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Odinismo X Universalismo

Nestes tempos em que estamos vivenciando o renascimento do Culto de Odin, e que os


antigos valores estão atraindo um número cada vez maior de pessoas, temos verificado
que o ciclo de encarnações tem se completado e que nossos antepassados, vivendo em
nós mesmos, pulsam em nossos atos, e vivem através de nós.
No entanto, o mundo não parece estar preparado para isso, após centenas de anos de
cristianismo, em que a tradição Odinista foi obrigada a se esconder, e acabou profanada.
Isso ocorre mesmo em meio as Eddas, herdadas da tradição oral e transcritas pelo
stórgoði cristão Snorri Sturluson (político, poeta e historiador, que viveu em 1179 –
1241); com sua própria interpretação.
O Asatru que foi baseado exclusivamente na literalidade das Eddas de Snorri, é
exemplo, pois ao anexar o conceito de Ragnarok, de forma linear, torna os Deuses
finitos, algo que não é aceito no Odinismo, em especial no Visigodo, pois seria limitar
um aspecto dos deuses, tornando-os mortais.
O Odinismo Visigodo preserva de forma fiel o culto de Odin e de nossas Divindades
Tutelares como Odin, Frigga, Freya, Tyr, Thor, entre tantos outros.
Para entender, é necessário que se conheça as origens de cada grupo que cultua a Odin e
suas interpretações:
Asatru: Dissidência da Igreja de Odin, formada por cultos em alguns casos ariosofistas,
que por volta de 1972 ganhou apoio e desenvoltura de seus membros. Há alguns
exemplos de Grupos Asatruares que acreditam no conceito de pureza racial, e de que
somente os que descendem dos “homens do Norte”, podem praticar o Asatru. No geral,
não há uma definição específica sobre existência no pós-morte, no quesito retorno ou
não retorno. Os participantes absorvem-se como sendo filhos da divindade tutelar, de
maneira a ir habitar suas mansões especificamente após a morte.
Odinismo Visigodo: busca o desenvolvimento do culto, como nossos antepassados o
praticaram, com o desenvolvimento natural que é proveniente da evolução. Faz amplo
uso dos meios e conceitos sobre reencarnação dentro de uma mesma família. Não tem
envolvimento com os termos da ariosofia, ou mesmo do sectarismo, mas não vê com
bons olhos quaisquer adulterações que sejam provenientes de acertos, como a inclusão
de aspectos da Magia Moderna. Acredita em reencarnação, num ciclo de 9 gerações. É
tribalista, onde os laços se formam através do casamento, pactos de honra, ou da pela
hereditariedade, isto tão bem exemplificado em nossas sagas.
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Universalismo: Conceito ligado diretamente à ideia de acreditar que, pode-se abraçar


quem quer que seja, para o Odinismo ou Asatru (visto no Universalismo como uma
única coisa), e abordar as mesclas de ideias como sendo normais, ou aproveitáveis, sem
dar atenção aos riscos e deturpação que isso pode acarretar.
Assim, ocorre a fusão de conceitos ligados a tendências ou comportamentos que são
provenientes do Oriente, e que acabam sendo impróprios para definir uma identidade
tão específica, como o é a do Odinismo. Ocorre muitas vezes o sincretismo, com os
deuses pagãos ou com o cristão, visto como uma das várias faces do deus, ou da deusa.
Outro fato interessante de citar é o conceito de Elfos, Anões e outros seres. Hoje,
devidos às fabulas dos irmãos Grimm e a outros contos de fada, estes viraram figurinhas
pequenas e habitantes de mundos paralelos. Poucos sabem que há registros de
casamentos feitos entre humanos e estes seres, e que provavelmente eram de carne e
osso como nós, assim como possuíam um tamanho compatível com o nosso. Pior é ver
estes seres transformados em miniaturas engraçadas e cultuados como o gnomo do
dinheiro, a fadinha do amor, etc. A nossa tradição nos mostra que isso pode ser muito
prejudicial. Veja o que aconteceu aos Nibelungos, ou a quem se apropriava de seu anel.
Sendo assim, podemos detectar que dentro do Asatru também ocorre o Universalismo,
uma vez que seu comportamento abraçou a ideia de compor-se de meios e modos,
dentro de estruturas religiosas dogmáticas, naturalmente encontradas na pós-
cristianização da Europa. Prova disto é a natureza da forma de ver o Ragnarok, onde
podemos notar que Thor-Donnar, é visto como um Arcanjo Miguel que derrota a
Serpente e a expulsa para o inferno, serpente esta que no Odinismo é Jormungandr.
Então vemos o sincretismo.
Isto é aceito entre os asatruares de forma dogmática, ou seja, inquestionável.
O não questionar também é um resquício do cristianismo, porém ao nos desvinculamos
dos dogmas cristãos, caímos em novos dogmas que aprisionam e restringem a alma.
Vejo isto especificamente como prejudicial as mulheres, pois foi com o cristianismo que
perdemos a nossa igualdade, o aspecto de restringir está associado ao conceito de
pecado, fato que não existe entre nós Odinistas. A mulher não é vista como má ou
impura, mas como uma companheira, um ser que caminha não atrás ou na frente, mas
lado a lado, com tanto poder e dignidade quanto qualquer homem e com mais até do que
a alguns deles.
Nossas mulheres foram convertidas ao cristianismo de forma bárbara e violenta, muitas
mulheres honradas não aceitaram a conversão e foram torturadas, queimadas e
desonradas pelo simples fato de terem uma fé própria, e morreram por isso, e em vista
disto, ou se é cristão, ou se é Odinista, um meio termo não pode existir. Está é uma
decisão que se deve tomar.

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