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Programa: Gestão de Tutoria e

Tecnologias Educacionais em
Educação à Distância

CURSO: Metodologias Ativas


e Estratégias de Ensino-
Aprendizagem para a Saúde

Guia Didático do Curso


PRIMEIRAS PALAVRAS

O Guia Didático do Curso foi


elaborado a fim de complementar
o conteúdo pedagógico disponível
na página do curso.

Objetivo do curso: preparar a comunidade e apoiar docentes para os desafios do


uso de tecnologias digitais de educação em atividades que envolvam a oferta de
ensino, capacitação e treinamentos não presenciais por meio da plataforma Moodle,
com ênfase no uso de metodologias ativas e estratégias de ensino-aprendizagem
online para a saúde.

Ementa: Fundamentos e bases teóricas dos métodos ativos; principais abordagens


e aplicações no ensino não-presencial; estratégias de ensino-aprendizagem:
Blended Learning, Problem Based Learning, Flipped Classroom, Simulação
Clínica Virtual, Just in Time Teaching, Trezentos, Summaê;

Cronograma: O curso será desenvolvido de 17/08/2020 a 06/09/2020 (03


semanas de 8h), somando a carga horária total de 24h.
Metodologia: Curso online delineado com atividades síncronas e assíncronas,
utilizando os recursos e interfaces de comunicação do AVA/Moodle e
acompanhamento por meio de sistema de tutoria. O conteúdo do curso está
organizado em seis tópicos contendo, cada um, seu fórum de atividade.

Avaliação: Ao longo do curso serão propostos seis fóruns (Flipped Classrooom,


PBL, Simulação Clínica Virtual, Just in Time, Trezentos e Summaê), no qual a
participação irá conferir a certificação no curso.

O curso está organizado com sistema de tutoria, ou seja, você será inserido(a) em
um grupo acompanhado(a) por um(a) tutor(a).

Você terá oportunidade de explorar os materiais do curso de forma síncrona e


assíncrona por meio dos fóruns, chats, webinar, webconferências, artigos, e outros
recursos disponíveis no Moodle desde curso.
ÍNDICE

● BEM-VINDOS AO CURSO
● INTRODUÇÃO
● BLENDED LEARNING
● FLIPPED CLASSROOM
● PBL - PROBLEM BASED LEARNING
● SIMULAÇÃO CLÍNICA VIRTUAL
● JUST IN TIME TEACHING E JUST IN TIME EDUCATION
● MÉTODO TREZENTOS
● SUMMAÊ
● REFERÊNCIAS
BEM-VINDOS AO CURSO

Vivemos a era da inovação, e, consequentemente, somos convidados a sermos mais


críticos, criativos, reflexivos e dinâmicos. Sendo assim, o momento pede para que
os métodos de ensinos sejam atualizados.

Pensando nisso, através da equipe Gestão de Tutoria e Tecnologias em EaD,


juntamente com o PROEX/UFSC, surgiu a necessidade de trazermos o curso
Metodologias Ativas e Estratégias de Ensino-aprendizagem para a
Saúde para que nós, docentes, possamos repensar juntos sobre inovar os moldes
tradicionais de ensino, uma vez que a utilização de novas tecnologias aponta para
um mundo virtual com enormes potencialidades.

Desejamos um excelente curso!


INTRODUÇÃO

Os seres humanos são naturalmente curiosos, mas as suas mentes não foram
projetadas para pensar (Willingham, 2009).

O pensamento refere-se a atividades mentais, como a resolução de problemas, o


raciocínio, a leitura de estruturas complexas e a condução estudos que requerem
esforço mental (Willingham, 2009).

As habilidades de pensamento são divididas em dois grupos: habilidades de


pensamento básicas e de alto nível. As habilidades básicas de pensamento são
agrupadas em três grupos que incluem (1) lembrar, (2) compreender e (3) praticar,
enquanto as habilidades de pensamento de alto nível são agrupadas em três grupos
que incluem (1) analisar, (2) avaliar e (3) criar (Krathwohl, 2010).

O fato de pensar não ser um processo simples pode ser considerado um motivo pelo
qual muitos alunos não gostam de estudar (Yılmaz and Malone; 2020). Para estudar
são necessários diferentes tipos de pensamento e habilidades; portanto, a prática
dessa atividade no formato online requer um esforço diferenciado tanto do aluno
quanto do professor.

Ao se pensar em métodos e se projetar as estratégias de aprendizagem online de um


curso, as necessidades dos alunos devem ser levadas em consideração e deve-se
prestar atenção à criação de ambientes onde os alunos possam se comunicar com
professores e outros colegas online. A incorporação de atribuições online
cooperativas ajuda a aliviar esses problemas e a diminuir a frustração sentida por
professores.
BLENDED LEARNING

Blended Learning, B-learning ou Ensino Híbrido, derivado do E-learning, é a


proposta da integração de tecnologias digitais para ensinar o estudante além do
presencial, ou seja, com o ensino on-line. A integração de tecnologias digitais cria
um espaço de interação e construção de conhecimentos salutar ao processo de
ensino-aprendizagem.

Faz uso de recursos que auxiliam o professor a


elaborar diferentes estratégias de acordo com
as necessidades de seus alunos, favorecendo a
personalização do ensino, e, também, que o
professor obtenha informações
individualizadas sobre o desempenho dos
alunos, conseguindo agir com mais eficiência e
rapidez nas necessidades de aprendizado.

Exemplos de recursos: games e infográficos, discussão em grupo, leitura e produção


coletiva de texto, atividades em grupos.
FLIPPED CLASSROOM

A sala de aula invertida (ou Flipped Classroom) é uma forma de aprendizado


eletrônico apoiado em tecnologia de informação e comunicação, em que o tema da
aula é estudado previamente, a partir de textos, vídeos, simulações e outros
recursos. (VALENTE, 2014).

O que por vezes permite que, com o apoio do discente e colaborativamente dos
colegas, a hora da aula seja um momento para o aprofundamento do aprendizado a
partir de situações-problema, estudos de caso ou atividades das mais diversas.
Nesse momento o discente medeia as dúvidas e estimula o desenvolvimento do
trabalho em grupo (PAVANELO E LIMA, 2017).

Sendo assim, a sala de aula, transforma-se em um espaço de aprendizagem ativa (o


aluno é o protagonista e aprende de forma mais autônoma), onde há perguntas,
discussões e atividades práticas. O docente trabalha as dificuldades dos discentes,
ao contrário do modelo tradicional onde é realizado aprendizado de apresentações
sobre o conteúdo da disciplina.

A sala de aula invertida vem sendo aplicada em diversas instituições internacionais


de renome, como MIT, Havard, Duke e Stanford (Bishop, 2013). Já no Brasil, o que
verificamos é que persiste o modelo tradicional de ensino, em que o docente
apresenta os assuntos e os discentes assistem, anotam explicações para, somente
depois disso, estudar, fazer atividades e resolver as situações-problema.

Claro que por se tratar de uma iniciativa inovadora, a sala de aula invertida tem
alguns aspectos negativos que devem ser levados em consideração para o sucesso
deste modelo. Dentre esses podemos citar: a dificuldade dos discentes em aprender
via exercícios on-line ou assistindo a vídeos; a dependência da tecnologia, que pode
criar um ambiente de aprendizagem desigual; e, o discente não se preparar antes da
aula e, com isso, não ter condições de acompanhar o que acontece na sala de aula
presencial/virtual.

Em contrapartida, todos estes aspectos negativos podem ser superados por meio de
estratégias como: chats entre os discentes e docentes; gravação de materiais para os
alunos que não dispõem de internet em casa; e, para os discente que não se
preparam previamente a solução pode ser a realização de exercícios ou
autoavaliações que valem pontos na média final.

A grande vantagem deste método é atender as necessidades individuais de cada


discente permitindo que cada um aprenda a seu tempo e da sua forma, ou seja os
que precisam de mais tempo podem realizar mais de um estudo do material
previamente, bem como, os que aprendem fazendo podem exercitar antes de trazer
suas dúvidas para a sala. Isso otimiza o tempo de exposição e confere mais tempo
para o diálogo e discussão das dúvidas, baseadas no que foi estudado previamente.
Sem contar que o docente pode atender com mais calma o grupo num todo, além de
dar atenção individual aqueles com dificuldade e/ou dúvidas mais pontuais.

Considerando o nosso momento atual como você imagina que pode aplicar este
método no ambiente Moodle da UFSC?

➢ Videoaulas;
➢ Fóruns;
➢ Questionários interativos (H5P);

Convido agora você a participar do Fórum sobre Flipped Classroom a partir dos
conhecimentos que você docente tem sobre esse método.
PBL – PROBLEM BASED LEARNING

A Aprendizagem Baseada em Problema (ABP) ou Problem Based Learning (PBL)


resulta do processo de trabalho encaminhado para a compreensão e/ou resolução
de um problema (BARROWS e TAMBLYN, 1980 apud COELHO e MALHEIRO,
2019). Uma abordagem de aprendizado instruída a ponto de despertar o
pensamento crítico-reflexivo do grupo, onde os discentes tratam dos problemas em
grupos sob a supervisão de um docente/monitor (COELHO e MALHEIRO, 2019).

Segundo Ribeiro (2008) a ABP é uma metodologia de ensino colaborativa,


construtivista e contextualizada, na qual a problematização ou as situações-
problemas são necessárias para que se possa iniciar, direcionar e motivar a
aprendizagem. Deve-se identificar o problema, buscar explicações e propor
soluções.

A ABP é uma metodologia centrada no discente que permite ativar processos


mentais por meio do acesso ao conhecimento prévio, permitindo conexões entre
antigos e novos conceitos, utilizando-se da elaboração de relações para a construção
da teoria almejada. Esse método, procura tornar o discente intelectualmente ativo,
quebrando barreiras entre as disciplinas e conectando o conhecimento novo com a
experiência ativa, estando ainda intimamente relacionada a manifestação de
competências e habilidades cognitivas relevantes a vida cotidiana, experiências e
vivência prática (COELHO e MALHEIRO, 2019).

São vários os autores, que enfatizam o método ABP ou a problematização, presentes


na literatura. A diferença entre elas, encontra-se no papel que atribuem ao sujeito
que realiza a ação. Podemos aqui citar algum deles como a ação de problematizar
em Dewey; a ação de problematizar em Saviani; a ação de problematizar em Paulo
Freire e a ação de problematizar na perspectiva cognitivista (ZANOTTO E ROSE;
2003).
Com relação a sua aplicação, a ABP foi adotada, primeiramente, pelas universidades
de McMaster, no Canadá, e de Maastricht, na Holanda, por volta de 1969. Já no
Brasil, ela chegou por meio da Faculdade de Medicina de Marília, em São Paulo, e
da Faculdade Estadual de Londrina, no Paraná.

As vantagens do método constituem na oportunidade de estimular os diversos


estilos de aprendizagem dos discentes; aumentar a responsabilidade dos discentes;
estimular a leitura, interpretação e discussões; estimular o discente a aprofundar os
problemas apresentados; estimular a problematização e trabalho em equipe; e,
permitir mais trocas entre o discente/discente e discente/docente.

Já as desvantagens incluem: pode haver menos cobrança por parte dos professores;
os estudantes tendem a se dedicar menos aos estudos e, consequentemente,
aprendem menos; com a facilidade de acesso os alunos podem acabar recorrendo a
fontes de pesquisas duvidosas.

Por fim verificamos que não há uma forma certa para ensinar. Tudo depende da
nossa realidade e, sobretudo, da nossa capacidade de ver e aproveitar novas
oportunidades em cada método de ensino.

A ABP é focada na parte teórica da resolução de casos, promovendo a


interdisciplinaridade, construindo conhecimento através de debates e júris em
grupo sobre determinado problema onde, na prática, o aluno estudou o assunto
antes da aula, trazendo suas dúvidas e dificuldades para o encontro.

Como você imagina que pode aplicar este


método no ambiente Moodle da UFSC?

➢ Estudo de Caso (dividir a turma em


grupos, dar texto como um caso clínico,
montar perguntas e deixar a turma
resolver.)

Convido agora você a participar do Fórum sobre PBL – Problem Based


Learning a partir dos conhecimentos que você docente tem sobre esse método.
SIMULAÇÃO CLÍNICA VIRTUAL

A simulação é um teste, experiência ou ensaio pela qual se reproduz, de maneira


artificial ou controlada, uma situação real ou um processo.

Em todo o mundo, inclusive no Brasil, muitas instituições de ensino da área da


saúde adotam como prática pedagógica a simulação clínica, habitualmente
desenvolvida em laboratórios de simulação ou in loco (ou seja, no próprio cenário
de cuidado), sendo está uma estratégia pedagógica orientada pela aprendizagem
experiencial.

A simulação clínica envolve as etapas de briefing, cena e o debriefing. Assim, é


possível simular em um laboratório de ensino a prática de cuidado a um paciente,
por exemplo, em situação de parada cardiorrespiratória. Nessa situação, o
estudante é levado a raciocinar clinicamente como agir, quais decisões tomar e as
etapas que deve seguir, envolvido em um cenário/ambiente que lhe permite sentir-
se inserido no contexto. Após o término da simulação é realizado o debriefing no
qual o estudante é incentivado/convidado a expressar os seus pensamentos,
sentimentos e abordar as dúvidas, incertezas e limitações em sua capacidade de
agir, além de autoavaliar as suas ações, decisões, comunicações e atitudes e, assim,
aprender com as próprias experiências e as de seus pares.

A necessidade de preparar os profissionais para os contextos clínicos, não apenas


teoricamente, mas de modo que qualifique a prática preservando a segurança dos
pacientes, estudantes e profissionais envolvidos, é cada vez mais evidente e
desejada (NORMA, 2012; OLIVEIRA, MASSAROLI, MARTINI E RODRIGUES,
2018).

Salienta-se, ainda, que a simulação clínica não se restringe à oferta do uso de um


simulador, mas incorpora no ensino, a prática de uma metodologia ativa, que
estimula a reflexão crítico-reflexiva, emancipatória e colabora para um aprendizado
significativo (OH POK-JÁ, KYEONG DEOK, 2015; HUNG, LIU HSIU-CHEN, LEE,
2016).

Os ambientes estão em transformação constantemente. Hoje, a sala de aula se


reinventou e, para muitos, tomou parte do cômodo de uma casa. Ao se pensar no
ensino presencial, o dilema iniciou ao se reconhecer os estudantes como potenciais
transmissores do vírus, bem como, vulneráveis à contaminação. A Universidade é
um ambiente que pressupõe a excelência e a inclusão - cujos valores incluem a
capacidade de inovação, a identificação e constante busca por caminhos de modo a
criar novas oportunidades, carreiras e práticas em conformidade com uma visão
inovadora (COSTA ET AL, 2020). Assim, aos docentes/pesquisadores foi dado um
grande questionamento: como é possível se reinventar nesse contexto? E o que é
fundamental preservar no que se refere ao processo de formação em saúde?

É necessário incluir simulações clínicas no Ambiente Virtual de Aprendizagem,


como instrumentos pedagógicos do tipo gamificados, que qualifiquem o ensino
superior em saúde e no desenvolvimento de competências psicossociais como a
autoconfiança, o autoconhecimento, a empatia, a comunicação, o relacionamento
interpessoal, o pensamento crítico-criativo e a tomada de decisão.

Ao pensar em realizar simulação clínica em ambiente virtual pode-se ter a ideia


inicial de que há perda do realismo que se teria em relação à simulação realizada no
ambiente físico (laboratorial). Mas quando se inicia a atividade, tal pensamento é
substituído por um misto de sentimentos que envolve, com frequência, a simulação
clínica - independente se é em laboratório ou virtual - dada a fidelidade e proporções
que a cena toma e envolve as pessoas.

Essa experiência possibilita aos participantes o vivenciar de uma realidade mista,


onde itens físicos e virtuais coexistem e interagem em tempo real, requerendo
sequenciais tomadas de decisões. Assim, compõe-se um pensamento clínico que
pode estar assentado em uma prática crítico-reflexiva a partir de um debriefing, ou
seja, uma análise em profundidade de todos os possíveis resultados e caminhos
tomados durante a simulação clínica virtual, conforme as tomadas de decisões
realizadas, além de incentivar a reflexão como na prática presencial - qual seria o
resultado esperado; em quais aspectos os objetivos foram ultrapassados e quais
falharam;

Sendo assim, a simulação é uma técnica de ensino que se fundamenta em princípios


baseados por meio da reprodução parcial ou total de atividades em um modelo
artificial, conceituado como simulador. Sua aplicação é relacionada, em geral, às
atividades práticas, que envolvam habilidades manuais ou decisões, permitindo a
formulação e a exploração rápida de grande quantidade de hipóteses.

No Moodle é possível aplicar a simulação utilizando-se da ferramenta H5P (veja o


exemplo na página do nosso curso, em “vídeos sobre Simulação Clínica Virtual”)
JUST IN TIME TEACHING
E
JUST IN TIME EDUCATION

O Just-in-Time Teaching (JiTT) ou Ensino sob Medida (EsM) é um método


elaborado por Gregor Novak e colaboradores nos Estados Unidos em 1990 e que
consiste em adequar as aulas conforme as demandas dos discentes através do
retorno/respostas deles aos questionamentos realizados pelo docente no início ou
antes da aula. Isso serve de base para o docente planejar a aula (MENEGAZ ET AL,
2018).

Esse método tem se mostrado uma boa opção para se considerar o conhecimento
prévio dos alunos e também para formar o hábito de estudo antes da aula
(MENEGAZ ET AL, 2018).

Após as aulas os alunos podem receber outros tipos de questões para responder
eletronicamente, denominadas Puzzles (quebra-cabeças).
Essas questões são relacionadas ao conteúdo trabalhado em aula, mas que
apresentam uma questão intrigante que envolve um contexto diferente. Assim, o
professor poderá avaliar se o aluno está sendo capaz de transformar o conhecimento
para nova situação. As respostas dos alunos às tarefas preparatórias estabelecem
um valioso feedback para o professor ajustar e organizar sua aula.

O JiTT foi projetado para desenvolver a habilidade de trabalho em grupo entre os


estudantes, a capacidade de comunicação oral e escrita, a responsabilidade aos
alunos pela sua própria aprendizagem, o aumento da retenção de conhecimento dos
conteúdos a longo prazo, a ajuda a focar nas principais dificuldades manifestadas
pelos alunos, além de maximizar a eficácia e o tempo de aula.

É importante frisar que, esse método reduz o tempo de protagonismo do docente


em sala de aula, mas aumenta o tempo de planejamento.

O Just in Time Education ou Educação em Tempo Real seria uma outra vertente
que, por exemplo, em um ambiente de trabalho teria disponibilizados meios
tecnológicos para a educação do trabalhador em tempo real, na hora.
MÉTODO TREZENTOS

O Método dos Trezentos que foi idealizado pelo professor Ricardo Fragelli, da
Universidade de Brasília (UnB) é um método de aprendizagem ativa e colaborativa
e também uma avaliação humanizada que consiste em promover ao máximo a
colaboração entre os discentes, despertando o olhar para as dificuldades de
aprendizagem do outro colega (FRAGELLI, 2015).

Dessa forma, cria-se grupos de acordo com rendimento dos estudantes nas
avaliações. Esses grupos são formados por discente de bom rendimento, ditos
ajudantes, e outros discentes que tiveram rendimento considerado insatisfatório,
ditos ajudados. (FRAGELLI, 2015).

O Método Trezentos inicia as suas atividades, após a realização de uma avaliação,


quando os alunos que possuem um rendimento mais consistente auxiliam outros
que possuem um resultado não tão satisfatório. Sendo assim, surgem dois grupos,
aqueles que ajudam e aqueles que são ajudados, e, assim, o processo segue, de forma
que, em um período de uma a duas semanas, ajudante e ajudado devem se reunir
para estudar e resolver uma série de exercícios. (FRAGELLI, 2015).

Segundo Fragelli (2015), para medir o nível de ajuda oferecido aos ajudados é
aplicado um questionário com uma escala Likert de cinco pontos variando de 1
(ajudei nada) a 5 (ajudei muito) ao estudante ajudante. Assim, ele distribui os
alunos ajudados do seu grupo de acordo com sua autoavaliação.

Uma outra escala de Likert é aplicada aos ajudados em que distribuem os ajudantes
do seu grupo de acordo com nível de ajuda recebida. Essa escala também possui
cinco pontos, variando de 1 (ajudou nada) a 5 (ajudou muito). O nível de ajuda final
atribuído a um ajudante é medido com base na média entre essas duas escalas.
(FRAGELLI, 2015).
Após a realização de cada avaliação da aprendizagem, novos grupos são formados e
novas metas são formuladas de acordo com o nível de ajuda. Desse modo, um grupo
dificilmente volta a se repetir e há a possibilidade de um estudante que tinha sido
ajudado em alguma prova se torne ajudante e vice-versa. (FRAGELLI, 2015).

A metodologia incentivou de forma relevante a solidariedade, a empatia, o


crescimento pessoal, a união e a colaboração em grupo, além da noção de que o
conhecimento deve ser elaborado em conjunto, por meio de atividades nas quais
um auxilia o outro, sem que exista um sentimento de egoísmo. (FRAGELLI, 2015).

Como você imagina que pode aplicar este método no ambiente Moodle da UFSC?

➢ Através dos recursos e atividade do Moodle como Laboratório de Avaliação,


Base de dados, WIKI, Livro;
➢ Além de montar grupos em salas de reuniões on-line (como Mconf, Meet,
Zoom, entre outros);
SUMMAÊ

Método idealizado por Fragelli, e objetiva transformar a sala de aula em um


ambiente mais interessante, lúdico, gamificado, criativo e colaborativo, de forma a
estimular o engajamento dos estudantes. (FRAGELLI; FRAGELLI, 2017).

É uma metodologia inovadora de ensino que transforma o espaço de aprendizado


tradicional e um ambiente que oportuniza aprendizagem por meio da construção de
vídeos criativos de questões com perguntas e respostas, formuladas pelos próprios
estudantes.

O nome “Summaê” é a junção da palavra “summae” (do latim, somas) com o acento
circunflexo “^” que representa a união de pessoas vestindo chapéu. Ao final, terá a
escolha dos melhores vídeos e melhores chapéus.

O Summaê é uma atividade bastante gamificada e segue etapas e ciclo simples:


1. ETAPAS
• Escolha do tema a ser trabalhado;
• Produção de vídeos com perguntas e vídeos com respostas (No site do
Summaê, é possível fazer essa correlação entre um vídeo-pergunta e um
vídeo-resposta, criando um bom ambiente para estudo);
• Mesa de professores para debate de questões;
• Cada professor da mesa deve receber uma lista com os vídeos e uma caneta,
de modo que possam avaliar os vídeos e saber previamente as questões para
se organizar nas respostas ou debate.
• Premiações com medalhas;
• Organização do ambiente e programação do evento;
• Seleção de vídeos e lista com os vídeos selecionados;
2. CICLO
• apresentação de um vídeo;
• música ambiente e tempo para questões (responder com caneta azul até o
tempo limite, após o tempo responder em vermelho);
• apresentação de solução por um professor e critério para correção;
• abertura para pequenos debates e autocorreção por parte dos estudantes;
• fazer o mesmo processo com os vídeos posteriores;

3. Observações

• Normalmente, são atribuídos de três a cinco pontos para cada questão,


divididos em alguns postos-chaves. Em geral, os critérios são do tipo: “quem
falou sobre isso ganha um ponto e quem falou também sobre aquilo ganha
mais um ponto” ou “quem isolou a variável ganha um ponto”. Outra opção é
trabalhar com questões de múltipla escolha, porém se corre o risco de reduzir
as divergências e, consequentemente, o debate. Vídeos cujas questões
apresentam múltiplas escolhas podem ser uma excelente estratégia para
utilizar o Summaê na EaD, pois as correções são feitas automaticamente e
sem maiores dificuldades.

• Após o término dos vídeos, o professor solicita que os participantes somem


todos os pontos feitos.

• Os professores devem chegar a um acordo sobre quais são os três melhores


vídeos, e cabe a turma decidir o melhor, além de os “top chapéus”, realizando
a escolha da celebridade do evento.
REFERÊNCIAS

FUNDAÇÃO LEMANN. Ensino Híbrido – Personalização e Tecnologia na educação. 2015. Disponível


em: <https://www.youtube.com/watch?time_continue=28&v=E8NlU_07XRI&feature=emb_title>.
Acesso em: 19 ago. de 2020.

BISHOP, J. A Controlled study of the flipped classroom with numerical methods for engineers. 2013.
284 f. Tese (Doutorado em Ensino de Engenharia) - UTAH State University, Logan, 2013. Disponível em:
<http://digitalcommons.usu.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=3011&context=etd>. Acesso em 18 de ago. de
2020.

Bishop, Jacob L.. A Controlled Study of the Flipped Classroom With Numerical Methods for
Engineers (2013). All Graduate Theses and Dissertations. 2008. Disponível em:
https://digitalcommons.usu.edu/cgi/viewcontent.cgi?referer=&httpsredir=1&article=3011&context=etd.
Acesso dia 18 de ago. de 2020.

COELHO, Antonia Eliele de Freitas, MALHEIRO, João Manoel da Silva. Manifestação de habilidades
cognitivas em um curso de férias: a construção do conhecimento científico de acordo com a
Aprendizagem baseada em Problemas, 2019. 505Ciênc.Educ., Bauru, v. 25, n. 2, p. 505-523. Disponível
em: https://orcid.org/0000-0003-4715-4595. Acesso em 19 de ago. de 2020.

COSTA, Roberta, LINO, Monica Motta, SOUZA, Ana Izabel Jatobá de, et al. Ensino de enfermagem em
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VALENTE, José Armando. Blended Learning and Changes in Higher Education: the inverted
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Zanotto, Maria Angélica do Carmo; Rose, Tânia Maria Santana De. Problematizar a própria realidade:
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NUNES, Teresa. Metodologias Ativas: Just-in-Time Teaching - JiTT. Ponto Didática, 2018. Disponível
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COLLOR, Natália. Metodologias ativas: o que são, quais as mais famosas e como aplicar. Bloga, 2019.
Disponível em: <https://bloga.grupoa.com.br/metodologias-ativas/>. Acesso em 19 de ago. de 2020
UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina
PROEX - Pró-Reitoria de Extensão
Programa Gestão de Tutoria e Tecnologias Educacionais em EaD
Curso Metodologias Ativas e Estratégias de Ensino-
Aprendizagem para a Saúde

Profa. Dra. Monica Motta Lino – Coordenadora


Prof. Dr. Isaías Scalabrin Bianchi – Professor
Profa. Dra. Margarete Maria de Lima – Professora
Profa. M.a. Thaise Honorato de Souza - Professora
Nicolle Lehrer Corrêa – Supervisora de Tutoria
Prof. Msc. Juan Carlos Coto Flores - Professor

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