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Metodologias Ativas
Módulo
2 Metodologias ativas
para uma educação
transformadora
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente
Diogo Godinho Ramos Costa
Equipe responsável
Ana Claudia Loureiro (Conteudista, 2021).
Lidia Hubert (Conteudista, 2021).
Juliana Bordinhão Diana (Designer Instrucional, Implementadora RISE, 2021)
Karina Novais Lago (Revisora textual, 2021)
Monique Lopo (Diagramadora, 2021)
Pablo Augusto da Silva Marques (Implementador Moodle, 2021)
Diretoria de Desenvolvimento Profissional.
Enap, 2021
Objetivo de aprendizagem:
Reconhecer critérios de uso das metodologias ativas na prática docente.
De acordo com Moran (2020, p. 1), “híbrido significa misturado, mesclado, blended. A
educação sempre foi misturada, híbrida, sempre combinou vários espaços, tempos, atividades,
metodologias, públicos”.
Com a mobilidade e a conectividade onipresentes em nossa atualidade, o sentido de híbrido é
muito mais perceptível, amplo e profundo: trata-se de um ecossistema mais aberto e criativo.
O ensino também é híbrido, porque não se reduz ao que planejamos institucionalmente,
intencionalmente. Aprendemos de diferentes maneiras:
• Por meio de processos organizados, junto com processos abertos, informais.
• Quando estamos com um professor e aprendemos sozinhos, com colegas, com
desconhecidos.
• Intencionalmente e espontaneamente.
Conceitualizar o ensino híbrido significa partir do pressuposto de que não há uma única forma de
aprender e, por consequência, não há uma única forma de ensinar. Existem diferentes maneiras
de aprender e de ensinar. O trabalho colaborativo pode estar aliado ao uso das tecnologias
digitais e propiciar momentos de aprendizagem e troca que ultrapassam as barreiras da sala de
aula. Aprender com os pares torna-se ainda mais significativo quando há um objetivo comum a
ser alcançado pelo grupo.
Misturar técnicas, estratégias, recursos, aplicativos. Misturar e diversificar. Surpreender os
alunos, mudar a rotina. Deixar os processos menos previsíveis para os alunos.
Christensen, Horn e Staken (2013) definem quatro modelos que categorizam a maioria dos
programas de ensino híbrido, são eles: flex, blended misturado, virtual enriquecido e rodízio.
Clique em cada uma das opções a seguir e conheça mais sobre os modelos.
Os estudantes são organizados em grupos e cada um desses grupos realiza uma tarefa, de acordo
com os objetivos do professor para a aula. Um dos grupos estará envolvido com propostas on-line
que, de certa forma, independem do acompanhamento direto do professor. É importante notar
a valorização de momentos em que os alunos possam trabalhar colaborativamente e momentos
em que trabalhem individualmente. Após determinado tempo, previamente combinado com os
estudantes, eles trocam de grupo, e esse revezamento continua até que todos tenham passado
por todos os grupos. As atividades planejadas não seguem uma ordem de realização, sendo de
certo modo independentes, embora funcionem de maneira integrada para que, ao final da aula,
todos tenham tido a oportunidade de ter acesso aos mesmos conteúdos.
Na abordagem da sala de aula invertida, os materiais básicos são estudados on-line, antes da aula
presencial, com apoio das tecnologias digitais. A sala de aula torna-se o lugar de discussão, de
aprofundamento dos temas pesquisados inicialmente on-line, de desenvolvimento de atividades,
desafios ou projetos. As informações iniciais são estudadas em casa, no formato on-line, por meio
de leituras e vídeos, que são avaliados on-line pelo professor para ter uma noção mais precisa
do grau de conhecimento de cada aluno sobre o tema em questão. Com isso, ele pode planejar
para o momento presencial, na sala de aula, diferentes tipos de atividades adequadas para as
necessidades reais dos alunos. Há outras maneiras de aprimorar esse modelo, envolvendo a
descoberta e a experimentação como propostas iniciais para os estudantes, ou seja, oferecer
possibilidades de interação com o fenômeno antes do estudo da teoria.
Cada aluno tem uma lista das propostas que deve completar durante uma aula. Aspectos como
avaliar para personalizar devem estar muito presentes nessa proposta, visto que a elaboração de
Saiba mais
O artigo “Ensino Híbrido: uma Inovação Disruptiva? Uma introdução à teoria
dos híbridos”, publicado pelo Clayton Christensen Institute, analisa o ensino
híbrido pela lente da teoria da inovação disruptiva para ajudar as pessoas a
preverem e se planejarem para os efeitos prováveis do ensino híbrido nas
salas de aula de hoje e nas escolas de amanhã.
Referências
CHRISTENSEN, C. M.; HORN, M. B.; STAKER, H. Ensino híbrido: uma inovação disruptiva? Uma
introdução à teoria dos híbridos. [Tradução Fundação Lemann e Instituto Península]. Clayton
Christensen Institute, 2013. Disponível em: www.pucpr.br/wp-content/uploads/2017/10/
ensino-hibrido_uma-inovacao-disruptiva.pdf. Acesso em: 13 ago. 2021.
MORAN, M. Metodologias ativas na educação. In: Especialização em Inovação e Tecnologias na
Educação. Disciplina Metodologias Ativas – Referência básica 1 – Professor José Moran, 2020.
Saiba mais
Assista ao vídeo “Metodologias Inov-ativas e o Papel do Professor na Educação
Presencial e a Distância” e ouça a palestra da prof.ª Dr.ª Andrea Filatro sobre o
tema.
https://www.youtube.com/watch?v=NDqixn8jU_0
A adoção de metodologias ativas no contexto das organizações está cada vez mais presente.
Algumas questões, dúvidas e desafios emergem como pontos a serem superados para que essa
adoção ocorra dentro de uma visão transformadora. Mas quando consideramos um contexto
mais amplo, de uma forma ou de outra, há a grande consciência de que a aprendizagem ocorre
de forma mais significativa por meio das metodologias ativas.
Para muitos, as metodologias ativas representam uma grande inovação na educação corporativa.
Basicamente, as metodologias ativas valorizam o protagonismo do aluno, a aprendizagem
colaborativa e a reflexão-ação, mas a aplicação de metodologias ativas é ampla! Há várias técnicas
e estratégias para a aprendizagem ativa.
Na educação corporativa, a aprendizagem just-in-time (aprendizagem no momento) é vista
por Filatro e Cavalcanti (2018, p. 117) como uma das estratégias educativas mais palatáveis. A
administração do tempo é o grande diferencial do just-in-time learning das outras metodologias
ativas de aprendizagem.
As autoras reconhecem, de uma forma global, que o just-in-time learning é inovador e tem
grande potencial em contextos de educação corporativa, pois oferece três elementos:
Conteúdo personalizado
Adaptado aos interesses, ao estilo e à motivação do aluno;
Aprendizagem ativa e experiencial
Com estratégias de resolução de problemas do mundo real e apresentação de soluções
contextualizadas.
Administração do tempo
Conteúdos e atividades formatados em microaprendizagens, atrelados a feedback imediato, que
encerra conteúdo, interesse, consulta e assimilação de uma única vez.
Texto produzido por servidora pública durante a discussão no Fórum Temático “Metodologias ativas na
prática”, do curso de Especialização em Inovação e Tecnologias na Educação, da ENAP (2019-2020).
Referências
FILATRO, A; CAVALCANTI, C. C. Metodologias Inov-ativas na educação presencial, a distância e
corporativa. São Paulo: Saraiva Uni, 2018.
HASE, S.; KENYON, C. From andragogy to heutagogy. In: ultiBASE In-Site, December 2000.
Melbourne: RMIT. Disponível em: https://ictlogy.net/bibliography/reports/projects.
php?idp=2869 Acesso em: 3 de nov. 2020.
MORAN, M. 000In: Especialização em Inovação e Tecnologias na Educação. Disciplina Metodologias
Ativas – Referência básica 1 – Professor José Moran, 2020.