”
4. Expressões comuns!
•• Em princípio – antes de mais nada, em tese.
•• A princípio – no início, no começo.
•• Possuir – só no sentido de posse, propriedade. “Edgar possui um carro velho.”/ “Edgar
desfruta de uma boa condição de vida.”
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•• Na medida em que – = porque
•• À medida que – = proporção
•• A meu ver – não use “ao meu ver”.
•• Em frente de/ diante de – não use “frente a”
6. Pontuação
•• Dois-pontos: usa-se para explicações, consequências.
•• Aspas: servem para indicar estes casos: palavras estrangeiras, ironia, transcrições textuais,
neologismos, títulos.
7. Paralelismo
•• Engano no paralelismo nas comparações:
“Falar com pessoas é mais fácil do que a conversa do dia a dia.” (errado)
“Falar com pessoas é mais fácil do que conversar no dia a dia.” (certo)
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9. Dúvidas comuns!
Letra: utilize tamanho regular. Não importa a letras, apenas diferencie maiúscula de minúscula.
Retificações: (excessões) exceções
•• Linhas: veja o edital! Obedeça à indicação!
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Correspondências Oficiais
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Redação Oficial
Correspondência Oficial
•• adjetivos referidos a esses pronomes: o gênero gramatical coincide com o sexo da pessoa a
que se refere.
Ex.: "Vossa Excelência está atarefado." / "Vossa Excelência está atarefada."
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Resumindo:
1. com quem se fala (vossa(s)): verbo e pronomes na 3ª pessoa;
2. de quem se fala (sua(s)): verbo e pronomes na 3ª pessoa;
3. adjetivos: concordam com o sexo do destinatário.
•• Vossa Senhoria
•• empregado para as demais autoridades e para particulares.
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Resumindo:
1. TRATAMENTO Vossa Excelência: autoridades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário;
2. VOCATIVO Excelentíssimo: chefes dos Três Poderes;
3. VOCATIVO Senhor: para os demais cargos;
4. TRATAMENTO Vossa Senhoria: para os demais.
5. VOCATIVO: Senhor.
OBS. 3: em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD) para as
autoridades da lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo
público, sendo desnecessária sua repetida evocação.
OBS. 4: fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que
recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome
de tratamento Senhor.
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OBS. 5: doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evita-se usá-lo
indiscriminadamente; é empregado apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham
tal grau por terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por doutor
os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em Medicina. Nos demais casos, o
tratamento Senhor confere a desejada formalidade às comunicações.
Ao Senhor
Fulano de Tal
Rua ABC, no 123
70.123 – Curitiba. PR
Verso do Envelope
Tabela de Abreviaturas
Pronome de Abreviatura Abreviatura Usado para se dirigir a
tratamento singular plural
Vossa Alteza V. A. VV. AA. Príncipes, duques
Vossa Eminência V. Em.a V. Em.as Cardeais
Vossa Excelência V. Ex.a V. Ex.as Altas autoridades
a as
Vossa Magnificência V. Mag. V. Mag. Reitores de universidades
Vossa majestade V. M. VV. MM. Reis, imperadores
a as
Vossa Senhoria V. S. V. S. Tratamento cerimonioso
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Identificação do Signatário
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais
comunicações oficiais devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do
local de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:
Ex.: (espaço para assinatura)
Nome
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
OBS. 6: para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do
expediente. Deve ser transferida para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.
OBS. 7:
•• Não se empregam PRECIOSISMOS: palavras raras, muitas vezes arcaicas, antigas, em
desuso (“Outrossim”, “Destarte”, “Subscrevemos mui atenciosamente.”...)
•• Não se empregam NEOLOGISMOS: criação de palavras.
•• Não se usam expressões que exprimam FAMILIARIDADE: “Prezados”, “caros”, no vocativo;
•• Não se utilizam expressões REDUNDANTES: “Em resposta...”; “Sem mais, subscrevemo-
nos.”; traço para a assinatura; “Vimos por meio desta...”
•• VERBORRAGIA E PROLIXIDADE constituem erro: “Temos a satisfação de comunicar...”;
“Nada mais havendo para o momento, ficamos à disposição para maiores informações
necessárias.”; “Aproveitamos o ensejo, para protestos da mais elevada estima e
consideração.”
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Padrão Ofício
Ofício
Aviso � FORMA SEMELHANTE / FINALIDADE DIFERENTE
Memorando
SEMELHANÇAS
1. Partes:
•• tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede.
Exs.: Mem. 123/2012-MF Aviso 123/2012-SG Of. 123/2012-MME
•• local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à direita.
Ex.: Brasília, 15 de março de 2012.
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2. Forma de diagramação:
•• Fonte
Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé.
Símbolos não existentes na fonte Times New Roman - fontes Symbol e Wingdings.
•• Número de páginas
É obrigatório constar a partir da segunda página.
•• Tamanho da folha
Todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impressos em papel de tamanho
A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm.
•• Orientação
O documento deverá ser impresso como Retrato.
•• Impressão
Poderão ser impressos em ambas as faces do papel. Nesse caso, as margens esquerda e
direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem espelho”). A impressão
dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão colorida deve ser usada
apenas para gráficos e ilustrações.
•• Início de parágrafo
O início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem esquerda.
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•• Espaçamento entre parágrafos
Deve ser utilizado espaçamento de 2,5cm.
•• Espaçamento entre linhas
Deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo
(uma linha em branco).
•• Alinhamento
O texto deve ser justificado.
•• Margem esquerda
O campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo, 3,0 cm de largura.
•• Margem direita
O campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm.
•• Margem superior
O campo destinado à margem superior terá 2 cm.
•• Margem inferior
O campo destinado à margem inferior terá 2 cm.
•• Armas nacionais
É obrigatório o uso das Armas Nacionais nos papéis de expediente, nos convites e nas
publicações de âmbito federal (artigo 26, inciso X, da Lei nº 5.700, de 1º de setembro
de 1971), único emblema que figurará nos modelos padronizados. As Armas Nacionais
poderão ser omitidas nos papéis e nas publicações de uso interno das repartições federais.
DIFERENÇAS
Finalidade
Aviso e Ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente idênticas.
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Exemplo de Aviso
Aviso nº xxx/SG-PR
Brasília, xx de maio de xxxx.
A Sua Excelência o Senhor
[nome e cargo]
Assunto: Blá-blá-blá
Senhor Ministro,
Atenciosamente,
[nome]
[cargo]
2. Ofício: expedido para e pelas demais autoridades; tratamento de assuntos oficiais pelos
órgãos da Administração Pública entre si e também com particulares.
Uso de vocativo seguido de vírgula.
No cabeçalho ou no rodapé: nome do órgão ou setor; endereço postal; telefone e endereço de
correio eletrônico.
Exemplo de Ofício
[Ministério]
[Secretaria / Departamento / Setor / Entidade]
[Endereço para correspondência]
[Telefone e endereço de correio eletrônico]
Ofício nº xxxxxxx/SG-PR
Brasília, xx de maio de xxxx.
A Sua Excelência o Senhor
Deputado Fulano
Câmara dos Deputados
CEP – município – estado
Assunto: Blá-blá-blá
Senhor Deputado,
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Atenciosamente,
[nome]
[cargo]
INSTITUTO FEDERAL XXXX Caixa Postal 000 74.001-970 – Brasília – DF 61-XXXXXXXX –
gabinete@ifbrasilia.edu.br
AB / CD
2.1 Ofício Circular: segue os mesmos padrões de forma e estrutura do ofício. Entretanto, é
utilizado para tratar de um mesmo assunto com destinatários de diferentes setores/
unidades.
Senhor(a) Diretor(a),
.......
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Exemplo de Memorando
Mem nº xxx/DJ
Brasília, xx de maio de xxxx.
Ao Senhor Chefe do Departamento de yyyy
Assunto: Blá-blá-blá
Atenciosamente,
[nome]
[cargo]
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Forma de identificação:
(assinatura) (assinatura)
(Nome do responsável) (Nome do co-responsável)
(Cargo do signatário) (Cargo do signatário)
5 cm
EM no 00146/xxxx-MRE
Brasília, xx de xxxx de xxxx.
5 cm
Excelentíssimo Senhor Presidente da República.
1,5 cm
1cm
Respeitosamente,
2,5cm
[Nome]
[cargo]
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6. Correio Eletrônico
Forma: um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não
interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem
incompatível com uma comunicação oficial. Nos termos da legislação em vigor, para que a
mensagem de correio eletrônico tenha valor documental, isto é, para que possa ser aceito
como documento original, é necessário existir certificação digital que ateste a identidade do
remetente, na forma estabelecida em lei.
7. Fax
O fax (forma abreviada já consagrada de fac-simile) é uma forma de comunicação que está
sendo menos usada devido ao desenvolvimento da Internet. É utilizado para a transmissão
de mensagens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo conhecimento há
premência, quando não há condições de envio do documento por meio eletrônico. Quando
necessário o original, ele segue posteriormente pela via e na forma de praxe.
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Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax e não com o próprio fax,
cujo papel, em certos modelos, se deteriora rapidamente.
Estrutura
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura que lhes são inerentes. É
conveniente o envio, juntamente com o documento principal, de folha de rosto, i. é., de
pequeno formulário com os dados de identificação da mensagem a ser enviada, conforme
exemplo a seguir:
[Órgão Expedidor]
[setor do órgão expedidor]
[endereço do órgão expedidor]
_______________________________________________________
Destinatário:_____________________________________________
No do fax de destino:_____________ Data:_______/_______/_____
Remetente:______________________________________________
Tel. p/ contato:________ Fax/correio eletrônico:________________
No de páginas: esta +______ No do documento: _________________
Observações:_____________________________________________
8. Ata: relatório escrito do que se fez ou disse em sessão de assembleia, sociedade, júri,
corporação. É o registro claro e resumido das ocorrências de uma reunião de pessoas, com fim
determinado.
Forma
•• localizadores temporais: dia, mês, ano e hora da reunião (sempre por extenso);
•• espaço da reunião: local (sede da instituição, rua, número, cidade);
•• nome e sobrenome das pessoas presentes, com respectivas qualificações;
•• declarações do presidente e secretário;
•• assuntos tratados (ordem do dia);
•• fecho;
•• assinaturas, por extenso, do presidente, secretário e participantes da reunião.
9. Apostila: averbação feita abaixo dos textos ou no verso de decretos e portarias pessoais
(nomeação, promoção, etc.), para que seja corrigida flagrante inexatidão material do texto
original (erro na grafia de nomes próprios, lapso na especificação de datas, etc.), desde que
essa correção não venha a alterar a substância do ato já publicado.
Forma
•• título, em maiúsculas e centralizado sobre o texto: APOSTILA;
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•• texto, do qual deve constar a correção que está sendo feita, a ser iniciada com a remissão
ao decreto que autoriza esse procedimento;
•• data por extenso;
•• identificação do signatário (nome em maiúsculas) abaixo da assinatura;
No original do ato normativo, próximo à apostila, deverá ser mencionada a data de publicação
da apostila no Boletim de Serviço ou no Boletim Interno.
Exemplo de Apostila:
APOSTILA
O cargo a que se refere o presente ato foi transformado em Assessor da Diretoria-
Geral de Administração, código DAS-102.2, de acordo com o Decreto no 99.411, de 25 de julho
de 1990.
Brasília, xx de xxxx de xxxx.
NOME
Subchefe da Secretaria-Geral da Presidência da República”
10. Ordem de Serviço: uma instrução (ato interno) dada a servidor ou órgão administrativo.
Encerra orientações a serem tomadas pela chefia para execução de serviços ou
desempenho de encargos. É o documento, o ato pelo qual se determinam providências a
serem cumpridas por órgãos subordinados.
Forma
•• título: Ordem de Serviço nº …...., de …... de …...................... de 20XX (Em caixa-alta e
centralizado);
•• texto;
•• nome e cargo do chefe.
11. Parecer: opinião escrita ou verbal, emitida e fundamentada por autoridade competente,
acerca de determinado assunto.
Forma
Segue o padrão ofício, suprimindo-se o destinatário, o vocativo e o fecho e incluindo-se o nome
do interessado e o número do processo.
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•• fundamentação: citação da legislação básica, seguida da palavra RESOLVE.
•• texto.
•• assinatura: nome da autoridade competente, com indicação do cargo que ocupa.
13. Relatório: tem por finalidade expor ou relatar atos e fatos sobre determinado assunto
para descrição de atividades concernentes a serviços específicos ou inerentes ao exercício
do cargo. A linguagem de um relatório deve ser clara, objetiva e concisa. Deve, ainda,
apresentar a descrição das medidas adotadas.
14. Requerimento: documento utilizado para obter um bem, um direito ou uma declaração
de uma autoridade pública. É uma petição dirigida a uma entidade oficial, organismo ou
instituição por meio da qual se solicita a satisfação de uma necessidade ou interesse. Em
sua elaboração, usa-se linguagem objetiva; incluem-se elementos como identificação,
endereço...; emprega-se a 3ª pessoa do singular e do plural; utiliza-se o Padrão Ofício,
contido no Manual de Redação da Presidência da República, para linguagem, identificação,
tipo de letra, dentre outras características.
Estrutura:
•• Designação do órgão administrativo a que se dirige;
•• Identificação do requerente pela indicação do nome, estado civil, profissão, morada e
número de contribuinte;
•• Exposição dos fatos em que se baseia o pedido e, quando tal seja possível ao requerente os
respectivos fundamentos de direito;
•• Indicação do pedido em termos claros e precisos;
•• Data e assinatura do requerente ou de outrem a seu rogo, se o mesmo não souber ou não
puder assinar.
MODELO
Destinatário/invocação
Requerente
Identificação
O que requer
Justificativa
(Amparo legal, se houver)
Fecho: cerca de 3 linhas abaixo do texto. Pode ocupar uma ou duas linhas. Não é obrigatório.
(“Termos em que pede deferimento”)
(Localidade e data)
(Assinatura)
15. Nota Técnica: tem como finalidade oferecer subsídios e contribuições a debates, esclarecer
gestores sobre a importância de determinada ação, dar orientações, no mais das vezes em
atenção a consultas recebidas.
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17. Atestado: documento firmado por uma pessoa a favor de outra, asseverando a verdade
acerca de determinado fato. Difere da CERTIDÃO – que atesta fatos permanentes – visto
que afirma convicção sobre os transitórios.
19. Edital: ato pelo qual se publica pela imprensa, ou em lugares públicos, certa notícia, fato ou
ordenança que deve ser divulgada para conhecimento das pessoas nele mencionadas e de
outras tantas que possam ter interesse pelo assunto.
Forma
•• timbre do órgão que o expede;
•• título: denominação do ato: Edital nº ... de ... de 20XX;
•• ementa: facultativa;
www.acasadoconcurseiro.com.br 179
•• texto: desenvolvimento do assunto tratado. Havendo muitos parágrafos, recomenda-se
numerá-los com algarismos arábicos, exceto o primeiro que não se numera;
•• local e data: se a data não for colocada junto ao título, deve aparecer após o texto;
•• assinatura: nome da autoridade competente, com indicação do cargo que ocupa.
20. Resolução: ato emanado de autarquias ou de grupos representativos, por meio do qual
a autoridade determina, delibera, decide, ordena ou baixa uma medida. As resoluções,
em geral, dizem respeito a assuntos de ordem administrativa e estabelecem normas
regulamentares. Podem expedi-las os conselhos administrativos ou deliberativos, os
institutos de previdência e assistência social, as assembleias legislativas.
Forma
•• título: Resolução nº ..., de ... de 20XX (centralizada, em caixa alta/maiúsculas e negrito);
•• ementa (em negrito, alinhada a esquerda no documento);
•• texto (alinhado à esquerda);
•• assinatura e cargo de quem expede a resolução.
21. Telegrama
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, passa a
receber o título de telegrama toda comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex,
etc.
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos e tecnologicamente
superada, deve restringir-se o uso do telegrama apenas àquelas situações que não seja possível
o uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, também em razão
de seu custo elevado, essa forma de comunicação deve pautar-se pela concisão.
Forma
Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis nas
agências dos Correios e em seu sítio na Internet.
Artigo: até o artigo nono (art. 9o), adota-se a numeração ordinal. A partir do de número 10,
emprega-se o algarismo arábico correspondente, seguido de ponto-final (art. 10). Os artigos
serão designados pela abreviatura "Art." sem traço antes do início do texto. Cada artigo deve
tratar de um único assunto.
Parágrafos (§§): desdobramentos dos artigos; numeração ordinal até o nono (§ 9o) e cardinal
a partir do parágrafo dez (§ 10). No caso de haver apenas um parágrafo, adota-se a grafia
Parágrafo único (e não "§ único").
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Incisos: elementos discriminativos de artigo se o assunto nele tratado não puder ser condensado
no próprio artigo ou não se mostrar adequado a constituir parágrafo. Os incisos são indicados
por algarismos romanos.
Alíneas: desdobramentos dos incisos e dos parágrafos; são representadas por letras. A alínea
ou letra será grafada em minúsculo e seguida de parêntese: a); b); c); etc. O desdobramento
das alíneas faz-se com números cardinais, seguidos do ponto: 1.; 2.; etc.
SIGLAS
Siglas que são pronunciáveis: no mesmo corpo do texto e somente com a inicial maiúscula.
(não se usam pontos intermediários ou pontos finais)
Exemplo: Detran
Maiúsculas: siglas com quatro letras ou mais quando se pronunciar separadamente cada uma
das letras ou parte delas.
Exemplo: INSS, BNDES, IBGE
Maiúsculas: siglas até três letras.
Exemplo: SUS
Siglas consagradas pelo uso: a primeira referência no texto deve ser acompanhada de
explicitação de seu significado.
Exemplo: Assessoria de Comunicação e Educação em Saúde (Ascom).
Manutenção da forma original: siglas que em sua origem trazem letras maiúsculas e minúsculas
na estrutura.
Exemplo: CNPq
Siglas dos órgãos estrangeiros 1: as traduzidas para o português deverão seguir essa
designação, e não a original.
Exemplo: Organização das Nações Unidas (ONU)
Siglas dos órgãos estrangeiros 2: mantém-se a sigla estrangeira não traduzida, mesmo que o
seu nome em português não corresponda perfeitamente à sigla.
Exemplo: Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) Plural:
acréscimo de “s”, sem apóstrofo.
Exemplo: Organizações Não Governamentais (ONGs).
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Atualidades
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Atualidades
A Justiça Criminal caracteriza-se como a estrutura do Poder de Punir do Estado. Para a compre-
ensão do seu funcionamento, importante analisar, primeiramente, os órgãos que a compõem.
1. Polícia
Os órgãos responsáveis pela fase investigativa da Justiça Criminal são as Polícias (Federal, Civil
e Militar). Em que pese a investigação ficar, precipuamente, a cargo das Polícias Civil e Federal,
a Constituição Federal trouxe a hipótese onde a Polícia Militar também participaria da fase in-
vestigativa.
Conforme a Constituição Federal:
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos
seguintes órgãos:
I – polícia federal;
II – polícia rodoviária federal;
III – polícia ferroviária federal;
IV – polícias civis;
V – polícias militares e corpos de bombeiros militares.
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela
União e estruturado em carreira, destina-se a:" (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
I – apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, ser-
viços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas ou internacional e
exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;públicas, assim como outras infrações
cuja prática tenha repercussão interestadual
II – prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o
descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas
áreas de competência;
III – exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IV – exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
www.acasadoconcurseiro.com.br 185
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estru-
turado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias fede-
rais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estru-
turado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias fede-
rais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a
competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, ex-
ceto as militares.
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos
corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de
atividades de defesa civil.
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exérci-
to, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios.
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança
pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
Com relação as atribuições da Polícia Federal, a Lei 10446/2002 regulamenta que:
Art. 1º Na forma do inciso I do § 1º do art. 144 da Constituição, quando houver repercussão interes-
tadual ou internacional que exija repressão uniforme, poderá o Departamento de Polícia Federal do
Ministério da Justiça, sem prejuízo da responsabilidade dos órgãos de segurança pública arrolados
no art. 144 da Constituição Federal, em especial das Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder
à investigação, dentre outras, das seguintes infrações penais:
I – sequestro, cárcere privado e extorsão mediante sequestro (arts. 148 e 159 do Código Penal),
se o agente foi impelido por motivação política ou quando praticado em razão da função públi-
ca exercida pela vítima;
II – formação de cartel (incisos I, a, II, III e VII do art. 4º da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de
1990); e
III – relativas à violação a direitos humanos, que a República Federativa do Brasil se comprome-
teu a reprimir em decorrência de tratados internacionais de que seja parte; e
IV – furto, roubo ou receptação de cargas, inclusive bens e valores, transportadas em operação
interestadual ou internacional, quando houver indícios da atuação de quadrilha ou bando em
mais de um Estado da Federação.
V – falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos
ou medicinais e venda, inclusive pela internet, depósito ou distribuição do produto falsificado,
corrompido, adulterado ou alterado (art. 273 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 – Código Penal). (Incluído pela Lei nº 12.894, de 2013)
Parágrafo único. Atendidos os pressupostos do caput, o Departamento de Polícia Federal pro-
cederá à apuração de outros casos, desde que tal providência seja autorizada ou determinada
pelo Ministro de Estado da Justiça.
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2. Ministério Público
Este é órgão responsável pela fase processual. De acordo com a Constituição Federal, o Minis-
tério Público divide-se em: Ministério Público da União (composto pelos Ministérios Públicos
Federal, do Trabalho, Militar e do Distrito Federal e Territórios) e Ministério Público dos Esta-
dos.
Com relação as suas atribuições no sistema de Justiça Criminal dispõe a Constituição Federal:
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
No mesmo sentido, segue a Lei 8.625/93:
Art. 25. Além das funções previstas nas Constituições Federal e Estadual, na Lei Orgânica e em ou-
tras leis, incumbe, ainda, ao Ministério Público:
(...)
III – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
Ainda, o papel do Ministério Público foi ampliado com recente decisão do Pleno do Supremo
Tribunal Federal, ao julgarem o RE 395727, onde havia sido decretada Repercussão Geral, con-
forme segue ementa:
O Tribunal, por maioria, negou provimento ao recurso extraordinário e reconheceu o poder de
investigação do Ministério Público, nos termos dos votos dos Ministros Gilmar Mendes, Celso
de Mello, Ayres Britto, Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Rosa Weber e Cármen Lúcia, vencidos os
Ministros Cezar Peluso, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli, que davam provimento ao recur-
so extraordinário e reconheciam, em menor extensão, o poder de investigação do Ministério
Público, e o Ministro Marco Aurélio, que dava provimento ao recurso extraordinário e negava
ao Ministério Público o poder de investigação. Em seguida, o Tribunal afirmou a tese de que o
Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria, e por prazo
razoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que
assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado, observadas,
sempre, por seus agentes, as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição e, também, as
prerrogativas profissionais de que se acham investidos, em nosso País, os Advogados (Lei nº
8.906/94, art. 7º, notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e XIX), sem prejuízo da possibilida-
de sempre presente no Estado democrático de Direito ? do permanente controle jurisdicional
dos atos, necessariamente documentados (Súmula Vinculante nº 14), praticados pelos mem-
bros dessa Instituição. Redator para o acórdão o Ministro Gilmar Mendes. Ausente, justifica-
damente, o Ministro Gilmar Mendes. Presidiu o julgamento o Ministro Ricardo Lewandowski.
Plenário, 14.05.2015.(Disponível em http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciarepercussao/
verAndamentoProcesso.asp?incidente=2641697&numeroProcesso=593727&classeProcesso=
RE&numeroTema=184. Acesso em 20/05/2015 às 12h.)
Assim, hoje está autorizado pelo órgão máximo do Poder Judiciário a investigação criminal a ser
realizada pelos membros do Ministério Público.
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3. Poder Judiciário
Este é o órgão responsável por solucionar as demandas (conflitos) sociais, sendo ainda, o fiscal
do cumprimento da Constituição Federal.
O órgão máximo do Poder Judiciário é o Supremo Tribunal Federal, composto de 11 Ministros,
chamado de guardião da Constituição Federal.
Conforme a Constituição Federal:
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos
com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e
reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente
da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, caben-
do-lhe
Entretanto, dada a divisão de competências previstas dentro da própria Carta Magna, o Poder
Judiciário divide-se conforme o seguinte organograma:
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
STM TSE TST STJ
AUDITORIAS TRE TRT TRF E TJ
MILITARES JE JT JF E JD
Legenda: STM (Superior Tribunal Militar), TSE (Tribunal Superior Eleitoral), STJ (Superior Tribu-
nal de Justiça), TRE (Tribunais Regionais Eleitorais), TRT (Tribunais Regionais do Trabalho), TRF
(Tribunais Regionais Federais), TJ (Tribunais de Justiça), JE (Juiz Eleitoral), JT (Juiz do Trabalho),
JF (Juiz Federal) e JD (Juiz de Direito).
Vale destacar que, em matéria de Justiça Criminal, a Justiça do Trabalho (TST, TRT e JT) não
possui competência para julgamento de matéria criminal.
4. O Profissional da Advocacia
O profissional da advocacia também faz parte do sistema de Justiça Criminal, uma vez que a
Constituição Federal assegura a todos o direito a um advogado.
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
No Brasil somente é considerado advogado o bacharel em Direito regularmente inscrito no ór-
gão de classe, ou seja, na Ordem dos Advogados do Brasil. Para ter sua inscrição efetivada, a Lei
8.906/94 elenca os seguintes requisitos:
Art. 8º Para inscrição como advogado é necessário:
I – capacidade civil;
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5. Defensoria Pública:
No intuito de atender a garantia constitucional de acesso à justiça, o sistema de Justiça Criminal
também é composto pela Defensoria Pública, órgão governamental que atende a todos que
necessitem de um advogado, porém não possam arcar com as custas.
De acordo com a Constituição Federal:
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Esta-
do, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente,
a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e
extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na
forma do inciso LXXXIV do art. 5º desta Constituição Federal.
Este órgão divide-se em Defensoria Pública dos Estados e da União.
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I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coi-
sas, até a chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994).
II – apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos crimi-
nais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
III – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV – ouvir o ofendido;
V – ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Tí-
tulo Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe
tenham ouvido a leitura;
VI – proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras
perícias;
VIII – ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer jun-
tar aos autos sua folha de antecedentes;
IX – averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social,
sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele,
e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e ca-
ráter.
O prazo para a realização da fase inquisitorial, e posterior remessa para o Ministério Público
também encontra-se previsto no Código de Processo Penal:
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagran-
te, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se
executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem
ela.
Assim, realizadas as investigações e apurados os indícios de autoria (pessoa responsável pelo
crime) e materialidade (existência de um crime), deve ser cumprido o prazo acima referido e
enviado os respectivos documentos para o órgão responsável pela persecução penal.
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Art. 394. O procedimento será comum ou especial.
§ 1º O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo:
I – ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior
a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;
II – sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4
(quatro) anos de pena privativa de liberdade;
III – sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei.
No procedimento comum ordinário, após o recebimento da denúncia ou queixa-crime, o juiz ci-
tará o réu para que o mesmo apresente sua resposta a acusação, se não for caso de absolvição
sumária, será marcada audiência de instrução e julgamento, onde serão produzidas as provas
e, não sendo requeridas novas diligências, as partes farão suas alegações finais e, ao final, o juiz
proferirá sua sentença.
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a
rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por
escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá
absolver sumariamente o acusado quando verificar:
I – a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;
II – a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabili-
dade;
III – que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou
IV – extinta a punibilidade do agente.
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a
intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do
assistente.
Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta)
dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas
pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem
como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas,
interrogando-se, em seguida, o acusado.
§ 1º As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas
irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.
Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alega-
ções finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis
por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença.
Dentre as diferenças entre o procedimento comum ordinário e o sumário, destaca-se o número
de testemunhas que podem ser arroladas pelas partes (no procedimento ordinário podem ser
arroladas até oito, enquanto no procedimento comum sumário podem ser arroladas apenas
cinco) e o prazo para a realização da audiência de instrução e julgamento:
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Art. 531. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 30 (trinta)
dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas
arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código,
bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coi-
sas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se, finalmente, ao debate.
Uma vez prolatada a sentença, vale destacar a máxima constitucional que garante o duplo grau
de jurisdição, ou seja, diante da garantia constitucional do devido processo legal, todos os cida-
dãos brasileiros tem o direito de terem as decisões judiciais proferidas em primeiro grau revis-
tas por um órgão superior.
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Art. 49. A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sen-
tença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e
sessenta) dias-multa.
§ 1º O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior
salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário.
§ 2º O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetá-
ria.
Art. 50. A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em julgado a sentença.
A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento
se realize em parcelas mensais.
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d) Nem todos os processos conseguem reunir prova para condenar o réu;
e) Nem toda sentença condenatória é executada.
Portanto, a cifra oculta é primeiro sintoma de que o sistema de Justiça Criminal nos dias de hoje
não atua de forma igual para todos.
Outro conceito que corrobora a crise de legitimidade do sistema de Justiça Criminal perante a
sociedade é o fenômeno da seletividade. Se nem todos os crimes cometidos resultam em uma
punição, como é determinada a seleção de determinadas pessoas pelo sistema de Justiça Cri-
minal?
Eugênio Raul Zaffaroni, jurista argentino, traz dois fatores que contribuem para a seleção exer-
cida pelo sistema de Justiça Criminal latino-americano:
a) A realização de criminalidade tosca (ou de fácil detectação);
b) Criminalidade realizada por grupos vulneráveis.
Analisando os dois critérios, tem-se as seguintes conclusões: dadas as dificuldades de atuação
do sistema de Justiça Criminal sobre todos os crimes que acontecem hoje no país, os membros
da organização desta Justiça buscam a criminalidade menos elaborada, ou seja, aquela que é
fácil de investigar. Porém, não somente o tipo de criminalidade contribui para a seleção, leva-se
em consideração também a perseguição de grupos que possuem menos força no corpo social
e, portanto, tornam-se mais vulneráveis as atuações das agências de controle.
A seletividade penal no Brasil fica facilmente corroborada com os dados hoje existentes do sis-
tema carcerário.
De acordo com as informações liberadas pelo Ministério da Justiça (InfoPen Estatística) a
maioria dos crimes hoje selecionados, em que pese o alarde do suposto crescimento do nú-
mero de crimes violentos, concentram-se em tráfico de drogas e crimes patrimoniais. A soma
destes crimes hoje totaliza 65% (29% relativo a roubo, 20% relativo a entorpecentes e 16%
relativo a furto) O homicídio, como se percebe, corresponde a apenas 12% dos crimes que
em 2009 sofreram algum tipo de penalização. (Disponível em: http://portal.mj.gov.br/main.
asp?View={D574E9CE-3C7D-437A-A5B6-22166AD2E896}&BrowserType=IE&LangID=pt-
br¶ms=itemID%3D%7B2627128E-D69E-45C6-8198-CAE6815E88D0%7D%3B&UIPartU-
ID=%7B2868BA3C-1C72-4347-BE11-A26F70F4CB26%7D Acesso em 15/05/2015 às 16h).
Por outro lado, o perfil do apenado nos dias de hoje demonstra que o grupo selecionado no
país corresponde àqueles que possuem menos força no corpo social, ou seja, semianalfabe-
tos e de parcas condições econômicas. 59% dos apenados são jovens entre 18 e 29 anos. No
ano de 2009, 178.540 apenados contavam apenas com Ensino Fundamental Incompleto, en-
quanto a população carcerária com Ensino Superior Completo contabilizava apenas 1.715. (Dis-
ponível em: http://portal.mj.gov.br/main.asp?View={D574E9CE-3C7D-437A-A5B6-22166AD2
E896}&BrowserType=IE&LangID=pt-br¶ms=itemID%3D%7B2627128E-D69E-45C6-8198-
CAE6815E88D0%7D%3B&UIPartUID=%7B2868BA3C-1C72-4347-BE11-A26F70F4CB26%7D
Acesso em 15/05/2015 às 16h).
Assim, todos estes dados levam a comprovação de que é preciso buscar alternativas ao atual
sistema de Justiça Criminal brasileiro, uma vez que o mesmo, apesar de aumentar constante-
mente a população carcerária nacional, não se mostra eficiente no combate a real violência,
diante da existência da cifra oculta e da seletividade realizada pelo próprio sistema.
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sobre a possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata
de pena não privativa de liberdade.
Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua orientação.
Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na forma da lei local,
preferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções na administra-
ção da Justiça Criminal.
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante
sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública con-
dicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou
representação.
Portanto, nas infrações penais onde houver ofendido, deve-se buscar uma conciliação entre as
partes, onde deve ser fixado valor de indenização a ser pago pelo infrator à vítima.
Importante destacar que ambos os participantes devem concordar com a negociação, sendo
que, posteriormente, a decisão tomada será tomada a ermo (por escrito) e homologada pelo
juiz competente.
Uma vez realizada a composição civil dos danos, está extinta a punibilidade do infrator. Em caso
do descumprimento do acordo, a vítima deverá procurar o juízo cível para executar a dívida,
uma vez que esta torna-se título executivo judicial. Ainda, em caso de processo na esfera cível
discutindo valores a serem pagos a título de indenização pelo cometimento desta infração pe-
nal, os valores pagos pelo infrator aqui deverão ser abatidos de eventual montante de conde-
nação em outro processo.
b) Transação Penal
De acordo com a Lei 9.099/95:
Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a oportu-
nidade de exercer o direito de representação verbal, que será reduzida a termo.
Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica
decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei.
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não
sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena res-
tritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a meta-
de.
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
I – ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade,
por sentença definitiva;
II – ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de
pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
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III – não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como
os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do
Juiz.
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a
pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada ape-
nas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei.
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de ante-
cedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis,
cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível.
Assim, passada a fase da composição civil dos danos (por falta de acordo entre infrator e ofen-
dido ou por crime que não possua ofendido direto), estando presentes os requisitos acima pre-
vistos, o Ministério Público deve oferecer a possibilidade de que o infrator cumpra, de forma
antecipada, uma pena alternativa à prisão. Ressalta-se que esta não é uma faculdade do MP,
pois uma vez preenchidos os requisitos, a transação penal torna-se direito público subjetivo do
infrator.
A vantagem da transação penal é que, assim como na composição civil dos danos, não hou-
ve início ao processo criminal, portanto, tal antecipação de pena não resulta em confissão da
infração, não havendo registro em folha de antecedentes criminais. Destaca-se, por fim, que
aquele que for beneficiado pelo instituto da transação não poderá fazê-lo novamente pelo pra-
zo de cinco anos.
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II – proibição de frequentar determinados lugares;
III – proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz;
IV – comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar
suas atividades.
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que
adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por
outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo,
por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.
§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.
§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo prosseguirá em seus
ulteriores termos.
Assim, desde que cumpridos os requisitos estabelecidos na decisão judicial, pelo período esta-
belecido, o infrator terá sua punibilidade decretada extinta. Destaca-se que, aos mesmos mol-
des do que prevê a transação penal, o instituto da suspensão condicional do processo não pode
ser considerado uma faculdade a ser aplicada pelo julgador pois, uma vez presentes os requisi-
tos, torna-se direito público subjetivo do infrator.
3. JUSTIÇA RESTAURATIVA
No intuito de reduzir os danos produzidos pelo Sistema de Justiça Criminal atual, atualmente
vem ganhando força a proposta da Justiça Restaurativa. Esta forma alternativa de Justiça Crimi-
nal baseia-se na premissa de que a melhor maneira de se atingir uma solução satisfatória para a
prática de um crime está na participação de todos os envolvidos no conflito.
“Processo restaurativo é aquele no qual vítima e agressor (e, em alguns casos, outros indivídu-
os ou membros da comunidade afetados pelo crime) participam ativamente na resolução das
questões oriundas do delito, geralmente com a ajuda de um facilitador. Os processos restaura-
tivos podem incluir a mediação, a conciliação, a reunião familiar ou comunitária e os círculos
decisórios” (CRUZ, Rogério Schietti Machado (org.). Justiça Criminal – Uma Explicação Simples.
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011. p. 119).
Assim, esta nova modalidade de Justiça Criminal prega pela participação efetiva de todos aque-
les que sofreram as consequências criminosas dando voz a um ator que nunca estará presente
do atual Sistema de Justiça Criminal: a vítima.
O Poder Judiciário brasileiro defende a implementação deste modelo de Justiça. Destaca-se
que em 2013 as práticas restaurativas foram incluídas na política judiciária nacional de solução
de conflitos, promovida desde 2010 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tendo por ênfase
métodos de conciliação e de mediação, através da criação de Centros Judiciários de Solução
de Conflitos e Cidadania (CEJUSC), nas principais cidades brasileiras, a partir da Resolução n.
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125/2009 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Tanto assim que alguns Estados, como o Rio
Grande do Sul, já utilizam em determinados casos a proposta restaurativa. Através da resolu-
ção nº 822/2010 – COMAG a Justiça Restaurativa foi institucionalizada no Estado. Tal resolução
determinou a criação da Central de Práticas Restaurativas junto ao Juizado da Infância e Juven-
tude da Comarca da capital gaúcha, com o objetivo de realizar procedimentos restaurativos em
qualquer fase do atendimento de adolescente acusado da prática de ato infracional.
Enfim, segue um quadro comparativo entre as principais propostas da Justiça Restaurativa e o
atual modelo de Justiça Criminal:
Diferenças entre o modelo de justiça restaurativa e retributiva
(CRUZ, Rogério Schietti Machado (org.). Justiça Criminal – Uma Explicação Simples. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2011. p. 119).
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Atualidades
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XVI – transparência de sua execução, inclu- IV – compartilhamento das ações e das po-
sive por meios eletrônicos de acesso públi- líticas de segurança, sociais e de urbaniza-
co; e ção;
XVII – garantia da participação da socieda- V – comprometimento de efetivo policial
de civil. nas ações para pacificação territorial, no
caso dos Estados e do Distrito Federal;
Art. 4º São focos prioritários dos programas,
projetos e ações que compõem o Pronasci: VI – disponibilização de mecanismos de co-
municação e informação para mobilização
I – foco etário: população juvenil de 15 social e divulgação das ações e projetos do
(quinze) a 24 (vinte e quatro) anos; Pronasci;
II – foco social: jovens e adolescentes egres- VII – apresentação de plano diretor do siste-
sos do sistema prisional ou em situação de ma penitenciário, no caso dos Estados e do
moradores de rua, famílias expostas à vio- Distrito Federal;
lência urbana, vítimas da criminalidade e
mulheres em situação de violência; VIII – compromisso de implementar progra-
mas continuados de formação em direitos
III – foco territorial: regiões metropolitanas humanos para os policiais civis, policiais mi-
e aglomerados urbanos que apresentem litares, bombeiros militares e servidores do
altos índices de homicídios e de crimes vio- sistema penitenciário;
lentos; e
IX – compromisso de criação de centros de
IV – foco repressivo: combate ao crime or- referência e apoio psicológico, jurídico e so-
ganizado. cial às vítimas da criminalidade; e
Art. 5º O Pronasci será executado de forma inte- X – (VETADO)
grada pelos órgãos e entidades federais envol-
vidos e pelos Estados, Distrito Federal e Muni- Art. 7º Para fins de execução do Pronasci, a
cípios que a ele se vincularem voluntariamente, União fica autorizada a realizar convênios, acor-
mediante instrumento de cooperação federati- dos, ajustes ou outros instrumentos congêneres
va. com órgãos e entidades da administração pú-
blica dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
Art. 6º Para aderir ao Pronasci, o ente federa- nicípios, assim como com entidades de direito
tivo deverá aceitar as seguintes condições, sem público e Organizações da Sociedade Civil de In-
prejuízo do disposto na legislação aplicável e do teresse Público – OSCIP, observada a legislação
pactuado no respectivo instrumento de coope- pertinente.
ração:
Art. 8º A gestão do Pronasci será exercida pelos
I – criação de Gabinete de Gestão Integrada Ministérios, pelos órgãos e demais entidades
– GGI; federais nele envolvidos, bem como pelos Esta-
II – garantia da participação da sociedade dos, Distrito Federal e Municípios participantes,
civil e dos conselhos tutelares nos fóruns de sob a coordenação do Ministério da Justiça, na
segurança pública que acompanharão e fis- forma estabelecida em regulamento.
calizarão os projetos do Pronasci; Art. 8º-A. Sem prejuízo de outros programas,
III – participação na gestão e compromisso projetos e ações integrantes do Pronasci, ficam
com as diretrizes do Pronasci; instituídos os seguintes projetos:
I – Reservista-Cidadão;
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foco em direitos humanos, gênero e media- § 2º Os instrumentos de cooperação não
ção pacífica de conflitos; poderão ter prazo de duração superior a 5
(cinco) anos.
III – desenvolvimento de atividades de
emancipação da mulher e de reeducação e § 3º O beneficiário policial civil ou militar,
valorização dos jovens e adolescentes; e bombeiro, agente penitenciário, agente car-
cerário e perito dos Estados-membros que
IV – colaboração com as ações desenvol- tiver aderido ao instrumento de cooperação
vidas pelo Protejo, em articulação com os receberá um valor referente à Bolsa-Forma-
Conselhos Tutelares. ção, de acordo com o previsto em regula-
§ 3º Fica o Poder Executivo autorizado a mento, desde que:
conceder, nos limites orçamentários pre- I – frequente, a cada 12 (doze) meses, ao
vistos para o projeto de que trata este ar- menos um dos cursos oferecidos ou reco-
tigo, incentivos financeiros a mulheres so- nhecidos pelos órgãos do Ministério da Jus-
cialmente atuantes nas áreas geográficas tiça, nos termos dos §§ 4º a 7º deste artigo;
abrangidas pelo Pronasci, para a capacita-
ção e exercício de ações de justiça comuni- II – não tenha cometido nem sido condena-
tária relacionadas à mediação e à educação do pela prática de infração administrativa
para direitos, conforme regulamento. grave ou não possua condenação penal nos
últimos 5 (cinco) anos; e
Art. 8º-E. O projeto Bolsa-Formação é destina-
do à qualificação profissional dos integrantes III – não perceba remuneração mensal su-
das Carreiras já existentes das polícias militar e perior ao limite estabelecido em regula-
civil, do corpo de bombeiros, dos agentes peni- mento.
tenciários, dos agentes carcerários e dos peri-
tos, contribuindo com a valorização desses pro- § 4º A Secretaria Nacional de Segurança Pú-
fissionais e consequente benefício da sociedade blica do Ministério da Justiça será respon-
brasileira. sável pelo oferecimento e reconhecimento
dos cursos destinados aos peritos e aos po-
§ 1º Para aderir ao projeto Bolsa-Formação, liciais militares e civis, bem como aos bom-
o ente federativo deverá aceitar as seguin- beiros.
tes condições, sem prejuízo do disposto no
art. 6o desta Lei, na legislação aplicável e do § 5º O Departamento Penitenciário Nacio-
pactuado no respectivo instrumento de co- nal do Ministério da Justiça será responsá-
operação: vel pelo oferecimento e reconhecimento
dos cursos destinados aos agentes peniten-
I – viabilização de amplo acesso a todos os ciários e agentes carcerários.
policiais militares e civis, bombeiros, agen-
tes penitenciários, agentes carcerários e pe- § 6º Serão dispensados do cumprimento do
ritos que demonstrarem interesse nos cur- requisito indicado no inciso I do § 3º deste
sos de qualificação; artigo os beneficiários que tiverem obtido
aprovação em curso de especialização reco-
II – instituição e manutenção de programas nhecido pela Secretaria Nacional de Segu-
de polícia comunitária; e rança Pública ou pelo Departamento Peni-
tenciário Nacional do Ministério da Justiça.
III – garantia de remuneração mensal pesso-
al não inferior a R$ 1.300,00 (mil e trezentos § 7º O pagamento do valor referente à
reais) aos membros das corporações indica- Bolsa-Formação será devido a partir do
das no inciso I deste parágrafo, até 2012. mês subsequente ao da homologação do
requerimento pela Secretaria Nacional de
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Atualidades
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Legislação Específica
1) Considerações inicias
POLÍTICAS PÚBLICAS
Saúde
Educação
Assistência
Jurídica
[...]
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1.6) Órgãos da Execução Penal
Art. 61 da LEP – São órgãos da execução penal:
I – o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária;
II – o Juízo da Execução;
III – o Ministério Público;
IV – o Conselho Penitenciário;
V – os Departamentos Penitenciários;
VI – o Patronato;
VII – o Conselho da Comunidade.
VIII – a Defensoria Pública.
2.3) Prisão Domiciliar como alternativa à ausência de vagas no Regime prisional adequado.
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Legislação Específica – Sistema Prisional Brasileiro – Profª Letícia Neves
Processo 2014.02.00.000639-2
UF
População
%
Presos
Capacidade
Déficit
Presos
em
Total
de
presos
Déficit
de
Vagas
Novo
%
de
Carcerária
Provisórios
(Vagas)
(Vagas)
cumprimento
de
(população
(c/
presos
presos
(M/F)
prisão
domiciliar
carcerária
+
domiciliares)
provisórios
CNIEP14
prisão
domiciliar)
Processo 2014.02.00.000639-2
UF
População
%
Presos
Capacidade
Déficit
Presos
em
Total
de
presos
Déficit
de
Vagas
Novo
%
de
Carcerária
Provisórios
(Vagas)
(Vagas)
cumprimento
de
(população
(c/
presos
presos
(M/F)
prisão
domiciliar
carcerária
+
domiciliares)
provisórios
CNIEP14
prisão
domiciliar)
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Gráfico – Número de Pessoas Presas no Brasil
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Legislação Específica – Sistema Prisional Brasileiro – Profª Letícia Neves
Panorama Brasileiro
População no sistema prisional = 567.655 presos
Capacidade do sistema = 357.219 vagas
Déficit de Vagas = 210.436
Pessoas em Prisão Domiciliar no Brasil = 148.000
Total de Pessoas Presas = 715.655
Déficit de Vagas = 358.219
Número de Mandados de Prisão em aberto no BNMP = 373.991
Total de Pessoas Presas + Cumpr. de Mandados de Prisão em aberto = 1.089.646
Déficit de Vagas = 732.427
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Ética no Serviço Público
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Ética no Serviço Público
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IV − A remuneração do servidor público mal uma pessoa que paga seus tributos
é custeada pelos tributos pagos direta ou direta ou indiretamente significa causar-lhe
indiretamente por todos, até por ele próprio, dano moral. Da mesma forma, causar dano
e por isso se exige, como contrapartida, que a qualquer bem pertencente ao patrimônio
a moralidade administrativa se integre no público, deteriorando-o, por descuido ou
Direito, como elemento indissociável de sua má vontade, não constitui apenas uma
aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, ofensa ao equipamento e às instalações ou
como consequência, em fator de legalidade. ao Estado, mas a todos os homens de boa
vontade que dedicaram sua inteligência,
V − O trabalho desenvolvido pelo servidor seu tempo, suas esperanças e seus esforços
público perante a comunidade deve ser para construí-los.
entendido como acréscimo ao seu próprio
bem-estar, já que, como cidadão, integrante X − Deixar o servidor público qualquer
da sociedade, o êxito desse trabalho pessoa à espera de solução que compete
pode ser considerado como seu maior ao setor em que exerça suas funções,
patrimônio. permitindo a formação de longas filas,
ou qualquer outra espécie de atraso na
VI − A função pública deve ser tida como prestação do serviço, não caracteriza
exercício profissional e, portanto, se integra apenas atitude contra a ética ou ato de
na vida particular de cada servidor público. desumanidade, mas principalmente grave
Assim, os fatos e atos verificados na conduta dano moral aos usuários dos serviços
do dia a dia em sua vida privada poderão públicos.
acrescer ou diminuir o seu bom conceito na
vida funcional. XI − O servidor deve prestar toda a sua
atenção às ordens legais de seus superiores,
VII − Salvo os casos de segurança nacional, velando atentamente por seu cumprimento,
investigações policiais ou interesse e, assim, evitando a conduta negligente.
superior do Estado e da Administração Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo
Pública, a serem preservados em processo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis
previamente declarado sigiloso, nos de corrigir e caracterizam até mesmo
termos da lei, a publicidade de qualquer imprudência no desempenho da função
ato administrativo constitui requisito pública.
de eficácia e moralidade, ensejando sua
omissão comprometimento ético contra o XII − Toda ausência injustificada do servidor
bem comum, imputável a quem a negar. de seu local de trabalho é fator de desmo-
ralização do serviço público, o que quase
VIII − Toda pessoa tem direito à verdade. sempre conduz à desordem nas relações
O servidor não pode omiti-la ou falseá- humanas.
la, ainda que contrária aos interesses
da própria pessoa interessada ou da XIII − O servidor que trabalha em harmonia
Administração Pública. Nenhum Estado com a estrutura organizacional, respeitando
pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder seus colegas e cada concidadão, colabora e
corruptivo do hábito do erro, da opressão de todos pode receber colaboração, pois sua
ou da mentira, que sempre aniquilam até atividade pública é a grande oportunidade
mesmo a dignidade humana quanto mais a para o crescimento e o engrandecimento da
de uma Nação. Nação.
IX − A cortesia, a boa vontade, o cuidado
e o tempo dedicados ao serviço público
caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar
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Decreto nº 1.171 – Ética no Serviço Público – Prof. Pedro Kuhn
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u) Abster-se, de forma absoluta, de exercer gratificação, prêmio, comissão, doação
sua função, poder ou autoridade com ou vantagem de qualquer espécie, para
finalidade estranha ao interesse público, si, familiares ou qualquer pessoa, para
mesmo que observando as formalidades o cumprimento da sua missão ou para
legais e não cometendo qualquer violação influenciar outro servidor para o mesmo
expressa à lei; fim;
v) Divulgar e informar a todos os integrantes h) Alterar ou deturpar o teor de documentos
da sua classe sobre a existência deste que deva encaminhar para providências;
Código de Ética, estimulando o seu integral i) Iludir ou tentar iludir qualquer pessoa
cumprimento. que necessite do atendimento em serviços
públicos;
Seção III
j) Desviar servidor público para atendimento
DAS VEDAÇÕES
a interesse particular;
AO SERVIDOR PÚBLICO
l) Retirar da repartição pública, sem
XV − É vedado ao servidor público; estar legalmente autorizado, qualquer
documento, livro ou bem pertencente ao
a) O uso do cargo ou função, facilidades, patrimônio público;
amizades, tempo, posição e influências,
para obter qualquer favorecimento, para si m) Fazer uso de informações privilegiadas
ou para outrem; obtidas no âmbito interno de seu serviço,
em benefício próprio, de parentes, de
b) Prejudicar deliberadamente a reputação amigos ou de terceiros;
de outros servidores ou de cidadãos que
n) Apresentar-se embriagado no serviço ou
deles dependam;
fora dele habitualmente;
c) Ser, em função de seu espírito de o) Dar o seu concurso a qualquer instituição
solidariedade, conivente com erro ou que atente contra a moral, a honestidade
infração a este Código de Ética ou ao Código ou a dignidade da pessoa humana;
de Ética de sua profissão;
p) Exercer atividade profissional aética ou
d) Usar de artifícios para procrastinar ou ligar o seu nome a empreendimentos de
dificultar o exercício regular de direito por cunho duvidoso.
qualquer pessoa, causando-lhe dano moral
ou material;
CAPÍTULO II
e) Deixar de utilizar os avanços técnicos DAS COMISSÕES DE ÉTICA
e científicos ao seu alcance ou do seu
conhecimento para atendimento do seu XVI − Em todos os órgãos e entidades
mister; da Administração Pública Federal direta,
indireta autárquica e fundacional, ou em
f) Permitir que perseguições, simpatias, qualquer órgão ou entidade que exerça
antipatias, caprichos, paixões ou interesses atribuições delegadas pelo poder público,
de ordem pessoal interfiram no trato deverá ser criada uma Comissão de Ética,
com o público, com os jurisdicionados encarregada de orientar e aconselhar
administrativos ou com colegas sobre a ética profissional do servidor,
hierarquicamente superiores ou inferiores; no tratamento com as pessoas e com
g) Pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou o patrimônio público, competindo-lhe
receber qualquer tipo de ajuda financeira, conhecer concretamente de imputação ou
de procedimento susceptível de censura.
222 www.acasadoconcurseiro.com.br
Decreto nº 1.171 – Ética no Serviço Público – Prof. Pedro Kuhn
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Ética no Serviço Público
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Ética
MORAL E ÉTICA
MORAL E DIREITO
•• As relações sociais são reguladas por normas jurídicas e normas morais.
•• As normas e os regulamentos têm caráter imperativo, porque se impõem a todos os
membros de uma determinada sociedade. São anteriores aos indivíduos.
•• Norma Jurídica: Está vinculada com o Direito e o Estado.
Possui um caráter exterior e coercitivo.
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•• Norma Moral: Está vinculada às convicções pessoais de cada indivíduo.
Possui um caráter interior e depende de escolhas subjetivas.
MORAL E LIBERDADE
•• Determinismo: no seu extremo afirma que não existe liberdade. O comportamento humano
está sujeito a determinações biológicas, históricas, culturais, etc.
•• Livre arbítrio: na sua versão mais radical nega as determinações ou as reconhece mas
entende que, em última instância, o homem é um ser totalmente livre.
•• Dialética liberdade/determinação: Considera as determinações biológicas e culturais, mas
acredita que, quanto mais se eleva o nível de consciência dessas determinações tanto
mais se amplia o espaço de liberdade do homem. A liberdade, de acordo com a concepção
dialética, teria caráter histórico e seria a consciência da necessidade.
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Ética – Moral e Ética – Prof. Edir Vieira
TIPOS DE ÉTICA
I – A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados
maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora
dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos
e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.
II – O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim,
não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o
inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto.
III – A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal,
devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a
legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade
do ato administrativo.
IV – A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente
por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade
administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua
finalidade, erigindo-se, como conseqüência em fator de legalidade.
V – O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido
como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o
êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.
VI – A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida
particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia
em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.
VII – Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do
Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado
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sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de
eficácia e moralidade, sua omissão constitui comprometimento ético contra o bem comum,
imputável a quem a negar.
VIII – Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que
contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum
Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o hábito do erro, da opressão, ou da mentira, que
sempre aniquilam a dignidade humana e de uma Nação.
IX – A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam
o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente
significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao
patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma
ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade
que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los.
X – Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em
que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie
de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de
desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos.
XI – 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando
atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos
erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam
até mesmo imprudência no desempenho da função pública.
XII – Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização
do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.
XIII – 0 servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus
colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade
pública é a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação.
230 www.acasadoconcurseiro.com.br
Ética
•• SOFISTAS – Acreditavam num relativismo moral. O ceticismo dos sofistas os levava a afirmar
que, não existindo verdade absoluta, não poderiam existir valores que fossem validos
universalmente. A moral variaria para cada povo, cada indivíduo e cada circunstância,
tendo um caráter relativo e subjetivo.
•• SÓCRATES – O racionalismo ético, inaugurado por Sócrates acreditava na possibilidade
de construir uma moral universal valida, baseada no conhecimento da essência humana.
Para Sócrates, essencial no ser humano é a sua alma racional. Portanto, de acordo com a
concepção socrática, é na razão que devem fundamentar as normas e os costumes morais.
O homem que age conforme a razão age de maneira moralmente correta. Aquele que age
mal o faz por ignorância.
•• PLATÃO – As virtudes não podem ser ensinadas, pois já as trazemos ao nascer. A principal
virtude é a Ideia do Bem, que só se pode alcançar por meio da razão. O corpo, que pertence
ao mundo material e imperfeito desvia o homem do caminho do Bem Supremo. A alma,
que é eterna, traz consigo o conhecimento das virtudes, que precisam ser recordadas pelo
intelecto.
•• ARISTÓTELES – Ética mais realista, sem o dualismo corpo-alma platônico. A finalidade
do homem é a eudaimonia (felicidade). O bem-viver é obtido pelo bem-agir. A virtude se
aprende pelo hábito e é um meio termo (justa medida) entre dois vícios: a falta e o excesso.
A razão nos mostra a essência da felicidade e permite realizá-la de forma consciente.
Agir corretamente significa praticar as virtudes. Aristóteles entende que a ética é para o
indivíduo o que a política é para a sociedade.
•• ESTOICISMO – O princípio ético dos estóicos é a apathéia; a atitude de aceitação de tudo
que acontece porque faz parte de um plano superior guiado por uma razão universal.
Prega o distanciamento das questões públicas e políticas e a busca da paz interior e da
tranquilidade da alma. Estimula o conformismo, a resignação, a moderação, a austeridade
e indiferença frente à dor e ao sofrimento . Liberdade é aceitar a ordem natural.
•• EPICURISMO – Para os epicuristas, adeptos de uma concepção materialista, a felicidade
consiste na satisfação dos prazeres físicos. Seu princípio ético é a ataraxia, isso é a atitude
de desvio da dor e procura do prazer. O medo da morte é a principal fonte do sofrimento.
Busca da auto-suficiência e da tranquilidade da alma através dos prazeres que são perenes.
•• SANTO AGOTINHO – Adaptou o pensamento platônico ao cristianismo. Abandonou
o racionalismo ético e retomou a dicotomia corpo-alma. Centrou a busca da perfeição
moral no amor a Deus. Afirma a necessidade da elevação ascética para compreender os
desígnios de Deus. Para explicar a origem do mal, já que Deus é bondade infinita, Agostinho
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introduziu a ideia de livre-arbítrio (noção de que cada indivíduo pode escolher aproximar-
se ou afasta-se de Deus).
•• SÃO TOMÁS DE AQUINO – A ética cristã medieval foi marcada pela subjetividade, pois
tratava a moral como relação entre Deus e o indivíduo, isolando-o de sua condição social.
São Tomás recuperou a noção aristotélica da felicidade como finalidade última da existência
humana sendo Deus a fonte de tal felicidade.
•• SPINOZA – Na Idade Moderna, o Renascimento e o Iluminismo promoveram uma retomada
do humanismo e do racionalismo que caracterizaram a cultura clássica. No terreno da ética
isso deu origem a uma nova concepção moral, baseada no principio da autonomia. Para
Spinoza Deus é imanente, isto é, não se distingue da natureza. A conduta ética exigiria um
entendimento da condição humana e a liberdade seria a consciência da necessidade.
•• KANT – Abandona os valores religiosos e coloca a razão como único fundamento para a
compreensão da natureza humana e da moral. Para Kant a razão humana é legisladora
e, portanto, capaz de elaborar normas universais (um imperativo categórico). Para ele as
noções de dever e liberdade se confundem; quando o indivíduo obedece uma norma moral
esta fazendo que o uso livre da razão determinou. A ética kantiana, formalista, desconsidera
questões objetivas.
•• HEGEL – As concepções éticas contemporâneas recusam qualquer fundamentação
Transcendental, centrando no homem concreto a origem dos valores e das normas morais.
Hegel questionou o formalismo da ética Kantiana e salientou os elementos históricos-
sociais que determinam o conteúdo da moralidade de cada época.
•• MARX – Entendia a moral como um produto social cuja finalidade é a regulação das
relações sociais. A moral seria uma forma de consciência própria de cada momento
histórico da existência social. Para Marx não existem, portanto, valores universais e tem
uma fundamentação ideológica, isto é, difunde valores necessários à manutenção de uma
determinada ordem social.
•• NIETZSCHE – Critica o racionalismo ético, afirmando que há um elemento repressor nessa
moral, que impede o pleno desenvolvimento da liberdade. Afirma que o cristianismo criou
uma moral de rebanho que valoriza a fraqueza e o conformismo. Propõe uma ética que
valorize forças vitais do homem.
•• SARTRE – A liberdade é o fundamento do ser humano. O homem é um ser inacabado,
em permanente construção. O ser humano é “condenado” a ser livre, isto é, precisa fazer
escolhas pelas quais se torna responsável.
•• HABERMAS – Busca os fundamentos da ética no campo da analise da linguagem. Em
oposição à razão instrumental iluminista, a razão comunicativa, que se constrói no dialogo
deve desenvolver uma ética discursiva fundada no consenso. Essa razão interpessoal e
democrática deve embasar a ética.
232 www.acasadoconcurseiro.com.br
Ética
CIDADANIA E POLÍTICA
CIDADANIA
ÉTICA E POLÍTICA
POLÍTICA
•• A palavra vem do grego - pólis – cidade-estado, ou seja, cidade independente, com suas
próprias leis e constituição, com governo autônomo.
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•• Para Aristóteles, o homem é um ser político, isto é, a vida em sociedade seria próprio da
natureza humana, que pode ser entendida racionalmente.
•• Na concepção aristotélica a política seria uma continuação da ética, isto é, aplicação dos
princípios éticos à vida pública para buscar a felicidade humana e o bem comum.
CIDADANIA E POLÍTICA
POLÍTICA
•• Política se refere a arte ou ciência de governar a cidade, entendida como sociedade política.
Surgiu como busca da melhor maneira de organizar e dirigir a sociedade.
•• É o campo da atividade humana relacionada com os interesses coletivos, o Estado, a
administração pública e as questões da cidadania.
•• Na política moderna, além do princípio da realização do bem comum, herdado do
pensamento antigo, é preciso considerar também o fenômeno do poder.
POLÍTICA E PODER
PODER
•• A palavra tem origem no latim – potere – e pode significar posse ou capacidade.
•• Significa, basicamente, a capacidade ou força para mobilizar os recursos e os meios
(materiais, espirituais, humanos, etc.) necessários para atingir determinados fins ou
objetivos ou produzir certos efeitos.
•• Nas sociedades modernas a política constitui um instrumento de domínio social.
•• Tipos de poder social: poder econômico, poder ideológico, poder político.
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Ética – Cidadania, Política e Democracia – Prof. Edir Vieira
ESTADO
•• A palavra tem origem no latim – status – com o significado de estar firme, no sentido de
permanência ou estabilidade de uma situação de convivência humana definida em termos
políticos.
•• Na definição tradicional formulada por Max Weber:
“O Estado é a instituição política que, dirigida por um governo soberano, reivindica o
monopólio do uso legitimo da força física em determinado território, subordinando os
membros da sociedade que nele vivem.”
ESTADO E GOVERNO
ESTADO
•• O Estado é constituído pelo conjunto das instituições e órgãos que representam o poder
político e os meios de coerção social: o governo, os parlamentos, as leis, os juízes e os
tribunais, o exército, a policia, etc.
•• O governo é o agente do Estado. O governo possui um caráter transitório, enquanto o
Estado é representado pelos elementos permanentes da ordem política.
•• Existem formas de governo (monarquia e república) e sistemas políticos diferentes que
caracterizam o funcionamento do Estado (presidencialismo, parlamentarismo).
ORIGEM DO ESTADO
•• As sociedades comunais primitivas não conheciam a existência do Estado, como uma
instituição permanente e as funções políticas não estavam bem definidas. O poder de
decisão não estava separado da sociedade. Predominava nas comunidades primitivas uma
autoridade natural ou patriarcal. Nas sociedades tribais, o chefe exercia funções militares e
religiosas e tinha o papel de mediador nas disputas que eventualmente ocorriam entre os
membros da comunidade.
•• O Estado surgiu com o aparecimento da civilização e das sociedades estratificadas, isto
é, divididas em classes sociais. Embora tenha sido um processo bastante complexo, sua
formação está relacionada com o aprofundamento da divisão social do trabalho e com
a separação de certas funções religiosas, militares e administrativas do trabalho braçal
e do esforço produtivo direto. Essas funções acabaram sendo assumidas por um grupo
específico de pessoas que passou a deter o poder, como classe dirigente.
www.acasadoconcurseiro.com.br 235
A FUNÇÃO DO ESTADO
EXISTEM DUAS GRANDES CONCEPÇÕES SOBRE O PAPEL DO ESTADO:
•• Concepção Liberal: A função do Estado seria agir como mediador dos conflitos entre
os indivíduos e diversos grupos que compõe a sociedade. O Estado deveria promover a
conciliação dos interesses divergentes dentro da sociedade, buscando sua harmonia. Entre
os pensadores liberais clássicos destacam-se John Locke e J.-J. Rousseau.
•• Concepção Marxista: A função do Estado seria garantir a dominação de uma classe sobre
o conjunto da sociedade. Embora se legitime por um consenso, obtido pela hegemonia
ideológica, seu papel seria, em última instância, proteger a propriedade privada e
reproduzir as relações de dominação na sociedade.
REGIMES POLÍTICOS
REGIME POLÍTICO: O termo se refere ao modo característico e específico pelo qual cada Estado
se relaciona com a sociedade civil. Essa relação pode ser caracterizada como um esquema
fechado (quando a relação entre governantes e governados é marcada pelo autoritarismo e
pela opressão) ou um esquema aberto (marcado pela maior participação política da sociedade
nas questões do Estado).
Existem, no mundo contemporâneo, dois tipos de regime político:
•• Democracia – palavra de origem grega que significa “poder do povo”.
•• Ditadura – palavra de origem latina que significa “cargo daquele que dita ordens”.
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Ética – Cidadania, Política e Democracia – Prof. Edir Vieira
CARACTERÍSTICAS DA DEMOCRACIA
CARACTERÍSTICAS DA DITADURA
FORMAS DE GOVERNO
•• Monarquia – Poder tem caráter vitalício e é transmitido hereditariamente.
•• República – Poder tem caráter temporário e é transmitido por eleição.
SISTEMAS DE GOVERNO
•• Parlamentarismo – Poder concentrado no legislativo, na pessoa do primeiro ministro.
•• Presidencialismo – Poder concentrado no executivo, na pessoa do presidente.
www.acasadoconcurseiro.com.br 237
Ética
www.acasadoconcurseiro.com.br 239
NICOLAU MAQUIAVEL (1469-1527)
Esse pensador renascentista italiano é considerado o fundador da ciência política moderna.
Na obra intitulada, O Príncipe, ele separa, pela primeira vez, a política das questões morais e
religiosas, dando autonomia para o pensamento político. Maquiavel defende que, em política,
os fins justificam os meios e, para manter o poder, o príncipe deve utilizar todos os meios ao
seu alcance. Seu realismo político o leva a afirmar, também, que o príncipe sábio “deve preferir
ser temido do que ser amado”. É preciso considerar, todavia, o contexto histórico em que a
obra de Maquiavel foi produzida, ou seja, uma Itália fragmentada politicamente, marcada por
conflitos e disputas internas e por pressões e invasões externas.
MONTESQUIEU (1689-1755)
Na sua obra O Espírito das Leis, Montesquieu estudou as diversas formas de governo e concluiu
que “todo indivíduo que tem o poder tende a abusar dele”. Para evitar a tirania o pensador
iluminista francês formulou a teoria da divisão dos três poderes: legislativo, executivo e
judiciário. Através do principio dos “freios e contrafreios” Montesquieu propôs autonomia de
cada uma dessas esferas e mecanismos que permitam a cada um dos poderes controlar os
demais. Para ele, a forma ideal de governo seria a monarquia constitucional, isso é, o poder do
rei limitado por uma constituição, e um parlamento com representantes eleitos pelos cidadãos.
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Ética – A Política na História do Pensamento – Prof. Edir Vieira
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Ética
CIDADANIA
POLÍTICA
•• A palavra vem do grego – pólis – cidade-estado, ou seja, cidade independente, com suas
próprias leis e constituição, com governo autônomo.
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•• Para Aristóteles, o homem é um ser político, isto é, a vida em
sociedade seria próprio da natureza humana, que pode ser
entendida racionalmente.
•• Na concepção aristotélica a política seria uma continuação da
ética, isto é, aplicação dos princípios éticos à vida pública para
buscar a felicidade humana e do bem comum.
POLÍTICA
•• Política se refere a arte ou ciência de governar a cidade, entendida como sociedade política.
Surgiu como busca da melhor maneira de organizar e dirigir a sociedade.
•• É o campo da atividade humana relacionada com os interesses coletivos, o Estado, a
administração pública e as questões da cidadania.
•• Na política moderna, além do princípio da realização do bem comum, herdado do
pensamento antigo, é preciso considerar também o fenômeno do poder.
PODER
ESTADO
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Ética – Cidadania e Controle Social – Prof. Edir Vieira
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CARACTERÍSTICAS DA DEMOCRACIA
•• A democracia moderna é representativa (exercida por representantes eleitos). No seu
surgimento, na Grécia Antiga, a democracia era exercida diretamente pelo cidadãos.
•• A participação política do povo ocorre por meio do voto direto e secreto em eleições
que se realizam periodicamente. A participação popular ocorre não somente através de
representantes eleitos mas também na realização de plebiscitos, referendos, passeatas.
•• O poder político está organizado com base na divisão funcional dos três poderes, isto é, o
legislativo, o executivo e o judiciário que possuem funções próprias e autonomia. Vigora o
Estado de direito e são respeitados os direitos e as liberdades dos cidadãos, a liberdade de
imprensa, de associação e organização, de greve, etc.
CARACTERÍSTICAS DA DITADURA
•• Governos autoritários existiram ao longo de toda a História. Nas civilizações antigas do
oriente predominavam regimes políticos despóticos de caráter teocrático. Monarquias
absolutistas existiram na Europa até as revoluções burguesas que iniciaram a era
contemporânea.
•• Os regimes políticos ditatoriais se caracterizam pela concentração de poderes nas mãos
do governante, hipertrofia do poder executivo e eliminação da participação popular nas
decisões políticas. O Estado de direito é substituído pelo Estado de exceção. A liberdade
e os direitos individuais são suspensos e criados órgãos de repressão política. A imprensa
é censurada. O governo controla os meios de comunicação e a educação. Manifestações
públicas e associações são proibidas.
FORMAS DE GOVERNO
•• Monarquia – Poder tem caráter vitalício e é transmitido
hereditariamente.
•• República – Poder tem caráter temporário e é transmitido
por eleição.
SISTEMAS DE GOVERNO
•• Parlamentarismo – Poder concentrado no legislativo, na
pessoa do primeiro ministro.
•• Presidencialismo – Poder concentrado no executivo, na
pessoa do presidente.
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Ética – Cidadania e Controle Social – Prof. Edir Vieira
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CONTROLE DO ESTADO PELA SOCIEDADE
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Ética no Serviço Público
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Direito Administrativo
TÍTULO IV
Do Regime Disciplinar
CAPÍTULO I
DOS DEVERES
Art. 116. São deveres do servidor:
I – exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
II – ser leal às instituições a que servir;
III – observar as normas legais e regulamentares;
IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
V – atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por
sigilo;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações
de interesse pessoal;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
VI – levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da
autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de
outra autoridade competente para apuração;
VII – zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
VIII – guardar sigilo sobre assunto da repartição;
IX – manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
X – ser assíduo e pontual ao serviço;
XI – tratar com urbanidade as pessoas;
XII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica
e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao
representando ampla defesa.
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CAPÍTULO II
DAS PROIBIÇÕES
Art. 117. Ao servidor é proibido:
III – recusar fé a
documentos públicos;
IV – opor resistência
injustificada ao andamento
de documento e processo
ou execução de serviço;
V – promover manifestação
de apreço ou desapreço no
recinto da repartição;
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Direito Administrativo – Lei 8.112/90 Regimento Disciplinar – Prof. Cristiano de Souza
X – participar de gerência
ou administração de
sociedade privada,
personificada ou não
personificada, exercer
o comércio, exceto na
qualidade de acionista,
cotista ou comanditário;
(ver o parágrafo único)
XI – atuar, como procurador Art. 137. A demissão ou a
ou intermediário, junto destituição de cargo em
a repartições públicas, comissão, por infringência
salvo quando se tratar de do art. 117, incisos IX e XI,
benefícios previdenciários incompatibiliza o ex-servidor
ou assistenciais de para nova investidura em cargo
parentes até o 2ª grau, e de público federal, pelo prazo de 5
cônjuge ou companheiro; (cinco) anos.
XV – proceder de forma
desidiosa;
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XIX – recusar-se a atualizar Art. 129. A advertência Art. 130. A suspensão
seus dados cadastrais será aplicada por escrito, será aplicada em caso de
quando solicitado. nos casos de violação de reincidência das faltas punidas
proibição constante do art. com advertência [...]
117, incisos I a VIII e XIX
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput deste artigo não se aplica nos
seguintes casos:
I – participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que
a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade
cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros; e
II – gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do art. 91 desta Lei,
observada a legislação sobre conflito de interesses.
CAPÍTULO III
Da Acumulação
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acumulação remunerada de
cargos públicos.
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Direito Administrativo – Lei 8.112/90 Regimento Disciplinar – Prof. Cristiano de Souza
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à remuneração devida pela participação
em conselhos de administração e fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mista,
suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou entidades em que a União,
direta ou indiretamente, detenha participação no capital social, observado o que, a respeito,
dispuser legislação específica.
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular licitamente dois cargos efetivos,
quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos
efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um
deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.
CAPÍTULO IV
DAS RESPONSABILIDADES
Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas
atribuições.
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
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§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente será liquidada na
forma prevista no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via
judicial.
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública,
em ação regressiva.
§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até
o limite do valor da herança recebida.
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor,
nessa qualidade.
Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no
desempenho do cargo ou função.
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes
entre si.
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição
criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.
Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente
por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a
outra autoridade competente para apuração de informação concernente à prática de crimes
ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo,
emprego ou função pública.
CAPÍTULO V
DAS PENALIDADES
Art. 127. São penalidades disciplinares:
I – advertência;
II – suspensão;
III – demissão;
IV – cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V – destituição de cargo em comissão;
VI – destituição de função comissionada.
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da infração
cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou
atenuantes e os antecedentes funcionais.
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento legal e a
causa da sanção disciplinar.
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Direito Administrativo – Lei 8.112/90 Regimento Disciplinar – Prof. Cristiano de Souza
Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de proibição constante do
art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação
ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave.
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e
de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão,
não podendo exceder de 90 (noventa) dias.
§ 1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor que, injustificadamente,
recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade competente,
cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.
§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser
convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou
remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.
Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados, após o
decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver,
nesse período, praticado nova infração disciplinar.
Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos.
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
II – abandono de cargo;
VI – insubordinação grave
em serviço;
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VIII – aplicação irregular de Art. 136. A demissão ou Art. 137. Parágrafo único. Não
dinheiros públicos; a destituição de cargo em poderá retornar ao serviço
comissão, nos casos dos incisos público federal o servidor que for
IV, VIII, X e XI do art. 132, implica demitido ou destituído do cargo
a indisponibilidade dos bens e em comissão por infringência do
o ressarcimento ao erário, sem art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.
prejuízo da ação penal cabível.
IX – revelação de segredo do
qual se apropriou em razão
do cargo;
X – lesão aos cofres públicos Art. 136. A demissão ou Art. 137. Parágrafo único. Não
e dilapidação do patrimônio a destituição de cargo em poderá retornar ao serviço
nacional; comissão, nos casos dos incisos público federal o servidor que for
IV, VIII, X e XI do art. 132, implica demitido ou destituído do cargo
a indisponibilidade dos bens e em comissão por infringência do
o ressarcimento ao erário, sem art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.
prejuízo da ação penal cabível.
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções
públicas, a autoridade a que se refere o art. 143 notificará o servidor, por intermédio de sua chefia
imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de 10 dias, contados da data da ciência
e, na hipótese de omissão, adotará procedimento sumário para a sua apuração e regularização
imediata, cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases:
I – instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por 02
servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da transgressão
objeto da apuração;
II – instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório;
III – julgamento.
§ 1º A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo nome e matrícula do servidor,
e a materialidade pela descrição dos cargos, empregos ou funções públicas em situação de
acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de ingresso, do horário de
trabalho e do correspondente regime jurídico.
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Direito Administrativo – Lei 8.112/90 Regimento Disciplinar – Prof. Cristiano de Souza
§ 2º A comissão lavrará, até 03 dias após a publicação do ato que a constituiu, termo de
indiciação em que serão transcritas as informações de que trata o parágrafo anterior, bem como
promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua chefia imediata,
para, no prazo de cinco dias, apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo
na repartição, observado o disposto nos arts. 163 e 164.
§ 3º Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou à
responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a
licitude da acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo
à autoridade instauradora, para julgamento.
§ 4º No prazo de 05 dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora
proferirá a sua decisão, aplicando-se, quando for o caso, o disposto no § 3º do art. 167.
§ 5º A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa configurará sua boa-fé,
hipótese em que se converterá automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo.
§ 6º Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão,
destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos
ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades
de vinculação serão comunicados.
§ 7º O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar submetido ao rito sumário
não excederá 30 dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão,
admitida a sua prorrogação por até 15 dias, quando as circunstâncias o exigirem.
§ 8º O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste artigo, observando-se, no que
lhe for aplicável, subsidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V desta Lei.
Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, na
atividade, falta punível com a demissão.
Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será
aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.
Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este artigo, a exoneração efetuada nos
termos do art. 35 será convertida em destituição de cargo em comissão.
Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do
art. 132, implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação
penal cabível.
Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por infringência do art. 117, incisos IX
e XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5
(cinco) anos.
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for demitido ou
destituído do cargo em comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.
Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência intencional do servidor ao serviço por mais de 30
dias consecutivos.
Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada, por 60
dias, interpoladamente, durante o período de 12 meses.
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Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade habitual, também será adotado o
procedimento sumário a que se refere o art. 133, observando-se especialmente que:
I – a indicação da materialidade dar-se-á:
a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa do período de ausência intencional
do servidor ao serviço superior a trinta dias;
b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de falta ao serviço sem causa
justificada, por período igual ou superior a sessenta dias interpoladamente, durante o período
de doze meses;
II – após a apresentação da defesa a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à
inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos,
indicará o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono de cargo, sobre
a intencionalidade da ausência ao serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à
autoridade instauradora para julgamento.
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:
I – pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos
Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão e
cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder,
órgão, ou entidade;
II – pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas
mencionadas no inciso anterior quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias;
III – pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou
regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;
IV – pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de cargo em
comissão.
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:
I – em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria
ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;
II – em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III – em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido.
§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares
capituladas também como crime.
§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição,
até a decisão final proferida por autoridade competente.
§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia em que
cessar a interrupção.
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Direito Administrativo
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de Parágrafo único. O prazo para conclusão da
irregularidade no serviço público é obrigada a sindicância não excederá 30 (trinta) dias,
promover a sua apuração imediata, mediante podendo ser prorrogado por igual período,
sindicância ou processo administrativo a critério da autoridade superior.
disciplinar, assegurada ao acusado ampla Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo
defesa. servidor ensejar a imposição de penalidade
§ 1º (Revogado pela Lei nº 11.204, de 2005) de suspensão por mais de 30 (trinta) dias,
de demissão, cassação de aposentadoria ou
§ 2º (Revogado pela Lei nº 11.204, de 2005) disponibilidade, ou destituição de cargo em
comissão, será obrigatória a instauração de
§ 3º A apuração de que trata o caput, por processo disciplinar.
solicitação da autoridade a que se refere,
poderá ser promovida por autoridade de
órgão ou entidade diverso daquele em que
tenha ocorrido a irregularidade, mediante CAPÍTULO II
competência específica para tal finalidade,
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
delegada em caráter permanente ou
temporário pelo Presidente da República, Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que
pelos presidentes das Casas do Poder o servidor não venha a influir na apuração da
Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo irregularidade, a autoridade instauradora do
Procurador-Geral da República, no âmbito processo disciplinar poderá determinar o seu
do respectivo Poder, órgão ou entidade, afastamento do exercício do cargo, pelo prazo
preservadas as competências para o de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da
julgamento que se seguir à apuração. remuneração.
Art. 144. As denúncias sobre irregularidades Parágrafo único. O afastamento poderá ser
serão objeto de apuração, desde que contenham prorrogado por igual prazo, findo o qual
a identificação e o endereço do denunciante cessarão os seus efeitos, ainda que não
e sejam formuladas por escrito, confirmada a concluído o processo.
autenticidade.
Parágrafo único. Quando o fato narrado
não configurar evidente infração disciplinar
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CAPÍTULO III contados da data de publicação do ato
DO PROCESSO DISCIPLINAR que constituir a comissão, admitida a sua
prorrogação por igual prazo, quando as
Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento circunstâncias o exigirem.
destinado a apurar responsabilidade de § 1º Sempre que necessário, a comissão
servidor por infração praticada no exercício dedicará tempo integral aos seus trabalhos,
de suas atribuições, ou que tenha relação com ficando seus membros dispensados do
as atribuições do cargo em que se encontre ponto, até a entrega do relatório final.
investido.
§ 2º As reuniões da comissão serão
Art. 149. O processo disciplinar será conduzido registradas em atas que deverão detalhar as
por comissão composta de três servidores deliberações adotadas.
estáveis designados pela autoridade
competente, observado o disposto no § 3º Seção I
do art. 143, que indicará, dentre eles, o seu
DO INQUÉRITO
presidente, que deverá ser ocupante de cargo
efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá
nível de escolaridade igual ou superior ao do ao princípio do contraditório, assegurada ao
indiciado. acusado ampla defesa, com a utilização dos
§ 1º A Comissão terá como secretário meios e recursos admitidos em direito.
servidor designado pelo seu presidente, Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o
podendo a indicação recair em um de seus processo disciplinar, como peça informativa da
membros. instrução.
§ 2º Não poderá participar de comissão Parágrafo único. Na hipótese de o relatório
de sindicância ou de inquérito, cônjuge, da sindicância concluir que a infração está
companheiro ou parente do acusado, capitulada como ilícito penal, a autoridade
consangüíneo ou afim, em linha reta ou competente encaminhará cópia dos autos
colateral, até o terceiro grau. ao Ministério Público, independentemente
Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades da imediata instauração do processo
com independência e imparcialidade, disciplinar.
assegurado o sigilo necessário à elucidação do Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão
fato ou exigido pelo interesse da administração. promoverá a tomada de depoimentos,
Parágrafo único. As reuniões e as audiências acareações, investigações e diligências cabíveis,
das comissões terão caráter reservado. objetivando a coleta de prova, recorrendo,
quando necessário, a técnicos e peritos, de
Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve modo a permitir a completa elucidação dos
nas seguintes fases: fatos.
I – instauração, com a publicação do ato que Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de
constituir a comissão; acompanhar o processo pessoalmente ou por
intermédio de procurador, arrolar e reinquirir
II – inquérito administrativo, que
testemunhas, produzir provas e contraprovas
compreende instrução, defesa e relatório;
e formular quesitos, quando se tratar de prova
III – julgamento. pericial.
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Direito Administrativo – Lei nº 8.112/90 Processo Administrativo Disciplinar – Prof. Cristiano de Souza
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Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, caberá à autoridade competente para a
regularmente citado, não apresentar defesa no imposição da pena mais grave.
prazo legal.
§ 3º Se a penalidade prevista for a
§ 1º A revelia será declarada, por termo, demissão ou cassação de aposentadoria
nos autos do processo e devolverá o prazo ou disponibilidade, o julgamento caberá às
para a defesa. autoridades de que trata o inciso I do art.
141.
§ 2º Para defender o indiciado revel, a
autoridade instauradora do processo § 4º Reconhecida pela comissão a inocência
designará um servidor como defensor do servidor, a autoridade instauradora do
dativo, que deverá ser ocupante de cargo processo determinará o seu arquivamento,
efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter salvo se flagrantemente contrária à prova
nível de escolaridade igual ou superior ao dos autos.
do indiciado.
Art. 168. O julgamento acatará o relatório da
Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão comissão, salvo quando contrário às provas dos
elaborará relatório minucioso, onde resumirá autos.
as peças principais dos autos e mencionará as
provas em que se baseou para formar a sua Parágrafo único. Quando o relatório
convicção. da comissão contrariar as provas dos
autos, a autoridade julgadora poderá,
§ 1º O relatório será sempre conclusivo motivadamente, agravar a penalidade
quanto à inocência ou à responsabilidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor
do servidor. de responsabilidade.
§ 2º Reconhecida a responsabilidade do Art. 169. Verificada a ocorrência de vício
servidor, a comissão indicará o dispositivo insanável, a autoridade que determinou
legal ou regulamentar transgredido, bem a instauração do processo ou outra de
como as circunstâncias agravantes ou hierarquia superior declarará a sua nulidade,
atenuantes. total ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a
constituição de outra comissão para instauração
Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório de novo processo.
da comissão, será remetido à autoridade que
determinou a sua instauração, para julgamento. § 1º O julgamento fora do prazo legal não
implica nulidade do processo.
Seção II
§ 2º A autoridade julgadora que der causa à
DO JULGAMENTO
prescrição de que trata o art. 142, § 2o, será
Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados responsabilizada na forma do Capítulo IV do
do recebimento do processo, a autoridade Título IV.
julgadora proferirá a sua decisão. Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição,
§ 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a autoridade julgadora determinará o registro
a alçada da autoridade instauradora do fato nos assentamentos individuais do
do processo, este será encaminhado à servidor.
autoridade competente, que decidirá em Art. 171. Quando a infração estiver capitulada
igual prazo. como crime, o processo disciplinar será
§ 2º Havendo mais de um indiciado e remetido ao Ministério Público para instauração
diversidade de sanções, o julgamento da ação penal, ficando trasladado na repartição.
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Art. 172. O servidor que responder a processo Art. 177. O requerimento de revisão do
disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou processo será dirigido ao Ministro de Estado
aposentado voluntariamente, após a conclusão ou autoridade equivalente, que, se autorizar a
do processo e o cumprimento da penalidade, revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do
acaso aplicada. órgão ou entidade onde se originou o processo
disciplinar.
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de
que trata o parágrafo único, inciso I do art. Parágrafo único. Deferida a petição, a
34, o ato será convertido em demissão, se autoridade competente providenciará a
for o caso. constituição de comissão, na forma do art.
149.
Art. 173. Serão assegurados transporte e
diárias: Art. 178. A revisão correrá em apenso ao
processo originário.
I – ao servidor convocado para prestar
depoimento fora da sede de sua repartição, Parágrafo único. Na petição inicial, o
na condição de testemunha, denunciado ou requerente pedirá dia e hora para a
indiciado; produção de provas e inquirição das
testemunhas que arrolar.
II – aos membros da comissão e ao
secretário, quando obrigados a se Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta)
deslocarem da sede dos trabalhos para dias para a conclusão dos trabalhos.
a realização de missão essencial ao
esclarecimento dos fatos. Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da
comissão revisora, no que couber, as normas
Seção III e procedimentos próprios da comissão do
processo disciplinar.
DA REVISÃO DO PROCESSO
Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que
Art. 174. O processo disciplinar poderá ser aplicou a penalidade, nos termos do art. 141.
revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de
ofício, quando se aduzirem fatos novos ou Parágrafo único. O prazo para julgamento
circunstâncias suscetíveis de justificar a será de 20 (vinte) dias, contados do
inocência do punido ou a inadequação da recebimento do processo, no curso do qual
penalidade aplicada. a autoridade julgadora poderá determinar
diligências.
§ 1º Em caso de falecimento, ausência ou
desaparecimento do servidor, qualquer Art. 182. Julgada procedente a revisão, será
pessoa da família poderá requerer a revisão declarada sem efeito a penalidade aplicada,
do processo. restabelecendo-se todos os direitos do servidor,
exceto em relação à destituição do cargo em
§ 2º No caso de incapacidade mental do comissão, que será convertida em exoneração.
servidor, a revisão será requerida pelo
respectivo curador. Parágrafo único. Da revisão do processo
não poderá resultar agravamento de
Art. 175. No processo revisional, o ônus da penalidade.
prova cabe ao requerente.
Art. 176. A simples alegação de injustiça da
penalidade não constitui fundamento para a
revisão, que requer elementos novos, ainda não
apreciados no processo originário.
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Slides – Lei nº 8.112/90 – Processo Administrativo Disciplinar
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PAD – NOÇÕES PRELIMINARES
Requisitos da denúncia:
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SINDICÂNCIA
CONCEITO: procedimento administrativo que visa à apuração de
irregularidades.
Tipos:
a) Sindicância inquisitorial – investigativa
b) Sindicância acusatória
SINDICÂNCIA
a) Sindicância inquisitorial – investigativa:
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SINDICÂNCIA
b) Sindicância Acusatória:
SINDICÂNCIA
COMISSÃO DE SINDICÂNCIA
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SINDICÂNCIA
COMISSÃO DE SINDICÂNCIA
SINDICÂNCIA
FASES da SINDICÂNCIA
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SINDICÂNCIA
CONSEQUÊNCIAS DA SINDICÂNCIA
I - arquivamento do processo;
II - aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30
(trinta) dias;
III - instauração de processo disciplinar.
SINDICÂNCIA
CONSEQUÊNCIAS DA SINDICÂNCIA
I - arquivamento do processo;
II - aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30
(trinta) dias;
III - instauração de processo disciplinar.
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SINDICÂNCIA
PRAZO DA SINDICÂNCIA
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PAD – RITO ORDINÁRIO - NOÇÕES
COMISSÃO DO PAD
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A) INSTAURAÇÃO
B) INQUÉRITO ADMINISTRATIVO ( instrução, defesa e relatório)
C) JUNGAMENTO
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PAD – RITO ORDINÁRIO - NOÇÕES
AFASTAMENTO PREVENTIVO NO PAD
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FASES DO PAD
A) INSTAURAÇÃO
B) INQUÉRITO ADMINISTRATIVO
C) JULGAMENTO
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PAD – RITO ORDINÁRIO - FASES
B) INQUÉRITO ADMINISTRATIVO
B.1) INSTRUÇÃO
B.2) DEFESA
B.3) RELATÓRIO
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PAD – RITO ORDINÁRIO - FASES
B) INQUÉRITO ADMINISTRATIVO
B.3) RELATÓRIO
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Direito Administrativo
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
Mas foi somente em 1992, que o legislador regulamentou o texto constitucional com a
publicação da Lei nº 8.429/1992 dispondo sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos
nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na
administração pública direta, indireta ou fundacional a qual passamos a analisar a partir de
agora.
Anotações:
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Lei nº 8.429, de 2 de Junho de 1992.
Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de
enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou
função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá
outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte lei:
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Os atos de improbidade praticados por qualquer AGENTE PÚBLICO, servidor ou não, contra
a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de
entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta
por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade
praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal
ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja
concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual,
limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição
dos cofres públicos.
Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior.
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Direito Administrativo – Improbidade Administrativa – Prof. Cristiano de Souza
Art. 3º As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo
agente público (terceiro particular), induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou
dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
Art. 4º Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita
observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos
assuntos que lhe são afetos.
Dica: Cade o princípio da eficiência? R: esta lei é de 1992 e o princípio da eficiência foi
introduzido somente em 1998, com a EC nº 19 na CF/1988.
Art. 5º Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente
ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.
Art. 6º No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os
bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
Art. 7º Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público OU ensejar
enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar
ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que
assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do
enriquecimento ilícito.
Art. 8º O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente
está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.
CAPÍTULO II
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
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Seção III
Seção I Seção II
Dos Atos de Improbidade
Dos Atos de Improbidade Dos Atos de Improbidade
Administrativa que Atentam
Administrativa que Importam Administrativa que Causam
Contra os Princípios da
Enriquecimento Ilícito Prejuízo ao Erário
Administração Pública
Art. 9º Constitui ato de Art. 10. Constitui ato de Art. 11. Constitui ato de
improbidade administrativa improbidade administrativa improbidade administrativa que
importando enriquecimento que causa lesão ao erário atenta contra os princípios da
ilícito auferir qualquer tipo de qualquer ação ou omissão, administração pública qualquer
vantagem patrimonial indevida dolosa ou culposa, que enseje ação ou omissão que viole
em razão do exercício de cargo, perda patrimonial, desvio, os deveres de honestidade,
mandato, função, emprego apropriação, malbaratamento imparcialidade, legalidade,
ou atividade nas entidades ou dilapidação dos bens e lealdade às instituições, e
mencionadas no art. 1º desta ou haveres das entidades notadamente:
lei, e notadamente: referidas no art. 1º desta lei, e
I – praticar ato visando
notadamente:
I – receber, para si ou fim proibido em lei ou
para outrem, dinheiro, I – facilitar ou concorrer regulamento ou diverso
bem móvel ou imóvel, ou por qualquer forma daquele previsto, na regra
qualquer outra vantagem para a incorporação ao de competência;
econômica, direta ou patrimônio particular, de
II – retardar ou deixar de
indireta, a título de pessoa física ou jurídica,
praticar, indevidamente,
comissão, percentagem, de bens, rendas, verbas
ato de ofício;
gratificação ou presente ou valores integrantes do
de quem tenha interesse, acervo patrimonial das III – revelar fato ou
direto ou indireto, que entidades mencionadas no circunstância de que tem
possa ser atingido ou art. 1º desta lei; ciência em razão das
amparado por ação ou atribuições e que deva
II – permitir ou concorrer
omissão decorrente das permanecer em segredo;
para que pessoa física
atribuições do agente IV – negar publicidade aos
ou jurídica privada utilize
público; atos oficiais;
bens, rendas, verbas ou
II – perceber vantagem valores integrantes do V – frustrar a licitude de
econômica, direta ou acervo patrimonial das concurso público;
indireta, para facilitar a entidades mencionadas
aquisição, permuta ou no art. 1º desta lei, VI – deixar de prestar
locação de bem móvel ou sem a observância das contas quando esteja
imóvel, ou a contratação formalidades legais ou obrigado a fazê-lo;
de serviços pelas entidades regulamentares aplicáveis VII – revelar ou
referidas no art. 1º por à espécie; permitir que chegue ao
preço superior ao valor de conhecimento de terceiro,
III – doar à pessoa física
mercado; antes da respectiva
ou jurídica bem como ao
III – perceber vantagem ente despersonalizado, divulgação oficial, teor
econômica, direta ou ainda que de fins de medida política ou
indireta, para facilitar a educativos ou assistências, econômica capaz de afetar
alienação, permuta ou bens, rendas, verbas ou o preço de mercadoria,
locação de bem público valores do patrimônio de bem ou serviço.
ou o fornecimento de qualquer das entidades
serviço por ente estatal por mencionadas no art. 1º
preço inferior ao valor de desta lei, sem observância
mercado; das formalidades legais e
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VIII – aceitar emprego, XI – liberar verba pública
comissão ou exercer sem a estrita observância
atividade de consultoria das normas pertinentes
ou assessoramento ou influir de qualquer
para pessoa física ou forma para a sua aplicação
jurídica que tenha irregular;
interesse suscetível de
ser atingido ou amparado
XII – permitir, facilitar ou
por ação ou omissão
concorrer para que terceiro
decorrente das atribuições
se enriqueça ilicitamente;
do agente público,
durante a atividade;
IX – perceber vantagem XIII – permitir que se
econômica para utilize, em obra ou serviço
intermediar a liberação ou particular, veículos,
aplicação de verba pública máquinas, equipamentos
de qualquer natureza; ou material de qualquer
natureza, de propriedade
X – receber vantagem
ou à disposição de
econômica de qualquer
qualquer das entidades
natureza, direta ou
mencionadas no art.
indiretamente, para omitir
1º desta lei, bem como
ato de ofício, providência
o trabalho de servidor
ou declaração a que esteja
público, empregados ou
obrigado;
terceiros contratados por
XI – incorporar, por essas entidades.
qualquer forma, ao
XIV – celebrar contrato
seu patrimônio bens,
ou outro instrumento
rendas, verbas ou valores
que tenha por objeto a
integrantes do acervo
prestação de serviços
patrimonial das entidades
públicos por meio da
mencionadas no art. 1º
gestão associada sem
desta lei;
observar as formalidades
XII – usar, em proveito previstas na lei;
próprio, bens, rendas,
XV – celebrar contrato de
verbas ou valores
rateio de consórcio público
integrantes do acervo
sem suficiente e prévia
patrimonial das entidades dotação orçamentária,
mencionadas no art. 1º ou sem observar as
desta lei. formalidades previstas na
lei.
PENAS Art. 12
•• ressarcimento integral
•• ressarcimento integral do •• ressarcimento integral do
do dano, quando
dano, dano, se houver,
houver,
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CAPÍTULO III
DAS PENAS
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação
específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem
ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
I – na hipótese do art. 9º, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos
direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do
acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
II – na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos
ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do
dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;
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III – na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública,
suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes
o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do
dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.
CAPÍTULO IV
DA DECLARAÇÃO DE BENS
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração
dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de
pessoal competente.
§ 1º A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e
qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e,
quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos
filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos
apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.
§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente público
deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras
sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do
prazo determinado, ou que a prestar falsa.
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual de bens apresentada
à Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e
proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações, para suprir a exigência
contida no caput e no § 2º deste artigo.
CAPÍTULO V
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDICIAL
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que
seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação
do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que
tenha conhecimento.
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se
esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a
representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
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§ 2º Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas
bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos
tratados internacionais.
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela
pessoa jurídica interessada, dentro de 30 dias da efetivação da medida cautelar.
Art. 806. Cabe à parte propor a ação, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da
efetivação da medida cautelar, quando esta for concedida em procedimento preparatório.
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação (TAC) nas ações de que trata o caput.
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à complementação
do ressarcimento do patrimônio público.
§ 3º No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se, no que
couber, o disposto no § 3º do art. 6º da Lei nº 4.717, de 29 de junho de 1965.
§ 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto
de impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado
do autor, desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo
representante legal ou dirigente.
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Art. 16. Responde por perdas e danos aquele que pleitear de má-fé como autor, réu ou
interveniente.
Art. 17. Reputa-se litigante de má-fé aquele que:
I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II – alterar a verdade dos fatos;
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
Vl – provocar incidentes manifestamente infundados.
VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Art. 18. O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante de má-
fé a pagar multa não excedente a um por cento sobre o valor da causa e a indenizar a
parte contrária dos prejuízos que esta sofreu, mais os honorários advocatícios e todas as
despesas que efetuou.
§ 1º Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na
proporção do seu respectivo interesse na causa, ou solidariamente aqueles que se
coligaram para lesar a parte contrária.
§ 2º O valor da indenização será desde logo fixado pelo juiz, em quantia não superior a
20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, ou liquidado por arbitramento.
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Dica: CPP – Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e
deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e Territórios, os
secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios, os deputados às
Assembléias Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes
dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do
Tribunal Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e
o juiz.
§ 1º O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do Senado Federal, da
Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal poderão optar pela prestação de
depoimento por escrito, caso em que as perguntas, formuladas pelas partes e deferidas
pelo juiz, Ihes serão transmitidas por ofício.
Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos
bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em
favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES PENAIS
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro
beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado
pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito
em julgado da sentença condenatória.
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o
afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I – da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento;
II – da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou
Conselho de Contas.
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento
de autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no
art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo.
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CAPÍTULO VII
DA PRESCRIÇÃO
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas:
I – até 05 anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão (CC) ou de
função de confiança (FC);
II – dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis
com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.
Anotações:
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Direito Administrativo
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X – garantia dos direitos à comunicação, CAPÍTULO III
à apresentação de alegações finais, à DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
produção de provas e à interposição de
recursos, nos processos de que possam Art. 4º São deveres do administrado perante a
resultar sanções e nas situações de litígio; Administração, sem prejuízo de outros previstos
em ato normativo:
XI – proibição de cobrança de despesas
processuais, ressalvadas as previstas em lei; I – expor os fatos conforme a verdade;
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO II DO INÍCIO DO PROCESSO
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS
Art. 5º O processo administrativo pode iniciar-
se de ofício ou a pedido de interessado.
Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos
perante a Administração, sem prejuízo de outros Art. 6º O requerimento inicial do interessado,
que lhe sejam assegurados: salvo casos em que for admitida solicitação
oral, deve ser formulado por escrito e conter os
I – ser tratado com respeito pelas seguintes dados:
autoridades e servidores, que deverão
facilitar o exercício de seus direitos e o I – órgão ou autoridade administrativa a
cumprimento de suas obrigações; que se dirige;
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Direito Administrativo – Lei 9.784 - Processo Administrativo Federal – Prof. Cristiano de Souza
Art. 7º Os órgãos e entidades administrativas Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular
deverão elaborar modelos ou formulários poderão, se não houver impedimento legal,
padronizados para assuntos que importem delegar parte da sua competência a outros
pretensões equivalentes. órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe
sejam hierarquicamente subordinados, quando
Art. 8º Quando os pedidos de uma pluralidade for conveniente, em razão de circunstâncias de
de interessados tiverem conteúdo e índole técnica, social, econômica, jurídica ou
fundamentos idênticos, poderão ser formulados territorial.
em um único requerimento, salvo preceito legal
em contrário. Parágrafo único. O disposto no caput deste
artigo aplica-se à delegação de competência
dos órgãos colegiados aos respectivos
presidentes.
CAPÍTULO V
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
DOS INTERESSADOS
I – a edição de atos de caráter normativo;
Art. 9º São legitimados como interessados no
processo administrativo: II – a decisão de recursos administrativos;
I – pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem III – as matérias de competência exclusiva
como titulares de direitos ou interesses do órgão ou autoridade.
individuais ou no exercício do direito de
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação
representação;
deverão ser publicados no meio oficial.
II – aqueles que, sem terem iniciado o
§ 1º O ato de delegação especificará as
processo, têm direitos ou interesses que
matérias e poderes transferidos, os limites
possam ser afetados pela decisão a ser
da atuação do delegado, a duração e os
adotada;
objetivos da delegação e o recurso cabível,
III – as organizações e associações podendo conter ressalva de exercício da
representativas, no tocante a direitos e atribuição delegada.
interesses coletivos;
§ 2º O ato de delegação é revogável a
IV – as pessoas ou as associações legalmente qualquer tempo pela autoridade delegante.
constituídas quanto a direitos ou interesses
§ 3º As decisões adotadas por delegação
difusos.
devem mencionar explicitamente esta
Art. 10. São capazes, para fins de processo qualidade e considerar-se-ão editadas pelo
administrativo, os maiores de dezoito anos, delegado.
ressalvada previsão especial em ato normativo
Art. 15. Será permitida, em caráter
próprio.
excepcional e por motivos relevantes
devidamente justificados, a avocação
temporária de competência atribuída a órgão
CAPÍTULO VI hierarquicamente inferior.
DA COMPETÊNCIA Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas
divulgarão publicamente os locais das
Art. 11. A competência é irrenunciável e se respectivas sedes e, quando conveniente, a
exerce pelos órgãos administrativos a que unidade fundacional competente em matéria
foi atribuída como própria, salvo os casos de de interesse especial.
delegação e avocação legalmente admitidos.
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Art. 17. Inexistindo competência legal CAPÍTULO VIII
específica, o processo administrativo deverá ser DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS
iniciado perante a autoridade de menor grau
hierárquico para decidir. ATOS DO PROCESSO
Art. 22. Os atos do processo administrativo
não dependem de forma determinada senão
quando a lei expressamente a exigir.
CAPÍTULO VII
DOS IMPEDIMENTOS E DA § 1º Os atos do processo devem ser
SUSPEIÇÃO produzidos por escrito, em vernáculo,
com a data e o local de sua realização e a
Art. 18. É impedido de atuar em processo assinatura da autoridade responsável.
administrativo o servidor ou autoridade que:
§ 2º Salvo imposição legal, o reconhecimento
I – tenha interesse direto ou indireto na de firma somente será exigido quando
matéria; houver dúvida de autenticidade.
II – tenha participado ou venha a participar § 3º A autenticação de documentos exigidos
como perito, testemunha ou representante, em cópia poderá ser feita pelo órgão
ou se tais situações ocorrem quanto ao administrativo.
cônjuge, companheiro ou parente e afins
§ 4º O processo deverá ter suas páginas
até o terceiro grau;
numeradas sequencialmente e rubricadas.
III – esteja litigando judicial ou
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-
administrativamente com o interessado ou
se em dias úteis, no horário normal de
respectivo cônjuge ou companheiro.
funcionamento da repartição na qual tramitar o
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer processo.
em impedimento deve comunicar o fato à
Parágrafo único. Serão concluídos depois
autoridade competente, abstendo-se de atuar.
do horário normal os atos já iniciados, cujo
Parágrafo único. A omissão do dever de adiamento prejudique o curso regular do
comunicar o impedimento constitui falta procedimento ou cause dano ao interessado
grave, para efeitos disciplinares. ou à Administração.
Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de Art. 24. Inexistindo disposição específica,
autoridade ou servidor que tenha amizade os atos do órgão ou autoridade responsável
íntima ou inimizade notória com algum dos pelo processo e dos administrados que dele
interessados ou com os respectivos cônjuges, participem devem ser praticados no prazo de
companheiros, parentes e afins até o terceiro cinco dias, salvo motivo de força maior.
grau.
Parágrafo único. O prazo previsto neste
Art. 21. O indeferimento de alegação de artigo pode ser dilatado até o dobro,
suspeição poderá ser objeto de recurso, sem mediante comprovada justificação.
efeito suspensivo.
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-
se preferencialmente na sede do órgão,
cientificando-se o interessado se outro for o
local de realização.
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Direito Administrativo – Lei 9.784 - Processo Administrativo Federal – Prof. Cristiano de Souza
§ 3º A intimação pode ser efetuada por Art. 30. São inadmissíveis no processo
ciência no processo, por via postal com administrativo as provas obtidas por meios
aviso de recebimento, por telegrama ou ilícitos.
outro meio que assegure a certeza da Art. 31. Quando a matéria do processo envolver
ciência do interessado. assunto de interesse geral, o órgão competente
§ 4º No caso de interessados poderá, mediante despacho motivado, abrir
indeterminados, desconhecidos ou com período de consulta pública para manifestação
domicílio indefinido, a intimação deve ser de terceiros, antes da decisão do pedido, se não
efetuada por meio de publicação oficial. houver prejuízo para a parte interessada.
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fundamentada, que poderá ser comum a propostas pelos interessados quando sejam
todas as alegações substancialmente iguais. ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou
protelatórias.
Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da
autoridade, diante da relevância da questão, Art. 39. Quando for necessária a prestação de
poderá ser realizada audiência pública para informações ou a apresentação de provas pelos
debates sobre a matéria do processo. interessados ou terceiros, serão expedidas
intimações para esse fim, mencionando-se data,
Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, prazo, forma e condições de atendimento.
em matéria relevante, poderão estabelecer
outros meios de participação de administrados, Parágrafo único. Não sendo atendida a
diretamente ou por meio de organizações e intimação, poderá o órgão competente,
associações legalmente reconhecidas. se entender relevante a matéria, suprir
de ofício a omissão, não se eximindo de
Art. 34. Os resultados da consulta e audiência proferir a decisão.
pública e de outros meios de participação de
administrados deverão ser apresentados com a Art. 40. Quando dados, atuações ou
indicação do procedimento adotado. documentos solicitados ao interessado forem
necessários à apreciação de pedido formulado,
Art. 35. Quando necessária à instrução do o não atendimento no prazo fixado pela
processo, a audiência de outros órgãos ou Administração para a respectiva apresentação
entidades administrativas poderá ser realizada implicará arquivamento do processo.
em reunião conjunta, com a participação
de titulares ou representantes dos órgãos Art. 41. Os interessados serão intimados de
competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser prova ou diligência ordenada, com antecedência
juntada aos autos. mínima de três dias úteis, mencionando-se
data, hora e local de realização.
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos
que tenha alegado, sem prejuízo do dever Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente
atribuído ao órgão competente para a instrução ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá
e do disposto no art. 37 desta Lei. ser emitido no prazo máximo de quinze
dias, salvo norma especial ou comprovada
Art. 37. Quando o interessado declarar que necessidade de maior prazo.
fatos e dados estão registrados em documentos
existentes na própria Administração responsável § 1º Se um parecer obrigatório e vinculante
pelo processo ou em outro órgão administrativo, deixar de ser emitido no prazo fixado,
o órgão competente para a instrução proverá, o processo não terá seguimento até a
de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectiva apresentação, responsabilizando-
respectivas cópias. se quem der causa ao atraso.
Art. 38. O interessado poderá, na fase § 2º Se um parecer obrigatório e não
instrutória e antes da tomada da decisão, juntar vinculante deixar de ser emitido no
documentos e pareceres, requerer diligências e prazo fixado, o processo poderá ter
perícias, bem como aduzir alegações referentes prosseguimento e ser decidido com sua
à matéria objeto do processo. dispensa, sem prejuízo da responsabilidade
de quem se omitiu no atendimento.
§ 1º Os elementos probatórios deverão ser
considerados na motivação do relatório e Art. 43. Quando por disposição de ato
da decisão. normativo devam ser previamente obtidos
laudos técnicos de órgãos administrativos
§ 2º Somente poderão ser recusadas, e estes não cumprirem o encargo no prazo
mediante decisão fundamentada, as provas
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CAPÍTULO XIII administrativa que importe impugnação à
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS validade do ato.
DE EXTINÇÃO DO PROCESSO Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não
acarretarem lesão ao interesse público nem
Art. 51. O interessado poderá, mediante prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem
manifestação escrita, desistir total ou defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela
parcialmente do pedido formulado ou, ainda, própria Administração.
renunciar a direitos disponíveis.
§ 1º Havendo vários interessados, a
desistência ou renúncia atinge somente
CAPÍTULO XV
quem a tenha formulado.
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA
§ 2º A desistência ou renúncia do REVISÃO
interessado, conforme o caso, não prejudica
o prosseguimento do processo, se a Art. 56. Das decisões administrativas cabe
Administração considerar que o interesse recurso, em face de razões de legalidade e de
público assim o exige. mérito.
Art. 52. O órgão competente poderá declarar § 1º O recurso será dirigido à autoridade
extinto o processo quando exaurida sua que proferiu a decisão, a qual, se não a
finalidade ou o objeto da decisão se tornar reconsiderar no prazo de cinco dias, o
impossível, inútil ou prejudicado por fato encaminhará à autoridade superior.
superveniente.
§ 2º Salvo exigência legal, a interposição
de recurso administrativo independe de
caução.
CAPÍTULO XIV § 3º Se o recorrente alegar que a decisão
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E administrativa contraria enunciado da
CONVALIDAÇÃO súmula vinculante, caberá à autoridade
prolatora da decisão impugnada, se não a
Art. 53. A Administração deve anular seus reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar
próprios atos, quando eivados de vício de o recurso à autoridade superior, as razões
legalidade, e pode revogá-los por motivo de da aplicabilidade ou inaplicabilidade da
conveniência ou oportunidade, respeitados os súmula, conforme o caso.
direitos adquiridos.
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no
Art. 54. O direito da Administração de anular máximo por três instâncias administrativas,
os atos administrativos de que decorram salvo disposição legal diversa.
efeitos favoráveis para os destinatários decai
em cinco anos, contados da data em que foram Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso
praticados, salvo comprovada má-fé. administrativo:
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CAPÍTULO XVI administrativos em que figure como parte ou
DOS PRAZOS interessado:
I – pessoa com idade igual ou superior a 60
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir (sessenta) anos;
da data da cientificação oficial, excluindo-se da
contagem o dia do começo e incluindo-se o do II – pessoa portadora de deficiência, física
vencimento. ou mental;
§ 1º Considera-se prorrogado o prazo até o III – (VETADO)
primeiro dia útil seguinte se o vencimento
cair em dia em que não houver expediente IV – pessoa portadora de tuberculose
ou este for encerrado antes da hora normal. ativa, esclerose múltipla, neoplasia
maligna, hanseníase, paralisia irreversível e
§ 2º Os prazos expressos em dias contam-se incapacitante, cardiopatia grave, doença de
de modo contínuo. Parkinson, espondiloartrose anquilosante,
nefropatia grave, hepatopatia grave,
§ 3º Os prazos fixados em meses ou anos estados avançados da doença de Paget
contam-se de data a data. Se no mês do (osteíte deformante), contaminação por
vencimento não houver o dia equivalente radiação, síndrome de imunodeficiência
àquele do início do prazo, tem-se como adquirida, ou outra doença grave, com base
termo o último dia do mês. em conclusão da medicina especializada,
Art. 67. Salvo motivo de força maior mesmo que a doença tenha sido contraída
devidamente comprovado, os prazos após o início do processo.
processuais não se suspendem. § 1º A pessoa interessada na obtenção
do benefício, juntando prova de sua
condição, deverá requerê-lo à autoridade
CAPÍTULO XVII administrativa competente, que
determinará as providências a serem
DAS SANÇÕES cumpridas.
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por § 2º Deferida a prioridade, os autos
autoridade competente, terão natureza receberão identificação própria que
pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer evidencie o regime de tramitação prioritária.
ou de não fazer, assegurado sempre o direito de
defesa. Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação.
Brasília 29 de janeiro de 1999; 178º da Independência e
111º da República.
CAPÍTULO XVIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Renan Calheiros
Art. 69. Os processos administrativos específicos Paulo Paiva
continuarão a reger-se por lei própria,
aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os
preceitos desta Lei.
Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em
qualquer órgão ou instância, os procedimentos
310 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo
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Parágrafo único. Verificada a incompatibi- deral, ao Tribunal de Contas da União, à Contro-
lidade patrimonial, na forma estabelecida ladoria-Geral da União, à Secretaria da Receita
no caput, a Controladoria-Geral da União Federal e ao Conselho de Controle de Atividades
instaurará procedimento de sindicância pa- Financeiras.
trimonial ou requisitará sua instauração ao
órgão ou entidade competente. Art. 11. Nos termos e condições a serem defi-
nidos em convênio, a Secretaria da Receita Fe-
Art. 8º Ao tomar conhecimento de fundada no- deral poderá fornecer à Controladoria-Geral da
tícia ou de indícios de enriquecimento ilícito, in- União, em meio eletrônico, cópia da declaração
clusive evolução patrimonial incompatível com anual do agente público que houver optado
os recursos e disponibilidades do agente pú- pelo cumprimento da obrigação, na forma pre-
blico, nos termos do art. 9º da Lei nº 8.429, de vista no § 2º do art. 3º deste Decreto.
1992, a autoridade competente determinará a
instauração de sindicância patrimonial, destina- § 1º Compete à Controladoria-Geral da
da à apuração dos fatos. União informar à Secretaria da Receita Fe-
deral o rol dos optantes, nos termos do § 2o
Parágrafo único. A sindicância patrimonial do art. 3º deste Decreto, com o respectivo
de que trata este artigo será instaurada, número de inscrição no Cadastro de Pesso-
mediante portaria, pela autoridade compe- as Físicas e o exercício ao qual correspon-
tente ou pela Controladoria-Geral da União. dem as mencionadas declarações.
Art. 9º A sindicância patrimonial constituir- § 2º Caberá à Controladoria-Geral da União
-se-á em procedimento sigiloso e meramen- adotar medidas que garantam a preserva-
te investigatório, não tendo caráter puniti- ção do sigilo das informações recebidas, re-
vo. lativas à situação econômica ou financeira
do agente público ou de terceiros e à natu-
§ 1º O procedimento de sindicância patri- reza e ao estado de seus negócios ou ativi-
monial será conduzido por comissão com- dades.
posta por dois ou mais servidores ou em-
pregados efetivos de órgãos ou entidades Art. 12. Para a realização dos procedimentos
da administração federal. previstos neste Decreto, poderão ser utilizados
recursos de tecnologia da informação.
§ 2º O prazo para conclusão do procedi-
mento de sindicância patrimonial será de Art. 13. A Controladoria-Geral da União e o Mi-
trinta dias, contados da data da publicação nistério do Planejamento, Orçamento e Gestão
do ato que constituir a comissão, podendo expedirão, no prazo de noventa dias, as instru-
ser prorrogado, por igual período ou por pe- ções necessárias para o cumprimento deste
ríodo inferior, pela autoridade competente Decreto no âmbito do Poder Executivo Federal,
pela instauração, desde que justificada a salvo em relação ao convênio a que se refere o
necessidade. art. 11.
§ 3º Concluídos os trabalhos da sindicância Art. 14. Caberá aos titulares dos órgãos e enti-
patrimonial, a comissão responsável por dades da administração pública federal direta
sua condução fará relatório sobre os fatos ou indireta, sob pena de responsabilidade, velar
apurados, opinando pelo seu arquivamento pela estrita observância do disposto neste De-
ou, se for o caso, por sua conversão em pro- creto.
cesso administrativo disciplinar.
Art. 15. Este Decreto entra em vigor na data de
Art. 10. Concluído o procedimento de sindicân- sua publicação.
cia nos termos deste Decreto, dar-se-á imediato
conhecimento do fato ao Ministério Público Fe-
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Direito Administrativo – Decreto nº 5.483/2005 - Sindicância Patrimonial – Prof. Cristiano de Souza
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Direitos Humanos
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Direitos Humanos
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dente, sob tutela, sem governo próprio, quer não constituíam delito perante o direito na-
sujeito a qualquer outra limitação de soberania. cional ou internacional. Tampouco será im-
posta pena mais forte do que aquela que,
Art. 3º Toda pessoa tem direito à vida, à liberda- no momento da prática, era aplicável ao ato
de e à segurança pessoal. delituoso.
Art. 4º Ninguém será mantido em escravidão Art. 12. Ninguém será sujeito a interferências na
ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na
serão proibidos em todas as suas formas. sua correspondência, nem a ataques à sua hon-
Art. 5º Ninguém será submetido à tortura, nem ra e reputação. Toda pessoa tem direito à prote-
a tratamento ou castigo cruel, desumano ou de- ção da lei contra tais interferências ou ataques.
gradante. Art. 13 .
Art. 6º Toda pessoa tem o direito de ser, em § 1º Toda pessoa tem direito à liberdade de
todos os lugares, reconhecida como pessoa pe- locomoção e residência dentro das frontei-
rante a lei. ras de cada Estado.
Art. 7º Todos são iguais perante a lei e têm di- § 2º Toda pessoa tem o direito de deixar
reito, sem qualquer distinção, a igual proteção qualquer país, inclusive o próprio, e a este
da lei. Todos têm direito a igual proteção con- regressar.
tra qualquer discriminação que viole a presente
Declaração e contra qualquer incitamento a tal Art. 14.
discriminação.
§ 1º Toda pessoa, vítima de perseguição,
Art. 8º Toda pessoa tem direito a receber dos tem o direito de procurar e de gozar asilo
tribunais nacionais competentes remédio efe- em outros países.
tivo para os atos que violem os direitos funda-
mentais que lhe sejam reconhecidos pela cons- § 2º Este direito não pode ser invocado em
tituição ou pela lei. caso de perseguição legitimamente motiva-
da por crimes de direito comum ou por atos
Art. 9º Ninguém será arbitrariamente preso, de- contrários aos propósitos e princípios das
tido ou exilado. Nações Unidas.
Art. 10. Toda pessoa tem direito, em plena Art. 15.
igualdade, a uma audiência justa e pública por
parte de um tribunal independente e imparcial, § 1º Toda pessoa tem direito a uma nacio-
para decidir sobre seus direitos e deveres ou nalidade.
do fundamento de qualquer acusação criminal § 2º Ninguém será arbitrariamente priva-
contra ele. do de sua nacionalidade, nem do direito de
Art. 11. mudar de nacionalidade.
§ 1º Toda pessoa acusada de um ato delitu- Art. 16. Os homens e mulheres de maior idade,
oso tem o direito de ser presumida inocen- sem qualquer restrição de raça, nacionalidade
te até que a sua culpabilidade tenha sido ou religião, têm o direito de contrair matrimô-
provada de acordo com a lei, em julgamen- nio e fundar uma família. Gozam de iguais direi-
to público no qual lhe tenham sido assegu- tos em relação ao casamento, sua duração e sua
radas todas as garantias necessárias à sua dissolução.
defesa. § 1º O casamento não será válido senão
§ 2º Ninguém poderá ser culpado por qual- como o livre e pleno consentimento dos nu-
quer ação ou omissão que, no momento, bentes.
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Direitos Humanos – Declaração Universal dos Direitos Humanos – Prof. Cristiano de Souza
§ 2º A família é o núcleo natural e funda- Art. 22. Toda pessoa, como membro da socieda-
mental da sociedade e tem direito à prote- de, tem direito à segurança social e à realização,
ção da sociedade e do Estado. pelo esforço nacional, pela cooperação interna-
cional de acordo com a organização e recursos
Art. 17. de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais
§ 1º Toda pessoa tem direito à propriedade, e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao
só ou em sociedade com outros. livre desenvolvimento da sua personalidade.
§ 1º Toda pessoa tem o direito de tomar § 1º Toda pessoa tem direito a um padrão
parte no governo de seu país, diretamente de vida capaz de assegurar a si e a sua fa-
ou por intermédio de representantes livre- mília saúde e bem-estar, inclusive alimenta-
mente escolhidos. ção, vestuário, habitação, cuidados médicos
e os serviços sociais indispensáveis, e direi-
§ 2º Toda pessoa tem igual direito de acesso to à segurança em caso de desemprego, do-
ao serviço público do seu país. ença, invalidez, viuvez, velhice ou outros ca-
sos de perda dos meios de subsistência em
§ 3º A vontade do povo será a base da au-
circunstâncias fora de seu controle.
toridade do governo; esta vontade será ex-
pressa em eleições periódicas e legítimas, § 2º A maternidade e a infância têm direito
por sufrágio universal, por voto secreto ou a cuidados e assistência especiais. Todas as
processo equivalente que assegure a liber- crianças, nascidas dentro ou fora de matri-
dade de voto. mônio, gozarão da mesma proteção social.
Art. 26.
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§ 1º Toda pessoa tem direito à instrução. exigências da moral, da ordem pública e do
A instrução será gratuita, pelo menos nos bem-estar de uma sociedade democrática.
graus elementares e fundamentais. A ins-
trução elementar será obrigatória. A ins- § 3º Esses direitos e liberdades não podem,
trução técnico-profissional será acessível a em hipótese alguma, ser exercidos contra-
todos, bem como a instrução superior, esta riamente aos propósitos e princípios das
baseada no mérito. Nações Unidas.
§ 2º A instrução será orientada no sentido Art. 30. Nenhuma disposição da presente De-
do pleno desenvolvimento da personalida- claração pode ser interpretada como o reco-
de humana e do fortalecimento do respeito nhecimento a qualquer Estado, grupo ou pes-
pelos direitos humanos e pelas liberdades soa, do direito de exercer qualquer atividade ou
fundamentais. A instrução promoverá a praticar qualquer ato destinado à destruição de
compreensão, a tolerância e a amizade en- quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabe-
tre todas as nações e grupos raciais ou re- lecidos.
ligiosos, e coadjuvará as atividades das Na-
ções Unidas em prol da manutenção da paz.
§ 3º Os pais têm prioridade de direito na es-
colha do gênero de instrução que será mi-
nistrada a seus filhos.
Art. 27.
§ 1º Toda pessoa tem o direito de participar
livremente da vida cultural da comunidade,
de fruir as artes e de participar do processo
científico e de seus benefícios.
§ 2º Toda pessoa tem direito à proteção dos
interesses morais e materiais decorrentes
de qualquer produção científica, literária ou
artística da qual seja autor.
Art. 28. Toda pessoa tem direito a uma ordem
social e internacional em que os direitos e li-
berdades estabelecidos na presente Declaração
possam ser plenamente realizados.
Art. 29.
§ 1º Toda pessoa tem deveres para com a
comunidade, em que o livre e pleno desen-
volvimento de sua personalidade é possível.
§ 2º No exercício de seus direitos e liber-
dades, toda pessoa estará sujeita apenas
às limitações determinadas por lei, exclusi-
vamente com o fim de assegurar o devido
reconhecimento e respeito dos direitos e li-
berdades de outrem e de satisfazer às justas
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Direitos Humanos
Adotadas pelo Primeiro Congresso das Nações Unidas sobre a Prevenção do Crime e o
Tratamento dos Delinqüentes, realizado em Genebra em 1955, e aprovadas pelo Conselho
Econômico e Social das Nações Unidas através das suas resoluções 663 C (XXIV), de 31 de Julho
de 1957 e 2076 (LXII), de 13 de Maio de 1977.Resolução 663 C (XXIV) do Conselho Econômico e
Social
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Tendo adotado as Regras Mínimas para o Tratamento de Reclusos, anexas à presente resolução,
2. Confia em que estas Regras sejam aprovadas pelo Conselho Econômico e Social e, se o
Conselho considerar oportuno, pela Assembléia Geral, e que sejam transmitidas aos
Governos com a recomendação de (a) que examinem favoravelmente a sua adoção e
aplicação na administração dos estabelecimentos penitenciários, e (b) que o Secretário-
Geral seja informado de três em três anos dos progressos realizados no que respeita à sua
aplicação;
3. Expressa o desejo de que, para manter os Governos informados dos progressos realizados
neste domínio, se solicite ao Secretário-Geral que publique na Revista Internacional de
Política Criminal as informações enviadas pelos Governos, em cumprimento do disposto no
parágrafo 2, e que autorize o pedido de informação suplementar, se necessário;
OBSERVAÇÕES PRELIMINARES
2. Tendo em conta a grande variedade das condições legais, sociais, econômicas e geográficas
do mundo, é evidente que nem todas as regras podem ser aplicadas indistinta e
permanentemente em todos os lugares. Devem, contudo, servir como estímulo de esforços
constantes para ultrapassar dificuldades práticas na sua aplicação, na certeza de que
representam, em conjunto, as condições mínimas aceites pelas Nações Unidas.
3. Além disso, os critérios que se aplicam às matérias tratadas por estas regras evoluem
constantemente. Não se pode excluir a possibilidade de experiências e da adoção de novas
práticas, desde que estas se ajustem aos princípios e objetivos que informaram a adoção
das regras. De acordo com este princípio, pode a administração penitenciária central
autorizar exceções às regras.
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Direitos Humanos – Regras Mínimas Para o Tratamento de Pessoas Presas da ONU – Prof. Cristiano de Souza
4.
1. A primeira parte das regras trata das matérias relativas à administração geral dos
estabelecimentos penitenciários e é aplicável a todas as categorias de reclusos, dos foros
criminal ou civil, em regime de prisão preventiva ou já condenados, incluindo os que
estejam detidos por aplicação de medidas de segurança ou que sejam objeto de medidas
de reeducação ordenadas por um juiz.
5.
1. Estas regras não têm como objetivo enquadrar a organização dos estabelecimentos para
jovens delinquentes (estabelecimentos Borstal, instituições de reeducação, etc.). Contudo,
e na generalidade, deve considerar-se que a primeira parte destas regras mínimas também
se aplica a esses estabelecimentos.
2. A categoria de jovens reclusos deve, em qualquer caso, incluir os menores que dependem
da jurisdição dos Tribunais de Menores. Como norma geral, não se deveriam condenar os
jovens delinquentes a penas de prisão.
PARTE I
Princípio básico
6.
1. As regras que se seguem devem ser aplicadas imparcialmente. Não haverá discriminação
alguma com base em raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou outra, origem
nacional ou social, meios de fortuna, nascimento ou outra condição.
2 Por outro lado, é necessário respeitar as crenças religiosas e os preceitos morais do grupo
a que pertença o recluso.
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Registro
7.
1. Em todos os locais em que haja pessoas detidas, haverá um livro oficial de registro, com
páginas numeradas, no qual serão registrados, relativamente a cada recluso:
a) A informação respeitante à sua identidade;
b) Os motivos da detenção e a autoridade competente que a ordenou;
c) O dia e a hora da sua entrada e saída.
2. Nenhuma pessoa deve ser admitida num estabelecimento penitenciário sem uma ordem
de detenção válida, cujos pormenores tenham sido previamente registrados no livro de
registro.
Separação de categorias
Locais de reclusão
9.
1. As celas ou locais destinados ao descanso notório não devem ser ocupados por mais de
um recluso. Se, por razões especiais, tais como excesso temporário de população prisional,
for necessário que a administração penitenciária central adote exceções a esta regra, deve
evitar-se que dois reclusos sejam alojados numa mesma cela ou local.
2. Quando se recorra à utilização de dormitórios, estes devem ser ocupados por reclusos
cuidadosamente escolhidos e reconhecidos como sendo capazes de serem alojados nestas
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Direitos Humanos – Regras Mínimas Para o Tratamento de Pessoas Presas da ONU – Prof. Cristiano de Souza
condições. Durante a noite, deverão estar sujeitos a uma vigilância regular, adaptada ao
tipo de estabelecimento prisional em causa.
13. As instalações de banho e ducha devem ser suficientes para que todos os reclusos possam,
quando desejem ou lhes seja exigido, tomar banho ou ducha a uma temperatura adequada
ao clima, tão freqüentemente quanto necessário à higiene geral, de acordo com a estação
do ano e a região geográfica, mas pelo menos uma vez por semana num clima temperado.
Higiene pessoal
15. Deve ser exigido a todos os reclusos que se mantenham limpos e, para este fim, ser-lhes-ão
fornecidos água e os artigos de higiene necessários à saúde e limpeza.
16. A fim de permitir aos reclusos manter um aspecto correto e preservar o respeito por si
próprios, ser-lhes-ão garantidos os meios indispensáveis para cuidar do cabelo e da barba;
os homens devem poder barbear-se regularmente.
17.
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1. Deve ser garantido vestuário adaptado às condições climatéricas e de saúde a todos
os reclusos que não estejam autorizados a usar o seu próprio vestuário. Este vestuário não
deve de forma alguma ser degradante ou humilhante.
2. Todo o vestuário deve estar limpo e ser mantido em bom estado. As roupas
interiores devem ser mudadas e lavadas tão freqüentemente quanto seja necessário para
manutenção da higiene.
3. Em circunstâncias excepcionais, sempre que um recluso obtenha licença para sair do
estabelecimento, deve ser autorizado a vestir as suas próprias roupas ou roupas que não
chamem a atenção.
18. Sempre que os reclusos sejam autorizados a utilizar o seu próprio vestuário, devem ser
tomadas disposições no momento de admissão no estabelecimento para assegurar que
este seja limpo e adequado.
19. A todos os reclusos, de acordo com padrões locais ou nacionais, deve ser fornecido um
leito próprio e roupa de cama suficiente e própria, que estará limpa quando lhes for
entregue, mantida em bom estado de conservação e mudada com a frequência suficiente
para garantir a sua limpeza.
Alimentação
20.
2. Todos os reclusos devem ter a possibilidade de se prover com água potável sempre que
necessário.
Exercício e desporto
21.
1. Todos os reclusos que não efetuam trabalho no exterior devem ter pelo menos uma hora
diária de exercício adequado ao ar livre quando o clima o permita.
2. Os jovens reclusos e outros de idade e condição física compatíveis devem receber durante o
período reservado ao exercício, educação física e recreativa. Para este fim, serão colocados
à disposição dos reclusos o espaço, instalações e equipamento adequados.
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Serviços médicos
22.
1. Cada estabelecimento penitenciário deve dispor dos serviços de pelo menos um médico
qualificado, que deverá ter alguns conhecimentos de psiquiatria. Os serviços médicos
devem ser organizados em estreita ligação com a administração geral de saúde da
comunidade ou da nação. Devem incluir um serviço de psiquiatria para o diagnóstico, e em
casos específicos, o tratamento de estados de perturbação mental.
23.
2. Quando for permitido às mães reclusas conservar os filhos consigo, devem ser tomadas
medidas para organizar um inventário dotado de pessoal qualificado, onde as crianças
possam permanecer quando não estejam ao cuidado das mães.
24. O médico deve examinar cada recluso o mais depressa possível após a sua admissão no
estabelecimento penitenciário e em seguida sempre que, necessário, com o objetivo
de detectar doenças físicas ou mentais e de tomar todas as medidas necessárias para o
respectivo tratamento; de separar reclusos suspeitos de serem portadores de doenças
infecciosas ou contagiosas; de detectar as deficiências físicas ou mentais que possam
constituir obstáculos a reinserção dos reclusos e de determinar a capacidade física de
trabalho de cada recluso.
25.
1. Ao médico compete vigiar a saúde física e mental dos reclusos. Deve visitar diariamente
todos os reclusos doentes, os que se queixem de doença e todos aqueles para os quais a
sua atenção é especialmente chamada.
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2. O médico deve apresentar relatório ao diretor, sempre que julgue que a saúde física ou
mental foi ou será desfavoravelmente afetada pelo prolongamento ou pela aplicação de
qualquer modalidade de regime de reclusão.
26.
Disciplina e sanções
27. A ordem e a disciplina devem ser mantidas com firmeza, mas sem impor mais restrições
do que as necessárias para a manutenção da segurança e da boa organização da vida
comunitária.
28.
2. Esta regra, contudo, não deve impedir o bom funcionamento de sistemas baseados
na autogestão, nos quais certas atividades ou responsabilidades sociais, educativas ou
desportivas podem ser confiadas, sob controlo, a grupos de reclusos tendo em vista o seu
tratamento.
29. Os seguintes pontos devem ser determinados por lei ou regulamentação emanada da
autoridade administrativa competente:
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30.
2. Nenhum recluso pode ser punido sem ter sido informado da infração de que é acusado
e sem que lhe seja dada uma oportunidade adequada para apresentar a sua defesa. A
autoridade competente examinará o caso exaustivamente.
3. Quando necessário e possível, o recluso deve ser autorizado a defender-se por meio de um
intérprete.
31. As penas corporais, a colocação em "segredo escuro" bem como todas as punições
cruéis, desumanas ou degradantes devem ser completamente proibidas como sanções
disciplinares.
32.
2. O mesmo se aplicará a outra qualquer sanção que possa ser prejudicial à saúde física ou
mental do recluso. Em nenhum caso devem tais sanções contrariar ou divergir do princípio
estabelecido na regra 31.
3. O médico deve visitar diariamente os reclusos submetidos a tais sanções e deve apresentar
relatório ao diretor, se considerar necessário pôr fim ou modificar a sanção por razões de
saúde física ou mental.
Instrumentos de coação
33. A sujeição a instrumentos tais como algemas, correntes, ferros e coletes de força nunca
deve ser aplicada como sanção. Mais ainda, correntes e ferros não devem ser usados como
instrumentos de coação. Quaisquer outros instrumentos de coação só podem ser utilizados
nas seguintes circunstâncias:
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a) Como medida de precaução contra uma evasão durante uma transferência, desde
que sejam retirados logo que o recluso compareça perante uma autoridade judicial ou
administrativa;
b) Por razões médicas sob indicação do médico;
c) Por ordem do diretor, depois de se terem esgotado todos os outros meios de dominar o
recluso, a fim de o impedir de causar prejuízo a si próprio ou a outros ou de causar estragos
materiais; nestes casos o diretor deve consultar o médico com urgência e apresentar
relatório à autoridade administrativa superior.
34. O modelo e o modo de utilização dos instrumentos de coação devem ser decididos pela
administração penitenciária central. A sua aplicação não deve ser prolongada para além do
tempo estritamente necessário.
35.
1. No momento da admissão, cada recluso deve receber informação escrita sobre o regime
aplicável aos reclusos da sua categoria, sobre as regras disciplinares do estabelecimento
e sobre os meios autorizados para obter informações e formular queixas; e sobre todos
os outros pontos que podem ser necessários para lhe permitir conhecer os seus direitos e
obrigações, e para se adaptar à vida do estabelecimento.
36.
1. Todo o recluso deve ter, em qualquer dia útil, a oportunidade de apresentar requerimentos
ou queixas ao diretor do estabelecimento ou ao funcionário autorizado a representá-lo.
3. Qualquer recluso deve ser autorizado a dirigir, pela via prescrita, sem censura quanto ao
fundo, mas em devida forma, requerimentos ou queixas à administração penitenciária
central, à autoridade judiciária ou a qualquer outra autoridade competente.
4. O requerimento ou queixa deve ser estudado sem demora e merecer uma resposta em
tempo útil, salvo se for manifestamente inconsistente ou desprovido de fundamento.
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37. Os reclusos devem ser autorizados, sob a necessária supervisão, a comunicar periodicamente
com as suas famílias e com amigos de boa reputação, quer por correspondência quer
através de visitas.
38.
39. Os reclusos devem ser mantidos regularmente informados das notícias mais importantes
através da leitura de jornais, periódicos ou publicações penitenciárias especiais através de
transmissões de rádio, conferências ou quaisquer outros meios semelhantes, autorizados
ou controlados pela administração.
Biblioteca
40. Cada estabelecimento penitenciário deve ter uma biblioteca para o uso de todas as
categorias de reclusos, devidamente provida com livros de recreio e de instrução e os
reclusos devem ser incentivados a utilizá-la plenamente.
Religião
41.
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3. O direito de entrar em contacto com um representante qualificado da sua religião nunca
deve ser negado a qualquer recluso. Por outro lado, se um recluso se opõe à visita de um
representante de uma religião, a sua vontade deve ser respeitada.
42. Tanto quanto possível cada recluso deve ser autorizado a satisfazer as exigências da sua
vida religiosa, assistindo aos serviços ministrados no estabelecimento e tendo na sua posse
livros de rito e prática de ensino religioso da sua confissão.
43.
1. Quando o regulamento não autorizar aos reclusos a posse de dinheiro, objetos de valor,
peças de vestuário e outros objetos que lhes pertençam, estes devem, no momento de
admissão no estabelecimento, ser guardados em lugar seguro. Deve ser elaborada uma
lista destes objetos, assinada pelo recluso. Devem ser tomadas medidas para conse rvar
estes objetos em bom estado.
2. Estes objetos e o dinheiro devem ser restituídos ao recluso no momento da sua libertação,
com exceção do dinheiro que tenha sido autorizado a gastar, dos objetos que tenham sido
enviados pelo recluso para o exterior ou das peças de vestuário que tenham sido destruídas
por razões de higiene. O recluso deve entregar recibo dos objetos e do dinheiro que lhe
tenham sido restituídos.
44.
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autorizado, quando as circunstâncias o permitirem, a ir junto dele, quer sob escolta quer
só.
3. Cada recluso deve ter o direito de informar imediatamente a sua família da sua prisão ou
da sua transferência para outro estabelecimento penitenciário.
Transferência de reclusos
45.
1. Quando os reclusos sejam transferidos de ou para outro estabelecimento, devem ser vistos
o menos possível pelo público, e devem ser tomadas medidas apropriadas para os proteger
de insultos, curiosidade e de qualquer tipo de publicidade.
Pessoal penitenciário
46.
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47.
3. Após a entrada em funções e ao longo da sua carreira, o pessoal deve conservar e melhorar
os seus conhecimentos e competências profissionais, seguindo cursos de aperfeiçoamento
organizados periodicamente.
49.
50.
1. O diretor do estabelecimento deve ser bem qualificado para a sua função, quer pelo seu
caráter, quer pelas suas competências administrativas, formação e experiência.
51.
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52.
53.
1. Nos estabelecimentos destinados a homens e mulheres, a secção das mulheres deve ser
colocada sob a direção de um funcionário do sexo feminino responsável que terá à sua
guarda todas as chaves dessa secção.
54.
1. Os funcionários dos estabelecimentos penitenciários não devem usar, nas suas relações
com os reclusos, de força, exceto em legítima defesa ou em casos de tentativa de fuga, ou
de resistência física ativa ou passiva a uma ordem baseada na lei ou nos regulamentos.
Os funcionários que tenham de recorrer à força não devem usar senão a estritamente
necessária, e devem informar imediatamente o diretor do estabelecimento penitenciário
quanto ao incidente.
Inspeção
55. Haverá uma inspeção regular dos estabelecimentos e serviços penitenciários, por
inspetores qualificados e experientes, nomeados por uma autoridade competente. É seu
dever assegurar que estes estabelecimentos sejam administrados de acordo com as leis
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e regulamentos vigentes, para prossecção dos objetivos dos serviços penitenciários e
correcionais.
PARTE II
A. Reclusos condenados
Princípios gerais
56. Os princípios gerais a seguir enunciados têm por finalidade a definição do espírito dentro
do qual os sistemas penitenciários devem ser administrados e os objetivos a que devem
tender, de acordo com a declaração feita na observação preliminar 1 do presente texto.
57. A prisão e outras medidas que resultam na separação de um criminoso do mundo exterior
são dolorosas pelo próprio fato de retirarem à pessoa o direito de autodeterminação, por
a privarem da sua liberdade. Logo, o sistema penitenciário não deve, exceto pontualmente
por razões justificáveis de segregação ou para a manutenção da disciplina, agravar o
sofrimento inerente a tal situação.
58. O fim e a justificação de uma pena de prisão ou de uma medida semelhante que priva de
liberdade é, em última instância, de proteger a sociedade contra o crime. Este fim só pode
ser atingido se o tempo de prisão for aproveitado para assegurar, tanto quanto possível,
que depois do seu regresso à sociedade, o criminoso não tenha apenas à vontade, mas
esteja apto a seguir um modo de vida de acordo com a lei e a sustentar-se a si próprio.
59. Nesta perspectiva, o regime penitenciário deve fazer apelo a todos os meios terapêuticos,
educativos, morais, espirituais e outros e a todos os meios de assistência de que pode
dispor, procurando aplicá-los segundo as necessidades do tratamento individual dos
delinquentes.
60.
1) O regime do estabelecimento deve procurar reduzir as diferenças que podem existir entre
a vida na prisão e a vida em liberdade na medida em que essas diferenças tendam a esbater
o sentido de responsabilidade do detido ou o respeito pela dignidade da sua pessoa.
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2. Antes do termo da execução de uma pena ou de uma medida é desejável que sejam
adotadas as medidas necessárias a assegurar ao recluso um regresso progressivo à
vida na sociedade. Este objetivo poderá ser alcançado, consoante os casos, por um
regime preparatório da libertação, organizado no próprio estabelecimento ou em outro
estabelecimento adequado, ou por uma libertação condicional sob um controlo que não
deve caber à polícia, mas que comportará uma assistência social.
61. O tratamento não deve acentuar a exclusão dos reclusos da sociedade, mas sim fazê-los
compreender que eles continuam fazendo parte dela. Para este fim, há que recorrer, na
medida do possível, à cooperação de organismos da comunidade destinados a auxiliar o
pessoal do estabelecimento na sua função de reabilitação das pessoas. Assistentes sociais
colaborando com cada estabelecimento devem ter por missão a manutenção e a melhoria
das relações do recluso com a sua família e com os organismos sociais que podem ser-lhe
úteis. Devem adoptar-se medidas tendo em vista a salvaguarda, de acordo com a lei e a
pena imposta, dos direitos civis, dos direitos em matéria de segurança social e de outros
benefícios sociais dos reclusos.
63.
2. Estes estabelecimentos não devem possuir o mesmo grau de segurança para cada grupo.
É desejável prever graus de segurança consoante as necessidades dos diferentes grupos.
Os estabelecimentos abertos, pelo próprio fato de não preverem medidas de segurança
física contra as evasões, mas remeterem neste domínio à autodisciplina dos reclusos, dão a
reclusos cuidadosamente escolhidos as condições mais favoráveis à sua reabilitação.
4. Por outro lado, não é desejável manter estabelecimentos demasiado pequenos para se
poder organizar neles um regime conveniente.
64. O dever da sociedade não cessa com a libertação de um recluso. Seria por isso necessário
dispor de organismos governamentais ou privados capazes de trazer ao recluso colocado
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em liberdade um auxílio pós-penitenciário eficaz, tendente a diminuir os preconceitos a
seu respeito e permitindo-lhe a sua reinserção na sociedade.
Tratamento
65. O tratamento das pessoas condenadas a uma pena ou medida privativa de liberdade deve
ter por objetivo, na medida em que o permitir a duração da condenação, criar nelas à
vontade e as aptidões que as tornem capazes, após a sua libertação, de viver no respeito
da lei e de prover às suas necessidades. Este tratamento deve incentivar o respeito por si
próprias e desenvolver o seu sentido da responsabilidade.
66.
1. Para este fim, há que recorrer nomeadamente à assistência religiosa nos países em que seja
possível, à instrução, à orientação e à formação profissionais, aos métodos de assistência
social individual, ao aconselhamento relativo ao emprego, ao desenvolvimento físico e à
educação moral, de acordo com as necessidades de cada recluso. Há que ter em conta o
passado social e criminal do condenado, as suas capacidades e aptidões físicas e mentais, as
suas disposições pessoais, a duração da condenação e as perspectivas da sua reabilitação.
2. Para cada recluso condenado a uma pena ou a uma medida de certa duração, o diretor do
estabelecimento deve receber, no mais breve trecho após a admissão do recluso, relatórios
completos sobre os diferentes aspectos referidos no número anterior. Estes relatórios
devem sempre compreender um relatório de um médico, se possível especializado em
psiquiatria, sobre a condição física e mental do recluso.
3. Os relatórios e outros elementos pertinentes devem ser colocados num arquivo individual.
Este arquivo deve ser atualizado e classificado de modo a poder ser consultado pelo pessoal
responsável sempre que necessário.
Classificação e individualização
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69. Assim que possível depois da admissão e depois de um estudo da personalidade de cada
recluso condenado a uma pena ou a uma medida de uma certa duração deve ser preparado
um programa de tratamento que lhe seja destinado, à luz dos dados de que se dispõe sobre
as suas necessidades individuais, as suas capacidades e o seu estado de espírito.
Privilégios
Trabalho
71.
3. Deve ser dado trabalho suficiente de natureza útil aos reclusos de modo a conservá-los
ativos durante o dia normal de trabalho.
4. Tanto quanto possível, o trabalho proporcionado deve ser de natureza que mantenha
ou aumente as capacidades dos reclusos para ganharem honestamente a vida depois de
libertados.
5. Deve ser proporcionado treino profissional em profissões úteis aos reclusos que dele tirem
proveito, e especialmente a jovens reclusos.
6. Dentro dos limites compatíveis com uma seleção profissional apropriada e com as
exigências da administração e disciplina penitenciária, os reclusos devem poder escolher o
tipo de trabalho que querem fazer.
72.
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2. No entanto o interesse dos reclusos e da sua formação profissional não deve ser
subordinado ao desejo de realizar um benefício por meio do trabalho penitenciário.
73.
2. Quando os reclusos forem empregues para trabalho não controlado pela administração,
devem ser sempre colocados sob vigilância do pessoal penitenciário. Salvo nos casos em
que o trabalho seja efetuado por outros departamentos do Estado, as pessoas às quais esse
trabalho seja prestado devem pagar à administração a remuneração normal exigível para
esse trabalho, tendo, todavia em conta a remuneração auferida pelos reclusos.
74.
2. Devem ser adotadas disposições para indenizar os reclusos dos acidentes de trabalho e
doenças profissionais, nas mesmas condições que a lei concede aos trabalhadores em
liberdade.
75.
1. As horas diárias e semanais máximas de trabalho dos reclusos devem ser fixadas por lei
ou por regulamento administrativo, tendo em consideração regras ou costumes locais
respeitantes ao trabalho dos trabalhadores em liberdade.
2. As horas devem ser fixadas de modo a deixar um dia de descanso semanal e tempo
suficiente para educação e para outras atividades necessárias como parte do tratamento e
reinserção dos reclusos.
76.
2. O regulamento deve permitir aos reclusos a utilização de pelo menos uma parte da sua
remuneração para adquirir objetos autorizados destinados ao seu uso pessoal e para enviar
outra parte à sua família.
3) O regulamento deve prever igualmente que uma parte da remuneração seja reservada
pela administração de modo a constituir uma poupança que será entregue ao recluso no
momento da sua colocação em liberdade.
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Direitos Humanos – Regras Mínimas Para o Tratamento de Pessoas Presas da ONU – Prof. Cristiano de Souza
Educação e recreio
77.
2. Tanto quanto for possível, a educação dos reclusos deve estar integrada no sistema
educacional do país, para que depois da sua libertação possam continuar, sem dificuldades,
a sua educação.
79. Deve ser prestada atenção especial à manutenção e melhoramento das relações entre o
recluso e a sua família, que se mostrem de maior vantagem para ambos.
81.
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B. Reclusos alienados e doentes mentais
82.
1. Os reclusos alienados não devem estar detidos em prisões, devendo ser tomadas medidas
para os transferir para estabelecimentos para doentes mentais o mais depressa possível.
2. Os reclusos que sofrem de outras doenças ou anomalias mentais devem ser examinados e
tratados em instituições especializadas sob vigilância médica.
3. Durante a sua estada na prisão, tais reclusos serão postos sob especial supervisão de um
médico.
83. É desejável que sejam adotadas disposições, de acordo com os organismos competentes,
para que o tratamento psiquiátrico seja mantido, se necessário, depois da colocação em
liberdade e que uma assistência social pós-penitenciária de natureza psiquiátrica seja
assegurada.
84.
1. Os detidos ou presos em virtude de lhes ser imputada à prática de uma infração penal quer
estejam detidos sob custódia da polícia, quer num estabelecimento penitenciário, mas
que ainda não foram julgados e condenados, são a seguir designados por "preventivos não
julgados" nas disposições seguintes.
3. Sem prejuízo das disposições legais sobre a proteção da liberdade individual ou que
prescrevem os trâmites a ser observados em relação a preventivos, estes reclusos devem
beneficiar de um regime especial cujos elementos essenciais são os seguintes.
85.
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2. Os jovens preventivos devem ser mantidos separados dos adultos e ser, em princípio,
detidos em estabelecimentos penitenciários separados.
86. Os preventivos dormirão sós em quartos separados sob reserva de diferente costume local
relativo ao clima.
87. Dentro dos limites compatíveis com a boa ordem do estabelecimento, os preventivos
podem, se o desejarem, mandar vir alimentação do exterior a expensas próprias, quer
através da administração, quer através da sua família ou amigos. Caso contrário à
administração deve fornecer-lhes a alimentação.
88.
1. O preventivo é autorizado a usar a sua própria roupa se estiver limpa e for adequada.
89. Será sempre dada ao preventivo oportunidade para trabalhar, mas não lhe será exigido
trabalhar. Se optar por trabalhar, será remunerado.
90. O preventivo deve ser autorizado a obter a expensas próprias ou a expensas de terceiros,
livros, jornais, material para escrever e outros meios de ocupação compatíveis com os
interesses da administração da justiça e a segurança e boa ordem do estabelecimento.
91. O preventivo deve ser autorizado a ser visitado e tratado pelo seu médico pessoal ou
dentista se existir motivo razoável para o seu pedido e puder pagar quaisquer despesas em
que incorrer.
92. O preventivo deve ser autorizado a informar imediatamente a sua família da detenção
e devem ser-lhe dadas todas as facilidades razoáveis para comunicar com a sua família
e amigos e para receber as suas visitas sob reserva apenas das restrições e supervisão
necessárias aos interesses da administração da justiça e à segurança e boa ordem do
estabelecimento.
93. Para efeitos de defesa, o preventivo deve ser autorizado a pedir a designação de um
defensor oficioso, onde tal assistência exista, e a receber visitas do seu advogado com
vista à sua defesa, bem como a preparar e entregar-lhe instruções confidenciais. Para estes
efeitos ser-lhe-á dado, se assim o desejar, material de escrita. As entrevistas entre o recluso
e o seu advogado podem ser vistas, mas não ouvidas por um funcionário da polícia ou do
estabelecimento.
www.acasadoconcurseiro.com.br 343
D. Condenados por dívidas ou a prisão civil
94. Nos países cuja legislação prevê a prisão por dívidas ou outras formas de prisão
pronunciadas por decisão judicial na sequência de processo que não tenha natureza penal,
estes reclusos não devem ser submetidos a maiores restrições nem ser tratados com maior
severidade do que for necessário para manter a segurança e a ordem. O seu tratamento
não deve ser menos favorável do que o dos preventivos, sob reserva, porém, da eventual
obrigação de trabalhar.
95. Sem prejuízo das regras contidas no artigo 9 do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis
e Políticos, deve ser concedida às pessoas detidas ou presas sem acusação à proteção
conferida nos termos da Parte I e da secção C da Parte II. As disposições relevantes da secção
A da Parte II serão igualmente aplicáveis sempre que a sua aplicação possa beneficiar esta
categoria especial de reclusos, desde que não seja tomada nenhuma medida implicando
que a reeducação ou a reinserção é de algum modo adequada a pessoas não condenadas
por uma infração penal.
(37) A/CONF/6/1, anexo I, A. Publicação das Nações Unidas, número de venda 1956.IV.4.
A presente tradução seguiu parcialmente uma anterior versão em língua portuguesa, publicada
pelo Centro dos Direitos do Homem das Nações Unidas (publicação GE.9415440).
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Direitos Humanos
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c) Diretriz 13: Prevenção da violência e a) Diretriz 23: Reconhecimento da memória
da criminalidade e profissionalização da e da verdade como Direito Humano da
investigação de atos criminosos; cidadania e dever do Estado;
d) Diretriz 14: Combate à violência b) Diretriz 24: Preservação da memória
institucional, com ênfase na erradicação da histórica e construção pública da verdade; e
tortura e na redução da letalidade policial e c) Diretriz 25: Modernização da legislação
carcerária; relacionada com promoção do direito
e) Diretriz 15: Garantia dos direitos das à memória e à verdade, fortalecendo a
vítimas de crimes e de proteção das pessoas democracia.
ameaçadas; Parágrafo único. A implementação do
f) Diretriz 16: Modernização da política de PNDH-3, além dos responsáveis nele
execução penal, priorizando a aplicação de indicados, envolve parcerias com outros
penas e medidas alternativas à privação órgãos federais relacionados com os temas
de liberdade e melhoria do sistema tratados nos eixos orientadores e suas
penitenciário; e diretrizes.
g) Diretriz 17: Promoção de sistema de Art. 3o As metas, prazos e recursos necessários
justiça mais acessível, ágil e efetivo, para para a implementação do PNDH-3 serão
o conhecimento, a garantia e a defesa de definidos e aprovados em Planos de Ação de
direitos; Direitos Humanos bianuais.
V − Eixo Orientador V: Educação e Cultura Art. 4o Fica instituído o Comitê de
em Direitos Humanos: Acompanhamento e Monitoramento do PNDH-
a) Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos 3, com a finalidade de:
princípios da política nacional de educação I − promover a articulação entre os órgãos
em Direitos Humanos para fortalecer uma e entidades envolvidos na implementação
cultura de direitos; das suas ações programáticas;
b) Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios II − elaborar os Planos de Ação dos Direitos
da democracia e dos Direitos Humanos Humanos;
nos sistemas de educação básica, nas III − estabelecer indicadores para o
instituições de ensino superior e nas acompanhamento, monitoramento e
instituições formadoras; avaliação dos Planos de Ação dos Direitos
c) Diretriz 20: Reconhecimento da educação Humanos;
não formal como espaço de defesa e IV − acompanhar a implementação das
promoção dos Direitos Humanos; ações e recomendações; e
d) Diretriz 21: Promoção da Educação em V − elaborar e aprovar seu regimento
Direitos Humanos no serviço público; e interno.
e) Diretriz 22: Garantia do direito à § 1o O Comitê de Acompanhamento e
comunicação democrática e ao acesso Monitoramento do PNDH-3 será integrado
à informação para consolidação de uma por um representante e respectivo suplente
cultura em Direitos Humanos; e de cada órgão a seguir descrito, indicados
VI − Eixo Orientador VI: Direito à Memória e pelos respectivos titulares:
à Verdade: I − Secretaria Especial dos Direitos Humanos
da Presidência da República, que o
coordenará;
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Programa nacional de direitos humanos - DECRETO Nº 7.037, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2009 – Prof. Cristiano de Souza
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Anexo
Eixo Orientador I:
•• Interação democrática entre Estado e sociedade civil
A partir da metade dos anos 1970, começam a ressurgir no Brasil iniciativas de rearticulação
dos movimentos sociais, a despeito da repressão política e da ausência de canais democráticos
de participação. Fortes protestos e a luta pela democracia marcaram esse período.
Paralelamente, surgiram iniciativas populares nos bairros reivindicando direitos básicos como
saúde, transporte, moradia e controle do custo de vida. Em um primeiro momento, eram
iniciativas atomizadas, buscando conquistas parciais, mas que ao longo dos anos foram se
caracterizando como movimentos sociais organizados.
Com o avanço da democratização do País, os movimentos sociais multiplicaram-se. Alguns
deles institucionalizaram-se e passaram a ter expressão política. Os movimentos populares e
sindicatos foram, no caso brasileiro, os principais promotores da mudança e da ruptura política
em diversas épocas e contextos históricos. Com efeito, durante a etapa de elaboração da
Constituição Cidadã de 1988, esses segmentos atuaram de forma especialmente articulada,
afirmando-se como um dos pilares da democracia e influenciando diretamente os rumos do
País.
Nos anos que se seguiram, os movimentos passaram a se consolidar por meio de redes com
abrangência regional ou nacional, firmando-se como sujeitos na formulação e monitoramento
das políticas públicas. Nos anos 1990, desempenharam papel fundamental na resistência
a todas as orientações do neoliberalismo de flexibilização dos direitos sociais, privatizações,
dogmatismo do mercado e enfraquecimento do Estado. Nesse mesmo período, multiplicaram-
se pelo País experiências de gestão estadual e municipal em que lideranças desses movimentos,
em larga escala, passaram a desempenhar funções de gestores públicos.
Com as eleições de 2002, alguns dos setores mais organizados da sociedade trouxeram
reivindicações históricas acumuladas, passando a influenciar diretamente a atuação do governo
e vivendo de perto suas contradições internas.
Nesse novo cenário, o diálogo entre Estado e sociedade civil assumiu especial relevo, com
a compreensão e a preservação do distinto papel de cada um dos segmentos no processo de
gestão. A interação é desenhada por acordos e dissensos, debates de idéias e pela deliberação
em torno de propostas. Esses requisitos são imprescindíveis ao pleno exercício da democracia,
cabendo à sociedade civil exigir, pressionar, cobrar, criticar, propor e fiscalizar as ações do
Estado.
Essa concepção de interação democrática construída entre os diversos órgãos do Estado e
a sociedade civil trouxe consigo resultados práticos em termos de políticas públicas e avanços
na interlocução de setores do poder público com toda a diversidade social, cultural, étnica e
regional que caracteriza os movimentos sociais em nosso País. Avançou-se fundamentalmente
na compreensão de que os Direitos Humanos constituem condição para a prevalência da
dignidade humana, e que devem ser promovidos e protegidos por meio do esforço conjunto do
Estado e da sociedade civil.
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para os Direitos Humanos como “Instituição Nacional Brasileira”, como primeiro passo
rumo à adoção plena dos “Princípios de Paris”.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério das Relações Exteriores
b) Fomentar a criação e o fortalecimento dos conselhos de Direitos Humanos em todos os
Estados e Municípios e no Distrito Federal, bem como a criação de programas estaduais de
Direitos Humanos.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
c) Criar mecanismos que permitam ação coordenada entre os diversos conselhos de direitos,
nas três esferas da Federação, visando a criação de agenda comum para a implementação
de políticas públicas de Direitos Humanos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República,
Secretaria-Geral da Presidência da República
d) Criar base de dados dos conselhos nacionais, estaduais, distrital e municipais, garantindo
seu acesso ao público em geral.
Responsáveis: Secretaria-Geral da Presidência da República; Secretaria Especial dos
Direitos Humanos da Presidência da República
e) Apoiar fóruns, redes e ações da sociedade civil que fazem acompanhamento, controle
social e monitoramento das políticas públicas de Direitos Humanos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Secretaria-Geral da Presidência da República
f) Estimular o debate sobre a regulamentação e efetividade dos instrumentos de participação
social e consulta popular, tais como lei de iniciativa popular, referendo, veto popular e
plebiscito.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Secretaria-Geral da Presidência da República
g) Assegurar a realização periódica de conferências de Direitos Humanos, fortalecendo a
interação entre a sociedade civil e o poder público.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Objetivo estratégico II:
Ampliação do controle externo dos órgãos públicos.
Ações programáticas:
a) Ampliar a divulgação dos serviços públicos voltados para a efetivação dos Direitos Humanos,
em especial nos canais de transparência.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
b) Propor a instituição da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, em substituição à
Ouvidoria-Geral da Cidadania, com independência e autonomia política, com mandato e
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indicação pelo Conselho Nacional dos Direitos Humanos, assegurando recursos humanos,
materiais e financeiros para seu pleno funcionamento.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
c) Fortalecer a estrutura da Ouvidoria Agrária Nacional.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Agrário
Diretriz 2: Fortalecimento dos Direitos Humanos como instrumento transversal das políticas
públicas e de interação democrática.
Objetivo estratégico I:
Promoção dos Direitos Humanos como princípios orientadores das políticas públicas e das
relações internacionais.
Ações programáticas:
a) Considerar as diretrizes e objetivos estratégicos do PNDH-3 nos instrumentos de
planejamento do Estado, em especial no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias
e na Lei Orçamentária Anual.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Secretaria-Geral da Presidência da República; Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
b) Propor e articular o reconhecimento do status constitucional de instrumentos internacionais
de Direitos Humanos novos ou já existentes ainda não ratificados.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Justiça; Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República
c) Construir e aprofundar agenda de cooperação multilateral em Direitos Humanos que
contemple prioritariamente o Haiti, os países lusófonos do continente africano e o Timor-
Leste.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério das Relações Exteriores
d) Aprofundar a agenda Sul-Sul de cooperação bilateral em Direitos Humanos que contemple
prioritariamente os países lusófonos do continente africano, o Timor-Leste, Caribe e a
América Latina.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério das Relações Exteriores
Objetivo estratégico II:
Fortalecimento dos instrumentos de interação democrática para a promoção dos Direitos
Humanos.
Ações programáticas:
a) Criar o Observatório Nacional dos Direitos Humanos para subsidiar, com dados e
informações, o trabalho de monitoramento das políticas públicas e de gestão governamental
e sistematizar a documentação e legislação, nacionais e internacionais, sobre Direitos
Humanos.
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Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
b) Estimular e reconhecer pessoas e entidades com destaque na luta pelos Direitos Humanos
na sociedade brasileira e internacional, com a concessão de premiação, bolsas e outros
incentivos, na forma da legislação aplicável.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério das Relações Exteriores
c) Criar selo nacional “Direitos Humanos”, a ser concedido às entidades públicas e privadas
que comprovem atuação destacada na defesa e promoção dos direitos fundamentais.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Justiça
Diretriz 3: Integração e ampliação dos sistemas de informação em Direitos Humanos e
construção de mecanismos de avaliação e monitoramento de sua efetivação.
Objetivo estratégico I:
Desenvolvimento de mecanismos de controle social das políticas públicas de Direitos Humanos,
garantindo o monitoramento e a transparência das ações governamentais.
Ações programáticas:
a) Instituir e manter sistema nacional de indicadores em Direitos Humanos, de forma
articulada com os órgãos públicos e a sociedade civil.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
b) Integrar os sistemas nacionais de informações para elaboração de quadro geral sobre a
implementação de políticas públicas e violações aos Direitos Humanos.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
c) Articular a criação de base de dados com temas relacionados aos Direitos Humanos.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
d) Utilizar indicadores em Direitos Humanos para mensurar demandas, monitorar, avaliar,
reformular e propor ações efetivas.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República; Secretaria
Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República; Ministério
da Saúde; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da Justiça;
Ministério das Cidades; Ministério do Meio Ambiente; Ministério da Cultura; Ministério do
Turismo; Ministério do Esporte; Ministério do Desenvolvimento Agrário
e) Propor estudos visando a criação de linha de financiamento para a implementação de
institutos de pesquisa e produção de estatísticas em Direitos Humanos nos Estados.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
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Eixo Orientador II:
Desenvolvimento e Direitos Humanos
O tema “desenvolvimento” tem sido amplamente debatido por ser um conceito complexo
e multidisciplinar. Não existe modelo único e preestabelecido de desenvolvimento, porém,
pressupõe-se que ele deva garantir a livre determinação dos povos, o reconhecimento de
soberania sobre seus recursos e riquezas naturais, respeito pleno à sua identidade cultural e a
busca de equidade na distribuição das riquezas.
Durante muitos anos, o crescimento econômico, medido pela variação anual do Produto
Interno Bruto (PIB), foi usado como indicador relevante para medir o avanço de um país.
Acreditava-se que, uma vez garantido o aumento de bens e serviços, sua distribuição ocorreria
de forma a satisfazer as necessidades de todas as pessoas. Constatou-se, porém, que, embora
importante, o crescimento do PIB não é suficiente para causar, automaticamente, melhoria do
bem estar para todas as camadas sociais. Por isso, o conceito de desenvolvimento foi adotado
por ser mais abrangente e refletir, de fato, melhorias nas condições de vida dos indivíduos.
A teoria predominante de desenvolvimento econômico o define como um processo que faz
aumentar as possibilidades de acesso das pessoas a bens e serviços, propiciadas pela expansão
da capacidade e do âmbito das atividades econômicas. O desenvolvimento seria a medida
qualitativa do progresso da economia de um país, refletindo transições de estágios mais baixos
para estágios mais altos, por meio da adoção de novas tecnologias que permitem e favorecem
essa transição. Cresce nos últimos anos a assimilação das idéias desenvolvidas por Amartya
Sem, que abordam o desenvolvimento como liberdade e seus resultados centrados no bem
estar social e, por conseguinte, nos direitos do ser humano.
São essenciais para o desenvolvimento as liberdades e os direitos básicos como
alimentação, saúde e educação. As privações das liberdades não são apenas resultantes da
escassez de recursos, mas sim das desigualdades inerentes aos mecanismos de distribuição,
da ausência de serviços públicos e de assistência do Estado para a expansão das escolhas
individuais. Este conceito de desenvolvimento reconhece seu caráter pluralista e a tese de
que a expansão das liberdades não representa somente um fim, mas também o meio para seu
alcance. Em consequência, a sociedade deve pactuar as políticas sociais e os direitos coletivos
de acesso e uso dos recursos. A partir daí, a medição de um índice de desenvolvimento humano
veio substituir a medição de aumento do PIB, uma vez que o Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) combina a riqueza per capita indicada pelo PIB aos aspectos de educação
e expectativa de vida, permitindo, pela primeira vez, uma avaliação de aspectos sociais não
mensurados pelos padrões econométricos.
No caso do Brasil, por muitos anos o crescimento econômico não levou à distribuição
justa de renda e riqueza, mantendo-se elevados índices de desigualdade. As ações de Estado
voltadas para a conquista da igualdade socioeconômica requerem ainda políticas permanentes,
de longa duração, para que se verifique a plena proteção e promoção dos Direitos Humanos. É
necessário que o modelo de desenvolvimento econômico tenha a preocupação de aperfeiçoar
os mecanismos de distribuição de renda e de oportunidades para todos os brasileiros, bem
como incorpore os valores de preservação ambiental. Os debates sobre as mudanças climáticas
e o aquecimento global, gerados pela preocupação com a maneira com que os países vêm
explorando os recursos naturais e direcionando o progresso civilizatório, está na agenda
do dia. Esta discussão coloca em questão os investimentos em infraestrutura e modelos de
desenvolvimento econômico na área rural, baseados, em grande parte, no agronegócio, sem
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a preocupação com a potencial violação dos direitos de pequenos e médios agricultores e das
populações tradicionais.
O desenvolvimento pode ser garantido se as pessoas forem protagonistas do processo,
pressupondo a garantia de acesso de todos os indivíduos aos direitos econômicos, sociais,
culturais e ambientais, e incorporando a preocupação com a preservação e a sustentabilidade
como eixos estruturantes de proposta renovada de progresso. Esses direitos têm como foco a
distribuição da riqueza, dos bens e serviços.
Todo esse debate traz desafios para a conceituação sobre os Direitos Humanos no sentido
de incorporar o desenvolvimento como exigência fundamental. A perspectiva dos Direitos
Humanos contribui para redimensionar o desenvolvimento. Motiva a passar da consideração
de problemas individuais a questões de interesse comum, de bem-estar coletivo, o que alude
novamente o Estado e o chama à corresponsabilidade social e à solidariedade.
Ressaltamos que a noção de desenvolvimento está sendo amadurecida como parte de
um debate em curso na sociedade e no governo, incorporando a relação entre os direitos
econômicos, sociais, culturais e ambientais, buscando a garantia do acesso ao trabalho, à saúde,
à educação, à alimentação, à vida cultural, à moradia adequada, à previdência, à assistência
social e a um meio ambiente sustentável. A inclusão do tema Desenvolvimento e Direitos
Humanos na 11a Conferência Nacional reforçou as estratégias governamentais em sua proposta
de desenvolvimento.
Assim, este capítulo do PNDH-3 propõe instrumentos de avanço e reforça propostas para
políticas públicas de redução das desigualdades sociais concretizadas por meio de ações de
transferência de renda, incentivo à economia solidária e ao cooperativismo, à expansão da
reforma agrária, ao fomento da aquicultura, da pesca e do extrativismo e da promoção do
turismo sustentável.
O PNDH-3 inova ao incorporar o meio ambiente saudável e as cidades sustentáveis
como Direitos Humanos, propõe a inclusão do item “direitos ambientais” nos relatórios
de monitoramento sobre Direitos Humanos e do item “Direitos Humanos” nos relatórios
ambientais, assim como fomenta pesquisas de tecnologias socialmente inclusivas.
Nos projetos e empreendimentos com grande impacto socioambiental, o PNDH-3 garante
a participação efetiva das populações atingidas, assim como prevê ações mitigatórias e
compensatórias. Considera fundamental fiscalizar o respeito aos Direitos Humanos nos projetos
implementados pelas empresas transnacionais, bem como seus impactos na manipulação das
políticas de desenvolvimento. Nesse sentido, avalia como importante mensurar o impacto da
biotecnologia aplicada aos alimentos, da nanotecnologia, dos poluentes orgânicos persistentes,
metais pesados e outros poluentes inorgânicos em relação aos Direitos Humanos.
Alcançar o desenvolvimento com Direitos Humanos é capacitar as pessoas e as comunidades
a exercerem a cidadania, com direitos e responsabilidades. É incorporar, nos projetos, a própria
população brasileira, por meio de participação ativa nas decisões que afetam diretamente
suas vidas. É assegurar a transparência dos grandes projetos de desenvolvimento econômico
e mecanismos de compensação para a garantia dos Direitos Humanos das populações
diretamente atingidas.
Por fim, este PNDH-3 reforça o papel da equidade no Plano Plurianual, como instrumento
de garantia de priorização orçamentária de programas sociais.
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Diretriz 4: Efetivação de modelo de desenvolvimento sustentável, com inclusão social
e econômica, ambientalmente equilibrado e tecnologicamente responsável, cultural e
regionalmente diverso, participativo e não discriminatório.
Objetivo estratégico I:
Implementação de políticas públicas de desenvolvimento com inclusão social.
Ações programáticas:
a) Ampliar e fortalecer as políticas de desenvolvimento social e de combate à fome, visando a
inclusão e a promoção da cidadania, garantindo a segurança alimentar e nutricional, renda
mínima e assistência integral às famílias.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
b) Expandir políticas públicas de geração e transferência de renda para erradicação da extrema
pobreza e redução da pobreza.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
c) Apoiar projetos de desenvolvimento sustentável local para redução das desigualdades inter
e intrarregionais e o aumento da autonomia e sustentabilidade de espaços sub-regionais.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério do Desenvolvimento Agrário
d) Avançar na implantação da reforma agrária, como forma de inclusão social e acesso aos
direitos básicos, de forma articulada com as políticas de saúde, educação, meio ambiente e
fomento à produção alimentar.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Agrário
e) Incentivar as políticas públicas de economia solidária, de cooperativismo e associativismo e
de fomento a pequenas e micro empresas.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério do Desenvolvimento Agrário;
Ministério das Cidades; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
f) Fortalecer políticas públicas de apoio ao extrativismo e ao manejo florestal comunitário
ambientalmente sustentáveis.
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério do Desenvolvimento Agrário;
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
g) Fomentar o debate sobre a expansão de plantios de monoculturas que geram impacto no
meio ambiente e na cultura dos povos e comunidades tradicionais, tais como eucalipto,
cana-de-açúcar, soja, e sobre o manejo florestal, a grande pecuária, mineração, turismo e
pesca.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
h) Erradicar o trabalho infantil, bem como todas as formas de violência e exploração sexual
de crianças e adolescentes nas cadeias produtivas, com base em códigos de conduta e no
Estatuto da Criança e do Adolescente.
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Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior
b) Fortalecer a agricultura familiar camponesa e a pesca artesanal, com ampliação do crédito,
do seguro, da assistência técnica, extensão rural e da infraestrutura para comercialização.
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério da Pesca e Aquicultura
c) Garantir pesquisa e programas voltados à agricultura familiar e pesca artesanal, com base
nos princípios da agroecologia.
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério do Meio Ambiente;
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Ministério da Pesca e Aquicultura;
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
d) Fortalecer a legislação e a fiscalização para evitar a contaminação dos alimentos e danos à
saúde e ao meio ambiente causados pelos agrotóxicos.
Responsáveis: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Ministério do Meio
Ambiente; Ministério da Saúde; Ministério do Desenvolvimento Agrário
e) Promover o debate com as instituições de ensino superior e a sociedade civil para a
implementação de cursos e realização de pesquisas tecnológicas voltados à temática
socioambiental, agroecologia e produção orgânica, respeitando as especificidades de cada
região.
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério do Desenvolvimento Agrário
Objetivo estratégico III:
Fomento à pesquisa e à implementação de políticas para o desenvolvimento de tecnologias
socialmente inclusivas, emancipatórias e ambientalmente sustentáveis.
Ações programáticas:
a) Adotar tecnologias sociais de baixo custo e fácil aplicabilidade nas políticas e ações públicas
para a geração de renda e para a solução de problemas socioambientais e de saúde pública.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério do Desenvolvimento Social
e Combate à Fome; Ministério do Meio Ambiente; Ministério do Desenvolvimento Agrário;
Ministério da Saúde
b) Garantir a aplicação do princípio da precaução na proteção da agrobiodiversidade e da
saúde, realizando pesquisas que avaliem os impactos dos transgênicos no meio ambiente e
na saúde.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do Meio Ambiente; Ministério de Ciência e
Tecnologia
c) Fomentar tecnologias alternativas para substituir o uso de substâncias danosas à saúde
e ao meio ambiente, como poluentes orgânicos persistentes, metais pesados e outros
poluentes inorgânicos.
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Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Meio Ambiente; Secretaria de
Relações Institucionais da Presidência da República
e) Fortalecer a política de coleta, reaproveitamento, triagem, reciclagem e a destinação
seletiva de resíduos sólidos e líquidos, com a organização de cooperativas de reciclagem,
que beneficiem as famílias dos catadores.
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério do Meio Ambiente
f) Fomentar políticas e ações públicas voltadas à mobilidade urbana sustentável.
Responsável: Ministério das Cidades
g) Considerar na elaboração de políticas públicas de desenvolvimento urbano os impactos na
saúde pública.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério das Cidades
h) Fomentar políticas públicas de apoio às organizações de catadores de materiais recicláveis,
visando à disponibilização de áreas e prédios desocupados pertencentes à União, a fim de
serem transformados em infraestrutura produtiva para essas organizações.
Responsáveis: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; Ministério das Cidades;
Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
i) Estimular a produção de alimentos de forma comunitária, com uso de tecnologias de bases
agroecológicas, em espaços urbanos e periurbanos ociosos e fomentar a mobilização
comunitária para a implementação de hortas, viveiros, pomares, canteiros de ervas
medicinais, criação de pequenos animais, unidades de processamento e beneficiamento
agroalimentar, feiras e mercados públicos populares.
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Diretriz 5: Valorização da pessoa humana como sujeito central do processo de desenvolvimento.
Objetivo estratégico I:
Garantia da participação e do controle social nas políticas públicas de desenvolvimento com
grande impacto socioambiental.
Ações programáticas:
a) Fortalecer ações que valorizem a pessoa humana como sujeito central do desenvolvimento,
enfrentando o quadro atual de injustiça ambiental que atinge principalmente as populações
mais pobres.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério do Meio Ambiente
b) Assegurar participação efetiva da população na elaboração dos instrumentos de gestão
territorial e na análise e controle dos processos de licenciamento urbanístico e ambiental
de empreendimentos de impacto, especialmente na definição das ações mitigadoras e
compensatórias por impactos sociais e ambientais.
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público como critério para a contratação e financiamento de empresas.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
d) Regulamentar a taxação do imposto sobre grandes fortunas previsto na Constituição.
Responsáveis: Ministério da Fazenda; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
e) Ampliar a adesão de empresas ao compromisso de responsabilidade social e Direitos
Humanos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Objetivo estratégico III:
Fortalecimento dos direitos econômicos por meio de políticas públicas de defesa da
concorrência e de proteção do consumidor.
Ações programáticas:
a) Garantir o acesso universal a serviços públicos essenciais de qualidade.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério da Educação; Ministério de Minas e Energia;
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério das Cidades
b) Fortalecer o sistema brasileiro de defesa da concorrência para coibir condutas
anticompetitivas e concentradoras de renda.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Fazenda
c) Garantir o direito à informação do consumidor, fortalecendo as ações de acompanhamento
de mercado, inclusive a rotulagem dos transgênicos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
d) Fortalecer o combate à fraude e a avaliação da conformidade dos produtos e serviços no
mercado.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior
Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais como Direitos Humanos, incluindo as
gerações futuras como sujeitos de direitos.
Objetivo estratégico I:
Afirmação dos direitos ambientais como Direitos Humanos.
Ações programáticas:
a) Incluir o item Direito Ambiental nos relatórios de monitoramento dos Direitos Humanos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério do Meio Ambiente
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b) Incluir o tema dos Direitos Humanos nos instrumentos e relatórios dos órgãos ambientais.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério do Meio Ambiente
c) Assegurar a proteção dos direitos ambientais e dos Direitos Humanos no Código Florestal.
Responsável: Ministério do Meio Ambiente
d) Implementar e ampliar políticas públicas voltadas para a recuperação de áreas degradadas
e áreas de desmatamento nas zonas urbanas e rurais.
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério das Cidades
e) Fortalecer ações que estabilizem a concentração de gases de efeito estufa em nível
que permita a adaptação natural dos ecossistemas à mudança do clima, controlando a
interferência das atividades humanas (antrópicas) no sistema climático.
Responsável: Ministério do Meio Ambiente
f) Garantir o efetivo acesso a informação sobre a degradação e os riscos ambientais, e
ampliar e articular as bases de informações dos entes federados e produzir informativos
em linguagem acessível.
Responsável: Ministério do Meio Ambiente
g) Integrar os atores envolvidos no combate ao trabalho escravo nas operações correntes de
fiscalização ao desmatamento e ao corte ilegal de madeira.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério do Meio Ambiente
Eixo Orientador III:
Universalizar direitos em um contexto de desigualdades
A Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma em seu preâmbulo que o
“reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus
direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo”. No
entanto, nas vicissitudes ocorridas no cumprimento da Declaração pelos Estados signatários,
identificou-se a necessidade de reconhecer as diversidades e diferenças para concretização do
princípio da igualdade.
No Brasil, ao longo das últimas décadas, os Direitos Humanos passaram a ocupar uma
posição de destaque no ordenamento jurídico. O País avançou decisivamente na proteção e
promoção do direito às diferenças. Porém, o peso negativo do passado continua a projetar no
presente uma situação de profunda iniquidade social.
O acesso aos direitos fundamentais continua enfrentando barreiras estruturais, resquícios
de um processo histórico, até secular, marcado pelo genocídio indígena, pela escravidão e por
períodos ditatoriais, práticas que continuam a ecoar em comportamentos, leis e na realidade
social.
O PNDH-3 assimila os grandes avanços conquistados ao longo destes últimos anos, tanto
nas políticas de erradicação da miséria e da fome, quanto na preocupação com a moradia e
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saúde, e aponta para a continuidade e ampliação do acesso a tais políticas, fundamentais para
garantir o respeito à dignidade humana.
Os objetivos estratégicos direcionados à promoção da cidadania plena preconizam a
universalidade, indivisibilidade e interdependência dos Direitos Humanos, condições para sua
efetivação integral e igualitária. O acesso aos direitos de registro civil, alimentação adequada,
terra e moradia, trabalho decente, educação, participação política, cultura, lazer, esporte e
saúde, deve considerar a pessoa humana em suas múltiplas dimensões de ator social e sujeito
de cidadania.
À luz da história dos movimentos sociais e de programas de governo, o PNDH-3 orienta-se
pela transversalidade, para que a implementação dos direitos civis e políticos transitem pelas
diversas dimensões dos direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais. Caso contrário,
grupos sociais afetados pela pobreza, pelo racismo estrutural e pela discriminação dificilmente
terão acesso a tais direitos.
As ações programáticas formuladas visam enfrentar o desafio de eliminar as desigualdades,
levando em conta as dimensões de gênero e raça nas políticas públicas, desde o planejamento
até a sua concretização e avaliação. Há, neste sentido, propostas de criação de indicadores que
possam mensurar a efetivação progressiva dos direitos.
Às desigualdades soma-se a persistência da discriminação, que muitas vezes se manifesta
sob a forma de violência contra sujeitos que são histórica e estruturalmente vulnerabilizados.
O combate à discriminação mostra-se necessário, mas insuficiente enquanto medida
isolada. Os pactos e convenções que integram o sistema regional e internacional de proteção
dos Direitos Humanos apontam para a necessidade de combinar estas medidas com políticas
compensatórias que acelerem a construção da igualdade, como forma capaz de estimular a
inclusão de grupos socialmente vulneráveis. Além disso, as ações afirmativas constituem
medidas especiais e temporárias que buscam remediar um passado discriminatório. No rol de
movimentos e grupos sociais que demandam políticas de inclusão social encontram-se crianças,
adolescentes, mulheres, pessoas idosas, lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais,
pessoas com deficiência, pessoas moradoras de rua, povos indígenas, populações negras e
quilombolas, ciganos, ribeirinhos, varzanteiros e pescadores, entre outros.
Definem-se, neste capítulo, medidas e políticas que devem ser efetivadas para reconhecer
e proteger os indivíduos como iguais na diferença, ou seja, para valorizar a diversidade presente
na população brasileira para estabelecer acesso igualitário aos direitos fundamentais. Trata-
se de reforçar os programas de governo e as resoluções pactuadas nas diversas conferências
nacionais temáticas, sempre sob o foco dos Direitos Humanos, com a preocupação de assegurar
o respeito às diferenças e o combate às desigualdades, para o efetivo acesso aos direitos.
Por fim, em respeito à primazia constitucional de proteção e promoção da infância, do
adolescente e da juventude, o capítulo aponta suas diretrizes para o respeito e a garantia
das gerações futuras. Como sujeitos de direitos, as crianças, os adolescentes e os jovens são
frequentemente subestimadas em sua participação política e em sua capacidade decisória.
Preconiza-se o dever de assegurar-lhes, desde cedo, o direito de opinião e participação.
Marcadas pelas diferenças e por sua fragilidade temporal, as crianças, os adolescentes
e os jovens estão sujeitos a discriminações e violências. As ações programáticas promovem
a garantia de espaços e investimentos que assegurem proteção contra qualquer forma de
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•• Implantar sistema nacional de registro civil para interligação das informações de
estimativas de nascimentos, de nascidos vivos e do registro civil, a fim de viabilizar a
busca ativa dos nascidos não registrados e aperfeiçoar os indicadores para subsidiar
políticas públicas.
•• Desenvolver estudo e revisão da legislação para garantir o acesso do cidadão ao registro
civil de nascimento em todo o território nacional.
•• Realizar estudo de sustentabilidade do serviço notarial e de registro no País.
•• Desenvolver a padronização do registro civil (certidão de nascimento, de casamento e
de óbito) em território nacional.
•• Garantir a emissão gratuita de Registro Geral e Cadastro de Pessoa Física aos
reconhecidamente pobres.
•• Desenvolver estudo sobre a política nacional de documentação civil básica.
•• Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate
à Fome; Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; Ministério da Fazenda;
Ministério da Justiça; Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério da Previdência
Social; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
d) Incluir no questionário do censo demográfico perguntas para identificar a ausência de
documentos civis na população.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Objetivo estratégico II:
Acesso à alimentação adequada por meio de políticas estruturantes.
Ações programáticas:
a) Ampliar o acesso aos alimentos por meio de programas e ações de geração e transferência
de renda, com ênfase na participação das mulheres como potenciais beneficiárias.
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Secretaria
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
b) Vincular programas de transferência de renda à garantia da segurança alimentar da criança,
por meio do acompanhamento da saúde e nutrição e do estímulo de hábitos alimentares
saudáveis, com o objetivo de erradicar a desnutrição infantil.
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da
Educação; Ministério da Saúde
c) Fortalecer a agricultura familiar e camponesa no desenvolvimento de ações específicas
que promovam a geração de renda no campo e o aumento da produção de alimentos
agroecológicos para o autoconsumo e para o mercado local.
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome
d) Ampliar o abastecimento alimentar, com maior autonomia e fortalecimento da economia
local, associado a programas de informação, de educação alimentar, de capacitação, de
geração de ocupações produtivas, de agricultura familiar camponesa e de agricultura
urbana.
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Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da
Presidência da República; Ministério da Cultura; Ministério do Desenvolvimento Agrário
f) Garantir o acesso a terra às populações ribeirinhas, varzanteiras e pescadoras, assegurando
acesso aos recursos naturais que tradicionalmente utilizam para sua reprodução física,
cultural e econômica.
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério do Meio Ambiente
g) Garantir que nos programas habitacionais do governo sejam priorizadas as populações
de baixa renda, a população em situação de rua e grupos sociais em situação de
vulnerabilidade no espaço urbano e rural, considerando os princípios da moradia digna, do
desenho universal e os critérios de acessibilidade nos projetos.
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome
h) Promover a destinação das glebas e edifícios vazios ou subutilizados pertencentes à União,
para a população de baixa renda, reduzindo o déficit habitacional.
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
i) Estabelecer que a garantia da qualidade de abrigos e albergues, bem como seu caráter
inclusivo e de resgate da cidadania à população em situação de rua, estejam entre os
critérios de concessão de recursos para novas construções e manutenção dos existentes.
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome
j) Apoiar o monitoramento de políticas de habitação de interesse social pelos conselhos
municipais de habitação, garantindo às cooperativas e associações habitacionais acesso às
informações.
Responsável: Ministério das Cidades
k) Garantir as condições para a realização de acampamentos ciganos em todo o território
nacional, visando a preservação de suas tradições, práticas e patrimônio cultural.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério das Cidades
Objetivo estratégico IV:
Ampliação do acesso universal a sistema de saúde de qualidade.
Ações programáticas:
a) Expandir e consolidar programas de serviços básicos de saúde e de atendimento domiciliar
para a população de baixa renda, com enfoque na prevenção e diagnóstico prévio de
doenças e deficiências, com apoio diferenciado às pessoas idosas, indígenas, negros e
comunidades quilombolas, pessoas com deficiência, pessoas em situação de rua, lésbicas,
gays, bissexuais, travestis, transexuais, crianças e adolescentes, mulheres, pescadores
artesanais e população de baixa renda.
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Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da
Presidência da República
k) Assegurar o acesso a laqueaduras e vasectomias ou reversão desses procedimentos
no sistema público de saúde, com garantia de acesso a informações sobre as escolhas
individuais.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da
Presidência da República
l) Ampliar a oferta de medicamentos de uso contínuo, especiais e excepcionais, para a pessoa
idosa.
Responsável: Ministério da Saúde
m) Realizar campanhas de diagnóstico precoce e tratamento adequado às pessoas que
vivem com HIV/AIDS para evitar o estágio grave da doença e prevenir sua expansão e
disseminação.
Responsável: Ministério da Saúde
n) Proporcionar às pessoas que vivem com HIV/AIDS programas de atenção no âmbito da
saúde sexual e reprodutiva.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da
Presidência da República
o) Capacitar os agentes comunitários de saúde que realizam a triagem e a captação nas
hemorredes para praticarem abordagens sem preconceito e sem discriminação.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
p) Garantir o acompanhamento multiprofissional a pessoas transexuais que fazem parte do
processo transexualizador no Sistema Único de Saúde e de suas famílias.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
q) Apoiar o acesso a programas de saúde preventiva e de proteção à saúde para profissionais
do sexo.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da
Presidência da República
r) Apoiar a implementação de espaços essenciais para higiene pessoal e centros de referência
para a população em situação de rua.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
s) Investir na política de reforma psiquiátrica fomentando programas de tratamentos
substitutivos à internação, que garantam às pessoas com transtorno mental a possibilidade
de escolha autônoma de tratamento, com convivência familiar e acesso aos recursos
psiquiátricos e farmacológicos.
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Responsável: Ministério da Educação
e) Adequar o currículo escolar, inserindo conteúdos que valorizem as diversidades, as práticas
artísticas, a necessidade de alimentação adequada e saudável e as atividades físicas e
esportivas.
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Cultura; Ministério do Esporte;
Ministério da Saúde
f) Integrar os programas de alfabetização de jovens e adultos aos programas de qualificação
profissional e educação cidadã, apoiando e incentivando a utilização de metodologias
adequadas às realidades dos povos e comunidades tradicionais.
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome; Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério da Pesca e Aquicultura
g) Estimular e financiar programas de extensão universitária como forma de integrar o
estudante à realidade social.
Responsável: Ministério da Educação
h) Fomentar as ações afirmativas para o ingresso das populações negra, indígena e de baixa
renda no ensino superior.
Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria Especial de Políticas de Promoção da
Igualdade Racial da Presidência da República; Ministério da Justiça
i) Ampliar o ensino superior público de qualidade por meio da criação permanente de
universidades federais, cursos e vagas para docentes e discentes.
Responsável: Ministério da Educação
j) Fortalecer as iniciativas de educação popular por meio da valorização da arte e da cultura,
apoiando a realização de festivais nas comunidades tradicionais e valorizando as diversas
expressões artísticas nas escolas e nas comunidades.
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Cultura; Secretaria Especial dos
Direitos Humanos da Presidência da República
k) Ampliar o acesso a programas de inclusão digital para populações de baixa renda em
espaços públicos, especialmente escolas, bibliotecas e centros comunitários.
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Cultura; Ministério da Ciência e
Tecnologia; Ministério da Pesca e Aquicultura
l) Fortalecer programas de educação no campo e nas comunidades pesqueiras que estimulem
a permanência dos estudantes na comunidade e que sejam adequados às respectivas
culturas e identidades.
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério
da Pesca e Aquicultura
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i) Realizar campanhas envolvendo a sociedade civil organizada sobre paternidade
responsável, bem como ampliar a licença-paternidade, como forma de contribuir para a
corresponsabilidade e para o combate ao preconceito quanto à inserção das mulheres no
mercado de trabalho.
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da
República; Ministério do Trabalho e Emprego
j) Elaborar diagnósticos com base em ações judiciais que envolvam atos de assédio
moral, sexual e psicológico, com apuração de denúncias de desrespeito aos direitos das
trabalhadoras e trabalhadores, visando orientar ações de combate à discriminação e abuso
nas relações de trabalho.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria Especial de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas
para as Mulheres da Presidência da República; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
k) Garantir a igualdade de direitos das trabalhadoras e trabalhadores domésticos com os dos
demais trabalhadores.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria Especial de Políticas para as
Mulheres da Presidência da República; Ministério da Previdência Social
l) Promover incentivos a empresas para que empreguem os egressos do sistema penitenciário.
Responsáveis: Ministério da Fazenda; Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério da
Justiça
m) Criar cadastro nacional e relatório periódico de empregabilidade de egressos do sistema
penitenciário.
Responsável: Ministério da Justiça
n) Garantir os direitos trabalhistas e previdenciários de profissionais do sexo por meio da
regulamentação de sua profissão.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria Especial de Políticas para as
Mulheres da Presidência da República.
● Objetivo estratégico VII:
● Combate e prevenção ao trabalho escravo.
Ações programáticas:
a) Promover a efetivação do Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria Especial dos Direitos Humanos
da Presidência da República
b) Apoiar a coordenação e implementação de planos estaduais, distrital e municipais para
erradicação do trabalho escravo.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
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c) Fomentar políticas públicas de esporte e lazer, considerando as diversidades locais, de
forma a atender a todas as faixas etárias e aos grupos sociais.
Responsável: Ministério do Esporte
d) Elaborar inventário das línguas faladas no Brasil.
Responsável: Ministério da Cultura
e) Ampliar e desconcentrar os pólos culturais e pontos de cultura para garantir o acesso das
populações de regiões periféricas e de baixa renda.
Responsável: Ministério da Cultura
f) Fomentar políticas públicas de formação em esporte e lazer, com foco na intersetorialidade,
na ação comunitária na intergeracionalidade e na diversidade cultural.
Responsável: Ministério do Esporte
g) Ampliar o desenvolvimento de programas de produção audiovisual, musical e artesanal
dos povos indígenas.
Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério da Justiça
h) Assegurar o direito das pessoas com deficiência e em sofrimento mental de participarem
da vida cultural em igualdade de oportunidade com as demais, e de desenvolver e utilizar o
seu potencial criativo, artístico e intelectual.
Responsáveis: Ministério do Esporte; Ministério da Cultura; Secretaria Especial dos Direitos
Humanos da Presidência da República
i) Fortalecer e ampliar programas que contemplem participação dos idosos nas atividades de
esporte e lazer.
Responsáveis: Ministério do Esporte; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
j) Potencializar ações de incentivo ao turismo para pessoas idosas.
Responsáveis: Ministério do Turismo; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
Objetivo estratégico IX:
Garantia da participação igualitária e acessível na vida política.
Ações programáticas:
a) Apoiar campanhas para promover a ampla divulgação do direito ao voto e participação
política de homens e mulheres, por meio de campanhas informativas que garantam a
escolha livre e consciente.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da
Presidência da República
b) Apoiar o combate ao crime de captação ilícita de sufrágio, inclusive com campanhas de
esclarecimento e conscientização dos eleitores.
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d) Criar sistema nacional de coleta de dados e monitoramento junto aos Municípios, Estados
e Distrito Federal acerca do cumprimento das obrigações da Convenção dos Direitos da
Criança da ONU.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
e) Assegurar a opinião das crianças e dos adolescentes que estiverem capacitados a formular
seus próprios juízos, conforme o disposto no artigo 12 da Convenção sobre os Direitos da
Criança, na formulação das políticas públicas voltadas para estes segmentos, garantindo
sua participação nas conferências dos direitos das crianças e dos adolescentes.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Objetivo estratégico II:
Consolidar o Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes, com o fortalecimento
do papel dos Conselhos Tutelares e de Direitos.
Ações programáticas:
a) Apoiar a universalização dos Conselhos Tutelares e de Direitos em todos os Municípios e no
Distrito Federal, e instituir parâmetros nacionais que orientem o seu funcionamento.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
b) Implantar escolas de conselhos nos Estados e no Distrito Federal, com vistas a apoiar a
estruturação e qualificação da ação dos Conselhos Tutelares e de Direitos.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
c) Apoiar a capacitação dos operadores do sistema de garantia dos direitos para a proteção
dos direitos e promoção do modo de vida das crianças e adolescentes indígenas,
afrodescendentes e comunidades tradicionais, contemplando ainda as especificidades da
população infanto-juvenil com deficiência.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Justiça
d) Fomentar a criação de instâncias especializadas e regionalizadas do sistema de justiça, de
segurança e defensorias públicas, para atendimento de crianças e adolescentes vítimas e
autores de violência.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Justiça
e) Desenvolver mecanismos que viabilizem a participação de crianças e adolescentes no
processo das conferências dos direitos, nos conselhos de direitos, bem como nas escolas,
nos tribunais e nos procedimentos judiciais e administrativos que os afetem.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
f) Estimular a informação às crianças e aos adolescentes sobre seus direitos, por meio de
esforços conjuntos na escola, na mídia impressa, na televisão, no rádio e na Internet.
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h) Ampliar a oferta de programas de famílias acolhedoras para crianças e adolescentes em
situação de violência, com o objetivo de garantir que esta seja a única opção para crianças
retiradas do convívio com sua família de origem na primeira infância.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
i) Estruturar programas de moradia coletivas para adolescentes e jovens egressos de abrigos
institucionais.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
j) Fomentar a adoção legal, por meio de campanhas educativas, em consonância com o ECA e
com acordos internacionais.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério das Relações Exteriores
k) Criar serviços e aprimorar metodologias para identificação e localização de crianças e
adolescentes desaparecidos.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
l) Exigir em todos os projetos financiados pelo Governo Federal a adoção de estratégias
de não discriminação de crianças e adolescentes em razão de classe, raça, etnia, crença,
gênero, orientação sexual, identidade de gênero, deficiência, prática de ato infracional e
origem.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
m) Reforçar e centralizar os mecanismos de coleta e análise sistemática de dados desagregados
da infância e adolescência, especialmente sobre os grupos em situação de vulnerabilidade,
historicamente vulnerabilizados, vítimas de discriminação, de abuso e de negligência.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
n) Estruturar rede de canais de denúncias (Disques) de violência contra crianças e
adolescentes, integrada aos Conselhos Tutelares.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
o) Estabelecer instrumentos para combater a discriminação religiosa sofrida por crianças e
adolescentes.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Objetivo estratégico IV:
Enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes.
Ações programáticas:
a) Revisar o Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e
Adolescentes, em consonância com as recomendações do III Congresso Mundial sobre o
tema.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
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Ações programáticas:
a) Erradicar o trabalho infantil, por meio das ações intersetoriais no Governo Federal, com
ênfase no apoio às famílias e educação em tempo integral.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério da Educação; Secretaria
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
b) Fomentar a implantação da Lei de Aprendizagem (Lei no 10.097/2000), mobilizando
empregadores, organizações de trabalhadores, inspetores de trabalho, Judiciário,
organismos internacionais e organizações não governamentais.
Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego
c) Desenvolver pesquisas, campanhas e relatórios periódicos sobre o trabalho infantil, com
foco em temas e públicos que requerem abordagens específicas, tais como agricultura
familiar, trabalho doméstico, trabalho de rua.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria Especial de Políticas para
as Mulheres da Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento Agrário; Secretaria
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome; Ministério da Justiça
Objetivo estratégico VII:
Implementação do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE).
Ações programáticas:
a) Elaborar e implementar um plano nacional socioeducativo e sistema de avaliação da
execução das medidas daquele sistema, com divulgação anual de seus resultados e
estabelecimento de metas, de acordo com o estabelecido no ECA.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
b) Implantar módulo específico de informações para o sistema nacional de atendimento
educativo junto ao Sistema de Informação para a Infância e Adolescência, criando base de
dados unificada que inclua as varas da infância e juventude, as unidades de internação e os
programas municipais em meio aberto.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
c) Implantar centros de formação continuada para os operadores do sistema socioeducativo
em todos os Estados e no Distrito Federal.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Educação; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
d) Desenvolver estratégias conjuntas com o sistema de justiça, com vistas ao estabelecimento
de regras específicas para a aplicação da medida de privação de liberdade em caráter
excepcional e de pouca duração.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
e) Apoiar a expansão de programas municipais de atendimento socioeducativo em meio
aberto.
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Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da
Presidência da República; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
b) Promover ações articuladas entre as políticas de educação, cultura, saúde e de geração de
emprego e renda, visando incidir diretamente na qualidade de vida da população negra e
no combate à violência racial.
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da Saúde
c) Elaborar programas de combate ao racismo institucional e estrutural, implementando
normas administrativas e legislação nacional e internacional.
Responsável: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da
Presidência da República
d) Realizar levantamento de informações para produção de relatórios periódicos de
acompanhamento das políticas contra a discriminação racial, contendo, entre outras,
informações sobre inclusão no sistema de ensino (básico e superior), inclusão no mercado
de trabalho, assistência integrada à saúde, número de violações registradas e apuradas,
recorrências de violações, e dados populacionais e de renda.
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da
Presidência da República; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
e) Analisar periodicamente os indicadores que apontam desigualdades visando à formulação
e implementação de políticas públicas afirmativas que valorizem a promoção da igualdade
racial.
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da
Presidência da República; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Educação; Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome; Ministério da Saúde
f) Fortalecer a integração das políticas públicas em todas as comunidades remanescentes de
quilombos localizadas no território brasileiro.
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da
Presidência da República; Ministério da Cultura
g) Fortalecer os mecanismos existentes de reconhecimento das comunidades quilombolas
como garantia dos seus direitos específicos.
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério da Cultura; Secretaria
Especial de Política de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República
h) Fomentar programas de valorização do patrimônio cultural das populações negras.
Responsável: Ministério da Cultura; Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial
da Presidência da República
i) Assegurar o resgate da memória das populações negras, mediante a publicação da história
de resistência e resgate de tradições das populações das diásporas.
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j) Garantir o acesso à educação formal pelos povos indígenas, bilíngues e com adequação
curricular formulada com a participação de representantes das etnias indigenistas e
especialistas em educação.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Educação
k) Assegurar o acesso e permanência da população indígena no ensino superior, por meio de
ações afirmativas e respeito à diversidade étnica e cultural.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Educação
l) Adotar medidas de proteção dos direitos das crianças indígenas nas redes de ensino, saúde
e assistência social, em consonância com a promoção dos seus modos de vida.
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Saúde; Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Objetivo estratégico III:
Garantia dos direitos das mulheres para o estabelecimento das condições necessárias para sua
plena cidadania.
Ações programáticas:
a) Desenvolver ações afirmativas que permitam incluir plenamente as mulheres no processo
de desenvolvimento do País, por meio da promoção da sua autonomia econômica e de
iniciativas produtivas que garantam sua independência.
Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
b) Incentivar políticas públicas e ações afirmativas para a participação igualitária, plural e
multirracial das mulheres nos espaços de poder e decisão.
Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
c) Elaborar relatório periódico de acompanhamento das políticas para mulheres com recorte
étnico-racial, que contenha dados sobre renda, jornada e ambiente de trabalho, ocorrências
de assédio moral, sexual e psicológico, ocorrências de violências contra a mulher, assistência
à saúde integral, dados reprodutivos, mortalidade materna e escolarização.
Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
d) Divulgar os instrumentos legais de proteção às mulheres, nacionais e internacionais,
incluindo sua publicação em formatos acessíveis, como braile, CD de áudio e demais
tecnologias assistivas.
Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
e) Ampliar o financiamento de abrigos para mulheres em situação de vulnerabilidade,
garantindo plena acessibilidade.
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da
República; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
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Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
e) Apoiar e valorizar a associação das mulheres quebradeiras de coco, protegendo e
promovendo a continuidade de seu trabalho extrativista.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
f) Elaborar relatórios periódicos de acompanhamento das políticas direcionadas às
populações e comunidades tradicionais, que contenham, entre outras, informações sobre
população estimada, assistência integrada à saúde, número de violações registradas e
apuradas, recorrência de violações, lideranças ameaçadas, dados sobre acesso à moradia,
terra e território e conflitos existentes.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Políticas
de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República; Secretaria Especial dos Direitos
Humanos da Presidência da República
Objetivo estratégico II:
Proteção e promoção da diversidade das expressões culturais como Direito Humano.
Ações programáticas:
a) Promover ações de afirmação do direito à diversidade das expressões culturais, garantindo
igual dignidade e respeito para todas as culturas.
Responsável: Ministério da Cultura
b) Incluir nos instrumentos e relatórios de políticas culturais a temática dos Direitos Humanos.
Responsável: Ministério da Cultura
Objetivo estratégico III:
Valorização da pessoa idosa e promoção de sua participação na sociedade.
Ações programáticas:
a) Promover a inserção, a qualidade de vida e a prevenção de agravos aos idosos, por meio
de programas que fortaleçam o convívio familiar e comunitário, garantindo o acesso a
serviços, ao lazer, à cultura e à atividade física, de acordo com sua capacidade funcional.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Cultura; Ministério do Esporte
b) Apoiar a criação de centros de convivência e desenvolver ações de valorização e socialização
da pessoa idosa nas zonas urbanas e rurais.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Cultura
c) Fomentar programas de voluntariado de pessoas idosas, visando valorizar e reconhecer
sua contribuição para o desenvolvimento e bem-estar da comunidade.
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c) Assegurar o cumprimento do Decreto de Acessibilidade (Decreto no 5.296/2004), que
garante a acessibilidade pela adequação das vias e passeios públicos, semáforos, mobiliários,
habitações, espaços de lazer, transportes, prédios públicos, inclusive instituições de ensino,
e outros itens de uso individual e coletivo.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério das Cidades
d) Garantir recursos didáticos e pedagógicos para atender às necessidades educativas
especiais.
Responsável: Ministério da Educação
e) Disseminar a utilização dos sistemas braile, tadoma, escrita de sinais e libras tátil para
inclusão das pessoas com deficiência em todo o sistema de ensino.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Educação
f) Instituir e implementar o ensino da Língua Brasileira de Sinais como disciplina curricular
facultativa.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Educação
g) Propor a regulamentação das profissões relativas à implementação da acessibilidade, tais
como: instrutor de Libras, guia-intérprete, tradutor-intérprete, transcritor, revisor e ledor
da escrita braile e treinadores de cães-guia.
Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego
h) Elaborar relatórios sobre os Municípios que possuam frota adaptada para subsidiar
o processo de monitoramento do cumprimento e implementação da legislação de
acessibilidade.
Responsáveis: Ministério das Cidades; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
Objetivo estratégico V:
Garantia do respeito à livre orientação sexual e identidade de gênero.
Ações programáticas:
a) Desenvolver políticas afirmativas e de promoção de cultura de respeito à livre orientação
sexual e identidade de gênero, favorecendo a visibilidade e o reconhecimento social.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
b) Apoiar projeto de lei que disponha sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Justiça
c) Promover ações voltadas à garantia do direito de adoção por casais homoafetivos.
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c) Desenvolver mecanismos para impedir a ostentação de símbolos religiosos em
estabelecimentos públicos da União. (Revogado pelo Decreto nº 7.177, de 2010)
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
(Revogado pelo Decreto nº 7.177, de 2010)
d) Estabelecer o ensino da diversidade e história das religiões, inclusive as derivadas de
matriz africana, na rede pública de ensino, com ênfase no reconhecimento das diferenças
culturais, promoção da tolerância e na afirmação da laicidade do Estado.
Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
e) Realizar relatório sobre pesquisas populacionais relativas a práticas religiosas, que
contenha, entre outras, informações sobre número de religiões praticadas, proporção de
pessoas distribuídas entre as religiões, proporção de pessoas que já trocaram de religião,
número de pessoas religiosas não praticantes e número de pessoas sem religião.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Eixo Orientador IV:
Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência
Por muito tempo, alguns segmentos da militância em Direitos Humanos mantiveram-
se distantes do debate sobre as políticas públicas de segurança no Brasil. No processo
de consolidação da democracia, por diferentes razões, movimentos sociais e entidades
manifestaram dificuldade no tratamento do tema. Na base dessa dificuldade, estavam a
memória dos enfrentamentos com o aparato repressivo ao longo de duas décadas de regime
ditatorial, a postura violenta vigente, muitas vezes, em órgãos de segurança pública, a
percepção do crime e da violência como meros subprodutos de uma ordem social injusta a ser
transformada em seus próprios fundamentos.
Distanciamento análogo ocorreu nas universidades, que, com poucas exceções, não se
debruçaram sobre o modelo de polícia legado ou sobre os desafios da segurança pública. As
polícias brasileiras, nos termos de sua tradição institucional, pouco aproveitaram da reflexão
teórica e dos aportes oferecidos pela criminologia moderna e demais ciências sociais, já
disponíveis há algumas décadas às polícias e aos gestores de países desenvolvidos. A cultura
arraigada de rejeitar as evidências acumuladas pela pesquisa e pela experiência de reforma
das polícias no mundo era a mesma que expressava nostalgia de um passado de ausência de
garantias individuais, e que identificava na idéia dos Direitos Humanos não a mais generosa
entre as promessas construídas pela modernidade, mas uma verdadeira ameaça.
Estavam postas as condições históricas, políticas e culturais para que houvesse um fosso
aparentemente intransponível entre os temas da segurança pública e os Direitos Humanos.
Nos últimos anos, contudo, esse processo de estranhamento mútuo passou a ser
questionado. De um lado, articulações na sociedade civil assumiram o desafio de repensar a
segurança pública a partir de diálogos com especialistas na área, policiais e gestores. De outro,
começaram a ser implantadas as primeiras políticas públicas buscando caminhos alternativos
de redução do crime e da violência, a partir de projetos centrados na prevenção e influenciados
pela cultura de paz.
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comuns. E trata as penas privativas de liberdade como última alternativa, propondo a redução
da demanda por encarceramento e estimulando novas formas de tratamento dos conflitos,
como as sugeridas pelo mecanismo da Justiça Restaurativa.
Reafirma-se a centralidade do direito universal de acesso à Justiça, com a possibilidade de
acesso aos tribunais por toda a população, com o fortalecimento das defensorias públicas e a
modernização da gestão judicial, de modo a garantir respostas judiciais mais céleres e eficazes.
Destacam-se, ainda, o direito de acesso à Justiça em matéria de conflitos agrários e urbanos e o
necessário estímulo aos meios de soluções pacíficas de controvérsias.
O PNDH-3 apresenta neste eixo, fundamentalmente, propostas para que o Poder Público
se aperfeiçoe no desenvolvimento de políticas públicas de prevenção ao crime e à violência,
reforçando a noção de acesso universal à Justiça como direito fundamental, e sustentando que
a democracia, os processos de participação e transparência, aliados ao uso de ferramentas
científicas e à profissionalização das instituições e trabalhadores da segurança, assinalam os
roteiros mais promissores para que o Brasil possa avançar no caminho da paz pública.
Diretriz 11: Democratização e modernização do sistema de segurança pública
Objetivo estratégico I:
Modernização do marco normativo do sistema de segurança pública.
Ações programáticas:
a) Propor alteração do texto constitucional, de modo a considerar as polícias militares não
mais como forças auxiliares do Exército, mantendo-as apenas como força reserva.
Responsável: Ministério da Justiça
b) Propor a revisão da estrutura, treinamento, controle, emprego e regimentos disciplinares
dos órgãos de segurança pública, de forma a potencializar as suas funções de combate
ao crime e proteção dos direitos de cidadania, bem como garantir que seus órgãos
corregedores disponham de carreira própria, sem subordinação à direção das instituições
policiais.
Responsável: Ministério da Justiça
c) Propor a criação obrigatória de ouvidorias de polícias independentes nos Estados e no
Distrito Federal, com ouvidores protegidos por mandato e escolhidos com participação da
sociedade.
Responsável: Ministério da Justiça
d) Assegurar a autonomia funcional dos peritos e a modernização dos órgãos periciais oficiais,
como forma de incrementar sua estruturação, assegurando a produção isenta e qualificada
da prova material, bem como o princípio da ampla defesa e do contraditório e o respeito
aos Direitos Humanos.
Responsável: Ministério da Justiça
e) Promover o aprofundamento do debate sobre a instituição do ciclo completo da atividade
policial, com competências repartidas pelas polícias, a partir da natureza e da gravidade
dos delitos.
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e) Garantir a reabilitação e reintegração ao trabalho dos profissionais do sistema de segurança
pública federal, nos casos de deficiência adquirida no exercício da função.
Responsável: Ministério da Justiça;
Diretriz 12: Transparência e participação popular no sistema de segurança pública e justiça
criminal.
Objetivo estratégico I:
Publicação de dados do sistema federal de segurança pública.
Ação programática
a) Publicar trimestralmente estatísticas sobre:
● Crimes registrados, inquéritos instaurados e concluídos, prisões efetuadas, flagrantes
registrados, operações realizadas, armas e entorpecentes apreendidos pela Polícia Federal
em cada Estado da Federação;
● Veículos abordados, armas e entorpecentes apreendidos e prisões efetuadas pela Polícia
Rodoviária Federal em cada Estado da Federação;
● Presos provisórios e condenados sob custódia do sistema penitenciário federal e
quantidade de presos trabalhando e estudando por sexo, idade e raça ou etnia;
● Vitimização de policiais federais, policiais rodoviários federais, membros da Força
Nacional de Segurança Pública e agentes penitenciários federais;
● Quantidade e tipos de laudos produzidos pelos órgãos federais de perícia oficial.
Responsável: Ministério da Justiça
Objetivo estratégico II:
Consolidação de mecanismos de participação popular na elaboração das políticas públicas de
segurança.
Ações programáticas:
a) Reformular o Conselho Nacional de Segurança Pública, assegurando a participação da
sociedade civil organizada em sua composição e garantindo sua articulação com o Conselho
Nacional de Política Criminal e Penitenciária.
Responsável: Ministério da Justiça
b) Fomentar mecanismos de gestão participativa das políticas públicas de segurança, como
conselhos e conferências, ampliando a Conferência Nacional de Segurança Pública.
Responsável: Ministério da Justiça
Diretriz 13: Prevenção da violência e da criminalidade e profissionalização da investigação
de atos criminosos.
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Objetivo estratégico I:
Ampliação do controle de armas de fogo em circulação no País.
Ações programáticas:
a) Realizar ações permanentes de estímulo ao desarmamento da população.
Responsável: Ministério da Justiça
b) Propor reforma da legislação para ampliar as restrições e os requisitos para aquisição de
armas de fogo por particulares e empresas de segurança privada.
Responsável: Ministério da Justiça
c) Propor alteração da legislação para garantir que as armas apreendidas em crimes que não
envolvam disparo sejam inutilizadas imediatamente após a perícia.
Responsável: Ministério da Justiça
d) Registrar no Sistema Nacional de Armas todas as armas de fogo destruídas.
Responsável: Ministério da Defesa
Objetivo estratégico II:
Qualificação da investigação criminal.
Ações programáticas:
a) Propor projeto de lei para alterar o procedimento do inquérito policial, de modo a admitir
procedimentos orais gravados e transformar em peça ágil e eficiente de investigação
criminal voltada à coleta de evidências.
Responsável: Ministério da Justiça
b) Fomentar o debate com o objetivo de unificar os meios de investigação e obtenção de
provas e padronizar procedimentos de investigação criminal.
Responsável: Ministério da Justiça
c) Promover a capacitação técnica em investigação criminal para os profissionais dos sistemas
estaduais de segurança pública.
Responsável: Ministério da Justiça
d) Realizar pesquisas para qualificação dos estudos sobre técnicas de investigação criminal.
Responsável: Ministério da Justiça
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Objetivo estratégico III:
Produção de prova pericial com celeridade e procedimento padronizado.
Ações programáticas:
a) Propor regulamentação da perícia oficial.
Responsável: Ministério da Justiça
b) Propor projeto de lei para proporcionar autonomia administrativa e funcional dos órgãos
periciais federais.
Responsável: Ministério da Justiça
c) Propor padronização de procedimentos e equipamentos a serem utilizados pelas unidades
periciais oficiais em todos os exames periciais criminalísticos e médico-legais.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
d) Desenvolver sistema de dados nacional informatizado para monitoramento da produção e
da qualidade dos laudos produzidos nos órgãos periciais.
Responsável: Ministério da Justiça
e) Fomentar parcerias com universidades para pesquisa e desenvolvimento de novas
metodologias a serem implantadas nas unidades periciais.
Responsável: Ministério da Justiça
f) Promover e apoiar a educação continuada dos profissionais da perícia oficial, em todas as
áreas, para a formação técnica e em Direitos Humanos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
Objetivo estratégico IV:
Fortalecimento dos instrumentos de prevenção à violência.
Ações programáticas:
a) Elaborar diretrizes para as políticas de prevenção à violência com o objetivo de assegurar o
reconhecimento das diferenças geracionais, de gênero, étnico-racial e de orientação sexual.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da
Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da
Presidência da República
b) Realizar anualmente pesquisas nacionais de vitimização.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
c) Fortalecer mecanismos que possibilitem a efetiva fiscalização de empresas de segurança
privada e a investigação e responsabilização de policiais que delas participem de forma
direta ou indireta.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
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d) Promover campanhas educativas e pesquisas voltadas à prevenção da violência contra
pessoas com deficiência, idosos, mulheres, indígenas, negros, crianças, adolescentes,
lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e pessoas em situação de rua.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Secretaria Especial de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas
para as Mulheres da Presidência da República; Ministério da Justiça; Ministério do Turismo;
Ministério do Esporte
e) Fortalecer unidade especializada em conflitos indígenas na Polícia Federal e garantir sua
atuação conjunta com a FUNAI, em especial nos processos conflituosos de demarcação.
Responsável: Ministério da Justiça
f) Fomentar cursos de qualificação e capacitação sobre aspectos da cultura tradicional
dos povos indígenas e sobre legislação indigenista para todas as corporações policiais,
principalmente para as polícias militares e civis especialmente nos Estados e Municípios
em que as aldeias indígenas estejam localizadas nas proximidades dos centros urbanos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
g) Fortalecer mecanismos para combater a violência contra a população indígena, em especial
para as mulheres indígenas vítimas de casos de violência psicológica, sexual e de assédio
moral.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Políticas
para as Mulheres da Presidência da República
h) Apoiar a implementação do pacto nacional de enfrentamento à violência contra as mulheres
de forma articulada com os planos estaduais de segurança pública e em conformidade com
a Lei Maria da Penha (Lei no 11.340/2006).
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da
Presidência da República; Ministério da Saúde; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
i) Avaliar o cumprimento da Lei Maria da Penha com base nos dados sobre tipos de violência,
agressor e vítima.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da
Presidência da República
j) Fortalecer ações estratégicas de prevenção à violência contra jovens negros.
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da
Presidência da República; Ministério da Justiça
k) Estabelecer política de prevenção de violência contra a população em situação de rua,
incluindo ações de capacitação de policiais em Direitos Humanos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
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Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da
República
e) Revisar e disseminar metodologia para atendimento de crianças e adolescentes vítimas de
tráfico.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
f) Fomentar a capacitação de técnicos da gestão pública, organizações não governamentais e
representantes das cadeias produtivas para o enfrentamento ao tráfico de pessoas.
Responsável: Ministério do Turismo
g) Desenvolver metodologia e material didático para capacitar agentes públicos no
enfrentamento ao tráfico de pessoas.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério do Turismo; Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
da Presidência da República
h) Realizar estudos e pesquisas sobre o tráfico de pessoas, inclusive sobre exploração sexual
de crianças e adolescentes.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério do Turismo; Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
da Presidência da República
Diretriz 14: Combate à violência institucional, com ênfase na erradicação da tortura e na
redução da letalidade policial e carcerária.
Objetivo estratégico I:
Fortalecimento dos mecanismos de controle do sistema de segurança pública.
Ações programáticas:
a) Criar ouvidoria de polícia com independência para exercer controle externo das atividades
das Polícias Federais e da Força Nacional de Segurança Pública, coordenada por um ouvidor
com mandato.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
b) Fortalecer a Ouvidoria do Departamento Penitenciário Nacional, dotando-a de recursos
humanos e materiais necessários ao desempenho de suas atividades, propondo sua
autonomia funcional.
Responsável: Ministério da Justiça
c) Condicionar a transferência voluntária de recursos federais aos Estados e ao Distrito
Federal ao plano de implementação ou à existência de ouvidorias de polícia e do sistema
penitenciário, que atendam aos requisitos de coordenação por ouvidor com mandato,
escolhidos com participação da sociedade civil e com independência para sua atuação.
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c) Elaborar diretrizes nacionais sobre uso da força e de armas de fogo pelas instituições
policiais e agentes do sistema penitenciário.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
d) Padronizar equipamentos, armas, munições e veículos apropriados à atividade policial
a serem utilizados pelas forças policiais da União, bem como aqueles financiados com
recursos federais nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
e) Disponibilizar para a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e para a Força Nacional de
Segurança Pública munição, tecnologias e armas de menor potencial ofensivo.
Responsável: Ministério da Justiça
Objetivo estratégico III:
Consolidação de política nacional visando à erradicação da tortura e de outros tratamentos ou
penas cruéis, desumanos ou degradantes.
Ações programáticas:
a) Elaborar projeto de lei visando a instituir o Mecanismo Preventivo Nacional, sistema de
inspeção aos locais de detenção para o monitoramento regular e periódico dos centros de
privação de liberdade, nos termos do protocolo facultativo à convenção da ONU contra a
tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores;
b) Instituir grupo de trabalho para discutir e propor atualização e aperfeiçoamento da Lei no
9.455/1997, que define os crimes de tortura, de forma a atualizar os tipos penais, instituir
sistema nacional de combate à tortura, estipular marco legal para a definição de regras
unificadas de exame médico-legal, bem como estipular ações preventivas obrigatórias
como formação específica das forças policiais e capacitação de agentes para a identificação
da tortura.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
c) Promover o fortalecimento, a criação e a reativação dos comitês estaduais de combate à
tortura.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
d) Propor projeto de lei para tornar obrigatória a filmagem dos interrogatórios ou
audiogravações realizadas durante as investigações policiais.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
e) Estabelecer protocolo para a padronização de procedimentos a serem realizados nas
perícias destinadas a averiguar alegações de tortura.
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Objetivo estratégico I:
Instituição de sistema federal que integre os programas de proteção.
Ações programáticas:
a) Propor projeto de lei para integração, de forma sistêmica, dos programas de proteção
a vítimas e testemunhas ameaçadas, defensores de Direitos Humanos e crianças e
adolescentes ameaçados de morte.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
b) Desenvolver sistema nacional que integre as informações das ações de proteção às pessoas
ameaçadas.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
c) Ampliar os programas de proteção a vítimas e testemunhas ameaçadas, defensores dos
Direitos Humanos e crianças e adolescentes ameaçados de morte para os Estados em que
o índice de violência aponte a criação de programas locais.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
d) Garantir a formação de agentes da Polícia Federal para a proteção das pessoas incluídas
nos programas de proteção de pessoas ameaçadas, observadas suas diretrizes.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
e) Propor ampliação os recursos orçamentários para a realização das ações dos programas de
proteção a vítimas e testemunhas ameaçadas, defensores dos Direitos Humanos e crianças
e adolescentes ameaçados de morte.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Objetivo estratégico II:
Consolidação da política de assistência a vítimas e a testemunhas ameaçadas.
Ações programáticas:
a) Propor projeto de lei para aperfeiçoar o marco legal do Programa Federal de Assistência
a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas, ampliando a proteção de escolta policial para as
equipes técnicas do programa, e criar sistema de apoio à reinserção social dos usuários do
programa.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
b) Regulamentar procedimentos e competências para a execução do Programa Federal de
Assistência a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas, em especial para a realização de escolta
de seus usuários.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
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Objetivo estratégico IV:
Garantia de proteção dos defensores dos Direitos Humanos e de suas atividades.
Ações programáticas:
a) Fortalecer a execução do Programa Nacional de Proteção aos Defensores dos Direitos
Humanos, garantindo segurança nos casos de violência, ameaça, retaliação, pressão ou
ação arbitrária, e a defesa em ações judiciais de má-fé, em decorrência de suas atividades.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
b) Articular com os órgãos de segurança pública de Direitos Humanos nos Estados para
garantir a segurança dos defensores dos Direitos Humanos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
c) Capacitar os operadores do sistema de segurança pública e de justiça sobre o trabalho dos
defensores dos Direitos Humanos.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
d) Fomentar parcerias com as Defensorias Públicas dos Estados e da União para a defesa
judicial dos defensores dos Direitos Humanos nos processos abertos contra eles.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
e) Divulgar em âmbito nacional a atuação dos defensores e militantes dos Direitos Humanos,
fomentando cultura de respeito e valorização de seus papéis na sociedade.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Diretriz 16: Modernização da política de execução penal, priorizando a aplicação de penas e
medidas alternativas à privação de liberdade e melhoria do sistema penitenciário.
Objetivo estratégico I:
Reestruturação do sistema penitenciário.
Ações programáticas:
a) Elaborar projeto de reforma da Lei de Execução Penal (Lei no 7.210/1984), com o propósito
de:
•• Adotar mecanismos tecnológicos para coibir a entrada de substâncias e materiais
proibidos, eliminando a prática de revista íntima nos familiares de presos;
•• Aplicar a Lei de Execução Penal também a presas e presos provisórios e aos sentenciados
pela Justiça Especial;
•• Vedar a divulgação pública de informações sobre perfil psicológico do preso e eventuais
diagnósticos psiquiátricos feitos nos estabelecimentos prisionais;
•• Instituir a obrigatoriedade da oferta de ensino pelos estabelecimentos penais e a
remição de pena por estudo;
•• Estabelecer que a perda de direitos ou a redução de acesso a qualquer direito ocorrerá
apenas como consequência de faltas de natureza grave;
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Responsável: Ministério da Justiça
j) Ampliar campanhas de sensibilização para inclusão social de egressos do sistema prisional.
Responsável: Ministério da Justiça
k) Estabelecer diretrizes na política penitenciária nacional que fortaleçam o processo de
reintegração social dos presos, internados e egressos, com sua efetiva inclusão nas políticas
públicas sociais.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome; Ministério da Saúde; Ministério da Educação; Ministério do Esporte
l) Debater, por meio de grupo de trabalho interministerial, ações e estratégias que visem
assegurar o encaminhamento para o presídio feminino de mulheres transexuais e travestis
que estejam em regime de reclusão.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da
República
Objetivo estratégico II:
Limitação do uso dos institutos de prisão cautelar.
Ações programáticas:
a) Propor projeto de lei para alterar o Código de Processo Penal, com o objetivo de:
•• Estabelecer requisitos objetivos para decretação de prisões preventivas que consagrem
sua excepcionalidade;
•• Vedar a decretação de prisão preventiva em casos que envolvam crimes com pena
máxima inferior a quatro anos, excetuando crimes graves como formação de quadrilha
e peculato;
•• Estabelecer o prazo máximo de oitenta e um dias para prisão provisória.
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b) Propor projeto de lei para alterar o Código Penal, prevendo que o período de cumprimento
de medidas de segurança não deve ultrapassar o da pena prevista para o crime praticado,
e estabelecendo a continuidade do tratamento fora do sistema penitenciário quando
necessário.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde
c) Estabelecer mecanismos para a reintegração social dos internados em medida de segurança
quando da extinção desta, mediante aplicação dos benefícios sociais correspondentes.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde; Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome
Objetivo estratégico IV:
Ampliação da aplicação de penas e medidas alternativas.
Ações programáticas:
a) Desenvolver instrumentos de gestão que assegurem a sustentabilidade das políticas
públicas de aplicação de penas e medidas alternativas.
Responsáveis: Ministério da Justiça
b) Incentivar a criação de varas especializadas e de centrais de monitoramento do
cumprimento de penas e medidas alternativas.
Responsável: Ministério da Justiça
c) Desenvolver modelos de penas e medidas alternativas que associem seu cumprimento ao
ilícito praticado, com projetos temáticos que estimulem a capacitação do cumpridor, bem
como penas de restrição de direitos com controle de frequência.
Responsável: Ministério da Justiça
d) Desenvolver programas-piloto com foco na educação, para aplicação da pena de limitação
de final de semana.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Educação
Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais acessível, ágil e efetivo, para o conhecimento,
a garantia e a defesa dos direitos.
Objetivo estratégico I:
Acesso da população à informação sobre seus direitos e sobre como garanti-los.
Ações programáticas:
a) Difundir o conhecimento sobre os Direitos Humanos e sobre a legislação pertinente com
publicações em linguagem e formatos acessíveis.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
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b) Fortalecer as redes de canais de denúncia (disque-denúncia) e sua articulação com
instituições de Direitos Humanos.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
c) Incentivar a criação de centros integrados de serviços públicos para prestação de
atendimento ágil à população, inclusive com unidades itinerantes para obtenção de
documentação básica.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Justiça
d) Fortalecer o governo eletrônico com a ampliação da disponibilização de informações e
serviços para a população via Internet, em formato acessível.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Objetivo estratégico II:
Garantia do aperfeiçoamento e monitoramento das normas jurídicas para proteção dos Direitos
Humanos.
Ações programáticas:
a) Implementar o Observatório da Justiça Brasileira, em parceria com a sociedade civil.
Responsável: Ministério da Justiça
b) Aperfeiçoar o sistema de fiscalização de violações aos Direitos Humanos, por meio do
aprimoramento do arcabouço de sanções administrativas.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Saúde; Ministério da Justiça; Ministério do Trabalho e Emprego
c) Ampliar equipes de fiscalização sobre violações dos Direitos Humanos, em parceria com a
sociedade civil.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
d) Propor projeto de lei buscando ampliar a utilização das ações coletivas para proteção
dos interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos, garantindo a consolidação de
instrumentos coletivos de resolução de conflitos.
Responsável: Ministério da Justiça
e) Propor projetos de lei para simplificar o processamento e julgamento das ações judiciais;
coibir os atos protelatórios; restringir as hipóteses de recurso ex officio e reduzir recursos e
desjudicializar conflitos.
Responsável: Ministério da Justiça
f) Aperfeiçoar a legislação trabalhista, visando ampliar novas tutelas de proteção das relações
do trabalho e as medidas de combate à discriminação e ao abuso moral no trabalho.
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b) Fomentar parcerias entre Municípios e entidades de proteção dos Direitos Humanos para
atendimento da população com dificuldade de acesso ao sistema de justiça, com base
no mapeamento das principais demandas da população local e no estabelecimento de
estratégias para atendimento e ações educativas e informativas.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
c) Apoiar a capacitação periódica e constante dos operadores do Direito e servidores da
Justiça na aplicação dos Direitos Humanos voltada para a composição de conflitos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
d) Dialogar com o Poder Judiciário para assegurar o efetivo acesso das pessoas com deficiência
à justiça, em igualdade de condições com as demais pessoas.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
e) Apoiar os movimentos sociais e a Defensoria Pública na obtenção da gratuidade das perícias
para as demandas judiciais, individuais e coletivas, e relacionadas a violações de Direitos
Humanos.
Responsável: Ministério da Justiça
Objetivo estratégico V:
Modernização da gestão e agilização do funcionamento do sistema de justiça.
Ações programáticas:
a) Propor legislação de revisão e modernização dos serviços notariais e de registro.
Responsável: Ministério da Justiça
b) Desenvolver sistema integrado de informações do Poder Executivo e Judiciário e
disponibilizar seu acesso à sociedade.
Responsável: Ministério da Justiça
Objetivo estratégico VI:
Acesso à Justiça no campo e na cidade.
Ações programáticas:
a) Assegurar a criação de marco legal para a prevenção e mediação de conflitos fundiários
urbanos, garantindo o devido processo legal e a função social da propriedade.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério das Cidades
b) Propor projeto de lei voltado a regulamentar o cumprimento de mandados de reintegração
de posse ou correlatos, garantindo a observância do respeito aos Direitos Humanos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério das Cidades; Ministério do Desenvolvimento
Agrário
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a mais tenra idade, é perder o medo do desconhecido, formar opinião respeitosa e combater o
preconceito, às vezes arraigado na própria família.
No PNDH-3, essa concepção se traduz em propostas de mudanças curriculares, incluindo
a educação transversal e permanente nos temas ligados aos Direitos Humanos e, mais
especificamente, o estudo da temática de gênero e orientação sexual, das culturas indígena e
afro-brasileira entre as disciplinas do ensino fundamental e médio.
No ensino superior, as metas previstas visam a incluir os Direitos Humanos, por meio
de diferentes modalidades como disciplinas, linhas de pesquisa, áreas de concentração,
transversalização incluída nos projetos acadêmicos dos diferentes cursos de graduação e pós-
graduação, bem como em programas e projetos de extensão.
A educação não formal em Direitos Humanos é orientada pelos princípios da emancipação
e da autonomia, configurando-se como processo de sensibilização e formação da consciência
crítica. Desta forma, o PNDH-3 propõe inclusão da temática de Educação em Direitos Humanos
nos programas de capacitação de lideranças comunitárias e nos programas de qualificação
profissional, alfabetização de jovens e adultos, entre outros. Volta-se, especialmente, para
o estabelecimento de diálogo e parcerias permanentes como o vasto leque brasileiro de
movimentos populares, sindicatos, igrejas, ONGs, clubes, entidades empresariais e toda sorte
de agrupamentos da sociedade civil que desenvolvem atividades formativas em seu cotidiano.
A formação e a educação continuada em Direitos Humanos, com recortes de gênero,
relações étnico-raciais e de orientação sexual, em todo o serviço público, especialmente entre
os agentes do sistema de Justiça de segurança pública, são fundamentais para consolidar o
Estado Democrático e a proteção do direito à vida e à dignidade, garantindo tratamento igual a
todas as pessoas e o funcionamento de sistemas de Justiça que promovam os Direitos Humanos.
Por fim, aborda-se o papel estratégico dos meios de comunicação de massa, no sentido
de construir ou desconstruir ambiente nacional e cultura social de respeito e proteção aos
Direitos Humanos. Daí a importância primordial de introduzir mudanças que assegurem
ampla democratização desses meios, bem como de atuar permanentemente junto a todos os
profissionais e empresas do setor (seminários, debates, reportagens, pesquisas e conferências),
buscando sensibilizar e conquistar seu compromisso ético com a afirmação histórica dos
Direitos Humanos.
Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos princípios da política nacional de educação em
Direitos Humanos para fortalecer cultura de direitos.
Objetivo estratégico I:
Implementação do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos − PNEDH
Ações programáticas:
a) Desenvolver ações programáticas e promover articulação que viabilizem a implantação e a
implementação do PNEDH.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Educação; Ministério da Justiça
b) Implantar mecanismos e instrumentos de monitoramento, avaliação e atualização do
PNEDH, em processos articulados de mobilização nacional.
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Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
f) Consolidar a revista “Direitos Humanos” como instrumento de educação e cultura em
Direitos Humanos, garantindo o caráter representativo e plural em seu conselho editorial.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
g) Produzir recursos pedagógicos e didáticos especializados e adquirir materiais e
equipamentos em formato acessível para a educação em Direitos Humanos, para todos os
níveis de ensino.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Educação
h) Publicar materiais pedagógicos e didáticos para a educação em Direitos Humanos em
formato acessível para as pessoas com deficiência, bem como promover o uso da Língua
Brasileira de Sinais (Libras) em eventos ou divulgação em mídia.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Educação.
i) Fomentar o acesso de estudantes, professores e demais profissionais da educação às
tecnologias da informação e comunicação.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Educação
Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da democracia e dos Direitos Humanos nos sistemas
de educação básica, nas instituições de ensino superior e outras instituições formadoras.
Objetivo Estratégico I:
Inclusão da temática de Educação e Cultura em Direitos Humanos nas escolas de educação
básica e em outras instituições formadoras.
Ações Programáticas:
a) Estabelecer diretrizes curriculares para todos os níveis e modalidades de ensino da
educação básica para a inclusão da temática de educação e cultura em Direitos Humanos,
promovendo o reconhecimento e o respeito das diversidades de gênero, orientação sexual,
identidade de gênero, geracional, étnico-racial, religiosa, com educação igualitária, não
discriminatória e democrática.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Educação; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da
República
b) Promover a inserção da educação em Direitos Humanos nos processos de formação inicial
e continuada de todos os profissionais da educação, que atuam nas redes de ensino e nas
unidades responsáveis por execução de medidas socioeducativas.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Educação
c) Incluir, nos programas educativos, o direito ao meio ambiente como Direito Humano.
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Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Educação
b) Incentivar a elaboração de metodologias pedagógicas de caráter transdisciplinar e
interdisciplinar para a educação em Direitos Humanos nas Instituições de Ensino Superior.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Educação
c) Elaborar relatórios sobre a inclusão da temática dos Direitos Humanos no ensino superior,
contendo informações sobre a existência de ouvidorias e sobre o número de:
•• cursos de pós-graduação com áreas de concentração em Direitos Humanos;
•• grupos de pesquisa em Direitos Humanos;
•• cursos com a transversalização dos Direitos Humanos nos projetos políticos
pedagógicos;
•• disciplinas em Direitos Humanos;
•• teses e dissertações defendidas;
•• associações e instituições dedicadas ao tema e com as quais os docentes e
pesquisadores tenham vínculo;
•• núcleos e comissões que atuam em Direitos Humanos;
•• educadores com ações no tema Direitos Humanos;
•• projetos de extensão em Direitos Humanos;
•• Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
d) Fomentar a realização de estudos, pesquisas e a implementação de projetos de extensão
sobre o período do regime 1964-1985, bem como apoiar a produção de material didático, a
organização de acervos históricos e a criação de centros de referências.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Educação; Ministério da Justiça
e) Incentivar a realização de estudos, pesquisas e produção bibliográfica sobre a história e a
presença das populações tradicionais.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Educação; Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da
Presidência da República; Ministério da Justiça
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b) Apoiar iniciativas de educação popular em Direitos Humanos desenvolvidas por
organizações comunitárias, movimentos sociais, organizações não governamentais e outros
agentes organizados da sociedade civil.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República;
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República; Ministério da
Cultura; Ministério da Justiça
c) Apoiar e promover a capacitação de agentes multiplicadores para atuarem em projetos de
educação em Direitos Humanos.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
d) Apoiar e desenvolver programas de formação em comunicação e Direitos Humanos para
comunicadores comunitários.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério das Comunicações; Ministério da Cultura
e) Desenvolver iniciativas que levem a incorporar a temática da educação em Direitos
Humanos nos programas de inclusão digital e de educação à distância.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Educação; Ministério das Comunicações; Ministério de Ciência e Tecnologia
f) Apoiar a incorporação da temática da educação em Direitos Humanos nos programas e
projetos de esporte, lazer e cultura como instrumentos de inclusão social.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Educação; Ministério da Cultura; Ministério do Esporte
g) Fortalecer experiências alternativas de educação para os adolescentes, bem como para
monitores e profissionais do sistema de execução de medidas socioeducativas.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Educação; Ministério da Justiça
Objetivo estratégico II:
Resgate da memória por meio da reconstrução da história dos movimentos sociais.
Ações programáticas:
a) Promover campanhas e pesquisas sobre a história dos movimentos de grupos
historicamente vulnerabilizados, tais como o segmento LGBT, movimentos de mulheres,
quebradeiras de coco, castanheiras, ciganos, entre outros.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
b) Apoiar iniciativas para a criação de museus voltados ao resgate da cultura e da história dos
movimentos sociais.
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d) Incentivar a inserção da temática dos Direitos Humanos nos programas das escolas de
formação inicial e continuada dos membros das Forças Armadas.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Ministério da Defesa
e) Criar escola nacional de polícia para educação continuada dos profissionais do sistema de
segurança pública, com enfoque prático.
Responsável: Ministério da Justiça
f) Apoiar a capacitação de policiais em direitos das crianças, em aspectos básicos do
desenvolvimento infantil e em maneiras de lidar com grupos em situação de vulnerabilidade,
como crianças e adolescentes em situação de rua, vítimas de exploração sexual e em
conflito com a lei.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
Diretriz 22: Garantia do direito à comunicação democrática e ao acesso à informação para
consolidação de uma cultura em Direitos Humanos.
Objetivo Estratégico I:
Promover o respeito aos Direitos Humanos nos meios de comunicação e o cumprimento de seu
papel na promoção da cultura em Direitos Humanos.
Ações Programáticas:
a) Propor a criação de marco legal regulamentando o art. 221 da Constituição, estabelecendo
o respeito aos Direitos Humanos nos serviços de radiodifusão (rádio e televisão) concedidos,
permitidos ou autorizados, como condição para sua outorga e renovação, prevendo penalidades
administrativas como advertência, multa, suspensão da programação e cassação, de acordo
com a gravidade das violações praticadas.
a) Propor a criação de marco legal, nos termos do art. 221 da Constituição, estabelecendo o
respeito aos Direitos Humanos nos serviços de radiodifusão (rádio e televisão) concedidos,
permitidos ou autorizados. (Redação dada pelo decreto nº 7.177, de 2010)
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Ministério da Justiça; Ministério da Cultura
b) Promover diálogo com o Ministério Público para proposição de ações objetivando a
suspensão de programação e publicidade atentatórias aos Direitos Humanos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
c) Suspender patrocínio e publicidade oficial em meios que veiculam programações
atentatórias aos Direitos Humanos.
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Ministério da Justiça
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Eixo Orientador VI:
Direito à Memória e à Verdade
A investigação do passado é fundamental para a construção da cidadania. Estudar o
passado, resgatar sua verdade e trazer à tona seus acontecimentos caracterizam forma de
transmissão de experiência histórica, que é essencial para a constituição da memória individual
e coletiva.
O Brasil ainda processa com dificuldades o resgate da memória e da verdade sobre o
que ocorreu com as vítimas atingidas pela repressão política durante o regime de 1964. A
impossibilidade de acesso a todas as informações oficiais impede que familiares de mortos e
desaparecidos possam conhecer os fatos relacionados aos crimes praticados e não permite à
sociedade elaborar seus próprios conceitos sobre aquele período.
A história que não é transmitida de geração a geração torna-se esquecida e silenciada.
O silêncio e o esquecimento das barbáries geram graves lacunas na experiência coletiva de
construção da identidade nacional. Resgatando a memória e a verdade, o País adquire
consciência superior sobre sua própria identidade, a democracia se fortalece. As tentações
totalitárias são neutralizadas e crescem as possibilidades de erradicação definitiva de alguns
resquícios daquele período sombrio, como a tortura, por exemplo, ainda persistente no
cotidiano brasileiro.
O trabalho de reconstituir a memória exige revisitar o passado e compartilhar experiências
de dor, violência e mortes. Somente depois de lembrá-las e fazer seu luto, será possível superar
o trauma histórico e seguir adiante. A vivência do sofrimento e das perdas não pode ser reduzida
a conflito privado e subjetivo, uma vez que se inscreveu num contexto social, e não individual.
A compreensão do passado por intermédio da narrativa da herança histórica e pelo
reconhecimento oficial dos acontecimentos possibilita aos cidadãos construírem os valores que
indicarão sua atuação no presente. O acesso a todos os arquivos e documentos produzidos
durante o regime militar é fundamental no âmbito das políticas de proteção dos Direitos
Humanos.
Desde os anos 1990, a persistência de familiares de mortos e desaparecidos vem obtendo
vitórias significativas nessa luta, com abertura de importantes arquivos estaduais sobre
a repressão política do regime ditatorial. Em dezembro de 1995, coroando difícil e delicado
processo de discussão entre esses familiares, o Ministério da Justiça e o Poder Legislativo
Federal, foi aprovada a Lei no 9.140/95, que reconheceu a responsabilidade do Estado brasileiro
pela morte de opositores ao regime de 1964.
Essa Lei instituiu Comissão Especial com poderes para deferir pedidos de indenização das
famílias de uma lista inicial de 136 pessoas e julgar outros casos apresentados para seu exame.
No art. 4o, inciso II, a Lei conferiu à Comissão Especial também a incumbência de envidar
esforços para a localização dos corpos de pessoas desaparecidas no caso de existência de
indícios quanto ao local em que possam estar depositados.
Em 24 de agosto de 2001, foi criada, pela Medida Provisória no 2151-3, a Comissão de
Anistia do Ministério da Justiça. Esse marco legal foi reeditado pela Medida Provisória no 65, de
28 de agosto de 2002, e finalmente convertido na Lei no 10.559, de 13 de novembro de 2002.
Essa norma regulamentou o art. 8o do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT)
da Constituição de 1988, que previa a concessão de anistia aos que foram perseguidos em
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requerendo declaração de responsabilidade do Estado brasileiro sobre violações de direitos
humanos ocorridas durante as operações de repressão àquele movimento.
Em 2005 e 2008, duas famílias iniciaram, na Justiça Civil, ações declaratórias para o
reconhecimento das torturas sofridas por seus membros, indicando o responsável pelas
sevícias. Ainda em 2008, o Ministério Público Federal em São Paulo propôs Ação Civil Pública
contra dois oficiais do exército acusados de determinarem prisão ilegal, tortura, homicídio e
desaparecimento forçado de dezenas de cidadãos.
Tramita também, no âmbito do Supremo Tribunal Federal, Arguição de Descumprimento
de Preceito Fundamental, proposta pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil, que solicita a mais alta corte brasileira posicionamento formal para saber se, em 1979,
houve ou não anistia dos agentes públicos responsáveis pela prática de tortura, homicídio,
desaparecimento forçado, abuso de autoridade, lesões corporais e estupro contra opositores
políticos, considerando, sobretudo, os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil e a
insuscetibilidade de graça ou anistia do crime de tortura.
Em abril de 2009, o Ministério da Defesa, no contexto da decisão transitada em julgado
da referida ação judicial de 1982, criou Grupo de Trabalho para realizar buscas de restos
mortais na região do Araguaia, sendo que, por ordem expressa do Presidente da República,
foi instituído Comitê Interinstitucional de Supervisão, com representação dos familiares de
mortos e desaparecidos políticos, para o acompanhamento e orientação dos trabalhos. Após
três meses de buscas intensas, sem que tenham sido encontrados restos mortais, os trabalhos
foram temporariamente suspensos devido às chuvas na região, prevendo-se sua retomada ao
final do primeiro trimestre de 2010.
Em maio de 2009, o Presidente da República coordenou o ato de lançamento do projeto
Memórias Reveladas, sob responsabilidade da Casa Civil, que interliga digitalmente o acervo
recolhido ao Arquivo Nacional após dezembro de 2005, com vários outros arquivos federais
sobre a repressão política e com arquivos estaduais de quinze unidades da federação, superando
cinco milhões de páginas de documentos (www.memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br).
Cabe, agora, completar esse processo mediante recolhimento ao Arquivo Nacional de
todo e qualquer documento indevidamente retido ou ocultado, nos termos da Portaria
Interministerial assinada na mesma data daquele lançamento. Cabe também sensibilizar
o Legislativo pela aprovação do Projeto de Lei no 5.228/2009, assinado pelo Presidente da
República, que introduz avanços democratizantes nas normas reguladoras do direito de acesso
à informação.
Iimportância superior nesse resgate da história nacional está no imperativo de localizar
os restos mortais de pelo menos cento e quarenta brasileiros e brasileiras que foram mortos
pelo aparelho de repressão do regime ditatorial. A partir de junho de 2009, a Secretaria de
Comunicação Social da Presidência da República planejou, concebeu e veiculou abrangente
campanha publicitária de televisão, internet, rádio, jornais e revistas de todo o Brasil buscando
sensibilizar os cidadãos sobre essa questão. As mensagens solicitavam que informações sobre
a localização de restos mortais ou sobre qualquer documento e arquivos envolvendo assuntos
da repressão política entre 1964 e 1985 sejam encaminhados ao Memórias Reveladas. Seu
propósito é assegurar às famílias o exercício do direito sagrado de prantear seus entes queridos
e promover os ritos funerais, sem os quais desaparece a certeza da morte e se perpetua
angústia que equivale a nova forma de tortura.
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As violações sistemáticas dos Direitos Humanos pelo Estado durante o regime ditatorial são
desconhecidas pela maioria da população, em especial pelos jovens. A radiografia dos atingidos
pela repressão política ainda está longe de ser concluída, mas calcula-se que pelo menos
cinquenta mil pessoas foram presas somente nos primeiros meses de 1964; cerca de vinte mil
brasileiros foram submetidos a torturas e cerca de quatrocentos cidadãos foram mortos ou
estão desaparecidos. Ocorreram milhares de prisões políticas não registradas, cento e trinta
banimentos, quatro mil, oitocentos e sessenta e duas cassações de mandatos políticos, uma
cifra incalculável de exílios e refugiados políticos.
As ações programáticas deste eixo orientador têm como finalidade assegurar o
processamento democrático e republicano de todo esse período da história brasileira, para
que se viabilize o desejável sentimento de reconciliação nacional. E para se construir consenso
amplo no sentido de que as violações sistemáticas de Direitos Humanos registradas entre 1964
e 1985, bem como no período do Estado Novo, não voltem a ocorrer em nosso País, nunca
mais.
Diretriz 23: Reconhecimento da memória e da verdade como Direito Humano da cidadania e
dever do Estado.
Objetivo Estratégico I:
Promover a apuração e o esclarecimento público das violações de Direitos Humanos praticadas
no contexto da repressão política ocorrida no Brasil no período fixado pelo art. 8o do ADCT
da Constituição, a fim de efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a
reconciliação nacional.
Ação Programática:
a) Designar grupo de trabalho composto por representantes da Casa Civil, do Ministério
da Justiça, do Ministério da Defesa e da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República, para elaborar, até abril de 2010, projeto de lei que institua
Comissão Nacional da Verdade, composta de forma plural e suprapartidária, com mandato
e prazo definidos, para examinar as violações de Direitos Humanos praticadas no contexto
da repressão política no período mencionado, observado o seguinte:
•• O grupo de trabalho será formado por representantes da Casa Civil da Presidência
da República, que o presidirá, do Ministério da Justiça, do Ministério da Defesa, da
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, do presidente da
Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, criada pela Lei no 9.140/95
e de representante da sociedade civil, indicado por esta Comissão Especial;
•• Com o objetivo de promover o maior intercâmbio de informações e a proteção
mais eficiente dos Direitos Humanos, a Comissão Nacional da Verdade estabelecerá
coordenação com as atividades desenvolvidas pelos seguintes órgãos:
•• Arquivo Nacional, vinculado à Casa Civil da Presidência da República;
•• Comissão de Anistia, vinculada ao Ministério da Justiça;
•• Comissão Especial criada pela Lei no 9.140/95, vinculada à Secretaria Especial dos
Direitos Humanos da Presidência da República;
•• Comitê Interinstitucional de Supervisão instituído pelo Decreto Presidencial de 17 de
julho de 2009;
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•• Grupo de Trabalho instituído pela Portaria no 567/MD, de 29 de abril de 2009, do
Ministro de Estado da Defesa;
•• No exercício de suas atribuições, a Comissão Nacional da Verdade poderá realizar as
seguintes atividades:
•• requisitar documentos públicos, com a colaboração das respectivas autoridades, bem
como requerer ao Judiciário o acesso a documentos privados;
•• colaborar com todas as instâncias do Poder Público para a apuração de violações de
Direitos Humanos, observadas as disposições da Lei no 6.683, de 28 de agosto de 1979;
•• promover, com base em seus informes, a reconstrução da história dos casos de violação
de Direitos Humanos, bem como a assistência às vítimas de tais violações;
•• promover, com base no acesso às informações, os meios e recursos necessários para a
localização e identificação de corpos e restos mortais de desaparecidos políticos;
•• identificar e tornar públicas as estruturas utilizadas para a prática de violações de
Direitos Humanos, suas ramificações nos diversos aparelhos do Estado e em outras
instâncias da sociedade;
•• registrar e divulgar seus procedimentos oficiais, a fim de garantir o esclarecimento
circunstanciado de torturas, mortes e desaparecimentos, devendo-se discriminá-los e
encaminhá-los aos órgãos competentes;
•• apresentar recomendações para promover a efetiva reconciliação nacional e prevenir
no sentido da não repetição de violações de Direitos Humanos.
•• A Comissão Nacional da Verdade deverá apresentar, anualmente, relatório
circunstanciado que exponha as atividades realizadas e as respectivas conclusões,
com base em informações colhidas ou recebidas em decorrência do exercício de suas
atribuições.
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Objetivo Estratégico I:
Suprimir do ordenamento jurídico brasileiro eventuais normas remanescentes de períodos de
exceção que afrontem os compromissos internacionais e os preceitos constitucionais sobre
Direitos Humanos.
Ações Programáticas:
a) Criar grupo de trabalho para acompanhar, discutir e articular, com o Congresso Nacional,
iniciativas de legislação propondo:
•• revogação de leis remanescentes do período 1964-1985 que sejam contrárias à garantia
dos Direitos Humanos ou tenham dado sustentação a graves violações;
•• revisão de propostas legislativas envolvendo retrocessos na garantia dos Direitos
Humanos em geral e no direito à memória e à verdade.
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Direitos Humanos
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Direitos Humanos
TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
DESTINATÁRIOS DO ART. 5º:
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
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II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
DIREITO DE OPINIÃO
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem;
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Direitos Humanos – Prof. André Vieira
DIREITO DE EXPRESSÃO
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença;
INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante
o dia, por determinação judicial;
DIA NOITE
LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO
XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa,
nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
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ASSOCIAÇÃO
XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
PROPRIEDADE
Justa
Prévia
Em dinheiro
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PROPRIEDADE INTELECTUAL
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE - ANTERIORIDADE
XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
CRIMES
Considerações
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PENAS
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL
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XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos
durante o período de amamentação;
EXTRADIÇÃO
Considerações
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Direitos Humanos – Prof. André Vieira
LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo
legal;
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade
ou o interesse social o exigirem;
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PRESO
LXI – ninguém será PRESO senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;
PRISÃO
PRESO
LXIII – o PRESO será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV – o PRESO tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;
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Direitos Humanos – Prof. André Vieira
PRISÃO
Legislativo
Executivo
Judiciário
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público;
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;
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LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LXXII – conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter
público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial
ou administrativo;
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
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LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania.
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§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm APLICAÇÃO IMEDIATA.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta CONSTITUIÇÃO NÃO EXCLUEM OUTROS
DECORRENTES DO REGIME E DOS PRINCÍPIOS POR ELA ADOTADOS, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais SOBRE DIREITOS HUMANOS que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos
dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha
manifestado adesão.
Considerações
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CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia,
o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
__________________________________________________________________
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
DESTINATÁRIOS DO ART. 7º:
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I – ( D ) ( SP ) relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
II – ( D ) ( SP ) seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III – ( D ) ( SP ) fundo de garantia do tempo de serviço;
IV – ( D ) ( SP ) salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde,
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
V – ( D ) ( SP ) piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI – ( D ) ( SP ) irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII – ( D ) ( SP ) garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
VIII – ( D ) ( SP ) décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da
aposentadoria;
IX – ( D ) ( SP ) remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X – ( D ) ( SP ) proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XI – ( D ) ( SP ) participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
XII – ( D ) ( SP ) salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda
nos termos da lei;
XIII – ( D ) ( SP ) duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta
e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho;
XIV – ( D ) ( SP ) jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva;
XV – ( D ) ( SP ) repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI – ( D ) ( SP ) remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta
por cento à do normal;
XVII – ( D ) ( SP ) gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que
o salário normal;
XVIII – ( D ) ( SP ) licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de
cento e vinte dias;
XIX – ( D ) ( SP ) licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX – ( D ) ( SP ) proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos,
nos termos da lei;
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SEÇÃO II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios institui-rão, no âmbito de sua
competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração
pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIn 2.135-4)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios institui-rão conselho de
política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados
pelos respectivos Poderes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19 de 1998) (Vide
ADIn 2.135-4)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV,
VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer
requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.
< 645,00
NUNCA INFERIOR AO MÍNIMO,
para os que percebem remuneração
variável;
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ANTES DA EC 72
SIDRA FLA
EMPREGADO DOMÉSTICO
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EMPREGADO DOMÉSTICO
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Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I – a lei não poderá exigir autorização
do Estado para a fundação de sindicato,
ressalvado o registro no órgão competente,
vedadas ao Poder Público a interferência e a
intervenção na organização sindical;
II – é vedada a criação de mais de uma
organização sindical, em qualquer grau,
representativa de categoria profissional
ou econômica, na mesma base territorial,
que será definida pelos trabalhadores ou
empregadores interessados, não podendo ser
inferior à área de um Município;
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria,
inclusive em questões judiciais ou administrativas;
IV – a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional,
será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical
respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a
cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o
final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de
colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.
Considerações
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Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade
de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos
públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e
deliberação.
E OU E
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Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante
destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.
Assegurada
Finalidade
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Direito Constitucional
DA NACIONALIDADE
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VII – de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao
interesse nacional;
II – adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional de
Revisão nº 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos
civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo
nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.
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Questões
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8. Para aquisição de nacionalidade brasileira c) A lei não pode estabelecer diferenças
pela via ordinária, os originários de países entre brasileiros natos e naturalizados,
de língua portuguesa necessitam: salvo os casos previstos na Constituição;
d) Os cargos de magistrados são privativos
a) Residir na República Federativa do Brasil de brasileiros natos.
por mais de 15 anos ininterruptamente
sem condenação penal; 12. É brasileiro nato:
b) Comprovar haver compatibilidade
entre os critérios do “jus solis” e “jus a) Todos os que nascem no Brasil;
sanguinis”; b) Todos os nascidos no exterior filhos de
c) Residir na República Federativa do pais brasileiros;
Brasil por mais de um ano ininterrupto c) O titular da nacionalidade brasileira
e demonstrar idoneidade moral; primária;
d) Preencher os requisitos previstos em lei d) Os oriundos de país de língua
ordinária. portuguesa que reside no Brasil há
um ano ininterrupto e que não tenha
9. São privativos de brasileiros natos os cargos: condenação penal.
a) De deputado federal; 13. São privativos de brasileiros natos os cargos
b) De carreira diplomática; de:
c) De Presidente do Banco Central;
d) De Secretário da Receita Federal; a) Presidente e Vice-Presidente da
e) De vereador. República, Presidente da Câmara dos
Deputados, Presidente do Senado
10. O brasileiro nato pode perder a Federal, Ministro do Supremo Tribunal
nacionalidade: Federal; da Carreira Diplomática;
de Oficial das Forças Armadas e de
a) Se alegar imperativo de consciência Ministro de Estado de Defesa;
para se eximir do serviço militar b) Presidente e Vice-Presidente da
obrigatório e se recusar a cumprir pena República; Deputado Federal; Senador
alternativa fixada em lei; da República; Ministro do Supremo
b) Como conseqüência de pena acessória Tribunal Federal; Carreira Diplomática;
se condenado pela prática de crime de Oficial das Forças Armadas e de
inafiançável e imprescritível; Ministro de Estado de Defesa;
c) Se, por imposição de norma estrangeira, c) Presidente e Vice-Presidente da
tiver que adquirir outra nacionalidade República; Presidente da Câmara dos
como condição para permanência em Deputados; Presidente do Senado
território estrangeiro ou para que possa Federal; Ministro do Superior Tribunal
lá exercer os direitos civis; de Justiça; Procurador Geral da
d) Se adquirir outra nacionalidade. República; da Carreira Diplomática;
de Oficial das Forças Armadas e de
11. Assinale a opção correta: Ministro de Estado da Defesa;
a) Em qualquer hipótese, os nascidos em d) Presidente e Vice-Presidente da
território brasileiro são considerados República; de Governador; Ministro do
brasileiros natos; Supremo Tribunal Federal; Ministro do
b) Os cargos da carreira diplomática Superior Tribunal de Justiça, da Carreira
podem ser ocupados por brasileiros Diplomática, de Oficial das Forças
naturalizados; Armadas e de Ministro de Estado de
Defesa.
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Direito Constitucional – Da Nacionalidade – Profª Alessandra Vieira
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b) O filho do casal será brasileiro nato, d) Ao adquirir outra nacionalidade
desde que seja registrado em repartição voluntariamente por naturalização.
consular brasileira competente na
Alemanha ou que venha a residir no 21. Sobre nacionalidade é correto afirmar que:
Brasil antes da maioridade e, nesse
caso, opte em qualquer tempo pela a) Nos termos da Constituição, os filhos
nacionalidade brasileira. de brasileiros que não estejam a
c) O filho do casal é considerado brasileiro serviço do Brasil nascidos no exterior
nato, independentemente de qualquer poderão fazer opção pela nacionalidade
condição, uma vez que, apesar de brasileira a qualquer tempo, após
nascido no estrangeiro, é filho de pai e atingida a maioridade;
mãe brasileiros. b) Os portugueses submetidos ao
d) Caso o filho do casal obtenha a condição estado da igualdade se equiparam aos
de brasileiro nato, após atendidos os brasileiros natos;
requisitos estabelecidos na legislação c) A lei poderá estabelecer distinção entre
brasileira, não perderá jamais essa brasileiros natos e naturalizados;
condição, visto que a Constituição e) A Constituição proíbe a extradição de
Federal prevê expressamente que brasileiro nato ou naturalizado.
nenhum brasileiro nato pode perder a
nacionalidade brasileira. 22. Guerra, prefeito do Município de Pelotas,
e) Caso o filho do casal obtenha a edita um decreto no qual isenta os
condição de brasileiro naturalizado, brasileiros natos do recolhimento do I.S.S.
ainda assim poderá ter a sua Tal procedimento está correto?
naturalização cancelada, por sentença a) Sim, uma vez que se trata de imposto
judicial, mas somente em decorrência de competência exclusiva do Município;
de crime comum, praticado antes b) Não, por ser matéria de competência
da naturalização, ou de comprovado de lei estadual;
envolvimento em tráfico ilícito de c) Não, porque a lei não pode estabelecer
entorpecentes. distinção entre brasileiros natos e
naturalizados;
19. O cancelamento da naturalização em razão d) Sim, porque na hipótese, há autorização
do exercício de atividades contrárias ao expressa na Constituição Federal;
interesse nacional, dar-se-á por: e) Sim, porque se trata de lei municipal
a) Decreto do Presidente da República; sobre matéria discricionária.
b) Sentença Judicial com trânsito em
julgado; 23. O art. 12, § 2º da Constituição Federal
c) Ato do Ministro das Relações Exteriores; estabelece que não poderá haver distinção
d) Ato do Governo Estrangeiro. entre brasileiro nato e naturalizado, a não
ser que tal distinção esteja prevista:
20. O brasileiro nato pode perder a a) na própria Constituição;
nacionalidade: b) em lei complementar;
a) Por sentença judicial que cancele a c) em lei ordinária;
naturalização; d) na Constituição Estadual;
b) Em razão de extradição; e) em lei delegada.
c) Se contratado por empresa
multinacional em território alienígena;
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Direito Constitucional – Da Nacionalidade – Profª Alessandra Vieira
24. Aos portugueses que optem pela 27. Filho de pais alemães, nascido em
naturalização brasileira ordinária, é exigido: território brasileiro no período em que
seus ascendentes estavam a serviço da
a) residência por dois anos ininterruptos e Alemanha, é considerado:
idoneidade moral;
b) residência por um ano ininterrupto e a) apátrida;
idoneidade moral; b) estrangeiro;
c) residência por trinta anos ininterruptos c) brasileiro nato;
e sem condenação penal; d) alemão equiparado;
d) residência permanente e reciprocidade e) brasileiro naturalizado.
em favor dos brasileiros;
e) residência ininterrupta no Brasil por 28. Henrique, brasileiro nato, vai morar no
mais de quinze anos e sem condenação México. Lá requer e obtém a nacionalidade
penal. mexicana. Como fica sua situação em face
da nacionalidade brasileira?
25. Juan Pablo, espanhol de nascimento, reside
desde 1984, ininterruptamente no Brasil. a) Permanece com a nacionalidade
Em razão do tempo de residência, ele: brasileira;
b) Perde a nacionalidade brasileira;
a) não poderá mais se naturalizar c) Permanece com as duas nacionalidades;
brasileiro; d) Terá prazo de cinco anos para optar por
b) será brasileiro naturalizado se o uma das nacionalidades;
requerer; e) Terá prazo de dois anos para optar por
c) será brasileiro naturalizado se o uma das nacionalidades.
requerer, desde que não tenha
condenação penal neste período; 29. Os cargos de Ministro do STJ, devem ser
d) deverá esperar completar trinta providos por:
anos de residência ininterrupta, sem
condenação penal, para requerer a a) brasileiros natos;
nacionalidade brasileira; b) brasileiros;
e) não poderá retornar à Espanha sem c) brasileiros natos e portugueses
visto. equiparados;
d) brasileiros e estrangeiros residentes no
26. Pelo critério do jus sanguinis a nacionalidade Brasil;
é conferida: e) Todas as opções são falsas.
a) ao descendente de nacional pouco im- 30. Não é privativo de brasileiro nato o cargo
portando o local de nascimento; de:
b) aos que nascerem fora do território do
Estado; a) Ministro do Planejamento;
c) aos que nascerem no território do Esta- b) Oficial das Forças Armadas;
do; c) Ministro do Supremo Tribunal Federal;
d) aos que nascerem em território nacio- d) Presidente do Senado Federal;
nal ou estrangeiro; e) Presidente da Câmara dos Deputa-
e) por mérito ao estrangeiro que, partici- dos.
pando das Forças Armadas Brasileiras,
tenha sido ferido em combate.
Gabarito: 1. B 2. B 3. D 4. C 5. D 6. D 7. A 8. C 9. B 10. D 11. C 12. C 13. A 14. C 15. A 16. C 17. D
18. A 19. B 20. D 21. A 22. C 23. A 24. B 25. C 26. A 27. B 28. B 29. B 30. A
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Direito Constitucional
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§ 9º Lei complementar estabelecerá outros Art. 15. É vedada a cassação de direitos
casos de inelegibilidade e os prazos de sua políticos, cuja perda ou suspensão só se dará
cessação, a fim de proteger a probidade nos casos de:
administrativa, a moralidade para exercício
de mandato considerada vida pregressa do I – cancelamento da naturalização por
candidato, e a normalidade e legitimidade sentença transitada em julgado;
das eleições contra a influência do poder II – incapacidade civil absoluta;
econômico ou o abuso do exercício de
função, cargo ou emprego na administração III – condenação criminal transitada em
direta ou indireta. (Redação dada pela julgado, enquanto durarem seus efeitos;
Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de
IV – recusa de cumprir obrigação a todos
1994)
imposta ou prestação alternativa, nos
§ 10. O mandato eletivo poderá ser termos do art. 5º, VIII;
impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo
V – improbidade administrativa, nos termos
de quinze dias contados da diplomação,
do art. 37, § 4º.
instruída a ação com provas de abuso do
poder econômico, corrupção ou fraude. Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral
entrará em vigor na data de sua publicação, não
§ 11. A ação de impugnação de mandato
se aplicando à eleição que ocorra até um ano
tramitará em segredo de justiça,
da data de sua vigência. (Redação dada pela
respondendo o autor, na forma da lei, se
Emenda Constitucional nº 4, de 1993)
temerária ou de manifesta má-fé.
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Questões
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d) preencherá as condições de 6. Sobre os direitos políticos assegurados pela
elegibilidade para o cargo pretendido, Constituição da República, pode-se afirmar,
desde que seja agregado pela EXCETO:
autoridade militar superior e, se eleito,
passe para a inatividade. a) Não podem alistar-se como eleitores
e) preencherá as condições de os estrangeiros e, durante o período
elegibilidade para o cargo pretendido, do serviço militar obrigatório, os
desde que se afaste da atividade militar. conscritos.
b) O Presidente da República, os
5. Julgue verdadeiro ou falso para as Governadores de Estado e do Distrito
proposições relacionadas à privação dos Federal, os Prefeitos e quem os houver
direitos políticos na Constituição Federal. sucedido, ou substituído no curso dos
mandatos poderão ser reeleitos para
I – Constitui hipótese de suspensão dos um único período subsequente.
direitos políticos o cancelamento da c) O voto é obrigatório para os maiores de
naturalização por sentença transitada em dezesseis e menores de dezoito anos
julgado. ( ) que tenham se alistado.
II – A incapacidade civil absoluta é uma d) Para concorrerem a outros cargos,
das hipóteses de suspensão dos direitos o Presidente da República, os
políticos. ( ) Governadores de Estado e do Distrito
Federal e os Prefeitos devem renunciar
III – O brasileiro que adquire outra aos respectivos mandatos até seis
nacionalidade perderá os seus direitos meses antes do pleito.
políticos, com exceção dos casos de
reconhecimento da nacionalidade 7. A Constituição Federal estabelece idades
originária pela lei estrangeira, ou ainda, mínimas para o exercício de cargos públicos
imposição de naturalização, pela lei eletivos. Assinale a alternativa incorreta.
estrangeira, ao brasileiro residente em
Estado estrangeiro,como condição para a) vinte e um anos para Deputado Federal
permanência em seu território ou para o e para Deputado Estadual;
exercício de direitos civis. ( ) b) Trinta anos para Governador de Estado;
c) Trinta e cinco anos para Presidente da
IV – A Carta Constitucional de 1988 permite República;
a cassação dos direitos políticos, que se dá d) Vinte e um anos para Vereador e para
por meio da sua perda ou suspensão. ( ) Prefeito;
Agora, assinale a alternativa que e) Dezoito anos para Vereador.
corresponde, respectivamente, ao
julgamento CORRETO das proposições 8. Assinale a opção correta:
acima:
a) Todo inalistável é inelegível e todo
a) F – V – V – F. inelegível é inalistável;
b) V – V – F – V. b) O partido político, pessoa jurídica
c) F – V – F – V. de direito público, pode ter caráter
d) V – V – V – F. regional;
c) O alistamento eleitoral e o voto são
facultativos para os estrangeiros e para
os conscritos, durante o período do
serviço militar obrigatório;
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Direito Constitucional – Dos Direitos Políticos – Profª Alessandra Vieira
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III – O Governador de Estado, no período d) a idade mínima de vinte e um anos para
subseqüente, para o mesmo cargo; o estrangeiro, naturalizado brasileiro,
a) I, II e III estão corretas; ser deputado federal.
b) Apenas I e II estão corretas;
c) Apenas II está correta; 18. O filho de Governador de Estado pode
d) Apenas I está correta; disputar eleição para o cargo de Deputado
e) Todas estão incorretas. Estadual no território de jurisdição de seu
pai?
14. O mandato eletivo poderá ser impugnado a) Não, já que a Constituição proíbe, a não
ante a Justiça Eleitoral no prazo de ..... dias ser que seja candidato a reeleição;
contados da diplomação, instruída a ação b) Sim, pois o impedimento constitucional
com provas de ............... corrupção ou diz respeito ao mesmo cargo;
fraude. c) Sim, já que a Constituição não trata do
a) 10 – abuso de direito político; assunto;
b) 15 – abuso do poder econômico; d) Não, em hipótese alguma;
c) 15 – abuso de prerrogativas; e) Nenhuma das respostas anteriores está
d) 12 – abuso de direito político; correta.
e) 5 – abuso do poder econômico.
19. Analise:
15. É incorreto afirmar que são inelegíveis: I – O direito de sufrágio é bem mais amplo
a) O cônjuge de Presidente da República, que o direito de voto, pois contém, em
para vereador; seu bojo, a capacidade eleitoral ativa e a
b) O pai de Governador de Estado para capacidade eleitoral passiva.
Deputado Estadual; II – A soberania popular será exercida pelo
c) O cunhado de Prefeito, para a Câmara sufrágio universal e pelo voto direto e
de Vereadores do mesmo Município; secreto, com valor igual para todos, e, nos
d) O irmão do Governador para Deputado termos da lei, mediante plebiscito.
Estadual; III – São inelegíveis o cônjuge e os parentes
e) O primo do Prefeito, para vereador. consangüíneos ou afins, até o terceiro grau,
do Governador ou do Prefeito, ou de quem
16. Com relação aos direitos políticos, é vedada os haja substituído dentro dos três meses
sua: anteriores ao pleito, ainda que titular de
a) Cassação; mandato eletivo e candidato à reeleição.
b) Perda; IV – O mandato eletivo poderá ser
c) Suspensão; impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo
d) Aquisição; de quinze dias da eleição e até trinta dias da
e) Utilização. diplomação, instruída a ação com provas da
prática de eventual crime ou contravenção.
17. É condição de elegibilidade:
V – Não podem alistar-se como eleitores os
a) Ter menos de oitenta anos; estrangeiros e, durante o período do serviço
b) a idade mínima de dezoito anos para militar obrigatório, os conscritos.
ser prefeito; É correto o que consta APENAS em
c) a idade mínima de trinta anos para
analfabeto se eleger Governador de a) I, II e V
Estado; b) I e IV
c) II e III
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Direito Constitucional – Dos Direitos Políticos – Profª Alessandra Vieira
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b) Para concorrerem aos mesmos e) facultativo para os maiores de 60
cargos, o presidente da República, os (sessenta) anos.
governadores de estado e do Distrito
Federal e os prefeitos devem renunciar 27. De acordo com a Constituição da República,
aos respectivos mandatos até seis são inalistáveis e inelegíveis:
meses antes do pleito.
c) Segundo a CF, o militar alistável é a) somente os analfabetos e os conscritos.
inelegível; b) os estrangeiros, os analfabetos e os
d) O cônjuge e os parentes consanguíneos conscritos.
ou afins até o segundo grau ou por c) somente os estrangeiros e os
adoção do presidente da República, de analfabetos.
governador de estado ou território, do d) somente os estrangeiros e os conscritos.
Distrito Federal e de prefeito podem
concorrer, no território da jurisdição do 28. A capacidade eleitoral passiva consistente
titular. na possibilidade de o cidadão pleitear
determinados mandatos políticos, mediante
25. Assinale a opção correta quanto aos direitos eleição popular, desde que preenchidos
políticos e à cidadania: certos requisitos, conceitua-se em:
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Direito Constitucional – Dos Direitos Políticos – Profª Alessandra Vieira
Gabarito: 1. E 2. A 3. C 4. E 5. A 6. C 7. D 8. D 9. B 10. C 11. D 12. D 13. D 14. B 15. E 16. A
17. D 18. A 19. A 20. E 21. B 22. E 23. E 24. A 25. A 26. A 27. D 28. D 29. D 30. B
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Direito Constitucional
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a
soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa
humana e observados os seguintes preceitos: Regulamento
I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou
de subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações
eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional,
estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e
fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 52, de 2006)
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,
registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio
e à televisão, na forma da lei.
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.
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Participação Social
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Participação Social
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lativos às políticas e aos serviços públicos, I – reconhecimento da participação social
prestados sob qualquer forma ou regime, como direito do cidadão e expressão de
com vistas ao aprimoramento da gestão sua autonomia;
pública;
II – complementariedade, transversalidade
VI – mesa de diálogo – mecanismo de de- e integração entre mecanismos e instân-
bate e de negociação com a participação cias da democracia representativa, partici-
dos setores da sociedade civil e do governo pativa e direta;
diretamente envolvidos no intuito de pre-
venir, mediar e solucionar conflitos sociais; III – solidariedade, cooperação e respeito
à diversidade de etnia, raça, cultura, gera-
VII – fórum interconselhos – mecanismo ção, origem, sexo, orientação sexual, re-
para o diálogo entre representantes dos ligião e condição social, econômica ou de
conselhos e comissões de políticas públi- deficiência, para a construção de valores
cas, no intuito de acompanhar as políticas de cidadania e de inclusão social;
públicas e os programas governamentais,
formulando recomendações para aprimo- IV – direito à informação, à transparência e
rar sua intersetorialidade e transversalida- ao controle social nas ações públicas, com
de; uso de linguagem simples e objetiva, con-
sideradas as características e o idioma da
VIII – audiência pública – mecanismo par- população a que se dirige;
ticipativo de caráter presencial, consultivo,
aberto a qualquer interessado, com a pos- V – valorização da educação para a cidada-
sibilidade de manifestação oral dos partici- nia ativa;
pantes, cujo objetivo é subsidiar decisões VI – autonomia, livre funcionamento e in-
governamentais; dependência das organizações da socieda-
IX – consulta pública – mecanismo partici- de civil; e
pativo, a se realizar em prazo definido, de VII – ampliação dos mecanismos de con-
caráter consultivo, aberto a qualquer inte- trole social.
ressado, que visa a receber contribuições
por escrito da sociedade civil sobre deter- Art. 4º São objetivos da PNPS, entre outros:
minado assunto, na forma definida no seu
I – consolidar a participação social como
ato de convocação; e
método de governo;
X – ambiente virtual de participação social
II – promover a articulação das instâncias e
– mecanismo de interação social que utili-
dos mecanismos de participação social;
za tecnologias de informação e de comuni-
cação, em especial a internet, para promo- III – aprimorar a relação do governo fede-
ver o diálogo entre administração pública ral com a sociedade civil, respeitando a au-
federal e sociedade civil. tonomia das partes;
Parágrafo único. As definições previstas IV – promover e consolidar a adoção de
neste Decreto não implicam na desconsti- mecanismos de participação social nas po-
tuição ou alteração de conselhos, comissões líticas e programas de governo federal;
e demais instâncias de participação social já
instituídos no âmbito do governo federal. V – desenvolver mecanismos de participa-
ção social nas etapas do ciclo de planeja-
Art. 3º São diretrizes gerais da PNPS: mento e orçamento;
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Participação Social – Política Nacional de Participação Social (Decreto nº 8.243/2014) – Profª. Giuliane Torres
VIII – incentivar e promover ações e pro- Art. 7º O Sistema Nacional de Participação So-
gramas de apoio institucional, formação cial – SNPS, coordenado pela Secretaria-Geral
e qualificação em participação social para da Presidência da República, será integrado pe-
agentes públicos e sociedade civil; e las instâncias de participação social previstas
nos incisos I a IV do art. 6º deste Decreto, sem
IX – incentivar a participação social nos en- prejuízo da integração de outras formas de di-
tes federados. álogo entre a administração pública federal e a
sociedade civil.
Art. 5º Os órgãos e entidades da administração
pública federal direta e indireta deverão, res- Parágrafo único. A Secretaria-Geral da Pre-
peitadas as especificidades de cada caso, con- sidência da República publicará a relação e
siderar as instâncias e os mecanismos de parti- a respectiva composição das instâncias inte-
cipação social, previstos neste Decreto, para a grantes do SNPS.
formulação, a execução, o monitoramento e a
avaliação de seus programas e políticas públi- Art. 8º Compete à Secretaria-Geral da Presidên-
cas. cia da República:
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Art. 9º Fica instituído o Comitê Governamental berativa vincula-se à análise de legalidade
de Participação Social – CGPS, para assessorar a do ato pelo órgão jurídico competente, em
Secretaria-Geral da Presidência da República no acordo com o disposto na Lei Complemen-
monitoramento e na implementação da PNPS e tar nº73, de 10 de fevereiro de 1993.
na coordenação do SNPS.
§ 3º A rotatividade das entidades e de seus
§ 1º O CGPS será coordenado pela Secreta- representantes nos conselhos de políticas
ria-Geral da Presidência da República, que públicas deve ser assegurada mediante a
dará o suporte técnico-administrativo para recondução limitada a lapso temporal de-
seu funcionamento. terminado na forma dos seus regimentos
internos, sendo vedadas três reconduções
§ 2º Ato do Ministro de Estado Chefe da Se- consecutivas.
cretaria-Geral da Presidência da República
disporá sobre seu funcionamento. § 4º A participação de dirigente ou membro
de organização da sociedade civil que atue
Art. 10. Ressalvado o disposto em lei, na cons- em conselho de política pública não confi-
tituição de novos conselhos de políticas públi- gura impedimento à celebração de parceria
cas e na reorganização dos já constituídos de- com a administração pública.
vem ser observadas, no mínimo, as seguintes
diretrizes: § 5º Na hipótese de parceira que envolva
transferência de recursos financeiros de
I – presença de representantes eleitos ou dotações consignadas no fundo do respec-
indicados pela sociedade civil, preferen- tivo conselho, o conselheiro ligado à organi-
cialmente de forma paritária em relação zação que pleiteia o acesso ao recurso fica
aos representantes governamentais, quan- impedido de votar nos itens de pauta que
do a natureza da representação o reco- tenham referência com o processo de sele-
mendar; ção, monitoramento e avaliação da parce-
II – definição, com consulta prévia à socie- ria.
dade civil, de suas atribuições, competên- Art. 11. Nas comissões de políticas públicas de-
cias e natureza; vem ser observadas, no mínimo, as seguintes
III – garantia da diversidade entre os repre- diretrizes:
sentantes da sociedade civil; I – presença de representantes eleitos ou
IV – estabelecimento de critérios transpa- indicados pela sociedade civil;
rentes de escolha de seus membros; II – definição de prazo, tema e objetivo a
V – rotatividade dos representantes da so- ser atingido;
ciedade civil; III – garantia da diversidade entre os repre-
VI – compromisso com o acompanhamen- sentantes da sociedade civil;
to dos processos conferenciais relativos ao IV – estabelecimento de critérios transpa-
tema de sua competência; e rentes de escolha de seus membros; e
VII – publicidade de seus atos. V – publicidade de seus atos.
§ 1º A participação dos membros no conse- Art. 12. As conferências nacionais devem ob-
lho é considerada prestação de serviço pú- servar, no mínimo, as seguintes diretrizes:
blico relevante, não remunerada.
I – divulgação ampla e prévia do documen-
§ 2º A publicação das resoluções de caráter to convocatório, especificando seus objeti-
normativo dos conselhos de natureza deli- vos e etapas;
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Participação Social – Política Nacional de Participação Social (Decreto nº 8.243/2014) – Profª. Giuliane Torres
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II – disponibilização prévia e em tempo há- IX – sistematização e publicidade das con-
bil dos documentos que serão objeto da tribuições recebidas;
consulta em linguagem simples e objetiva,
e dos estudos e do material técnico utiliza- X – utilização prioritária de softwares e li-
do como fundamento para a proposta co- cenças livres como estratégia de estímulo à
locada em consulta pública e a análise de participação na construção das ferramen-
impacto regulatório, quando houver; tas tecnológicas de participação social; e
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Participação Social
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Direito Penal
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Direito Penal
LEI 7210/84
CAPÍTULO V
DO CONSELHO PENITENCIÁRIO
Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão
consultivo e fiscalizador da execução da pena.
§ 1º O Conselho será integrado por
membros nomeados pelo Governador do
Estado, do Distrito Federal e dos Territórios,
dentre professores e profissionais da
área do Direito Penal, Processual Penal,
Penitenciário e ciências correlatas, bem
como por representantes da comunidade. A
legislação federal e estadual regulará o seu
funcionamento.
§ 2º O mandato dos membros do Conselho
Penitenciário terá a duração de 4 (quatro)
anos.
Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário:
I – emitir parecer sobre indulto e comutação
de pena, excetuada a hipótese de pedido de
indulto com base no estado de saúde do
preso; (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
2003)
II – inspecionar os estabelecimentos e
serviços penais;
III – apresentar, no 1º (primeiro) trimestre
de cada ano, ao Conselho Nacional de
Política Criminal e Penitenciária, relatório
dos trabalhos efetuados no exercício
anterior;
IV – supervisionar os patronatos, bem como
a assistência aos egressos.
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Direito Penal
LEI 7210/84
CAPÍTULO VIII
DO CONSELHO DA COMUNIDADE
Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho
da Comunidade composto, no mínimo, por 1
(um) representante de associação comercial ou
industrial, 1 (um) advogado indicado pela Seção
da Ordem dos Advogados do Brasil, 1 (um)
Defensor Público indicado pelo Defensor Público
Geral e 1 (um) assistente social escolhido pela
Delegacia Seccional do Conselho Nacional de
Assistentes Sociais. (Redação dada pela Lei nº
12.313, de 2010).
Parágrafo único. Na falta da representação
prevista neste artigo, ficará a critério do Juiz
da execução a escolha dos integrantes do
Conselho.
Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade:
I – visitar, pelo menos mensalmente, os
estabelecimentos penais existentes na
comarca;
II – entrevistar presos;
III – apresentar relatórios mensais ao Juiz da
execução e ao Conselho Penitenciário;
IV – diligenciar a obtenção de recursos
materiais e humanos para melhor assistência
ao preso ou internado, em harmonia com a
direção do estabelecimento.
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Execução Penal
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Direito Penal
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Parágrafo único. Ao exame de que trata este orientar o retorno à convivência em sociedade.
artigo poderá ser submetido o condenado
ao cumprimento da pena privativa de Parágrafo único. A assistência estende-se
liberdade em regime semi-aberto. ao egresso.
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Seção VII CAPÍTULO III
DA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA DO TRABALHO
Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de Seção I
culto, será prestada aos presos e aos internados, DISPOSIÇÕES GERAIS
permitindo-se-lhes a participação nos serviços
organizados no estabelecimento penal, bem Art. 28. O trabalho do condenado, como dever
como a posse de livros de instrução religiosa. social e condição de dignidade humana, terá
§ 1º No estabelecimento haverá local finalidade educativa e produtiva.
apropriado para os cultos religiosos. § 1º Aplicam-se à organização e aos
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser métodos de trabalho as precauções
obrigado a participar de atividade religiosa. relativas à segurança e à higiene.
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito
Seção VIII ao regime da Consolidação das Leis do
DA ASSISTÊNCIA AO EGRESSO Trabalho.
Art. 25. A assistência ao egresso consiste: Art. 29. O trabalho do preso será remunerado,
mediante prévia tabela, não podendo ser
I – na orientação e apoio para reintegrá-lo à inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.
vida em liberdade;
§ 1° O produto da remuneração pelo
II – na concessão, se necessário, trabalho deverá atender:
de alojamento e alimentação, em
estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 a) à indenização dos danos causados
(dois) meses. pelo crime, desde que determinados
judicialmente e não reparados por outros
Parágrafo único. O prazo estabelecido meios;
no inciso II poderá ser prorrogado uma
única vez, comprovado, por declaração do b) à assistência à família;
assistente social, o empenho na obtenção
de emprego. c) a pequenas despesas pessoais;
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Direito Penal – Lei de Execução Penal/Lei nº 7210 – Prof. Joerberth Nunes
Parágrafo único. Para o preso provisório, o Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou
trabalho não é obrigatório e só poderá ser Indireta da União, Estados, Territórios, Distrito
executado no interior do estabelecimento. Federal e dos Municípios adquirirão, com
dispensa de concorrência pública, os bens ou
Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser produtos do trabalho prisional, sempre que
levadas em conta a habilitação, a condição não for possível ou recomendável realizar-se a
pessoal e as necessidades futuras do preso, venda a particulares.
bem como as oportunidades oferecidas pelo
mercado. Parágrafo único. Todas as importâncias
arrecadadas com as vendas reverterão em
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto favor da fundação ou empresa pública a
possível, o artesanato sem expressão que alude o artigo anterior ou, na sua falta,
econômica, salvo nas regiões de turismo. do estabelecimento penal.
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos Seção III
poderão solicitar ocupação adequada à sua
idade. DO TRABALHO EXTERNO
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos Art. 36. O trabalho externo será admissível
somente exercerão atividades apropriadas para os presos em regime fechado somente
ao seu estado. em serviço ou obras públicas realizadas por
órgãos da Administração Direta ou Indireta,
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será ou entidades privadas, desde que tomadas as
inferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas, cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.
com descanso nos domingos e feriados.
§ 1º O limite máximo do número de presos
Parágrafo único. Poderá ser atribuído será de 10% (dez por cento) do total de
horário especial de trabalho aos presos empregados na obra.
designados para os serviços de conservação
e manutenção do estabelecimento penal. § 2º Caberá ao órgão da administração,
à entidade ou à empresa empreiteira a
Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por remuneração desse trabalho.
fundação, ou empresa pública, com autonomia
administrativa, e terá por objetivo a formação § 3º A prestação de trabalho à entidade
profissional do condenado. privada depende do consentimento
expresso do preso.
§ 1º Nessa hipótese, incumbirá à entidade
gerenciadora promover e supervisionar Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser
a produção, com critérios e métodos autorizada pela direção do estabelecimento,
empresariais, encarregar-se de sua dependerá de aptidão, disciplina e
comercialização, bem como suportar responsabilidade, além do cumprimento
despesas, inclusive pagamento de mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.
remuneração adequada. (Renumerado pela
Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização
Lei nº 10.792, de 2003)
de trabalho externo ao preso que vier
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a praticar fato definido como crime, Seção II
for punido por falta grave, ou tiver DOS DIREITOS
comportamento contrário aos requisitos
estabelecidos neste artigo. Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades
o respeito à integridade física e moral dos
condenados e dos presos provisórios.
CAPÍTULO IV Art. 41 - Constituem direitos do preso:
DOS DEVERES, DOS DIREITOS I – alimentação suficiente e vestuário;
E DA DISCIPLINA II – atribuição de trabalho e sua
remuneração;
Seção I
III – Previdência Social;
DOS DEVERES
IV – constituição de pecúlio;
Art. 38. Cumpre ao condenado, além das
V – proporcionalidade na distribuição do
obrigações legais inerentes ao seu estado,
tempo para o trabalho, o descanso e a
submeter-se às normas de execução da pena.
recreação;
Art. 39. Constituem deveres do condenado:
VI – exercício das atividades profissionais,
I – comportamento disciplinado e intelectuais, artísticas e desportivas
cumprimento fiel da sentença; anteriores, desde que compatíveis com a
II – obediência ao servidor e respeito a execução da pena;
qualquer pessoa com quem deva relacionar- VII – assistência material, à saúde, jurídica,
se; educacional, social e religiosa;
III – urbanidade e respeito no trato com os VIII – proteção contra qualquer forma de
demais condenados; sensacionalismo;
IV – conduta oposta aos movimentos IX – entrevista pessoal e reservada com o
individuais ou coletivos de fuga ou de advogado;
subversão à ordem ou à disciplina;
X – visita do cônjuge, da companheira, de
V – execução do trabalho, das tarefas e das parentes e amigos em dias determinados;
ordens recebidas;
XI – chamamento nominal;
VI – submissão à sanção disciplinar imposta;
XII – igualdade de tratamento salvo quanto
VII – indenização à vitima ou aos seus às exigências da individualização da pena;
sucessores;
XIII – audiência especial com o diretor do
VIII – indenização ao Estado, quando estabelecimento;
possível, das despesas realizadas com
XIV – representação e petição a qualquer
a sua manutenção, mediante desconto
autoridade, em defesa de direito;
proporcional da remuneração do trabalho;
XV – contato com o mundo exterior por
IX – higiene pessoal e asseio da cela ou
meio de correspondência escrita, da leitura
alojamento;
e de outros meios de informação que não
X – conservação dos objetos de uso pessoal. comprometam a moral e os bons costumes.
Parágrafo único. Aplica-se ao preso XVI – atestado de pena a cumprir, emitido
provisório, no que couber, o disposto neste anualmente, sob pena da responsabilidade
artigo.
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§ 2º É vedado o emprego de cela escura. VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer
aparelho telefônico, de rádio ou similar, que
§ 3º São vedadas as sanções coletivas. permita a comunicação com outros presos
ou com o ambiente externo. (Incluído pela
Art. 46. O condenado ou denunciado, no
Lei nº 11.466, de 2007)
início da execução da pena ou da prisão, será
cientificado das normas disciplinares.
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Parágrafo único. O disposto neste artigo ou participação, a qualquer título, em
aplica-se, no que couber, ao preso organizações criminosas, quadrilha ou
provisório. bando. (Incluído pela Lei nº 10.792, de
2003)
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena
restritiva de direitos que: Subseção III
I – descumprir, injustificadamente, a DAS SANÇÕES
restrição imposta; E DAS RECOMPENSAS
II – retardar, injustificadamente, o Art. 53. Constituem sanções disciplinares:
cumprimento da obrigação imposta;
I – advertência verbal;
III – inobservar os deveres previstos nos
incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. II – repreensão;
Art. 52. A prática de fato previsto como crime III – suspensão ou restrição de direitos
doloso constitui falta grave e, quando ocasione (artigo 41, parágrafo único);
subversão da ordem ou disciplina internas,
IV – isolamento na própria cela, ou em
sujeita o preso provisório, ou condenado, sem
local adequado, nos estabelecimentos que
prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar
possuam alojamento coletivo, observado o
diferenciado, com as seguintes características:
disposto no artigo 88 desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
V – inclusão no regime disciplinar
I – duração máxima de trezentos e sessenta
diferenciado. (Incluído pela Lei nº 10.792,
dias, sem prejuízo de repetição da sanção
de 2003)
por nova falta grave de mesma espécie,
até o limite de um sexto da pena aplicada; Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53
(Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) serão aplicadas por ato motivado do diretor do
estabelecimento e a do inciso V, por prévio e
II – recolhimento em cela individual;
fundamentado despacho do juiz competente.
(Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
III – visitas semanais de duas pessoas, sem
§ 1º A autorização para a inclusão do
contar as crianças, com duração de duas
preso em regime disciplinar dependerá de
horas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
requerimento circunstanciado elaborado
IV – o preso terá direito à saída da cela por pelo diretor do estabelecimento ou outra
2 horas diárias para banho de sol. (Incluído autoridade administrativa. (Incluído pela Lei
pela Lei nº 10.792, de 2003) nº 10.792, de 2003)
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do Ministério da Justiça, dentre professores e IX – representar ao Juiz da execução
profissionais da área do Direito Penal, Processual ou à autoridade administrativa para
Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem instauração de sindicância ou procedimento
como por representantes da comunidade e dos administrativo, em caso de violação das
Ministérios da área social. normas referentes à execução penal;
Parágrafo único. O mandato dos membros X – representar à autoridade competente
do Conselho terá duração de 2 (dois) anos, para a interdição, no todo ou em parte, de
renovado 1/3 (um terço) em cada ano. estabelecimento penal.
Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política
Criminal e Penitenciária, no exercício de suas
atividades, em âmbito federal ou estadual, CAPÍTULO III
incumbe:
DO JUÍZO DA EXECUÇÃO
I – propor diretrizes da política criminal
quanto à prevenção do delito, administração Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz
da Justiça Criminal e execução das penas e indicado na lei local de organização judiciária e,
das medidas de segurança; na sua ausência, ao da sentença.
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Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário: IV – colaborar com as Unidades Federativas
mediante convênios, na implantação de
I – emitir parecer sobre indulto e comutação estabelecimentos e serviços penais;
de pena, excetuada a hipótese de pedido de
indulto com base no estado de saúde do V – colaborar com as Unidades Federativas
preso; (Redação dada pela Lei nº 10.792, de para a realização de cursos de formação
2003) de pessoal penitenciário e de ensino
profissionalizante do condenado e do
II – inspecionar os estabelecimentos e internado.
serviços penais;
VI – estabelecer, mediante convênios com
III – apresentar, no 1º (primeiro) trimestre as unidades federativas, o cadastro nacional
de cada ano, ao Conselho Nacional de das vagas existentes em estabelecimentos
Política Criminal e Penitenciária, relatório locais destinadas ao cumprimento de penas
dos trabalhos efetuados no exercício privativas de liberdade aplicadas pela justiça
anterior; de outra unidade federativa, em especial
IV – supervisionar os patronatos, bem como para presos sujeitos a regime disciplinar.
a assistência aos egressos. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
Parágrafo único. Incumbem também ao
Departamento a coordenação e supervisão
dos estabelecimentos penais e de
CAPÍTULO VI
internamento federais.
DOS DEPARTAMENTOS
PENITENCIÁRIOS Seção II
DO DEPARTAMENTO
Seção I PENITENCIÁRIO LOCAL
DO DEPARTAMENTO
PENITENCIÁRIO NACIONAL Art. 73. A legislação local poderá criar
Departamento Penitenciário ou órgão similar,
Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional, com as atribuições que estabelecer.
subordinado ao Ministério da Justiça, é órgão
Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou
executivo da Política Penitenciária Nacional e de
órgão similar, tem por finalidade supervisionar
apoio administrativo e financeiro do Conselho
e coordenar os estabelecimentos penais da
Nacional de Política Criminal e Penitenciária.
Unidade da Federação a que pertencer.
Art. 72. São atribuições do Departamento
Penitenciário Nacional: Seção III
DA DIREÇÃO E DO PESSOAL DOS
I – acompanhar a fiel aplicação das normas
de execução penal em todo o Território
ESTABELECIMENTOS PENAIS
Nacional; Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de
II – inspecionar e fiscalizar periodicamente estabelecimento deverá satisfazer os seguintes
os estabelecimentos e serviços penais; requisitos:
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Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública: III – interpor recursos de decisões proferidas
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). pela autoridade judiciária ou administrativa
I – requerer: (Incluído pela Lei nº 12.313, durante a execução; (Incluído pela Lei nº
de 2010). 12.313, de 2010).
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Parágrafo único. São requisitos básicos da requisitos da letra a, do parágrafo único, do
unidade celular: artigo 88, desta Lei.
a) salubridade do ambiente pela Parágrafo único. São também requisitos
concorrência dos fatores de aeração, básicos das dependências coletivas:
insolação e condicionamento térmico
adequado à existência humana; a) a seleção adequada dos presos;
Art. 92. O condenado poderá ser alojado Art. 97. O Centro de Observação será instalado
em compartimento coletivo, observados os em unidade autônoma ou em anexo a
estabelecimento penal.
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CAPÍTULO VI CAPÍTULO I
DO HOSPITAL DE CUSTÓDIA E DAS PENAS PRIVATIVAS DE
TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO LIBERDADE
Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento
Psiquiátrico destina-se aos inimputáveis e Seção I
semi-imputáveis referidos no artigo 26 e seu DISPOSIÇÕES GERAIS
parágrafo único do Código Penal.
Art. 105. Transitando em julgado a sentença
Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que aplicar pena privativa de liberdade, se o
que couber, o disposto no parágrafo único, réu estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará
do artigo 88, desta Lei. a expedição de guia de recolhimento para a
execução.
Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais
exames necessários ao tratamento são Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo
obrigatórios para todos os internados. escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a
assinará com o Juiz, será remetida à autoridade
Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no administrativa incumbida da execução e
artigo 97, segunda parte, do Código Penal, será conterá:
realizado no Hospital de Custódia e Tratamento
Psiquiátrico ou em outro local com dependência I – o nome do condenado;
médica adequada.
II – a sua qualificação civil e o número
do registro geral no órgão oficial de
identificação;
CAPÍTULO VII III – o inteiro teor da denúncia e da sentença
DA CADEIA PÚBLICA condenatória, bem como certidão do
trânsito em julgado;
Art. 102. A cadeia pública destina-se ao
recolhimento de presos provisórios. IV – a informação sobre os antecedentes e o
grau de instrução;
Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1
(uma) cadeia pública a fim de resguardar o V – a data da terminação da pena;
interesse da Administração da Justiça Criminal
e a permanência do preso em local próximo ao VI – outras peças do processo reputadas
seu meio social e familiar. indispensáveis ao adequado tratamento
penitenciário.
Art. 104. O estabelecimento de que trata este
Capítulo será instalado próximo de centro § 1º Ao Ministério Público se dará ciência da
urbano, observando-se na construção as guia de recolhimento.
exigências mínimas referidas no artigo 88 e seu § 2º A guia de recolhimento será retificada
parágrafo único desta Lei. sempre que sobrevier modificação quanto
ao início da execução ou ao tempo de
duração da pena.
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§ 3º Se o condenado, ao tempo do fato, era restante da que está sendo cumprida, para
funcionário da Administração da Justiça determinação do regime.
Criminal, far-se-á, na guia, menção dessa
circunstância, para fins do disposto no § 2º, Art. 112. A pena privativa de liberdade será
do artigo 84, desta Lei. executada em forma progressiva com a
transferência para regime menos rigoroso,
Art. 107. Ninguém será recolhido, para a ser determinada pelo juiz, quando o preso
cumprimento de pena privativa de liberdade, tiver cumprido ao menos um sexto da pena no
sem a guia expedida pela autoridade judiciária. regime anterior e ostentar bom comportamento
carcerário, comprovado pelo diretor do
§ 1º A autoridade administrativa incumbida estabelecimento, respeitadas as normas que
da execução passará recibo da guia de vedam a progressão. (Redação dada pela Lei nº
recolhimento para juntá-la aos autos do 10.792, de 2003)
processo, e dará ciência dos seus termos ao
condenado. § 1º A decisão será sempre motivada e
precedida de manifestação do Ministério
§ 2º As guias de recolhimento serão Público e do defensor. (Redação dada pela
registradas em livro especial, segundo Lei nº 10.792, de 2003)
a ordem cronológica do recebimento, e
anexadas ao prontuário do condenado, § 2º Idêntico procedimento será adotado
aditando-se, no curso da execução, o cálculo na concessão de livramento condicional,
das remições e de outras retificações indulto e comutação de penas, respeitados
posteriores. os prazos previstos nas normas vigentes.
(Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença
mental será internado em Hospital de Custódia Art. 113. O ingresso do condenado em regime
e Tratamento Psiquiátrico. aberto supõe a aceitação de seu programa e das
condições impostas pelo Juiz.
Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o
condenado será posto em liberdade, mediante Art. 114. Somente poderá ingressar no regime
alvará do Juiz, se por outro motivo não estiver aberto o condenado que:
preso.
I – estiver trabalhando ou comprovar a
Seção II possibilidade de fazê-lo imediatamente;
DOS REGIMES II – apresentar, pelos seus antecedentes
ou pelo resultado dos exames a que foi
Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá submetido, fundados indícios de que irá
o regime no qual o condenado iniciará o ajustar-se, com autodisciplina e senso de
cumprimento da pena privativa de liberdade, responsabilidade, ao novo regime.
observado o disposto no artigo 33 e seus
parágrafos do Código Penal. Parágrafo único. Poderão ser dispensadas
do trabalho as pessoas referidas no artigo
Art. 111. Quando houver condenação por 117 desta Lei.
mais de um crime, no mesmo processo ou em
processos distintos, a determinação do regime Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições
de cumprimento será feita pelo resultado da especiais para a concessão de regime aberto,
soma ou unificação das penas, observada, sem prejuízo das seguintes condições gerais e
quando for o caso, a detração ou remição. obrigatórias:
Parágrafo único. Sobrevindo condenação I – permanecer no local que for designado,
no curso da execução, somar-se-á a pena ao durante o repouso e nos dias de folga;
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III – condenada com filho menor ou Parágrafo único. A permissão de saída será
deficiente físico ou mental; concedida pelo diretor do estabelecimento
onde se encontra o preso.
IV – condenada gestante.
Art. 121. A permanência do preso fora do
Art. 118. A execução da pena privativa de estabelecimento terá a duração necessária à
liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com finalidade da saída.
a transferência para qualquer dos regimes mais
rigorosos, quando o condenado: Subseção II
I – praticar fato definido como crime doloso
DA SAÍDA TEMPORÁRIA
ou falta grave; Art. 122. Os condenados que cumprem pena em
II – sofrer condenação, por crime anterior, regime semi-aberto poderão obter autorização
cuja pena, somada ao restante da pena em para saída temporária do estabelecimento, sem
execução, torne incabível o regime (artigo vigilância direta, nos seguintes casos:
111). I – visita à família;
§ 1º O condenado será transferido do II – freqüência a curso supletivo
regime aberto se, além das hipóteses profissionalizante, bem como de instrução
referidas nos incisos anteriores, frustrar os do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo
fins da execução ou não pagar, podendo, a da Execução;
multa cumulativamente imposta.
III – participação em atividades que
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo concorram para o retorno ao convívio social.
anterior, deverá ser ouvido previamente o
condenado. Parágrafo único. A ausência de vigilância
direta não impede a utilização de
Art. 119. A legislação local poderá estabelecer equipamento de monitoração eletrônica
normas complementares para o cumprimento
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pelo condenado, quando assim determinar prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias
o juiz da execução. (Incluído pela Lei nº de intervalo entre uma e outra. (Incluído
12.258, de 2010) pela Lei nº 12.258, de 2010)
Art. 123. A autorização será concedida por Art. 125. O benefício será automaticamente
ato motivado do Juiz da execução, ouvidos revogado quando o condenado praticar fato
o Ministério Público e a administração definido como crime doloso, for punido por
penitenciária e dependerá da satisfação dos falta grave, desatender as condições impostas
seguintes requisitos: na autorização ou revelar baixo grau de
aproveitamento do curso.
I – comportamento adequado;
Parágrafo único. A recuperação do direito à
II – cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) saída temporária dependerá da absolvição
da pena, se o condenado for primário, e 1/4 no processo penal, do cancelamento da
(um quarto), se reincidente; punição disciplinar ou da demonstração do
III – compatibilidade do benefício com os merecimento do condenado.
objetivos da pena.
Seção IV
Art. 124. A autorização será concedida por DA REMIÇÃO
prazo não superior a 7 (sete) dias, podendo ser
renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o Art. 126. O condenado que cumpre a pena em
ano. regime fechado ou semiaberto poderá remir,
por trabalho ou por estudo, parte do tempo de
§ 1º Ao conceder a saída temporária, o execução da pena. (Redação dada pela Lei nº
juiz imporá ao beneficiário as seguintes 12.433, de 2011).
condições, entre outras que entender
compatíveis com as circunstâncias do caso e § 1º A contagem de tempo referida no caput
a situação pessoal do condenado: (Incluído será feita à razão de: (Redação dada pela Lei
pela Lei nº 12.258, de 2010) nº 12.433, de 2011)
I – fornecimento do endereço onde reside I – 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze)
a família a ser visitada ou onde poderá ser horas de frequência escolar – atividade
encontrado durante o gozo do benefício; de ensino fundamental, médio, inclusive
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) profissionalizante, ou superior, ou ainda de
requalificação profissional – divididas, no
II – recolhimento à residência visitada, mínimo, em 3 (três) dias; (Incluído pela Lei
no período noturno; (Incluído pela Lei nº nº 12.433, de 2011)
12.258, de 2010)
II – 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias
III – proibição de frequentar bares, casas de trabalho. (Incluído pela Lei nº 12.433, de
noturnas e estabelecimentos congêneres. 2011)
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
§ 2º As atividades de estudo a que se
§ 2º Quando se tratar de frequência a curso refere o § 1º deste artigo poderão ser
profissionalizante, de instrução de ensino desenvolvidas de forma presencial ou
médio ou superior, o tempo de saída será por metodologia de ensino a distância e
o necessário para o cumprimento das deverão ser certificadas pelas autoridades
atividades discentes. (Renumerado do educacionais competentes dos cursos
parágrafo único pela Lei nº 12.258, de 2010) frequentados. (Redação dada pela Lei nº
§ 3º Nos demais casos, as autorizações de 12.433, de 2011)
saída somente poderão ser concedidas com
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§ 3º Para fins de cumulação dos casos de que estejam trabalhando ou estudando, com
remição, as horas diárias de trabalho e informação dos dias de trabalho ou das horas de
de estudo serão definidas de forma a se frequência escolar ou de atividades de ensino
compatibilizarem. (Redação dada pela Lei de cada um deles. (Redação dada pela Lei nº
nº 12.433, de 2011) 12.433, de 2011)
§ 4º O preso impossibilitado, por acidente, § 1º O condenado autorizado a estudar
de prosseguir no trabalho ou nos estudos fora do estabelecimento penal deverá
continuará a beneficiar-se com a remição. comprovar mensalmente, por meio de
(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) declaração da respectiva unidade de ensino,
a frequência e o aproveitamento escolar.
§ 5º O tempo a remir em função das horas de (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no
caso de conclusão do ensino fundamental, § 2º Ao condenado dar-se-á a relação de
médio ou superior durante o cumprimento seus dias remidos. (Incluído pela Lei nº
da pena, desde que certificada pelo órgão 12.433, de 2011)
competente do sistema de educação.
(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do
Código Penal declarar ou atestar falsamente
§ 6º O condenado que cumpre pena em prestação de serviço para fim de instruir pedido
regime aberto ou semiaberto e o que de remição.
usufrui liberdade condicional poderão
remir, pela frequência a curso de ensino Seção V
regular ou de educação profissional, parte DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
do tempo de execução da pena ou do
período de prova, observado o disposto no Art. 131. O livramento condicional poderá ser
inciso I do § 1o deste artigo.(Incluído pela concedido pelo Juiz da execução, presentes
Lei nº 12.433, de 2011) os requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo
único, do Código Penal, ouvidos o Ministério
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se às Público e Conselho Penitenciário.
hipóteses de prisão cautelar.(Incluído pela
Lei nº 12.433, de 2011) Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as
condições a que fica subordinado o livramento.
§ 8º A remição será declarada pelo juiz da
execução, ouvidos o Ministério Público e § 1º Serão sempre impostas ao liberado
a defesa. (Incluído pela Lei nº 12.433, de condicional as obrigações seguintes:
2011)
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá razoável se for apto para o trabalho;
revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido,
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua
observado o disposto no art. 57, recomeçando a
ocupação;
contagem a partir da data da infração disciplinar.
(Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011) c) não mudar do território da comarca do
Juízo da execução, sem prévia autorização
Art. 128. O tempo remido será computado
deste.
como pena cumprida, para todos os efeitos.
(Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011) § 2º Poderão ainda ser impostas ao liberado
condicional, entre outras obrigações, as
Art. 129. A autoridade administrativa
seguintes:
encaminhará mensalmente ao juízo da execução
cópia do registro de todos os condenados
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a) não mudar de residência sem § 1º De tudo em livro próprio, será lavrado
comunicação ao Juiz e à autoridade termo subscrito por quem presidir a
incumbida da observação cautelar e de cerimônia e pelo liberando, ou alguém a seu
proteção; rogo, se não souber ou não puder escrever.
b) recolher-se à habitação em hora fixada; § 2º Cópia desse termo deverá ser remetida
ao Juiz da execução.
c) não frequentar determinados lugares.
Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento
d) (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.258, de penal, ser-lhe-á entregue, além do saldo
2010) de seu pecúlio e do que lhe pertencer, uma
Art. 133. Se for permitido ao liberado residir caderneta, que exibirá à autoridade judiciária
fora da comarca do Juízo da execução, remeter- ou administrativa, sempre que lhe for exigida.
se-á cópia da sentença do livramento ao Juízo § 1º A caderneta conterá:
do lugar para onde ele se houver transferido e à
autoridade incumbida da observação cautelar e a) a identificação do liberado;
de proteção.
b) o texto impresso do presente Capítulo;
Art. 134. O liberado será advertido da obrigação
de apresentar-se imediatamente às autoridades c) as condições impostas.
referidas no artigo anterior. § 2º Na falta de caderneta, será entregue ao
Art. 135. Reformada a sentença denegatória liberado um salvo-conduto, em que constem
do livramento, os autos baixarão ao Juízo da as condições do livramento, podendo
execução, para as providências cabíveis. substituir-se a ficha de identificação ou o
seu retrato pela descrição dos sinais que
Art. 136. Concedido o benefício, será expedida possam identificá-lo.
a carta de livramento com a cópia integral da
sentença em 2 (duas) vias, remetendo-se uma § 3º Na caderneta e no salvo-conduto
à autoridade administrativa incumbida da deverá haver espaço para consignar-se o
execução e outra ao Conselho Penitenciário. cumprimento das condições referidas no
artigo 132 desta Lei.
Art. 137. A cerimônia do livramento condicional
será realizada solenemente no dia marcado Art. 139. A observação cautelar e a proteção
pelo Presidente do Conselho Penitenciário, no realizadas por serviço social penitenciário,
estabelecimento onde está sendo cumprida a Patronato ou Conselho da Comunidade terão a
pena, observando-se o seguinte: finalidade de:
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ouvidos o Ministério Público e a defesa: Ministério Público, promoverá a execução,
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) podendo, para tanto, requisitar, quando
necessário, a colaboração de entidades públicas
I – a regressão do regime; (Incluído pela Lei ou solicitá-la a particulares.
nº 12.258, de 2010)
Art. 148. Em qualquer fase da execução,
II – a revogação da autorização de saída poderá o Juiz, motivadamente, alterar, a forma
temporária; (Incluído pela Lei nº 12.258, de de cumprimento das penas de prestação
2010) de serviços à comunidade e de limitação de
III – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, fim de semana, ajustando-as às condições
de 2010) pessoais do condenado e às características do
estabelecimento, da entidade ou do programa
IV – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, comunitário ou estatal.
de 2010)
Seção II
V – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258,
de 2010) DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À
COMUNIDADE
VI – a revogação da prisão domiciliar;
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Art. 149. Caberá ao Juiz da execução:
VII – advertência, por escrito, para todos os I – designar a entidade ou programa
casos em que o juiz da execução decida não comunitário ou estatal, devidamente
aplicar alguma das medidas previstas nos credenciado ou convencionado, junto
incisos de I a VI deste parágrafo. (Incluído ao qual o condenado deverá trabalhar
pela Lei nº 12.258, de 2010) gratuitamente, de acordo com as suas
aptidões;
Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá
ser revogada: (Incluído pela Lei nº 12.258, de II – determinar a intimação do condenado,
2010) cientificando-o da entidade, dias e horário
em que deverá cumprir a pena;
I – quando se tornar desnecessária ou
inadequada; (Incluído pela Lei nº 12.258, de III – alterar a forma de execução, a fim de
2010) ajustá-la às modificações ocorridas na
jornada de trabalho.
II – se o acusado ou condenado violar os
deveres a que estiver sujeito durante a sua § 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito)
vigência ou cometer falta grave. (Incluído horas semanais e será realizado aos
pela Lei nº 12.258, de 2010) sábados, domingos e feriados, ou em
dias úteis, de modo a não prejudicar a
jornada normal de trabalho, nos horários
estabelecidos pelo Juiz.
CAPÍTULO II
§ 2º A execução terá início a partir da data
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
do primeiro comparecimento.
Seção I Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação
DISPOSIÇÕES GERAIS de serviços encaminhará mensalmente, ao
Juiz da execução, relatório circunstanciado
Art. 147. Transitada em julgado a sentença das atividades do condenado, bem como, a
que aplicou a pena restritiva de direitos, o Juiz qualquer tempo, comunicação sobre ausência
da execução, de ofício ou a requerimento do ou falta disciplinar.
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Comunidade ou instituição beneficiada com admonitória, a suspensão ficará sem efeito e
a prestação de serviços, inspecionados pelo será executada imediatamente a pena.
Conselho Penitenciário, pelo Ministério
Público, ou ambos, devendo o Juiz da Art. 162. A revogação da suspensão condicional
execução suprir, por ato, a falta das normas da pena e a prorrogação do período de prova
supletivas. dar-se-ão na forma do artigo 81 e respectivos
parágrafos do Código Penal.
§ 4º O beneficiário, ao comparecer
periodicamente à entidade fiscalizadora, Art. 163. A sentença condenatória será
para comprovar a observância das registrada, com a nota de suspensão em livro
condições a que está sujeito, comunicará, especial do Juízo a que couber a execução da
também, a sua ocupação e os salários ou pena.
proventos de que vive. § 1º Revogada a suspensão ou extinta a
§ 5º A entidade fiscalizadora deverá pena, será o fato averbado à margem do
comunicar imediatamente ao órgão de registro.
inspeção, para os fins legais, qualquer fato § 2º O registro e a averbação serão
capaz de acarretar a revogação do benefício, sigilosos, salvo para efeito de informações
a prorrogação do prazo ou a modificação requisitadas por órgão judiciário ou pelo
das condições. Ministério Público, para instruir processo
§ 6º Se for permitido ao beneficiário penal.
mudar-se, será feita comunicação ao Juiz
e à entidade fiscalizadora do local da nova
residência, aos quais o primeiro deverá
CAPÍTULO IV
apresentar-se imediatamente.
DA PENA DE MULTA
Art. 159. Quando a suspensão condicional da
pena for concedida por Tribunal, a este caberá Art. 164. Extraída certidão da sentença
estabelecer as condições do benefício. condenatória com trânsito em julgado,
que valerá como título executivo judicial,
§ 1º De igual modo proceder-se-á o Ministério Público requererá, em autos
quando o Tribunal modificar as condições apartados, a citação do condenado para, no
estabelecidas na sentença recorrida. prazo de 10 (dez) dias, pagar o valor da multa ou
§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão nomear bens à penhora.
condicional da pena, poderá, todavia, § 1º Decorrido o prazo sem o pagamento
conferir ao Juízo da execução a incumbência da multa, ou o depósito da respectiva
de estabelecer as condições do benefício, e, importância, proceder-se-á à penhora de
em qualquer caso, a de realizar a audiência tantos bens quantos bastem para garantir a
admonitória. execução.
Art. 160. Transitada em julgado a sentença § 2º A nomeação de bens à penhora e a
condenatória, o Juiz a lerá ao condenado, em posterior execução seguirão o que dispuser
audiência, advertindo-o das conseqüências de a lei processual civil.
nova infração penal e do descumprimento das
condições impostas. Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os
autos apartados serão remetidos ao Juízo Cível
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por para prosseguimento.
edital com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não
comparecer injustificadamente à audiência
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Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, condicional, sem haver resgatado a multa,
dar-se-á prosseguimento nos termos do § 2º do far-se-á a cobrança nos termos deste
artigo 164, desta Lei. Capítulo.
Art. 167. A execução da pena de multa será § 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo
suspensa quando sobrevier ao condenado anterior aos casos em que for concedida a
doença mental (artigo 52 do Código Penal). suspensão condicional da pena.
Art. 168. O Juiz poderá determinar que a
cobrança da multa se efetue mediante desconto
no vencimento ou salário do condenado, nas TÍTULO VI
hipóteses do artigo 50, § 1º, do Código Penal,
observando-se o seguinte: Da Execução das Medidas
de Segurança
I – o limite máximo do desconto mensal
será o da quarta parte da remuneração e o
mínimo o de um décimo;
II – o desconto será feito mediante ordem CAPÍTULO I
do Juiz a quem de direito; DISPOSIÇÕES GERAIS
III – o responsável pelo desconto será Art. 171. Transitada em julgado a sentença que
intimado a recolher mensalmente, até o dia aplicar medida de segurança, será ordenada a
fixado pelo Juiz, a importância determinada. expedição de guia para a execução.
Art. 169. Até o término do prazo a que se refere Art. 172. Ninguém será internado em Hospital
o artigo 164 desta Lei, poderá o condenado de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ou
requerer ao Juiz o pagamento da multa em submetido a tratamento ambulatorial, para
prestações mensais, iguais e sucessivas. cumprimento de medida de segurança, sem a
guia expedida pela autoridade judiciária.
§ 1º O Juiz, antes de decidir, poderá
determinar diligências para verificar a Art. 173. A guia de internamento ou de
real situação econômica do condenado e, tratamento ambulatorial, extraída pelo
ouvido o Ministério Público, fixará o número escrivão, que a rubricará em todas as folhas
de prestações. e a subscreverá com o Juiz, será remetida
à autoridade administrativa incumbida da
§ 2º Se o condenado for impontual ou se
execução e conterá:
melhorar de situação econômica, o Juiz,
de ofício ou a requerimento do Ministério I – a qualificação do agente e o número
Público, revogará o benefício executando-se do registro geral do órgão oficial de
a multa, na forma prevista neste Capítulo, identificação;
ou prosseguindo-se na execução já iniciada.
II – o inteiro teor da denúncia e da sentença
Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada que tiver aplicado a medida de segurança,
cumulativamente com pena privativa da bem como a certidão do trânsito em
liberdade, enquanto esta estiver sendo julgado;
executada, poderá aquela ser cobrada mediante
desconto na remuneração do condenado (artigo III – a data em que terminará o prazo
168). mínimo de internação, ou do tratamento
ambulatorial;
§ 1º Se o condenado cumprir a pena
privativa de liberdade ou obtiver livramento
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IV – outras peças do processo reputadas VI – ouvidas as partes ou realizadas as
indispensáveis ao adequado tratamento ou diligências a que se refere o inciso anterior,
internamento. o Juiz proferirá a sua decisão, no prazo de 5
(cinco) dias.
§ 1º Ao Ministério Público será dada ciência
da guia de recolhimento e de sujeição a Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer
tratamento. do prazo mínimo de duração da medida de
segurança, poderá o Juiz da execução, diante
§ 2º A guia será retificada sempre que de requerimento fundamentado do Ministério
sobrevier modificações quanto ao prazo de Público ou do interessado, seu procurador ou
execução. defensor, ordenar o exame para que se verifique
Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida a cessação da periculosidade, procedendo-se
de segurança, naquilo que couber, o disposto nos termos do artigo anterior.
nos artigos 8º e 9º desta Lei. Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-
se a cessação da periculosidade, observar-se-á,
no que lhes for aplicável, o disposto no artigo
anterior.
CAPÍTULO II
DA CESSAÇÃO DA PERICULOSIDADE Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou
de liberação (artigo 97, § 3º, do Código Penal),
Art. 175. A cessação da periculosidade será aplicar-se-á o disposto nos artigos 132 e 133
averiguada no fim do prazo mínimo de duração desta Lei.
da medida de segurança, pelo exame das
condições pessoais do agente, observando-se o Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o
seguinte: Juiz expedirá ordem para a desinternação ou a
liberação.
I – a autoridade administrativa, até 1 (um)
mês antes de expirar o prazo de duração
mínima da medida, remeterá ao Juiz TÍTULO VII
minucioso relatório que o habilite a resolver
sobre a revogação ou permanência da Dos Incidentes de Execução
medida;
II – o relatório será instruído com o laudo
psiquiátrico;
CAPÍTULO I
III – juntado aos autos o relatório ou
DAS CONVERSÕES
realizadas as diligências, serão ouvidos,
sucessivamente, o Ministério Público e o Art. 180. A pena privativa de liberdade, não
curador ou defensor, no prazo de 3 (três) superior a 2 (dois) anos, poderá ser convertida
dias para cada um; em restritiva de direitos, desde que:
IV – o Juiz nomeará curador ou defensor I – o condenado a esteja cumprindo em
para o agente que não o tiver; regime aberto;
V – o Juiz, de ofício ou a requerimento de II – tenha sido cumprido pelo menos 1/4
qualquer das partes, poderá determinar (um quarto) da pena;
novas diligências, ainda que expirado o
prazo de duração mínima da medida de III – os antecedentes e a personalidade
segurança; do condenado indiquem ser a conversão
recomendável.
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Art. 181. A pena restritiva de direitos será Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser
convertida em privativa de liberdade nas convertido em internação se o agente revelar
hipóteses e na forma do artigo 45 e seus incisos incompatibilidade com a medida.
do Código Penal.
Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo
§ 1º A pena de prestação de serviços à mínimo de internação será de 1 (um) ano.
comunidade será convertida quando o
condenado:
a) não for encontrado por estar em lugar CAPÍTULO II
incerto e não sabido, ou desatender a
DO EXCESSO OU DESVIO
intimação por edital;
b) não comparecer, injustificadamente, à Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução
entidade ou programa em que deva prestar sempre que algum ato for praticado além dos
serviço; limites fixados na sentença, em normas legais
ou regulamentares.
c) recusar-se, injustificadamente, a prestar
o serviço que lhe foi imposto; Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso
ou desvio de execução:
d) praticar falta grave;
I – o Ministério Público;
e) sofrer condenação por outro crime à
pena privativa de liberdade, cuja execução II – o Conselho Penitenciário;
não tenha sido suspensa. III – o sentenciado;
§ 2º A pena de limitação de fim de semana IV – qualquer dos demais órgãos da
será convertida quando o condenado não execução penal.
comparecer ao estabelecimento designado
para o cumprimento da pena, recusar-se a
exercer a atividade determinada pelo Juiz
ou se ocorrer qualquer das hipóteses das CAPÍTULO III
letras "a", "d" e "e" do parágrafo anterior. DA ANISTIA E DO INDULTO
§ 3º A pena de interdição temporária
Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de
de direitos será convertida quando o
ofício, a requerimento do interessado ou do
condenado exercer, injustificadamente, o
Ministério Público, por proposta da autoridade
direito interditado ou se ocorrer qualquer
administrativa ou do Conselho Penitenciário,
das hipóteses das letras "a" e "e", do § 1º,
declarará extinta a punibilidade.
deste artigo.
Art. 188. O indulto individual poderá ser
Art. 182. (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1996)
provocado por petição do condenado, por
Art. 183. Quando, no curso da execução iniciativa do Ministério Público, do Conselho
da pena privativa de liberdade, sobrevier Penitenciário, ou da autoridade administrativa.
doença mental ou perturbação da saúde
Art. 189. A petição do indulto, acompanhada
mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do
dos documentos que a instruírem, será entregue
Ministério Público, da Defensoria Pública ou da
ao Conselho Penitenciário, para a elaboração
autoridade administrativa, poderá determinar a
de parecer e posterior encaminhamento ao
substituição da pena por medida de segurança.
Ministério da Justiça.
(Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).
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Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos Ministério Público, quando não figurem como
autos do processo e do prontuário, promoverá requerentes da medida.
as diligências que entender necessárias e fará,
em relatório, a narração do ilícito penal e dos § 1º Sendo desnecessária a produção de
fundamentos da sentença condenatória, a prova, o Juiz decidirá de plano, em igual
exposição dos antecedentes do condenado prazo.
e do procedimento deste depois da prisão, § 2º Entendendo indispensável a realização
emitindo seu parecer sobre o mérito do pedido de prova pericial ou oral, o Juiz a ordenará,
e esclarecendo qualquer formalidade ou decidindo após a produção daquela ou na
circunstâncias omitidas na petição. audiência designada.
Art. 191. Processada no Ministério da Justiça Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz
com documentos e o relatório do Conselho caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
Penitenciário, a petição será submetida a
despacho do Presidente da República, a quem
serão presentes os autos do processo ou a
TÍTULO IX
certidão de qualquer de suas peças, se ele o
determinar.
Das Disposições Finais
Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos e Transitórias
autos cópia do decreto, o Juiz declarará extinta
a pena ou ajustará a execução aos termos do Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos
decreto, no caso de comutação. da execução penal, e ao servidor, a divulgação
de ocorrência que perturbe a segurança e a
Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por disciplina dos estabelecimentos, bem como
indulto coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento exponha o preso à inconveniente notoriedade,
do interessado, do Ministério Público, ou por durante o cumprimento da pena.
iniciativa do Conselho Penitenciário ou da
autoridade administrativa, providenciará de Art. 199. O emprego de algemas será
acordo com o disposto no artigo anterior. disciplinado por decreto federal.
Art. 200. O condenado por crime político não
está obrigado ao trabalho.
TÍTULO VIII
Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado,
Do Procedimento Judicial o cumprimento da prisão civil e da prisão
administrativa se efetivará em seção especial da
Art. 194. O procedimento correspondente Cadeia Pública.
às situações previstas nesta Lei será judicial,
desenvolvendo-se perante o Juízo da execução. Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não
constarão da folha corrida, atestados ou
Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á certidões fornecidas por autoridade policial
de ofício, a requerimento do Ministério Público, ou por auxiliares da Justiça, qualquer notícia
do interessado, de quem o represente, de seu ou referência à condenação, salvo para instruir
cônjuge, parente ou descendente, mediante processo pela prática de nova infração penal ou
proposta do Conselho Penitenciário, ou, ainda, outros casos expressos em lei.
da autoridade administrativa.
Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a contar
Art. 196. A portaria ou petição será autuada da publicação desta Lei, serão editadas as
ouvindo-se, em 3 (três) dias, o condenado e o normas complementares ou regulamentares,
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Direito Penal – Lei de Execução Penal/Lei nº 7210 – Prof. Joerberth Nunes
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Execução Penal
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Legislação Específica
www.acasadoconcurseiro.com.br 533
§ 4º Na hipótese de imprescindibilidade de dias, renovável, excepcionalmente, quando
diligências complementares, o juiz federal solicitado motivadamente pelo juízo de ori-
ouvirá, no prazo de 5 (cinco) dias, o Ministé- gem, observados os requisitos da transfe-
rio Público Federal e a defesa e, em seguida, rência.
decidirá acerca da transferência no mesmo
prazo. § 2º Decorrido o prazo, sem que seja feito,
imediatamente após seu decurso, pedido
§ 5º A decisão que admitir o preso no es- de renovação da permanência do preso em
tabelecimento penal federal de segurança estabelecimento penal federal de seguran-
máxima indicará o período de permanência. ça máxima, ficará o juízo de origem obriga-
do a receber o preso no estabelecimento
§ 6º Havendo extrema necessidade, o juiz penal sob sua jurisdição.
federal poderá autorizar a imediata transfe-
rência do preso e, após a instrução dos au- § 3º Tendo havido pedido de renovação, o
tos, na forma do § 2º deste artigo, decidir preso, recolhido no estabelecimento fede-
pela manutenção ou revogação da medida ral em que estiver, aguardará que o juízo fe-
adotada. deral profira decisão.
§ 7º A autoridade policial será comunicada § 4º Aceita a renovação, o preso permane-
sobre a transferência do preso provisório cerá no estabelecimento federal de segu-
quando a autorização da transferência ocor- rança máxima em que estiver, retroagindo
rer antes da conclusão do inquérito policial o termo inicial do prazo ao dia seguinte ao
que presidir. término do prazo anterior.
Art. 6º Admitida a transferência do preso con- § 5º Rejeitada a renovação, o juízo de ori-
denado, o juízo de origem deverá encaminhar gem poderá suscitar o conflito de compe-
ao juízo federal os autos da execução penal. tência, que o tribunal apreciará em caráter
prioritário.
Art. 7º Admitida a transferência do preso provi-
sório, será suficiente a carta precatória remeti- § 6º Enquanto não decidido o conflito de
da pelo juízo de origem, devidamente instruída, competência em caso de renovação, o pre-
para que o juízo federal competente dê início à so permanecerá no estabelecimento penal
fiscalização da prisão no estabelecimento penal federal.
federal de segurança máxima.
Art. 11. A lotação máxima do estabelecimento
Art. 8º As visitas feitas pelo juiz responsável ou penal federal de segurança máxima não será ul-
por membro do Ministério Público, às quais se trapassada.
referem os arts. 66 e 68 da Lei nº 7.210, de 11
de julho de 1984, serão registradas em livro pró- § 1º O número de presos, sempre que possí-
prio, mantido no respectivo estabelecimento. vel, será mantido aquém do limite de vagas,
para que delas o juízo federal competente
Art. 9º Rejeitada a transferência, o juízo de ori- possa dispor em casos emergenciais.
gem poderá suscitar o conflito de competência
perante o tribunal competente, que o apreciará § 2º No julgamento dos conflitos de compe-
em caráter prioritário. tência, o tribunal competente observará a
vedação estabelecida no caput deste artigo.
Art. 10. A inclusão de preso em estabelecimen-
to penal federal de segurança máxima será ex- Art. 12. Esta Lei entra em vigor na data de sua
cepcional e por prazo determinado. publicação.
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Sistema Penitenciário Federal – Lei nº 11.671/2008 e Decreto nº 6.877/2008 – Profª Letícia Neves
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA II – ter praticado crime que coloque em ris-
co a sua integridade física no ambiente pri-
Tarso Genro sional de origem;
Este texto não substitui o publicado no DOU de III – estar submetido ao Regime Disciplinar
9.5.200 Diferenciado –RDD;
IV – ser membro de quadrilha ou bando, en-
DECRETO Nº 6.877, DE 18 volvido na prática reiterada de crimes com
violência ou grave ameaça;
DE JUNHO DE 2009.
V – ser réu colaborador ou delator premia-
Regulamenta a Lei no 11.671, de 8 de maio de do, desde que essa condição represente ris-
2008, que dispõe sobre a inclusão de presos em co à sua integridade física no ambiente pri-
estabelecimentos penais federais de segurança sional de origem; ou
máxima ou a sua transferência para aqueles es-
tabelecimentos, e dá outras providências. VI – estar envolvido em incidentes de fuga,
de violência ou de grave indisciplina no sis-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atri- tema prisional de origem.
buição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da
Constituição, e tendo em vista o disposto no § Art. 4º Constarão dos autos do processo de in-
3º do art. 5º da Lei no 11.671, de 8 de maio de clusão ou de transferência, além da decisão do
2008 juízo de origem sobre as razões da excepcional
necessidade da medida, os seguintes documen-
DECRETA: tos:
Art. 1º Este Decreto regulamenta o processo de I – tratando-se de preso condenado:
inclusão e transferência de presos para estabe-
lecimentos penais federais de segurança máxi- a) cópia das decisões nos incidentes do pro-
ma, nos termos da Lei no 11.671, de 8 de maio cesso de execução que impliquem alteração
de 2008. da pena e regime a cumprir;
Art. 2º O processo de inclusão e de transferên- b) prontuário, contendo, pelo menos, cópia
cia, de caráter excepcional e temporário, terá da sentença ou do acórdão, da guia de re-
início mediante requerimento da autoridade colhimento, do atestado de pena a cumprir,
administrativa, do Ministério Público ou do pró- do documento de identificação pessoal e
prio preso. do comprovante de inscrição no Cadastro
de Pessoas Físicas –CPF, ou, no caso desses
§ 1º O requerimento deverá conter os moti- dois últimos, seus respectivos números; e
vos que justifiquem a necessidade da medi-
da e estar acompanhado da documentação c) prontuário médico; e
pertinente.
II –tratando-se de preso provisório:
§ 2º O processo de inclusão ou de transfe-
a) cópia do auto de prisão em flagrante ou
rência será autuado em apartado.
do mandado de prisão e da decisão que
Art. 3º Para a inclusão ou transferência, o pre- motivou a prisão cautelar;
so deverá possuir, ao menos, uma das seguintes
b) cópia da denúncia, se houver;
características:
c) certidão do tempo cumprido em custódia
I – ter desempenhado função de liderança
cautelar;
ou participado de forma relevante em orga-
nização criminosa; d) cópia da guia de recolhimento; e
www.acasadoconcurseiro.com.br 535
e) cópia do documento de identificação imediatamente, os documentos previstos
pessoal e do comprovante de inscrição no nos incisos I e II do art. 4º.
CPF, ou seus respectivos números.
Art. 10. Restando sessenta dias para o encer-
Art. 5º Ao ser ouvido, o Departamento Peniten- ramento do prazo de permanência do preso no
ciário Nacional do Ministério da Justiça opinará estabelecimento penal federal, o Departamento
sobre a pertinência da inclusão ou da transfe- Penitenciário Nacional comunicará tal circuns-
rência e indicará o estabelecimento penal fe- tância ao requerente da inclusão ou da transfe-
deral adequado à custódia, podendo solicitar rência, solicitando manifestação acerca da ne-
diligências complementares, inclusive sobre o cessidade de renovação.
histórico criminal do preso.
Parágrafo único. Decorrido o prazo estabe-
Art. 6º Ao final da instrução do procedimento e lecido no § 1º do art. 10 da Lei nº 11.671, de
após a manifestação prevista no art. 5º, o juiz de 2008, e não havendo manifestação acerca
origem, admitindo a necessidade da inclusão ou da renovação da permanência, o preso re-
da transferência do preso, remeterá os autos ao tornará ao sistema prisional ou penitenciá-
juízo federal competente. rio de origem.
Art. 7º Recebidos os autos, o juiz federal decidi- Art. 11. Na hipótese de obtenção de liberdade
rá sobre a inclusão ou a transferência, podendo ou progressão de regime de preso custodiado
determinar diligências complementares neces- em estabelecimento penal federal, caberá ao
sárias à formação do seu convencimento. Departamento Penitenciário Nacional providen-
ciar o seu retorno ao local de origem ou a sua
Art. 8º Admitida a inclusão ou a transferência, o transferência ao estabelecimento penal indica-
juízo de origem deverá encaminhar ao juízo fe- do para cumprimento do novo regime.
deral competente:
Parágrafo único. Se o egresso optar em não
I – os autos da execução penal, no caso de retornar ao local de origem, deverá forma-
preso condenado; e lizar perante o diretor do estabelecimento
II – carta precatória instruída com os docu- penal federal sua manifestação de vontade,
mentos previstos no inciso II do art. 4º, no ficando o Departamento Penitenciário Na-
caso de preso provisório. cional dispensado da providência referida
no caput.
Art. 9º A inclusão e a transferência do preso po-
derão ser realizadas sem a prévia instrução dos Art. 12. Mediante requerimento da autoridade
autos, desde que justificada a situação de extre- administrativa, do Ministério Público ou do pró-
ma necessidade. prio preso, poderão ocorrer transferências de
presos entre estabelecimentos penais federais.
§ 1º A inclusão ou a transferência deverá ser
requerida diretamente ao juízo de origem, § 1º O requerimento de transferência, ins-
instruída com elementos que demonstrem truído com os fatos motivadores, será diri-
a extrema necessidade da medida. gido ao juiz federal corregedor do estabe-
lecimento penal federal onde o preso se
§ 2º Concordando com a inclusão ou a encontrar, que ouvirá o juiz federal corre-
transferência, o juízo de origem remeterá, gedor do estabelecimento penal federal de
imediatamente, o requerimento ao juízo fe- destino.
deral competente.
§ 2º Autorizada e efetivada a transferência,
§ 3º Admitida a inclusão ou a transferência o juiz federal corregedor do estabelecimen-
emergencial pelo juízo federal competente, to penal federal em que o preso se encon-
caberá ao juízo de origem remeter àquele, trava comunicará da decisão ao juízo de
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Sistema Penitenciário Federal – Lei nº 11.671/2008 e Decreto nº 6.877/2008 – Profª Letícia Neves
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Slides –Sistema Penitenciário Federal
Sistema Penitenciário
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Sistema Penitenciário Federal – Lei nº 11.671/2008 e Decreto nº 6.877/2008 – Profª Letícia Neves
3)
Procedimento:
A
admissão
do
preso,
condenado
ou
provisório,
dependerá
de
decisão
prévia
e
fundamentada
do
juízo
federal
competente,
após
receber
os
autos
de
transferência
enviados
pelo
juízo
responsável
pela
execução
penal
ou
pela
prisão
provisória
(art.
4º
da
Lei
n.
11.671/08).
4)
Legitimados
a
requerer
a
transferência:
autoridade
administrativa,
o
Ministério
público
e
o
próprio
preso.
(art.
5º
da
Lei
11.671/08)
www.acasadoconcurseiro.com.br 539
8)
Processo
de
Inclusão
ou
transferência
de
preso
para
estabelecimento
federal
(autos
apartados
–
art.
2º
do
Decreto
6.877/09
e
artigo
5º,
§3º,
da
Lei
11.671/08)
9)
Documentos
que
integram
os
autos
–
art.
4º
do
Decreto
6.877/09
Importante!
O
Decreto
6.877/09
regula
a
instrução
dos
autos
do
processo
de
transferência
(art.
5º,
§3º,
Lei
11.671/08).
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Legislação Específica
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uma atenção integral à saúde da população III – equidade, em virtude de reconhecer as
compreendida pelo sistema prisional brasileiro; diferenças e singularidades dos sujeitos de
direitos;
Considerando os princípios constitucionais e a
responsabilidade do Estado pela custódia das IV – promoção de iniciativas de ambiência
pessoas e a autonomia do arranjo interfederati- humanizada e saudável com vistas à garan-
vo no campo da saúde pública e da justiça; tia da proteção dos direitos dessas pessoas;
Considerando que é responsabilidade do SUS V – corresponsabilidade interfederativa
oferecer suporte técnico e operacional para quanto à organização dos serviços segundo
o desenvolvimento de práticas preventivas e a complexidade das ações desenvolvidas,
atenção primária de caráter geral referentes a assegurada por meio da Rede Atenção à
ações e serviços de saúde, bem como o acesso Saúde no território; e
aos procedimentos diagnósticos e terapêuticos;
e VI – valorização de mecanismos de partici-
pação popular e controle social nos proces-
Considerando a pactuação ocorrida na 7ª Reu- sos de formulação e gestão de políticas para
nião Ordinária da Comissão Intergestores Tri- atenção à saúde das pessoas privadas de li-
partite (CIT), em 26 de setembro de 2013, resol- berdade.
vem:
Art. 4º Constituem-se diretrizes da PNAISP:
Art. 1º Fica instituída a Política Nacional de
Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas I – promoção da cidadania e inclusão das
de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP) no pessoas privadas de liberdade por meio da
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). articulação com os diversos setores de de-
senvolvimento social, como educação, tra-
Art. 2º Entende-se por pessoas privadas de li- balho e segurança;
berdade no sistema prisional aquelas com idade
superior a 18 (dezoito) anos e que estejam sob II – atenção integral resolutiva, contínua e
a custódia do Estado em caráter provisório ou de qualidade às necessidades de saúde da
sentenciados para cumprimento de pena pri- população privada de liberdade no sistema
vativa de liberdade ou medida de segurança, prisional, com ênfase em atividades preven-
conforme previsto no Decreto-Lei nº 3.689, de tivas, sem prejuízo dos serviços assisten-
3 de outubro de 1941 (Código Penal) e na Lei nº ciais;
7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução III – controle e/ou redução dos agravos mais
Penal). frequentes que acometem a população pri-
Art. 3º A PNAISP será regida pelos seguintes vada de liberdade no sistema prisional;
princípios: IV – respeito à diversidade étnico-racial, às
I – respeito aos direitos humanos e à justiça limitações e às necessidades físicas e men-
social; tais especiais, às condições econômicoso-
ciais, às práticas e concepções culturais e
II – integralidade da atenção à saúde da po- religiosas, ao gênero, à orientação sexual e
pulação privada de liberdade no conjunto à identidade de gênero; e
de ações de promoção, proteção, preven-
ção, assistência, recuperação e vigilância V – intersetorialidade para a gestão integra-
em saúde, executadas nos diferentes níveis da e racional e para a garantia do direito à
de atenção; saúde.
544 www.acasadoconcurseiro.com.br
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional
Art. 5º É objetivo geral da PNAISP garantir o des Básicas de Saúde definidas no território
acesso das pessoas privadas de liberdade no sis- ou por meio das Equipes de Saúde no Siste-
tema prisional ao cuidado integral no SUS. ma Prisional (ESP), observada a pactuação
estabelecida; e
Art. 6º São objetivos específicos da PNAISP:
II – a oferta das demais ações e serviços de
I – promover o acesso das pessoas privadas saúde será prevista e pactuada na Rede de
de liberdade à Rede de Atenção à Saúde, vi- Atenção à Saúde.
sando ao cuidado integral;
Parágrafo único. A oferta de ações de saúde
II – garantir a autonomia dos profissionais especializada em serviços de saúde localiza-
de saúde para a realização do cuidado inte- dos em complexos penitenciários e/ou uni-
gral das pessoas privadas de liberdade; dades prisionais com população superior a
III – qualificar e humanizar a atenção à saú- 1.000 (mil) pessoas privadas de liberdade
de no sistema prisional por meio de ações será regulamentada por ato específico do
conjuntas das áreas da saúde e da justiça; Ministro de Estado da Saúde.
IV – promover as relações intersetoriais Art. 10. Os serviços de saúde nas unidades pri-
com as políticas de direitos humanos, afir- sionais serão estruturados como pontos de
mativas e sociais básicas, bem como com as atenção da Rede de Atenção à Saúde e cadastra-
da Justiça Criminal; e dos no Sistema Cadastro Nacional de Estabeleci-
mentos de Saúde (SCNES).
V – fomentar e fortalecer a participação e o
controle social. Art. 11. A assistência farmacêutica no âmbito
desta Política será disciplinada em ato específi-
Art. 7º Os beneficiários da PNAISP são as pesso- co do Ministro de Estado da Saúde.
as que se encontram sob custódia do Estado in-
seridas no sistema prisional ou em cumprimen- Art. 12. A estratégia e os serviços para avaliação
to de medida de segurança. psicossocial e monitoramento das medidas te-
rapêuticas aplicáveis às pessoas com transtor-
§ 1º As pessoas custodiadas nos regimes se- no mental em conflito com a lei, instituídos no
miaberto e aberto serão preferencialmente âmbito desta Política, serão regulamentados em
assistida nos serviços da rede de atenção à ato específico do Ministro de Estado da Saúde.
saúde.
Art. 13. A adesão à PNAISP ocorrerá por meio da
§ 2º As pessoas submetidas à medida de pactuação do Estado e do Distrito Federal com a
segurança, na modalidade tratamento am- União, sendo observados os seguintes critérios:
bulatorial, serão assistidas nos serviços da
rede de atenção à saúde. I – assinatura de Termo de Adesão, confor-
me modelo constante no anexo I a esta Por-
Art. 8º Os trabalhadores em serviços penais, os taria;
familiares e demais pessoas que se relacionam
com as pessoas privadas de liberdade serão en- II – elaboração de Plano de Ação Estadual
volvidos em ações de promoção da saúde e de para Atenção à Saúde da Pessoa Privada de
prevenção de agravos no âmbito da PNAISP. Liberdade, de acordo com o modelo cons-
tante no anexo III a esta Portaria; e
Art. 9º As ações de saúde serão ofertadas por
serviços e equipes interdisciplinares, assim de- III – encaminhamento da respectiva do-
finidas: cumentação ao Ministério da Saúde para
aprovação.
I – a atenção básica será ofertada por meio
das equipes de atenção básica das Unida-
www.acasadoconcurseiro.com.br 545
§ 1º A adesão estadual, uma vez aprovada rias e as especificidades regionais, de forma
pelo Ministério da Saúde, será publicada no contínua e articulada com o Plano Nacional
Diário Oficial da União por ato específico do de Saúde e instrumentos de planejamento
Ministro de Estado da Saúde. e pactuação do SUS;
§ 2º Ao Estado e ao Distrito Federal que b) garantir a continuidade da PNAISP por
aderir à PNAISP será garantida a aplicação meio da inclusão de seus componentes nos
de um índice para complementação dos va- Planos Plurianuais e nos Planos Nacionais
lores a serem repassados pela União a título de Saúde;
de incentivo, que será objeto de ato especí-
fico do Ministro de Estado da Saúde. c) garantir fontes de recursos federais para
compor o financiamento de programas e
Art. 14. A adesão municipal à PNAISP será facul- ações na rede de atenção à saúde nos Es-
tativa, devendo observar os seguintes critérios: tados, Distrito Federal e Municípios, trans-
ferindo de forma regular e automática, os
I – adesão estadual à PNAISP; recursos do Fundo Nacional de Saúde;
II – existência de população privada de li- d) definir estratégias para incluir de manei-
berdade em seu território; ra fidedigna as informações epidemiológi-
III – assinatura do Termo de Adesão Munici- cas das populações prisionais nos sistemas
pal, conforme modelo constante no anexo II de informação do Ministério da Saúde;
a esta Portaria; e) avaliar e monitorar as metas nacionais de
IV – elaboração de Plano de Ação Municipal acordo com a situação epidemiológica e as
para Atenção à Saúde da Pessoa Privada de especificidades regionais, utilizando os in-
Liberdade, de acordo com o modelo cons- dicadores e instrumentos que sejam mais
tante no anexo III; e adequados;
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Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional
www.acasadoconcurseiro.com.br 547
a) executar, no âmbito da atenção básica, as diretrizes da PNAISP, bem como a articula-
ações de promoção, proteção e recupera- ção do SUS na esfera estadual ou distrital; e
ção da saúde da população privada de liber-
dade, referenciada em sua pactuação; II – por intermédio da Secretaria Estadual
de Justiça, da Administração Penitenciária
b) coordenar e implementar a PNAISP, no ou congênere:
âmbito do seu território, respeitando suas
diretrizes e promovendo as adequações a) executar, no âmbito da atenção básica, as
necessárias, de acordo com o perfil epide- ações de promoção, proteção e recupera-
miológico e as especificidades regionais e ção da saúde em todas as unidades prisio-
locais; nais sob sua gestão;
548 www.acasadoconcurseiro.com.br
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional
III – elaborar o plano de ação para imple- XI – promover, no âmbito de sua competên-
mentação da PNAISP junto com a Secretaria cia, a articulação intersetorial e interinstitu-
Estadual de Saúde e a Secretaria de Justiça, cional necessária à implementação das dire-
Administração Penitenciária ou congêneres, trizes da PNAISP e a articulação do SUS na
considerando as questões prioritárias e as esfera municipal.
especificidades regionais de forma contínua Art. 18. O monitoramento e a avaliação da
e articulada com os Planos Estadual e Regio- PNAISP, dos serviços, das equipes e das ações
nais de Saúde e os instrumentos de planeja- de saúde serão realizados pelo Ministério da
mento e pactuação do SUS; Saúde e pelo Ministério da Justiça por meio da
IV – cadastrar, por meio dos programas dis- inserção de dados, informações e documentos
poníveis, as pessoas privadas de liberdade nos sistemas de informação da atenção à saúde.
no seu território, assegurando a sua identi- Art. 19. Será instituído Grupo Condutor da
ficação no Cartão Nacional de Saúde; PNAISP no âmbito de cada Estado e do Distrito
V – elaborar e executar as ações de vigilân- Federal, formado pela respectiva Secretaria de
cia sanitária e epidemiológica; Saúde, pela respectiva Secretaria de Justiça ou
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congênere, pela Administração Prisional ou con- gras previstas na Portaria Interministerial nº
gênere, pelo Conselho de Secretários Munici- 1.777/MS/MJ, de 9 de setembro de 2003.
pais de Saúde (COSEMS) do respectivo Estado e
pelo apoio institucional do Ministério da Saúde, Art. 22. Esta Portaria entra em vigor na data de
que terá como atribuições: sua publicação.
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Material Complementar
O presente material foi elaborado no intuito de contribuir com o estudo da Lei de Execução
Penal, Lei nº 7.210/84.
Importante registrar que além da exposição do conteúdo legal, constam diversas decisões
jurisprudências para corroborar com a exemplificação da temática.
Espero que seja útil à preparação para o alcance dos seus objetivos.
Abraço, Letícia Neves (www.leticianeves.com.br)
1. Considerações iniciais
A partir da leitura do texto constitucional infere-se que toda e qualquer atuação estatal
deverá estar pautada pelo respeito às formas procedimentais, de forma a atingir os fins de um
devido processo. Porém, não basta que tais garantias estejam asseguradas no âmbito formal é
necessário que sejam alcançados os conteúdos substanciais1.
Assim sendo, tem-se como premissa a exigência de que todas aquelas garantias asseguradas
durante o processo de conhecimento sejam estendidas ao processo de execução criminal,
considerando a sua autonomia, especialmente, após a Constituição Federal de 1988.
De acordo com o artigo 1º da Lei de Execução Penal, a execução das penas e das medidas de
segurança tem como objetivo efetivar as disposições da sentença e proporcionar condições
para harmônica integração social do condenado e internado.
Durante a execução, deverão ser observados os direitos que são assegurados aos apenados,
bem como os deveres que deverão ser cumpridos (artigo 39 e 41 da Lei nº 7.210/84). A ideia
central, que difere das concepções anteriores, principalmente antes da CF/88, conduz à
concepção do apenado/ preso ser encarado como sujeito de direitos e deveres, não mais como
mero objeto da administração, ou seja, fantoche a serviço da ordem e segurança.
Desta forma, se sustenta que a Execução Penal deverá ser pautada pela observância dos
ditames constitucionais, a fim de implementar os fundamentos do Estado Democrático de
Direito, dando ênfase, ao princípio da dignidade da pessoa humana, que jamais poderá ser
desprezado.
Neste despretensioso resumo, a Lei de Execução Penal é apresentada. Vale destacar que o
processo de execução criminal (PEC) tramita junto à Vara de Execução Criminal da Comarca
(VEC), cuja jurisdição pertença o estabelecimento prisional em que o apenado cumpre pena.
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Nele constará toda e qualquer informação que gere alguma modificação na pena ou na sua
forma de cumprimento2.
Por fim, é relevante mencionar que sempre que algum ato for praticado além dos limites
fixados na sentença, em normas legais ou regulamentares, poderá ser suscitado o chamado
Excesso ou Desvio de Execução. Trata-se de um incidente de execução, previsto no artigo 185
da LEP, cuja provocação poderá ser feita pelo Ministério Público, Conselho Penitenciário, pelo
próprio sentenciado ou pelos demais órgãos da Execução Penal.
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• A CTC será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 chefes de serviço, 1
psiquiatra, 1 psicólogo e 1 assistente social (art. 7º).
• O condenado à PPL, em regime fechado, será submetido ao exame criminológico para
uma adequada classificação. Ainda, poderão ser submetidos o condenado à pena privativa de
liberdade, em regime semiaberto (art. 8º).
Atenção!!!
Identificação Genética:
Art. 9º A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza
grave contra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos no art. 1º da Lei nº 8.072,
de 25 de julho de 1990, serão submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil
genético, mediante extração de DNA – ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada
e indolor.
§ 1º A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso,
conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo.
§ 2º A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz competente,
no caso de inquérito instaurado, o acesso ao banco de dados de identificação de
perfil genético.
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5. Detração Penal
Embora estivesse prevista no artigo 42 do Código Penal, a Detração era vista como um instituto
da execução da pena, competindo ao Juiz da VEC a sua declaração.
Antes da alteração legislativa do artigo 387 do CPP, somente o Juiz da VEC se manifestava sobre
o instituto. Atualmente, a competência do Juiz da VEC é subsidiária, ou seja, quando não for
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objeto na sentença, deverá ser observado pelo Juiz da Vara de Execução. Tal entendimento
decorre do artigo 111 da LEP e do artigo 66, III, c, da LEP3.
Atenção!! A consideração da detração não poderá caracterizar uma conta corrente do
indivíduo com o Estado. Por exemplo:
•• X comete um crime e permanece preso durante 1 ano, após é absolvido.
•• X não poderá reaver este período, buscando resgatá-lo. Por exemplo: X comete um delito
de furto simples, na expectativa de não ficar preso, pois teria direito à detração daquele 1
ano, dito acima, referente a outro delito. Caso seja condenado, pela prática deste delito,
não terá direito à detração anterior, pois geraria uma conta corrente.
Nesse sentido, segue a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de
Justiça, vejamos:
HC 93979 / RS – RIO GRANDE DO SUL
HABEAS CORPUS
Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA
Julgamento: 22/04/2008 – Órgão Julgador: Primeira Turma
HABEAS CORPUS. DETRAÇÃO PENAL. CÔMPUTO DO PERÍODO DE PRISÃO ANTERIOR
À PRÁTICA DE NOVO CRIME: IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. HABEAS CORPUS
INDEFERIDO. 1. Firme a jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal no sentido de que
"não é possível creditar-se ao réu qualquer tempo de encarceramento anterior à prática
do crime que deu origem a condenação atual" (RHC 61.195, Rel. Min. Francisco Rezek,
DJ 23.9.1983). 2. Não pode o Paciente valer-se do período em que esteve custodiado – e
posteriormente absolvido – para fins de detração da pena de crime cometido em período
posterior. 3. Habeas Corpus indeferido. (grifo nosso)
REsp 878574 / RS
RECURSO ESPECIAL
2006/0183426-8
Ministro GILSON DIPP
CRIMINAL. RECURSO ESPECIAL. FURTO QUALIFICADO. DETRAÇÃO DE PERÍODO DE PRISÃO
PROVISÓRIA RELATIVA A CRIME COMETIDO EM MOMENTO ANTERIOR ÀQUELE DA PENA
IMPOSTA. IMPOSSIBILIDADE. RECURSO PROVIDO. I –O período em que esteve custodiado
réu posteriormente absolvido somente pode ser descontado da pena relativa a crime
cometido em período anterior.
II – Entendimento contrário significaria que o réu, antes mesmo de delinqüir, já estaria
beneficiado com a redução da pena em razão de prisão que se afigurou injusta em processo
diverso. III – Precedentes do STJ e do STF. IV – Recurso provido, nos termos do voto do
relator. (grifo nosso)
3 Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a
determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, observada,
quando for o caso a detração ou a remição.
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6. Regimes Prisionais
Em regra, o regime a ser cumprido vem estabelecido na sentença penal condenatória ou quando
for aplicada a pena em um acórdão pelo Tribunal, inclui uma das fases da individualização da
pena (artigo 59, III, CP e artigo 110 da LEP). Será determinado conforme as regras contidas no
Código Penal (arts. 33, § 2º e 59).
Caso sobrevenha nova condenação durante o cumprimento de uma pena, a determinação
do regime será feita através da soma do restante da que está sendo cumprida com a nova
condenação (art. 111, § 2º).
Na aplicação da pena privativa de liberdade, o Juiz para fixar o regime prisional deverá se
orientar pela tabela contida no artigo 33, § 2º, do CP, o traz a seguinte orientação:
Art. 33, §2º, do CP – As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma
progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e
ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime
fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8
(oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá,
desde o início, cumpri-la em regime aberto.
Obs.: Lei n. 11.464/07 que alterou a Lei 8.072/90 prevê o regime inicial fechado para os
delitos hediondos.
Com relação ao regime prisional é importante verificar as seguintes súmulas do Supremo
Tribunal Federal:
Súmula 719 – A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada
permitir exige motivação idônea.
Súmula 718 – A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui
motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena
aplicada.
Já o Superior Tribunal de Justiça traz a seguinte súmula:
Súmula 269 – É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes
condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.
Súmula 440: Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime
prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na
gravidade abstrata do delito.
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1) prática de fato definido como crime doloso quando ocasionar subversão da ordem ou
disciplina internas (art. 52, caput, LEP);
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8. Sistema Progressivo – Progressão de Regime
4 Súmula 716 do STJ – Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de regime
menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.
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inaplicável aos casos anteriores à sua entrada em vigor, isso por ser mais gravosa ao réu.
2. Agravo regimental improvido. (STJ)
Em relação a este ponto, destaca-se a súmula vinculante n. 26 do STF e a súmula 471 do STJ5.
Importante !!!
Posicionamento sobre progressão de regime e a exigência de exame criminológico: STF6 e
STJ7:
Os Tribunais superiores têm entendido que, muito embora a nova redação do artigo 112 da LEP
tenha excluído a exigência de realização de exame criminológico para obtenção de progressão
de regime, não caracteriza constrangimento ilegal a submissão do apenado à realização de
exame, desde que devidamente fundamentada a necessidade pelo Juiz da Vara de Execução
Criminal.
Neste sentido, temos as seguintes súmulas:
Súmula Vinculante n. 26, STF: Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena
por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade
do art. 2º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado
preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar,
para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico.
Súmula 439, STJ: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em
decisão motivada.
5 Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei nº 11.464/2007 sujeitam-
se ao disposto no art. 112 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional. Rel.
Min. Maria Thereza de Assis Moura, em 23/2/2011.
6 RHC 92605 / PR – PARANÁ – RECURSO EM HABEAS CORPUS Relator(a): Min. EROS GRAU Julgamento: 22/04/2008
– Órgão Julgador: Segunda Turma EMENTA: HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. PROGRESSÃO DO REGIME
DE CUMPRIMENTO DA PENA. FALTA GRAVE. PERDA DOS DIAS REMIDOS. EXAME CRIMINOLÓGICO. 1. O Pleno do
Supremo Tribunal Federal reafirmou recentemente, no julgamento do RE n. 452.994, que o cometimento de falta
grave resulta na perda dos dias remidos pelo trabalho, sem que isso implique ofensa aos princípios da isonomia, da
individualização da pena e da dignidade da pessoa humana. 2. Em que pese o advento da Lei nº 10.792/03, que
alterou o artigo 112 da LEP, excluindo a referência ao exame criminológico, nada impede que o juiz da execução o
realize, desde que motivadamente. Ordem denegada.
7 STJ: HC 94577 / SP HABEAS CORPUS 2007/0269868-8 Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA PENAL. 1.
PROGRESSÃO DE REGIME. DISPENSA DO EXAME CRIMINOLÓGICO. AGRAVO EM EXECUÇÃO. DECISÃO REFORMADA.
REGRESSÃO. EXAME CRIMINOLÓGICO. FACULDADE DO JUIZ, MEDIANTE DECISÃO DEVIDAMENTE MOTIVADA.
IMPOSIÇÃO PELO TRIBUNAL. POSSIBILIDADE, DESDE QUE FUNDADA EM ELEMENTOS CONCRETOS DA EXECUÇÃO
PENAL A APONTAR PARA A NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO DO EXAME. HISTÓRICO DE FUGA E PARTICIPAÇÃO
DE REBELIÕES. RECAPTURA EFETIVADA APENAS APÓS O COMETIMENTO DE OUTRO DELITO, A DEMONSTRAR A
CONVENIÊNCIA DE SUBMISSÃO A UMA ANÁLISE TÉCNICA. 2. ORDEM DENEGADA. 1. De acordo com as alterações
trazidas pela Lei 10.792/03, o exame criminológico deixa de ser requisito obrigatório para a progressão de
regime, podendo, todavia, ser determinado de maneira fundamentada pelo juiz da execução de acordo com as
peculiaridades do caso. Assim, mesmo que não tenho sido realizado em primeira instância, o exame criminológico
pode ser determinado pelo tribunal a quo, desde que este se funde em elementos concretos (relativos sempre a
fatos ocorridos no curso da execução penal) a apontar para a sua necessidade. No caso sob exame, considerando o
histórico de fugas e participação em rebeliões apresentado pelo paciente, que apenas foi recapturado quando do
cometimento de outro delito, é de se reconhecer a conveniência da realização do exame. 2. Ordem denegada.
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Entendimento da Terceira Seção do STJ no tocante à interrupção da contagem
para a progressão de regime, em razão da prática de falta grave:
EXECUÇÃO DA PENA. INTERRUPÇÃO. FALTA GRAVE. O cometimento de falta
disciplinar grave pelo apenado determina a interrupção do prazo para a concessão
da progressão de regime prisional. Para o Min. Relator, se assim não fosse, ao
custodiado em regime fechado que comete falta grave não se aplicaria sanção em
decorrência dessa falta, o que seria um estímulo ao cometimento de infrações no
decorrer da execução. Precedentes citados do STF: HC 98.387-SP, DJe 1º/7/2009;
HC 94.098-RS, DJe 24/4/2009; do STJ: HC 47.383-RS, DJ 13/3/2006, e HC 66.009-
PE, DJ 10/9/2007. EREsp. 1.176.486-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho,
julgados em 28/3/2012.
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REsp 1414267/MG, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em
05/11/2013, DJe 25/11/2013;
Atenção !!!
Nova hipótese de regressão de regime: artigo 146 – C, § único, LEP, violar os deveres
relacionados ao monitoramento eletrônico.
Atenção !!!
É nula a decisão que regride o regime prisional sem a prévia oitiva do apenado nos casos do
inciso I do artigo 118 da LEP. Vejamos:
RHC 18693 / RJ RECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS 2005/0195304-1 – Ministro
HÉLIO QUAGLIA BARBOSA – RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. REGIME
PRISIONAL. REGRESSÃO. FALTA GRAVE. PRÉVIA OITIVA DO CONDENADO. ARTIGO 118, §2º,
DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL. INOCORRÊNCIA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO.
1. Em consequência da jurisdicionalização da execução penal, por ofensa ao princípio do
contraditório, nula é a decisão que determina a regressão do condenado sem a sua prévia
audiência; 2. A "oitiva" do ora recorrente se deu, tão-somente, perante a Comissão Técnica
de Classificação – CTC, e não na presença do juiz da execução penal, destinatário final das
teses defensivas eventualmente sustentadas; 3. Recurso ordinário provido, para declarar
nula a decisão que determinou a regressão do ora recorrente para o regime fechado,
devendo outra ser proferida somente após sua oitiva pelo juiz da execução penal.
OBS.: A jurisprudência tem admitido a chamada regressão cautelar8, que dispensa a oitiva
prévia do apenado, passando a exigir somente nos casos de regressão definitiva.
Para cumprir a pena em residência particular o preso deverá estar em regime aberto e se
enquadrar em uma das quatro hipóteses do artigo 117 da LEP, quais sejam:
• condenado maior de setenta anos;
• condenado acometido de doença grave;
• condenada com filho menor ou deficiente físico ou metal;
• condenada gestante.
8 Ementa: HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. PROGRESSÃO DE REGIME. COMETIMENTO DE FALTA GRAVE.
INTERRUPÇÃO DO PRAZO PARA O PLEITO DE NOVA PROGRESSÃO. ILEGALIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. PRECEDENTES.
ORDEM DENEGADA. (HC 113579, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 16/04/2013,
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-080 DIVULG 29-04-2013 PUBLIC 30-04-2013)
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11. Remição de pena – hipóteses legais
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“Art. 128. O tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos.” (NR)
“Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao juízo da execução cópia do
registro de todos os condenados que estejam trabalhando ou estudando, com informação dos dias
de trabalho ou das horas de frequência escolar ou de atividades de ensino de cada um deles.
§ 1º O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal deverá comprovar
mensalmente, por meio de declaração da respectiva unidade de ensino, a frequência e o
aproveitamento escolar.
§ 2º Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias remidos.” (NR)
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 29 de junho de 2011; 190o da Independência e 123º da República.
DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Fernando Haddad
Este texto não substitui o publicado no DOU de 30.6.2011
Podem obter permissão de saída, os apenados que cumprem pena em regime fechado,
semiaberto e provisórios, mediante escolta, em duas hipóteses:
• falecimento ou doença grave CCADI (cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou
irmão);
• necessidade de tratamento médico.
Já a saída temporária, sem vigilância, poderá ser concedida a apenados que cumprem pena em
regime semiaberto.
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Vale destacar que recentemente foi introduzida a possibilidade da utilização de monitoramento
eletrônico, no artigo 122, parágrafo único, da LEP (redação dada pela Lei nº 12.258/10).
Em outras palavras, a ausência de vigilância direta não impede que o juiz determine a
monitoração eletrônica. Constitui uma faculdade do Juiz, não uma obrigação legal.
Para obtenção da saída temporária, os apenados em regime aberto, deverão preencher os
seguintes requisitos:
• comportamento adequado;
• cumprimento mínimo de 1/6 para apenado primário e de, no mínimo, ¼ para reincidentes;
• compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.
Será concedida por período não superior a 7 dias, podendo ser renovadas por mais 4 vezes,
logo faz jus a 35 dias de saída. Com intervalo de 45 dias entre as saídas.
A Lei nº 12.258 inovou ao estabelecer que o juiz imporá condições ao apenado, para obtenção
das saídas temporárias, permitindo que além das previstas em lei outras poderão ser
estabelecidas, vejamos a nova redação do § 1º do artigo 124 da LEP:
§ 1º Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as seguintes condições,
entre outras que entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a situação pessoal
do condenado:
I – fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde poderá ser
encontrado durante o gozo do benefício;
II – recolhimento à residência visitada, no período noturno;
III – proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos congêneres.
§ 2º Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de instrução de ensino
médio ou superior, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades
discentes.
§ 3º Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser concedidas com
prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra.” (NR)
Importante !!!
Artigo 124, § 2º, da LEP (redação dada pela Lei nº 12.258/2010) – Quando se tratar de
frequência a curso profissionalizante, de instrução de ensino médio ou superior, o tempo de
saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes.
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O monitoramento eletrônico é uma faculdade judicial, pois, de acordo com a lei, poderá ser
definido pelo juiz nos casos definidos em lei, desde que seja necessário. Vejamos o novo artigo
146, b, da LEP:
Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica quando:
I – (VETADO);
II – autorizar a saída temporária no regime semiaberto;
III – (VETADO);
IV – determinar a prisão domiciliar;
V – (VETADO);
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados que deverá adotar com o equipamento
eletrônico e dos seguintes deveres:
I – receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica, responder aos seus
contatos e cumprir suas orientações;
II – abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer forma o dispositivo
de monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o faça;
III – (VETADO);
Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres previstos neste artigo poderá acarretar,
a critério do juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa:
I – a regressão do regime;
II – a revogação da autorização de saída temporária;
III – (VETADO);
IV – (VETADO);
V – (VETADO);
VI – a revogação da prisão domiciliar;
VII – advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da execução decida não aplicar
alguma das medidas previstas nos incisos de I a VI deste parágrafo.
Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser revogada:
I – quando se tornar desnecessária ou inadequada;
II – se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver sujeito durante a sua vigência ou
cometer falta grave.”
Art. 3º O Poder Executivo regulamentará a implementação da monitoração eletrônica.
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15. Livramento condicional
• Conversão da PPL em PRD (art. 180) – PPL não superior a dois anos; condenado em regime
aberto; cumprido pelo menos 1/4; antecedentes e personalidade indiquem.
• Conversão da PRD em PPL (art. 181) – ocorrerá na forma do art. 45 do CP.
• Desvio ou Excesso de Execução (artigo 185 da LEP)
São institutos que extinguem a punibilidade, conforme o artigo 107, II, do CP.
A anistia “é a declaração pelo Poder Público de que determinados fatos se tornam impuníveis
por motivo de utilidade social. O instituto volta-se a fatos, e não a pessoas. Pode ocorrer antes
da condenação definitiva – anistia própria – ou após o trânsito em julgado da condenação –
anistia imprópria. Tem a força de extinguir a ação e a condenação. Primordialmente, destina-se
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a crimes políticos, embora nada impeça a sua concessão a crimes comuns.”9 A anistia somente
é concedida através de lei editada pelo Congresso Nacional.
A graça, por sua vez, é “a clemência destinada a uma pessoa determinada, não dizendo respeito
a fatos criminosos. Trata-se de um perdão concedido pelo Presidente da República, dentro de
sua avaliação discricionária, não sujeita a qualquer recurso, deve ser usada com parcimônia.
É uma medida de caráter excepcional, destinada a premiar atos meritórios extraordinários
praticados pelo sentenciado no cumprimento de sua reprimenda ou ainda atender condições
pessoais de natureza especial, bem como a corrigir equívocos na aplicação da pena ou eventuais
erros judiciários.”10 É concedida mediante análise do caso individual.
De acordo com o artigo 5º, inc. XLIII, não é permitida nem a graça nem a anistia para delitos
considerados hediondos.
Por fim, o indulto também é uma causa extintiva da punibilidade, no entanto é concedido de
forma coletiva, ou seja, tornou-se comum ao final de cada ano a publicação de um Decreto
concedendo Indulto para todos aqueles que preencherem determinadas condições.
No ano de 2007, foi publicado no dia 11 de dezembro o Decreto nº 6.294/07, o qual consta em
anexo para conhecimento.
Assim sendo, qualquer preso que preencher as condições passará a ter direito ao indulto,
devendo ser apenas declarado pelo Juiz da Vara de Execuções.
Destaca-se que no mesmo Decreto há previsão legal para a concessão de Comutação de Pena,
porém esta não se confunde com o Indulto, pois não se trata de extinção da punibilidade, mas
sim um abatimento da pena, desde que haja o preenchimento dos requisitos (ver artigos 2º e
4º do Decreto em anexo – somente para exemplificar, pois o Decreto não poderá ser objeto de
questionamento na prova).
Há previsão expressa no artigo 197 que das decisões proferidas pelo juiz em processo de
execução criminal o recurso cabível será o de agravo.
O prazo para interposição é regulado pela Súmula 700 do STF, sendo de 5 dias.
O processamento do recurso se dá da mesma forma que o Recurso em Sentido Estrito.
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20. LIMITE DE CUMPRIMENTO
O limite de cumprimento de pena é o previsto no artigo 75 do CP, qual seja, trinta anos.
No entanto, conforme diz a súmula 715 do STF, o limite de trinta anos em uma pena unificada
não é parâmetro ou base de cálculo para os demais direitos em sede de execução penal.
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COATOR(A/S)(ES): SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Ementa
EMENTA Habeas corpus. Execução penal. Cometimento de falta grave. Perda dos dias remidos.
Não-ofensa aos princípios constitucionais alegados. Possibilidade de alteração da data-base
para reinício do cômputo para obtenção de outros benefícios executórios. Impossibilidade de
aplicação do art. 58 da LEP para limitação temporal da perda dos dias remidos. Precedentes.
1. A perda dos dias remidos pelo trabalho de que trata o artigo 127 da Lei de Execuções
Penais não afronta os princípios constitucionais da individualização da pena, da dignidade da
pessoa humana, da proporcionalidade e da razoabilidade. 2. No que concerne à alteração da
data-base para concessão de novos benefícios, a decisão ora questionada está de acordo com
a jurisprudência desta Corte, no sentido de que "o cometimento de falta grave pelo apenado
impõe não só a regressão de regime de cumprimento da pena, como o reinício do cômputo do
prazo de 1/6 da pena para obtenção de nova progressão de regime prisional'" (HC nº 86.990/
SP, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 9/6/06). 3. É desprovido de fundamento
jurídico o pedido de aplicação do art. 58 da Lei de Execuções Penais para impor a limitação
temporal de 30 dias para perda dos dias remidos, porque "o dispositivo legal citado refere-se
a capítulo diverso daquele referente à remição da pena e trata exclusivamente do isolamento,
da suspensão e da restrição de direitos, cuja aplicação incumbe à autoridade disciplinar do
estabelecimento prisional" (HC nº 89.784/RS, Primeira Turma, Relatora a Ministra Cármen
Lúcia, DJ de 2/2/07). 4. Habeas corpus denegado.
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2) Lotado
3) Leite e Ferro
4) O cárcere e a rua
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LEI Nº 12.258, DE 15 DE I – fornecimento do endereço onde
JUNHO DE 2010. reside a família a ser visitada ou onde
poderá ser encontrado durante o gozo
Mensagem de veto do benefício;
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suspensão condicional da pena, por crime fase executória ou juízo em que se encon-
praticado sem violência ou grave ameaça, tre, aplicada cumulativamente com pena
que, até 25 de dezembro de 2010, tenham privativa de liberdade cumprida até 25 de
cumprido um terço da pena, se não reinci- dezembro de 2010;
dentes, ou metade, se reincidentes;
IX – condenadas:
III – condenadas à pena privativa de liber-
dade superior a oito anos que, até 25 de de- a) paraplégicas, tetraplégicas ou portadoras
zembro de 2010, tenham completado ses- de cegueira total, desde que tais condições
senta anos de idade e cumprido um terço não sejam anteriores à pratica do delito e se
da pena, se não reincidentes, ou metade, se comprovem por laudo médico oficial ou, na
reincidentes; falta deste, por médico designado pelo juízo
da execução;
IV – condenadas à pena privativa de liber-
dade que, até 25 de dezembro de 2010, te- b) paraplégicas, tetraplégicas ou portadoras
nham completado setenta anos de idade e de cegueira total, ainda que tais condições
cumprido um quarto da pena, se não reinci- sejam anteriores à prática do delito e se
dentes, ou um terço, se reincidentes; comprovem por laudo médico oficial ou, na
falta deste, por médico designado pelo juízo
V – condenadas à pena privativa de liber- da execução, caso resultem na incapacidade
dade que, até 25 de dezembro de 2010, te- severa prevista na alínea “c” deste inciso;
nham cumprido, ininterruptamente, quinze
anos da pena, se não reincidentes, ou vinte c) acometidas de doença grave e perma-
anos, se reincidentes; nente que apresentem incapacidade seve-
ra, grave limitação de atividade e restrição
VI – condenadas à pena privativa de liber- de participação ou exijam cuidados contínu-
dade superior a oito anos que, até 25 de os que não possam ser prestados no esta-
dezembro de 2010, tenham cumprido, em belecimento penal, desde que comprovada
regime fechado ou semiaberto, um terço a hipótese por laudo médico oficial ou, na
da pena, se não reincidentes, ou metade, se falta deste, por médico designado pelo ju-
reincidentes, e tenham filho ou filha menor ízo da execução, constando o histórico da
de dezoito anos ou com deficiência mental, doença, caso não haja oposição da pessoa
física, visual ou auditiva, cujos cuidados de- condenada, mantido o direito de assistência
las necessite; nos termos do art. 196 da Constituição;
VII – condenadas à pena privativa de liber- X – submetidas à medida de segurança, in-
dade não superior a doze anos, desde que dependentemente da cessação da pericu-
já tenham cumprido dois quintos da pena, losidade que, até 25 de dezembro de 2010,
se não reincidentes, ou três quintos, se rein- tenham suportado privação da liberdade,
cidentes, encontrem-se cumprindo pena no internação ou tratamento ambulatorial por
regime semiaberto ou aberto e já tenham período igual ou superior ao máximo da
usufruído, até 25 de dezembro de 2010, no pena cominada à infração penal correspon-
mínimo, de cinco saídas temporárias previs- dente à conduta praticada, ou, nos casos de
tas no art. 122, combinado com art. 124, ca- substituição prevista no art. 183 da Lei nº
put, da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984, 7.210, de 1984, por período igual ao tempo
ou tenham prestado trabalho externo, no da condenação, mantido o direito de assis-
mínimo por doze meses nos três anos con- tência nos termos do art. 196 da Constitui-
tados retroativamente àquela data; ção;
VIII – condenadas à pena de multa, ainda XI – condenadas à pena privativa de liber-
que não quitada, independentemente da dade, desde que substituída por pena não
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ções exigidas para a concessão do indulto e § 1º As restrições deste artigo e dos incisos
da comutação; I e II do art. 1º não se aplicam às hipóteses
previstas nos incisos VIII, IX, X e XI do citado
III – a pessoa condenada esteja em livra- art. 1º.
mento condicional; ou
§ 2º O benefício previsto no inciso VI do
IV – a pessoa condenada responda a outro art. 1º não alcança as pessoas condenadas
processo criminal, mesmo que tenha por por crime praticado com violência ou grave
objeto um dos crimes previstos no art. 8º ameaça contra o filho ou a filha.
deste Decreto.
Art. 9º Para a concessão do indulto e comuta-
Art. 6º A inadimplência da pena de multa, ção das penas é suficiente o preenchimento dos
cumulada com pena privativa de liberdade, não requisitos previstos neste Decreto.
impede a concessão do indulto ou da comuta-
ção. Art. 10. A autoridade que custodiar a pessoa
condenada e os órgãos da execução previstos
Art. 7º As penas correspondentes a infrações di- nos incisos III a VIII do art. 61 da Lei nº 7.210, de
versas devem somar-se para efeito do indulto e 1984, encaminharão, de ofício, ao juízo da exe-
da comutação. cução a lista daqueles que satisfaçam os requisi-
Parágrafo único. Na hipótese de haver con- tos necessários para a concessão dos benefícios
curso com infração descrita no art. 8º, a enunciados neste Decreto.
pessoa condenada não terá direito ao indul- § 1º O procedimento previsto no caput po-
to ou à comutação da pena corresponden- derá iniciar-se de ofício, a requerimento
te ao crime não impeditivo, enquanto não do interessado, de quem o represente, de
cumprir, no mínimo, dois terços da pena, seu cônjuge ou companheiro, parente ou
correspondente ao crime impeditivo dos descendente, da Defensoria Pública, da Or-
benefícios (art. 76 do Código Penal). dem dos Advogados do Brasil, do Ministé-
Art. 8º Os benefícios previstos neste Decreto rio Público, do Conselho Penitenciário, do
não alcançam as pessoas condenadas: Conselho da Comunidade, do patronato, da
autoridade administrativa, da Ouvidoria do
I – por crime de tortura, terrorismo ou trá- Sistema Penitenciário, da Corregedoria do
fico ilícito de droga, nos termos do arts. 33, Sistema Penitenciário ou do médico que as-
caput e § 1º, e 34 a 37 da Lei nº 11.343, de siste o condenado que se enquadre nas si-
23 de agosto de 2006; tuações previstas nos incisos IX e X do art.
1º.
II – por crime hediondo, praticado após a
edição das Leis nos 8.072, de 25 de julho § 2º O juízo da execução proferirá decisão
de 1990; 8.930, de 6 de setembro de 1994; após ouvir o Ministério Público, a defesa e o
9.695, de 20 de agosto de 1998; 11.464, Conselho Penitenciário, excetuado este nas
de 28 de março de 2007; e 12.015, de 7 de hipóteses contempladas nos incisos VIII, IX
agosto de 2009, observadas, ainda, as alte- e X do art. 1º.
rações posteriores;
§ 3º A manifestação do Conselho Peniten-
III – por crimes definidos no Código Penal ciário de que trata o § 2º deverá ocorrer no
Militar que correspondam aos delitos pre- prazo máximo de quinze dias, contados a
vistos nos incisos I e II, exceto quando con- partir da data do recebimento, pelo relator,
figurada situação do uso de drogas disposto do procedimento do incidente de execução
no art. 290 do referido Código Penal Militar; que trata da comutação de pena ou indulto,
gozando este último de prioridade na apre-
ciação.
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SLIDES - PolÍtica Nacional de Atenção Integral à Saúde
Princípios e Diretrizes
Princípios – artigo 3º Diretrizes – artigo 4º
I - respeito aos direitos humanos e à justiça social; I - promoção da cidadania e inclusão das pessoas privadas de
liberdade por meio da articulação com os diversos setores de
II - integralidade da atenção à saúde da população privada desenvolvimento social, como educação, trabalho e segurança;
de liberdade no conjunto de ações de promoção, proteção,
prevenção, assistência, recuperação e vigilância em saúde,
executadas nos diferentes níveis de atenção; II - atenção integral resolutiva, contínua e de qualidade às
necessidades de saúde da população privada de liberdade no
III - equidade, em virtude de reconhecer as diferenças e sistema prisional, com ênfase em atividades preventivas, sem
singularidades dos sujeitos de direitos; prejuízo dos serviços assistenciais;
IV - promoção de iniciativas de ambiência humanizada e
saudável com vistas à garantia da proteção dos direitos III - controle e/ou redução dos agravos mais frequentes que
dessas pessoas; acometem a população privada de liberdade no sistema prisional;
V - corresponsabilidade interfederativa quanto à
organização dos serviços segundo a complexidade das ações
desenvolvidas, assegurada por meio da Rede Atenção à IV - respeito à diversidade étnico-racial, às limitações e às
Saúde no território; e necessidades físicas e mentais especiais, às condições
econômicosociais, às práticas e concepções culturais e religiosas, ao
VI - valorização de mecanismos de participação popular e gênero, à orientação sexual e à identidade de gênero; e
controle social nos processos de formulação e gestão de
políticas para atenção à saúde das pessoas privadas de
liberdade. V - intersetorialidade para a gestão integrada e racional e para a
garantia do direito à saúde.
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Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional
Objetivos da PNAISP
- garantir o acesso das pessoas II - garantir a autonomia dos profissionais de saúde para a
realização do cuidado integral das pessoas privadas de
privadas de liberdade no sistema liberdade;
I – UBS (Unidades Básicas de Saúde) ou por meio de Equipes de Atenção Básica de Saúde Prisional (EABSP)
II – RAS (Rede de Atenção à Saúde)
8) Adesão à PNAISP – pactuação: Estado e Distrito Federal com a União – artigo 13 e 14.
9) Monitoramento e avaliação da PNAISP, dos serviços, das equipes e das ações de saúde serão realizados pelo
Ministério da Saúde e Ministério da Justiça – por meio da inserção de dados, informações e documentos nos
Sistemas de informação da atenção à saúde – artigo 18.
10) Grupo Condutor da PNAISP (Formação: Secretaria de Saúde, Secretaria de Justiça ou congênere, Administração
Prisional ou congênere, Conselho de Secretariados Municipais de Saúde dos respectivos Estados) – artigo 19.
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11) Remição pelo trabalho nos serviços de saúde:
Art. 20. As pessoas privadas de liberdade poderão trabalhar nos serviços de saúde implantados dentro das
unidades prisionais, nos programas de educação e promoção da saúde e nos programas de apoio aos
serviços de saúde.
§ 1º A decisão de trabalhar nos programas de educação e promoção da saúde do SUS e nos programas de
apoio aos serviços de saúde será da pessoa sob custódia, com anuência e supervisão do serviço de saúde no
sistema prisional.
§ 2º Será proposta ao Juízo da Execução Penal a concessão do benefício da remição de pena para as
pessoas custodiadas que trabalharem nos programas de educação e promoção da saúde do SUS e nos
programas de apoio aos serviços de saúde.
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Legislação Específica
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das e do Distrito Federal com atribuições nas áreas
atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e de educação e de execução penal;
VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o II – incentivar a elaboração de planos
disposto nos arts. 17 a 21 e § 4º do art. 83 da Lei no estaduais de educação para o sistema
7.210, de 11 de julho de 1984, prisional, abrangendo metas e estratégias
DECRETA: de formação educacional da população
carcerária e dos profissionais envolvidos em
Art. 1º Fica instituído o Plano Estratégico de sua implementação;
Educação no âmbito do Sistema Prisional –
PEESP, com a finalidade de ampliar e qualificar III – contribuir para a universalização da
a oferta de educação nos estabelecimentos alfabetização e para a ampliação da oferta da
penais. educação no sistema prisional;
Art. 2º O PEESP contemplará a educação básica IV – fortalecer a integração da educação
na modalidade de educação de jovens e adultos, a profissional e tecnológica com a educação de
educação profissional e tecnológica, e a educação jovens e adultos no sistema prisional;
superior. V – promover a formação e capacitação dos
Art. 3º São diretrizes do PEESP: profissionais envolvidos na implementação do
ensino nos estabelecimentos penais; e
I – promoção da reintegração social da
pessoa em privação de liberdade por meio da VI – viabilizar as condições para a continuidade
educação; dos estudos dos egressos do sistema prisional.
II – integração dos órgãos responsáveis pelo Parágrafo único. Para o alcance dos objetivos
ensino público com os órgãos responsáveis previstos neste artigo serão adotadas as
pela execução penal; e providências necessárias para assegurar
os espaços físicos adequados às atividades
III – fomento à formulação de políticas de educacionais, culturais e de formação
atendimento educacional à criança que esteja profissional, e sua integração às demais
em estabelecimento penal, em razão da atividades dos estabelecimentos penais.
privação de liberdade de sua mãe.
Art. 5º O PEESP será coordenado e executado pelos
Parágrafo único. Na aplicação do disposto Ministérios da Justiça e da Educação.
neste Decreto serão observadas as diretrizes
definidas pelo Conselho Nacional de Educação Art. 6º Compete ao Ministério da Educação, na
e pelo Conselho Nacional de Política Criminal e execução do PEESP:
Penitenciária. I – equipar e aparelhar os espaços destinados às
Art. 4º São objetivos do PEESP: atividades educacionais nos estabelecimentos
penais;
I – executar ações conjuntas e troca de
informações entre órgãos federais, estaduais
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II – promover a distribuição de livros didáticos Art. 9º O plano de ação a que se refere o § 2º do art.
e a composição de acervos de bibliotecas nos 8º deverá conter:
estabelecimentos penais; I – diagnóstico das demandas de educação no
III – fomentar a oferta de programas de âmbito dos estabelecimentos penais;
alfabetização e de educação de jovens e II – estratégias e metas para sua
adultos nos estabelecimentos penais; e implementação; e
IV – promover a capacitação de professores III – atribuições e responsabilidades de cada
e profissionais da educação que atuam na órgão do ente federativo que o integrar,
educação em estabelecimentos penais. especialmente quanto à adequação dos
Art. 7º Compete ao Ministério da Justiça, na espaços destinados às atividades educacionais
execução do PEESP: nos estabelecimentos penais, à formação
I – conceder apoio financeiro para construção, e à contratação de professores e de outros
ampliação e reforma dos espaços destinados à profissionais da educação, à produção de
educação nos estabelecimentos penais; material didático e à integração da educação
de jovens e adultos à educação profissional e
II – orientar os gestores do sistema prisional tecnológica.
para a importância da oferta de educação nos
estabelecimentos penais; e Art. 10. Para a execução do PEESP poderão ser
firmados convênios, acordos de cooperação,
III – realizar o acompanhamento dos ajustes ou instrumentos congêneres, com órgãos
indicadores estatísticos do PEESP, por meio de e entidades da administração pública federal, dos
sistema informatizado, visando à orientação Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com
das políticas públicas voltadas para o sistema consórcios públicos ou com entidades privadas.
prisional.
Art. 11. As despesas do PEESP cor0rerão à conta das
Art. 8º O PEESP será executado pela União em dotações orçamentárias anualmente consignadas
colaboração com os Estados e o Distrito Federal, aos Ministérios da Educação e da Justiça, de acordo
podendo envolver Municípios, órgãos ou entidades com suas respectivas áreas de atuação, observados
da administração pública direta ou indireta e os limites estipulados pelo Poder Executivo, na
instituições de ensino. forma da legislação orçamentária e financeira, além
§ 1º A vinculação dos Estados e do Distrito de fontes de recursos advindas dos Estados e do
Federal ocorrerá por meio de termo de adesão Distrito Federal.
voluntária. Art. 12. Este Decreto entra em vigor na data de sua
§ 2º A União prestará apoio técnico e financeiro, publicação.
mediante apresentação de plano de ação a ser Brasília, 24 de novembro de 2011; 190o da
elaborado pelos Estados e pelo Distrito Federal, Independência e 123o da República.
do qual participarão, necessariamente, órgãos
com competências nas áreas de educação e de DILMA ROUSSEFF
execução penal. José Eduardo Cardozo
§ 3º Os Ministérios da Justiça e da Educação Fernando haddad
analisarão os planos de ação referidos no § 2º Este texto não substitui o publicado no DOU
e definirão o apoio financeiro a partir das ações de 25.11.2011
pactuadas com cada ente federativo.
§ 4º No âmbito do Ministério da Educação, as
demandas deverão ser veiculadas por meio do
Plano de Ações Articuladas – PAR de que trata
o Decreto no 6.094, de 24 de abril de 2007.
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Legislação Específica
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(PNAB), estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para
a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS);
Considerando a Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011 que institui a Rede de Atenção
Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes
do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde.
Considerando a Portaria nº 841, de 2 de maio de 2012 que publica a Relação Nacional de Ações e
Serviços de Saúde (RENASES) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e dá outras providências.
Considerando a Portaria Interministerial nº 01 de 02 de janeiro de 2014 que define a Política
Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional
(PNAISP),
Considerando a PORTARIA Nº 482, DE 1º DE ABRIL DE 2014, que institui normas para a
operacionalização da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de
Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), resolve:
Art. 1º Aprovar as Diretrizes Básicas para Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de
Liberdade no Sistema Prisional, que integram o anexo a esta Resolução.
Art. 2º Fica revogada a Resolução nº 7, de 14 de abril de 2003.
Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
LUIZ ANTÔNIO SILVA BRESSANE
ANEXO
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Legislação Específica – Resolução nº 4/2014 - Assistência a Saúde – Profª Letícia Neves
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2.15. A atenção em saúde bucal deve contemplar, além das ações da atenção básica, a
inclusão de procedimentos mais complexos, o aumento da resolutividade no pronto-
atendimento, e a prevenção e diagnóstico do câncer bucal, segundo as diretrizes da Política
Nacional de Saúde Bucal.
2.16. As ações de saúde mental deverão considerar as necessidades da população privada
de liberdade para prevenção, promoção e tratamento de agravos psicossociais, decorrentes
ou não do confinamento e do uso abusivo de álcool e outras drogas. Para as pessoas com
qualquer transtorno mental suspeito ou já diagnosticado, que se encontrem em conflito
com a Lei, a atenção deverá ser orientada de acordo com a Lei 10.216/2001 e as Portarias
nº 3.088/2011 e 94/2014, mediante a adoção de projeto terapêutico singular e na rede de
atenção psicossocial.
2.17. A aquisição e a dispensação de medicamentos às pessoas privadas de liberdade serão
geridas pelo SUS em cada território de localização das unidades penais, respeitando-se as
normas consignadas pelo SUS.
2.18. A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais – RENAME – deverá constituir a base
de referência para a definição dos medicamentos utilizados pelo sistema penitenciário de
cada estado.
Os medicamentos especializados e estratégicos devem seguir o que está pactuado no SUS.
A aquisição destes medicamentos deverá ser realizada de acordo com a padronização
de tratamento para as doenças prevalentes conforme Protocolos Clínicos e Diretrizes
Terapêuticas, definidos pelo SUS.
2.19. Os agentes penitenciários são cobertos pelas ações de prevenção de doenças e
promoção da saúde da PNAISP. Para melhor desenvolvimento destas ações, a equipe de
saúde prisional deverá solicitar apoio das Equipes Técnicas e dos Centros de Referência em
Saúde do Trabalhador (CEREST), no âmbito da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde
do Trabalhador (RENAST).
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Legislação Específica – Resolução nº 4/2014 – Assistência a Saúde – Profª Letícia Neves
1) Considerações iniciais – A Resolução aprova as Diretrizes Básicas para a Atenção Integral à Saúde das Pessoas
Privadas de Liberdade no Sistema Prisional.
• Ver: Portaria Interministerial 01/2014 – Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de
Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP) no âmbito do SUS.
2) Aplicação das diretrizes – estabelecimentos que mantenham pessoas privadas de liberdade, em caráter
provisório ou definitivo (1).
3) Ações de Saúde – Sistema Prisional – embasadas nos princípios e nas diretrizes do SUS – atender as
peculiaridades dessas pessoas (2).
www.acasadoconcurseiro.com.br 587
Legislação Específica
www.acasadoconcurseiro.com.br 589
III – garantia do acesso às informações VIII – Portaria Interministerial nº 1/ MS/
referentes à pessoa com transtorno mental MJ , de 02 de janeiro de 2014, que institui
em conflito com a Lei; a Política Nacional de Atenção Integral à
Saúde da Pessoa Privada de Liberdade no
IV – garantia do cuidado adequado de acor- Sistema Prisional (PNAISP);
do com os Projetos Terapêuticos Singulares
(PTS) especificamente elaborados para ali- IX – Portaria MS/MJ nº 94, de 14 de janeiro
cerçar a medida de segurança e o processo de 2014, que institui o serviço de avaliação e
terapêutico. acompanhamento às medidas terapêuticas
aplicáveis à pessoa com transtorno mental
Art. 3º Para o efetivo cumprimento desta em conflito com a Lei, no âmbito do Sistema
Resolução, deverão ser observados os seguintes Único de Saúde (SUS).
atos normativos:
Art. 4º Esta Resolução entra em vigor na data
I – Resolução CNAS nº 145, de 15 de outubro de sua publicação, revogadas as disposições em
de 2004 que aprova a Política Nacional de contrário.
Assistência Social;
Herbert José Almeida Carneiro
II – Portaria GM/MS nº 4.279, de 30 Presidente do CNPCP
de dezembro de 2010, que estabelece
diretrizes para a organização da Rede de
Atenção à Saúde no âmbito do Sistema
Único de Saúde;
III – Recomendação do Conselho Nacional
de Justiça nº – 35, de 12 de Julho de 2011,
que recomenda que na execução da Medida
de Segurança, sejam adotadas políticas
antimanicomiais;
IV – Portaria MS/GM nº 3.088, de 23 de
dezembro de 2011, que institui a Rede de
Atenção Psicossocial (RAPS) para pessoas
com sofrimento ou transtorno mental e
com necessidades decorrentes do uso de
crack, álcool e outras drogas e as estratégias
de desinstitucionalização, no âmbito do
SUS;
V – Diretrizes do Plano Nacional de Política
Criminal e Penitenciária aprovadas na 372ª
reunião ordinária do Conselho Nacional de
Política Criminal e Penitenciária (CNPCP),
em 26/04/2011;
VI – Política Nacional de Humanização
(PNH), do SUS;
VII – Portaria Interministerial MS/MJ nº
1.777, de 09 de setembro de 2003, que
publica o Plano Nacional de Saúde no
Sistema Penitenciário (PNSSP);
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Legislação Específica – Resolução nº 1/2014 – Atenção em Saúde Mental – Profª Letícia Neves
1) Considerações Gerais: A Resolução n. 1/2014 versa sobre o Programa de Atendimento Específico ao paciente
Judiciário.
• A Resolução n. 04/2010 do CNPCP – que recomenda a adoção da Política Antimanicomial – nos artigos 2º e 3º
apresenta o Programa.
• Artigo 2º da Resolução n. 1/2010 — A abordagem à pessoa com doença mental na condição de autor do fato,
réu ou sentenciado em processo criminal, deve ser objeto de atendimento por programa específico de
atenção destinado a acompanhar o paciente judiciário nas diversas fases processuais, mediando as relações
entre o Poder Judiciário e o Poder Executivo, visando à promoção da individualização da aplicação das penas e
medidas de segurança e no encaminhamento das questões de execução penal dos pacientes judiciários;
3) Serviço de Avaliação e acompanhamento das medidas terapêuticas é composto pela Equipe de Avaliação e
acompanhamento
Sugestão de leitura:
* PAIPJ
• PAILI
www.acasadoconcurseiro.com.br 591
Legislação Específica
www.acasadoconcurseiro.com.br 593
IV – agachamento ou saltos.
Art. 3º O acesso de gestantes ou pessoas com
qualquer limitação física impeditiva da utilização
de recursos tecnológicos aos estabelecimentos
prisionais será assegurado pelas autoridades
administrativas, observado o disposto nesta
Resolução.
Art. 4º A revista pessoal em crianças e
adolescentes deve ser precedida de autorização
expressa de seu representante legal e somente
será realizada na presença deste.
Art. 5º Cabe à administração penitenciária
estabelecer medidas de segurança e de controle
de acesso às unidades prisionais, observado o
disposto nesta Resolução.
Art. 6º Revogam-se as Resoluções nº 01/2000 e
09/2006 do C N P C P.
Art. 7º. Esta Resolução entra em vigor na data
de sua publicação.
LUIZ ANTÔNIO SILVA BRESSANE
594 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica – Resolução nº 3/2009 – Diretrizes de Educação – Profª Letícia Neves
1) Objeto: A resolução traz recomendações para a realização da revista de pessoas que ingressam nos
estabelecimentos penais.
2) Resolução relaciona-se com os artigos 1º, III, e 5º, III e X, da CF/88 – artigo 74 da LEP.
3) Revista Pessoal – inspeção -- em todas as pessoas que pretendem ingressar em locais de privação de
liberdade e que venham a ter contato direto ou indireto com pessoas privadas de liberdade ou com o interior do
estabelecimento – devendo preservar a integridade física, psicológica e moral da pessoa revistada (art. 1° da
Resolução). Finalidade: fins de segurança.
4) Procedimento: revista pessoal – equipamentos eletrônicos ou, excepcionalmente, de forma manual (artigo 1º,
parágrafo único).
6) Revista pessoal em crianças e adolescentes – dependerá de autorização prévia expressa de seu representante
legal – realizada na sua presença (artigo 4º).
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Legislação Específica
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III – ser contemplada com as devidas opor- Art. 8º O trabalho prisional, também entendido
tunidades de financiamento junto aos ór- como elemento de formação integrado à edu-
gãos estaduais e federais; cação, devendo ser ofertado em horário e con-
IV – estar associada às ações de fomento à dições compatíveis com as atividades educacio-
leitura e a implementação ou recuperação nais.
de bibliotecas para atender à população Art. 9º Educadores, gestores, técnicos e agentes
carcerária e aos profissionais que trabalham penitenciários dos estabelecimentos penais de-
nos estabelecimentos penais; e vem ter acesso a programas de formação inte-
V – promover, sempre que possível, o en- grada e continuada que auxiliem na compreen-
volvimento da comunidade e dos familiares são das especificidades e relevância das ações
do(a)s preso(a)s e internado(a)s e prever de educação nos estabelecimentos penais, bem
atendimento diferenciado para contemplar como da dimensão educativa do trabalho.
as especificidades de cada regime, atentan- § 1º Recomenda-se que os educadores per-
do-se para as questões de inclusão, acessi- tençam, preferencialmente, aos quadros da
bilidade, gênero, etnia, credo, idade e ou- Secretaria de Educação, sejam selecionados
tras correlatas. por concursos públicos e percebam remu-
Art. 4º A gestão da educação no contexto neração acrescida de vantagens pecuniárias
prisional deve permitir parcerias com outras condizentes com as especificidades do car-
áreas de governo, universidades e organizações go.
da sociedade civil, com vistas à formulação, § 2º A pessoa presa ou internada, com perfil
execução, monitoramento e avaliação de e formação adequados, poderá atuar como
políticas públicas de estímulo à educação nas monitor no processo educativo, recebendo
prisões. formação continuada condizente com suas
práticas pedagógicas, devendo este traba-
Art. 5º As autoridades responsáveis pelos es- lho ser remunerado.
tabelecimentos penais devem propiciar espa-
ços físicos adequados às atividades educacio- Art. 10. O planejamento das ações de educação
nais (salas de aula, bibliotecas, laboratórios, nas prisões poderá contemplar além das ativi-
etc), integrar as práticas educativas às rotinas dades de educação formal, propostas de edu-
da unidade prisional e difundir informações in- cação não-formal e formação profissional, bem
centivando a participação do(a)s preso(a)s e como a inclusão da modalidade de educação à
internado(a)s. distância.
Art. 6º A Direção dos estabelecimentos penais Parágrafo único. Recomenda-se, a cada uni-
deve permitir que os documentos e materiais dade da federação, que as ações de educa-
produzidos pelos Ministérios da Educação e da ção formal sigam um calendário comum aos
Justiça, Secretarias Estaduais de Educação e ór- estabelecimentos penais onde houver ofer-
gãos responsáveis pela Administração Peniten- ta.
ciária, que possam interessar aos educadores e Art. 11. O capítulo “Seminário Nacional pela
educandos, sejam disponibilizados e socializa- Educação nas Prisões: Significados e Proposi-
dos. ções”, do Projeto “Educando para a Liberdade”,
Art. 7º Devem ser elaboradas e priorizadas es- constitui o Anexo I da presente Resolução.
tratégias que possibilitem a continuidade de Parágrafo único. O texto integral do projeto
estudos para os egressos, articulando-as com “Educando para a Liberdade”, pode ser en-
entidades que atuam no apoio dos mesmos – contrado no seguinte endereço eletrônico
tais como patronatos, conselhos e fundações de www.mj.gov.br/cnpcp.
apoio ao egresso e organizações da sociedade
civil.
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ANEXO I
SIGNIFICADOS E PROPOSIÇÕES
O Seminário Nacional pela Educação nas Prisões foi realizado em Brasília entre os dias 12 e 14
de julho de 2006, como singular expressão dos esforços que os ministérios da Educação e da
Justiça e a Representação da UNESCO no Brasil vêm envidando, no sentido de criar condições e
possibilidades para o enfrentamento dos graves problemas que perpassam a inclusão social de
apenados e egressos do sistema penitenciário 1.
1. Vale destacar que esse projeto é financiado com recursos doados pelo governo japonês
e administrados pela Representação da UNESCO no Brasil, cooperação esta que tornou
possível uma parte relevante dos resultados ora mencionados.
De fato, desde 2005, essas instituições trabalham juntas em torno do Projeto Educando para a
Liberdade, que deu origem a uma série de atividades e conquistas no campo da educação nas
prisões. Oficinas técnicas, seminários regionais, proposições para a alteração da lei de execução
penal, financiamento de projetos junto aos sistemas estaduais e o próprio fortalecimento das
relações entre os órgãos de governo responsáveis pela questão no âmbito federal são alguns
dos resultados que merecem ser contabilizados ao longo desse período.
Toda essa disposição está fundada em duas convicções. Primeiro, de que educação é um direito
de todos. Depois, de que a concepção e implementação de políticas públicas, visando ao
entendimento especial de segmentos da população estrutural e historicamente fragilizados,
constituem um dos modos mais significativos pelos quais o Estado e a Sociedade podem renovar
o compromisso para com a realização desse direito e a democratização de toda a sociedade.
O espaço e o tempo do sistema penitenciário, aliás, confirmam esses pressupostos. Embora
não faltem referências no plano interno e internacional, segundo as quais se devam colocar em
marcha amplos programas de ensino, com a participação dos detentos, a fim de responder às
suas necessidades e aspirações em matéria de educação, ainda são muito tímidos os resultados
alcançados 2.
Assim é que, como demonstram dados do ministério da Justiça, de 240.203 pessoas presas
em dezembro de 2004, apenas 44.167 desenvolviam atividades educacionais, o que equivale a
aproximadamente 18% do total. Isso muito embora a maioria dessa população seja composta
por jovens e adultos com baixa escolaridade: 70% não possuem o ensino fundamental completo
e 10,5% são analfabetos (BRASIL, 2004). Para agravar a situação, o cumprimento do direito de
presos e presas à educação não apenas escapa dos reclamos cotidianos do que se convencionou
chamar de opinião pública, como muitas vezes conta com sua desaprovação.
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Em termos históricos, esse cenário tem sido confrontado a partir de práticas pouco
sistematizadas que, em geral, dependem da iniciativa e das idiossincrasias de cada direção
de estabelecimento prisional. Não existe uma aproximação entre as pastas da Educação e da
Administração Penitenciária que viabilize uma oferta coordenada e com bases conceituais mais
precisas.
Ignoram-se, com isso: o acúmulo teórico e prático de que o país dispõe no terreno da educação
de jovens e adultos (EJA), como modalidade específica para o atendimento do público em
questão e seguramente mais apropriada para o enfrentamento dos desafios que ele impõe; a
singularidade do ambiente prisional e a pluralidade de sujeitos, culturas e saberes presentes
na relação de ensino aprendizagem; e a necessidade de se refletir sobre a importância que o
atendimento educacional na unidade prisional pode vir a ter, para a reintegração social das
pessoas atendidas.
PROPOSTAS
Como desdobramento dos seminários regionais, o Seminário Nacional adotou uma divisão
didática das propostas em três grandes “eixos”, que afinal foram preservados neste texto e
encontram-se articulados e descritos abaixo. Evidentemente, porém, cada um deve ser lido na
perspectiva de complementariedade em relação aos demais.
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O governo federal, por intermédio dos ministérios da Educação e da Justiça, figure como o
responsável pelo fomento e indução de políticas públicas de Estado no domínio da educação
nas prisões, estabelecendo as parcerias necessárias junto aos estados e municípios.
A oferta de educação no sistema penitenciário seja fruto de uma articulação entre o órgão
responsável pela administração penitenciária e a Secretaria de Educação que atue junto ao
sistema local, cabendo a ambas a responsabilidade pela gestão e pela coordenação desta
oferta, sob a inspiração de Diretrizes Nacionais. A articulação implique disponibilização de
material pedagógico da modalidade de EJA para as escolas que atuam no sistema penitenciário,
como insumo para a elaboração de projetos pedagógicos adequados ao público em questão.
O trabalho articulado encontre as devidas oportunidades de financiamento junto às pastas
estaduais e aos órgãos ministeriais, especialmente com a inclusão dos alunos matriculados
no Censo Escolar. A gestão se mantenha aberta a parcerias com outras áreas de governo,
universidades e organizações da sociedade civil, sob a orientação de Diretrizes Nacionais.
7. A gestão propicie espaços físicos adequados às práticas educativas (por exemplo: salas
de aula, bibliotecas, laboratórios etc.), além de adquirir os equipamentos e materiais
necessários, evitando improvisos e mudanças constantes.
10. O diagnóstico da vida escolar dos apenados logo no seu ingresso ao sistema, com vistas a
obter dados para a elaboração de uma proposta educacional que atenda às demandas e
circunstâncias de cada um, seja realizado.
11. O atendimento diferenciado para presos(as) do regime fechado, semiaberto, aberto, presos
provisórios e em liberdade condicional e aqueles submetidos à medida de segurança
independente de avaliação meritocrática seja garantido.
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12. O atendimento contemple a diversidade, atentando-se para as questões de inclusão,
acessibilidade, gênero, etnia, credo, idade e outras correlatas.
14. A remição pela educação seja garantida como um direito, de forma paritária com a remição
concedida ao trabalho e cumulativa quando envolver a realização paralela das duas
atividades.
15. O trabalho prisional seja tomado como elemento de formação e não de exploração de
mão-de-obra, garantida a sua oferta em horário e condições compatíveis com as da oferta
de estudo.
18. A existência de uma política de incentivo ao livro e à leitura nas unidades, com implantação
de bibliotecas e com programas que atendam não somente aos alunos matriculados, mas a
todos os integrantes da comunidade prisional.
21. Sejam promovidos encontros regionais e nacionais sobre a educação nas prisões
envolvendo todos os atores relevantes, em especial diretores de unidades prisionais e do
setor de ensino, tendo como um dos itens de pauta a troca de experiências.
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para que se garanta uma educação de qualidade para todos no sistema penitenciário, é
importante que:
23. A formação continuada dos profissionais que atuam no sistema penitenciário ocorra
de maneira integrada, envolvendo diferentes áreas, como trabalho, saúde, educação,
esportes, cultura, segurança, assistência psicossocial e demais áreas de interesse, de
modo a contribuir para a melhor compreensão do tratamento penal e aprimoramento das
diferentes funções de cada segmento.
no sistema penitenciário. Nos estados em que elas não existem, sejam implementadas,
conforme Resolução nº 04, do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.
30. A pessoa presa, com perfil e formação adequados, possa atuar como monitor no processo
educativo, recebendo formação continuada condizente com suas práticas pedagógicas,
com direito à remição e remuneração.
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C ) ASPECTOS PEDAGÓGICOS
As propostas enquadradas neste eixo destinam-se a garantir a qualidade da oferta da educação
nas prisões, com base nos fundamentos conceituais e legais da educação de jovens e adultos, bem
como os paradigmas da educação popular, calcada nos princípios da autonomia e da emancipação
dos sujeitos do processo educativo. Nesse sentido, de acordo com os participantes do seminário,
para que se garanta uma educação de qualidade para todos no sistema penitenciário, é importante
que:
31. Venha a ser criado um regimento escolar próprio para o atendimento nos estabelecimentos de
ensino do sistema prisional, no intuito de preservar a unidade filosófica, político-pedagógico
estrutural e funcional das práticas de educação nas prisões.
32. Seja elaborado, em cada estado, os seus projetos pedagógicos próprios para a educação nas
prisões, contemplando as diferentes dimensões da educação (escolarização, cultura, esporte
e formação profissional), considerando a realidade do sistema prisional para a proposição das
metodologias.
33. Seja estimulada a produção de material didático específico para a educação no sistema
penitenciário, para complementar os recursos de EJA disponibilizados pela gestão local.
34. Seja elaborado um currículo próprio para a educação nas prisões que considere o tempo e
o espaço dos sujeitos da EJA inseridos nesse contexto e que enfrente os desafios que ele
propõe em termos da sua reintegração social.
35. Seja elaborada essa proposta curricular a partir de um Grupo de Trabalho que ouça os sujeitos
do processo educativo nas prisões (educadores, educandos, gestores do sistema prisional,
agentes penitenciários e pesquisadores de EJA e do sistema prisional).
36. Seja incluída na educação de jovens e adultos no sistema penitenciário a formação para o
mundo do trabalho, entendido como um lócus para a construção da autonomia do sujeito e
de desenvolvimento de suas capacidades profissionais, intelectuais, físicas, culturais e sociais.
37. Sejam os familiares dos presos e a comunidade em geral estimulados, sempre que possível,
a acompanhar e a participar de atividades educacionais que contribuam para o processo de
reintegração social.
39. Sejam ampliadas as possibilidades de uso de tecnologias nas salas de aula de unidades
prisionais, visando ao enriquecimento da relação de ensino-aprendizagem.
40. Seja garantida a autonomia do professor na avaliação do aluno em todo o processo de ensino
aprendizagem.
SÉRGIO SALOMÃO SHECAIRA
PRESIDENTE DO CNPCP
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al ou coletiva, devendo ser respeitada a sua ção penitenciária deverá ser comunicada
vontade de participação, ou de abster-se de com antecedência de 24 horas e só pode
participar de atividades de cunho religioso; ocorrer por motivo justificado e registrada
por escrito, dando-se ciência aos interessa-
V – será garantido à pessoa presa o direito dos.
de mudar de religião, consciência ou filoso-
fia, a qualquer tempo, sem prejuízo da sua Art. 4 A administração prisional deverá garantir
situação prisional; meios para que se realize a entrevista pessoal
privada da pessoa presa com um representante
VI – o conteúdo da prática religiosa deve- religioso.
rá ser definido pelo grupo religioso e pelas
pessoas presas. Parágrafo único. Será garantido o sigilo do
atendimento religioso pessoal.
Art. 2º Os espaços próprios de assistência reli-
giosa deverão ser isentos de objetos, arquitetu- Art. 5º Será vedada a comercialização de itens
ra, desenhos ou outros tipos de meios de identi- religiosos ou pagamento de contribuições reli-
ficação de religião específica. giosas das pessoas presas às organizações reli-
giosas nos estabelecimentos prisionais.
§ 1º Será permitido o uso de símbolos e ob-
jetos religiosos durante a atividade de cada Art. 6º Será permitida a doação de itens às pes-
segmento religioso, salvo itens que com- soas presas por parte das organizações religio-
provadamente oferecem risco à segurança. sas, desde que respeitadas as regras do estabe-
Ministério da Justiça Conselho Nacional de lecimento prisional quanto ao procedimento de
Política Criminal e Penitenciária entrega e de itens autorizados.
§ 2º A definição dos itens que oferecem Art. 7º São deveres das organizações que pres-
risco à segurança será feita pela secretaria tam assistência religiosa, bem como de seus re-
estadual ou departamento do sistema pe- presentantes:
nitenciário, que deverá demonstrar a abso-
luta necessidade da medida e a inexistência I – Agir de forma cooperativa com as demais
de meio alternativo para atingir o mesmo denominações religiosas;
fim. II – Informar-se e cumprir os procedimentos
§ 3º Caso o estabelecimento prisional não normativos editados pelo estabelecimento
tenha local adequado para a prática religio- prisional;
sa, as atividades deverão se realizar no pá- III – Comunicar a administração do estabe-
tio ou nas celas, em horários específicos. lecimento prisional sobre eventual impossi-
Art. 3º Será assegurado o ingresso dos repre- bilidade de realização de atividade religiosa
sentantes religiosos a todos os espaços de per- prevista;
manência das pessoas presas do estabeleci- IV – Comunicar a administração do esta-
mento prisional. belecimento prisional sobre propostas de
§ 1º O número de representantes religiosos ampliação dos trabalhos de assistência hu-
deverá ser proporcional ao número de pes- manitária, como oficinas de trabalho, esco-
soas presas. larização e atividades culturais, bem como
atuar de maneira cooperativa com os pro-
§ 2º Será vedada a revista íntima aos repre- gramas já existentes.
sentantes religiosos.
Art. 8º O cadastro das organizações será manti-
§ 3º A suspensão do ingresso de represen- do pela Secretaria de Estado ou Departamento
tantes religiosos por decisão da administra-
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Legislação Específica – Resolução nº 5/2014 – Procedimentos para revista pessoal – Profª Letícia Neves
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Legislação Específica
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exclusivas,regionalizadas e que observem V – fomentar e desenvolver pesquisas
o disposto na Resolução nº 9, de 18 de e estudos relativos ao encarceramento
novembro de 2011, do Conselho Nacional feminino.
de Política Criminal e Penitenciária – CNPCP;
Art. 4º São metas da PNAMPE:
IX – fomento à identificação e
monitoramento da condição de presas I – criação e reformulação de bancos de
provisórias, com a implementação de dados em âmbito estadual e nacional sobre
medidas que priorizem seu atendimento o sistema prisional, que contemplem:
jurídico e tramitação processual; a) quantidade de estabelecimentos
X – fomento ao desenvolvimento de ações femininos e mistos que custodiam
que visem à assistência às pré-egressas e mulheres, indicando número de mulheres
egressas do sistema prisional, por meio da por estabelecimento, regime e quantidade
divulgação, orientação ao acesso às políticas de vagas;
públicas de proteção social, trabalho e b) existência de local adequado para
renda; visitação, frequência e procedimentos
Parágrafo único. Nos termos do inciso VIII, necessários para ingresso do visitante social
entende-se por regionalização a distribuição e íntimo;
de unidades prisionais no interior dos c) quantidade de profissionais inseridos
estados, visando o fortalecimento dos no sistema prisional feminino, por
vínculos familiares e comunitários. estabelecimento e área de atuação;
Art. 3º São objetivos da PNAMPE: d) quantidade de mulheres gestantes,
I – fomentar a elaboração das políticas lactantes e parturientes;
estaduais de atenção às mulheres privadas e) quantidade e idade dos filhos em
de liberdade e egressas do sistema prisional, ambiente intra e extramuros, bem como
com base nesta Portaria; pessoas ou órgãos responsáveis pelos seus
II – induzir para o aperfeiçoamento cuidados;
e humanização do sistema prisional f) indicação do perfil da mulher privada
feminino, especialmente no que concerne de liberdade, considerando estado civil,
à arquitetura prisional e execução de faixa etária, cor ou etnia, deficiência,
atividades e rotinas carcerárias, com nacionalidade, religião, grau de instrução,
atenção às diversidades e capacitação profissão, rendas mensais da família
periódica de servidores; anterior ao aprisionamento e atual,
III – promover, pactuar e incentivar ações documentação civil, tempo total das penas,
integradas e intersetoriais, visando à tipos de crimes, procedência de área rural
complementação e ao acesso aos direitos ou urbana, regime prisional e reiteração
fundamentais, previstos na Constituição criminal;
Federal e Lei de Execução Penal, voltadas g) quantidade de mulheres inseridas em
às mulheres privadas de liberdade e seus atividades laborais internas e externas e
núcleos familiares; e IV – aprimorar a educacionais, formais e profissionalizantes;
qualidade dos dados constantes nos bancos
de dados do sistema prisional brasileiro, h) quantidade de mulheres que recebem
contemplando a perspectiva de gênero; e assistência jurídica regular, da Defensoria
Pública, outro órgão ou advogado particular,
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Política Nacional de Atenção às Mulheres em Situação de Privação de Liberdade e Egressas do Sistema Prisional
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outras, as quais devem ser articuladas com a Resolução nº 3, de 1º de junho de 2012,
programas e políticas governamentais; do CNPCP;
f) assistência religiosa com respeito à 5. inserção da gestante na Rede Cegonha,
liberdade de culto e de crença; e junto ao SUS, desde a confirmação da
gestação até os dois primeiros anos de vida
g) acesso à atividade laboral com do bebê;
desenvolvimento de ações que incluam,
entre outras, a formação de redes 6. desenvolvimento de ações de preparação
cooperativas e a economia solidária, da saída da criança do estabelecimento
observando: prisional e sensibilização dos responsáveis
ou órgãos por seu acompanhamento social
1. compatibilidade das horas diárias de e familiar;
trabalho e estudo que possibilitem a
remição; 7. respeito ao período mínimo de
amamentação e de convivência da mulher
2. compatibilidade da atividade laboral com com seu filho, conforme disposto na
a condição de gestante e mãe, garantida Resolução nº 3 de 15 de julho de 2009, do
a remuneração, a remição e a licença CNPCP, sem prejuízo do disposto no art. 89
maternidade para as mulheres que se da Lei 7.210 de 11 de julho de 1984;
encontravam trabalhando.
8. desenvolvimento de práticas que
h) atenção específica à maternidade e à assegurem a efetivação do direito à
criança intramuros, observando: convivência familiar, na forma prevista na
1. identificação da mulher quanto à situação Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990;
de gestação ou maternidade, quantidade e 9. desenvolvimento de ações que permitam
idade dos filhos e das pessoas responsáveis acesso e permanência das crianças que
pelos seus cuidados e demais informações, estão em ambientes intra e extramuros à
por meio de preenchimento de formulário rede pública de educação infantil; e
próprio;
10. disponibilização de dias de visitação
2. inserção da mulher grávida, lactante especial, diferentes dos dias de visita social,
e mãe com filho em local específico para os filhos e dependentes, crianças e
e adequado com disponibilização de adolescentes, sem limites de quantidade,
atividades condizentes à sua situação, com definição das atividades e do papel da
contemplado atividades lúdicas e equipe multidisciplinar;
pedagógicas, coordenadas por equipe
multidisciplinar; i) respeito à dignidade no ato de revista
às pessoas que ingressam na unidade
3. autorização da presença de acompanhante prisional, inclusive crianças e adolescentes;
da parturiente, devidamente cadastrada/o
junto ao estabelecimento prisional, durante j) implementação de ações voltadas ao
todo o período de trabalho de parto, parto tratamento adequado à mulher estrangeira,
e pós-parto imediato, conforme disposto no observando:
art. 19-J da Lei nº 8.080, de 19 de setembro
de 1990; 1. realização de parcerias voltadas à
regularização da sua permanência em
4. proibição do uso de algemas ou outros solo brasileiro, durante o período de
meios de contenção em mulheres em cumprimento da pena;
trabalho de parto e parturientes, observada
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h) dependência química; Art. 8º O DEPEN deverá se articular com os órgãos
estaduais de administração prisional para que
i) maternidade; seja elaborado um planejamento institucional
j) desenvolvimento infantil e convivência para o cumprimento gradual das estratégias
familiar; estabelecidas nesta Política e nas políticas
estaduais, com vistas à melhoria de práticas
k) arquitetura prisional; e voltadas às mulheres em situação de privação de
liberdade e egressas do sistema prisional.
l) direitos e políticas sociais.
Parágrafo único. No âmbito do DEPEN, o
VI – promoção de ações voltadas às pré-
planejamento institucional será coordenado
egressas e egressas do sistema prisional,
pela Comissão Especial do Projeto Efetivação
por meio de setor interdisciplinar específico,
dos Direitos das Mulheres no Sistema Penal.
observando:
Art. 9º O DEPEN prestará apoio técnico e
a) disponibilização, no momento da saída da
financeiro aos órgãos estaduais de administração
egressa do estabelecimento prisional, de seus
prisional, com ênfase nas seguintes áreas:
documentos pessoais, inclusive relativos à sua
saúde, e outros pertences; I – educação e capacitação profissional
de servidores, priorizando os projetos em
b) articulação da secretaria estadual de
estabelecimentos prisionais que custodiam
administração prisional com os órgãos
mulheres;
responsáveis, com vistas à retirada de
documentos; e II – trabalho, disponibilizando maquinários
para oficinas laborais;
c) viabilização, por meio de parcerias firmadas
pelo órgão estadual de administração III – saúde, priorizando o aparelhamento
prisional, de tratamento de dependência de centros de referência à saúde materno-
química, inclusão em programas sociais, em infantil, bem como articulações voltadas à
cursos profissionalizantes, geração de renda, garantia da saúde da mulher presa;
de acordo com os interesses da egressa.
IV – aparelhamento, incentivando o
Art. 5º Para a efetivação dos direitos de que trata desenvolvimento de novas tecnologias que
esta Portaria deverão ser assegurados recursos possam ser adaptadas ao ambiente prisional,
humanos e espaços físicos adequados às diversas voltadas às especificidades da mulher; e
atividades para a integração da mulher e de seus
filhos. V – engenharia, elaborando projetos
referência para a construção de unidades
Art. 6º As unidades prisionais deverão providenciar prisionais específicas femininas.
a documentação civil básica que permita acesso
das mulheres, inclusive das estrangeiras, à Art. 10. Fica instituído, no âmbito do Ministério da
educação e ao trabalho. Justiça, o Comitê Gestor da PNAMPE, para fins de
monitoramento e avaliação de seu cumprimento.
Art. 7º O Departamento Penitenciário Nacional –
DEPEN deverá se articular com os órgãos estaduais § 1º O Comitê Gestor de que trata o caput
de administração prisional para que sejam será composto por representantes, titulares e
constituídas comissões intersetoriais específicas suplentes, dos seguintes órgãos:
para tratar dos assuntos relacionados às mulheres I – Departamento Penitenciário Nacional:
em situação de privação de liberdade e egressas
do sistema prisional. a) Coordenação do Projeto Efetivação dos
Direitos das Mulheres no Sistema Penal;
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Política Nacional de Atenção às Mulheres em Situação de Privação de Liberdade e Egressas do Sistema Prisional
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Administração Pública
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Administração
•• Sistema de Decisão: define a natureza das decisões, os responsáveis por elas e as formas
de decidir.
•• Sistema de Responsabilidades: distribuição das atividades nas organizações.
•• Sistema de Autoridade: distribuição de poder dentro das organizações – direito formal
que o ocupante de determinado cargo tem para dar ordens.
•• Sistema de Comunicação: forma de integração entre as diversas unidades da organização.
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1.1.1.1. Modelo Mecanicista
Estruturas mecanicistas têm esse nome porque buscam imitar o funcionamento automático
e padronizado das máquinas. As pessoas fazem trabalhos repetitivos, sem autonomia e sem
improvisação. O modelo mecanicista é chamado de burocrático, pois é tido como sinônimo da
burocracia racional-legal descrita por Max Weber.
São estruturas rígidas e altamente controladas, adequadas a condições ambientais
relativamente estáveis e previsíveis. Organizações deste tipo valorizam a lealdade e a obediência
aos superiores e à tradição.
O desenho é piramidal, verticalizado; as tarefas são
especializadas e precisas; regras, regulamentos e
procedimentos são bem definidos e estão escritos; a
hierarquia é rígida e a autoridade não pode ser questionada
– a fonte da autoridade é a posição da pessoa na estrutura
organizacional; a comunicação vertical é enfatizada;
o poder é centralizado e a responsabilidade pela
coordenação e a visão do todo pertencem exclusivamente
à alta administração.
Modelo Orgânico
Estruturas orgânicas têm esse nome porque imitam o comportamento dinâmico dos organismos
vivos.
Esse modelo é chamado pós-burocrático ou adhocrático* (de acordo com a demanda,
um modelo para cada situação), pois procura se adaptar a condições instáveis, mutáveis.
Ambientes assim oferecem problemas complexos que muitas vezes não podem ser resolvidos
com estruturas tradicionais.
620 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Estrutura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo
capacidade de resolver problemas com autonomia e iniciativa é mais importante do que seguir
regras; a especialização é pequena (as tarefas têm escopo amplo e os cargos são definidos mais
em termos de resultados esperados do que de tarefas).
Burocracia Adhocracia
Estruturas permanentes. Estruturas temporárias e flexíveis.
Atividades rotineiras ou estáveis; minuciosa Atividades inovadoras ou não-estáveis; divisão
divisão de trabalho. do trabalho nem sempre bem definida.
Profunda normatização, regras detalhadas e Pouca normatização, regras genéricas.
definidas pela cúpula
Confiança nas regras e procedimentos formais. Confiança nas pessoas e nas comunicações.
Predomínio da interação vertical (superior - Predomínio da interação horizontal; confiança e
subordinado); relacionamento baseado em crença recíprocas.
autoridade e obediência.
Cargos ocupados por especialistas. Cargos generalistas (atividades diversas e amplo
conhecimento).
Hierarquia rígida; tomada de decisões Hierarquia flexível; tomada de decisão
centralizada; pouca delegação. descentralizada; delegação.
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•• Sistema de produção: nas empresas de produção em massa, o modelo mecanicista adapta-
se melhor; já a estrutura orgânica é mais apropriada quando o produto não é padronizado.
A figura a seguir mostra os determinantes e as consequências do desenho da estrutura.
622 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Estrutura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo
gerente recebe e transmite tudo o que se passa na sua área de competência, pois as linhas de
comunicação são rigidamente estabelecidas.
Típica de empresas pequenas, com baixa complexidade, mas pode ocorrer em médias e grandes
com tarefas padronizadas, rotineiras, repetitivas, onde a execução é mais importante que a
adaptação a mudanças, ou mesmo à qualidade dos produtos.
1.2.1.1. Características
•• Autoridade linear, única e absoluta do superior aos seus subordinados, ou seja, cada
subordinado reporta-se exclusivamente a um superior;
•• Linhas formais de comunicação vertical, de acordo com o organograma. Podem ser para
cima (órgão ou cargo superior) ou para baixo (órgão ou cargo inferior);
•• Centralização das decisões: a autoridade converge para a cúpula da organização;
•• Aspecto piramidal: quanto mais sobe na escala hierárquica, menor o número de órgãos ou
cargos. Quanto mais acima, mais generalização de conhecimento e centralização de poder;
quanto mais abaixo, mais especialização e delimitação das responsabilidades.
1.2.1.2. Vantagens
•• Estrutura simples e de fácil compreensão e implantação;
•• Clara delimitação das responsabilidades dos órgãos – nenhum órgão ou cargo interfere em
área alheia;
•• Estabilidade e disciplina garantidas pela centralização do controle e da decisão.
1.2.1.3. Desvantagens
•• O formalismo das relações pode levar à rigidez e à inflexibilidade, dificultando a inovação e
adaptação a novas circunstâncias;
•• A autoridade linear baseada no comando único e direto pode tornar-se autocrática,
dificultando o aproveitamento de boas ideias;
•• Chefes tornam-se generalistas e ficam sobrecarregados em suas atribuições na medida em
que tudo tem que passar por eles;
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•• Com o crescimento da organização, as linhas formais de comunicação se congestionam e
ficam lentas, pois tudo deve passar por elas.
1.2.2.1. Características
•• Autoridade funcional dividida: cada subordinado reporta-se a vários superiores
simultaneamente, de acordo com a especialidade de cada um;
•• Nenhum superior tem autoridade total sobre os subordinados. A autoridade é parcial e
relativa, decorrente de sua especialidade e conhecimento;
•• Linhas diretas de comunicação, não demandam intermediação: foco na rapidez;
•• Descentralização das decisões para os órgãos especializados. Não é a hierarquia, mas a
especialização que promove a decisão.
1.2.2.2. Vantagens
•• Proporciona especialização e aperfeiçoamento;
•• Permite a melhor supervisão técnica possível;
•• Comunicações diretas, sem intermediação, mais rápidas e menos sujeitas a distorções;
•• Separa as funções de planejamento e de controle das funções de execução: há uma
especialização do planejamento e do controle, bem como da execução, permitindo plena
concentração de cada atividade.
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1.2.2.3. Desvantagens
•• Não há unidade de mando, o que dificulta o controle das ações e a disciplina;
•• Subordinação múltipla pode gerar tensão e conflitos dentro da organização;
•• Concorrência entre os especialistas, cada um impondo seu ponto de vista de acordo com
sua área de atuação.
1.2.3.1. Características
•• Fusão da estrutura linear com a estrutura funcional;
•• Coexistência de linhas formais de comunicação com linhas diretas;
•• Separação entre órgãos operacionais (executivos) e órgãos de apoio e suporte (assessores).
1.2.3.2. Vantagens
•• Melhor embasamento técnico e operacional para as decisões;
•• Agregar conhecimento novo e especializado à organização;
•• Facilita a utilização de especialistas;
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•• Possibilita a concentração de problemas específicos nos órgãos de staff, enquanto os órgãos
de linha ficam livres para executar as atividades-fim.
1.2.3.3. Desvantagens
•• Conflitos entre órgãos de linha e staff: experiências profissionais diversas, visões de
trabalho distintas, diferentes níveis de formação;
•• Dificuldade de manutenção do equilíbrio entre linha e staff.
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1.2.5. Organograma
É a representação gráfica de determinados aspectos da estrutura organizacional (a apresentação
completa da estrutura organizacional só pode ser efetuada pelo manual de organização).
No organograma, ficam claramente evidenciadas as diversas unidades organizacionais (áreas,
departamentos), sua posição relativa na estrutura geral da empresa (hierarquia, especialidade)
e suas ligações (canais de comunicação).
Podem-se ter o organograma geral da empresa e os parciais dos departamentos.
•• Divisão do trabalho: quadros (retângulos)
representam o fracionamento da organização,
em unidades de direção, assessorias,
conselhos, gerências, departamentos, divisões,
setores, etc.
•• Autoridade e Hierarquia: as relações entre
superior e subordinado. A quantidade de
níveis verticais mostra a cadeia de comando,
ou seja, como a autoridade está distribuída
desde o diretor que tem mais autoridade, no
topo da estrutura, até o funcionário que tem
menos autoridade, na base da estrutura.
•• Canais de comunicação: as linhas verticais e
horizontais que ligam os retângulos mostram
as relações/comunicações entre as unidades
de trabalho. A linha contínua representa
autoridade, na vertical, e coordenação na
horizontal.
Dependendo da técnica de elaboração aplicada, o Organograma poderá evidenciar, além do
tipo de trabalho desenvolvido, mais: o detalhamento do tipo de trabalho; os cargos existentes;
os nomes dos titulares das unidades; a quantidade de pessoas por unidade; a relação funcional,
além da relação hierárquica.
Organograma Linear
Mostra a distribuição de
responsabilidade e de autoridade
em uma organização. Estrutura,
resumidamente, as atividades básicas
e os tipos de decisão relacionados
a cada unidade organizacional da
empresa.
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Administração – Estrutura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo
Revela a atividade/decisão de cada posição ou cargo, mostrando quem participa e em que grau
quando uma atividade/decisão deve ocorrer na empresa.
Organograma Vertical
Identifica, de forma sequencial, os
diversos cargos de chefia de uma empresa,
preferencialmente junto com o nome básico
da unidade organizacional (departamento,
seção).
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Slides – Estrutura Organizacional
Estrutura Organizacional
• Desenho da organização = resultado da identificação,
análise, ordenação e agrupamento das atividades, dos
recursos e das pessoas.
Estrutura Organizacional
• Inclui os sistemas de: decisão, responsabilidade,
autoridade e comunicação.
‒Formal: organograma + estatutos + regras.
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Modelos Estruturais
Modelos Estruturais
Burocracia Adhocracia
Estruturas permanentes. Estruturas temporárias e flexíveis.
Atividades rotineiras ou estáveis; minuciosa Atividades inovadoras ou não-estáveis; divisão
divisão de trabalho. do trabalho nem sempre bem definida.
Profunda normatização, regras detalhadas e
Pouca normatização, regras genéricas.
definidas pela cúpula.
Confiança nas regras e procedimentos formais. Confiança nas pessoas e nas comunicações.
Predomínio da interação vertical (superior -
Predomínio da interação horizontal; confiança
subordinado); relacionamento baseado em
e crença recíprocas.
autoridade e obediência.
Cargos generalistas (atividades diversas e
Cargos ocupados por especialistas.
amplo conhecimento).
Hierarquia rígida; tomada de decisões Hierarquia flexível; tomada de decisão
centralizada; pouca delegação. descentralizada; delegação.
4
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Fatores que influenciam a Estrutura
Tipos de Organização
• São decorrência da estrutura organizacional:
‒ autoridade, grau de delegação ou concentração de tarefas, linhas de
comando e de comunicação, centralização ou descentralização das
decisões, etc.
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Organização Linear
• Mais simples e antiga
• Autoridade linear, única – centralizadora e generalista
• Linhas diretas e únicas de autoridade e responsabilidade entre superior e
subordinados
• Formato piramidal
Vantagens
• Estrutura simples, de fácil compreensão e implantação;
• Clara delimitação das responsabilidades dos órgãos e uma notável
precisão da jurisdição;
• Estabilidade e disciplina.
Desvantagens
• O formalismo das relações pode levar à rigidez e à inflexibilidade;
• Chefes tornam-se generalistas e ficam sobrecarregados;
• Com o crescimento da organização, as linhas formais de
comunicação se congestionam;
• As comunicações, por serem lineares, se tornam demoradas.
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Organização Funcional
• Princípio funcional – especialização
• Autoridade funcional – dividida - decisões descentralizadas
• Comunicação direta – rapidez
• Subordinação múltipla
Vantagens
• Proporciona o máximo de especialização na organização;
• Permite a melhor supervisão técnica possível;
• As comunicações diretas são mais rápidas e menos sujeitas a
distorções;
• Separa as funções de planejamento e de controle das funções de
execução.
Desvantagens
• Perda da autoridade de comando;
• Subordinação múltipla - tendência à tensão e a conflitos;
• Tendência à concorrência entre os especialistas.
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Organização Linha-Staff
• Busca aproveitar as vantagens de ambas e diminuir as
respectivas desvantagens – embasamento técnico e
operacional, uso de especialistas etc.
• Separação entre execução e assessoria.
• Conflito linha-staff
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Organização em rede
• Rede = entidade que congrega os recursos de inúmeras pessoas
e, grupos e organizações.
‒ Participantes são autônomos entre si, mas são dependentes da rede
como um todo e podem ser parte de outras redes.
‒ A organização transfere funções para empresas/unidades separadas;
‒ Fronteiras diluídas entre organizações: difícil reconhecer onde começa
e onde termina a organização em termos tradicionais.
13
Comissão ou Colegiado
• Conselhos, comissões comitês:
‒formados para apurar situações ou tomar decisões
colegiadas.
‒Geralmente não é um órgão da estrutura organizacional;
‒Pode assumir tipos diversos: formais, informais, temporárias,
relativamente permanentes, consultivos, diretivos.
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Virtual
• 1) Utiliza TIC para unir pessoas e demais recursos
organizacionais sem tornar necessário reuni-las em um espaço
físico e/ou ao mesmo tempo;
• 2) Rede de organizações independentes, que se unem em
caráter temporário através do uso
de tecnologias de informação e
comunicação, visando assim
obter vantagem competitiva.
Organograma
• É a representação gráfica de determinados aspectos da
estrutura organizacional.
• Mostra:
‒ Divisão do trabalho: quadros (retângulos)
representam o fracionamento da
organização – divisões, departamentos, etc.
‒ Autoridade e Hierarquia: níveis verticais.
‒ Canais de comunicação: linhas verticais
(autoridade) e horizontais (coordenação).
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Organograma
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Administração
Pergunta Resposta
Até que ponto as atividades podem ser Especialização do Trabalho.
subdivididas em tarefas separadas?
Qual a base (critério) para o agrupamento das Departamentalização.
tarefas?
A quem as pessoas/grupos vão se reportar? Cadeia de Comando - Hierarquia.
Quantas pessoas cada chefe pode dirigir com Amplitude de Controle.
eficiência e eficácia?
Onde fica a autoridade no processo decisório? Centralização e Descentralização.
Até que ponto haverá regras/normas para dirigir Formalização.
as pessoas?
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A habilidade de um funcionário aumenta com a repetição de uma tarefa, sendo assim, tal
divisão gera maior produtividade, rendimento do pessoal envolvido, eficiência e, por fim,
redução dos custos de produção.
A Especialização é uma consequência da divisão do trabalho: cada unidade ou cargo passa a ter
funções e tarefas específicas e especializadas. Essencialmente, ela faz com que os indivíduos se
especializem em realizar parte de uma atividade em vez de realizar a atividade inteira.
A especialização pode dar-se em dois sentidos: vertical e horizontal.
A vertical caracteriza-se pelos níveis hierárquicos (chefia), pois, na medida em que ocorre a
especialização horizontal do trabalho, é necessário coordenar essas diferentes atividades e
funções. Ex.: Presidência, Diretoria-Geral, Gerências, Coordenadorias, etc.
A horizontal representa a tendência de criar departamentos especializados no mesmo nível
hierárquico, cada qual com suas funções e tarefas. Ex.: gerência de Marketing, gerência de
Produção, gerência de Recursos Humanos, etc.
A especialização tem limites. Em
determinados trabalhos, o excesso de
especialização chegou a um ponto em que
as deseconomias humanas (tédio, fadiga,
estresse, baixa produtividade, perda de
qualidade, aumento do absenteísmo e
da rotatividade) superavam em muito as
vantagens econômicas. Por isso, muitas
empresas descobriram que dar aos
funcionários diversas tarefas, permitindo
que eles realizassem uma atividade
completa, e colocá-los em equipes com
habilidades intercambiáveis, geralmente levava a resultados melhores e ao aumento da
satisfação com o trabalho.
1.1.2. Departamentalização
Depois de dividir o trabalho por meio da especialização, é necessário agrupar as atividades
para que as tarefas comuns possam ser coordenadas. Esse agrupamento é chamado de
departamentalização.
Departamentalizar é agrupar as atividades e correspondentes recursos (humanos, materiais
e tecnológicos) em unidades, de acordo com um critério específico de homogeneidade.
Distintos critérios podem ser usados para criar departamentos, sendo os mais comuns: por
função (funcional); por produtos e serviços; geográfica (territorial, regional); por clientes; por
processo; por projeto; matricial e mista.
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Administração – Princípios da Organização do Trabalho – Prof. Rafael Ravazolo
1.1.3.1. Autoridade
É o direito formal que a chefia tem de alocar recursos e exigir o cumprimento de tarefas por
parte dos funcionários. A autoridade emana do superior para o subordinado, e este é obrigado
a realizar seus deveres.
A autoridade:
•• é alocada em posições da organização, e não em pessoas;
•• flui desde o topo até a base da organização - as posições do topo têm mais autoridade do
que as posições da base;
•• é aceita pelos subordinados devido à crença na cultura organizacional.
Tipos de autoridade:
Existem três tipos básicos de autoridade:
•• Autoridade linear, hierárquica, ou única – segue o princípio da unidade de comando: cada
pessoa deve ter apenas um superior a quem se reportar diretamente. Essa autoridade é
única e absoluta do superior aos seus subordinados. Um exemplo típico são as organizações
militares;
•• Autoridade funcional, ou dividida – tem como base a especialização, o conhecimento.
Cada subordinado reporta-se a vários superiores, de acordo com a especialidade de cada
um - autoridade é parcial e relativa. Nenhum superior tem autoridade total. Ex.: médicos
em um hospital;
•• Autoridade de Staff, ou de Assessoria – com base no aconselhamento e assessoramento,
visando orientar e dar suporte a decisões. Ex.: assessoria jurídica, assessoria de imprensa,
consultoria em gestão, etc.
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1.1.3.2. Responsabilidade
Dever de desempenhar a tarefa ou atividade, ou cumprir um dever para o qual se foi designado.
Dentro dos princípios da divisão do trabalho, especialização e hierarquia, cada departamento
ou cargo recebe uma determinada quantidade de responsabilidades. Nessa relação contratual,
tais áreas/cargos concordam em executar certos serviços em troca de retribuições ou
compensações financeiras.
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1.1.5.1. Centralização
É a concentração do poder decisório no topo da organização. Isso facilita o controle e
coordenação das atividades, além de padronizar as decisões e torná-las mais consistentes com
os objetivos globais da instituição.
Parte do princípio de que as pessoas do topo usualmente são mais bem treinadas e preparadas
para decisões, eliminando esforços duplicados de vários tomadores de decisão e reduzindo
custos operacionais.
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As principais desvantagens da centralização são: as decisões ficam distanciadas dos fatos e
circunstâncias, pois os tomadores de decisão têm pouco contato com as partes envolvidas e com
a situação operacional; maior demora na tomada de decisão, pois depende da disponibilidade
do gestor; as decisões passam pela cadeia escalar, dando margem a distorções e erros de
comunicação.
1.1.5.2. Descentralização
O poder decisório é deslocado para os níveis mais baixos da administração (fica distribuído pelos
diversos níveis hierárquicos). É uma tendência moderna, pois proporciona maior autonomia
aos cargos mais baixos e alivia a carga decisória da alta administração.
A descentralização altera a divisão do trabalho (e das decisões) entre os cargos e os
departamentos. Por causa disso, é mais duradoura e tem mais alcance que a delegação (que
ocorre entre pessoas).
As vantagens são: melhoria da qualidade das decisões, pois os gerentes médios ficam mais
próximos da operação e, portanto, conhecem melhor a realidade; melhoria no aproveitamento
das pessoas, com aumento da motivação, da criatividade e da autonomia; alivia os chefes
principais do excesso de trabalho decisório; agilidade e eficiência: a organização responde de
forma mais rápida.
As desvantagens são: falta de uniformidade das decisões; insuficiente aproveitamento dos
especialistas centrais; necessidade de maior estrutura de apoio.
1.1.5.3. Delegação
Delegação é a transferência de determinado nível de autoridade de um chefe para seu
subordinado, criando o correspondente compromisso pela execução da tarefa delegada.
A delegação pode alcançar apenas tarefas específicas ou um conjunto de tarefas.
Cuidado: não confundir a responsabilidade funcional/de execução com a responsabilidade
final/do cargo. Diversos autores afirmam que a responsabilidade final do cargo não pode ser
delegada. Delega-se apenas a execução, ou seja, a responsabilidade pelo bom desempenho
de uma tarefa e a respectiva autoridade para executá-la. A responsabilidade final pelo
cumprimento permanece com o delegante e, dessa forma, ele é o verdadeiro responsável e
deve manter supervisão aos delegados para que cumpram as funções. No serviço público, há
previsão legal (leis, resoluções, regimentos internos) explicitando responsabilidades e o que
pode ou não ser delegado.
Algumas considerações importantes sobre delegação: a autoridade deve ser delegada até o
ponto, e na medida necessária, para a realização dos resultados esperados; a autoridade deve
ser proporcional ao nível de responsabilidade alocada no cargo e/ou função considerada; a
responsabilidade não pode ser delegada, pois nem o chefe nem o subordinado podem livrar-se,
totalmente, de suas obrigações, designando outros para realizá-las; e a clareza na delegação é
fundamental, com designação precisa, entendida e aceita por todos os envolvidos no processo.
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Técnicas de delegação:
•• Delegar a tarefa inteira, autoridade e responsabilidade (pela tarefa);
•• Delegar à pessoa certa – nem todas as pessoas têm capacidade e motivação;
•• Comunicação com o subordinado para esclarecer dúvidas e manter controle;
•• Avaliar e recompensar o desempenho.
No quadro a seguir são citadas as principais diferenças entre descentralizar e delegar.
DESCENTRALIZAÇÃO DELEGAÇÃO
•• Ligada ao cargo. •• Ligada à pessoa.
•• Geralmente atinge vários níveis •• Atinge um nível hierárquico.
hierárquicos. •• Caráter mais informal.
•• Caráter mais formal.
•• Menos pessoal. •• Mais pessoal.
•• Mais estável no tempo. •• Menos estável no tempo.
1.1.6. Formalização
A formalização se refere ao grau em que as tarefas dentro da organização são padronizadas.
Quando uma tarefa é muito padronizada, seu responsável tem pouca autonomia para decidir o
que, quando e como deve ser realizado. A padronização não apenas elimina a possibilidade de
os funcionários adotarem comportamentos alternativos, como também elimina a necessidade
de eles buscarem alternativas.
O grau de formalização pode variar muito entre as organizações e dentro de uma mesma
empresa.
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Slides – Princípios da Organização do Trabalho
Princípios da
Organização do Trabalho
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Especialização
• Divisão do Trabalho: é a maneira pela qual um processo complexo
pode ser decomposto em uma série de pequenas tarefas, gerando
maior produtividade e rendimento do pessoal envolvido.
• Especialização: consequência da divisão do trabalho - cada órgão ou
cargo passa a ter funções e tarefas específicas e especializadas.
‒ Vertical e Horizontal
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Especialização
• Limites: até que ponto as atividades podem ser subdivididas em
tarefas separadas?
Departamentalização
• Especialização Horizontal
• Depois de dividir o trabalho por meio da especialização, é
necessário agrupar as atividades para que as tarefas comuns
possam ser coordenadas.
• Departamentalizar = agrupar as atividades e correspondentes
recursos (humanos, materiais e tecnológicos) em unidades, de
acordo com um critério específico de homogeneidade.
• Que critérios usar para agrupar?
‒Critérios mais comuns: por função (funcional); por produtos
e serviços; geográfica (territorial, regional); por clientes; por
processo; por projeto; matricial e mista.
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Hierarquia - Autoridade
É o direito formal que a chefia tem de alocar recursos e de exigir
o cumprimento de tarefas por parte dos funcionários.
• É alocada em posições da organização e não em pessoas.
• Flui desde o topo até a base da organização.
• É aceita formalmente - racionalmente.
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Hierarquia – Tipos de Autoridade
o Autoridade linear, ou única;
o Autoridade funcional, ou dividida;
o Autoridade de Staff, ou de Assessoria.
Hierarquia - Responsabilidade
• Dever de desempenhar a tarefa / atividade / função para a qual
a pessoa foi designada.
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Amplitude de Controle
• Outros nomes: Amplitude administrativa, de comando.
• Número de subordinados que um gestor tem sob seu
comando/supervisão.
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Amplitude Administrativa
• Decisão importante: quantas pessoas cada chefe
pode dirigir com eficiência e eficácia?
12
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Centralização x Descentralização
• Cuidado: definição distinta no Direito Administrativo
• Na Administração = poder de decisão dentro da organização.
‒Onde está o poder formal de tomar decisões?
o Centralizar é concentrar o poder de decisão no topo da
hierarquia;
o Descentralizar é distribuir o poder de decisão nos
diferentes níveis hierárquicos.
13
Centralização x Descentralização
• Centralização - maior concentração de poder decisório no topo.
• Vantagens:
‒ Facilita o controle e coordenação das atividades da organização;
‒ O chefe é quem usualmente está mais bem treinado e preparado;
‒ As decisões são mais consistentes com os objetivos globais da
organização;
‒ Elimina esforços duplicados de vários tomadores de decisão e reduz
custos operacionais.
• Desvantagens:
‒ As decisões ficam distanciadas dos fatos e circunstâncias;
‒ Os tomadores de decisão têm pouco contato com as partes
envolvidas e com a situação;
‒ Maior demora na tomada de decisão;
‒ As decisões passam pela cadeia escalar, permitindo distorções e erros
no processo de comunicação dessas decisões.
14
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Centralização x Descentralização
• Descentralização - menor concentração do poder decisório no
topo.
‒ É uma tendência nas organizações modernas.
• Vantagens:
‒ A decisão é delegada para pessoas/posições mais próximas da ação;
‒ Aumenta a eficiência, a motivação, a criatividade e a independência;
‒ Permite a formação de executivos locais mais motivados e
conscientes de seus resultados;
‒ Agilidade – a organização responde de forma mais rápida.
• Desvantagens:
‒ Falta de uniformidade das decisões;
‒ Insuficiente aproveitamento dos especialistas;
‒ Falta de equipe apropriada no campo de atividades.
15
Delegação
• Transferência de determinado nível de autoridade de um chefe para seu
subordinado, criando o correspondente compromisso pela execução da
tarefa delegada.
‒ Não confundir a responsabilidade funcional/de execução com a
final/do cargo.
o A responsabilidade final não pode ser delegada, pois nem o chefe nem o
subordinado podem livrar-se totalmente de suas obrigações, designando
outros para realizá-las;
‒ Delegação na medida necessária para alcançar os resultados
esperados;
‒ A autoridade deve ser proporcional ao nível de responsabilidade do
cargo
‒ A clareza na delegação é fundamental.
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Descentralização X Delegação
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Formalização
• A formalização se refere ao grau em que as tarefas dentro da
organização são padronizadas.
‒Tarefa muito padronizada = pouca autonomia; menor
possibilidade de os funcionários adotarem comportamentos
alternativos, como também elimina a necessidade de eles
buscarem alternativas.
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Noções de Administarção
1. DEPARTAMENTALIZAÇÃO
2. Maior interesse: o departamento que tiver mais interesse sob uma atividade deve
supervisioná-la;
1.2. Abordagens
A abordagem Funcional segue o princípio da especialização, separando departamentos de
acordo com a função desempenhada por cada um na organização (produção, finanças, RH,
vendas, etc.).
A abordagem Divisional segue o princípio das unidades de negócio autônomas (unidades
estratégicas de negócio) e cada gestor é responsável pelos resultados de sua unidade. Essa
abordagem cria departamentos autossuficientes - cada divisão possui suas próprias funções
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operacionais (conjunto de especialistas, áreas funcionais), permitindo que atue de forma
praticamente autônoma, prestando contas apenas à cúpula administrativa da empresa. É
mais indicada em organizações que produzem diferentes produtos/serviços para diferentes
mercados/clientes, pois cada divisão focaliza um mercado/cliente independente. Dentro
de abordagem divisional existem variantes, que servem para alcançar diferentes resultados
esperados de uma organização e que se baseiam em: Produtos ou serviços, Localização
Geográfica, Clientes, Projetos, etc.
Essas duas abordagens definem os critérios (tipos) mais comuns de Departamentalização: por
função (funcional); por produtos e serviços; geográfica (territorial, regional); por clientes; por
processo; por projeto; matricial; mista.
É a divisão lógica de acordo com as funções especializadas que são realizadas na organização.
Cada área (departamento) passa a ser responsável por uma função organizacional específica
(Marketing, RH, Finanças, Produção, Logística, etc.).
A Departamentalização Funcional cria áreas especializadas a partir do agrupamento de
funções ou atividades semelhantes, assim, todos os especialistas em determinada função
ficam reunidos: todo o pessoal de vendas, todo o pessoal de contabilidade, todo o pessoal de
compras, e assim por diante.
É considerado o tipo mais comum encontrado nas empresas.
A organização foca em si mesma (introversão), sendo indicada para ambientes estáveis, de
poucas mudanças, com desempenho continuado e tarefas rotineiras. É utilizada, portanto, em
empresas cujas atividades sejam bastante repetitivas, altamente especializadas e com poucas
linhas de produtos/serviços.
O administrador principal tem pleno controle dos destinos da organização, entretanto, se o
tamanho aumenta muito, certos problemas podem surgir: excessiva especialização (novas
camadas funcionais e novos cargos especializados); estrutura tende a tornar-se complexa,
piramidal e feudal, acarretando um distanciamento dos objetivos principais.
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Noções de Administração – Departamentalização – Prof.Rafael Ravazolo
1.3.1. Vantagens
•• Agrupa vários especialistas de um mesmo assunto em uma mesma unidade;
•• Estabilidade nas atividades e relacionamentos;
•• Simplifica o treinamento e orienta as pessoas para uma função específica, concentrando
sua competência e habilidades técnicas;
•• Permite economia de escala pelo uso integrado de pessoas, máquinas e produção em
massa;
1.3.2. Desvantagens
•• Foco na especialidade em detrimento do objetivo organizacional global (cria feudos devido
à ênfase dos funcionários na própria especialidade);
•• Comunicação e cooperação deficiente entre departamentos;
•• Inadequada para ambiente e tecnologia em constante mudança, pois dificulta a adaptação
e a flexibilidade.
1.4.1. Vantagens
•• Fortalece a especialização no produto: fixa a responsabilidade de cada departamento para
um produto/serviço ou linha de produto/serviço, pois cada uma dessas divisões funciona
como uma unidade de resultados;
•• Facilita a coordenação entre as diferentes áreas dentro de cada divisão: a preocupação
principal é o produto e as atividades das áreas envolvidas que dão pleno suporte;
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•• Permite maior flexibilidade: as unidades produtivas podem ser maiores ou menores,
conforme as condições;
•• Facilita a inovação, pois requer cooperação e comunicação dos vários grupos que
contribuem para gerar o produto.
1.4.2. Desvantagens
•• Enfraquece a especialização funcional: dispersa os especialistas nas diversas divisões
orientadas para os produtos;
•• Gera custos operacionais elevados pela duplicidade de atividades, por isso não é indicada
para circunstâncias externas não mutáveis e para empresas com pouca variabilidade dos
produtos;
•• É difícil coordenar políticas gerais da organização;
•• Em situações de instabilidade externa, pode gerar temores e ansiedades na força de
trabalho de determinada linha de produto, em função da possibilidade de desemprego;
•• Pode desestabilizar a estrutura caso um gerente de produto adquira muito poder.
1.5.1. Vantagens
•• Foco mercadológico: amplia a área de atuação, atingindo maior número de clientes/
fornecedores;
•• Fortalece especialização quanto ao local: agilidade e vantagem competitiva pelo maior
conhecimento do local;
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Noções de Administração – Departamentalização – Prof.Rafael Ravazolo
1.6.1. Vantagens
•• Atendimento personalizado: quando a satisfação do cliente é o aspecto mais crítico da
organização, ou seja, quando um tipo de cliente é o mais importante, e os produtos e
serviços devem ser adaptados às suas necessidades;
•• Dispõe os executivos e todos os participantes da organização para satisfazer as necessidades
e os requisitos dos clientes;
•• Possibilita conhecimento e atendimento contínuo e rápido às necessidades específicas de
diferentes tipos de clientes.
www.acasadoconcurseiro.com.br 659
1.6.2. Desvantagens
•• As demais atividades da organização – produção, finanças – podem se tornar secundárias
ou acessórias, em face da preocupação compulsiva com o cliente;
•• Os demais objetivos da organização – lucratividade, produtividade – podem ser deixados
de lado ou sacrificados;
•• Pode gerar conflitos com outras áreas em função de tratamentos preferenciais a certos
clientes.
660 www.acasadoconcurseiro.com.br
Noções de Administração – Departamentalização – Prof.Rafael Ravazolo
1.7.1. Vantagens
•• Foco no resultado – permite melhor atendimento das necessidades dos clientes;
•• Alta responsabilização e engajamento da equipe e do gerente de projetos;
•• Permite a concentração de recursos e especialistas para realizar um trabalho complexo;
•• É uma estrutura organizacional flexível e mutável, que se adapta às necessidades de cada
projeto;
•• Melhoria no controle da execução – cumprimento de prazos e orçamentos.
1.7.2. Desvantagens
•• Isolamento da equipe no seu projeto - como cada equipe está focada em seu próprio
projeto, não há comprometimento com a empresa e há dificuldade de comunicação entre
os projetos realizados pela organização (dificuldade de coordenar políticas gerais);
•• Em projetos muito grandes, podem ocorrer dificuldades no gerenciamento da equipe;
•• Duplicação de esforços quando dois ou mais especialistas trabalham em um mesmo
problema ou assunto, mas em projetos diferentes;
•• Cada projeto é único, inédito, e envolve muitas habilidades e conhecimentos dispersos na
empresa ao longo de seu ciclo de execução. Assim, quando termina uma fase, ou mesmo
o projeto, a empresa pode ser obrigada a dispensar pessoal ou a paralisar máquinas e
equipamentos se não tiver outro projeto em vista;
www.acasadoconcurseiro.com.br 661
conhecimento e prazos determinados para sua realização. O desenho em matriz permite extrair
vantagens e minimizar as fraquezas de ambas as estruturas (funcional e de produto/projeto).
As unidades de trabalho são os projetos, enquanto os órgãos permanentes (funcionais) atuam
como prestadores de serviços, cedendo pessoas e outros recursos. Como a organização de cada
projeto é temporária, após sua conclusão, as pessoas são alocadas em novos projetos ou então
ficam exclusivamente em suas áreas funcionais.
Por ser uma estrutura híbrida, cada departamento passa a ter uma dupla subordinação (segue
orientação dos gerentes funcionais e dos gerentes de produto/projeto simultaneamente), com
isso, o princípio da unidade de comando deixa de existir.
A autonomia e o poder relativo de cada gestor seriam decorrentes da ênfase dada pela empresa
aos projetos ou às funções tradicionais, gerando três possíveis estruturas:
•• Matricial forte: ênfase nos projetos: possui muitas das características da organização
por projeto. Podem ter gerentes de projetos com autoridade considerável e pessoal
trabalhando para o projeto em tempo integral. O poder do gerente do projeto é soberano e
as atividades funcionais ordinárias (RH, Marketing, etc.) ficam em segundo plano (quando
não são terceirizadas).
•• Balanceada: embora reconheça a necessidade de um gerente de projetos, não fornece a
ele autoridade total e os recursos financeiros do projeto.
•• Matricial fraca: ênfase funcional: mantém muitas das características de uma organização
funcional e a função do gerente de projetos é mais parecida com a de um coordenador ou
facilitador que com a de um gerente. Os gerentes funcionais possuem mais poder que os
de projeto, criando grandes conflitos e dificultando o alcance dos resultados.
O quadro a seguir mostra as características das estruturas funcional, matricial e de projetos.
1.8.1. Vantagens
•• Maior versatilidade e otimização dos recursos;
•• Forma efetiva para conseguir resultados ou resolver problemas complexos;
•• Mais fortemente orientada para resultados;
662 www.acasadoconcurseiro.com.br
Noções de Administração – Departamentalização – Prof.Rafael Ravazolo
1.8.2. Desvantagens
•• Ambiguidade de papéis e relações das pessoas - conflito de interesses entre linha e projeto;
•• Duplicidade de autoridade e comando.
Há outros tipos menos difundidos de departamentalização (por quantidade, por turno, por
área do conhecimento etc.), que acabam sendo cópias conceituais dos apresentados aqui e,
por isso, não foram detalhados.
www.acasadoconcurseiro.com.br 663
Slides – Departamentalização
Departamentalização
• O
que
é
departamentalizar;
Departamentalização
664 www.acasadoconcurseiro.com.br
Noções de Administração – Departamentalização – Prof.Rafael Ravazolo
Departamentalização
Departamentalizar
é
agrupar
as
a1vidades
e
correspondentes
recursos
(humanos,
materiais
e
tecnológicos)
em
unidades,
de
acordo
com
um
critério
específico
de
homogeneidade.
Departamentalização
Princípios:
Tipos/critérios:
1-‐
Maior
uso
• Funcional
2-‐
Maior
interesse
• Produtos
ou
Serviços
3-‐
Separação
do
controle
• Geográfica/Territorial
4-‐
Supressão
da
concorrência
• Clientes
• Processos
Abordagens:
• Projetos
1
–
Funcional:
especialização
por
função
• Matricial
e
Mista
2
–
Divisional:
unidades
autônomas
–
(mulAdivisional)
divisão
por
objeAvo/finalidade
• Outros:
quanAdade,
turno
www.acasadoconcurseiro.com.br 665
Departamentalização
por
função
(funcional)
•
Considerado
o
8po
mais
comum.
• Segue
o
princípio
da
especialização:
agrupa
as
a8vidades
de
acordo
com
as
funções
especializadas
desenvolvidas
dentro
da
organização.
• Indicada
para
situações
estáveis:
poucos
8pos
de
produtos,
a8vidades
repe88vas
e
altamente
especializadas,
com
pouca
mudança
e
pouca
necessidade
de
integração.
Departamentalização funcional
• Vantagens:
‒ Especialização:
agrupa
vários
especialistas
e
garante
pleno
uso
das
habilidades
técnicas
das
pessoas;
‒ Estabilidade
nas
a@vidades
e
relacionamentos;
‒ Simplifica
o
treinamento
e
orienta
as
pessoas
para
uma
a@vidade
específica,
concentrando
suas
competências.
‒ Permite
economia
de
escala
pelo
uso
integrado
de
pessoas,
máquinas
e
produção
em
massa;
666 www.acasadoconcurseiro.com.br
Noções de Administração – Departamentalização – Prof.Rafael Ravazolo
Departamentalização funcional
• Desvantagens:
‒ Visão
parcial
da
organização:
foco
na
especialidade
em
detrimento
do
obje<vo
organizacional
global;
‒ Reduz
a
cooperação
e
comunicação
interdepartamental
–
a
ênfase
na
própria
área
cria
feudos
de
especialização;
‒ Dificulta
a
adaptação
e
a
flexibilidade:
inadequada
para
ambiente
e
tecnologia
em
constante
mudança;
‒ Se
o
tamanho
aumenta
muito,
pode
ocorrer
excessiva
especialização
(novas
camadas
funcionais
e
novos
cargos
especializados),
tornando
a
estrutura
complexa.
7
Departamentalização
por
produtos
ou
serviços
•
Orientada
para
resultados
dos
produtos/serviços.
• Indicada
quando
as
a:vidades
inerentes
a
cada
um
dos
produtos
ou
serviços
possuem
diferenciações
significa:vas
e,
por
isso,
fica
mais
fácil
administrar
cada
produto/serviço
individualmente.
• Indicada
para
circunstâncias
externas
mutáveis.
www.acasadoconcurseiro.com.br 667
Departamentalização
por
produtos
ou
serviços
• Vantagens:
‒ Fortalece
especialização
no
produto:
fixa
a
responsabilidade
de
cada
departamento
para
um
produto/serviço
ou
linha
de
produto/serviço;
‒ Facilita
a
coordenação
interdepartamental
dentro
da
divisão
–
a
preocupação
principal
é
o
produto;
‒ Permite
maior
flexibilidade:
as
unidades
produDvas
podem
ser
maiores
ou
menores,
conforme
as
condições;
‒ Facilita
a
inovação,
pois
requer
cooperação
e
comunicação
dos
vários
grupos
que
contribuem
para
gerar
o
produto;
10
668 www.acasadoconcurseiro.com.br
Noções de Administração – Departamentalização – Prof.Rafael Ravazolo
Departamentalização
geográfica
(territorial)
• Ênfase
territorial
–
cobertura
geográfica:
departamentos
de
acordo
com
o
local
de
trabalho
será
desempenhado,
ou
então
a
área
de
mercado
que
será
atendida
pela
empresa.
‒ Todas
aDvidades
em
determinado
território
são
de
responsabilidade
de
um
departamento/gestor.
• Indicada
quando
o
sucesso
da
organização
depende
do
ajuste
às
condições
e
às
necessidades
de
cada
local
e/ou
região.
11
Departamentalização
geográfica
• Vantagens:
‒ Foco
mercadológico:
amplia
a
área
de
atuação,
a=ngindo
maior
número
de
clientes
/
fornecedores;
‒ Fortalece
especialização
quanto
ao
local:
agilidade
e
vantagem
compe==va
pelo
maior
conhecimento
do
local;
‒ Permite
fixar
a
responsabilidade
de
lucro
e
de
desempenho
no
comportamento
local;
‒ Ações
mais
rápidas:
as
caracterís=cas
da
empresa
podem
acompanhar
adequadamente
as
variações
locais.
• Desvantagens:
‒ Dificuldade
de
coordenar
polí=cas
gerais
da
organização;
‒ Enfraquece
especialização
funcional;
‒ Duplicação
de
instalações
e
de
funções;
‒ Instabilidade
local
causa
temores.
12
www.acasadoconcurseiro.com.br 669
Departamentalização
por
Clientes
• Ênfase
nas
necessidades
de
cada
6po
de
cliente:
caracterís6cas
da
pessoa/grupo/empresa
para
quem
o
trabalho
é
executado.
• Indicada
quando
a
organização
atende
a
grupos
de
clientes
com
necessidades
bastante
dis6ntas
(de
acordo
com
idade,
sexo,
nível
socioeconômico,
etc.)
• Estruturação
“de
fora
pra
dentro”.
13
670 www.acasadoconcurseiro.com.br
Noções de Administração – Departamentalização – Prof.Rafael Ravazolo
Departamentalização
por
Processo
a4vidades
são
agrupadas
de
acordo
com
as
etapas
de
um
• As
processo
–
elos
de
uma
corrente.
• É
u4lizada
quando
o
produto
final
é
tão
complexo
que
se
faz
necessário
fabricá-‐lo
a
par4r
da
divisão
em
processos
menores.
• Estrutura
horizontal
–
coordenação
das
a4vidades.
15
www.acasadoconcurseiro.com.br 671
Departamentalização
por
Projeto
• Projeto
=
união
de
recursos
por
um
período
específico,
para
realizar
um
trabalho
específico,
sob
a
responsabilidade
de
um
coordenador.
• Indicada
para
produtos/serviços
complexos,
que
envolvem
grandes
concentrações
de
recursos
por
um
determinado
tempo,
que
exigem
tecnologia
sofisDcada,
especialistas
de
diversas
áreas
e
grande
coordenação
das
aDvidades.
‒ É
uma
estrutura
organizacional
flexível;
‒ As
aDvidades
e
as
pessoas
são
temporárias.
17
• Desvantagens:
‒ Isolamento
das
equipes
nos
projetos
–
falta
de
compromisso
com
a
empresa
e
de
comunicação
entre
projetos;
‒ Dificuldades
no
gerenciamento
da
equipe
em
grandes
projetos;
‒ Duplicação
de
esforços/especialistas;
‒ Incertezas
quanto
ao
futuro
quando
acaba
um
projeto.
672 www.acasadoconcurseiro.com.br
Noções de Administração – Departamentalização – Prof.Rafael Ravazolo
Departamentalização
Matricial
• Sobreposição
de
dois
ou
mais
7pos
de
departamentalização.
• Combina
dois
7pos
de
estrutura:
abordagem
divisional
e
funcional.
‒ Tipo
mais
comum:
funcional
+
projetos.
19
Departamentalização
Matricial
• Surgiu
porque
as
formas
tradicionais
não
eram
eficazes
em
a:vidades
complexas,
envolvendo
várias
áreas
do
conhecimento
e
prazos
restritos.
• Busca
aproveitar
vantagens
e
minimizar
desvantagens
das
estruturas
simples;
• As
unidades
de
trabalho
são
os
projetos,
enquanto
os
órgãos
permanentes
(funcionais)
atuam
como
prestadores
de
serviços;
‒ Alocação
temporária
de
pessoas
nos
projetos.
• Dupla
subordinação:
‒ Balanceada:
autoridade
dividida
‒ Forte
-‐
de
projetos:
maior
autoridade
para
o
gerente
de
projetos
‒ Fraca
-‐
funcional:
maior
autoridade
para
o
gerente
funcional
20
www.acasadoconcurseiro.com.br 673
Departamentalização
Matricial
21
Departamentalização
Matricial
• Vantagens
‒ Maior
versa7lidade
e
o7mização
dos
recursos
humanos;
‒ Forma
efe7va
para
conseguir
resultados
ou
resolver
problemas
complexos;
‒ Mais
fortemente
orientada
para
resultados;
‒ Maior
grau
de
especialização
nas
a7vidades.
• Desvantagens
‒ Dupla
subordinação:
o Conflito
linha/projeto
–
ambiguidade
de
papéis
das
pessoas.
o Duplicidade
de
autoridade
e
comando.
22
674 www.acasadoconcurseiro.com.br
Noções de Administração – Departamentalização – Prof.Rafael Ravazolo
Abordagem
Mul.divisional
Departamentalização
Mista
23
www.acasadoconcurseiro.com.br 675
Administração
1.1. Processos
Processo é qualquer atividade ou conjunto de atividades que toma um input, adiciona valor a
ele e fornece o output a um cliente específico. Esses inputs podem ser materiais, informações,
conhecimento, etc.
O conceito mais intuitivo de processo de trabalho, portanto, é o de transformação. Este conceito
remete a três elementos:
www.acasadoconcurseiro.com.br 677
O Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (GesPública) define processos
como um conjunto de decisões que transformam insumos em valores gerados ao cliente/
cidadão. Esse conceito amplia a ideia de processos como meros fluxos operacionais (sequências
de atividades) e destaca o compromisso de satisfazer as necessidades dos clientes/cidadãos,
bem como a competência humana de tomar decisões.
O Guia para o Gerenciamento de Processos de Negócio (CBOK 3.0 - 2013) define processo
como uma agregação de atividades e comportamentos executados por humanos ou máquinas
para alcançar um ou mais resultados. Essas atividades inter-relacionadas solucionam uma
questão específica (entregam valor ao cliente ou apoiam/gerenciam outros processos) e são
governadas por regras de negócio. Esse trabalho pode ser ponta a ponta - interfuncional ou
interorganizacional.
Em suma, processos possuem o compromisso de satisfazer as necessidades dos clientes/
cidadãos, exigem sincronia, transformam elementos, seguem orientações e consomem
recursos.
De acordo com a ISO 9001, para uma organização funcionar de maneira eficaz e eficiente,
ela tem que identificar e gerenciar numerosas atividades interligadas, possibilitando a
transformação de entradas em saídas. Frequentemente a saída de um processo é a entrada
para o processo seguinte.
Segundo essa visão, qualquer instituição é um “mar de processos” em contínua execução
pelas pessoas que compõem a força de trabalho. Estes processos interagem de tal forma que
os produtos/serviços de um constituem a entrada para outro.
678 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Gestão de Processos – Prof. Rafael Ravazolo
1.1.1. Glossário
•• BPM – Business Process Management: disciplina de gerenciamento de processos e um
conjunto de tecnologias habilitadoras.
•• BPMS – BPM Systems/Suite: Sistema de Gerenciamento de Processos de Negócio –
tecnologias que suportam e capacitam o gerenciamento de processos; aplicações
integradas de software para gerenciamento de processos de negócio.
•• BPMN – Business Process Modeling Notation: especificação para modelagem visual de
processos cujo objetivo é prover uma interface simples, mas poderosa, que possa ser
utilizada tanto por profissionais de processos e sistemas, como por usuários.
•• Gargalo: restrição na capacidade que cria uma fila.
•• Requisitos do Processo: é a tradução das necessidades e expectativas dos clientes e das
demais partes interessadas (stakeholders).
•• Não Conformidade: não atendimento a um requisito.
•• Handoff: qualquer ponto em um processo no qual o trabalho passa de um sistema, pessoa
ou grupo para outro. As atividades de handoff passam o controle do processo para outro
departamento ou organização (exemplo: transferir um cliente a outro departamento).
www.acasadoconcurseiro.com.br 679
Os processos de suporte e de gerenciamento são processos de informação e de decisão. Eles
podem ser verticais e horizontais:
2. Processos horizontais – são desenhados tendo como base o fluxo do trabalho intra e entre
as áreas. Os processos horizontais podem ser:
•• voluntários – ocorrem por meio do contato voluntário entre os membros do grupo;
•• formais – definidos previamente por meio de documentos formais;
•• coordenados – exigem times de organização mais complexa e formal.
Além dos tipos, os processos podem ser classificados de acordo com a hierarquia:
•• Macroprocessos – é um conjunto amplo de processos que, geralmente, envolve mais de
uma função da organização e causa impacto direto na vida desta;
•• Processos – conjunto de subprocessos/atividades inter-relacionadas ou interativas que
transforma insumos (entradas) em produtos (saídas);
•• Subprocessos – conjunto de tarefas/atividades realizando um objetivo específico em apoio
a um processo;
•• Atividades – conjunto de tarefas sequenciais ou simultâneas que geram resultados para o
processo ou subprocesso;
•• Principais: têm participação direta na criação do bem ou serviço.
•• Secundárias: não têm participação direta (infraestrutura, RH etc.).
•• Transversais: conjunto de várias especialidades, executadas em uma única operação,
com a finalidade de resolver problemas. Possuem caráter temporário ou provisório
•• Tarefas/operações – é uma decomposição ou detalhamento de uma atividade. É a menor
unidade de trabalho com significado executada por uma pessoa ou máquina.
680 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Gestão de Processos – Prof. Rafael Ravazolo
de produtos não perecíveis (como vidro, plástico, borrachas), exigência de uma condução ética
dos negócios etc.
www.acasadoconcurseiro.com.br 681
1.1.4.1. Fluxograma
É uma ferramenta gráfica (desenho) utilizada para se registrar um processo de maneira compacta,
através de alguns símbolos padronizados. Essa notação simples utiliza alguns símbolos gráficos
tais como retângulo, losango e flechas para indicar os passos de processamento.
O fluxograma oferece uma visão sistêmica do processo, mostra gargalos e oportunidades de
aperfeiçoamento, permite fixar limites com maior facilidade e definir o pessoal envolvido
nas atividades do processo, identificando muitas vezes clientes negligenciados em análises
anteriores.
682 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Gestão de Processos – Prof. Rafael Ravazolo
www.acasadoconcurseiro.com.br 683
Para tornar a organização mais flexível, devem-se derrubar as barreiras departamentais e focar
os processos, pois assim o trabalho é sequenciado em termos de uma cadeia de relações entre
as diversas unidades da organização.
A estrutura horizontal dos processos propõe uma abordagem que fuja da organização
funcional (tradicional). Os departamentos são sócios, não concorrentes, por isso a gestão deve
ser orientada para identificar, desenhar (modelar), executar, documentar, medir, monitorar,
controlar e melhorar processos de negócio.
1.2.2. Vantagens
A bibliografia revela que a gestão por processos proporciona as seguintes vantagens, dentre
outras:
•• Alinhar estrategicamente a organização, compatibilizando os processos com a missão, a
visão e a estratégia;
•• • Evidenciar as reais necessidades de alocação de recursos;
684 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Gestão de Processos – Prof. Rafael Ravazolo
2. Redesenho: é diferente da Melhoria de Processos, pois toma uma perspectiva holística para
o processo (visão do todo, ponta a ponta) em vez de identificar e implementar pequenas
mudanças incrementais. Embora possa levar a mudanças significativas, essas mudanças
continuam a ser baseadas nos conceitos fundamentais do processo existente.
www.acasadoconcurseiro.com.br 685
4. Mudança de Paradigma: envolve inovar fortemente, buscar novas formas de fazer negócios.
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Administração – Gestão de Processos – Prof. Rafael Ravazolo
Projetos Processos
Diferenças Evento temporário Evento contínuo/cíclico
Equipe temporária Equipe fixa
Resultado único (singular) Resultado repetido
Pode modificar a organização Mantém a organização
Semelhanças Planejados, executados, monitorados e controlados
Realizados por pessoas
Possuem restrições (tempo, recursos etc.)
Buscam atingir objetivos organizacionais e/ou estratégicos.
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Slides – GESTÃO DE PROCESSOS
Gestão de Processos
• O que é processo?
• Tipos
• Hierarquia
• O que é Gestão por Processos?
• Gestão por Funções X Gestão por Processos
Processos
• Processo é qualquer atividade ou conjunto de atividades
que toma um input, adiciona valor a ele e fornece o
output a um cliente específico.
‒ Inputs podem ser materiais, informações, conhecimento, etc.
Feedback
2
688 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Gestão de Processos – Prof. Rafael Ravazolo
Processos
• ISO 9001
‒Conjunto de atividades inter-relacionadas que transforma
insumos (entradas) em produtos (saídas).
• FNQ
‒Conjunto de atividades preestabelecidas que, quando
executadas numa determinada sequência, vão conduzir a
um resultado esperado, o qual assegura o atendimento das
necessidades e expectativas dos clientes e de outras partes
interessadas.
3
Processos
• GesPública
‒Conjunto de decisões que transformam insumos em valores
gerados ao cliente/cidadão.
• SEGES – MPOG
‒Conjunto integrado e sincrônico de insumos, infraestruturas,
regras e transformações, que adiciona valor às pessoas que
fazem uso dos produtos e/ou serviços gerados.
www.acasadoconcurseiro.com.br 689
Processos
• CBOK 3.0 – 2013
‒É uma agregação de atividades e comportamentos
executados por humanos ou máquinas para alcançar um ou
mais resultados.
o Essas atividades inter-relacionadas solucionam uma questão
específica e são governadas por regras de negócio.
‒É um trabalho que entrega valor ao cliente ou
apoia/gerencia outros processos.
o Esse trabalho pode ser ponta a ponta, interfuncional e
interorganizacional.
Processos
• Características gerais:
‒Fronteiras (início e fim) e objetivos claros;
‒Utilizam insumos/recursos para a transformação;
‒Atividades interdependentes;
‒Exigem gerenciamento: planejamento, controle,
sincronização, responsáveis;
‒Resultados específicos e previsíveis;
‒Compromisso de satisfazer as necessidades dos clientes;
‒Melhoria: mecanismos de feedback para a evolução contínua
- PDCA.
6
690 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Gestão de Processos – Prof. Rafael Ravazolo
Processos
• Se um Processo é um grupo de atividades realizadas
numa sequência lógica com o objetivo de produzir um
bem ou serviço que tem valor para um grupo específico
de clientes.
• Então as Organizações são mares de processos.
Glossário
• BPM - Business Process Management - disciplina de gerenciamento e um
conjunto de tecnologias habilitadoras.
• BPMS - BPM Systems/Suite
• BPMN - Business Process Modeling Notation
• Gargalo: restrição na capacidade que cria uma fila.
• Requisitos do Processo: é a tradução das necessidades e expectativas dos
clientes e das demais partes interessadas (stakeholders).
Processo deve agregar valor
• Não Conformidades: não atendimento a um requisito.
Devem ser tratadas
• Handoff: transferência de controle.
8
www.acasadoconcurseiro.com.br 691
Tipos de Processos
• Processos Principais do Negócio: primários, essenciais,
fim, finalísticos, de negócio.
‒ Entregam valor ao cliente.
‒ Ponta a ponta, interfuncional ou interorganizacional.
• Processos de Apoio: de suporte, meio, organizacionais, de
informação.
‒ Entregam valor a outros processos (não diretamente aos clientes).
• Processos Gerenciais: de gerenciamento, decisão, controle.
‒ Entregam valor a outros processos (não diretamente aos clientes).
‒ Servem para medir, monitorar, controlar e administrar
‒ Fazem a organização operar de acordo com seus objetivos.
Tipos de Processos
10
692 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Gestão de Processos – Prof. Rafael Ravazolo
• Processos
• Subprocessos (?)
• Atividades
‒ Principais, secundárias, transversais (temporárias)
• Tarefas/operações
11
Mapeamento de Processos
Descrição gráfica do funcionamento de um processo.
• Objetivo: desenhar e representar uma sequência de processos,
subprocessos, atividades e tarefas, sendo necessário elaborar
um fluxograma para melhor entender, documentar e medir o
trabalho da organização.
‒ Coloca o processo em um gráfico (fluxograma) para orientação em
suas fases de avaliação, desenho e desenvolvimento.
‒ Auxilia na visualização do processo, no relacionamento de suas
variáveis e de outros participantes (pessoas, sistemas, eventos,
resultados etc.).
‒ Mapas de processo tipicamente fornecem uma visão abrangente de
todos os principais componentes do processo, mas variam de níveis
mais altos para mais baixos de detalhe.
12
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Diagrama x mapa x modelo
• Diagrama: notação simples; retrata os principais elementos de
um fluxo de processo, mas omite detalhes.
• Mapa: maior precisão e detalhes do que um diagrama; mostra
relacionamentos com outros elementos (atores, eventos,
resultados etc.).
• Modelo: maior precisão, mais dados do processo e mais dados
dos fatores que afetam seu desempenho;
‒a representação pode ser utilizada para mostrar o desempenho
do que está sendo modelado (simulação).
13
Fluxograma
• Ferramenta gráfica – desenho
• Técnica para se registrar um processo de maneira compacta,
através de alguns símbolos padronizados.
• Permite uma visão sistêmica do processo
• Mostra gargalos e oportunidades de aperfeiçoamento no
processo.
• Define o pessoal envolvido nas atividades do processo,
identificando muitas vezes clientes negligenciados em análises
anteriores.
• Permite fixar limites com maior facilidade.
14
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Administração – Gestão de Processos – Prof. Rafael Ravazolo
Fluxograma
15
Gestão de Processos
• Busca:
‒Melhorar a forma como o trabalho é realizado;
‒Utilizar eficientemente os insumos (eficiência);
‒Otimizar a sequência de atividades;
‒Objetivo final: gerar melhores produtos/serviços aos clientes.
16
www.acasadoconcurseiro.com.br 695
Gestão de Processos
• Princípios
‒Processos de negócios são recursos utilizados para criar
valor para os clientes finais.
‒Medir, monitorar, controlar e analisar os processos de
negócio permite criar valor consistentemente aos clientes.
‒Os processos de negócios devem constantemente ser
melhorados.
‒Tecnologia da Informação é um viabilizador essencial.
17
Gestão de Processos
• GesPública
‒A gestão de processos permite identificar o conjunto de
atividades capaz de:
1) gerar maior valor ao usuário/cliente que recebe um produto
ou serviço;
2) integrar e orientar para resultados as várias unidades
organizacionais;
3) auferir recursos e desenvolver competências para a
consecução dessas finalidades.
18
696 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Gestão de Processos – Prof. Rafael Ravazolo
Gestão de Processos
• Motivos para gerenciar processos:
‒Demandas dos clientes;
‒Crescimento desordenado;
‒Excesso de burocracia e de níveis hierárquicos;
‒Estrutura organizacional de alto custo e de baixa capacidade de
realização;
‒Unidades administrativas não integradas;
‒Fusão / cisão / criação de órgãos;
‒Baixa produtividade em função de processos não documentados,
não entendidos da mesma forma por todos os envolvidos, não
controlados, não alinhados às necessidades dos clientes.
19
Gestão de Processos
20
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Gestão por Funções X Gestão por Processos
• Modelo tradicional = Estrutura Funcional (vertical)
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Administração – Gestão de Processos – Prof. Rafael Ravazolo
www.acasadoconcurseiro.com.br 699
Transformação de Processos
25
Processos x Projetos
26
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Administração
www.acasadoconcurseiro.com.br 701
4. Fase administrativa (1965 -1985): regulamentada a profissão Técnico de Administração.
Após começo conturbado do regime militar, houve rearticulação dos trabalhadores no final
da década de 70, formando a base que implementou um movimento denominado "novo
sindicalismo".
5. Fase estratégica (1985 a atual): demarcada pela introdução dos primeiros programas de
gestão estratégica de pessoas atrelados ao planejamento estratégico das organizações.
O quadro a seguir mostra a transição da visão sobre as pessoas nas organizações.
A Gestão de Pessoas é o
conjunto de políticas e práticas
necessárias para cuidar do
capital humano da organização,
capital este que contribui
com seus conhecimentos,
habilidades e capacidades
para o alcance dos objetivos
institucionais.
Capital humano é o patrimônio
(inestimável) que uma
organização pode reunir para
alcançar vantagens competitivas.
Possui dois aspectos principais:
•• Talento: tipo especial de pessoa, dotada de diferenciais como conhecimento (saber),
habilidade (saber fazer), julgamento (saber analisar o contexto) e atitudes (querer fazer).
•• Contexto: ambiente adequado para que os talentos se desenvolvam. É determinado por:
•• Arquitetura organizacional: desenho da organização e divisão do trabalho – deve ser
flexível, integrador e facilitador da comunicação entre as pessoas.
•• Cultura: conjunto de características que difere uma organização das outras. Deve
inspirar confiança, comprometimento e satisfação.
•• Estilo de gestão: liderança, coaching, delegação, empowerment.
Hoje vivemos na sociedade do conhecimento, na qual o talento humano e suas capacidades
são vistos como fatores competitivos no mercado de trabalho globalizado. Nota-se, também,
que o sucesso das organizações modernas depende, e muito, do investimento nas pessoas, a
partir da identificação, do aproveitamento e do desenvolvimento do capital humano.
Nesse novo contexto, as pessoas são vistas no ambiente de trabalho como:
•• Seres humanos: personalidade própria; diferentes entre si; origens e histórias particulares;
conhecimentos, habilidades e competências distintas.
•• Agentes ativos e inteligentes: fonte de impulso capaz de dinamizar a organização, de
mudá-la, renová-la e torná-la competitiva.
•• Parceiros da organização: a partir de uma relação ganha-ganha, as pessoas são capazes de
conduzir a organização ao sucesso e, por conseguinte, serem beneficiadas.
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Administração – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas – Prof. Rafael Ravazolo
www.acasadoconcurseiro.com.br 703
1.1 O Macroprocesso de Gestão de Pessoas
A Gestão de Pessoas pode ser vista como um macroprocesso composto por diversos processos.
Tais processos, por sua vez, são compostos pelas distintas atividades que uma organização
realiza para gerenciar as pessoas:
•• Agregar pessoas/talentos à organização;
•• Integrar e orientar;
•• Modelar o trabalho (individual ou em equipe) para torná-lo significativo;
•• Avaliar o desempenho e melhorá-lo continuamente;
•• Recompensar pelo desempenho e alcance de resultados;
•• Comunicar, transmitir conhecimento e proporcionar feedback;
•• Treinar e desenvolver;
•• Proporcionar boas condições de trabalho e melhorar a qualidade de vida;
Na literatura, não há consenso sobre o número de processos que compõem a gestão de pessoas.
Dessa forma, dependendo do autor, as atividades estarão agrupadas de formas distintas.
Modelo 1 - Dutra: três processos.
1. Movimentação: captar, internalizar, transferir, promover, expatriar e recolocar.
2. Desenvolvimento: capacitar, gerir carreira e desempenho.
3. Valorização: remunerar e premiar.
Modelo 2: Chiavenato: seis processos
1. Agregar: recrutamento e seleção.
2. Aplicar: modelagem do trabalho, orientação e avaliação do desempenho.
3. Recompensar: remuneração, benefícios e incentivos.
4. Desenvolver: treinamento, desenvolvimento, aprendizagem e gestão do conhecimento.
5. Manter: higiene, segurança, qualidade de vida e relações sindicais.
6. Monitorar: bancos de dados e sistemas de informações gerenciais.
Resumindo: a gestão de pessoas consiste na maneira pela qual uma instituição se organiza
para gerenciar e orientar o comportamento humano no trabalho, e, para isso, define princípios,
estratégias, políticas e práticas de gestão. Através desses mecanismos, implementa diretrizes e
orienta os estilos de atuação dos gestores e das pessoas.
A seguir, um modelo de diagnóstico de Gestão de Pessoas.
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Administração – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas – Prof. Rafael Ravazolo
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Slides – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas
O Papel da Área de RH
• Departamento de RH: mecanicista = contratações por experiência e
conhecimento técnico; folha de pagamento;
Antigamente poder hierárquico + salário = obediência dos funcionários e resultados.
• Sociedade do conhecimento.
• Talento e capacidades humanas são fatores competitivos no mercado de
trabalho globalizado.
Hoje • O sucesso depende do investimento nas pessoas, a partir da identificação,
do aproveitamento e do desenvolvimento do capital intelectual.
1
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Administração – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas – Prof. Rafael Ravazolo
RH no Brasil
5 Fases:
1. Fase contábil (até 1930): custos
2. Fase legal (1930 - 1950): leis trabalhistas da era getulista.
3. Fase tecnicista (1950 -1964): função de RH adquire status
orgânico de gerência.
4. Fase administrativa (1965 -1985): regulamentada a profissão
Técnico de Administração. Início da articulação do "novo
sindicalismo".
5. Fase estratégica (1985 a atual)
4
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Visão sobres as pessoas
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Administração – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas – Prof. Rafael Ravazolo
Gestão de Pessoas
Gestão de Pessoas é o conjunto de políticas e práticas
necessárias para cuidar do capital humano da organização,
capital este que contribui com seus conhecimentos, habilidades e
capacidades para o alcance dos objetivos institucionais.
Gestão de Pessoas
• Objetivos:
‒Proporcionar um ambiente com pessoas competentes e
motivadas para alcançar os objetivos.
‒Desenvolver o capital humano e o capital intelectual.
‒Gerenciar o conhecimento: competências e tecnologias
aplicadas de forma integrada para concretizar a missão.
‒Formar competências essenciais que atendam às demandas
dos diferentes stakeholders.
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Gestão de Pessoas
• Outros conceitos:
‒Capital humano - patrimônio (inestimável) que uma
organização pode reunir.
o Talento: tipo especial de pessoa, dotada de diferenciais como
conhecimento (saber), habilidade (saber fazer), julgamento
(saber analisar o contexto) e atitudes (querer fazer).
o Contexto: ambiente adequado para que os talentos se
desenvolvam (arquitetura, cultura e estilos de gestão)
‒Capital Intelectual - tecnologia, informação, habilidades e
solução de problemas.
Papéis da GP
10
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Administração – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas – Prof. Rafael Ravazolo
Papéis da GP
Tendência:
descentralizar as
decisões e ações de GP
rumo aos gerentes, que
se tornam os gestores
de pessoas.
11
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Passos da moderna GP
13
Passos da moderna GP
14
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Administração – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas – Prof. Rafael Ravazolo
16
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Diagnóstico
de Gestão
de Pessoas
17
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Gestão de Pessoas nas Organizações
Os SIG-RH são os processos utilizados para acompanhar e controlar as atividades das pessoas e
verificar resultados. Incluem banco de dados e sistemas de informações gerenciais.
Dados são índices, registros de alguma coisa, elementos identificados em sua forma bruta.
Sozinhos, não permitem inferências ou análises completas. Ex.: número de funcionários,
quantidade produzida etc. Um banco de dados é um local de armazenamento de dados
devidamente codificados. É um conjunto integrado de arquivos, relacionados logicamente,
organizados de forma a melhorar e facilitar o acesso aos dados.
No caso da área de Recursos Humanos, diversos subsistemas fornecem dados que alimentam
os cadastros dos bancos – Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento, Cargos e
Salários, Benefícios, Higiene e Segurança, Avaliação de Desempenho, Registros e Controles de
Pessoal etc.
Para terem valor, os dados precisam ser processados e analisados. Dessa forma, eles
transformam-se em informação. Ex.: produtividade dos funcionários, custo médio de produção
etc.
O que diferencia um dado de uma informação é o conhecimento que esta última propicia.
As empresas têm tratado a informação como um recurso vital. Ela afeta e influencia a
produtividade, a lucratividade e as decisões estratégicas das empresas.
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Relatórios operacionais e gerenciais.
Acesso facilitado e interface amigável com os usuários (gestores e funcionários).
Os sistemas de informações gerenciais podem trazer os seguintes benefícios:
•• Redução de custos nas operações.
•• Melhoria no acesso às informações – relatórios mais rápidos e fáceis.
•• Melhoria na produtividade e nos serviços oferecidos.
•• Melhoria na tomada de decisões, por meio do fornecimento de informações precisas.
•• Estímulo à maior interação entre os tomadores de decisão.
•• Fornecimento de melhores projeções dos efeitos das decisões.
•• Melhoria na estrutura organizacional, para facilitar o fluxo de informações.
•• Melhoria na estrutura de poder, proporcionando maior poder para aqueles que entendem
e controlam o sistema.
•• Redução do grau de centralização de decisões na empresa.
•• Melhoria na adaptação da empresa para enfrentar os acontecimentos não previstos.
Abaixo, um exemplo de fluxo de trabalho de um SIG de RH.
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Administração
Dentro do C.O. existem variáveis independentes (que são as causas) e as variáveis dependentes
(as consequências).
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Variáveis independentes:
•• Utilidade das contribuições: é o valor que o esforço de cada indivíduo tem para a
organização, a fim de que esta alcance seus objetivos.
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Administração – Conceitos Básicos de Comportamento Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo
1.1.1.3. Participantes
Participantes são todos aqueles que recebem incentivos da organização e que trazem
contribuições para sua existência. Nem todos os participantes atuam dentro da organização,
mas todos eles mantêm uma relação de reciprocidade com ela.
Existem cinco classes de participantes: empregados, investidores, fornecedores, distribuidores
e consumidores.
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Slides – Comportamento Organizacional
Comportamento Organizacional
• Investiga os impactos que os indivíduos, os grupos e a estrutura têm
sobre o comportamento dentro de uma organização.
• 3 níveis de estudo: o indivíduo, o grupo e o sistema organizacional.
‒ Variáveis individuais: características biográficas como idade, sexo e
estado civil; personalidade; valores; atitudes; habilidades; percepção;
tomada de decisão individual; aprendizagem e motivação.
‒ Variáveis grupais: psicologia social; dinâmica de grupos; tomada de
decisão em grupo; liderança e confiança; comunicação; equipes de
trabalho; conflitos; poder; política.
‒ Variáveis organizacionais: estrutura organizacional formal; quadro
funcional - cargos; hierarquia; planejamento; processos de trabalho;
políticas de RH; cultura; mudança.
1
Comportamento Organizacional
• 5 principais ciências que contribuem para o estudo do CO:
Ciência Unidade de Análise Principais Contribuições
Personalidade, satisfação, motivação,
Psicologia Indivíduo emoções, treinamento, aprendizagem,
avaliação, decisões individuais, seleção.
Mudança comportamental,
Psicologia Social Grupo
comunicação, processos grupais.
Grupo e Dinâmica de grupo/intergrupo, cultura,
Sociologia
Sistema Organizacional poder, comunicação, conflito, mudança.
Grupo e Cultura, ambiente organizacional,
Antropologia
Sistema Organizacional análises comparativas: valores/atitudes.
Conflito, poder, políticas
Ciência Política Sistema Organizacional intraorganizacionais.
2
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Administração – Conceitos Básicos de Comportamento Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo
Comportamento Organizacional
Comportamento organizacional
Equilíbrio Organizacional: reciprocidade
‒Consequência da interação psicológica entre a pessoa e a
organização - ambos oferecem algo e esperam algo em troca.
o Incentivos ou alicientes: aquilo que a organização oferece
Utilidade: valor que a pessoa dá ao incentivo.
o Contribuições: aquilo que cada pessoa dá à organização
Utilidade: valor que o esforço de cada indivíduo tem para a
organização.
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Desempenho
• No contexto do Comportamento Organizacional:
DESEMPENHO
=
Capacidade pessoal (conhecimentos + habilidades)
+
Motivação (atitudes)
+
Suporte Organizacional
5
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Administração
1.1 Motivação
O comportamento humano é determinado por forças que, algumas vezes, escapam ao próprio
entendimento e controle do homem. Essas forças conscientes ou inconscientes que levam o
indivíduo a um determinado comportamento são chamadas causas ou motivos.
A motivação é a energia ou força que movimenta o comportamento e que tem três propriedades:
1. Direção: o objetivo do comportamento motivado ou a direção para a qual a motivação leva
o comportamento.
2. Intensidade: o esforço, a intensidade da motivação.
3. Permanência: a necessidade, persistência, duração de motivação..
A motivação é específica: não há um estado geral de motivação que leve uma pessoa a sempre
ter disposição para tudo. No campo da Administração, uma pessoa motivada é aquela que
demonstra alto grau de disposição para realizar uma tarefa.
A figura abaixo representa o ciclo motivacional.
A motivação para o trabalho é resultante de uma interação complexa entre os motivos internos
das pessoas e os estímulos da situação ou ambiente.
•• Motivos internos: são as necessidades, aptidões, interesses, valores e habilidades das
pessoas. Fazem cada pessoa ser capaz de realizar certas tarefas e não outras; sentir-se
atraída por certas coisas e evitar outras; valorizar certos comportamentos e menosprezar
outros. São os impulsos interiores, de natureza fisiológica e psicológica, afetados por
fatores sociológicos, como os grupos ou a comunidade de que a pessoa faz parte.
•• Motivos externos: são estímulos ou incentivos que o ambiente oferece ou objetivos que
a pessoa persegue. Satisfazem necessidades, despertam sentimentos de interesse ou
representam recompensas desejadas. Ex: o trabalho, o ambiente, as recompensas, os
padrões estabelecidos pelo grupo de colegas e os valores do meio social, além de outros.
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Existem dois grupos de teorias sobre motivação: de processo e de conteúdo.
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Administração – Motivação – Prof. Rafael Ravazolo
Pirâmide de Maslow
A hierarquia das necessidades é tradicionalmente representada pelo desenho de uma pirâmide.
Na base desta pirâmide estariam as necessidades mais básicas e vitais para os seres humanos
(as primárias). A seguir, até se chegar ao topo, estariam as necessidades secundárias.
1. Necessidades fisiológicas (básicas):
alimentação, abrigo, repouso, sexo, ar,
etc.;
2. Necessidades de segurança: proteção
contra o perigo, danos físicos e
emocionais;
3. Necessidades sociais (associação):
sensação de pertencer ao grupo,
aceitação e aprovação pelos outros,
afeição, amizade;
4. Necessidades de estima (status): inclui
fatores internos de estima (autoestima,
respeito próprio, realização,
autonomia) e fatores externos (status, reconhecimento, independência, atenção);
5. Necessidades de autorrealização: referem-se à realização do potencial de cada indivíduo,
à utilização plena dos seus talentos, a tornar-se aquilo que é capaz (crescimento,
autodesenvolvimento).
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Além disso, se um nível de necessidade superior não for atendido, isso pode levar a pessoa
a aumentar a necessidade de nível inferior. Ex: falta de reconhecimento no trabalho poderia
aumentar a demanda por melhores salários.
De acordo com McClelland, a motivação das pessoas também é relacionada com a satisfação
de necessidades. Estas necessidades são aprendidas e adquiridas ao longo da vida, como
resultado das experiências de vida de cada pessoa, de suas vivências.
McClelland foca em três necessidades básicas: realização, poder e afiliação.
•• Necessidade de Realização (Competir) – busca da excelência, de realização com relação a
determinados padrões, ímpeto para alcançar sucesso. As pessoas que possuem muito essa
necessidade costumam procurar mudanças na vida, são competitivas, cumprem metas
estipuladas.
A teoria de McClelland equivale aos níveis mais elevados da hierarquia de Maslow e se aproxima
dos fatores motivacionais de Herzberg e, a exemplo deles, também não teve seus pressupostos
comprovados cientificamente.
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Fatores motivacionais – intrínsecos – satisfacientes
A conclusão do estudo de Herzberg mostra que os fatores que geram a satisfação e a insatisfação
possuem origens distintas.
Fatores higiênicos – extrínsecos – não geram satisfação. Eles apenas geram insatisfação
quando ausentes, ou impedem a insatisfação quando presentes.
Fatores motivacionais – intrínsecos – não geram insatisfação. Eles geram satisfação quando
presentes, e impedem a satisfação quando ausentes.
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Devem ser oferecidos níveis apropriados de fatores higiênicos para que não haja insatisfação,
ao mesmo tempo em que devem ser oferecidos fatores motivacionais para que haja satisfação.
Os estudos de Herzberg mostram que a principal maneira de motivar uma pessoa no trabalho é
oferecer atribuições desafiadoras e pelas qual ela se responsabilize. Isso pode ser feito através
de um processo chamado enriquecimento de cargo, permitindo a realização de trabalhos que
sejam interessantes, desafiadores e valorizados. Exemplo:
•• Oportunidades para que ele possa alcançar seus objetivos pessoais desde que estejam
compatíveis com os objetivos da empresa;
•• Reconhecimento, pela chefia, dos objetivos atingidos;
•• Responsabilidade e autoridade para realizar suas tarefas;
•• Desafios para suas habilidades e conhecimentos;
•• Oportunidades e promoção quando o empregado demonstrar interesse e domínio para as
tarefas pretendidas.
O trabalho de enriquecimento de cargo deve ser uma preocupação contínua dos gerentes para
que possam manter um nível de motivação elevado.
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•• Objetivos difíceis, quando aceitos, também geram melhores desempenho, pois prendem a
atenção e ajudam a focar;
•• Oportunidade de participar no estabelecimento dos objetivos aumenta a aceitação e a
colaboração;
•• O feedback sobre o progresso melhora o desempenho, pois funciona como um guia do
comportamento, mostrando o gap entre o que é esperado e o que está sendo realizado.
Obs: o feedback autogerenciado é um motivador mais eficaz que o feedback externo;
•• Capacitação e autoeficácia (crença a respeito do próprio desempenho em uma tarefa)
geram melhor desempenho.
Outros fatores influenciam a relação objetivo-desempenho: o comprometimento com o
objetivo, as características da tarefa e a cultura nacional.
Locke defende 4 métodos para motivar as pessoas: dinheiro (não deve ser o único método, mas
aplicado com os outros), estabelecimento de objetivos, participação nas decisões e redesenho
do trabalho (para proporcionar maior desafio e responsabilidade).
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pessoais ou as necessidades do indivíduo. O grau de valência varia de – 1 (algo indesejável)
a +1 (muito desejável).
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Slides - Motivação:
Mo#vação
• Mo#vos
são
forças,
conscientes
ou
inconscientes,
que
levam
o
indivíduo
a
um
comportamento
(ação).
‒ Mo#vo
é
a
energia/força
que
movimenta
o
comportamento;
‒ Uma
pessoa
mo#vada
é
aquela
com
disposição
para
fazer
algo.
Mo%vação
• A
mo%vação
é
específica:
não
há
um
estado
geral
de
mo%vação
que
leve
uma
pessoa
a
sempre
ter
disposição
para
tudo.
• Três
propriedades:
‒ Direção:
obje%vo
do
comportamento
mo%vado
ou
a
direção
para
a
qual
a
mo%vação
leva
o
comportamento.
‒ Intensidade:
esforço
=
intensidade
da
mo%vação.
‒ Permanência:
necessidade
=
duração
da
mo%vação.
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Administração – Motivação – Prof. Rafael Ravazolo
Mo4vação
• É
resultante
de
uma
interação
complexa
entre
os
mo4vos
internos
(das
pessoas)
e
os
mo4vos
externos
(do
ambiente):
‒ Mo4vos
internos:
impulsos
interiores,
de
natureza
fisiológica
e
psicológica
-‐
necessidades,
ap4dões,
interesses,
valores
e
habilidades.
Fazem
cada
pessoa
ser
capaz
de
realizar
certas
tarefas
e
não
outras;
sen4r-‐se
atraída
por
certas
coisas
e
evitar
outras;
valorizar
certos
comportamentos
e
menosprezar
outros.
‒ Mo4vos
externos:
esImulos
ou
incen4vos
que
o
ambiente
oferece.
Ex:
trabalho,
ambiente,
as
recompensas,
padrões
estabelecidos
pelo
grupo
e
valores
do
meio
social.
Mo4vos
Mo4vos
Mo4vação
Internos
externos
3
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Hierarquia
das
Necessidades
–
Maslow
As
necessidades
humanas
agrupam-‐se
segundo
uma
hierarquia.
• Uma
vez
atendida,
uma
necessidade
deixa
de
se
fazer
senAr
(perde
sua
força
moAvadora)
e
a
pessoa
passa
a
ser
moAvada
pela
ordem
seguinte
de
necessidades.
‒ Princípio
da
emergência:
as
necessidades
de
qualquer
nível
da
hierarquia
emergem
como
moAvadores
apenas
quando
as
necessidades
de
níveis
inferiores
já
esAverem
razoavelmente
saAsfeitas.
‒ Princípio
da
dominância:
na
medida
em
que
uma
necessidade
é
substancialmente
atendida,
a
próxima
se
torna
dominante.
5
Secundárias
(de
nível
superior)
Autorrealização
Estima
Necessidades
Sociais
Segurança
Primárias
(nível
inferior)
Fisiológicas
6
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Dois
Fatores
–
Herzberg
• Sa1sfação
e
insa1sfação
possuem
origens
dis1ntas.
‒ Fatores
higiênicos
–
extrínsecos
–
insa1sfacientes
o Contexto
do
trabalho
=
salário,
beneFcios,
1po
de
chefia
ou
supervisão,
condições
Fsicas
e
ambientais
de
trabalho,
polí1cas
e
diretrizes,
etc.
‒ Fatores
mo1vacionais
–
intrínsecos
–
sa1sfacientes
o O
trabalho
em
si
-‐
conteúdo
do
cargo
e
natureza
das
tarefas
=
sen1mentos
de
crescimento
individual,
reconhecimento,
autorrealização,
autonomia,
responsabilidade,
etc.
• Como
levar
um
funcionário
a
se
sen1r
mo1vado?
‒ Enriquecimento
do
cargo:
Responsabilidade;
Reconhecimento;
Desafios;
Realização;
Crescimento.
9
NÃO INSATISFAÇÃO
INSATISFAÇÃO
Presença de Ausência de
Fatores Fatores
Higiênicos Higiênicos
10
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• CríCca:
manipulação
12
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Equidade
-‐
Stacy
Adams
Mo3vação
=
equilíbrio
entre
o
que
se
dá
(e
os
outros
dão)
e
o
que
se
recebe
(e
os
outros
recebem).
• Providências
quando
há
inequidade:
‒ Modificar
os
insumos
(se
esforçar
menos)
‒ Modificar
a
recompensa
(ganhar
mais)
‒ Rever
a
autoimagem
-‐
a
percepção
sobre
si
‒ Rever
a
percepção
sobre
os
outros
‒ Mudar
o
referencial
‒ Sair
do
jogo
-‐
desis3r
13
14
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X
e
Y
-‐
McGregor
• Também
é
uma
teoria
de
liderança
–
filosofia
do
gestor
baseada
em
um
conjunto
de
crenças
sobre
as
pessoas.
‒ Visão
X:
as
pessoas
são
ingênuas,
preguiçosas
e
sem
iniciaDva;
evitam
trabalho
e
responsabilidade;
precisam
ser
controladas
e
dirigidas.
‒ Visão
Y:
as
pessoas
são
esforçadas
e
gostam
de
ter
o
que
fazer;
procuram
e
aceitam
responsabilidades
e
desafios;
podem
ser
automoDvadas
e
autodirigidas;
são
criaDvas
e
competentes.
16
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Dinheiro
mo,va?
• Lawler
-‐
o
dinheiro
é
mo,vacional
desde
que
a
pessoa
acredite
que:
ele
sa,sfará
suas
necessidades;
para
obtê-‐lo
é
necessário
algum
,po
de
esforço.
‒ Aquilo
que
sa+sfaz
uma
necessidade
humana
frequentemente
é
visto
como
a
própria
necessidade.
• Alfie
Kohn
–
dinheiro
desloca
o
foco
do
desempenho
para
a
premiação.
‒ Reforça
a
mo,vação
extrínseca
e
enfraquece
a
intrínseca.
• Herzberg
–
dinheiro
é
um
fator
higiênico.
• Teoria
da
Avaliação
Cogni9va
-‐
oferecer
recompensas
extrínsecas
a
comportamentos
que
já
foram
recompensados
intrinsecamente
tende
a
prejudicar
a
mo,vação,
caso
as
recompensas
sejam
vistas
como
uma
forma
de
controle
organizacional.
17
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Administração
1. LIDERANÇA
1) as motivações dos liderados – ela é legitimada pelo atendimento das expectativas do grupo
de liderados;
2) a tarefa ou missão – o que liga o líder aos seguidores é uma tarefa ou missão. Sem missão,
não há liderança; apenas influência ou popularidade;
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1.1. Poderes, Atividades, Habilidades e Papéis dos Líderes
1.1.1. Poderes
Segundo French e Raven, existem cinco tipos de poder que um líder pode possuir:
•• Legítimo: autoridade formal, poder do cargo ocupado;
•• Coerção: poder de punição, temor;
•• Recompensa: poder de recompensar as atitudes, baseado nas necessidades;
•• Referência: carisma, identificação com o líder;
•• Perito ou Conhecimento: baseado na competência técnica, especialidade, aptidão.
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2 Papéis de informação:
a) Monitor – receber e lidar com informações de diversas fontes.
b) Disseminador – transferência de informações de fora (ambiente) para dentro da organização
e também entre pessoas e áreas.
c) Porta-voz – transmissão de informações para fora (ambiente).
3 Papéis de decisão:
a) Empreendedor (entrepreneur) – iniciador e planejador de mudanças.
b) Solucionador de problemas – gerenciador de turbulências e de distúrbios.
c) Negociador – com pessoas ou outras organizações.
d) Administrador (alocador) de recursos – tempo, pessoas, materiais etc.
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estratégias. Criatividade, planejamento, raciocínio abstrato e entendimento do contexto são
manifestações da habilidade conceitual.
A figura mostra que todos os gestores da organização devem ser, em certo sentido, gestores de
pessoas.
Henry Mintzberg também definiu algumas habilidades, associando-as diretamente aos
papéis gerenciais que criou: relacionamento com colegas; liderança; resolução de conflitos;
processamento de informações; tomar decisões em condições de ambiguidade; alocação de
recursos; empreendedor; capacidade de introspecção.
1.2. Teorias
As teorias relevam diferentes abordagens sobre o tema Liderança. Há três abordagens mais
comuns:
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A pesquisa verificou que: grupos submetidos à liderança autocrática apresentaram maior
volume de trabalho, mas também maior tensão, frustração e agressividade. Sob liderança
democrática, o nível de produção foi menor, porém com maior qualidade, satisfação e
comprometimento das pessoas. Sob liderança liberal, houve mau desempenho qualitativo e
quantitativo, com forte individualismo, insatisfação e desrespeito ao líder.
•• Líder orientado para o Funcionário: mais voltado para os aspectos humanos do trabalho,
com foco no relacionamento interpessoal e num ambiente de trabalho que proporcione o
desenvolvimento eficaz da equipe.
Os resultados da pesquisa foram favoráveis aos líderes orientados para os funcionários. Este
tipo de liderança obteve índices maiores de produtividade e de satisfação com o trabalho.
Likert também analisou quatro fatores da administração (processo de decisão, comunicações,
relacionamento interpessoal e sistemas de recompensas e punições) e, com base nos
resultados, definiu uma escala com quatro estilos de liderança:
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1.2.2.1. Visão Bidimensional – Grade Gerencial (Blake e Mouton)
A origem deste trabalho teve como base as pesquisas realizadas pelas Universidades de Ohio e
Michigan, que demonstravam duas dimensões do comportamento do líder que eram
considerados estilos opostos (foco nas pessoas X foco nas tarefas). Porém, com o
desenvolvimento das pesquisas sobre a liderança, verificou-se que as tarefas e as pessoas não
são polos opostos, mas limites (dimensões) de um mesmo território: o líder pode combinar os
dois estilos em seu comportamento, ou enfatizá-los simultaneamente, podendo ser eficaz ou
ineficaz tanto na dimensão da tarefa quanto na dimensão das pessoas.
Blake e Mouton desenvolveram a ideia da
Grade Gerencial (managerial grid, ou grade
da liderança) de acordo com esse modelo
explicativo de liderança. A grade gerencial
pressupõe que o administrador está sempre
voltado para dois assuntos: tarefa (a produção,
os resultados dos esforços) e pessoas (colegas e/
ou subordinados).
A grade é um diagrama que apresenta uma
variável relacionada à produção (eixo x), e
outra variável relacionada às pessoas (eixo
y), com intervalos ordenados de 1 a 9 (1 é a
menor intensidade; 9 a maior; 5 é um grau intermediário). A matriz bidimensional comporta
81 posições (nove por nove) ao longo da qual estão distribuídos os tipos de gerenciamento
identificados pelos pesquisadores.
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O verdadeiro líder é aquele que é capaz de se ajustar a um grupo particular de pessoas sob
condições extremamente variadas (contextos, ambientes, tarefas, objetivos, etc.).
Obs: alguns autores consideram esta teoria dentro da abordagem Comportamental, outros,
dentro da abordagem Contingencial.
Para criar este modelo, os autores se basearam no pressuposto de que a escolha de um estilo
de liderança eficaz está intimamente ligada a três fatores: forças no líder (sua experiência,
personalidade e conhecimento); forças nos subordinados (sua responsabilidade, educação e
habilidades); e forças na situação (a organização, a complexidade do ambiente e as situações
gerais).
Os líderes de sucesso seriam aqueles que conseguem colocar em evidencia as forças que são
mais importantes para o seu comportamento no momento adequado, bem como manter uma
boa interação com os subordinados, a organização e as pressões do ambiente.
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Tannenbaum e Schmidt criaram um continuum de liderança (uma espécie de régua) que
consiste em uma faixa composta de sete atitudes possíveis para um gerente.
As atitudes de um líder variam
conforme a situação. No
extremo esquerdo da régua, o
administrador (ou líder) toma as
decisões e apenas as anuncia; no
extremo direito, o administrador
toma decisões em acordo com os
subordinados.
Este Continuum de Comporta-
mento de Liderança (ou do Admi-
nistrador), portanto, estabelece
sete estilos que a liderança pode
seguir, de acordo com o grau de
centralização ou descentralização de poder decisório nas mãos do líder.
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Esta etapa está baseada na suposição do autor de que o estilo de liderança de cada pessoa é
único.
2. Definindo a situação: de acordo com o autor, três fatores situacionais chave determinam a
eficácia da liderança:
c) Poder da posição: o grau de influência que o líder tem sobre as variáveis de poder como
contratações, demissões, atos disciplinadores, promoções e aumentos de salário.
Cada uma destas variáveis recebe uma avaliação (boa/má, alto/baixo e forte/fraco
respectivamente), gerando 8 combinações.
Pesquisas realizadas identificaram os líderes orientados para a tarefa como tendo um melhor
desempenho em situações muito favoráveis ou muito desfavoráveis. Líderes orientados para
relacionamentos se saíam melhor em situações moderadamente favoráveis.
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1.2.3.3. Modelo de Hersey & Blanchard
O modelo faz uma relação entre a maturidade do funcionário e a necessidade de ação por
parte do líder. O sucesso da liderança é alcançado por meio da escolha do estilo adequado, o
qual depende do nível de maturidade (prontidão) do funcionário.
A maturidade é definida como o desejo de realização, a vontade de aceitar responsabilidade e a
capacidade/experiência relacionada ao trabalho dos subordinados.
Hersey e Blanchard identificaram quatro estilos ou formas de liderança, caracterizados pela
representação da letra “E” e por palavras-chave: determinar (comando), persuadir (venda),
compartilhar (participação) e delegar. Esses estilos fazem correspondência com o nível de
maturidade dos subordinados, que variam do nível de pouca maturidade (M1), ao nível em que
os subordinados são capazes de assumir responsabilidades (M4).
A imaturidade (M1) deve ser gerenciada por meio do uso forte da autoridade e do foco nas
tarefas, com pouca ênfase no relacionamento (dar ordens - E1).
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Não há um estilo ideal. Cada situação requer uma estratégia própria. O gerente deve modificar
seu estilo em conformidade com a exigência da situação, de forma a ser eficaz. Percebe-se,
portanto, que a Teoria 3D não dá uma direção (não propõe um estilo ideal), ela apenas ressalta
que o gerente deve buscar a eficácia.
Os quatro estilos básicos têm um equivalente mais eficaz e outro menos eficaz, dando lugar a
oito estilos gerenciais.
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Robert House defende que o líder eficaz deve esclarecer o caminho dos seguidores em direção
aos objetivos de trabalho, tornando essa jornada mais fácil ao reduzir os obstáculos e barreiras.
A responsabilidade do líder é aumentar a motivação dos funcionários para atingir objetivos
individuais e organizacionais.
Os líderes são flexíveis e podem assumir quatro comportamentos distintos, conforme o tipo de
situação:
•• Apoiador (suportivo): atento às necessidades dos subordinados - é amigável e acessível;
•• Diretivo: dá a direção - organiza o trabalho e fornece instruções sobre a execução;
•• Participativo: utiliza as sugestões dos subordinados em suas decisões;
•• Orientado para realizações (conquistas): apresenta metas desafiadoras para que os
subordinados ofereçam o melhor desempenho possível.
A teoria relaciona os quatro tipos de comportamentos dos líderes com dois fatores
contingenciais (características ambientais e dos funcionários), conforme figura a seguir.
Antes de adotar uma atitude, o líder deve avaliar qual a realidade da situação. O desempenho
e a satisfação do funcionário tendem a ser positivamente influenciados quando o líder oferece
algo que falte ao funcionário ou ao ambiente de trabalho. O líder será aceito pelos liderados
quando estes o virem como fonte de satisfação, imediata ou futura. Caso o líder seja redundante
em relação às fontes ambientais ou incongruente com as características dos funcionários, esse
comportamento errado pode desmotivar o subordinado e tornar o líder ineficaz.
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1.2.3.1. Liderança Transacional x Transformacional x Carismática
James M. Burns desenvolveu um novo paradigma, abordando a liderança como uma relação
com troca de influências, onde a energia básica é o poder. O autor aborda dois grandes
conceitos sobre liderança: a Transformacional e a Transacional.
O líder Transacional, ou negociador, apela aos interesses, especialmente às necessidades
básicas dos seguidores. Ele promete recompensas (materiais ou psicológicas) para conseguir
que os seguidores (ou subordinados) trabalhem para realizar as metas. Ele guia ou motiva seus
seguidores na direção de metas estabelecidas, esclarecendo o papel e os requisitos da tarefa
e fornecendo recompensas positivas ou negativas de acordo com o sucesso do desempenho.
Seu comprometimento é dito de curto prazo e há prevalência de características do estereótipo
masculino: competitividade, autoridade hierárquica, alto controle do líder, resolução analítica
de problemas, determinação de objetivos e processos racionais de troca.
Líder Trasacional
Recompensa contingente: Negocia recompensas pelo desempenho.
Administração por exceção (ativa): Observa desvios e corrige.
Adm. Por exceção (passiva): Intervêm apenas quando resultados não são alcançados.
Laissez - faire: adbica de responsabilidade, evita decisões.
Líder Transformacional
Influência idealizada - Carisma: Dá visão e sentido da missão, estimula orgulho.
Inspiração: Comunica altas expectativas e foca esforços.
Estímulo Intelectual: Promove inteligência, racionalidade.
Consideração individualizada: Dá atenção individual, personalizada.
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Slides -Liderança
Liderança
• Poderes
• Atividades (Fred Luthans) • TEORIAS
• Papéis (Mintzberg) ‒ Teoria dos Traços de Personalidade
‒ Teorias dos Estilos de Liderança (Comportamentais)
• Habilidades Gerenciais (Katz) o Teoria X e Y (McGregor)
o Três Estilos (White e Lippitt)
o Estudos da Universidade de Michigan (Likert)
o Estudos da Universidade de Ohio
o Visão Bidimensional – Grade Gerencial (Blake e
Mouton)
‒ Teorias Situacionais
o Continuum de Liderança (Tannenbaum e Schmidt)
o Modelo de Fiedler
o Modelo de Hersey & Blanchard
o Transacional x Transformacional x Carismática
o Teoria 3D (Reddin)
o Teoria do Caminho–Meta (House)
1
Liderança
• Visão moderna: é a capacidade de influenciar o
comportamento de outra pessoa através da adesão da
mesma a um princípio, a uma meta ou a uma
determinada missão.
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Liderança – visão moderna
• É uma qualidade pessoal singular?
‒ Não. As características que levam uma pessoa a ser pessoa
aceita como líder em um grupo são limitadas a este grupo.
• É manipulação?
‒Não. Uma liderança autêntica deve ter como fundamentos a
ética e a confiança.
• McGregor: processo social complexo, produto de inúmeros fatores.
‒as motivações dos liderados – atendimento das expectativas do
grupo de liderados;
‒a tarefa ou missão – sem missão, não há liderança; apenas
influência ou popularidade;
‒o líder – pessoa com certos traços de personalidade, motivações
e habilidades;
‒a conjuntura – contexto, meio organizacional.
3
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Poderes do líder
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Poderes, Atividades, Habilidades e Papéis
• Henry Mintzberg – 10 papéis em 3 categorias
1 - Papéis interpessoais (relacionamento):
a) Figura de proa – símbolo, representante, R.P.
b) Líder – relação de influência.
c) Ligação – facilita a relação intra e entre áreas.
2 - Papéis de informação:
a) Monitor – lidar com informações de diversas fontes.
b) Disseminador – transferência de informações de fora (ambiente) para dentro
da organização.
c) Porta-voz – transmissão para fora (ambiente).
3 - Papéis de decisão:
a) Empreendedor (entrepreneur) – iniciador
b) Solucionador de problemas
c) Negociador – com pessoas ou outras organizações.
d) Administrador (alocador) de recursos 7
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Teorias dos Estilos de Liderança (Comportamentais)
A partir da década de 40
Estilos X e Y - McGregor
• Também é uma teoria motivacional – filosofia do gestor
baseada em um conjunto de crenças sobre as pessoas.
Visão X Visão Y
As pessoas são esforçadas e gostam
As pessoas são ingênuas, de ter o que fazer; procuram e
preguiçosas e sem iniciativa; aceitam responsabilidades e
evitam trabalho e desafios; podem ser automotivadas
responsabilidade; precisam ser e autodirigidas; são criativas e
controladas e dirigidas. competentes.
11
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14
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4 Estilos de Liderança – Likert
• Analisou quatro fatores da administração (processo de decisão,
comunicações, relacionamento interpessoal e sistemas de
recompensas e punições) e definiu uma escala com quatro
estilos de liderança:
‒1. Autoritário coercitivo
‒2. Autoritário benevolente
‒3. Consultivo
‒4. Participativo
15
16
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17
Quatro tipos de
estilos, a partir das
duas dimensões.
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Visão Bidimensional (Blake e Mouton)
• Liderança orientada para a
tarefa (trabalho, produção)
e para as pessoas.
‒ Tarefas e Pessoas não
são polos opostos, mas
limites (dimensões) de
um mesmo território;
• O líder pode combinar os
dois estilos em seu
comportamento, ou
enfatizá-los
simultaneamente.
19
20
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Teorias Situacionais
Continuum de Liderança (Tannenbaum e Schmidt)
• Três forças (fatores situacionais):
no líder (experiência,
personalidade); nos subordinados
(responsabilidade, habilidades);
e forças na situação (complexidade
do ambiente e situações gerais).
22
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Teorias Situacionais: Modelo de Fiedler
24
Maturidade do
seguidor
x
Uso da autoridade
pelo líder
25
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Teoria 3D - Reddin
• O gerente deve buscar a eficácia = atingir resultados em
diferentes situações;
‒ Não há um estilo ideal - cada situação
requer uma estratégia própria.
Teoria 3D - Reddin
• Os quatro estilos básicos têm um equivalente mais eficaz e
outro menos eficaz.
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Teoria 3D - Reddin
Eficaz Não Eficaz
Transigente: tolerante com algumas
Líder Executivo: voltado para resultados e atitudes ou comportamentos na equipe,
Integrado pessoas, é desafiador. correndo riscos de assumir atitudes
ambíguas, sem transmitir confiança.
Promotor: enfatiza comunicações livres, Missionário: tende a evitar conflitos,
Líder desenvolvimento de talentos, trabalho postura agradável e sociável, dependente
Relacionado eficaz em equipe e transmissão irrestrita dos outros, não tem o foco na produção e
de confiança. nos resultados.
Autocrata Benevolente: age com
Autocrata: agressividade, independência,
Líder energia, autoridade, comprometido com
ambição, iniciador - fixa tarefas e cobra
Dedicado qualidade, demonstra iniciativa e
resultados.
atitudes paternalistas.
Burocrata: segue ordens, é confiável,
Desertor: segue regulamentos, sem
lógico, com autocontrole, imparcial e
Líder envolvimentos, não emite opiniões ou
justo em suas análises e decisões,
Separado eficiente na manutenção de sistemas e
expressa posições, não coopera, não se
comunica com a equipe.
rotinas.
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Transacional x Transformacional x Carismático
Líder Transacional
Recompensa contingente: negocia recompensas pelo desempenho
Administração por exceção (ativa): observa desvios e corrige
Adm. por exceção (passiva): intervém apenas quando resultados não são
alcançados
Laissez-faire: abdica de responsabilidade, evita decisões
Líder Transformacional
Influência idealizada - carisma: dá visão e sentido da missão, estimula orgulho
Inspiração: comunica altas expectativas e foca esforços
Estímulo intelectual: promove inteligência, racionalidade
Consideração individualizada: dá atenção individual, personalizada
Líder Carismático
32
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Administração
1. GESTÃO DO DESEMPENHO
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•• de produção: informações objetivas sobre vendas, unidades produzidas, lucro etc.
•• pessoais: rotatividade, absenteísmo, reclamações, elogios etc.
•• subjetivos: perguntas qualitativas referentes ao comportamento, atitude, iniciativa,
liderança.
•• administração por objetivos: se o funcionário atingiu as metas e objetivos traçados
diretamente com seu superior.
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Administração – Gestão do Desempenho – Prof. Rafael Ravazolo
1.2.1 Relatórios
São procedimentos simples, nos quais os chefes são solicitados a dar um parecer sobre
o desempenho de seus subordinados. É rápido e favorece a livre expressão, porém são
incompletos e subjetivos, tornando difícil compilar os dados e gerar resultados mensuráveis.
São fáceis de planejar e de compreender, permitem uma visão gráfica e global dos fatores de
avaliação envolvidos, permitem a comparação de resultados de vários funcionários.
Entretanto, podem ser superficiais e subjetivos (produzindo efeito de generalização das notas
– Halo), limitam os fatores de avaliação (sistema fechado, rígido), não há participação ativa do
funcionário e apenas o desempenho passado é analisado.
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Seu objetivo é eliminar a superficialidade, a generalização (efeito halo) e a subjetividade, tirando
a influência pessoal do avaliador. Além disso, não requer treinamento para sua aplicação.
Seus pontos fracos são a complexidade no planejamento e na construção do instrumento;
não proporciona uma visão global dos resultados; não provoca retroação nem permite
comparações; é pouco conclusiva e não há participação ativa do avaliado.
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1 2 3 4 5
Acata ordens. X
Obedece regras. X
Aceita críticas construtivas. X
Coopera com os colegas. X
Produtividade. X
Conhecimento técnico. X
Comunicação. X
É uma forma simples de avaliar, porém burocratizada, trata as pessoas como homogêneas.
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1.3 Métodos modernos de avaliação
O foco da avaliação deixa de estar nas atitudes passadas e passa a focar no futuro.
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Administração – Gestão do Desempenho – Prof. Rafael Ravazolo
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Contraste: esse efeito tem 2 distintas visões na literatura.
1. as características de uma pessoa são contrastadas com as de outra, em vez de comparadas
aos padrões de desempenho estabelecidos. Exemplo: o chefe acaba de fazer a avaliação
de um funcionário muito bem quisto. O próximo a ser avaliado será prejudicado, pois o
anterior foi excelente.
2. o chefe usa a percepção que tem de si mesmo como padrão de referência para observar o
desempenho dos servidores. Se os funcionários são diferentes dele (contraste), serão mal
avaliados; se forem parecidos com ele (semelhança), serão bem avaliados.
Expectação: é a tendência de criar ou encontrar em outra situação ou indivíduo aquilo que
realmente você espera num primeiro momento. O chefe “cria uma imagem” daquela pessoa e
depois fica procurando argumentos para tornar a imagem real.
1.5 Feedback
Dar e receber feedback (retorno, realimentação) constitui uma das habilidades interpessoais
imprescindíveis ao funcionamento produtivo de um grupo humano em qualquer contexto.
O feedback é uma característica marcante do processo de avaliação de desempenho, pois
informa de forma objetiva e frequente sobre o desempenho de uma pessoa. Tanto o feedback
positivo – elogios – como o negativo – críticas – devem ser exercitados, para fazer com que
as pessoas entendam como estão em relação ao seu trabalho ou ao seu comportamento,
permitindo, assim, que reflitam sobre sua atuação e adotem ações de melhoria.
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Administração – Gestão do Desempenho – Prof. Rafael Ravazolo
1.6 Punições
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Administração
1. CONTROLE
O controle é algo universal: todas as atividades humanas fazem uso de algum tipo controle,
consciente ou inconscientemente.
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Nas organizações, o controle abrange todos os níveis organizacionais:
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Administração – Controle Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo
2. avaliação/mensuração do desempenho;
4. ação corretiva.
O controle deve ser visto como um processo sistêmico, no qual cada etapa influencia e é
influenciada pelas demais.
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Administração
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2. Executar (DO)
•• Treinar as pessoas;
•• Executar as tarefas exatamente como foi previsto na etapa de planejamento;
•• Coletar os dados para verificação do processo.
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Administração – Ciclo PDCA – Prof. Rafael Ravazolo
Ciclo PDCA
• Questões comuns:
‒Conceitos gerais;
‒Para que é usado;
‒Diferenciação dos elementos de cada fase.
1
Ciclo PDCA
• Nomes comuns: ciclo ou roda de Shewhart,
de Deming, de melhoria contínua,
de controle. Inspeção Especificação
• Filosofia básica:
‒Kaizen = melhoria contínua Produção
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Ciclo PDCA
Ciclo PDCA
1) Planejar (PLAN): estudar o processo e planejar a
melhoria.
‒Estabelecer objetivos e metas a serem alcançadas;
‒Definir o método para alcançar os objetivos.
o Pode ser um planejamento estratégico, um plano de ação,
um cronograma etc.
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Administração – Ciclo PDCA – Prof. Rafael Ravazolo
Ciclo PDCA
Ciclo PDCA
4) Agir corretivamente (ACT)
‒ Desvios: deve-se definir e implementar soluções e eliminar
suas causas;
‒ Tudo certo: implantar melhorias, ou seguir com o mesmo
planejamento.
‒ Pode-se, também, corrigir os padrões adotados ou qualquer
outra parte do ciclo.
• Curiosidade: Deming, na década de 80, modificou
seu PDCA para PDSA (Plan, Do, Study, Act),
pois acreditava que a palavra check
enfatizava inspeção em vez de análise.
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Administração
1.1. Indicadores
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Os indicadores possuem duas funções básicas: a primeira é descrever o estado real dos
acontecimentos e o seu comportamento; a segunda é analisar as informações presentes com
base nas anteriores de forma a realizar proposições valorativas.
Dessa forma os indicadores servem para:
•• mensurar os resultados e gerir o desempenho;
•• embasar a análise crítica dos resultados obtidos e do processo de tomada decisão;
•• contribuir para a melhoria contínua dos processos organizacionais;
•• facilitar o planejamento e o controle do desempenho; e
•• viabilizar a análise comparativa do desempenho da organização e do desempenho de
diversas organizações atuantes em áreas ou ambientes semelhantes.
Com o objetivo de mensurar o desempenho, ou seja, aquilo que se deve realizar para se
produzir um resultado significativo no futuro, o Gespública definiu um modelo de Cadeia de
Valor.
A Cadeia de Valor é uma
representação das atividades
de uma organização, ou seja, o
levantamento de toda a ação ou
processo necessário para gerar
ou entregar produtos ou serviços
a um beneficiário. Ela permite
melhor visualização do valor ou do
benefício agregado no processo,
sendo utilizada amplamente
na definição dos resultados e
impactos de organizações.
Os elementos da cadeia são
Insumos (inputs); Processos e
Projetos (ações); Produtos e
Serviços (outputs); e Impactos
(outcomes).
O modelo associa os elementos da cadeia às duas dimensões básicas do desempenho (esforço
e resultado) e as desdobra em seis dimensões (6 categorias de indicadores):
•• Esforço: economicidade, execução e excelência;
•• Resultado: eficiência, eficácia e efetividade.
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Administração – Indicadores – Prof. Rafael Ravazolo
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•• Indicadores de Execução – referem‐se à realização dos processos, projetos e planos de
ação conforme estabelecidos.
•• Indicadores de Excelência – é a conformidade a critérios e padrões de qualidade/excelência
para a realização dos processos, atividades e projetos na busca da melhor execução e
economicidade; sendo um elemento transversal. Indicadores e padrões de excelência
podem ser encontrados no Modelo de Excelência em Gestão Pública (MEGP).
Obs: o TCU entende que o desempenho na obtenção de um determinado resultado pode ser
medido segundo 4 dimensões de análise: economicidade, eficiência, eficácia e efetividade.
1.1.2. Classificações
Além dos 6 E’s usados pelo Gespública, há outras classificações na literatura.
O Balanced Scorecard, criado por Kaplan e Norton, organiza os objetivos estratégicos e seus
respectivos indicadores em quatro dimensões (perspectivas):
a) Finanças – os objetivos financeiros servem de foco para os objetivos e medidas das outras
perspectivas do BSC; qualquer medida selecionada deve fazer parte de uma cadeia de
relações de causa e efeito que culminam com a melhoria do desempenho financeiro.
Exemplos de indicadores: Ativo total, Custos totais, Crescimento anual, Rentabilidade do
capital próprio, Preço da ação.
b) Clientes/Mercado – é focada em como criar valor de forma sustentável e diferenciada
para os clientes, através da sua conquista, satisfação e retenção. Ex: Número de clientes,
Clientes novos, Clientes perdidos, Participação de mercado.
c) Processos Internos – identificar e criar processos internos críticos que dão suporte à
estratégia da empresa. Ex: Retrabalho; Defeitos; Emissões ao meio ambiente.
d) Aprendizado e Crescimento – como pessoas, tecnologia e clima organizacional se conjugam
para sustentar a estratégia. Ex: Investimento em treinamentos por funcionário, Índice de
absenteísmo, Rotatividade de empregados.
As perspectivas Financeira e de Clientes apresentam indicadores de ocorrências (lagging
indicators), ou seja, mostram o alcance de objetivos, resultados e metas (geralmente de longo
prazo). As perspectivas de Processos Internos e de Aprendizado e Crescimento representam
indicadores de tendência (leading indicators), que mostram o que está sendo feito para o
alcance dos objetivos.
Outra classificação, usada pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG),
permite separar os indicadores de acordo com a sua aplicação nas diferentes fases do ciclo de
gestão de uma política pública (antes, durante ou depois de sua implementação):
•• Insumo (antes): são indicadores que têm relação direta com os recursos a serem alocados,
ou seja, com a disponibilidade dos recursos humanos, materiais, financeiros e outros a
serem utilizados pelas ações de governo. Ex: médicos/mil habitantes e gasto per capita
com educação.
•• Processo (durante): são medidas que traduzem o esforço empreendido na obtenção dos
resultados, ou seja, medem o nível de utilização dos insumos alocados. Ex: percentual de
atendimento de um público-alvo, percentual de liberação dos recursos financeiros.
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•• Produto (depois): medem o alcance das metas físicas - entregas de produtos ou serviços ao
público-alvo. Ex: quilômetros de estrada entregues, crianças vacinadas.
•• Resultado (depois): expressam, direta ou indiretamente, os benefícios no público-alvo
decorrentes das ações empreendidas no contexto de uma dada política e têm particular
importância no contexto de gestão pública orientada a resultados. Ex: taxas de morbidade
(doenças), taxa de reprovação escolar e de homicídios.
•• Impacto (depois): possuem natureza abrangente e multidimensional, têm relação com a
sociedade como um todo e medem os efeitos das estratégias governamentais de médio e
longo prazos. Na maioria dos casos estão associados aos objetivos setoriais e de governo.
Ex: Índice Gini de distribuição de renda e PIB per capita.
Outros tipos:
Indicadores Estratégicos – informam o “quanto” a organização se encontra na direção da
consecução de sua visão. Refletem o desempenho em relação aos fatores críticos para o êxito.
Indicadores de Capacidade – medem a capacidade de resposta de um processo através da
relação entre saídas produzidas por unidade de tempo.
Indicadores de Produtividade – medem a proporção de recursos consumidos com relação às
saídas dos processos (eficiência). Permitem uma avaliação do esforço empregado para gerar
os produtos e serviços. Devem andar lado a lado com os de Qualidade (resultado), para que
ocorra o equilíbrio necessário ao desempenho global da organização. Uma unidade quantifica
os recursos consumidos (gastos) e a outra quantifica os resultados produzidos. O resultado
indicará o quanto está sendo consumido ou utilizado para cada unidade produzida, entregue
ou realizada.
Indicadores de Qualidade – focam as medidas de satisfação dos clientes e as características do
produto/serviço (eficácia). Medem como o produto ou serviço é percebido pelos usuários e a
capacidade do processo em atender os requisitos desses usuários. Podem ser aplicados para a
organização como um todo, para um processo ou para uma área.
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Existe certa confusão sobre o significado de índice e indicador, os quais muitas vezes são
erroneamente utilizados como sinônimos. Um indicador pode ser um dado individual, ou
um agregado de vários dados (qualitativos ou quantitativos) que permite a obtenção de
informações sobre uma dada realidade. Um índice é o valor numérico que representa a correta
interpretação da realidade; é o valor agregado final do procedimento de cálculo.
Ex: indicador Produtividade; fórmula = toneladas/hora; índice = 10
•• Padrão de comparação (referência): índice arbitrário e aceitável para uma avaliação
comparativa;
•• Meta: é uma expressão numérica que representa o estado futuro de desempenho desejado.
As metas contêm uma finalidade, um valor e um prazo. São os valores que o resultado do
indicador procura igualar ou superar.
Objetivo X Meta: Objetivo é a descrição genérica daquilo que se pretende alcançar. Meta é a
definição em termos quantitativos, específicos, com um prazo determinado.
O Gespública define, também, algumas propriedades que caracterizam uma boa medida de
desempenho
•• Seletividade ou importância: fornece informações sobre as principais variáveis estratégicas
e prioridades definidas de ações, produtos ou impactos esperados;
•• Simplicidade, clareza, inteligibilidade e comunicabilidade: os indicadores devem ser simples
e compreensíveis, capazes de levar a mensagem e o significado. Os nomes e expressões
devem ser facilmente compreendidos e conhecidos por todos os públicos interessados;
•• Representatividade, confiabilidade e sensibilidade: capacidade de demonstrar a mais
importante e crítica etapa de um processo, projeto etc. Deve expressar bem a realidade
que representa ou mede. Os dados devem ser precisos, capazes de responder aos objetivos
e coletados na fonte de dados correta e devem refletir tempestivamente os efeitos
decorrentes das intervenções;
•• Investigativos: os dados devem ser fáceis de analisar, sejam estes para registro ou para
reter informações e permitir juízos de valor;
•• Comparabilidade: os indicadores devem ser facilmente comparáveis com as referências
internas ou externas, bem como séries históricas de acontecimentos;
•• Estabilidade: procedimentos gerados de forma sistemática e constante, sem muitas
alterações e complexidades, uma vez que é relevante manter o padrão e permitir a série‐
histórica;
•• Custo‐efetividade: projetado para ser factível e economicamente viável. Os benefícios
em relação aos custos devem satisfazer todos os outros demais níveis. Nem todas as
informações devem ser mensuradas, é preciso avaliar os benefícios gerados em detrimento
do ônus despendido.
Na visão da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), publicada
pelo MPOG, um bom indicador deve apresentar três propriedades: relevância para a
formulação de políticas, adequação à análise e mensurabilidade.
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Outra classificação do próprio MPOG separa as propriedades dos indicadores em dois grupos
distintos:
1. Propriedades Essenciais:
•• Utilidade: devem basear-se nas necessidades dos decisores; ser úteis para a tomada de
decisões, seja no nível operacional, tático ou estratégico;
•• Validade: capacidade de representar, com a maior proximidade possível, a realidade que se
deseja medir e modificar;
•• Confiabilidade: ter origem em fontes confiáveis, que utilizem metodologias reconhecidas e
transparentes de coleta, processamento e divulgação;
•• Disponibilidade: os dados básicos para seu cômputo devem ser de fácil obtenção. Devem
estar disponíveis no momento da apuração do indicador, de forma que seja garantida a
oportunidade da intervenção do gestor público para corrigir ou alterar uma situação
2. Propriedades Complementares:
•• Simplicidade: fácil obtenção, construção, manutenção, comunicação e entendimento pelo
público em geral, interno ou externo;
•• Clareza: pode ser simples ou complexo, mas é imprescindível que seja claro, atenda à
necessidade do decisor e que esteja adequadamente documentado;
•• Sensibilidade: capacidade de refletir tempestivamente as mudanças decorrentes das
intervenções realizadas;
•• Desagregabilidade: capacidade de representação regionalizada de grupos
sociodemográficos, considerando que a dimensão territorial se apresenta como um
componente essencial na implementação de políticas públicas;
•• Economicidade: capacidade de ser obtido a custos módicos;
•• Estabilidade: capacidade de estabelecimento de séries históricas estáveis que permitam
monitoramentos e comparações das variáveis de interesse, com mínima interferência
causada por outras variáveis;
•• Mensurabilidade: capacidade de alcance e mensuração quando necessário, na sua versão
mais atual, com maior precisão possível e sem ambiguidade;
•• Auditabilidade (rastreabilidade): qualquer pessoa deve sentir-se apta a verificar a boa
aplicação das regras de uso dos indicadores (obtenção, tratamento, formatação, difusão,
interpretação).
1.1.4. Complexidade
Segundo o MPOG, os indicadores podem ser:
•• Analíticos: são aqueles que retratam dimensões sociais específicas. Pode-se citar como
exemplos a taxa de evasão escolar e a taxa de desemprego;
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•• Sintéticos: também chamados de índices, sintetizam diferentes conceitos da realidade
empírica, ou seja, derivam de operações realizadas com indicadores analíticos e tendem
a retratar o comportamento médio das dimensões consideradas. Diversas instituições
nacionais e internacionais divulgam indicadores sintéticos, sendo exemplos o PIB, IDEB, IPC
e o IDH.
De acordo com o TCU, indicadores Simples representam um valor numérico (uma unidade de
medida) atribuível a uma variável. Exemplo: números de alunos matriculados no ensino médio;
número de novos postos de trabalhos criados. Indicadores Compostos, por sua vez, expressam
a relação entre duas ou mais variáveis. Indicadores simples, portanto, podem ser combinados
de forma a obter uma visão ponderada e multidimensional da realidade, gerando indicadores
complexos (também chamados de agregados, pois são o resultado da composição de diversos
indicadores, cada um com o seu grau de importância ou de representatividade).
1.1.6. Limitações
Segundo o MPOG, diversas limitações devem ser consideradas no uso de indicadores.
A medição interfere na realidade a ser medida – a coleta de informações que subsidiarão
decisões superiores altera o contexto no qual as informações são coletadas, interferindo nos
resultados obtidos.
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Administração – Indicadores – Prof. Rafael Ravazolo
Parcimônia e confiança são necessárias – deve-se buscar uma maior aproximação entre a
fonte primária de informações (ex: professores, policiais, bancários) e as instâncias decisórias
superiores, para que o processo de aferição seja confiável, subsidiando efetivamente os últimos
sem sobrecarregar os primeiros, numa relação de parcimônia e confiança.
Não se deve subestimar o custo da medição – medições efetivas envolvem significativos custos,
principalmente pelo tempo requerido dos atores envolvidos na concepção, planejamento e
implementação dos indicadores.
A medição não constitui um fim em si mesmo – deve-se tomar o cuidado para que os indicadores
não interfiram negativamente no desempenho da organização, seja pelo consumo de recursos
das áreas fins, seja pela supervalorização dos indicadores por parte dos decisores.
Indicadores são representações imperfeitas e transitórias – não se deve confiar cega e
permanentemente nas medidas. Periodicamente, é bom realizar uma avaliação crítica acerca
da pertinência dos indicadores selecionados, considerando ainda que, a todo tempo, surgem
modelos aperfeiçoados baseados em novas teorias.
O indicador e a dimensão de interesse não se confundem - deve-se atentar que o indicador
apenas aponta, assinala, indica como o próprio nome revela.
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Direito Administrativo
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Direito Administrativo
Licitações e Contratos
Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de
pregão, que será regida por esta Lei.
Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo,
aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo
edital, por meio de especificações usuais no mercado.
Art. 21. Compete à União:
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XI – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de
telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação
de um órgão regulador e outros aspectos institucionais;
XII – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de
água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras
nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
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Licitações e Contratos
GESTÃO DE CONTRATOS
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Acompanhamento e Fiscalização
Conclusão
A área de gestão, então, terá uma visão macro, fará um gerenciamento geral.
Mas o acompanhamento pontual será sempre do fiscal, com responsabilidade própria e exclu-
siva.
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Direito Administrativo
Casos especiais:
a) Repartições sediadas no exterior:
Art. 123. Em suas licitações e contratações administrativas, as repartições sediadas no exterior
observarão as peculiaridades locais e os princípios básicos desta Lei, na forma de regulamentação
específica.
Casos especiais:
b) Empresas públicas (E.P.) e Sociedade de Economia Mista (S.E.M.)
Regra: submetem-se a lei 8.666/93 – art. 173, §1º da CF.
Exceção1: para contratação de bens e serviços que constituam sal atividade FIM.
Exceção2: Petrobras – STF – utiliza o Regulamento de Procedimento licitatório Simplificado –
Decreto 2.745/98 c/c art. 67 da Lei 9.478/97)
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Casos especiais:
c) Entidades Paraestatais:
•• Não integram a administração pública em sentido formal;
•• Portanto, não precisam licitar;
•• Mas os S.S.A. (serviços sociais autônomos) devem respeitar os princípios da administração
pública para suas contratações – TCU
•• Sofre o controle do TCU.
Finalidades da Licitação
a) Selecionar a proposta mais vantajosa para a administração = melhor relação custo/
benefício;
b) Assegurar a observância do princípio constitucional da isonomia promovendo a competição;
c) Promover o desenvolvimento sustentável no país.
PRINCÍPIOS
1) Legalidade
•• Na administração não há liberdade nem vontade pessoal, pois a ela só é permitido fazer o
que a lei autoriza;
•• Chamada de vontade legal.
2) Impessoalidade
•• Impõe ao administrador a busca do interesse público;
•• Diretamente ligado ao princípio da isonomia e do julgamento objetivo.
3) Igualdade ou Isonomia
•• Veda o estabelecimento de condições que impliquem preferência em favor de licitantes em
detrimento dos demais;
•• Veda as discriminações injustificadas;
•• São vedadas cláusulas e condições que frustrem o caráter da licitação.
3) Igualdade ou Isonomia
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
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Direito Administrativo – Licitações – Lei 8.666/93 – Prof. Cristiano de Souza
4) Moralidade
•• Conduta pautada na moral jurídica;
•• Exigência de atuação ética dos agentes envolvidos
5) Publicidade
•• Requisito de eficácia dos contratos oriundos de licitação;
Art. 61. Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos
na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela
Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de
vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto
no art. 26 desta Lei.
•• Os atos do procedimento licitatório serão públicos, salvo quanto ao sigilo das propostas,
até a abertura dos envelopes;
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6) Adjudicação Compulsória
•• Significa entregar o bem ao vencedor da licitação;
•• Mas, a administração não está obrigada a convocar o vencedor para celebrar o contrato;
8) Julgamento objetivo
A apreciação das propostas ocorre segundo critérios objetivos que devem estar definidos no
instrumento convocatório;
8) Julgamento objetivo
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável
pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente
estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de
maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
§ 1º – Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso:
I – a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a
Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo
com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;
II – a de melhor técnica;
III – a de técnica e preço.
IV – a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de
uso.
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Administração Financeira e Orçamentária
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Administração Financeira
Introdução
AFO
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Apresentação da disciplina de AFO/Direito Financeiro
Legislação aplicável
•• CRFB/88 (Arts. 165 a 169);
•• Lei nº 4.320/1964
•• (Institui normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e
balanços da U, E, DF e M.)
•• LC nº 101/2000 (LRF)
Orçamento na CF/88
Orçamento na CF/88
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I – o plano plurianual (PPA);
II – as diretrizes orçamentárias (LDO);
www.acasadoconcurseiro.com.br 817
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração
pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente,
orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação
tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados,
da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos
pelo Poder Público.
§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano
plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério
populacional.
(Orçamentos Fiscal e de Investimentos compatibilizados com o PPA).
§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à
fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita,
nos termos da lei.
(Princípio da Exclusividade)
Tópico: Princípios Orçamentários
§ 9º Cabe à lei complementar:
I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do
plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
Atualmente, utiliza-se a Lei nº 4.320/1964.
CRFB/88 (Art. 166)
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma
do regimento comum.
§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas
apresentadas anualmente pelo Presidente da República;
818 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Aplicável: Arts. 165 a 169 da CRFB – Administração Financeira – Prof. Fábio Furtado
www.acasadoconcurseiro.com.br 819
II – a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos
orçamentários ou adicionais;
Alguns chamam de Princípio da Quantificação dos Créditos Orçamentários.
Fica claro que a LOA fixa a despesa, isto é, estabelece um limite para gastos.
III – a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade
precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
É a chamada REGRA DE OURO DAS FINANÇAS PÚBLICAS.
Empréstimos não devem financiar despesas correntes, mas sim despesas de capital.
IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição
do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de
recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do
ensino e para realização de atividades da administração tributária...e a prestação de garantias
às operações de crédito por antecipação de receita...
(Princípio da Não Afetação ou Não Vinculação de Receitas)
V – a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem
indicação dos recursos correspondentes;
Já que vai alterar a LOA, modificando a estrutura dos créditos orçamentários originais, é lógico
que deve ter autorização legislativa. A indicação de recursos é importante para que não ocorra
desequilíbrio fiscal.
VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de
programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
Já que vai alterar a LOA, modificando a estrutura dos créditos orçamentários originais, é lógico
que deve ter autorização legislativa.
VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
Fica claro que a LOA fixa a despesa, isto é, estabelece um limite para gastos.
IX – a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.
Fundos Orçamentários somente podem ser criados por Lei.
X – a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por
antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras,
para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios
§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado
sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime
de responsabilidade.
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele
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Legislação Aplicável: Arts. 165 a 169 da CRFB – Administração Financeira – Prof. Fábio Furtado
exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento
do exercício financeiro subsequente.
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade
pública, observado o disposto no art. 62
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I – relativa a:
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e
suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem
os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a
prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta.
(Uma das exceções ao Princípio da Não Afetação ou Não Vinculação de Receitas)
Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos
suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério
Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos,
na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.
A Fazenda Pública, ou seja, o Tesouro deve enviar para os órgãos até o dia 20 de cada mês
os recursos financeiros (dinheiro) para que estes possam pagar o que gastaram dos créditos
orçamentários.
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
Art. 19 da LRF ( LC nº 101/2000):
União: até 50% da RCL;
Outros (E, DF e M): até 60% da RCL.
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo
fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios adotarão as seguintes providências:
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança;
II - exoneração dos servidores não estáveis.
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para
assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o
servidor estável poderá perder o cargo...
www.acasadoconcurseiro.com.br 821
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização
correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto,
vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo
prazo de quatro anos.
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos,
empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou
contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou
indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas:
I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de
pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
II – se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas
públicas e as sociedades de economia mista.
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Administração Financeira
Orçamento Público
Conceito
•• Lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo,
•• aprovada pelo Poder Legislativo,
•• Que estima receitas e fixa despesas
•• para um determinado exercício financeiro.
CUIDADO! Incorreto:
•• Lei de iniciativa do Chefe do Poder Legislativo,
•• Que fixa receitas e fixa despesas
Observação: Podemos considerar como correto:
•• Que estima receitas e estima despesas
LOA
Despesas Fixadas
Receitas Previstas (Créditos Orçamentários)
Tributárias 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900
Exercício Financeiro
Art. 34 da Lei nº 4.320/64:
O exercício financeiro coincide com o ano civil.
1º jan I----------------------------------------I 31/12
CUIDADO! Incorreto:
O exercício financeiro coincide com o ano comercial.
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Conceito:
O exercício financeiro é o período no qual o orçamento estará em vigor.
É o período em que estaremos arrecadando as receitas previstas e empenhando, gastando, as
despesas fixadas (créditos orçamentários).
1º jan I-----------------------------------------I 31/12
período de execução do orçamento público
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Administração Financeira
Planejamento e Orçamento na
Constituição Federal de 1988: PPA, LDO e LOA.
www.acasadoconcurseiro.com.br 825
PPA – Plano Plurianual (Art. 165, § 1º CF de 1988)
Palavras chaves:
Regionalizada; Diretrizes, Objetivos e Metas; Despes as de Capital e decorrentes; Programas de
Duração Continuada.
CUIDADO!
Termos corretos:
Regionalizada; Diretrizes, Objetivos e Metas; Despesas de Capital e decorrentes; Programas de
Duração Continuada.
Termos incorretos:
Setorial; Metas e Prioridades; Despesas Correntes; Programas para o exercício financeiro
subsequente.
CUIDADO!
Termos corretos:
Metas e Prioridades; Despesas de Capital; LOA; Legislação Tributária; Agências Financeiras
Oficias de Fomento.
Termos incorretos:
Diretrizes, Objetivos e Metas; Despesas Correntes; PPA; Legislação Societária; Agências
Bancárias.
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Administração Financeira – Planejamento e Orçamenteo da Constituição Federal de 1988: PPA, LDO e LOA – Prof.
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Administração Financeira
Prazos para a União (Art. 35,§ 2º do ADCT) e Envio (do Executivo para o
Legislativo)
PPA
•• Até 4 meses antes do encerramento do 1º exercício financeiro.
•• (até 31/08) 1º jan I-------------------------------I-----------------I 31/12
31/08
LDO
•• Até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro.
•• (até 15/04) 1º jan I--------------I----------------------------------I 31/12
15/04
LOA
•• Até 4 meses antes do encerramento do exercício financeiro.
•• (até 31/08) 1º jan I-------------------------------I----------------I 31/12
31/08
Prazos para a União (Art. 35,§ 2º do ADCT) e Devolução (do Legislativo para o
Executivo)
PPA
Até o encerramento da sessão legislativa.
(até 22/12) 02/02 I--------------I 17/07 01/08 I-------------I 22/12
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LDO
Até o encerramento do 1º período da sessão legislativa.
(até 17/07) 02/02 I--------------I 17/07 01/08 I-------------I 22/12
LOA
Até o encerramento da sessão legislativa.
(até 22/12) 02/02 I--------------I 17/07 01/08 I-------------I 22/12
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Administração Financeira
Princípios Orçamentários
•• Legalidade
•• Universalidade
•• Periodicidade (Anualidade)
•• Exclusividade (Art. 165, § 8º da CF/88)
•• Orçamento Bruto
•• Publicidade
•• Equilíbrio
•• Não Afetação de Receitas (de impostos)
•• Especificação (Especificidade, Especialização, Discriminação)
•• Unidade ou Totalidade
Legalidade
Apresenta o mesmo fundamento do princípio da legalidade aplicado à administração pública,
segundo o qual cabe ao Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei
expressamente autorizar, ou seja, se subordina aos ditames da lei. A Constituição Federal
de 1988, no art. 37, estabelece os princípios da administração pública, dentre os quais o
da legalidade e, no seu art. 165, estabelece a necessidade de formalização legal das leis
orçamentárias:
“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais.”
LOA
Despesas Fixadas
Receitas Previstas (Créditos Orçamentários)
Tributárias 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de Terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900
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Princípio da Universalidade
Lei nº 4.320/64:
Art. 3º A Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito
autorizadas em lei.
[...]
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da
administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto
no artigo 2º.
LOA
CRFB/88:
Art. 165, § 5º. A lei orçamentária anual compreenderá ...
Lei nº 4.320/64:
Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.
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Princípios Orçamentários – Administração Financeira – Prof. Fábio Furtado
LOA
Despesas Fixadas
Receitas Previstas (Créditos Orçamentários)
Tributárias 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de Terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900
Lei nº 4.320/64:
Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas
quaisquer deduções.
Despesas Fixadas
Receitas Previstas (Créditos Orçamentários)
Tributárias IPVA 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de Terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 TTC 350
Total “Cartão de Crédito” 900
Princípio da Publicidade
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Equilíbrio
LOA
Despesas Fixadas
Receitas Previstas (Créditos Orçamentários)
Tributárias IPVA 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de Terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 Obras e Instalações 200
Total “Cartão de Crédito” 1.100
CRFB/88:
Art. 167. São vedados:
IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição
do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de
recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento
do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado,
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações
de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º
deste artigo;
Art. 167, § 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se
referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para
a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta.
Despesas Fixadas
Receitas Previstas (Créditos Orçamentários)
Tributárias IPVA 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de Terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 TTC 350
Total “Cartão de Crédito” 900
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Princípios Orçamentários – Administração Financeira – Prof. Fábio Furtado
Princípio da Especificação
Lei nº 4.320/64:
Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente
a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras,
ressalvado ...
LOA
Reserva de Contingência
Conceito
Dotação global, genérica, destinada a quitar passivos contingentes, tais como:
Demanda Judicial de uma Empresa Estatal Dependente;
Calamidade Pública.
Serve também para cobrir riscos orçamentários, isto é, risco de erro de planejamento
orçamentário quando utilizada como fonte de recursos para abertura de créditos adicionais
suplementares e especiais.
Art. 5º da LRF:
A LOA conterá RESERVA DE CONTINGÊNCIA cujo montante será calculado na LDO (no Anexo de
Riscos Fiscais)
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Princípio da Unidade
CRFB/88:
Art. 165, § 5º – A lei orçamentária anual compreenderá:
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados,
da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos
pelo Poder Público.
Previsto, de forma expressa, pelo caput do art. 2º da Lei nº 4.320/64, determina a existência
de orçamento único para cada um dos entes federados – União, Estados, DF e Municípios –
com a finalidade de se evitarem múltiplos orçamentos paralelos dentro de uma mesma pessoa
política.
Dessa forma, todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exercício financeiro,
devem integrar um único documento legal dentro de cada esfera federativa: a Lei Orçamentária
Anual – LOA*.
•• Cada pessoa política da federação elaborará sua própria LOA.
Princípio da Exclusividade
CRFB/88:
Art. 165, § 8º – A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita
e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos
termos da lei.
LOA
Exemplo:
“Art. xx. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir créditos suplementares, até o limite de trinta
por cento do total da despesa fixada nesta Lei, para transposição, remanejamento ou transferência
de recursos, criando, se necessário, fontes de recursos, modalidades de aplicação, elementos
de despesa e subtítulos, com a finalidade de suprir insuficiências dos Orçamentos Fiscal e da
Seguridade Social, respeitadas as prescrições constitucionais e os termos da Lei Federal n° 4.320, 17
de março de 1964, em seu artigo 43, § 1º incisos I, II e III e §§ 2º, 3º e 4º”.
Exemplo:
“Art. xx. Fica o Poder Executivo autorizado a contrair financiamentos com agências nacionais e
internacionais oficiais de crédito para aplicação em investimentos previstos nesta Lei, bem como
a oferecer as contragarantias necessárias à obtenção de garantia do Tesouro Nacional para a
realização destes financiamentos”.
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Princípios Orçamentários – Administração Financeira – Prof. Fábio Furtado
Exemplo:
“Art. xx. Fica o Poder Executivo autorizado a realizar operações de crédito por antecipação de
receita, com a finalidade de manter o equilíbrio orçamentário-financeiro do Município, observados
os preceitos legais aplicáveis à matéria”.
Nota do Professor
A LOA do último ano de mandato não poderá conter essa autorização. (conforme art.
38 da LRF).
Despesas Fixadas
Receitas Previstas (Créditos Orçamentários)
Tributárias IPVA 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de Terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900
Despesas Fixadas
Receitas Previstas (Créditos Orçamentários)
Tributárias IPVA 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de Terceiros 200
Operações de Crédito 200 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 Obras e Instalações 200
Total “Cartão de Crédito” 1.100
Operações de Crédito
OPERAÇÕES DE CRÉDITO = EMPRÉSTIMOS/FINANCIAMENTOS
(DÍVIDA FUNDADA)
Longo prazo, em regra.
Prazo de Amortização superior a 12 meses, em regra.
Finalidade: cobrir gasto orçamentário
(Despesa de Capital, em regra)
Art. 98 da Lei nº 4.320/64 e Art. 29 (I, III e §3º) da LRF
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ARO
OPERAÇÕES DE CRÉDITO POR ANTECIPAÇÃO DE RECEITA ORÇAMENTÁRIA (ARO)*
(Débito de Tesouraria)
(DÍVIDA FLUTUANTE)
Curto prazo (de 10/01 a 10/12)
Finalidade: cobrir insuficiência de caixa
Art. 92 da Lei nº 4.320/64 e Art. 38 da LRF
*VEDADA no último ano de MANDATO*.
Princípios Orçamentários
De acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, da STN/SOF:
•• Unidade ou Totalidade;
•• Universalidade;
•• Anualidade ou Periodicidade;
•• Exclusividade;
•• Orçamento Bruto;
•• Legalidade;
•• Publicidade;
•• Transparência;
•• Não-Vinculação (Não-Afetação) da Receita de Impostos.
Unidade ou Totalidade
Previsto, de forma expressa, pelo caput do art. 2º da Lei nº 4.320/64, determina a existência
de orçamento único para cada um dos entes federados – União, Estados, DF e Municípios –
com a finalidade de se evitarem múltiplos orçamentos paralelos dentro de uma mesma pessoa
política.
Dessa forma, todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exercício financeiro,
devem integrar um único documento legal dentro de cada esfera federativa: a Lei Orçamentária
Anual – LOA*.
* Cada pessoa política da federação elaborará sua própria LOA.
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Princípios Orçamentários – Administração Financeira – Prof. Fábio Furtado
Universalidade
Estabelecido, de forma expressa, pelo caput do art. 2º da Lei nº 4.320/64, recepcionado e
normatizado pelo § 5º do art. 165 da CF, determina que a LOA de cada ente federado deverá
conter todas as receitas e despesas de todos os poderes, órgão, entidades, fundos, e fundações
instituídas e mantidas pelo poder público.
Anualidade ou Periodicidade
Estipulado, de forma literal, pelo caput do art. 2º da Lei nº 4.320, de 1964, delimita o exercício
financeiro orçamentário: período de tempo ao qual a previsão das receitas e a fixação das
despesas registradas na LOA irão se referir.
Segundo o art. 34 da Lei nº 4.320, de 1964, o exercício financeiro coincidirá com o ano civil e,
por isso, será de 1º de janeiro até 31 de dezembro de cada ano.
Exclusividade
Previsto no § 8º do art. 165 da Constituição Federal, estabelece que a Lei Orçamentária Anual
não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa. Ressalvam-se
dessa proibição a autorização para abertura de créditos adicionais e a contratação de operações
de crédito, nos termos da lei.
Orçamento Bruto
Previsto pelo art. 6o da Lei nº 4.320, de 1964, obriga registrarem-se receitas e despesas na LOA
pelo valor total e bruto, vedadas quaisquer deduções.
Legalidade
Apresenta o mesmo fundamento do princípio da legalidade aplicado à administração pública,
segundo o qual cabe ao Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei
expressamente autorizar, ou seja, se subordina aos ditames da lei. A Constituição Federal
de 1988, no art. 37, estabelece os princípios da administração pública, dentre os quais o
da legalidade e, no seu art. 165, estabelece a necessidade de formalização legal das leis
orçamentárias:
“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais.”
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Publicidade
Princípio básico da atividade da administração pública no regime democrático está previsto pelo
caput do art. 37 da Magna Carta de 1988. Justifica-se especialmente pelo fato de o orçamento
ser fixado em lei, sendo esta a que autoriza aos Poderes a execução de suas despesas.
Nota do Professor
Assim como a maioria dos atos da Administração, as leis orçamentárias devem ser
publicadas em meio oficial de comunicação.
Transparência
Aplica-se também ao orçamento público, pelas disposições contidas nos arts. 48, 48-A e 49
da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, que determinam ao governo, por exemplo: divulgar
o orçamento público de forma ampla à sociedade; publicar relatórios sobre a execução
orçamentária e a gestão fiscal; disponibilizar, para qualquer pessoa, informações sobre a
arrecadação da receita e a execução da despesa.
Nota do Professor
A LRF determina que as informações acima deve ser disponibilizadas, para a sociedade,
em meio eletrônico de divulgação (internet).
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Princípios Orçamentários – Administração Financeira – Prof. Fábio Furtado
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Administração Financeira
Ciclo Orçamentário
Poder Executivo
(1) Elaboração
do Projeto
Poder Executivo
(3) Execução
Poder Executivo
•• Executivo – Elabora
•• Legislativo – Aprova
•• Executivo – Executa
•• Legislativo – Controla
Controle Externo
Na União: CN com auxílio do TCU;
No Estado do RJ: ALERJ com auxílio do TCERJ;
No Município do RJ: CMRJ com auxílio do TCMRJ;
No Município de Niterói: CM de Niterói com auxílio do TCERJ.
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•• TCM – Tribunal de Contas do Município:
•• Existe somente no Município do Rio de Janeiro (TCMRJ) e no Município de SP (TCMSP).
•• TC dos Municípios:
•• Em 4 Estados (BA, CE, GO, PA)
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Ciclo Orçamentário – Administração Financeira – Prof. Fábio Furtado
Tipos de Orçamento
No Orçamento Misto:
Executivo – Elabora (encaminha o Projeto de LOA para a apreciação do Poder Legislativo)
Legislativo – Aprova (recebe, aprecia, vota e devolve para o Poder Executivo)
Executivo – Executa (arrecada as receitas e empenha as despesas durante o exercício financeiro)
Legislativo – Controla (exerce o Controle Externo, com auxílio do Tribunal de Contas)
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