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ROUSSEAU, JJ. Discurso Sobre A Origem e Os Fundamentos Da Desigualdade Entre Os Homens - Introdu o de Paul Arbousse-Bastide PDF
ROUSSEAU, JJ. Discurso Sobre A Origem e Os Fundamentos Da Desigualdade Entre Os Homens - Introdu o de Paul Arbousse-Bastide PDF
de Paul Arbousse-Bastide
Origens
tudo do corpo humano, das raças e dos povos. Suas principais fontes, neste
ponto, são: Buffon, na sua monumental História Natural, da qual cita sobretudo
o capítulo sobre A Natureza do Homem; P. Dutertre, autor de uma História
Geral das Antilhas Habitadas pelos Franceses; e a História das Viagens, publi-
cação periódica, editada desde 1746. Foi daí que o filósofo extraiu o retrato,
desde então legendário, do "bom selvagem': Convém lembrar Montaigne e,
especialmente, o capítulo dos Ensaios sobre Os Canibais".
Dedicatória:
a) Razões morais:
b) Razões políticas:
Conclusão:
'PREFÁCIO
Conclusão:
DISCURSO
PRIMEIRA PARTE
I) O homem físico
também de retrogradar; é a causa das infelicidades dos homens, que não soube-
ram permanecer nafelicidade do estado natural.
3) Asfaculdades intelectuais superiores nascem dasfaculdades inferiores.
a) A razão é posta em ação pelas paixões que, por sua vez, são suscitadas
pelas necessidades. As paixões elementares reduzem-se a três desejos e um
temor: o desejo de nutrição, o de reprodução e o de repouso; o temor da dor. O
homem, ignorante do que seria a morte, não poderia temê-Ia.
b) Essa opinião pode ser comprovada, de um lado, pela história do pro-
gresso intelectual, que está condicionado pelas paixões e pelas necessidades,
incessantemente aumentadas, do homem social; de outro lado, pela observação
dos selvagens, que não possuem desejos ou imaginação, e vivem inteiramente no
momento presente.
c) O progresso intelectual supõe trabalho, curiosidade, previdência - coi-
sas próprias não do homem natural mas do homem social. O progresso intelec-
tual supõe também duas condições que são as convenções sociais: a linguagem e
a divisão de terras.
4) Rousseau trata do problema da origem das línguas na intenção de pro-
var, de acordo com Condillac, que a língua supõe a sociedade e, portanto, não
pôde nascer naturalmente. Rousseau, consciente da dificuldade do problema e da
precariedade de todas as soluções, descreve os seguintes estágios naformação da
língua:
a) O grito é a primeira linguagem natural.
b) As inflexões da voz servem, pouco a pouco, para designar os objetos.
c) Surge, por fim, a instituição dos sinais, simbolizando as articulações da
voz. Limitada, a princípio, por palavras-frases, decompõe-se em infinitos e em
nomes próprios, depois estende-se aos adjetivos, que são abstrações, e às idéias
gerais. Compreende, então, as primeiras classificações lógicas e biológicas, como
as de Aristóteles.
5) Conclusão: a sociabilidade não está inscrita na natureza humana origi-
nal: O homem não tem necessidade de outrem. Não sofre nem a dor, nem a misé-
ria, que o tornariam digno de piedade. O estado de natureza caracteriza-se pela
suficiência do instinto, o estado de sociedade pela suficiência da razão.
1) Arnoralismo integral: o homem não é então nem bom, nem mau, ignora
tanto as virtudes quanto os vícios. O estado de natureza é mais vantajoso para
ele e lhe proporciona mais felicidade do que o estado social.
2) O primeiro princípio da moral natural: o instinto de conservação de si
mesmo. O erro de Hobbes, nesse ponto, consiste em ter acreditado que, para
conservar-se a si mesmo, impunha-se lutar com os outros e matá-los ou tomá-los
escravos. Ora, a ausência da bondade não implica a maldade. O direito sobre as
coisas de que tem necessidade não leva o homem natural a um domínio univer-
sal. Pode-se muito bem zelar pela própria conservação sem prejudicar a de
outrem. O erro de Hobbes deve-se a ter levado em consideração necessidades tar-
dias para julgar o estado original do homem. Ora, o homem primitivo não pode-
ria ser mau, uma vez que não sabia o que era bom e mau.
214 INTRODUÇÃO
SEGUNDA PARTE
causa do progresso humano, tanto no que tem de bom quanto no que tem de
mau, mas engendram mais males do que bens.
3) Retrato da humanidade no seu último estágio. Rousseau, sem o dizer,
descreve o quadro do Antigo Regime: opressão, impostos, guerras, duelos.frivo-
lidade de;costumes, luxo e estetismo.
4) O despotismo fecha o círculo da evolução. Com efeito, reencontra todos
os caracteres do estado de natureza: os homens, então, são iguais por não vale-
rem nada: o direito do mais forte vence; a moralidade reduz-se a uma obediência
cega; não existe mais virtude de costumes, nem noção do bem. Um tal estado
. legitima todas as revoluções.
Conclusão geral:
Importância do discurso