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Fundamentos Da Gestão Organizacional PDF
Fundamentos Da Gestão Organizacional PDF
FUNDAMENTOS
DA GESTÃO ORGANIZACIONAL
Catalogação na Publicação:
Biblioteca Universitária Mario Osorio Marques – Unijuí
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Sumário
Seção 4 – Técnicas de Dinâmicas de Grupos: o que são e para que servem? .......................75
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Conhecendo as professoras
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MARIVANE DA SILVA
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Unidade 1
Você sabe dizer quando surgiu a Administração enquanto ciência? Pesquise esse fato
(em livros, na Internet, etc.) e, com certeza, terá mais subsídios para compreender o que
vamos expor a você nesta Unidade.
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Imagem disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Frederick_Winslow_Taylor>. Acesso em 18 jan. 2008.
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Taylor freqüentou o Stevens zar determinado trabalho (em torno de 15 homens de empre-
Institute of Technology, em sas e regiões diferentes);
Hoboken, nova Jersey
(Crainer, 1999, p. 248).
2. estudar as séries de movimentos e operações de forma precisa e
os instrumentos que cada um utiliza;
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E assim surgiu o “estudo dos tempos e movimentos” que marcaria para sempre a teo-
ria da Administração. Amado por uns e odiado por outros, Taylor desenvolveu uma visão
mecanicista do trabalho, na qual considerava que a única motivação humana era o dinhei-
ro, enfatizando a visão do homos economicus. O sistema viria em primeiro lugar e a atuação
dos trabalhadores era negada. Não permitia qualquer idéia ou senso de responsabilidade
por parte dos empregados. A racionalização era levada ao extremo.
Você já ouviu falar de Ford? Pois é, todo mundo conhece esta “marca” não é mesmo?
Mas quem foi Ford, mesmo?
Ford fez de tudo. Após passar algum tempo como aprendiz de torneiro mecânico, relojoeiro e
mecânico, construiu seu primeiro carro, em 1896. Convencido do potencial comercial desse
veículo, fundou sua própria empresa em 1903 (não havia nada de diferente nisso – entre 1900 e
1908, mais de 500 empresas norte-americanas foram criadas para produzir carros). O primeiro
automóvel de Ford foi o modelo A. Um ano depois, vendia 600 veículos por mês. Em 1908, nasceu
o Modelo T da Ford. Pelo uso pioneiro de técnicas de produção em larga escala, ele produziu 15
milhões de carros Modelo T entre 1908 e 1927. A fábrica da Ford em Highland Park, Michigan,
era então a maior do mundo – mais de 14 mil pessoas trabalhavam em uma área de 23 hectares.
Ford havia almejado filiais internacionais – a primeira foi inaugurada na França, em 1908; em
1911, a empresa começou a produzir carros no Reino Unido.
Em 1919, produzia um carro por minuto. Em 1923 vendeu 2.120.898 unidades e sua
participação no mercado ultrapassava os 57%. Renunciou ao cargo de presidente em 1919,
passando-o para o seu filho. Ford ainda desenvolveu a produção em larga escala e acredita-
va na produção em massa. Por isso, defendia preço acessível e bons salários para que as
pessoas pudessem adquiri-los.
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Imagem disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Henry_Ford>. Acesso em: 18 jan. 2008.
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Imagem disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Henry_Ford#Modelo_T>. Acesso em: 17 jan. 2008.
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Imagem disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Henri_Fayol>. Acesso em: 17 jan. 2008.
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Fayol foi um engenheiro e administrador francês. Afirma Crainer (1999, p. 60) que
“...Ele estudou em Lyon, na França, e na Escola Nacional de Minas, em St. Etienne. Em
1860, formou-se engenheiro de minas e associou-se à empresa de mineração francesa
Commentry-Fourchamboult-Décazeville. Desenvolveu ali toda sua carreira e foi CEO 5 da
empresa entre 1888 e 1918”.
Paralelamente, Fayol (apud Crainer, 1999) desenvolveu sua carreira como teórico.
Colocou a Administração no centro das atenções e dizia que essa ciência era crítica e uni-
versal. Escreveu ele: “A administração desempenha uma parte muito importante no controle
dos empreendimentos; de todos, sejam grandes, pequenos, industriais, comerciais, políticos,
religiosos ou de qualquer outra natureza”.
Outra contribuição de Fayol foi propor qual seria a melhor maneira de organizar uma
empresa, e, então, indentificou seis funções necessárias a toda e qualquer organização:
técnicas, comerciais, financeiras, contábeis, de segurança e administrativas. Criava-se as-
sim, os primeiros elementos para formatar uma estrutura organizacional que, em boa medi-
da, permanecem até hoje, sendo enriquecidas por outras funções, na medida em que outros
estudos foram avançando. Para complementar a proposta, trabalhou também os processos e
os princípios da Administração científica.
5
CEO – Chief Executive Officer. É o cargo mais alto da empresa. É chamado também de presidente, principal executivo, diretor
geral, entre outros...
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Imagem disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Max_Weber>. Acesso em: 17 jan. 2008.
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Weber argumentava que a forma mais eficiente de organização parecia uma máquina, caracte-
rizada por regras, controles e hierarquias rígidos e impulsionada pela burocracia. Denominou
esse esquema “modelo racional-legal”. No extremo oposto, havia o modelo “carismático” e o
“modelo tradicional”. No modelo carismático, uma única figura dominante dirigia a organiza-
ção. Weber não aceitava esse esquema como solução de longo prazo – mais uma vez, ele foi o
primeiro a discutir esse fenômeno e a examinar suas ramificações. Independente do que dizem
Peters e Waterman, a História confirmou a visão de Weber – uma organização estruturada em
to rno de um único líder ca rismático é insustentá vel a lo ng o prazo. (.. .) A última fo rma
organizacional identificada por Weber era o modelo tradicional em que as coisas eram feitas
sempre da mesma forma, do passado até hoje – tal como ocorre nas empresas familiares, onde o
poder é transferido de uma geração à próxima (Crainer, 1999, p. 285).
Para Weber, por meio de uma administração burocrática, em que o comando está
centrado em uma única pessoa, obtém-se condições, de um ponto de vista técnico, de al-
cançar um grau mais elevado de eficiência, constituindo o meio racional mais conhecido
para exercitar o controle imperativo sobre os seres humanos. Ele escreveu: “Ela é superior a
qualquer outra forma em termos de precisão, estabilidade, agilidade, rigor de sua disciplina
e em sua confiabilidade”. Assim, era possível maior previsibilidade dos resultados, tanto
para os dirigentes quanto para aqueles que possuíam relacionamento com ela.
Mayo foi um médico australiano que teve uma carreira diversificada. Segundo Crainer:
(...) Ele estudou medicina em Londres e Edimburgo, passou um tempo na África, trabalhou em
uma gráfica em Adelaide e lecionou na Universidade de Queensland. Atuou também, após a
Primeira Guerra Mundial, na psicanálise de vítimas de bombas e chegou aos Estados Unidos em
1923, tendo ainda lecionado na Universidade da Pensilvânia antes de ir para Harvard. Foi nessa
universidade que Mayo consolidou sua contribuição de longo prazo para o pensamento empre-
sarial (1999, p. 159).
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Imagem disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Elton_Mayo>. Acesso em: 18 jan. 2008.
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O homem que até então era visto como máquina, passa a ser visto de outra forma, com
emoções e sentimentos, embora existam críticas de que o estudo da motivação também ti-
nha o fim de aumentar a produtividade e não o de apenas satisfazer os trabalhadores. A
contribuição de Mayo, junto com outros pesquisadores, foi importante e traçou um novo
rumo na teoria administrativa, ou seja, a visão de homos economicus dos tempos de Taylor,
passa a ser questionada.
REFERÊNCIAS
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Unidade 2
– Seção 1 –
Administração: Concepções
Você concorda com esta afirmação? Vamos fornecer algumas informações que permiti-
rão a reflexão sobre essa questão, bem como sobre a história da Administração.
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Para quem deseja conhecer ção sistemática, adquirindo corpo comum de conhecimento que
mais sobre o que é teoria, a tornou uma disciplina de estudo formal” (Robbins, 2005, p. 488).
indicamos as seguintes obras:
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científica; nós o fazemos de maneira ordenada, sistemática, com Inicia com uma infinidade de
conceitos inter-relacionados e
pesquisa e, possivelmente, mensurações. Além disso, também só então procura chegar a
podemos utilizar as abordagens – indutivas e dedutivas – no cam- conclusões específicas sobre a
realidade observada.
po da teoria administrativa.
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Uma relação social que, ou é fechada ou limita à admissão de forasteiros através de regras, na
medida em que essas normas ou regras são colocadas em prática pela ação de determinadas
pessoas que ocupam posições de mando ou de chefia ou por staff administrativo (Caravantes et
al, 2005, p. 42).
Neste conceito Weber não entende que uma família seja uma organização. Já Chester
Barnard tem uma percepção diferente, dado que para ele as organizações são “subsistemas
de atividades ou forças, de duas ou mais pessoas, conscientemente coordenadas” para um
objetivo comum (Caravantes et al, 2005, p. 42).
Uma das concepções mais conhecidas sobre organização, trazida por Caravantes (2005),
argumenta que:
Or ganizações sã o unida des sociais (ou grupos humano s) d eliberada ment e construídos e
reconstruídos para atingir objetivos específicos. Corporações, exércitos, escolas, hospitais, igre-
jas e prisões estão aí incluídas; tribos, classes, grupos étnicos, grupos de amizade e família estão
excluídos (p. 43).
Teoria Gerencial é uma teoria da prática; que prescreve o que fazer para chegar a um determina-
do resultado ou para evitar que uma determinada condição indesejável venha a ocorrer.
Teoria organizacional é descritiva e/ou preditiva. Ela se preocupa com aquilo que uma organiza-
ção é e o que ocorrerá sob certas espécies de arranjos interpessoais ou estruturais-interpessoais.
Ela nos diz o que é e o que será. Ela não nos diz o que fazer (p. 48).
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Hoje, entretanto, é perceptível que as abordagens não são independentes uma das
outras. Os profissionais empregam as teorias administrativas para as tomadas de decisão
nos seus esforços diários de planejar, organizar, dirigir e controlar a produtividade
organizacional.
Aquisição da
TEORIA habilidade de PRÁTICA
administrar
• Definições
• Fatos relevantes • Integração sistemática • Experiência simulada
• Conceitos da teoria e prática nos • Casos para estudo
• Técnicas meios significativos e • Participação em eventos
• Orientações úteis da administração específicos
• Palestras e seminários
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CIÊNCIA:
ARTE:
ADMINISTRAÇÃO PROFISSÃO:
Andrade e Amboni, no entanto, também argumentam que: Essa discussão é polêmica entre
os autores, mas por meio das
leituras indicadas você poderá
ter uma posição clara sobre a
Partindo do pressuposto de que arte é conseguir um resultado concepção de Administração.
desejado por meio da aplicação de habilidades, pode-se dizer que •••
a Administração é uma arte no sentido de proporcionar o desen- Outra dica de leitura para
entender a Administração
volvimento por meio do treinamento educativo das habilidades enquanto ciência é:
necessárias para que o administrador realize com desenvoltura
GRÜN, A. A sabedoria dos
as atividades nas organizações. Neste sentido, Administração é a monges na arte de liderar
pessoas. Petrópolis, RJ: Vozes,
arte de liderar pessoas e gerir recursos escassos e valiosos dentro
2006.
e fora das organizações (Andrade; Amboni, 2007, p. 8).
•••
Inexata
Falta de exatidão; que não é
Nesse sentido, Administração enquanto arte significa en- precisa.
tender que: •••
Treinamento
Particularmente a palavra
(...) o profissional do campo de Administração tem de ter a capa- Treinamento sugiro substituir
cidade/habilidade de saber fazer (arte) para traduzir todo o co- por capacitação das habilida-
des, para sermos mais
nhecimento (saber) em ações práticas que proporcionem resulta- coerentes com a concepção
dos significativos para as organizações e sociedade (p. 8). humanista.
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DRUCKER, P. F. Os novos Isso, porém, não é tudo. Como afirmamos no início desta
paradigmas da administração.
Exame, São Paulo, p. 34-53, Unidade, Administração também é profissão:
24 fev. 1999.
Paradigma = modelo.
Paradigmas são realizações
reconhecidas durante algum
tempo por uma comunidade
científica específica,
proporcionando os fundamentos
para sua prática.
Thomas Kuhn
Thomas (1992)
Kuhn
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Aproveito a explicação de Kuhn (1992) para mais uma vez lembrá-lo sobre a impor-
tância da teoria para a vida das organizações e para a sociedade.
– Seção 2 –
Administração Científica
Abordagem clássica Teoria Clássica
Escola Burocrática
Teoria Transitiva
Abordagem humana e
Escola de Relações Humanas
comportamental
Escola Comportamentalista
Abordagem estruturalista e do Escola Estruturalista
Desenvolvimento organizacional Escola do Desenvolvimento Organizacional (DO)
Escola Sistêmica
Teorias Integrativas Administração por Objetivos (APO)
Abordagem contingencial
Aprendizagem organizacional
Perspectivas contemporâneas Cultura organizacional
Outras
Quadro 1: Escala hierárquica das abordagens da Administração
Fonte: Adaptado de Andrade; Amboni (2007).
O objetivo deste Quadro é orientar seus estudos sobre a seqüência das diferentes escolas
da Administração e as abordagens correspondentes que focam especificamente as teorias.
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Toyotismo
– padronização: propiciava agilidade e redução de custos;
É um sistema japonês de
gerenciamento do modelo da
indústria automobilística do – controle altamente burocratizado;
engenheiro japonês, dos anos
50, chamado Eiji Toyoda e de
seu especialista em produção, – origem da especialização gerou a discussão dos direitos dos tra-
Taichi Ohno, que devido aos
nomes teve esta denominação. balhadores, tais como oito horas de trabalho diário e duplicou o
Neste sistema de produção as
mercadorias deveriam ter um valor do salário na época.
giro rápido, eliminando estoques
e adotando o conceito de
produção flexível. Foi assim que – economicidade: redução dos estoques e agilização na produção.
nasceu a mais eficiente empresa
automobilística – Toyota.
O movimento fordista foi importante para a indústria auto-
Volvismo mobilística, assim como o toyotismo e o volvismo.
Também se trata de um modelo
de produção, que se assemelha
a um cérebro e cria ao mesmo Se voltarmos à leitura da obra de Morgan (1996) vamos
tempo: a) conectividade e
redundância; b) especialização e nos deparar com o pensamento da autora para compreender a
generalização. A organização é
organização e a administração. A partir de metáforas busca ex-
vista como um sistema de
processamento de informa- plicar o caráter complexo e paradoxal da vida organizacional: a)
ções; um sistema holográfico
(consiste na reconstrução de Fordismo = máquina; b) Toyotismo = organismo; c) Volvismo =
ondas, o que possibilita uma
espécie de fotografia inteira e cérebro.
tridimensional – Crema, 1989)
e com capacidade de auto-
regulação. O objetivo do A imagem das organizações vistas como máquinas colocam
modelo é dotar a organização
do máximo de flexibilidade e as pessoas nesta mesma metáfora e moldam o trabalho com prin-
capacidade de inovação. Deste
cípios mecânicos; horários rígidos; rotinas predeterminadas; ta-
modelo surgiu a empresa
automobilística Volvo. refas repetitivas; estreito controle e, findando, o processo de pro-
CREMA, R. Introdução à visão dução manual.
holística. São Paulo:
Summus, 1989.
O toyotismo pode ser associado à metáfora do organismo,
pois compreende as relações entre a organização e o meio,
enfocando a sobrevivência, valorizando a inovação e a busca pela
harmonia entre estrutura, tecnologia e dimensões humanas.
Vamos sugerir a leitura de dois
artigos que tratam do
toyotismo e do volvismo para Já o volvismo está mais vinculado à metáfora do cérebro,
você aprofundar seus estudos,
caso haja interesse. porque chama a atenção para o processamento de informações,
WOOD JR., Thomaz. Fordismo, apr e ndi zage m e i nte li gên cia, car acte ri zando o conte xto
toyotismo e volvismo. In:
______. Mudança organizacional com alto grau de flexibilidade e inovação.
organizacional. 4. ed. São
Paulo: Atlas, 2004.
WOOD JR., Thomaz. Fordismo, Sendo assim, na verdade podemos a partir destes três
toyotismo e volvismo: os
“ismos” – Fordismo, Toyotismo e Volvismo – fornecer uma rápida
caminhos da indústria em busca
do tempo perdido. Revista de visão do processo de transformação da indústria automobilística
Administração de Empresas, São
Paulo, v. 32, n. 4, set./out. 1992. e da Administração, que marcou o período de 1950 a 1970.
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Lilian, após casar-se com Frank, em 1904, mudou seus interesses acadêmicos para a
Psicologia e desenvolveu seus estudos acerca do homem na indústria para acompanhar o
trabalho do marido. Sua preocupação era com o ambiente e as oportunidades oferecidas aos
trabalhadores, essenciais para aprimorar a produtividade. O trabalho mais importante que
desenvolveu por meio de suas pesquisas foi o estudo da fadiga humana, que buscou desco-
brir uma maneira de realizar a atividade e aumentar a eficiência do operário.
Gantt obteve reconhecimento por atuar como engenheiro mecânico. Trabalhou com
Taylor (que na época era engenheiro-chefe de produção) na Midvale Steel Company, como
assistente no Departamento de Engenharia e, posteriormente, ambos foram trabalhar na
Bethlehem. Anos depois apresentou um trabalho no qual descreveu um método gráfico de
acompanhar os fluxos de produção, que ficou conhecido no mundo todo como Gráfico de
Gantt, a mais importante das técnicas de planejamento e controle. Também apresentou um
sistema de tarefa/bonificação.
TEMPO
PLANEJAMENTO
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Paralelamente aos estudos de Taylor, que apresentava nos Estados Unidos a Adminis-
tração Científica, surgiu na França (1916) a Teoria Clássica, caracterizada pela ênfase na
estrutura e na busca de eficiência. Seu fundador foi o engenheiro francês Henri Fayol (1841
– 1925), que publicou sua teoria no livro Administração Industrial e Geral, que tratava das
seguintes idéias:
Para Fayol, toda organização pode ser dividida em seis funções: técnicas, comerciais,
financeiras, de segurança, contábeis e administrativas, que serão mais bem detalhadas na
Unidade 3.
Fayol relacionou 14 princípios sob a sua ótica empresarial (Ferreira; Reis; Pereira, 2002,
p. 22-23):
4. unidade de direção: execução de plano para grupos de atividades com os mesmos objetivos;
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14. espírito de equipe: deve ser um trabalho conjunto, com interação da comunicação.
Neste sentido, cabe destacar que as funções organizacionais e/ou áreas funções serão
tratadas na seção 2.3.
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Max Weber (1864 – 1920) foi um dos fundadores da Sociologia moderna e estudou a
organização como um contexto social, influenciado pelas mudanças sociais, econômicas e
religiosas da época. É a partir dos estudos de Weber que o modelo burocrático surgiu como
uma proposta de estrutura administrativa para organizações complexas, dotada de caracte-
rísticas próprias, eficiente na sociedade industrial emergente do século 19.
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Aos poucos as práticas informais foram aparecendo no cenário das organizações, que
adotavam um modelo burocrático e nitidamente revelavam uma distância enorme entre o
mundo da organização formal (da racionalidade e do cálculo) e da organização informal
(relacionado aos sentimentos e afetividade) que estavam constantemente produzindo
disfunções, por não seguir a lógica da eficiência prescrita pela “melhor maneira”.
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b) visão fragmentada: não permite a compreensão da organização como um todo, pela divi-
são de tarefas;
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cobrir um modelo de organização racional que abrangesse mui- SILVA, R. O. da. Teoria da
Administração. São Paulo:
tas variáveis. Pioneira Thomson Learning,
2002. p. 158-180.
Disponível em:
<http://www.interfilmes.com/
filme_14253_O.Processo-
2.4 TEORIA TRANSITIVA OU DE TRANSIÇÃO
(Le.Proces).html>.
Acesso em: 20 jan. 2008.
A Teoria Transitiva integra, junto com a Escola de Relações Brazil
Humanas e a Escola Comportamentalista, a abordagem Huma- Em um futuro caótico e
na e Comportamental, posterior à abordagem Clássica. perturbador, uma cidade inteira
é monitorada por meio de
computadores e leis burocráti-
Levando em conta que vários autores apresentam a teoria cas ao extremo. É nesse infeliz
mundo que Sam Lowry se
transitiva, Andrade e Amboni (2007, p. 87) explicam que a ex-
apaixona por Jill, uma terroris-
pressão teorias transitivas “designa um conjunto de autores (cujos ta local.
nomes mais expressivos são Mary Parker Follett e Chester Barnard) Disponível em:
<http://cineplayers.com/
que fizeram a transição entre a Administração Científica e a Teo-
filme.php?id=99>.
ria Clássica e a Escola de Relações Humanas”. Acesso em: 20 jan. 2008.
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Defendia que a ênfase maior deve ser dada aos fatos e não às pessoas. “Incentivou os
contatos diretos nas relações interpessoais entre o superior e o subordinado, modificando o
princípio de coordenação” (Andrade; Amboni, 2007, p. 88), afirmando que essa coordena-
ção poderia ser obtida por meio do inter-relacionamento vertical e horizontal das pessoas
que compõem a estrutura organizacional.
Apesar das contribuições positivas que apresentou, suas idéias foram tão originais
que levaram tempo para se popularizarem entre os estudiosos de Administração e serem
reconhecidas como mereciam. Também foi uma das três mulheres (juntamente com Lilian
Gilbreth e Joan Woodward) que abraçaram a causa da Administração nos anos 60.
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Outra questão levantada pelos estudos de Barnard e que se antecipa à Escola de Rela-
ções Humanas é a “concepção de que não são apenas os incentivos monetários que movem
o homem no trabalho” (Andrade; Amboni, 2007, p. 90).
Cabe destacar que quando Barnard menciona cooperação, está supondo não unica-
mente a ocorrência da cooperação entre as pessoas, mas a interação com outras variáveis
relacionadas com o ambiente da organização.
Em sua obra “As funções do executivo”, postulou três funções que o executivo deveria
realizar (Silva, 2002, p. 194):
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A Classe Operária
vai ao Paraíso A escola nasceu da necessidade de corrigir a forte tendência à
Adorado por seus superiores desumanização no trabalho, pela aplicação de métodos excessi-
por ser um trabalhador vamente rigorosos, pautados em estudos científicos precisos pe-
extremamente dedicado, e los quais os funcionários eram submetidos, sendo impedidos de
odiado pelo mesmo motivo
dar a sua contribuição (Oliveira; Silva, 2006, p. 80).
por seus colegas de trabalho,
Lulu vive entregue aos sonhos
de consumo da classe média,
alienado em meio aos movi- A experiência foi realizada por George Elton Mayo (1880 –
mentos de protesto de sua
1949) e seus colaboradores, entre 1927 e 1932, em uma fábrica
classe, até que um aconteci-
mento põe em xeque suas de Chicago, com o objetivo inicial de conduzir experimentos re-
opiniões.
lacionados à luminosidade no ambiente de trabalho com a efici-
Disponível em:
ência dos operários medida pela produção.
<http://melhoresfilmes.com.br/
filmes/ a-classe-operaria-vai-
ao-paraiso>. Andrade e Amboni (2007, p. 95), que recuperaram os fatos
Acesso em: 20 jan. 2008.
ocorridos nesse período, afirmam que “a partir dos primeiros re-
sultados, a pesquisa se estendeu ao estudo da fadiga, dos aci-
dentes de trabalho, à rotação de pessoal e ao efeito das condições
físicas de trabalho sobre a produtividade dos operários”.
a) os estudos da iluminação;
c) o programa de entrevistas;
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Grupos informais
As conclusões decorrentes das experiências são:
São aqueles que surgem
espontaneamente nas organi-
a) o nível de produção não é determinado pela capacidade física zações por questões de
do trabalhador, mas pela integração social, ou seja, “o homem amizade, identificação e
objetivos comuns.
é um ser social que necessita de outros para dialogar, trocar
amor e carinho” (Andrade; Amboni, 2007, p. 97);
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
c) participação nas decisões: preocupada com a relação entre a moral e produtividade, colo-
cou na motivação a grande possibilidade de levar o indivíduo a trabalhar para atingir os
objetivos da organização formal, ou seja, poderia opinar sobre o próprio trabalho, contri-
buindo para o seu aperfeiçoamento, bem como estaria sujeito a um controle por resulta-
dos e não por supervisão cerrada.
Agora vamos descobrir quem são os outros colaboradores de Elton Mayo no desenvol-
vimento da Escola de Relações Humanas.
d) Mary Parker Follett (1868 – 1933): autêntica precursora da Escola de Relações Huma-
nas, chamada de “profeta do gerenciamento” pelo fato de ter sustentado idéias muito à
frente do seu tempo em relação à gerência, em especial às formas de liderança e traba-
lho em equipe. Seus escritos são anteriores aos estudos de Hawthorne. Sua preocupa-
ção acadêmica também voltava-se aos conflitos industriais e mostrou que a unidade da
sociedade não se encontrava nos indivíduos, mas sim nos grupos sociais. Follett defen-
dia que existem três formas de se lidar com o conflito: a dominação, a conciliação e a
integração.
e) Roethlisberger e Dickson: pelo imenso legado descritivo das primeiras experiências dessa
escola. Ambos propuseram um modelo de organização como sistema social, contemplan-
do a eficiência técnica e a social.
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f) Cria uma dualidade em sua análise: a organização formal e lógica x a organização infor-
mal e afetiva, que posteriormente são integradas em estruturas formais e informais da
organização.
g) A experiência de Hawthorne é limitada, pois não permite que seus resultados sejam gene-
ralizados para outras empresas do setor por possuírem culturas e histórias diferentes.
i) A participação dos funcionários nas decisões foi burlada pela empresa no intuito de espi-
onar idéias e insatisfações do grupo funcional. Alguns autores afirmam que serviu como
um lubrificante para reduzir a resistência à autoridade formal para atingir as metas
organizacionais.
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l) A teoria falhou em reconhecer o conflito como uma força criativa da sociedade; os estudi-
osos acreditavam que o conflito era ruim e devia ser minimizado. A ênfase era dada no
alcance da paz e da cooperação. O conflito existe e se adequadamente tratado pode
trazer ajustes e resultados mais eficazes.
Desta forma, mesmo com erros e distorções, e ainda que formando uma corrente de
oposição à abordagem clássica, a teoria das relações humanas nos apresenta uma série de
enfoques novos, igualmente importantes, tanto quanto as contribuições de Taylor, Fayol e
Weber.
– Afinal, o que aconteceu depois? Como a gestão era vista e desencadeada a partir desta
problemática explicitada anteriormente? Vamos estudar isso na seção 2.2.6.
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mica da personalidade, no qual desenvolveu vários pontos da di- Procuram comparar dois
estilos opostos e antagônicos
nâmica de grupo. Lewin realizou estudos e conduziu experimen- de administrar, ou seja, de um
tos de grupo para medir a atmosfera da liderança (nos três estilos lado, a concepção da teoria
tradicional (Teoria X) e, de
– autocrática, liberal e democrática). Foi pioneiro nos estudos outro, um estilo baseado nas
sobre a eficácia dos estilos gerenciais, defendendo o sistema concepções modernas a
respeito do comportamento
participativo como sendo o mais eficaz. Esta temática será abor- humano (Teoria Y). A Teoria X
dada na Unidade 4. valoriza a abordagem clássica
de Administração e a Teoria Y
defende que administrar
Silva (2002) revela que os estudiosos apontaram para duas li- representa um processo de
nhas dentro do comportamentalismo, associadas a alguns autores: criar e revitalizar oportunidades
internas e externas para
facilitar o alcance de objetivos
a) ênfase no aspecto sociológico: Chester Barnard, Herbert Simon (Andrade; Amboni, 2007, p.
e Philip Selznick; 126).
41
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Disponível em: autores e suas contribuições para que você possa compreender o
<http://cineplayers.com/ todo da teoria da Administração.
filme.php?id=362>.
Acesso em: 20 jan. 2008.
Abordagens da
Principais autores Foco de discussão
Administração
42
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
– Seção 3 –
Cabe ressaltar que são expressões e terminologias empregadas por Kwasnicka (2006)
para expressar as mudanças de percepções no âmbito das organizações; o que não significa
que outros autores não possam denominar de forma diferente das apresentadas no Quadro 4.
Para aprofundar o estudo das áreas funções da organização, vamos nos reportar às
contribuições de Santos (2007), que as organiza em seis:
1) marketing;
2) vendas;
3) gestão financeira;
4) gestão de pessoas;
5) gestão da produção e
6) função administrativa.
Inicialmente vamos utilizar a didática da exposição das idéias centrais de cada uma das
áreas para, posteriormente, fazermos uma interação maior com cada Unidade, a partir da indica-
ção de obras que podem ser de grande valia para seu conhecimento. Além disso, convém lembrar
que o componente curricular “Administração de Vendas” também abordará esses assuntos.
43
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
2) Vendas: o vendedor cabe concretizar negócios para a empresa e contribuir com os esfor-
ços de marketing. É responsável pela conquista, desenvolvimento e retenção de clientes.
44
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Com isso, percebemos uma mudança radical no papel do profissional de vendas, que
passa de vendedor para conselheiro do cliente, de “tirador de pedidos” a um profissional que
é responsável pela manutenção do relacionamento com a clientela. Visualize na Figura 3 o
esquema apresentado por Santos (2007) para explicar o papel do profissional de vendas.
Prospectar Identificar os
clientes profissionais da
empresa e os
decisores Acompanhar o
pós-venda e
conquistar a
Preparar a visita preferência do cliente
Apresentar a
proposta e lidar
com objeções
Visitar clientes
potenciais e atuais
Fechar a
venda
45
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Você sabe o que faz a área de controladoria nas organizações? Giacometti (apud San-
tos, 2007, p. 87) explica que essa área é responsável pela gestão e formação de custos, pela
contabilidade gerencial, a gestão de informações e o planejamento de tributos e auditorias
internas.
Para as empresas de pequeno e médio porte um dos controles mais importantes refere-
se ao fluxo de caixa projetado, em que as previsões de entradas e saídas de caixa são acom-
panhadas rigorosamente, com seus desvios corrigidos de acordo com seus objetivos.
46
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Contabilidade gerencial
Informações gerenciais
contábeis e extracontábeis
Balanço Patrimonial – BP
Demonstração de resultados do
exercício – DRE
Contabilidade financeira Demonstração das mutações
patrimoniais
Controle = controladoria
Análise financeira
Movimento financeiro =
Gestão financeira
Avaliações de ativo
Avaliação de investimentos
Obtenção de financiamento
47
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Neste momento é suficiente você ter uma idéia global do que trata a área função de
finanças, expresso na Figura 4. Em linhas mais simplificadas podemos adiantar que as prin-
cipais atividades que afetam a área financeira são:
d) análise de diversos tipos para fundamentar decisões sobre atividades da empresa que
implicam obtenção ou aplicação de recursos.
4) Gestão de Pessoas: conceituada como sendo “o conjunto de práticas e ações que envol-
vem o planejamento, a organização, direção e controle de atividades administrativas per-
tinentes à obtenção da mão-de-obra necessária à organização” (Kwasnicka, 2006, p.
177), independentemente do seu porte ou tipo.
A administração de recursos humanos tem tido uma preocupação em dar à área maior
status, tornando-a mais destacada e um modelo de gestão de pessoas está surgindo com a
concepção de capital intelectual na organização.
48
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
49
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
O Quadro 6 tem como objetivo revelar a evolução do modelo de gestão de pessoas, que
em sua versão tradicional era mais simplificado e restrito, organizado para tratar tradicio-
nalmente do recrutamento, da seleção, da integração e do treinamento, enquanto que com
a industrialização e a ampliação das organizações foi se complexificando o trabalho da
área.
Como é possível verificar, o novo modelo de gestão de pessoas implica mais estágios:
planejamento de pessoas, atração de pessoas, socialização e aclimatização de pessoas,
reposicionamento das pessoas, recolocação e liderança das pessoas. Hoje, as pessoas bus-
cam nas organizações a possibilidade de crescimento profissional e pessoal, incorporando a
dimensão do comportamento organizacional.
Motivação
Liderança - Psicologia – Personalidade e aprendizagem
Trabalho em equipe - Sociologia – Grupos sociais (comunicação, redes de
Conflito e poder relacionamento e distribuição de poder).
Cultura organizacional - Antropologia – homem – biológica e cultural dos
Clima organizacional grupos
Comunicação Interpessoal - Ciência Política – a direção dos negócios públicos e do
Valores Estado
Atitudes - História – narração e discussão dos acontecimentos e
Percepção fatos notáveis da vida dos povos
Diferenças individuais - Filosofia – compreensão da realidade na totalidade
Contribuição das
áreas
50
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Controle
Especificação do Serviços de apoio
processo
Feedback/monitoração
51
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
a) KAIZEN: melhora gradual e constante da produção, que deve ser sempre contínua e
obtida com o aprendizado dos erros e acertos.
b) CICLO PDCA ou RODA DE DEMING: uma seqüência de atividades que são percorridas
de maneira cíclica para melhorar as atividades.
c) TQM (Total Quality Management): é uma filosofia, uma forma de pensar e trabalhar, que
se preocupa com o atendimento das necessidades e expectativas dos consumidores. A
qualidade torna-se a preocupação de todos na organização.
d) QFD (Quality Function Deployment): é uma ferramenta empregada para analisar os re-
quisitos do cliente, verificar alternativas e projetar sistemas dentro do produto que aten-
dam aos requisitos.
e) CEP (Controle Estatístico de Processo): é uma ferramenta para controlar a qualidade dos
diversos processos durante sua realização, corrigindo eventuais problemas em sua origem.
i) JIT (just in time): é uma filosofia que visa atender à demanda instantaneamente, com
qualidade perfeita e sem desperdícios.
k) GIVE AWAY (Perdas por): significa fornecer ao cliente exatamente o que foi prometido.
O cliente não deseja pagar o excedente.
52
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
ADMINISTRAÇÃO
PRODUÇÃO E LOGÍSTICA
SUBSISTEMAS
FUNCIONAIS
FINANCEIRA
VENDAS E MARKETING
A Figura 7 sintetiza as seis áreas funções apresentadas nesta seção e que repercutem
nas grandes áreas da empresa: administração, produção e logística, financeira, vendas e
marketing e recursos humanos ou gestão de pessoas.
REFERÊNCIAS
FERREIRA, A. A.; REIS, A. C. F.; PEREIRA, M. I. Gestão empresarial: de Taylor aos nossos
dias. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
53
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. 3. ed. São Paulo: Editora Perspectiva,
1992.
MOTTA, F. C. P. Teoria das organizações: evolução e crítica. São Paulo: Pioneira Thomson
Learning, 2001.
MOTTA, F. C. P. Teoria Geral da Administração: uma introdução. 22. ed. ampl. São Paulo:
Pioneira, 1998.
MUNIZ, A. J. de O.; FARIA, H. A. Teoria Geral da Administração: noções básicas. 5. ed. São
Paulo: Atlas, 2007.
PEREIRA, M. I.; SANTOS, S. A. dos. Modelo de gestão: uma análise conceitual. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2001.
SILVA, R. O. da. Teorias da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
54
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Unidade 3
Em outras palavras, “ele planeja, organiza, dirige pessoas, gere e controla recursos
materiais, financeiros, de informação e tecnologia visando à realização de determinados
objetivos” (Chiavenato, 1999, p. 9).
Henri Fayol e Taylor, dois clássicos importantes (que você já estudou nas Unidades 1 e
2), pertenceram à época do grande desenvolvimento industrial do século 19 e contribuíram
significamente para a história da Administração.
Fayol, nessa época, conceituou administrar como sendo uma seqüência de prever, or-
ganizar, comandar, coordenar, controlar. Ele entendia que o conjunto das funções de toda a
empresa poderia ser dividido em seis grupos, a saber:
55
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Esses seis grupos de funções essenciais existem em qualquer organização, sejam elas
simples ou complexas, pequenas ou grandes. Mentalmente, tente lembrar das organizações
que você conhece para verificar essa teoria. Você conseguiu identificar, nessa realidade
organizacional, as funções sendo exercidas? Bem, esperamos que sim. Vamos agora exerci-
tar e refletir sobre esses conceitos.
Conceitue planejamento
Conceitue planejamento
Seu entendimento
Escolha alguns autores
e transcreva o conceito
de planejamento
Exemplifique como
se dá na empresa em
que trabalha, estuda
ou conhece
56
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Agora que você já preencheu o quadro anterior a partir de seus conceitos, vamos des-
cobrir o quanto eles estão adequados com relação ao que propõe a literatura da área de
Administração!
a) Planejamento
Pensar antecipadamente o que se deseja alcançar e determinar os meios e recursos para concre-
tizar esse desejo. Isto envolve coletar informações e diagnosticar a situação; estabelecer objeti-
vos para orientar as decisões; elaborar e implantar planos, programas e projetos para alcançar
as metas e montar seus respectivos cronogramas para acompanhar a execução. Manter-se sem-
pre informado de modo a atualizar permanente o diagnóstico.
57
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Gráfico de Gantt
ços ou consumo próprio; as pessoas, suas habilidades, capaci-
Constitui um método
dade s e a pti dõe s; o e sti l o de adm i ni str ação; cu ltu ra
esquemático que fornece
informações relativas à organizacional; clima organizacional; estilos de liderança, ou
programação da produção, à
seja, descrever os pontos fracos e fortes da empresa);
carga nos departamentos ou
máquinas individuais e à
qualidade de pessoal e d) formulação de alternativas estratégicas (a partir dos objetivos
equipamentos. Também serve
para descrever atividades. organizacionais, analisando as oportunidades e riscos da em-
presa, forças e fraquezas da empresa, são definidas as estraté-
PERT/CPM gias);
É um conjunto de processos e
técnicas para planejamento, e) o planejamento volta-se para o “como fazer ” tendo em vista o
programação e controle de um
projeto que indica, entre as diagnóstico do ambiente e da empresa;
várias seqüências
operacionais, aquela que
f) instituição do planejamento estratégico por meio de planos tá-
possui duração máxima, além
de graus de prioridade ticos e operacionais.
relativos, a distribuição de
recursos e a interdependência
entre as ações. Se você estivesse desafiado a construir o planejamento es-
tratégico de sua organização, você teria de fazê-lo utilizando como
diretriz as seis etapas.
b) Organização
58
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Conceitue organização
Seu entendimento
Escolha alguns
transcreva o
organização
conceito de
autores e
Exemplifique como se
dá na empresa em que
trabalha, estuda ou
conhece
processo de identificar, dividir e alocar o trabalho. Isto envolve identificar, dividir e grupar o
trabalho a ser realizado; definir responsabilidades e autoridades e estabelecer as relações entre
os grupos de modo a possibilitar que as pessoas trabalhem eficazmente para atingir os objetivos.
– listar o trabalho que precisa ser realizado para alcançar os objetivos da empresa – divisão
do trabalho;
– dividir o trabalho em tarefas que possam ser realizadas de modo lógico e eficiente, por
indivíduos ou grupos – especialização;
59
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
c) operacional – estabelece o desenho de cargos e tarefas de cada atividade, cada qual dentro
de sua competência para atingir os objetivos estabelecidos.
60
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
a) funcional (as pessoas são agrupadas em departamentos pelas suas habilidades similares e
atividades comuns de trabalho. Ex: departamento de contabilidade, de compras, enge-
nharia ou finanças);
Caro(a) aluno(a), a partir desses conceitos, tente identificar qual estrutura se enqua-
dra na organização em que você trabalha ou conhece.
Resta analisar o desenho de cargos e tarefas, que segundo Chiavenato (1999) refere-se
à especificação do conteúdo, métodos e relações de cargos, no sentido de satisfazer requisi-
tos tecnológicos, organizacionais, sociais e pessoais dos indivíduos que trabalham na em-
presa. Desenhar um cargo significa prescrever papéis que o indivíduo deverá desempenhar
no âmbito da estrutura organizacional.
61
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Empresa Humanizada
O estilo gerencial de seus administradores pode ser classifi-
Entende-se por empresa
cado como: centralizadores x descentralizadores (delegação de
humanizada aquela que,
voltada para seus funcionários autoridade); formalizados x informais; integradores x dispersivos.
e/ou para o ambiente, agrega
outros valores que não
somente a maximização do
retorno para os acionistas.
c) Comando/Direção
Realiza ações que, no âmbito
interno, promovem a melhoria A direção corresponde ao terceiro elemento que compõe o
na qualidade de vida e de
trabalho, visam à construção
processo administrativo e está relacionada com a maneira pelo
de relações mais democráticas qual os objetivos devem ser alcançados, por meio das atividades
e justas, mitigam as desigual-
dades e diferenças de raça, das pessoas e da aplicação de recursos de que dispõe a organi-
sexo ou credo, além de
zação.
contribuírem para o desenvol-
vimento das pessoas sob os
aspectos físico, emocional, Após definir os objetivos, traçar as estratégias para alcançá-
intelectual e espiritual (Vergara;
Branco, 2002, p. 21). los, estabelecer o planejamento e estruturar a organização, cabe
VERGARA, S. C.; BRANCO, P. às atividades e aos processos de direção colocar tudo isso para
D. Empresa humanizada: a
funcionar, de forma eficaz.
organização necessária e
possível. RAE – Revista de
Administração de Empresas, Na visão de Chiavenato (1999, p. 478), dirigir significa in-
São Paulo, v. 41, n. 2, p. 20-
30, abr./jun. 2001. terpretar os planos para as pessoas e dar as instruções e orienta-
ções sobre como executá-los e garantir o alcance dos objetivos.
62
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Liderar é conduzir um grupo, influenciando seu comportamento, para atingir objetivos e metas
de interesse comum do grupo, de acordo com uma visão do futuro baseada num conjunto coeren-
te de idéias e princípios. O líder empresarial deve ser capaz de alcançar objetivos por meio dos
liderados e, para isso, conforme o tipo de liderado e ocasião, age de diferentes maneiras: ordena,
comanda, motiva, persuade, compartilha dificuldades e ações, ou delega e cobra resultados,
alterando a forma de agir conforme a necessidade de cada momento e o tipo de liderado, visando
a alcançar os objetivos da empresa.
Coordenar é cooperar com todas as demais unidades da organização para que as atividades
sejam executadas de forma: balanceada (equilibrada, isto é, na quantidade correta); sincroniza-
da (isto é, no momento certo) e integrada (isto é, na direção certa).
Para tornar este estudo mais proveitoso, continue refletindo e explique o que pensa/
sabe sobre direção/comando e registre.
Conceituedireção
Conceitue direção
Seu entendimento
Escolha alguns autores e
transcreva o conceito de
direção
Exemplifique como se
dá na empresa em que
trabalha, estuda ou
conhece
Adotando a mesma metodologia de estudo, conceitue o que você entende como ele-
mento de direção, tendo por base uma empresa.
63
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Conceitue comunicação
Conceitue liderança
Conceitue motivação
64
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
importante conhecer e entender algumas teorias básicas da mo- Obra que explica em forma de
historinha, avaliada como
tivação e como podem ser aplicadas. Das oito teorias referidas muita boa e de fácil compreen-
são. Seu texto é divertido. Vale
pelos autores, a mais conhecida e explicitada por eles é a teoria
a pena ler!
da hierarquia das necessidades apresentada por Maslow, que tam-
RODRIGUES, C. M. C.; SILVA,
bém será aprofundada na Unidade 5. W. R. da. Motivação nas
organizações. São Paulo:
Atlas, 2007. Disponível em:
Lembramos que os conflitos entre os indivíduos, os grupos <http://
www.editoraatlas.com.br>.
ou as organizações fazem parte do ambiente organizacional mo-
derno. As pessoas e os grupos competem pelos recursos dentro
das organizações, e estas competem entre si pelo mercado.
65
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
d) Controle
Planejamento e controle estão sempre tão relacionados que chega a ser difícil identificar onde
um termina e outro começa. Um planejamento representa a antecipação da ação, que é um
processo passivo, enquanto que o controle é um processo ativo que procura manter o planeja-
mento dentro de seu curso inicial (p. 262).
assegurar que as atividades da organização levam-na em direção aos objetivos. Isto envolve
medir o desempenho, compará-lo com o desejado, e tomar as medidas corretivas necessárias.
Seu último desafio nesta Unidade é completar o quadro a seguir, assim como já fez
com os outros elementos, com o objetivo de recapitular o conteúdo e sistematizar sua com-
preensão sobre eles.
Conceitue controle
Conceitue controle
Seu entendimento
Escolha alguns autores
e transcreva o conceito
de controle
Exemplifique como se
dá na empresa em
que trabalha, estuda
ou conhece
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
O p rocesso pe lo qua l a administ ra ção imple ment a seus pla no s e av alia a s r ea liza çõe s
organizacionais para medir o sucesso ou o fracasso é o controle. O controle consiste em ações
seqüenciais tomadas pela administração para estabelecer os padrões de desempenho, medir e
avaliar o desempenho, e tomar ações corretivas quando necessário. Ele é absolutamente essencial
para o planejamento eficaz. A administração precisa saber de seu desempenho para poder fazer
uso eficiente dos recursos organizacionais. Deve avaliar como os recursos são usados, tomar
ações corretivas quando necessário e planejar eficazmente para usar os recursos com mais eficiên-
cia no futuro. Existem três pontos principais no que diz respeito à importância do controle:
O processo de controle, portanto, é prati cado por todas as áre as funci onais
(institucional, finanças, produção, mercadológica e gestão de pessoas) e níveis da adminis-
tração (estratégico, tático e operacional) da empresa.
Você já ouviu falar dos instrumentos de controle da administração? Não? Então co-
nheça alguns deles.
67
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Referênciais
68
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
FAYOL, Henri. Administração industrial e geral. 10. ed. São Paulo: Atlas, 1989.
KWASNICKA, Eunice Lacava. Introdução à Administração. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1995.
MONTANA, Patrick J.; CHARNOV, Bruce H. Administração. São Paulo: Saraiva, 1998.
MORAES, Anna Maris Pereira de. Iniciação ao Estudo da Administração. 2. ed. rev. e ampl.
São Paulo: Makron Books, 2001.
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
70
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Unidade 4
Dinâmicas de Grupo
Lucinéia Felipin Woitchunas
– Seção 1 –
Nesta sessão, vamos falar sobre grupos e a dinâmica destes nas organizações.
71
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Adiantamos que podem ser de dois tipos os pequenos grupos: os de caráter permamente
(a família e os grupos de trabalho que se constituem em empresas estáveis e tendem a ser
fechados – de difícil acesso) e os de caráter temporário (equipes de projeto ou forças-tarefa
para atividades específicas que tendem a ser mais abertos – de fácil acesso).
72
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Identifique pelo menos 5 grupos no seu ambiente de trabalho ou em uma outra organização:
– Seção 2 –
73
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Todo esse envolvimento pode levar a resultados melhores para o grupo, mas também
pode estender-se muito a questões pessoais, e, com isso, desvirtuar os interesses legítimos do
próprio grupo.
Esta seção foi bem curtinha, né? Pois então vamos logo para a seção 3, na qual trata-
remos sobre a relação entre comportamentos em grupo e metas organizacionais.
– Seção 3 –
Pois é, então, faça uma lista, diagnosticando alguns atributos ou características pre-
sentes em um grupo do qual você participa (ou tenha participado) e escreva quais são essas
características e esses atributos em termos de comportamento de alguns integrantes e os
reflexos dos mesmos no grupo:
74
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Geralmente, em um grupo as pessoas querem ser aceitas. Existem pessoas que conse-
guem gerar uma atração e empatia no grupo, o que facilita a interação. Por outro lado,
também há pessoas que conseguem gerar repulsa e, com isso, o ambiente grupal fica de
certo modo fragilizado, quando o que se busca é a coesão dos seus membros para desenvol-
ver suas atividades.
Então, alguns grupos podem apresentar coesão e integração, enquanto outros podem
apresentar falta de coesão e difusão.
Todos os esforços dos grupos devem ser direcionados para atingir os resultados
organizacionais, mas as propensões de cada indivíduo levam a um grau de variação que
torna esse processo muito mais complexo, o que vai se refletir na produtividade, causando
motivação ou descontentamento, este último podendo levar aos conflitos (tema que vamos
abordar na Unidade 5).
Observe que:
2. a administração não pode nem deve tentar regular grupos de amizade. Os gerentes, no
entanto, podem influenciar esses grupos ao limitar o tempo disponível para socialização
durante o expediente;
Na seção a seguir você vai conhecer algumas dinâmicas para trabalhar com esses grupos.
– Seção 4 –
75
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
... melhorar as relações dos diretores, chefes, gerentes, líderes em geral, com os subordinados,
colegas e superiores hierárquicos. É preciso criar um clima de relações verdadeiramente huma-
nas do indivíduo, dos indivíduos entre si, do grupo com os outros grupos, do chefe ou líder com o
grupo ou com o indivíduo do grupo com o chefe ou líder, do indivíduo com o chefe ou líder e do
chefe ou líder com o indivíduo.
Servem ainda...
– para responder a questões como: o que pensam as pessoas, o que sentem, o que vivem e o
que sofrem;
Você sabe que existem elementos que compõem uma dinâmica de grupo? Conheça-os
na seção a seguir.
76
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
– Seção 5 –
Cada exercício em uma dinâmica grupal tem uma finalidade. Assim, podemos definir
alguns passos importantes:
1. objetivos – quem vai aplicar a dinâmica deve ter claro o que deseja alcançar. Por exemplo:
aumentar a cooperação entre grupos;
3. tempo exigido – devemos controlar o tempo de início, meio e fim das atividades;
4. ambiente físico – o local deve ser preparado para possibilitar a aplicação da dinâmica
(claro, escuro, fechado, amplo...);
7. avaliação – deve permitir um resgate da experiência, avaliar o que foi feito, os sentimen-
tos, o aprendizado, a síntese final, avaliar atitudes e propor o encaminhamento final.
Referências
FRITZEN, Silvino José. Exercícios práticos de dinâmica de grupo. 33. ed. Petrópolis: Editora
Vozes, 2002. v. 1 e 2.
77
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
78
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Unidade 5
Motivação
Lucinéia Felipin Woitchunas
– Seção 1 –
O Que é Motivação?
Conceitos e principais abordagens
Vamos começar este capítulo refletindo um pouco sobre o significado da palavra moti-
vação. Responda sucintamente às questões a seguir, para iniciarmos a discussão sobre este
assunto a partir da sua percepção.
79
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Endógeno
1. O que significa motivação para você?
Processo interno,
de dentro para fora.
Exógeno
Processo externo,
de fora para dentro.
2. E o que significa estar motivado?
80
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
É importante salientar que, satisfeito esse estado de carência, outra necessidade (ou
motivação) virá à tona.
Além disso, cabe ressaltar que diferentes pessoas, com diferentes carências internas,
desenvolvem também diferentes condutas de busca.
Bergamini (2002-2008) acredita que não. Segundo ela, “ninguém motiva ninguém. O
potencial motivacional já existe dentro de cada um. O importante é não desperdiçá-lo”.
Muitos executivos ainda acreditam que é possível gerar motivação condicionando os comporta-
mentos por meio de prêmios e punições. Mas a verdadeira motivação nasce das necessidades
interiores e não de fatores externos. Não há fórmulas que ofereçam soluções fáceis para motivar
quem quer que seja. O líder não pode motivar seus liderados. Sua eficácia depende de sua com-
petência em liberar a motivação que os seus liderados já trazem dentro de si (p. 63).
Então vamos ver o que outra autora diz a respeito? Veja o que Vergara (2003, p. 42) afirma:
É comum gerentes não entenderem porque determinada pessoa não se sente motivada para fazer
alguma coisa quando ele, gerente, se sente. É... queremos que todos sejam à nossa imagem e
semelhança. Que pena!
81
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
... a motivação é geralmente descrita como um estado interior que induz uma pessoa a assumir
determinados tipos de comportamento. Vista por uma perspectiva ela tem a ver com a direção,
intensidade e persistência de um comportamento ao longo do tempo...
Vista por outra perspectiva, a motivação refere-se ao desejo de adquirir ou alcançar algum
objetivo, ou seja, a motivação resulta dos desejos, necessidades ou vontades.
Já Aguiar (1981, p. 155), afirma que “o termo motivação é usado comumente para
designar um problema do indivíduo isolado. No entanto, para compreender a motivação no
trabalho é necessário conhecer as causas pelas quais o organismo é ativado, bem como a
forma de ação e a direção da motivação. É necessário, portanto, identificar as condições
que a determinam”.
Para explicar a teoria motivacional podemos dizer que existem comportamento moti-
vado e comportamento não motivado?
Sim, é isso mesmo. A seguir vamos relacionar algumas abordagens da motivação, bem
apresentadas na obra de Aguiar (1981) que seguem na seção 2, quando são apresentados os
estudos de outros teóricos.
1
Dentre os cognitivistas Lewin um dos que trouxeram maior contribuição para o estudo da motivação.
82
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
4. Abordagem freudiana – para Freud, são os instintos que fornecem uma fonte contínua e
fixa de estimulação: os indivíduos podem aprender a atingir certos objetivos que possibi-
litem a liberação de tensões, mas nem sempre têm consciência de suas motivações reais.
Como dá para perceber, existem muitos estudos sobre a motivação humana e é impos-
sível esgotarmos este assunto (também não é minha intenção). Precisamos, no entanto,
conhecer alguns autores e suas respectivas teorias, posto que foram marcantes para a com-
preensão do processo de motivação nas organizações. Isso, porém, fica para a próxima se-
ção, certo?
– Seção 2 –
83
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Necessidades
de auto- Necessidades
realização
secundárias
Necessidades de estima
Necessidades sociais
Necessidades de segurança
Necessidades
primárias
Necessidades Fisiológicas
84
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Segundo Maslow (apud Chiavenato, 2003), somente quando um nível inferior de ne-
cessidade está satisfeito é que o nível imediatamente mais elevado surge no comportamento
da pessoa.
Lembrete: a satisfação e a frustração andam muito perto uma da outra e devemos nos preo-
cupar com isso enquanto gestores, pois ambas afetam o desempenho no trabalho
de forma positiva ou negativa.
NÃO-SATISFAÇÃO SATISFAÇÃO
Auto-
realização
• Insucesso na profissão (auto-
• Sucesso na profissão
•Desprazer no trabalho atualização) • Prazer no trabalho
• Baixo status Estima
• Baixo salário (ego) • Interação facilitada pelo arranjo físico
• Sensação de iniqüidade • Prestígio na profissão
85
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Agora que já constatamos o que Maslow pensava, vamos conhecer a visão de Herzberg?
McClelland argumenta que existem três tipos de necessidades: poder (refere-se a rela-
ções com pessoas, status, prestígio, posições de influência), afiliação (afeto) e realização
(auto-estima e realização). Segundo ele, não nascemos com tais necessidades, elas são apren-
didas socialmente.
86
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Relaciona desempenho com recompensa. Exemplo: se você acha que fazer algo fora do
esperado pelo chefe vai reverter em elogio e você quer isto, então vai fazer. Por outro lado, se
souber que isto não vai fazer diferença, então você não fará.
Tem a ver com a justiça e igualdade nas relações de trabalho. Neste caso, sendo um
fator de motivação, pode transformar-se em desmotivação, caso se perceba injustiça e favo-
ritismo.
Agora, vamos refletir um pouco sobre tudo que estudamos e como a motivação pode
nos ajudar enquanto gestores?
Você não está se perguntando, então: se não é possível motivar as pessoas, como po-
demos conseguir que elas se sintam, realmente, motivadas para o trabalho?
– Seção 3 –
Nas seções anteriores (1 e 2) vimos alguns conceitos sobre motivação e teorias que
tentam explicar as diferentes necessidades humanas e como estas implicam a motivação
dos indivíduos. Agora, vamos refletir um pouco sobre o comportamento dos gestores dian-
te disso.
Em primeiro lugar, acredito que quando as pessoas realizam um trabalho, seja ele qual
for, colocam ali suas diferentes capacidades física, mental, emocional, etc. Despendem o
maior tempo diário nesta atividade e, por isso, “vivem o trabalho”. Se esta atividade for
prazerosa, vai gerar satisfação e pode ser uma importante fonte motivacional, resultando
em maior e melhor desempenho no trabalho.
87
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Os fatores que tornam o trabalho prazeroso ou não são os mais diversos (como vimos
nas seções anteriores) e diferem de indivíduo para indivíduo. Por exemplo: para alguns, o
cargo que ocupam é importante, pois gera status, prestígio, etc.; para outros, mesmo desem-
penhando uma atividade simples, gostam do que fazem e se sentem seguros desempenhan-
do bem o seu papel.
Quando vem o reconhecimento, porém, segundo Vergara (2003, p. 51) “... nós somos
capazes de liberar potencialidades, talentos, características pessoais, que nem nós não dá-
vamos conta de que possuíamos”.
– por promoções de salário ou novo cargo, viagem-prêmio, uma palavra, um gesto, enfim, de
várias formas.
1. Sociológicos – dizem respeito ao meu estar em sociedade. Se estou deprimido, posso exa-
gerar no consumismo exacerbado. Posso gastar demais, inclusive me endividando;
88
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Como você sabe (pois já falamos disso antes), a motivação é um fator intrínseco, está
dentro de cada um. Você também sabe que não podemos simplesmente motivar, mas pode-
mos provocar a motivação. Para encerrar, conheça algumas formas de provocar a motiva-
ção, apresentadas por Vergara (2003, p. 69):
– desafie as pessoas a alcançarem seu padrão de excelência. Afinal, todos nós temos um
potencial, que está pronto a desabrochar;
– explicite os padrões empresariais desejados. Se eles não forem comunicados, que rumos as
pessoas poderão tomar?;
– nunca constranja uma pessoa na frente de outra. Isso dói muito, humilha, fere a auto-estima;
Referências
BERGAMINI, Cecília W. Motivação: uma viagem ao centro do conceito. In: RAE Executivo:
fator humano, vol. 1, n. 2, p. 63-67, nov. 2002 a jan. 2003.
KLERING, Luís Roque. Motivação: mitos e enfoques atuais. In: Análise. Porto Alegre, v. 1,
n. 3, p. 241-248, 1990.
VERGARA, Sylvia Constant. Gestão de pessoas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
89
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
90
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Unidade 6
Comunicação
Lucinéia Felipin Woitchunas
– Seção 1–
O Que é Comunicação –
o subsistema de comunicação e seus componentes
Como professora, gosto de desafiar os alunos para a apresentação dos trabalhos de-
senvolvidos, muitas vezes sob protesto, mas no final todos compreendem que devemos apro-
veitar ao máximo as oportunidades que temos de manifestar nossas idéias ou o resultado de
91
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
um trabalho importante, e o ambiente acadêmico proporciona isso, seja por meio da expres-
são oral ou escrita. Quando não temos este ambiente, devemos buscar outras oportunida-
des para praticar a comunicação.
COMUNICAÇÃO – O QUE É?
Primeiro vou pedir para você escrever uma definição pessoal para o termo comunica-
ção. Faça isso nas linhas a seguir:
Como o ser humano dialoga, e todo o comportamento humano é comunicação, toda interação,
qualquer que seja, supõe por definição, um modo de comunicação, isto é, um conjunto de dispo-
sições verbais e não-verbais que se encarregam de exprimir, traduzir, registrar, em uma palavra,
de dizer o que uns querem comunicar aos outros durante uma relação. Ao mesmo tempo, locutor,
ouvinte e interlocutor, todo indivíduo exprime no quadro da interação ao mesmo tempo o que ele
é, o que faz, o que pensa, o que sabe, o que deseja, o que gosta; assim agindo, ele se coloca cada
vez mais como pessoa (1992, p. 37).
essencialmente um processo de interação humana que busca o entendimento comum nas relações
entre os indivíduos, fundamental para a sobrevivência, o crescimento e a continuidade da empresa.
Somente com a ajuda da comunicação é possível que as tarefas distribuídas entre as várias pessoas
92
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
que integram a empresa sejam realizadas corretamente e estejam dirigidas aos mesmos objetivos.
A comunicação também auxilia e complementa os demais instrumentos de gestão. Ela é, por
exemplo, um requisito importante para formular os planos, implementá-los e avaliar os resultados
de sua execução. A comunicação é também uma excelente ferramenta para ampliar nosso campo
de conhecimento, seja através de programas de educação, seja pelo contato direto entre os colabo-
radores. A comunicação cria, altera, mantém a relação entre a execução das operações.
Então podemos afirmar que existe um subsistema de comunicação, composto por quatro
elementos (ilustrados na Figura 1): o emissor, o receptor, a mensagem e o meio. O processo
da comunicação acontece quando há interação entre estes elementos.
Emissor Receptor
SUBSISTEMA
DE
COMUNICAÇÃO
Meio Mensagem
A mensagem é o que vai ser comunicado pelo emissor ao receptor. É composta pelo
conteúdo, significado e forma.
O meio é o recurso a ser empregado pelo emissor para transmitir a mensagem ao recep-
tor. Ex. carta, reunião, telefone, Internet, etc.
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
objetivos
emissor
mensagem
meio
ruído
filtragem
receptor
resposta
significado
situação
tempo
custo
EMISSOR – deve ter credibilidade e demonstrar coerência entre o discurso que faz e a
sua prática.
MEIO – é a escolha do canal a ser utilizado (verbal ou não verbal). Devemos escolher
um meio que evite ruídos.
94
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Realimentação,
conceito contra mulheres no local de trabalho pode ter esse pre-
retroalimentação.
conceito influenciando a natureza de sua comunicação com suas Volta a um sistema, de parte
que ele eliminou, de forma a
funcionárias.
obter-se algum controle sobre
essa eliminação.
RECEPTOR – é aquele que recebe o estímulo, ou mensa-
gem. É o alvo do processo de comunicação; é com ele que quere-
mos nos comunicar e é dele que esperamos uma resposta.
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
– Seção 2 –
Por isso, é importante a compreensão de que existe uma inter-relação entre os subsistemas
e, que eles podem afetar e serem afetados constantemente durante o processo de comunica-
ção. Assim, compreender e conseguir enviar mensagens com eficácia é vital para o bom anda-
mento de uma organização. Com freqüência há distorções neste processo, gerando verdadei-
ras ondas de “telefone sem fio”, ou seja, a mensagem sai de um departamento com um signi-
ficado e chega de forma muito diferente a outro, prejudicando os negócios.
96
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Você já vivenciou de um processo assim? Falou uma coisa e o receptor entendeu ou-
tra? Ou viveu uma situação em que no caminho ocorreram ruídos que modificaram sua
mensagem? Certamente, já passamos por isso!
Podemos observar ainda que nas empresas existem diferentes tipos de comunicação,
as quais podem ser classificadas em: descendentes, ascendentes e laterais. Vamos ver como
acontecem estes processos?
Descendente – “de baixo para cima”, ou seja, parte do subordinado para o superior.
– Seção 3 –
Podemos constatar ainda que a prática da comunicação nas organizações pode apre-
sentar algumas limitações, as quais podem interferir no fluxo de informações. Vamos conhe-
cer algumas?
• falta de atenção: pode decorrer da diferença na velocidade na qual uma pessoa fala e
outra escuta;
• avaliação precipitada: quando o receptor completa a mensagem antes de recebê-la por intei-
ro e acaba avaliando seu conteúdo de forma precipitada. Isso pode levar o receptor a tirar
falsas conclusões e presumir que a mensagem seja algo diferente do que ela realmente é;
97
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
• falta de comunicação: é um dos problemas mais freqüentes nas empresas e é o que gera
conseqüências mais graves. A falta de comunicação causa interpretações incorretas sobre
o que está acontecendo na empresa, constituindo uma boa fonte para boatos. As pessoas
sentem que alguma coisa está ocorrendo, mas enquanto não souberem exatamente o que
é, fazem suas deduções;
• excesso de comunicação – causado geralmente por processos não planejados, pode gerar
proliferação de papéis, reuniões inúteis; é quando o processo é redundante, não gera re-
sultados eficazes e perde-se tempo;
• comunicação incompleta: o processo é tão rápido que “queima etapas” e deixa os colabo-
radores inseguros ou com possibilidades de múltiplas interpretações;
• falta de clareza e objetivos: quando saímos de uma reunião com a sensação de que não
entendemos porque ela aconteceu, nem porque fomos convocados, tampouco entende-
mos o assunto discutido;
• o texto fora do contexto: quando se comunica apenas o acontecido e não são divulgadas
as razões que levaram a tal. O desconhecimento do contexto pode nos levar a versões
erradas e interpretações distorcidas. Ex.: quando lemos uma notícia incompleta em um
jornal, de uma fábrica que vai fechar, por exemplo, mas não sabemos em que contexto isso
está ocorrendo, podemos pensar que é um acontecimento ruim, um decreto de falência,
entretanto pode ser que a empresa esteja investindo em outro local;
Nesse sentido, é importante estar atento a todas essas questões, pois são “detalhes”
que podem significar a diferença entre alcançar ou não um objetivo.
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
– Seção 4 –
Agora que você já tem noções de como funciona o processo de comunicação em uma
empresa, e a complexidade que ele envolve, incluindo as barreiras que os gerentes enfren-
tam e precisam superar, vamos estudar o que Montana e Charnov (1998) nos sugerem para
melhorar a comunicação interpessoal.
2. Use palavras que façam parte do vocabulário do indivíduo com o qual você deseja se
comunicar. Você deve levar em conta que grupos diferentes têm vocabulários diferentes.
Nesse sentido, você deve estar preparado caso necessite mudar seu vocabulário. A mesma
mensagem pode ser comunicada de jeitos diferentes para grupos diferentes, para facilitar
uma comunicação eficaz.
3. Após enviar uma mensagem, teste sua precisão: peça ao indivíduo com o qual você está
se comunicando para repetir a mensagem. Seja cauteloso, porém, em concluir que a co-
municação foi eficaz se a mensagem for repetida na mesma linguagem em que foi trans-
mitida originalmente.
4. Tente não se comunicar com pressa. Gaste tanto tempo quanto for necessário para se comu-
nicar com eficácia. Transmita a mensagem de várias formas diferentes se achar que não teve
êxito em um dos formatos. Lembre-se: a meta é comunicar com eficácia, e não com rapidez.
5. Escute seus funcionários. Preste atenção às mensagens não-verbais que são transmitidas
simultaneamente, tanto na emissão quanto na recepção delas.
6. Ouvir é uma habilidade tão importante que muitas empresas se adaptaram a essa exigên-
cia oferecendo treinamento formal nesta área.
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Referências
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Unidade 7
Conflitos e Poder
Lucinéia Felipin Woitchunas
– Seção 1 –
Conflito: o que é?
Olá, vamos falar um pouquinho sobre conflitos? A propósito, você já teve algum con-
flito com um colega de trabalho, com um chefe ou com algum ente querido? Desconheço
alguém que não tenha tido, em algum momento de sua vida, um pequeno conflito que seja.
Embora pareça que os conflitos acontecem com freqüência, normalmente associamos con-
flitos com algo negativo, não é mesmo?
101
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
A palavra conflito, no dicionário Luft, aparece com o seguinte significado: “luta arma-
da, choque, colisão (de idéias, jurisdições, direitos, etc.)”. Se olharmos a palavra conflituoso
encontraremos a seguinte definição: “ relativo a conflito, briguento”. Da mesma forma,
conflitar é “estar em oposição; colidir (idéias, direitos, etc.)”.
E então? Essas afirmações corroboram com a versão de que conflito é algo negativo, certo?
Por outro lado, o que dizem os demais autores, em especial aqueles relacionados à
área da Administração?
O conflito aparece sempre que os interesses colidem. A reação natural ao conflito dentro do
contexto organizacional é vê-lo comumente como uma força disfuncional que pode ser
atribuída a um conjunto de circunstâncias ou causas lamentáveis. “É uma questão de perso-
nalidade.” “Existem rivais que estão sempre colidindo.” “O pessoal da produção e o pessoal
de marketing não conseguem jamais conviver.” “Os auditores e os contadores são detestados
por todos.” O conflito é visto como um estado de infortúnio que em circunstâncias mais
favoráveis desapareceriam.
Caso a análise feita na seção anterior esteja correta, então o conflito sempre estará pre-
sente nas organizações. O conflito pode ser pessoal, interpessoal, entre grupos rivais e
coalizões. Pode ser construído dentro das estruturas organizacionais, nos papéis, nas ati-
tudes e nos estereótipos, ou surgir em função de recursos escassos. Pode estar explícito ou
implícito. Qualquer que seja a razão e qualquer que seja a forma que assuma, a sua
origem reside em algum tipo de divergência de interesses percebidos ou reais.
Para Rondeau (1996), “dir-se-á que existe um conflito em uma organização quando
uma parte (um indivíduo ou um grupo) perceber um outro como um obstáculo à satisfação
de suas preocupações, o que provocará nele um sentimento de frustração, que poderá levá-
lo, posteriormente, a reagir em face de outra parte” O autor afirma que esta ainda é uma
visão limitada do conflito, mas valoriza as características geralmente associadas a sua exis-
tência: “a interdependência das partes que os associam mutuamente a sua satisfação res-
pectiva; a incompatibilidade, percebida por uma delas, sobre objetivos ou comportamentos
do outro, que serve de elemento detonador do conflito e, enfim, em alguns casos, da interação
que isto provoca entre elas”.
102
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Montana e Charnov (1998) afirmam que o conflito se dá entre uma ou mais partes,
sejam elas indivíduos, grupos, departamentos, divisões, organizações, partidos políticos, ou
até mesmo entre nações.
Então vamos analisar um pouco mais sobre o modo de tratar os conflitos na evolução
do pensamento administrativo, a partir da contribuição de Rondeau (1996, p. 207-212).
Para o modelo racional (Taylor, Fayol, Gulick, Urwick e outros) o conflito é mau por-
que afeta a eficiência organizacional e, nesta perspectiva, os autores se esforçaram para
reduzir, mediante diferentes mecanismos estruturais, as possibilidades de ocorrência do con-
flito no ambiente de trabalho. Ex.: a redução das interfaces e a concentração do poder.
103
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
– Seção 2 –
Nesta seção vamos analisar os tipos mais comuns de conflitos encontrados nas orga-
nizações, e, em seguida, identificar algumas de suas fontes.
a) Conflito interno – ocorre quando um único indivíduo tem duas opiniões opostas (ex.: um
gerente que prega ética em uma empresa na qual vale tudo para vencer), ou quando um
indivíduo tem dois caminhos para seguir e assim chegar ao objetivo.
– Ponto negativo: esse conflito tem o poder de interromper o fluxo e a eficácia da comuni-
cação organizacional;
b) Conflito entre indivíduos – ocorre por diferença de personalidade. É o produto das funções
organizacionais atribuídas a cada indivíduo. É a luta por espaço e recurso.
c) Conflito entre indivíduos e grupos – o indivíduo que não concorda com as normas do
grupo ou com a cultura da organização estará em conflito com o grupo e/ou com toda a
organização. Indivíduo em conflito com a organização ou grupo dificulta a comunica-
ção; desta forma nem ele nem a empresa passarão as informações para a boa adaptação.
d) Conflito entre grupos – ocorre por dois fatores inevitáveis para conflitos em uma organiza-
ção: a) a competição pelos recursos; b) os estilos gerenciais diferentes necessários para a
operação eficaz de departamentos diferentes.
1 – Diferença nas Metas: a alta gerência determina as metas políticas da empresa e estrutura
essas metas em termos gerais; a gerência intermediária escolhe as metas estratégicas e
táticas e os gerentes no nível inferior supervisionam as operações diárias conforme as
metas.
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
2 – Competição pelos Recursos: uma das tarefas da alta gerência é alocar recursos entre os
departamentos e setores organizacionais. Esta nem sempre é uma tarefa fácil, uma vez
que cada departamento acredita que sua reivindicação é a mais válida.
– Seção 3 –
Como os conflitos parecem ser inevitáveis, precisamos conhecer quais são as estratégi-
as mais comuns aplicadas para gerenciá-los nas empresas.
a) Abstenção
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
b) Falta de Atenção
c) Separação Parcial
d) Separação Total
e) Abrandamento
• enfatiza similaridades.
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
h) Confronto
• o confronto é útil quando ambas as partes estão dispostas a entrar no processo e houver
uma troca de idéias;
– Seção 4 –
Segundo Morgan (1996, p. 163), “o poder é o meio através do qual conflitos de inte-
resses são, afinal, resolvidos. O poder influencia quem consegue o quê, quando e como”. O
autor apresenta, então, 14 fontes de poder nas organizações, como sendo as mais importan-
tes, a saber:
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
1. Autoridade formal: um tipo de poder legitimado que é respeitado e conhecido por aqueles
com quem interage. O poder pode ser exercido pelo carisma, pela tradição (proprietário
fundador ou que pertence à família fundadora) e pela lei (burocracia).
6. Controle dos limites – uma pessoa pode monitorar e controlar as transações de interface
bilaterais, ou seja, pode tanto encorajar quanto bloquear certas transações.
10. Controle das contra-organizações – Ex.: sindicatos, governo e outras agências regula-
doras.
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
11. Simbolismo e administração do significado – reside na habilidade que tem uma pessoa
de persuadir os demais a idealizar realidades. Liderança define a realidade para os de-
mais. Uso de imagens, do teatro e arte de vencer sem romper as barreiras do jogo.
12. Sexo e administração das relações entre os sexos – organizações dominadas por valores
relacionados a um dos sexos que distorcem a vida organizacional a favor de um sexo em
relação a outro.
13. Fatores estruturais que definem o estágio da ação – poder tão aberto, amplo e variado
que as relações de força acabam por se equilibrar;
14. O poder que já se tem – poder como investimento; trocas sutis de favores; acordos tácitos.
Morgan esclarece que essas fontes de poder dão aos membros da organização uma
variedade de meios para ampliar os seus interesses, resolvendo ou perpetuando os conflitos
organizacionais.
Referências
LUF T, Celso Pedro. Minidicionário Luft. 20. ed. São Paulo: Editora Ática, 2002.
MORGAN, Gareth. Interesses, conflitos e poder – as organizações vistas como sistemas po-
líticos. In: Imagens da Organização, São Paulo: Atlas, 1996.
RONDEAU, Alain. A gestão dos conflitos nas organizações. In: CHANLAT, J. F. (Org.). O
indivíduo na organização: dimensões esquecidas. São Paulo: Atlas, 1996.
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Unidade 8
– Seção 1 –
Escola Estruturalista
111
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
d) visto de uma forma global, os incentivos materiais e sociais são importantes para os trabalha-
dores.
a) Blau & Scott, com o estudo das organizações formais focadas no grupo (o clima estabele-
cido no grupo pode mudar as atitudes de seus membros, assim como a atitude prevalecen-
te no grupo pode alterar as atitudes de seus componentes, independentemente de suas
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Etzioni entendia que existiam apenas dois modos de conceber uma organização: pelo
racional (como um sistema fechado) ou pelo natural (sistema aberto). Neste sentido, passa
a utilizar a abordagem do sistema aberto, tendo como base o modelo natural da organiza-
ção. Da mesma forma, acreditava que os conflitos são os elementos gerados pelas mudanças
e pelo desenvolvimento organizacional.
Arriscamos afirmar que a Escola Estruturalista faz a ponte da teoria de transição para
a teoria de sistemas, na qual se definiu o conceito de homem organizacional, ou seja, o
homem que desempenha papéis em diferentes organizações.
– Seção 2 –
Entendido como uma teoria por Andrade e Amboni (2007, p. 157) como:
(...) uma resposta da organização às mudanças, que implica em mudanças de atitudes, compor-
tamentos e estrutura da organização, de tal maneira que esta possa se adaptar melhor às novas
conjunturas, mercados, tecnologias, problemas e desafios que estão surgindo na economia
globaliza da.
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Desse modo, toda organização pode ser entendida e analisada sob três aspectos que
configuram a sua atividade empresarial:
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Tendo como base as informações apresentadas por Silva (2002), a realização do diag-
nóstico do desenvolvimento organizacional é uma tarefa difícil, porque deve ser realizada
tanto com as informações visíveis quanto com as “escondidas”. O autor faz uma analogia
da organização com um iceberg (Figura 1).
Aspectos visíveis:
• objetivos
• políticas
• tecnologia
• estrutura e autoridade
• canais de comunicação
• procedimentos e regras
• desempenho
Aspectos escondidos
• atitudes e opiniões
• valores
• sentimentos
• política e poder
• conflitos pessoais
• conflitos intergrupais
• problemas técnicos e de comportamento
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
É importante salientar que nesse processo deve ser feita uma análise da cultura e do
clima organizacional. Silva (2002) contribui definindo de cultura como um sistema de valo-
res, crenças, normas e hábitos compartilhados, que rege a interação dos elementos de uma
organização; clima organizacional como uma atmosfera psicológica, resultante dos com-
portamentos, dos modelos de gestão e das políticas empresariais, refletida nos relaciona-
mentos interpessoais para conectar ao seu objetivo principal – a mudança planejada, pen-
sada e articulada.
Outra conclusão que podemos fazer deste modelo é que este se apóia nos princípios da
teoria de sistemas e na teoria contingencial, que trabalharemos a seguir. Você, então, pode-
rá fazer a sua análise desta afirmação.
– Seção 3 –
Escola Sistêmica
A cibernética é uma ciência criada por Norbert Wiener entre os anos de 1943 e 1947,
justamente na época em que surgiu o primeiro computador de que se tem notícia, assim
como a teoria de sistemas.
Esta abordagem tem por objetivo compreender os fenômenos naturais e artificiais por
meio dos processos de comunicação e controle, explicados a partir da noção de informação.
116
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Estas abordagens não serão aprofundadas neste livro, posto que temos como objetivo
apresentar maiores informações sobre a teoria dos sistemas, que molda o mundo das organi-
zações de uma forma mais intensa. Caso você tenha interesse em aprofundar seus estudos
poderá obter maiores informações na bibliografia.
A teoria de sistemas ou teoria geral de sistemas foi elaborada pelo biólogo alemão Ludwig
Von Bertalannffy, por volta da década de 50, com característica interdisciplinar capaz de
transcender a todas as ciências com princípios e modelos gerais. Essa teoria é totalizante,
pois se baseia na compreensão da dependência recíproca de todas as disciplinas e da neces-
sidade de sua integração.
A teoria geral de sistemas não busca solucionar problemas ou tentar soluções práti-
cas, mas sim produzir teorias e formulações conceituais que possam criar condições de apli-
cação na realidade empírica (Andrade; Amboni, 2007, p. 172).
Afinal, o que é sistema? Antes de explicar a fundo a teoria, é necessário ter a compre-
ensão de que sistema é um todo organizado e/ou complexo; uma combinação de coisas ou
partes, formando um todo complexo, unitário.
Os fundamentos da teoria, explicados por Faria (2002, p. 133), são: a) existem siste-
mas dentro de sistemas; b) os sistemas são abertos, e são muitas as interferências externas;
as funções dependem da estrutura do sistema, que é concebido como sendo um conjunto de
elementos que interagem e se interligam, formando um todo organizado.
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Software
nos, hipóteses e idéias – software);
118
FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
A seguir vamos propiciar a você a leitura da Administração Por Objetivos, segunda das
Teorias Integrativas.
– Seção 4 –
(...) uma tentativa de alinhar metas pessoais com estratégia do negócio, por meio do aumento da
comunicação e percepções compartilhadas entre a gerência e os subordinados, seja como indiví-
duos ou como um grupo, pela conciliação do conflito quando este existir (Silva, 2002, p. 432).
Silva (2002, p. 433) define Administração Por Objetivos como um “estilo ou sistema de
administração que relaciona as metas organizacionais com o desempenho e desenvolvimen-
to individual, por meio do envolvimento de todos os níveis administrativos”.
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
c) revisão periódica do desempenho, por meio de reuniões entre o gerente e seu pessoal, em
intervalos para confimação ou reavaliação e mesmo alteração dos objetivos;
– Seção 5 –
Abordagem Contingencial
Última das teorias integrativas, a Abordagem Contingencial é uma das mais recentes
teorias administrativas e marca um passo além da Escola Sistêmica. Suas origens remontam
a uma série de pesquisas que estudaram a relação da organização com e dentro do seu
ambiente. Seu objetivo básico era aplicar os conceitos das principais teorias administrativas
em situações gerenciais concretas.
Esta abordagem enfatiza que nada é absoluto nas organizações, “tudo depende”, ou
seja, procura explicar que nada é absoluto nos princípios da organização, uma vez que
estas precisam ser sistematicamente ajustadas às condições ambientais.
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
a) Alfred Chandler fez um estudo comparativo entre quatro grandes empresas americanas –
Du Pont, General Motors, Standard Oil Co. e Sears Roebuck & Co –, demonstrando que a
estrutura organizacional delas foi continuamente adequada e ajustada a sua estratégia.
Para Chandler, a estrutura organizacional pode ser definida como o design da organização.
b) Tom Burns e Stalker pesquisaram 20 indústrias inglesas para verificar a relação existente
entre as práticas administrativas e o ambiente externo; descobriram os diferentes processos
administrativos adotados por elas, classificando-os como sistema mecânico e orgânico.
c) Joan Woodward, socióloga industrial, organizou uma pesquisa para descobrir se os prin-
cípios de Administração propostos pelas diversas teorias administrativas se relacionavam
com o êxito do negócio, quando colocados em prática.
d) Paul Lawrence e Jay Lorsch preocuparam-se com as características que as empresas deve-
riam ter para enfrentar com eficiência as diferentes condições externas, tecnológicas e de
mercado. Na medida em que os sistemas aumentam de tamanho, diferenciam-se em par-
tes e o funcionamento dessas partes separadas tem de ser integrados para que o sistema
inteiro funcione adequadamente.
Esta abordagem apresenta ênfase em tecnologia. Do final dos anos 90 até hoje ela é
valorizada pela sua incorporação como ferramenta de gestão, importante na estrutura ad-
ministrativa flexível.
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Com a Teoria Contingencial, novos desenhos organizacionais estão sendo implementados pelas
organizações, justamente para poderem tirar proveito das tendências relevantes apontadas para
o século XXI, bem como para acompanharem as transformações paradigmáticas, as metáforas
e os ciclos de vida (p. 13).
Referências
FARIA, J. C. Administração: teorias & aplicações. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002.
FERREIRA, A. A.; REIS, A. C. F.; PEREIRA, M. I. Gestão empresarial: de Taylor aos nossos
dias. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
SILVA, R. O. da. Teorias da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
Unidade 9
– Seção 1 –
Aprendizagem Organizacional
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
DISCIPLINA CONTEÚDO
Domínio pessoal Capacidade de concentrar energias no que
é importante.
Modelos mentais Paradigmas, idéias arraigadas na mente,
difíceis de mudar.
Objetivo comum União em torno de objetivos, valores e
compromissos comuns.
Aprendizado grupal Capacidade de raciocinar em grupo.
Raciocínio sistêmico Quinta disciplina, tudo está ligado no
mesmo esquema.
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FU NDAMEN TOS DA GESTÃO ORGANIZACION AL
– Seção 2 –
Cultura Organizacional
... Ao falar-se de cultura, refere-se tipicamente ao padrão de desenvolvimento refletido nos siste-
mas sociais de conhecimento, ideologia, valores, leis e rituais quotidianos. A palavra é também
habitualmente usada para fazer referência ao grau de refinamento evidente em tais sistemas de
crenças e práticas. Ambos os usos derivam das observações do século XIX a respeito das socieda-
des “primitivas” ao transmitir a idéia de que diferentes sociedades manifestam diferentes níveis
de padrões de desenvolvimento social. Nos dias de hoje, todavia, o conceito de Cultura não
carrega necessariamente esta antiga postura de avaliação, sendo usada mais genericamente
para significar que diferentes grupos de pessoas têm diferentes estilos de vida.
Podemos afirmar, então, que cultura é tudo aquilo que caracteriza a existência social
de um povo, de uma nação ou então de grupos na sociedade. Ela nasce por meio de métodos
e formas que cada um estabelece no seu trabalho, pelos costumes, filosofias, necessidades
da organização, crenças e valores ... A cultura não nasce pronta, mas já construída a partir
da história da caminhada da organização.
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Podemos afirmar então que a cultura está presente em todas as organizações. Ela é
resultado de sua história particular, podendo ser tradicional ou recente, dependendo da
longevidade desta organização no contexto em que está situada.
As organizações são minissociedades que têm os seus próprios padrões distintos de cultura e
subcultura. Assim, uma organização pode ver-se com um grupo bem integrado ou família que
acredita no trabalho conjunto. Outra pode estar impregnada pela idéia de que “ nós somos os
melhores da indústria e pretendemos continuar assim”. Outra, ainda, pode ser grandemente
fragmentada, dividida em grupos que pensam sobre a realidade de formas muito diferentes,
tendo diferentes aspirações a respeito daquilo que a organização deveria ser. Tais padrões de
crenças ou significados compartilhados, fragmentados ou integrados, apoiados em várias nor-
mas operacionais e rituais, podem exercer influência decisiva na habilidade total da organiza-
ção em lidar com os desafios que enfrenta.
A forma como o trabalhador vê a empresa vai determinar a forma como vai investir
nesta. Assim sendo, conhecer a organização, os seus princípios e a sua história permite uma
construção mais verdadeira, menos imaginária e equivocada, de sua importância. Desconhecê-
la pode significar um investimento aleatório e passageiro.
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A cultura organizacional pode ser fonte tanto de vantagem estratégica quanto de bar-
reiras ao bom funcionamento e/ou crescimento das empresas.
2. ... e ainda que é importante conhecê-la, posto que ela pode ser fonte de motivação ou de
resistência às mudanças estratégicas.
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d) teoria da complexidade, cujo expoente foi Edgar Morin, que destaca que a maioria dos pro-
blemas encontrados na sociedade é de natureza polidisciplinar, transversal e multidimensional.
Defende que a lógica que percebe o mundo é passível de ser estudada sob a perspectiva da
construção de certezas, herdada da tradição cartesiano-newtoniana, que busca explicações
racionais para os fenômenos naturais e sociais, a partir da sua complexidade.
Referências
LUF T, Celso Pedro. Minidicionário Luft. 20. ed. São Paulo: Editora Ática, 2002.
MONTANA, Patrick J.; CHARNOV, Bruce H. Administração. São Paulo: Saraiva, 1998.
MORAES, Anna Maris Pereira de. Iniciação ao estudo da Administração. 2. ed. rev. e ampl.
São Paulo: Makron Books, 2001.
MORGAN, Gareth. Interesses, conflitos e poder – as organizações vistas como sistemas po-
líticos. In: Imagens da organização. São Paulo: Atlas, 1996.
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