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Unidade 4: Modelos de ensino em EaD


Conteúdos trabalhados na unidade: Modelos de ensino em EaD – SEI
(Sistema de ensino Interativo) e SEPI (Sistema de ensino presencial
interativo) desenvolvidos na UNIP Interativa; Avaliação;
Interdisciplinaridade

Até aqui estudamos sobre a EaD, sua história e seu desenvolvimento. Que tal
se focarmos na EaD construída na UNIP Interativa?

Você concorda que é extremamente importante compreender como a


universidade a qual você escolheu para cursar sua pós-graduação enxerga a
EaD, certo?

Mãos à obra, então!

4.1: Modelos de ensino em EaD – SEI (Sistema de ensino Interativo) e


SEPI (Sistema de ensino presencial interativo) desenvolvidos na UNIP
Interativa

Na UNIP, como você sabe, são desenvolvidos cursos na modalidade presencial


e na modalidade à distância.

Os cursos presenciais são aqueles cursos superiores de graduação tradicional,


nas áreas jurídica, de administração, de saúde, de ciências exatas, humanas,
sociais e da comunicação que possibilitam ao aluno ampla formação teórica e
prática, por meio de currículos extensos que vão da formação básica à do
profissional atualizado.

Há também um elenco de cursos superiores de tecnologia de menor duração –


dois a três anos – nas áreas de Ambiente e Saúde; Apoio Escolar; Controle e
Processos Industriais; Gestão e Negócios; Hospitalidade e Lazer; Informação e
Comunicação; Infraestrutura; Produção Cultural e Design; Produção Industrial;
Segurança; entre outras.
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Nos cursos presenciais superiores de tecnologia, o aluno é mias rapidamente


habilitado ao desempenho das funções exigidas na área que escolheu, o que
colabora para o aumento considerável do seu nível de competitividade no
mercado de trabalho.

Alunos já graduados também procuram esses cursos e, vale ressaltar que é


uma forma de estudar e ter a oportunidade de ampliação ou de diversificação
de sua área de atuação profissional.

Em ambos a metodologia é desenvolvida presencialmente – as aulas são


presenciais, acontecem diariamente, de segunda à sexta-feira e para alguns
cursos há encontros aos sábados, quando são realizadas aulas extra, de
dependência, eventos solidários, palestras, mini-cursos ou outras atividades
que procuram proporcionar ao aluno cada vez maior conhecimento na área
escolhida.

Já os cursos na modalidade à distância são aqueles em que o aluno faz seu


horário de estudo. Ele assiste à aulas, realiza os questionários, participa dos
fóruns, compartilha com os demais alunos, tira as dúvidas com apoio dos
professores autores, dos tutores presenciais e virtuais e constrói seu
conhecimento ao seu tempo.

O mais importante nessa modalidade é a aprendizagem que ocorre a partir da


troca de informações e na realização de atividades e exercícios propostos.

Como mencionado, é fundamental participar de fóruns e/ou chats, cujos


arquivos ficam disponíveis para futuras consultas. Ainda, há a integração dos
grupos de alunos, com áreas próprias para trocas de arquivos e e-mails, painel
de discussão e sala virtual.

Há uma avaliação presencial obrigatória – de acordo com as normas do MEC


(Ministério da Educação) e, além desta, o aluno dispõe da forma on-line, ou
seja, os questionários que devem ser realizados após a aula ministrada pelo
professor autor, questionário este que vem acompanhado de correção
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automática e comentários para que o aluno compreenda caso tenha errado a


resposta ou, aprofunde-se caso tenha acertado.

Além das questões de múltipla escolha, o aluno também pode ser avaliado com
a aplicação de questões discursivas, cujas respostas são enviadas para o e-
mail interno do professor on-line.

Para completar a avaliação, são realizados trabalhos e atividades que são


enviados por e-mails internos.

Os conteúdos de cada curso, bem como as teleaulas, estão disponibilizados


aos alunos para acesso a qualquer momento via internet, possibilitando a você
a organização de seu ritmo de estudo.

Os componentes tecnológicos adotados na modalidade à distância são os


seguintes: internet, satélite, CD-ROM, DVD, webcast etc.

O aluno poderá assistir às teleaulas no polo de apoio regional, pois elas são
transmitidas em tempo real da sede da UNIP em São Paulo (para a modalidade
SEPI).

Elas também serão gravadas e o aluno poderá assistir, via internet, a qualquer
momento no local de sua preferência (para a modalidade SEI, mas o aluno
SEPI também terá essa oportunidade, já que tem acesso a essas aulas até o
final do semestre letivo).

Os cursos da UNIP Interativa, na modalidade de Educação a Distância (EaD)


podem ser oferecidos por meio de diferentes metodologias e com uso de
tecnologias variadas.

O conteúdo curricular é disponibilizado em plataforma digital – AVA, ou seja,


ambiente virtual de aprendizagem e/ou material impresso.

Há ainda a tutoria que recebe ligações telefônicas ou e-mails com as dúvidas


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dos alunos e as responde ou encaminha ao professor autor para que este dê


uma explicação mais pormenorizada, indique material extra para complementar
a aprendizagem etc.

<Saiba Mais início>

Não deixe de explorar o site ( http://www.unipinterativa.edu.br/ ) da UNIP


Interativa para conhecer todos os cursos ministrados.

<Saiba Mais fim>

4.1.1 - SEI - Sistema de Ensino Interativo

Como você pode verificar no site da UNIP Interativa, o sistema SEI foi
construído em formato de modo a privilegiar o ensino por meio do Ambiente
Virtual de Aprendizagem (AVA), espaço em que o aluno pode acessar todo o
conteúdo do curso disponibilizado a qualquer momento pela internet.

O aluno também realiza encontros programados no polo presencial, além das


suas avaliações, atividades e os encontros determinados pela legislação
perfazendo o total de 20% da carga horária do curso.

4.1.2 - SEPI I - Sistema de Ensino Presencial Interativo I

Neste formato, além de utilizar o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), o


encontro no polo de apoio presencial é ampliado, sendo oferecidas diversas
atividades semanais programadas.

4.1.3 - SEPI II - Sistema de Ensino Presencial Interativo II

Este formato privilegia as dinâmicas acadêmicas presenciais com o aluno, com


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o objetivo de promover a flexibilidade, interdisciplinaridade e a articulação entre


teoria e prática. Além dos encontros presenciais, existem atividades
acadêmicas a serem realizadas no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)

<Lembrete início>

Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) : Neste ambiente de estudo, o aluno


deverá responder a questionários, acessar fóruns, secretaria virtual, enviar e-
mail para todos os tutores a distância, coordenadores, professores e ter acesso
a todos os serviços oferecidos pela instituição.

<Lembrete fim>

São várias possibilidades de estudar na modalidade EaD. Você escolheu uma


delas e, certamente, fez a melhor opção para suas necessidades no momento.
Esse é um fator importante para o aluno de EaD, ou seja, pensar o que posso e
como posso.

A partir dessa escolha, sua integração com as atividades acadêmicas do que


você estiver cursando será mais interessante, assim, diante da sua realidade, a
aprendizagem terá mais chance de ocorrer de modo significativo!

Relembro nossa conversa sobre o perfil do aluno em EaD: a primeira questão


que deve ser considerada é exatamente em relação ao tempo e ao modo de
estudar.

Vejamos: se você só dispuser e sentir a necessidade de estar pelo menos uma


vez por semana com seus pares (os demais participantes do curso que você
tiver escolhido), a melhor opção será, sem dúvida, pelo Sistema de Ensino
Presencial Interativo – SEPI.

Você encontrará com os outros alunos e seu tutor pelo menos uma vez por
semana e poderá trocar com eles pessoalmente suas descobertas e dúvidas.
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Será muito enriquecedor!

Caso seja mais complicado, especialmente nos grandes centros urbanos, por
conta dos infindáveis engarrafamentos ou nas cidades menores, pela distância
para chegar ao polo, a melhor opção será o Sistema de Ensino Interativo – SEI,
no qual você estuda no lugar que ficar mais confortável (da sua casa, de seu
local de trabalho, de uma biblioteca e até mesmo de uma lan house).

A escolha será sua, não esquecendo que será fundamental a conexão com a
Internet para poder assistir às aulas gravadas, responder aos questionários,
postar as atividades e participar dos fóruns.

Opção não falta, não é?

<Observação – início>

Realizar um curso a distância exige do estudante disciplina, dedicação e


comprometimento.
Estabeleça seu horário de estudo e dedique-se o máximo que puder!
Pode parecer fácil, mas essa modalidade de ensino, uma realidade em boa
parte do mundo, exige determinação e autodisciplina!

<Observação - fim>

4.2 Avaliação

No início deste Livro texto, falamos sobre a avaliação, como ela ocorre, seus
tipos etc. Vamos relembrar um pouquinho?

A educação nos traz muitos questionamentos. Devemos estar todo o tempo


pensando nas melhores formas de realizar esse tão pertinente processo para
alunos e professores, assim, cabem duas perguntas:

• Como identificar que meu aluno está, realmente, aprendendo?


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• Como saber se meu modo de ensinar cada um dos conteúdos está sendo
adequado?

É importante lembrar que a avaliação está diretamente relacionada com os


objetivos educacionais determinados no início do processo e com as escolhas
metodológicas feitas pelo docente.

Ainda, toda avaliação deve trazer subsídios visando o ajuste das intervenções
pedagógicas para que a aprendizagem se dê de forma cada vez mais
significativa e produtiva para os participantes de um curso.

Reforço que avaliar é diferente de medir, termo comumente utilizado em


educação.

Medir é atribuir um valor e avaliar amplia esse conceitos, já que corresponde a


um julgamento de valor.

Veja o esquema a seguir para recordar os três tipos mais conhecidos de


avaliação:
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Avaliação
(Haydt, 2004)

No início do processo Durante o processo Após o ensino


(antes)

Diagnóstica Formativa Somativa

(Para conhecer o que (Orientadora, (Integradora, para a


o aluno sabe) Motivadora) promoção)

• Visa identificar • Auxilia no • Procura


a presença ou controle, na classificar os
a ausência de verificação se resultados
pré-requisitos os objetivos obtidos pelos
para novas educacionais alunos de
aprendizagens, estão sendo acordo com
detectar atingidos níveis de
dificuldades pelos alunos, aproveitamento
específicas de fornece dados previamente
aprendizagem, para estabelecidos
tentando aperfeiçoar o
identificar suas processo de
causas ensinar e
aprender

A partir dessa breve retomada, podemos ir adiante e concentrar nosso olhar


nas formas de se avaliar na Educação a Distância, certo?
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<Atividade de aplicação – início>

Leia o artigo intitulado “Avaliação do Ensino Superior a Distância no Brasil”, do


professor José Manuel Moran, o qual você encontra no seguinte endereço
eletrônico: http://www.eca.usp.br/moran/avaliacao.htm, faça um resumo sobre
as principais ideias e reflita sobre sua leitura.

<Atividade de aplicação – início>

Sendo a EaD uma modalidade de ensino com características especiais, o que


temos discutido em todo esse material, vamos levantar duas delas para falar
sobre a avaliação, processo meio em educação.

Em primeiro lugar, devemos ter em mente que, com um certo uso intensivo das
TICs vem algumas dificuldades de utilização, de adaptação, tecnológicas que
estão diretamente ligadas à uma cultura reprodutivista, não reflexiva e que nem
sempre deixa o indivíduo colocar-se – problema que nossa escola precisa
resolver -, que gera o próximo ponto.

Em segundo lugar, muitas vezes parece estranho ao cursista (e ao docente


também, que foi formado em outro modelo, o presencial) o fato de não estar
junto, faca a faca com seu interlocutor - uma dificuldade de contato entre aluno
e formador gerando desconfianças de ambos os lados, como: escrevo para
quem?, como saber se não será uma máquina que “corrigirá” minha atividade
etc.

Você em algum momento parou para pensar como é feita a avaliação em EaD?
Que caráter ela tem? Como é desenvolvida? Que ferramentas são utilizadas?
Vamos fazer essa discussão?
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Toda avaliação deve, na verdade, ser processual. Em EaD, como tudo o que
acontece fica registrado – cada palavra proferida, cada atividade desenvolvida,
cada dúvida postada, cada resposta dada - fica mais fácil traçar o perfil e o
percurso do aluno.

É diferente do ensino presencial. Por favor, não estou aqui dizendo que avaliar
em EaD é mais fácil ou mais simples do que no presencial. O que quero dizer é
que é diferente e que o fato de tudo estar registrado facilita a coleta de dados.

Mas... se o educador em EaD estiver despreparado, de nada adianta ter tudo


em suas mãos, pois de nada servirão as informações sobre o que o aluno fez
ou construiu, ou descobriu ou indica não entender, não é mesmo?

No ensino presencial tem-se as provas, testes, seminários, questionários,


relatórios e diversas outras ferramentas através das quais os alunos deixam
suas marcas para que os professores possam compreender o que eles sabem
ou não sabem.

E em EaD? Que ferramentas são utilizadas? Vamos listá-las?

1) Fórum
2) Chat
3) Questionários
4) Wiki
5) Glossário
6) Apresentação
7) Wiki etc.

Você deve ter percebido que, dentre as ferramentas listadas, algumas


acontecem de modo síncrono e outras de modo assíncrono, certo?

<Lembrete – início>

• Atividades síncronas: adj. Sincrônico. Diz-se dos movimentos que se


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executam ao mesmo tempo. Em EaD considera-se aquelas atividades em que


os participantes encontram-se para realizá-la ao mesmo tempo. Ex: chat.

• Ativdades assíncronas: adj. Que não ocorre ou não se efetiva ao mesmo


tempo. Em EaD refere-se àquelas atividades que não precisam ser realizadas
pelos participantes no mesmo tempo. Ex: fórum, no qual cada participantes,
dentro de um prazo determinado, por exemplo, uma semana, posta suas
contribuições no momento que mais lhe for conveniente.

<Lembrete – fim>

Contudo, cabe ressaltar que TODAS elas deixam no ambiente de


aprendizagem as suas marcas. Serão esses os materiais de onde o professor
obterá dados para a avaliação.

<Saiba mais – início>

Assista à fala do prof. Dr. Marco Silva sobre avaliação da aprendizagem em


cursos online. Aposto que você terá muito a pensar depois dele! Lembro que o
professor não utiliza a mesma nomenclatura que citamos aqui para ferramenta,
mas, ainda assim, ele menciona o mesmo tipo que avaliação que propomos
aqui, ou seja, formativa, processual.

Veja no endereço eletrônico: http://www.youtube.com/watch?v=S7uUd6afEYE

<Saiba mais – fim>

Com todas as possibilidades – tecnológicas e pedagógicas existentes, planejar,


porpor e avaliar atividades de aprendizagem em EaD torna-se, cada vez mais
interessante e pertinente para alunos e professores, concorda?

Avaliar, portanto, não deveria ser um nó no processo. Assim, EDUCADORES e


EDUCADORAS que vão trabalhar com EaD: prestem muita atenção ao
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processo, às dúvidas, aos questionamentos e caminhos que seus alunos(as)


percorrer!

Se eles errarem, é por que tentaram e se tentaram, é por estão aprendendo,


ou, ao continuar tentando, aprenderão.

Sua função é acompanhar, insicar possíveis caminhos. Lembra-se de ter


ouvido alguma vez um velho provérbio chinês que propõe não dar o peixe, mas
ensinar a pescar como a salvação? É aí que você entra!

Através do que seu(ua) aluno(a) produzir, você poderá compreendê-lo(a) e


auxiliá-lo(a) em sua aprendizagem. É essa uma das funções da avaliação:
guiar.

4.3 Interdisciplinaridade

Você sabe o que é interdisciplinaridade? Nossa! É uma palavra bem comprida,


não é? E quer dizer muito para a educação – presencial ou EaD.

Vamos falar sobre ela?

A interdisciplinaridade tem sido tratada, especialmente, por dois enfoques: o


epistemológico e o pedagógico.

No campo da epistemologia, toma-se como categorias para seu


estudo o conhecimento em seus aspectos de produção,
reconstrução e socialização; a ciência e seus paradigmas; e o
método como mediação entre o sujeito e a realidade. Pelo
enfoque pedagógico, discutem-se fundamentalmente questões de
natureza curricular, de ensino e de aprendizagem escolar.
(Thiesen, 2008, p. 545).

Veja, então, que defini-la não é tarefa simples e, possivelmente, você vai
encontrar inclusive outros termos referenciando-se a ela. Vamos, então,
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desmembrar a palavra?

Interdisciplinaridade

Inter Disciplina

Entre Área de conhecimento

Ou seja...

Que implica relações entre várias disciplinas ou áreas de conhecimento.


Que é comum a várias disciplinas.

A escola, local legítimo para promover a aprendizagem, a produção e a


reconstrução de conhecimento, cada vez mais precisará acompanhar as
transformações do mundo contemporâneo.

Para acompanhar o ritmo das mudanças sociais, num mundo cada vez mais
interconectado, interdisciplinarizado e complexo, é necessário estar preparada
e trabalhar de modo interdisciplinar é uma solução eficaz e bastante razoável.

Vejamos como. No contexto educacional há várias iniciativas de sucesso no


desenvolvimento de experiências verdadeiramente interdisciplinares, embora
ainda incipientes. Ainda há algumas barreiras, especialmente a questão da
formação fragmentada que construiu os educadores, a grande maioria, na
verdade, de quem está nas salas de aula.
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Contudo... percebe-se, também, um grande esforço institucional que procura


incentivar esses educadores a quebrar antigos paradigmas – como a
mencionada fragmentação e ir em busca de alternativas mais condizentes com
o aluno da atualidade, que vive num mundo cada vez mais bombardeado com
toda gama de estimulação para aprendizagens diversas – escolares e não
escolares.

Não é difícil identificar as razões dessas limitações; basta que


verifiquemos o modelo disciplinar e desconectado de formação
presente nas universidades, lembrar da forma fragmentária como
estão estruturados os currículos escolares, a lógica funcional e
racionalista que o poder público e a iniciativa privada utilizam para
organizar seus quadros de pessoal técnico e docente, a
resistência dos educadores quando questionados sobre os limites,
a importância e a relevância de sua disciplina e, finalmente, as
exigências de alguns setores da sociedade que insistem num
saber cada vez mais utilitário (Thiesen, 2008, p. 550).

Ainda assim, tentar é estar na metade do caminho para conseguir. Em


educação nada pode ser deixado de lado, principalmente por receio de que não
vai funcionar, e, por isso, acreditar que não vale à pena tentar.

Promover um ensino num paradigma interdisciplinar é buscar uma modificação


profunda (mas necessária!) nos modelos pedagógicos tradicionais vigentes em
boa parte das instituições escolares e, também, em EaD.

Para Fazenda (2003), trabalhar com programas interdisciplinares implica


transformação nas práticas docentes, provocando um novo jeito de ensinar:

Passa-se de uma relação pedagógica baseada na transmissão do


saber de uma disciplina ou matéria, que se estabelece segundo
um modelo hierárquico linear, a uma relação pedagógica dialógica
na qual a posição de um é a posição de todos. Nesses termos, o
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professor passa a ser o atuante, o crítico, o animador por


excelência (p.45).

Percebeu o quanto fica diferente quando tiramos o foco da transmissão e


passamos para a construção? Da linearidade para a dialogia, para a não-
linearidade? Do saber pronto, absoluto, para o saber construído, conquistado,
refletido?

É um trabalho interdisciplinar que nos levará a essa conquista. Aí você


pergunta: mas... o que é interdisciplinaridade mesmo?

Para Gadotti (2004), a interdisciplinaridade visa garantir a construção de um


conhecimento globalizante, rompendo com as fronteiras das disciplinas. Para
isso, integrar conteúdos não seria suficiente, mas um primeiro passo.

É preciso, como sustenta Fazenda (1979), também uma atitude interdisciplinar


do educador diante de sua ação, diante daquilo que planeja, desde o momento
em que começar a estruturar seu planejamento.

Tal posicionamento só ocorrerá, de fato, se constar do compromisso


profissional do educador, de seu envolvimento com os projetos da instituição
na qual trabalha, na busca constante de estudo para aprofundamento teórico e,
sobretudo, numa postura ética.

A interdisciplinaridade, portanto, é um rompimento com a fragmentação das


disciplinas, das ciências e do conhecimento. A sociedade que aprendeu de
modo fragmentado, agora, passa a conceber o ato de conhecer de modo
inteiro, completo, pleno, total, mudando a antiga forma hierarquizada de
distribuição das disciplinas, reflexo dos valores sociais vigentes até então.

Se pensarmos com bastante clareza, seguir uma ordem de conhecimentos


preestabelecidos, não facilita a apreensão do mundo, que é global.

A interdisciplinaridade faz o papel da completude para a compreensão do


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mundo real, dos fatos e fenômenos da vida cotidiana.

Atenção: não estamos aqui fazendo uma campanha para que não haja mais
disciplinas. De forma alguma é essa a nossa intenção. O que propomos é um
trabalho em que as disciplinas sejam associadas com as questões da
sociedade e, portanto, que o ensino crie condições para que essas mesmas
disciplinas, integradas, aliem-se à realidade vigente para que nossos(as)
alunos(as) percebam a totalidade do mundo em que vivem.

<Observação – início>
Segundo Fazenda (2003), a interdisciplinaridade surgiu na França e na Itália
em meados dos anos 60, período marcado por movimentos estudantis que
reivindicavam um ensino mais sintonizado com as questões sociais, políticas e
econômicas da época.
A interdisciplinaridade teria sido uma resposta a tal reivindicação. No Brasil
influenciou a elaboração da Lei de Diretrizes e Bases nº 5.692/71. Desde
então, sua presença no cenário educacional brasileiro tem se intensificado e,
recentemente, mais ainda, com a nova LDB nº 9.394/96 e com os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN).
<Observação - fim>

Questões como as relacionadas à proteção ambiental, por exemplo, serão


vistas como uma coisa só, independente do local, pois o mundo é global, o que
acontece na Europa Oriental influencia a América Latina e vice-versa.

Se há desmatamento na Amazônia, a China, o Canadá ou a Hungria sentirão


os efeitos. A educação não pode deste modo, deixar de fora um fato que
interfere na vida de todos os habitantes do planeta.

Compreendeu a importância de uma ação docente interdisciplinar apoiada na


troca, na colaboração e na construção coletiva e amigável do conhecimento?

Ainda, construir ações interdisciplinares remete ao aprofundamento da


compreensão das relações entre teoria e prática, contribuindo para uma
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formação mais crítica, criativa e responsável dos educandos(as).

Diante disso, as instituições de ensino e os educadores(as) tem grandes


desafios pela frente - no plano ontológico (teórico) e epistemológico (prático).

Para finalizar esse tema, trazemos que a interdisciplinaridade é

um movimento importante de articulação entre o ensinar e o


aprender. Compreendida como formulação teórica e assumida
enquanto atitude, tem a potencialidade de auxiliar os educadores
e as escolas na ressignificação do trabalho pedagógico em
termos de currículo, de métodos, de conteúdos, de avaliação e
nas formas de organização dos ambientes para a aprendizagem
(Thiesen, 2008, p. 553).

E aí? Aposto que a partir de agora você só vai pensar desenvolver práticas
docentes interdisciplinares, estou certa?

4.4 ESD: Educação sem Distância

Você já ouviu falar sobre esse termo?

O prof. Dr. Romero Tori, da Escola Politécnica (USP) e do SENAC (SP) traz à
tona o termo Educação SEM Distância, pois o mesmo acredita que não é a
distância o que importa quanto o processo educativo acontece e, sim, a
interação promovida pela(s) mídia(s) utilizadas.

Explicando melhor... quanto menos percebemos a mídia, mais próximo nos


sentimos do docente e dos colegas num curso em EaD. Essa afirmação faz
todo sentido se pensarmos que, em um curs o à distância, é mais fácil perder o
aluno do que num curso presencial.

O cursista vai embora com um clique, em EaD. No presencial, na maioria das


vezes ele espera que a aula termine...
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Assim, cabe ressaltar que é fundamental, para não haver “distância”,


preocupar-se com a maneira como o curso está acontecendo, com as mídias
utilizadas, com as propostas de atividades e, sobretudo, com a rapidez no
feedback que o aluno vai receber sobre suas postagens, suas participações e
suas atividades.

Em EaD é de extrema importãncia que o aluno sinta-se acompanhado e aqui


não tratamos de um chá entre amigos, de uma conversa de bar. Pelo contrário!

A seriedade do que faz-se em EaD deve ser a primeira característica pensada


e trabalhada desde a elaboração de sua concepção e construção.
<Saiba mais – início>

Não esqueça: Assista à palestra do prof. Dr. Romero Tori sobre o tema para
ampliar seus conhecimentos no endereço eletrônico a seguir:
http://www.youtube.com/watch?v=xfu7bgvoZxY

<Saiba mais – fim>

Tori (2010) defende que em processos educativos, como em EaD, por exemplo,
educação apoiada por tecnologias interativas, os conteúdos apresentados aos
alunos(as) em formato digital podem assumir papéis de grande destaque pois
oferecem, principalmente, novas formas de trabalho e de aprendizagem.

Nesse cenário, ele propõe que seja construída uma taxonomia das mídias e
uma linguagem visual para a modelagem de mídia, relações de distância e
sequenciamento, em programas de aprendizagem que integrem recursos
virtuais e presenciais.

E parte dessa ideia para construir sua proposta de educação SEM distância:
Na parte Iao falar sobre “A Distância que Aproxima”, defende uma modalidade
educacional desmembrada do ensino tradicional.
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Esse desmembramento deixa claro que as formas e os meios que o ensino se


desenvolve interrompem a ideia de que só estamos juntos aos nossos (as)
alunos(as) de a presença física for uma realidade. Pelo contrário! O estar junto
pode ser virtual e ainda assim será real: o que vai realmente importar é ter que
os saberes sejam construídos.

No capítulo que trata da “Distância e presença na medida certa”, Tori (2010)


discute os cursos de EaD estarem direcionados para aprendentes e instrutores
que estão separados geograficamente e, ainda, por muitas vezes
condicionados pela separação temporal.

Como resolver tal fato? Utilizando ferramentas que aproximem as pessoas


envolvidas num curso em EaD: videoconferências, chats etc.

Na terceira parte, intitulada “A presença da tecnologia”, é feita uma discussão


acerca do ambiente virtual trazer ao aluno para interatividade, aproximando-o,
envolvendo-o e ao mesmo tempo transmitindo uma sensação de presença com
o conteúdo.

<Lembrete – inicio>

Lembre-se da presença dos AVAs, que devem ser minuciosamente testados e


escolhidos de acordo com a proposta de cada curso em EaD.

<Lembrete – fim>

Fica a dica da leitura do livro inteiramente. Vale a reflexão, que é o que


pretendemos com esse livro texto.

<Resumo - início>
Resumo
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Nesta unidade foi objetivo analisar as modalidade de EaD desenvolvidas,


especialmetne na UNIP Interativa, universidade na qual voc~e está realizando
sua pós-graduação.

Pensar em EaD e nos modos em que é construída é fundamental para que


tenhamos certeza de que é a modalidade correta para nosso estilo de
aprendizagem.

De fato, desde que a Internet adentrou a educação, muita coisa mudou. Ela
provovou e continua provocando extraordinárias alterações nas formas de viver
dos homens.

Cada dia somos surpreendidos por novidades, objetos e fatos com os auais
jamais imaginaríamso conviver, nem ao menos que fossem possíveis de
ocorrer.

Para o futuro? A única aformação é de que a tecnologia estará cada vez mais
presente. As tecnologias interativas não deixarão mais a educação. Hoje elas
não podem ser vistas apenas como uma tendência, mas, sim, como realidade,
visto que as transformações vêm ocorrendo sem impedimentos humanos.

Cabe ressaltar que, ainda assim, nenhum professor perderá seu papel, sua
posição carregada de importância na sociedade. A tecnologia não poderá,
sozinha, assumir a educação, pois educação se faz com gente, não com
máquina.

O educador, que não sumirá, precisa adaptar-se com as TICs e insrei-las em


seu trabalho, fazendo com que as mesmas estejam ao seu favor e de seu(ua)
aluno(a).

A educação toma novos rumos e a avaliação continuará com a importante


função de guiar os professores para melhorar cada dia mais as suas práticas.

Oferecemos uma reflexão e esperamos que você não deixe de fazê-la sobre a
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contribuição que o conceito de interdisciplinaridade traz á educação e à EaD.

<Resumo – fim>

BIBLIOGRAFIA

Unidade 1

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