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Quinta-feira • 28 de março de 2019 • 1003 •1

28 março 2019
Ano 19
quinta-feira
 0.75 iva incluído
Diretor: Luís Baptista-Martins
semanário

PS diz que Chaves Monteiro não

tem «legitimidade política» para ser
presidente da Câmara da Guarda
Eduardo Brito quer eleições antecipadas para a autarquia por causa da anunciada saída de Álvaro Amaro da
presidência para se candidatar a um lugar de eurodeputado em Bruxelas. «Isto é o PS nervoso, nem sequer
o acalma a minha saída porque sabe que a equipa é forte», responde o ainda presidente, que suspenderá o
mandato a 22 de abril Pág.5

CIMBSE
Redução do preço
dos passes sociais
Quinta das Senhoras é o melhor
atrasada
CIM’s da região Centro vão acer-
tar uma proposta uniformizada
pequeno produtor mundial de vinhos
No clube dos melhores produto-
de reduções a aplicar nas tarifas res de vinho do mundo também
de passes únicos e sociais, não
entram “senhoras”. Neste caso,
havendo ainda data formal para
a sua aplicação ____________ 7 a Quinta das Senhoras, empresa
vitivinícola de Marialva (Mêda),
que arrebatou o júri da Golden
Impostos Globe 2018 e foi considerada a
Só quatro melhor marca de vinhos com
municípios dimensão até 20 hectares Pág.4
abdicaram na
totalidade da
participação de IRS
Os residentes em Aguiar da Bei-
ra, Figueira de Castelo Rodrigo,
Manteigas e Sabugal vão ter um
desconto automático de 5 por cento
nos impostos relativos a 2018 ___4

Desporto
Figueirense é
campeão distrital
de futebol ___________ 15
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Fundão Fornos de Algodres
Manuel Frexes indiciado Produtos locais à
por prevaricação e distância de um clique
corrupção na Câmara Município criou plataforma online para
Ministério Público está a investigar contratos ajudar a escoar os produtos endógenos,
que a autarquia celebrou com três empresas cabendo aos produtores gerir as enco-
de projetos e fiscalização de obras entre 2009 mendas __________________________ 12
e 2011 e alegadas contrapartidas concedi-
das ao então autarca___________________ 6
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 2• • Quinta-feira • 28 de março de 2019
no  fio  da  navalha
PSD
O partido de Rui Rio quer lançar o
“Erasmus+Interior” para que os estudantes
do litoral passem um semestre nas univer-
sidades e politécnicos do interior. Depois
do falhanço do corte de vagas em Lisboa
e Porto, esta pode ser uma boa medida,
com apoios concretos, para que os alunos
possam conhecer a realidade do “país” que
há dentro do país e as boas práticas das
instituições de ensino superior do interior.
Quinta das Senhoras
A pequena produtora de vinho de
Marialva, concelho da Mêda, foi eleita a
melhor do mundo na sua categoria, tendo
recebido o prémio “Golden Globe 2018”.
O vinho produzido sob a marca Quinta das
Senhoras já foi premiado diversas vezes
a nível nacional e internacional, ganhando
agora o prémio mais relevante do mundo dos
vinhos. Apesar do grande destaque obtido
na indústria, que confere projeção mundial a
este vinho produzido no Distrito da Guarda,
a produção não vai aumentar.O volume de
10 mil garrafas produzido anualmente vai
ser mantido, honrando o compromisso da
produtora com a qualidade dos néctares
produzidos.
Comunidades
Intermunicipais
À semelhança de outras medidas, a
redução tarifária dos passes sociais ainda
não possui data concreta de implementação
na região Beiras e Serra da Estrela. Os novos
passes “revolucionários” encontram-se já
disponíveis para compra nas regiões do Por-
to e Lisboa, onde a redução representa uma
poupança significativa para os moradores
destas áreas metropolitanas. No caso das
comunidades das Beiras e Serra da Estrela,
Leiria, Terras de Trás-os-Montes, Alentejo
Litoral, Algarve e Tâmega ainda existem
questões a negociar, derivadas da autonomia
dada a cada CIM para definir os valores de
redução.
Eduardo Brito
O vereador do PS na Câmara da Guar-
da deu um tiro de pólvora seca ao sugerir
eleições antecipadas por causa da saída
de Álvaro Amaro. Além dos pressupostos
legais (que conferem legitimidade na
sucessão ao número dois da lista), Brito
esqueceu-se que Maria do Carmo Borges
também deixou a autarquia a meio do
mandato para ser Governadora Civil e os
socialistas não deram «a palavra ao povo».
Esteve por isso mal Eduardo Brito, que po-
deria ter sido mais assertivo se exigisse a
renúncia imediata do presidente candidato
às europeias. O que não fez.
Cara
Entrevista
a P
cara
«A melhor forma
de inovar o meio
radiofónico é ir
à sua origem: o
som»
P – Aplicou novas tecnologias ao jor-
nalismo radiofónico de forma inovado-
ra, acrescentando novas possibilidades
à reportagem sonora. Como surgiu o
interesse neste campo de investigação?
R – A minha ideia foi propor uma
ferramenta complementar à rádio,
nomeadamente às narrativas ra-
diofónicas. Durante a definição
do tema da minha tese de mes-
trado, eu quis contribuir com
algo novo, ao invés de apenas
analisar um tema que fosse já
recorrente. Apesar do jornalis-
mo atual dispôr de várias ferra-
mentas e suportes multimédia
para a divulgação de informa-
ção, no que toca à vertente so-
nora não foram acrescentadas
grandes inovações. Cheguei à
conclusão que a melhor forma de
inovar o meio radiofónico seria ir à sua
origem: o som. Explorei assim quais
as potencialidades que ESTE nos oferece e
qual a melhor forma de as enriquecer e de-
cidi trabalhar no tema “Rádio Aumentada:
Proposta de Reportagem com Som Binaural
e Realidade Aumentada”.
P- Qual foi a tecnologia que utili-
zou e como a integrou no jornalismo
radiofónico?
R- O que fiz foi integrar o som binau-
ral (som tridimensional) e a realidade
aumentada na reportagem de rádio tendo
como premissa-chave a mobilidade. O som
binaural é um recurso que já é conhecido
no estrangeiro (já foi integrado em séries
de TV e até em músicas), mas esta foi a
primeira vez que foi aplicado às narrativas
radiofónicas em Portugal. O que queria era
tornar possível ouvir uma reportagem sem
a necessidade de aceder a um “podcast”.
Mas o meu projeto abarca, também essa
possibilidade. Criei então um formato em
que, através de um “trigger” localizado na
rua (um símbolo ou ícone que pode ser
lido por um “smartphone”), a reporta-
gem sobre o local onde nos encontramos
inicia-se e podemos continuar o nosso
caminho a ouvi-la. Esta é a componente de
realidade aumentada – aumentada, pois
adicionamos informação digital à realidade
física. Além disso, esta reportagem é feita
com som binaural, ou seja, ao ouvi-la com
“headphones”, transmite-nos fielmente o
ambiente onde os sons foram captados,
fazendo com que nos pareça que tudo está
a acontecer mesmo à nossa volta. Neste
âmbito fiz uma reportagem, para come-
morar os 90 anos do poema “A Tabacaria”,
de Álvaro de Campos, em conjunto com a
celebração do 180º aniversário do bairro
de Campo de Ourique, em Lisboa. O foco
principal era a ideia de quando a pessoa
ia na rua e estava no local das comemora-
ções, observava a imagem representativa,
e através da aplicação de realidade aumen-
tada, a reportagem inicia-se e a pessoa
podia continuar a ouvir no decorrer do
seu caminho, com os seus “headphones”.
Esta reportagem, tendo sido captada em
som binaural, torna-se numa narrativa
imersiva que reporta os sons ambiente tal
como eles são, o que é uma forma muito
mais dinâmica de desfrutar de uma peça
de jornalismo radiofónico. Caso alguém
tenha curiosidade pode ouvir a reportagem
através do link: https://soundcloud.com/
ana-sofia-paiva-135830275/passeio-com-
fernando-pessoa
P- Este tipo de som requer a utili-
zação de “headphones” para que seja
desfrutado em pleno. Para ser feita a
gravação é necessária a utilização de
alguma tecnologia específica?
R- Sim. Nós ouvimos o som a três
dimensões devido à anatomia das nossas
orelhas e à forma como estão posicionadas.
Assim, o som binaural tem de ser capta-
do através da utilização de uma cabeça
artificial, chamada “Dummy Head”, que
possui duas orelhas semelhantes às nos-
sas (encontram-se à mesma distância dos
timpânos e possuem o mesmo formato de
uma orelha humana), onde são colocados
microfones omnidireccionais. O som vai ser
e r f i l
Ana Sofia Paiva
Investigadora bolseira no projecto FCSH+
Lisboa, na Universidade Nova de Lisboa
Idade: 25 anos
Naturalidade: Unhais da Serra (Covilhã)
Profissão: Investigadora de comunicação e
ciência
Currículo: Mestre em Jornalismo pela Fa-
culdade de Ciências Sociais e Humanas da
Universidade Nova de Lisboa e licenciada em
Ciências da Comunicação na Universidade da
Beira Interior. Entre outras formações comple-
mentares ao jornalismo, fez alguns trabalhos
como “freelancer”. Passou pela redação da
TSF, do Rádio Clube da Covilhã e “Jornal de
Belmonte”. Continua a colaborar com o jornal
da sua vila natal
Livro preferido: “Ensaio sobre a Cegueira”,
de José Saramago
Filme preferido: “The Green Mile” do realiza-
dor Frank Darabont
Hobbies: Ler livros e praticar desporto
captado da mesma forma como o ouvimos.
É esta característica que vai permitir que o
som captado transmita ao ouvinte a sensa-
ção de ter estado naquele lugar.
P - Relativamente à utilização desta
tecnologia, possui algum tipo de limi-
tação?
R - Uma questão que se coloca é que o
uso deste tipo de equipamento limita um
pouco o jornalista, de facto. Tendo em
conta que atualmente um jornalista
de rádio já consegue fazer directos e
até editar som remotamente apenas
com o telémovel, esta tecnologia
pode tornar-se pouco prática, pois
obriga à presença de pelo menos
duas pessoas no local de reportagem. Outro
problema prende-se sobretudo com o in-
vestimento necessário para o equipamento
(começa nos 300 euros, mas o valor difere
um pouco de acordo com as marcas). Hoje
em dia é já um preço razoável, mas claro
que este é um investimento que deve ser
ponderado e que pode até nem fazer senti-
do para rádios com menor audiência. Ainda
assim, na minha opinião, é algo que sem
dúvida compensa todo o esforço.
P- Qual a reação do público à repor-
tagem que elaborou?
R- Foi muito curioso ver a forma como
as pessoas ficam surpreendidas e intriga-
das. A maioria delas quer saber mais. Foi
até neste sentido que fui convidada pelo
Nuno Domingues, jornalista da TSF, para
falar deste projecto durante a emissão do
seu programa “Almoços Grátis”. O interesse
da entrevista era sobretudo esclarecer as
possibilidades oferecidas ao jornalismo e
falar da forma como esta tecnologia trans-
porta um pouco a rádio para o futuro, mas
um futuro que está mais próximo do que
imaginamos.
P - Além da reportagem que elabo-
rou, tem em vista novos projectos que
incluam esta tecnologia?
R - Estou já a desenvolver um projecto
com o professor Ricardo Morais, da Uni-
versidade da Beira Interior, onde vamos
aplicar novamente a realidade aumentada
e som binaural neste campo tecnológico, de
forma a explorar novas possibilidades, mas
está ainda em fase embrionária.

opinião
António Ferreira
antonio.ferreira.adv@netvisao.pt
Há dias, numa caixa de comentários a uma notícia
sobre Barack Obama, alguém escreveu alguma coisa
como: «Não foi este o tipo que aumentou brutalmente
o défice dos EUA?». É mentira, como é mentira que os
benefícios do “Brexit” para os ingleses importassem em
cerca de 350 milhões de libras por semana. Tal como
eram mentira a maior parte das imputações feitas a Hilla-
ry Clinton, imputações que iam de pedofilia a corrupção.
As mentiras do “Brexit” e da eleição presidencial
americana tiveram consequências que todos iremos
pagar, muitas delas irreversíveis e todas danosas. A se-
gurança e a prosperidade da Europa estão ameaçadas e
a luta contra as alterações climáticas está comprometida,
esta pela saída dos EUA dos acordos de Paris.
É curioso que a resposta de Trump quando lhe são
desmascaradas as mentiras, quando o “New York Times”
ou a CNN o apanham em mais um escândalo ou mentira,
seja de classificar logo essas notícias como “fake news”.
Com ponto de exclamação e ar de desdém. Curioso
também é como isto funciona junto do seu eleitorado
mais fiel. Quando alguma notícia desagradável surge,
basta-lhe atirar para o ar, com ar convincente, o refrão do
costume, “fake news!”, e pronto, problema resolvido. Se
alguém resolver verificar os factos de alguma afirmação
e descobrir a mentira, lá vem outra vez o refrão, muito
mais eficaz do que do que a laboriosa, às vezes cansa-
tiva, desmontagem dessa mentira – e quem procura a
verdade acaba por ficar com a fama de ser o mentiroso.
Está a crescer e a ganhar cada vez mais adeptos
esta prática, de plantar mentiras ou de negar a verda-
de, recusando ao mesmo tempo o trabalho de fazer a
verificação dos factos. Estes não interessam já, o que
interessa é a perceção que se quer criar sobre os fac-
tos: a inauguração de Obama foi muito maior que a de
Trump? Não interessa, o que interessa é que a de Trump,
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Proibir as “fake
news”?
naquele momento, parecia maior – o que é o mesmo,
dizem eles, que ser maior.
Às vezes vai-se longe demais. Depois do massa-
cre de Sandy Hook, em que foram assassinadas a tiro
dezenas de crianças numa escola primária, apareceram
adeptos das teorias da conspiração a dizer que o massa-
cre tinha sido perpetrado a mando do governo dos EUA
para justificar leis mais rigorosas no controlo da posse
de armas, ou que esse massacre era uma invenção dos
media e nunca tinha acontecido. Alex Jones, o autor
desta última teoria, acabou por ser levado a tribunal por
um grupo de pais das crianças mortas no massacre, com
queixas de difamação e pedidos de indemnização pelos
danos causados pela difusão dessa teoria. Alex Jones,
já recentemente, veio a arrepender-se das mentiras
que difundiu e diz agora que estava enganado. É que a
justiça não costuma ser permeável às “fake news” e tem
como objetivo precisamente a busca conscienciosa da
verdade. É claro que o arrependimento de Alex Jones, à
boca da sala de audiências, é hipócrita e serviu apenas
para se tentar salvar de uma condenação.
A pergunta agora é a do título desta crónica: há
que proibir as “fake news”? A resposta só pode ser
um enfático não. Os mentirosos têm de ser punidos,
mas apenas quando as suas mentiras implicarem a
prática de um crime ou causarem um dano, quando
violarem alguma lei. Mas mais importante que isso é
sermos todos capazes de manter um espírito aberto e
crítico e aprendermos a verificar as notícias que nos vão
servindo, procurando mais do que uma fonte e tirando
um momento para desmascarar os muitos mentirosos
que infestam a internet. Já agora: o défice aumentou
brutalmente nos EUA, mas com Trump, quando baixou
os impostos aos ricos e prejudicou gravemente o seu
fiel e ignorante eleitorado.
Quinta-feira • 28 de março de 2019 • •3
editorial Luís Baptista-Martins
baptista-martins@ointerior.pt
Valorização do território
A maior aposta de uma sociedade, de um país, de um terri-
tório tem de passar pela valorização dos seus recursos – e desde
logo, por três eixos fundamentais: a valorização das pessoas, do
território e do conhecimento. Infelizmente, a maioria das vezes
esse eixo não é considerado e as políticas e opções contrariam
aquele que deveria ser o maior desiderato dos governantes, das
instituições, do poder local e dos dirigentes locais.
António Ribeiro Sanches (nasceu em 1699 em Penamacor,
judeu, um dos primeiro enciclopedistas, foi médico na Guarda,
fugiu à Inquisição exilando-se na Rússia onde foi médico da cza-
rina Anna Ivanovna e nomeado em 1739 membro da Academia
de Ciências de São Petersburgo e pouco depois da Academia de
Ciências de Paris, cidade onde viria a falecer em 1783), como
muito bem recordou em recente crónica no “Público” Rui Tavares,
escreveu nas “Cartas sobre a Educação da Mocidade”, em 1760, que o
problema maior de Portugal se resumia essencialmente a um dilema:
escolher entre a mão-de-obra barata ou apostar numa economia de
valor acrescentado. Se Ribeiro Sanches no século XVIII escrevia que
enquanto Portugal aproveitava os recursos naturais das colónias e o
trabalho escravo e barato, os demais países europeus escolhiam um
caminho muito diferente e de longo prazo, com mais educação e a
produzir com valor acrescentado. O desiderato continua o mesmo.
Portugal não pode competir com os países de mão-de-obra barata
e a economia regional só pode desenvolver-se se for competitiva e
sustentável. Portugal só pode convergir com a Europa valorizando
o trabalho e valorizando o conhecimento. Felizmente, passados os
anos de ajustamento, e com uma geração perdida, o caminho é o da
valorização das pessoas e do conhecimento.
Porém, tal como no século XVIII, em que Portugal comprava
com o ouro do Brasil os produtos manufaturados mais complexos,
mais intensivos em conhecimento e tecnologia, continuamos hoje
a não valorizar o território. Enquanto defendemos maiores apoios
europeus para os territórios periféricos, para a coesão europeia,
vemos o quanto é difícil atrair investimento público para o interior.
Pior, vemos como o desenvolvimento regional fica sempre retido
em frases de campanha, mas que na gestão do território no dia-
a-dia as escolhas são sempre de preterir o que é “nosso”, o que
é endógeno, o que se faz no interior.
E ainda pior, e de forma objetiva, tal como no séc. XVIII
usávamos o ouro do Brasil para comprar os produtos de valor
acrescentado, hoje as nossas instituições compram os produtos
de valor acrescentado no litoral, e em especial em Lisboa e no
Porto – das dezenas de exemplos que aqui poderia deixar veja-
se um, publicado no dia 25 de março no base.gov: “Aquisição
de Serviços para a assessoria de comunicação para ações de
promoção turística”, pela Comunidade Intermunicipal Beiras e
Serra da Estrela (CIMBSE), à empresa Afternoon Memories, de
Lisboa, pelo valor de 36.531 euros (29.700 euros mais IVA). Ou
seja, a CIMBSE que supostamente existe, também, para promover
o desenvolvimento económico dos concelhos integrantes, para
contribuir para a fixação de empresas e pessoas na região, para
a valorização do território, das pessoas e do conhecimento, vai
adquirir a uma empresa de Lisboa uma assessoria de comunicação,
tão-só, de promoção turística, «À descoberta da Serra da Estrela»
- poderá dizer-se que na região não há empresas capazes de fazer
tão relevante trabalho, mas há, e precisam de contratos como este
para poderem sobreviver e crescer e contratar pessoas da região,
para poderem valorizar os seus recursos humanos e contrariar a
fuga dos melhores… Se as instituições da região só contratam as
empresas locais de construção civil, ou quase, como se pode ver
pelas adjudicações feitas, naturalmente que não é possível haver
empresas de “ponta” na região – e é assim há dezenas de anos
com os resultados que todos conhecemos. Se contratar as tais
empresas excelentes de Lisboa em detrimento das locais trouxesse
resultados acrescidos, há muito que o interior teria sido desencra-
vado e não teríamos uma sangria cada vez maior de pessoas e em
especial das pessoas com conhecimento. O deslumbramento dos
nossos dirigentes por aquilo que vem de fora é pérfido e arrasador
do nosso futuro coletivo. É vergonhoso!
4• • Quinta-feira • 28 de março de 2019
Quinta das Senhoras é o
melhor pequeno produtor
mundial de vinhos
A marca de vinhos de Marialva (Mêda) venceu o “Golden Globe” de 2018 na categoria de melhor produtor
até 20 hectares
A Quinta das Senhoras, pro-
dutora de vinhos em Marialva,
no concelho de Mêda, foi eleita
a melhor do mundo na categoria
reservada aos vitivinicultores
até 20 hectares no “Golden
Globe 2018”, que distingue os
melhores produtores de vinho
de cada ano.
Estiveram a concurso mais
de 6.700 candidatos oriundos de
35 países dos cinco continentes,
tendo sido provados mais de 18
mil vinhos. Para Rafael Roque,
um dos atuais administradores
da empresa, «este é um reco-
nhecimento de todo o trabalho
feito ao longo destes anos, que
sempre se baseou numa aposta
de qualidade suprema. Apesar
da nossa dedicação, não estáva-
mos de todo à espera de receber
esta tão grande distinção. Este
é o prémio máximo da nossa
indústria e que pode ser equipa-
rado aos Oscars da classificação
de vinhos». A nomeação para
este prémio foi revelada em
dezembro do ano passado pela
organização das provas, a “Wine
Trophy”, que pertence à grande
especialista em classificação de
vinhos, a alemã Deutsche Wein
Marketing, que se tornou selo de
qualidade na indústria. Os seus
troféus, que possuem a chancela
da Organização Internacional
da Vinha e do Vinho (OIV), in-
cluem o Portugal Wine Trophy,
Berliner Wein Trophy e Asia
Wine Trophy, concursos onde
a Quinta das Senhoras foi tam-
Municípios
Aguiar da Beira, Figueira, Manteigas e Sabugal
dão desconto de 5 por cento no IRS
Apenas quatro municípios
da região abdicaram na totali-
dade da participação de IRS que
recebem anualmente do Estado.
Isto significa que os residentes
em Aguiar da Beira, Figueira
de Castelo Rodrigo, Manteigas
e Sabugal vão ter um desconto
automático de 5 por cento nos
impostos relativos a 2018.
De acordo com a Lei das Fi-
nanças Locais, as autarquias têm
direito a ficar com 5 por cento da
coleta líquida dos seus cidadãos.
No entanto, as Câmaras têm a
possibilidade de prescindirem
A Quinta das Senhoras já é uma referência da Beira Interior com vários prémios a nível nacional e internacional
bém distinguida com medalhas
de ouro no ano de 2018 (vinho
tinto Quinta das Senhoras DOC
2014 no Portugal Wine Trophy
e tinto Quinta das Senhoras DOC
2013 no Berliner Wine Trophy).
«Arriscámos no concurso
sem garantias do que esperar,
pois neste tipo de competições
nunca se sabe o que podemos
obter. Há marcas que nem che-
gam a divulgar a sua participa-
ção por não conseguirem obter
uma classificação satisfatória»,
acrescenta Rafael Roque. «Após
ganharmos as medalhas de ouro
passámos para a categoria “Gol-
den Globe”, onde são escolhidos
dessa mesma taxa, ou de uma
parte dela, e devolvê-la, sob a
forma de dedução à coleta, aos
contribuintes que residam na
sua área territorial. Este ano,
segundo a lista divulgada pela
Autoridade Tributária, são 129
os municípios que vão conce-
der este benefício. Na região,
Belmonte e Trancoso decidiram
abdicar de 2,5 por cento do IRS
cobrado na sua área, Almeida e
Gouveia deliberaram devolver
2 por cento aos seus munícipes
enquanto Celorico da Beira dará
um desconto de 1 por cento.
os melhores entre os melhores.
Ganhar o prémio de melhor pro-
dutor do mundo é quase como
jogar a final da Liga dos Cam-
pões e vencer», regozija-se o
produtor. Além destes prémios,
a empresa de Marialva já tinha
obtido a medalha de prata no
último Concurso de Vinhos da
Beira com o vinho Quinta das Se-
nhoras DOC 2013. Mas há mais.
A Quinta das Senhoras foi tam-
bém galardoada no Concurso
de Vinhos Portuguesas de 2016
e no Concurso da Beira Interior
de 2017, tendo sido distinguida
nesse ano com o prémio “Esco-
lha de Imprensa 2017” na cate-
As restantes oito autarquias
optaram por ficar com a taxa
máxima, de 5 por cento, de par-
ticipação no IRS arrecadado nos
seus territórios. O que significa
que os contribuintes da Covilhã,
Fornos de Algodres, Fundão,
Guarda, Mêda, Pinhel, Seia e Vila
Nova de Foz Côa não terão direi-
to a nenhuma compensação. O
número tem vindo a subir nos
últimos anos e são 129 os mu-
nicípios que, nesta campanha
de IRS, dão um desconto aos
seus munícipes, mais 15 do que
em 2018.
DR
goria de vinho tinto, atribuído
pela revista da especialidade
“Grandes Escolhas” ao tinto
Quinta das Senhoras DOC 2013.
Os seus vinhos foram ainda
classificados com altas pontu-
ações em concursos internacio-
nais realizados em Salamanca
(Espanha) e em Bordéus (França),
onde o melhor “sommelier” do
mundo, Andreas Larson, atribuiu,
em provas cegas, pontuações en-
tre os 90 e os 93 pontos a todos os
vinhos da produtora de Marialva.
A vinha com mais de 150 anos
de história possui 11 hectares e
produz quase 10 mil garrafas por
ano, volume de produção que será
Incêndios
Portugal em situação de alerta
até domingo
O Governo declarou ontem
a situação de alerta para Por-
tugal Continental. As recentes
previsões sobre o agravamento
do risco de incêndios levaram a
que se proibisse a realização de
«queimas e queimadas em todos
os distritos do continente» de
27 a 31 de março, mesmo nos
casos em que as queimadas
que já tinham sido previamente
autorizadas.
O tempo seco e o vento
forte que se fizeram sentir nos
últimos já tinham levado a pro-
teção civil a colocar o país e os
mantido, assegura Rafael Roque.
«Não vamos deixar de apostar
na qualidade do nosso produto
depois de ganhar este prémio. A
nossa preocupação sempre foi
e continuará a ser a qualidade
oferecida ao consumidor final. Por
essa razão nunca iremos produzir
um maior volume. Preferimos an-
tes manter e continuar a trabalhar
para produzir o melhor», afirma o
responsável.
Na família há 5 gerações, a
Quinta das Senhoras adotou o
nome em homenagem às várias
mulheres que geriram o negócio.
Fundada no século XIX por Dª
Carolina, «emigrante no Brasil,
que, no seu regresso, comprou e
trabalhou as terras», a sociedade
teve à sua frente mulheres nas
três gerações seguintes. Outra ca-
racterística diferenciadora é que
o vinho da Quinta das Senhoras
«obedece a uma produção em
modo biológico, sem qualquer
espécie de adição de produtos ou
substâncias fito-farmacêuticas,
sendo as uvas vindimadas, em
setembro, com fermentação es-
pontânea e envolvimento manual,
em lagares de pedra tradicionais,
durante sete dias, seguida de
prensa manual com estrutura
de madeira.», de acordo com a
produtora.
Além de Helder Roque par-
ticipam na administração da
empresa Helder Roque (pai de
Rafael) e seus irmãos Cláudio
e Sara Roque, que constituem a
quinta geração da família.
operacionais em alerta ama-
relo esta semana. Este alerta,
que terminou na quarta-feira,
significa que existiram ris-
cos de gravidade moderada
com probabilidade média-alta,
prevendo-se fenómenos (como
o aumento das temperaturas,
vento e baixa humidade que
se fizeram sentir) que podem
conduzir a danos para pessoas
e bens. As temperaturas altas
que se têm feito sentir já provo-
caram vários incêndios no país
e vão manter-se nos próximos
dias.

PS põe em causa
«legitimidade política»
de Chaves Monteiro na
presidência da Câmara
da Guarda
Luis Martins
Eduardo Brito quer
eleições antecipadas
para a Câmara da
Guarda por causa
da anunciada saída
de Álvaro Amaro da
presidência para se
candidatar a um lugar
de eurodeputado em
Bruxelas. «Isto é o PS
nervoso, nem sequer
o acalma a minha
saída porque sabe
que a equipa é forte»,
responde Álvaro
Amaro.
A ideia foi lançada na úl-
tima reunião do executivo, na
segunda-feira, com o argumento
de que Carlos Chaves Monteiro,
vice-presidente do município,
tem «falta de legitimidade polí-
tica» para assumir a presidência
a partir de 22 de abril, quando o
atual edil suspender o mandato.
«Isso vai sentir-se até ao final do
mandato», augura o socialista.
No período de antes da
ordem do dia da primeira reu-
nião de Câmara após o anúncio
da inclusão do autarca social-
democrata na lista do partido
às europeias em lugar elegível,
os dois vereadores socialistas
surpreenderam com elogios ao
líder da maioria, mas tinham
algo mais na manga. Em 2017,
«Álvaro Amaro obteve uma
maioria muito sólida, fruto de
uma vitória esmagadora, que
não serviu para nada porque
ano e meio depois os guar-
denses são confrontados com
Guarda
CDS-PP desafia Álvaro Amaro a renunciar à presidência da Câmara
A distrital da Guarda do
CDS-PP considera que Álvaro
Amaro deve «renunciar de ime-
diato» ao cargo de presidente da
Câmara da Guarda por integrar
as listas do PSD às europeias
de maio.
A estrutura liderada por
«Álvaro Amaro teve um grande peso» no resultado de 2017, pelo que a integração na lista às europeias «devia ter
consequências políticas», disse Eduardo Brito
esta opção política e sentem-se
enganados», começou por dizer
Eduardo Brito, para quem é
agora preciso «voltar a devolver
a palavra ao povo». O adversário
derrotado nas últimas autárqui-
cas justificou que a atual maioria
PSD está «centrada na figura»
de Álvaro Amaro, que teve «um
grande peso» no resultado, pelo
que a integração na lista às eu-
ropeias «devia te consequências
políticas» porque resulta numa
«quebra de compromisso» para
com os eleitores. Nesse sentido,
Eduardo Brito desafiou o PSD a
marcar eleições: «Se for respei-
tador dos guardenses, só tem
essa saída», afirmou, recordan-
do que na campanha sempre
disse que «a política não pode
ser para gestão de carreiras».
O vereador adiantou que
o balanço deste ano e meio
de mandato será feito «opor-
tunamente» e garantiu que
o PS, «desta vez, não terá
Henrique Monteiro argumenta
que, «na política, como na vida,
a ética deve ser um farol que
padronize o comportamento
das pessoas», por isso, haven-
do um candidato que é simul-
taneamente presidente de uma
autarquia será «inconciliável
problemas» para encontrar o
candidato caso haja eleições.
«Soluções não faltam, esse não
vai ser um problema do PS»,
declarou. Por sua vez, Pedro
Fonseca foi menos taxativo:
«O amor de Álvaro Amaro pela
Guarda passou e a sua palavra
não ficará porque haverá obras
que não se vão concretizar»,
considerou o socialista, segun-
do o qual o legado do autarca é
«uma folha de perda de popu-
lação, tanto em Gouveia como
na Guarda, de investidores e de
incapacidade para atrair em-
presas e fixar pessoas». Na res-
posta, Álvaro Amaro recusou a
necessidade de novas eleições,
reiterando que a maioria foi
eleita em lista: «Somos uma
equipa há cinco anos e quem
fica são praticamente os mes-
mos que foram eleitos em 2013
e 2017, mais Lucília Monteiro
e agora Cecília Amaro, a minha
adjunta, que já era uma espé-
a manutenção das funções de
edil autárquico com essa mes-
ma condição de candidato a
um órgão da União Europeia».
Os centristas da Guarda acres-
centam, em comunicado, que o
compromisso de Álvaro Amaro
«não era com uma determi-
Quinta-feira • 28 de março de 2019 •
LM
cie de “vereadora sombra”»,
declarou. O presidente des-
valorizou também a acusação
de falta de legitimidade de
Chaves Monteiro, dizendo que
o futuro presidente tem «toda a
legitimidade formal e política»
para assumir o cargo. «Isto é
o PS nervoso, nem sequer o
acalma a minha saída porque
sabe que a equipa é forte»,
contra-atacou. «Daqui por dois
anos, o povo julgará», concluiu
Álvaro Amaro.
Na sessão, o presidente es-
clareceu também que, por força
da lei autárquica, a suspensão
do mandato terá que ser forma-
lizada na reunião de Câmara de
22 de abril e não na Assembleia
Municipal da semana anterior.
«Um candidato suspende, um
eleito renuncia ao mandato»,
disse ainda, admitindo que não
pode já renunciar ao mandato
porque «não sei se serei eleito
eurodeputado».
nada reunião de Assembleia
Municipal, mas sim com todos
os que vivem e trabalham neste
concelho do interior e por um
mandato de quatro anos». Para
o CDS-PP, a Guarda «foi ape-
nas um degrau» no percurso
político pessoal do autarca
•5
Moradores
do Bairro da
Fraternidade
na Câmara
Nesta sessão, que foi pú-
blica, um grupo de morado-
res do Bairro da Fraternidade
foi questionar o executivo
sobre o andamento do pro-
jeto de reabilitação da zona.
Isto depois de Álvaro
Amaro ter dito que era uma
das obras que gostaria de ter
feito e não conseguiu. «Era
uma das prioridades, mas
não consegui resolver esse
problema que envergonha a
Guarda. Este é um exemplo
de lentidão da administração
pública», disse há quinze
dias, considerando que, pelo
menos, lançou «as bases para
resolver o caso». Na segunda-
feira, o presidente voltou a
declarar que não vai demo-
lir as casas pré-fabricadas
existentes no local enquanto
não houver uma alternativa.
«Estamos a fazer o estudo
prévio para três lotes de
apartamentos para alojar
prioritariamente as famílias
do bairro e depois quem es-
tiver na lista do gabinete da
Ação Social», revelou aos mo-
radores. «A minha esperança
é na equipa que vai ficar»,
acrescentou Álvaro Amaro,
adiantando que a interven-
ção naquela área degradada
da cidade só se concretizará
«daqui a três anos, na melhor
das hipóteses».
Da ordem do dia, o exe-
cutivo aprovou por unanimi-
dade a atribuição de cerca de
500 mil euros de apoios às
associações culturais, des-
portivas e humanitárias do
concelho, bem como a aber-
tura do período de consulta
pública da revisão do Plano
Diretor Municipal (PDM), que
será de 60 dias por sugestão
de Eduardo Brito. Por sua
vez, Pedo Fonseca lamentou o
número reduzido de sacos de
pão entregues nas padarias e
pastelarias da cidade, ao que
Álvaro Amaro anunciou que
a Câmara já encomendou
«mais uns milhares de sacos»
para distribuir.
social-democrata e alega que
o lançamento do Movimento
Pelo Interior «foi apenas e so-
mente uma ação de promoção
do candidato ao Parlamento
Europeu e que funcionou como
uma espécie de campanha para
esse mesmo efeito».
6• • Quinta-feira • 28 de março de 2019

Manuel Frexes indiciado

S
Sociedade
por suspeita crimes de
prevaricação e corrupção
Covilhã
Consumo de
na Câmara do Fundão
água da torneira Ministério Público está a investigar contratos que a autarquia celebrou com três
incentivado empresas de projetos e fiscalização de obras entre 2009 e 2011 e alegadas
com entrega de contrapartidas concedidas ao então autarca
garrafas de vidro Luis Martins
DR

A empresa municipal
Águas da Covilhã (AdC) vai
entregar garrafas de vidro a
vários organismos públicos
do concelho para promover o
consumo de água da torneira e
reduzir o uso do plástico.
Segundo o vereador da
Câmara da Covilhã e admi-
nistrador da AdC, José Miguel
Oliveira, para já serão dis-
tribuídas 200 garrafas pelos
serviços da própria autarquia
e da Assembleia Municipal,
bem como pelo Centro Hospi-
talar Universitário da Cova da
Beira, Universidade da Beira
Interior, escolas do concelho,
juntas de freguesia e algumas
associações. «Apelo aos meus
colegas e aos funcionários para
utilizarem estas garrafas em
vez das garrafas de plástico e
utilizarem a água da nossa tor-
neira porque ela, efetivamente,
é de excelente qualidade»,
afirmou o autarca no final da
última reunião do executivo
camarário. Posteriormente
será estudado o alargamento
da ação a outras entidades e
até a possibilidade de as gar-
rafas serem colocadas à venda
para os consumidores.
Guarda
Festival de tunas
Oppidana no
sábado
O TMG acolhe no sábado o
18º Oppidana – Festival de Tu-
nas “Cidade da Guarda”, organi-
zado pela Copituna D`Oppidana,
a tuna masculina do Instituto
Politécnico da Guarda.
Há quatro tunas a con-
curso para os prémios de
Melhor Pandeireta, Melhor
Estandarte, Melhor Serenata,
etc, culminando com o Gran-
de Prémio Oppidana (Melhor
Tuna). Os grupos atuam no
café-concerto pelas 15 horas
para o prémio de Melhor Se-
renata e à noite (21h30) no
espetáculo final agendado
para o grande auditório.
O antigo presidente da Câma-
ra do Fundão e atual deputado do
PSD na Assembleia da República
Manuel Frexes foi constituído
arguido por suspeitas de crimes
de prevaricação e corrupção
alegadamente praticados quando
era autarca.
De acordo com o “Jornal de
Notícias” da passada sexta-feira, o
também líder da distrital do PSD
de Castelo Branco ficou a saber na
véspera o teor do processo-crime
de que é alvo no Departamento de
Investigação e Ação Penal (DIAP)
de Coimbra. Em causa estarão
contratos que a autarquia do
Fundão celebrou com três empre-
sas de projetos e fiscalização de
obras entre 2009 e 2011. Nesse
período o antigo edil fundanense
é suspeito de ter beneficiado as
três firmas para obter vantagens
patrimoniais, nomeadamente
um apartamento em Lisboa. O
Ministério Público (MP) suspeita
que os projetos adjudicados e
liquidados pelo município não
tenham sido executados, estando
ainda a investigar se houve ou não
sobrefaturação de serviços adju-
dicados pela Câmara. Citado pelo
diário, Manuel Frexes garante que a
maior parte dos projetos foram exe-
cutados e permitiram à autarquia
apresentar candidaturas a fundos
comunitários que garantiram um
financiamento de sete milhões de
euros para infraestruturas.
Guarda
FIT começou a ser montada no Parque Urbano do Rio Diz
As estruturas da Feira Ibéri-
ca de Turismo (FIT) já começa-
ram a ser montadas no Parque
Urbano do Rio Diz, na Guarda.
A tarefa foi adjudicada por
concurso público à empresa Ir-
mafer por 289.800 euros, mais
IVA. O certame vai decorrer de
2 a 5 de maio e tem a provín-
cia de A Coruña, na região da
Galiza, como destino espanhol
convidado da sexta edição. Or-
ganizada pela autarquia, a FIT
é o maior certame de turismo
«A quem aproveita o meu julgamento na praça pública sem que ainda tenha sido sequer acusado?», questiona Manuel Frexes
O caso ganhou notoriedade
pública em setembro de 2018,
quando a Polícia Judiciária da
Guarda ter efetuado buscas nos
serviços técnicos e administra-
tivos da Câmara do Fundão. No
mês seguinte o MP requereu
o levantamento da imunidade
parlamentar do deputado social-
democrata e o pedido foi satisfeito
em novembro. No sábado Manuel
Frexes realizou uma conferência
de imprensa para declarar que
vai esclarecer no local próprio
«todas as dúvidas e suspeitas»
que lhe são imputadas. «Esse
cabal esclarecimento deve ser
e será feito no lugar próprio, ou
seja, no seio do processo, em
colaboração com a justiça, a fim
de desfazer quaisquer dúvidas
quanto a irregularidades encon-
tradas em contratos de elabora-
ção de projetos ou fiscalização
de obras, demonstrando que a
minha conduta sempre preservou
o interesse público, não tendo ha-
vido favorecimento de empresas
nem, alguma vez, tenha obtido
qualquer vantagem patrimonial»,
declarou o antigo autarca.
«A propósito de vantagem
patrimonial, foi tornado público
que teria recebido um aparta-
mento em Lisboa. Quero escla-
recer que nunca recebi qualquer
apartamento e que não tive nem
tenho qualquer apartamento em
LM
Lisboa, nem eu, nem ninguém da
minha família, sejam a minha mu-
lher ou as minhas filhas», referiu
também. Manuel Frexes aludiu
também ao facto deste ano haver
eleições legislativas, pelo que in-
terrogou «a quem aproveita esta
violação do segredo de justiça e o
meu julgamento na praça pública
sem que ainda tenha sido sequer
acusado?». «Será que é necessário
desviar as atenções de outros pro-
cessos e de outras situações ou
será que é necessário promover
o interesse de alguém que queira
ser deputado», prosseguiu o de-
putado social-democrata, anun-
ciando que voltará a pronunciar-
se sobre este assunto.
do interior do país e o único de
âmbito ibérico e que em 2018,
na sua quinta edição, registou a
maior participação de sempre
com 35 mil visitantes, mais de
500 entidades representadas e
a maior área coberta de sempre:
10 mil metros quadrados. O pe-
ríodo de inscrições termina esta
sexta-feira, devendo os interes-
sados aceder ao site da feira fit.
mun-guarda.pt para consultar o
regulamento e aceder às fichas
de inscrição.

Redução do preço
nos passes sociais
atrasada na CIM Beiras
e Serra da Estrela
CIM’s da região Centro vão acertar uma proposta uniformizada
de reduções a aplicar nas tarifas de passes únicos e sociais, não
havendo ainda data formal para a sua aplicação
CIMBSE vai receber 496 mil euros do Programa de Apoio à Redução do Tarifário dos Transportes Públicos (PART)
Luis Martins
Ainda não há data para que
os utentes dos transportes da
Comunidade Intermunicipal das
Beiras e Serra da Estrela (CIMSE)
possam beneficiar das reduções
previstas para os passes sociais.
O Programa de Apoio à Redução
do Tarifário dos Transportes
Públicos (PART) entra em vigor a
partir de segunda-feira, mas por
cá «ainda há um longo e compli-
cado trabalho a fazer».
Quem o diz é António Ruas,
secretário-executivo da CIMBSE,
que duvida ser possível que os
benefícios daquele programa do
Governo entrem em vigor a 1
de maio na região. Isto porque
falta acertar as reduções a intro-
duzir com as restantes CIM da
região Centro e com as Câmaras
que são entidades gestoras de
transportes, caso da Guarda e
Covilhã. «Não se pode reduzir o
custo dos transportes em 30 por
cento numa zona e em 50 nou-
tra, isso geraria injustiças entre
passageiros, daí ser necessária
essa articulação para se aplicar
uma redução idêntica na região
Centro», refere o responsável.
Para se alcançar esse objetivo está
já marcada uma reunião com as
operadoras rodoviárias e ferro-
viárias de passageiros, devendo
os responsáveis das CIM da NUT
II Centro reunir durante o mês
de abril. «Tem que se chegar a
uma proposta consensualizada,
sobretudo nos transportes inter-
regionais, para que as reduções
a aplicar sejam uniformes. Mas
a última palavra será sempre do
Conselho Intermunicipal», assu-
me António Ruas.
No caso da CIMBSE, a candi-
datura ao PART implica reduções
de 40, 30 e 20 por cento nas tari-
fas de bilhetes e passes sociais,
bem como para estudantes. Já os
idosos e famílias carenciadas ou
numerosas beneficiarão de um
desconto maior, ainda a determi-
nar. O programa está previsto no
Orçamento de Estado deste ano e
destina-se a combater o conges-
tionamento, a emissão de gases de
efeito de estufa, a poluição atmosfé-
rica, o ruído, o consumo de energia
e a exclusão social. O Governo vai
distribuir 104 milhões de euros
pelas Áreas Metropolitanas (AM)
de Lisboa e Porto e pelas Comuni-
dades Intermunicipais (CIM) tendo
em conta o volume de pessoas
que utiliza transportes públicos,
ponderado pelo tempo médio
de deslocação, de acordo com os
dados apurados nos Censos 2011.
Assim, as áreas metropoli-
tanas de Lisboa e do Porto vão
receber a maior fatia do progra-
ma: pouco mais de 73 milhões de
euros para a capital e 15 milhões
de euros para a Invicta. A região
DR
do Tâmega e Sousa é a que vai
receber o terceiro valor mais alto:
cerca de 1,8 milhões de euros.
Em causa estão 32.819 pessoas
que utilizam os transportes dia-
riamente, com deslocações que
ocupam 28,3 minutos diários.
Esta região vai investir 45.243
euros para que a opção do passe
único também esteja disponível.
Já a CIM das Beiras e Serra da Es-
trela terá direito a 496.677 euros,
cabendo à Comunidade Intermu-
nicipal investir 12.471 euros nos
passes únicos. Na nossa região foi
apurado o número de 10.837 uti-
lizadores de transportes públicos
que gastam 23,5 minutos nas suas
deslocações diárias. Para Coimbra
vão mais de 1,7 milhões de euros
para uma medida que vai abran-
ger 30.684 pessoas da população
que vive e estuda nesta cidade, e
que gasta 29,1 minutos do seu
tempo em deslocações diárias.
As zonas em que o Estado
menos vai intervir, financeira-
mente, são Trás-os-Montes, Beira
Baixa, Alto Alentejo e Alentejo
Litoral. Com 171.663 euros, a
região de Trás-os-Montes apre-
senta o valor recebido mais baixo,
enquanto a Beira Baixa contribui
com 4.324 euros e o Estado com
172.941 euros. Este valor con-
junto vai permitir servir as 3.441
pessoas que utilizam o serviço
diariamente, nos 25,8 minutos
que demoram nas deslocações.
Quinta-feira • 28 de março de 2019 •
CDS questiona CIM sobre
custos do programa de tarifas
de transportes
O CDS-PP pediu informa-
ções às 23 Comunidades Inter-
municipais (CIM) para saber
quais custos e o investimento
necessário para beneficiar do
programa de redução do preço
dos passes.
Num requerimento entre-
gue no Parlamento na semana
passada, e assinado pelo depu-
tado Hélder Amaral, a bancada
centrista quer saber, de cada
CIM, quais os municípios que
têm transportes públicos e
qual será a redução tarifária
em cada um.
Em terceiro e último lugar,
o CDS quer também conhecer
que investimento representa
esta redução para cada um
Seis das 21 CIM adiaram
redução do preço dos passes
para maio
O programa de redução
tarifária nos transportes públi-
cos começa a 1 de abril em 16
Comunidades Intermunicipais
(CIM), tendo apenas seis delas
adiado o seu arranque para
maio, de acordo com o Ministé-
rio do Ambiente.
Segundo a mesma fonte,
de acordo com os planos elabo-
rados e enviados pelas CIM ao
Fundo Ambiental, trata-se das
Beiras e Serra da Estrela, Leiria,
Terras de Trás-os-Montes, Alen-
tejo Litoral, Algarve e Tâmega e
Sousa. Todas as outras iniciarão
a implementação de reduções
tarifárias na segunda-feira, tal
como acontecerá com as duas
Áreas Metropolitanas de Lisboa
e do Porto. O Governo incumbiu
cada Comunidade Intermunici-
pal de definir a nível local qual
será o valor da redução no preço
das viagens. O objetivo do PART
é que áreas metropolitanas e
comunidades intermunicipais
Guarda
Hereditas desvenda mitos e
realidades da antiga judiaria
A Associação Hereditas
assinala o Dia Nacional dos
Centros Históricos Portugueses
esta quinta-feira (18h) com a
conversa aberta “A Judiaria da
Guarda – Mitos e Realidades” na
Casa de São Vicente, na Guarda.
A efeméride foi criada a 28
de março de 1993, na data de ani-
versário do historiador Alexan-
dre Herculano, um dos maiores
defensores do legado histórico-
cultural preservado nos diversos
centros históricos de cidades e
•7
dos municípios abrangidos.
Segundo o requerimento, o
Programa de Apoio à Redução
Tarifária (PART) nos transpor-
tes públicos vai atingir 116 mi-
lhões de euros e as autarquias
terão de colocar 12 milhões,
«mais do que o inicialmente
previsto». Tendo em conta
que Lisboa e Porto vão receber
grande parte da verba, cerca de
80 milhões, o que resta «dificil-
mente dará para um autocarro»
por cada concelho, ironizou
Hélder Amaral. Eleito por Viseu,
o deputado centrista recordou
que em grande parte do interior
«não há transportes públicos» e
alertou que, este plano, «obriga
as CIM a investirem».
utilizem esta verba para criar so-
luções que alterem «padrões de
mobilidade da população, com
vista à redução de emissões nos
transportes», considerando que,
«nos grandes espaços urbanos
portugueses, incluindo as áreas
metropolitanas e as maiores
cidades, assenta sobretudo na
utilização de veículos privados»,
salienta o diploma que contém
as regras do programa.
Pelo menos 60 por cento
do total que cada uma destas
entidades vai receber terá de
ser aplicada em «ações de apoio
à redução tarifária nos trans-
portes públicos coletivos» e o
restante utilizado «no aumento
da oferta de serviço e na ex-
tensão da rede». O objetivo do
Governo é conseguir mais 100
mil utilizadores dos transpor-
tes públicos, num total de mais
63 milhões de viagens anuais,
reduzindo em 79 mil toneladas
as emissões de CO2.
vilas portuguesas. Para «home-
nagear o seu legado e simulta-
neamente renovar este espírito
de investigação», a Hereditas vai
debater temas relacionados com
a história da judiaria da Guarda,
dando a conhecer a investigação
feita por membros da associação.
O objetivo é «desmistificar certas
ideias e interpretações inexatas
sobre a judiaria e democratizar
o acesso ao património cultural»,
refere a Hereditas. A sessão é
aberta a todos os interessados.
8• • Quinta-feira • 28 de março de 2019
Proteção civil
Marcelo promulgou diploma que acaba com os CDOS
O Presidente da República
promulgou, no domingo, a nova
orgânica da Autoridade Nacio-
nal de Emergência e Proteção
Civil (ANEPC), justificando que
a reforma foi considerada prio-
ritária e urgente pelo Governo
«para retirar ilações do passado
e enfrentar o futuro».
O diploma acaba com os
atuais 18 comandos distritais
de operações e socorro (CDOS)
Fundão
Município e UBI vão dinamizar Centro
UNESCO nas Donas
A Câmara do Fundão e a
UBI juntaram-se para dinamizar
e promover o Centro UNESCO -
Casas e Lugares do Sentir, sediado
na Casa das Memórias António
Guterres, na localidade das Donas,
onde estão as raízes familiares do
atual secretário-geral da ONU.
Os 19 anos de O INTERIOR no “Aquariu’s”
O INTERIOR voltou a reunir à mesa o conselho
editorial, jornalistas e colaboradores para assina-
lar o 19º aniversário do jornal, bem como as mil
edições publicadas desde 14 de janeiro de 2000.
Violência doméstica
Vinte detidos no distrito da Guarda desde janeiro
Um homem de 21 anos ficou
em prisão preventiva após ser
detido por violência doméstica
e sequestro num caso ocorrido
em Manteigas.
Segundo o Comando Ter-
ritorial da GNR da Guarda,
o indivíduo «agredia física e
psicologicamente a sua com-
panheira de 20 anos, tendo
inclusive privado a mesma da
liberdade ao trancá-la no quar-
to» na passada sexta-feira. A
vítima acabou por ser libertada
por vizinhos e amigos, tendo o
agressor fugido do local onde
e cria cinco comandos regionais
e 23 comandos sub-regionais
de operações de emergência
e socorro correspondentes ao
território de casa comunidade
intermunicipal. Esta alteração
será feita após a próxima época
de incêndios e «de forma fasea-
da para garantir a estabilidade
do sistema», segundo o decreto
do Governo. A nova lei refere
que, no âmbito do reforço da
A parceria prevê o desenvol-
vimento de ações de índole cientí-
fica, artística, cultural e social para
a promoção deste centro criado
em junho de 2017. Está ainda
previsto que dois mestrandos da
universidade ali possam realizar
os seus estágios. Segundo a Câma-
O jantar comemorativo decorreu no restau-
rante “Aquariu’s”, na Guarda, e ficou marcado pela
partilha de recordações, de histórias e estórias, bem
como de ideias para o futuro deste semanário.
o casal residia, em Manteigas.
Elementos do Núcleo de Inves-
tigação e de Apoio a Vítimas
Específicas (NIAVE) acabaram
por localizar e deter o suspeito
no concelho vizinho de Seia. O
jovem, já anteriormente con-
denado por crimes de abuso
sexual e roubo, foi presente
no sábado a primeiro interro-
gatório judicial, no Tribunal de
Figueira de Castelo Rodrigo,
tendo o juiz determinado a sua
prisão preventiva.
Este é o mais recente caso
de violência doméstica regis-
participação dos bombeiros
na estrutura da proteção civil,
o provimento dos cargos de
segundo comandante regional e
sub-regional exige oito ou cinco
anos de experiência no exercício
de funções de comando em cor-
po de bombeiros, sendo a Liga
dos Bombeiros Portugueses
ouvida na definição do perfil dos
candidatos.
Ao nível dos recursos, a
ra do Fundão, António Guterres
deverá inaugurar oficialmente,
«nos próximos meses», aquele
espaço museológico que lhe é de-
dicado e cujo espólio é constituído
por 60 peças oferecidas quando
era primeiro-ministro e doou ao
município.
tado pela GNR, que adianta
ter referenciado 75 crimes de
violência doméstica no distrito
da Guarda
desde o início de 2019.
Neste período foram detidos
vinte suspeitos – 18 homens
e duas mulheres –, quatro dos
quais em flagrante delito e 16
através de mandado de deten-
ção. De acordo com a GNR, nos
primeiros três meses do ano
transato tinham sido registados
70 crimes e um total de 306
crimes de violência doméstica
ao longo de 2018.
nova ANEPC passa a ter «um
dispositivo operacional próprio
com carreira estável e organi-
zada e formação especializada,
reforçando as suas competên-
cias multidisciplinares». E será
criada uma Força Especial de
Proteção Civil na dependência
operacional do Comandante
Nacional de Emergência e Prote-
ção Civil que vai suceder à atual
Força Especial de Bombeiros,
Aldeias Históricas
Sistema vai medir
impacto económico e
social das atividades
As Aldeias Históricas de
Portugal (AHP) criaram o Plo-
wDeR, um projeto pioneiro para
medir o impacto económico e
social das atividades geradoras
de riqueza nos territórios de
baixa densidade.
A iniciativa, financiada pelo
Fundo Europeu de Desenvol-
vimento Regional (FEDER), foi
desenvolvida pela AHP, a Univer-
sidade de Aveiro, o Instituto Po-
litécnico da Guarda e o Turismo
Centro de Portugal e será apre-
sentada na próxima quarta-feira
durante um seminário a realizar
em Linhares da Beira (Celorico
da Beira). A associação refere
em comunicado que, no âmbito
do projeto PlowDeR - Análise
do Impacto Económico e Social
das Atividades Turísticas nos
Territórios de Baixa Densidade:
o Caso das Aldeias Históricas de
Portugal, foi criado «um sistema
Pinhel
Feira medieval de 31 de maio a 2 de junho
A quinta edição da feira
medieval de Pinhel já tem data
marcada e vai decorrer de 31 de
maio a 2 de junho.
A iniciativa organizada pelo
município pretende recriar a
fundação e o quotidiano medie-
val da cidade, «com as devidas
adaptações e contextualiza-
conhecidos por “canarinhos”.
No sábado, os bombeiros portu-
gueses admitiram uma «rebelião
nacional» contra a criação de
comandos sub-regionais. «Só
por cima do nosso cadáver é que
nos vão obrigar, nesta questão
técnico-operacional, a sermos
integrados neste sistema de
descentralização», disse o pre-
sidente da Liga dos Bombeiros,
Jaime Marta Soares.
DR
de monitorização que vai permi-
tir medir o impacto económico e
social das atividades geradoras
de riqueza nos territórios de
baixa densidade». A ferramenta
permitirá dar resposta «às lacu-
nas na recolha de informação
estatística nos territórios de
baixa densidade e sobretudo nas
Aldeias Históricas – em especial
à falta de dados qualitativos».
O projeto-piloto, realizado a
partir de setembro de 2017, no
território das 12 Aldeias Histó-
ricas focou-se «na definição de
um conjunto de indicadores que
sirvam de base a uma matriz de
referência, que seja capaz de
avaliar com precisão o impacto
económico e social das ativi-
dades turísticas». A associação
sediada em Belmonte espera
apresentar «dentro de um ano»
os primeiros dados recolhidos
com deste novo sistema.
ções». O evento “A Cidade do
Falcão - Guarda-Mor do Reino e
Senhorios de Portugal” decorre
no centro histórico e inclui man-
jares, cortejos, torneios, teatros,
música, dança e animação de
rua. Os expositores interessados
em participar devem inscrever-
se até 11 de maio.

PSD propõe
bolsa para atrair
alunos para o
interior
Programa de mobilidade “Eramus +Interior” pretende
disponibilizar um apoio de 1.000 euros a alunos das
universidades do litoral para que passem um semestre numa
instituição de ensino superior do interior
Proposta do PSD pretende financiar estudos no interior durante um semestre
A proposta de projeto de
lei do PSD pretende incentivar
alunos a estudar no interior do
país, disponibilizando uma bolsa
de 1.000 euros como forma de
incentivo. O objectivo do progra-
ma “Eramus +Interior” é atrair
estudantes de universidades do
litoral para que experienciem um
semestre no interior, de forma
«a valorizar o ensino superior
de uma área do país com menor
procura». O diploma foi defendido
esta semana na Assembleia da
República e o PSD espera que
possa entrar em funcionamento
já no próximo ano lectivo.
Esta não é a primeira vez
que são propostas medidas para
aumentar o número de alunos
nas universidades do interior do
país. A ideia de um Erasmus para
o interior já tinha sido defendida
por Rui Rio em outubro, durante
a apresentação de propostas
sectoriais que deverão fazer parte
do programa eleitoral social-
democrata para as próximas elei-
ções legislativas. No entanto esta
é a primeira vez que é definido o
período da mobilidade e o valor
da bolsa de incentivo. O reitor da
Universidade da Beira Interior
(UBI) considera que que esta é
uma medida «muito favorável ao
interior, boa em termos sociais
e académicos». António Fidalgo
sublinha que «o problema que
se coloca é que os estudantes do
litoral têm desconhecimento rela-
tivamente ao interior. As ligações,
ou raízes, às pequenas localidades
perderam-se e não existe conheci-
mento destas regiões. Não tenho
dúvidas que a concretização desta
medida seria benéfica à fixação de
recém-licenciados no mercado de
trabalho do interior», adianta o
responsável.
Para João Nunes, presidente
da Associação Académica da
Guarda, será «positivo o facto
de esta medida atrair mais po-
pulação estudantil à região, mas
não acredito que vá ter impacto
na fixação dos estudantes do
litoral aqui». O dirigente estu-
dantil acrescenta ainda que «é
bom o facto de ser uma medida
concreta, que define valores a
disponibilizar, o que não aconte-
ceu com medidas anteriores, no
entanto penso que essas verbas
deveriam ser empregues no au-
xílio a estudantes já integrados
nas universidades e politécnicos
do interior, e não em alunos que,
com certeza, regressarão ao lito-
ral quando o semestre chegar ao
fim». Já Afonso Gomes, presidente
da Associação Académica da Uni-
versidade da Beira Interior, natu-
AR
ral do concelho da Covilhã, diz ser
«contra este tipo de “incentivos”,
assim como contra a medida
implementada de redistribuição
das vagas retiradas em Lisboa
e no Porto, supostamente, para
serem colocadas em instituições
do ensino superior do interior,
algo que vimos não se verificar»
O presidente da AAUBI sa-
lienta que «estudar no interior
não tem de ser considerado um
desafio, mas tem de ser encarado
como uma escolha. Essa esco-
lha tem de ser apoiada de uma
forma real, para que se criem as
condições necessárias para os
estudantes». Relativamente ao
programa “Erasmus +Interior”
e às verbas a ele associadas, o
dirigente afirma que «poderiam
antes redistribuir o investimento
aqui destinado pelas instituições
do interior, como medida de re-
forço ao seu financiamento, para
que possam melhorar as suas
condições e a sua oferta formativa
– principalmente na Universidade
da Beira Interior, que sofre de um
sub-financiamento crónico há
largos anos», sugere. O INTERIOR
tentou contactar o presidente do
IPG, Joaquim Brigas, sobre este
assunto, o que não foi possível
até ao fecho desta edição por se
encontrar fora do país.
Quinta-feira • 28 de março de 2019 •
CDS-PP
Assunção Cristas
preocupada com falta de
médicos e enfermeiros
na ULS da Guarda
A líder do CDS-PP, Assun-
ção Cristas, está preocupada
com «a exiguidade» de médi-
cos e de enfermeiros no Hos-
pital Sousa Martins, na Guarda.
A dirigente centrista visi-
tou parte do novo bloco hospi-
talar na passada segunda-feira
e reuniu com a administração
da Unidade Local de Saúde
(ULS) para conhecer «os pro-
blemas» e ouvir «pedidos de
ajuda» para resolver algumas
das carências do hospital. No
final, aos jornalistas Assunção
Cristas disse-se «alarmada»
com o «subfinanciamento
crónico» da ULS e registou
também as «preocupações»
Guarda
“Fruição artística na escola” debatida
nas “Conversas de Café”
O ciclo “Conversas de
Café”, promovido pela Câmara
da Guarda no âmbito da Can-
didatura a Capital Europeia
da Cultura de 2027, prosse-
gue esta sexta-feira (21h30)
no café-concerto do TMG.
O tema desta tertúlia é a
IPG
Criada nova pós-graduação em Gestão
de Projetos
A Bright Academy e a As-
sociação Portuguesa de Gestão
de Projetos (APOGEP) assi-
naram um protocolo com o
Instituto Politécnico da Guar-
da (IPG) para proporcionar
formação área de Gestão de
Projetos.
Este acordo resultará na
criação de uma pós-graduação
executiva em Gestão de Projec-
tos, que será lecionada no IPG
por formadores da Bright Aca-
demy. O objectivo é oferecer
formação numa área cada vez
mais procurada por emprega-
dores no mercado de trabalho
•9
LM
da administração quanto à ne-
cessidade da requalificação do
denominado Pavilhão 5 para
acolher a unidade materno-
infantil. Na ocasião, a pre-
sidente do CDS-PP lembrou
as propostas do seu partido
para a fixação de pessoas e
empresas no interior, nome-
adamente «um verdadeiro es-
tatuto de benefício fiscal para
o interior com uma taxa de
50 por cento a menos no IRS
e outros benefícios, nomea-
damente nos transportes».
Na sua opinião, esse «choque
fiscal» poderia contribuir para
atrair médicos e enfermeiros
para a região.
“Fruição artística na Escola”,
sendo convidados o pro-
fessor e investigador Paulo
Morais-Alexandre, a atriz e
encenadora Rita Lello e os
professores Norberto Gonçal-
ves e António Prata Coelho. A
entrada é livre.
nacional. Além da aposta nesta
nova pós- graduação, a parce-
ria irá possibilitar a criação
de uma unidade curricular de
Gestão de Projectos «que será
integrada de forma transversal
a todos os cursos», refere o Po-
litécnico em comunicado. No
final do curso os alunos ficam
habilitados a candidatarem-
se ao exame de certificação
do nível D da International
Project Management Associa-
tion (IPMA) – APOGEP, uma
certificação internacional que
pode influenciar a integração
no mercado de trabalho.
10 • • Quinta-feira • 28 de março de 2019

O renascimento
LBM

do Toyota Corolla

Acabadinho de chegar ao mercado português, o

novo Toyota Corolla é a 12ª geração do carro mais PUB

vendido no mundo e apresenta-se com nova plata-

forma, novas motorizações, novo habitáculo e, como
não poderia deixar de ser, novo design.
O INTERIOR conduziu o Corolla SD 1.8 Hybrid
Exclusive, com uma motorização à altura das solicita-
ções e das exigências dos mais poupados em termos GuaRda
de consumo. Tudo isso graças a um motor a gasolina
de 1.8 litros, de quatro cilindros e com dupla injeção
(direta e indireta), mas a debitar, em conjunto com
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o motor elétrico, uma potência máxima de 122 cv e
um binário de 142 Nm a partir das 3.600 rpm. Neste e Familiares
modelo a bateria é de de hidretos metálicos de níquel
no sedan de 4 portas. As médias de consumo e a redu-
ção de emissões poluentes são os grandes objetivos
deste híbrido, com o modelo testado por O INTERIOR
a ficar-se pelos 4,9 litros aos cem (102 g/km de CO2).
Conforto e comodidade são outros elementos
identitários do novo Corolla, sobretudo em termos
de insonorização, mas também da qualidade dos
materiais e da construção. No painel de instrumentos
há três visualizações configuráveis, entre um mais
convencional e outro mais tridimensional. Ao lado
destaque também para um ecrã tátil com navegação
e funcionalidades de conectividade reforçadas. O
Corolla SD 1.8 Hybrid Exclusive vem bem equipado
de série, tanto nas funcionalidades de comodidade,
como nas de tecnologia e de assistência à condução,
nomeadamente com a evolução do Toyota Safety Sen-
se. Neste domínio sobressai o sistema de pré-colisão
aperfeiçoado, com travagem autónoma de emergên-
cia, que agora deteta veículos a velocidades entre os
10 km/h e ao 180 km/h. O sistema também passa a
detetar peões tanto de dia como de noite e ciclistas
apenas de dia, funcionando a velocidades entre os 10
e os 80 km/h.
O preço do carro conduzido por O INTERIOR é de
31.515 euros, mas a gama de entrada está disponível
a partir de 29.055 euros no concessionário Soviauto
2000, na Guarda.
 Quinta-feira • 28 de março de 2019 • • 11

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12 • • Quinta-feira • 28 de março de 2019
Belmonte
Despiste causa morte de jovem
que regressava a casa
Um jovem de 22 anos mor-
reu no domingo, em Inguias
(Belmonte), na sequência do
despiste, seguido de queda num
poço, do carro que conduzia.
A vítima, Cristiano Januário,
jogava futsal na equipa do Carva-
lhal Formoso e na véspera tinha
marcado quatro golos na vitória
por 6-1 sobre a Casa do Benfica,
em Oleiros, em jogo do Distrital
de Castelo Branco. Ao que tudo
indica, o acidente terá ocorrido
durante a madrugada quando
o jovem regressava a casa, em
Trigais, no concelho do Sabugal,
mas o alerta para a existência
de um carro num poço situado
num terreno junto à estrada que
liga Inguias a Trigais só foi dado
pelas 13h32. Quando chegaram
ao local, os bombeiros de Bel-
monte encontraram a viatura
submersa e tiveram que extrair
água do poço para localizar e
retirar a vítima, que estava fora
do veículo. O jovem estava em
paragem cardiorrespiratória,
tendo a equipa do INEM reali-
Incêndios
UBI cria tecnologia para prevenção
e combate
A Universidade da Beira
Interior (UBI) está a desenvol-
ver tecnologia que identifica
pontos de água acessíveis a
meios aéreos no combate a
incêndios e zonas de coberto
vegetal a necessitar de limpeza
para prevenir fogos no conce-
lho do Fundão.
Segundo o coordenador
do Departamento de Ciências
Aeroespaciais, Jorge Reis Silva, a
aplicação está a ser desenvolvi-
da para a autarquia fundanense
e pode ser instalada em qual-
quer telemóvel, “tablet” ou com-
putador. «A ideia é criar uma
ferramenta que permite a um
piloto nacional ou estrangeiro
ter os pontos de água mapeados
Ambiente
Projeto de mobilidade elétrica em estudo
na Serra da Malcata
A promoção do turismo
sustentável através da mobili-
dade elétrica é o desafio de um
projeto ibérico a implementar
em sete áreas naturais de Por-
tugal e Espanha, com a partici-
pação do Instituto Politécnico de
Castelo Branco (IPCB).
O MOVELETUR - Turismo
Sustentável e Mobilidade Elétri-
ca em Espaços Naturais vai ligar
áreas naturais das zonas raianas
e inclui, no total, de ambos os
lados da fronteira, a aquisição
de nove veículos e 91 bicicletas
elétricas, além da instalação
DR
zado manobras de reanimação,
mas sem sucesso. O óbito foi
declarado no local, confirmou
João Carvalho, comandante dos
Bombeiros de Belmonte, que
acrescentou que mergulhadores
entraram no poço para procurar
outras vítimas, cenário que não
se confirmou. O caso está a ser
investigado pela GNR. No local es-
tiveram 31 operacionais apoiados
por 21 viaturas das corporações
de Belmonte, Covilhã, Penamacor,
bem como elementos da GNR e
da VMER do Centro Hospitalar
Universitário da Cova da Beira.
e fazer com que que as próprias
autarquias tenham consciência
da tarefa que têm de desenvol-
ver ao criar esses pontos acessí-
veis e mantê-los em condições
de funcionamento», referiu o
docente. Atualmente existem
40 pontos de água identificados
e seis deles são artificiais, que a
Câmara vai colocar «em deter-
minadas zonas do concelho»,
disse Jorge Reis Silva. A UBI
está também a estudar o uso de
drones para localizar zonas flo-
restais que precisam de limpeza
para prevenir incêndios. Os dois
projetos poderão ser alargados
à Comunidade Intermunicipal
das Beiras e da Serra da Estrela
e ao país.
de 25 postos de carregamento
e do desenvolvimento de uma
plataforma de monitorização
e reserva de veículos elétri-
cos. Atualmente o IPCB está a
trabalhar na área natural da
Serra da Malcata, que abrange
os municípios de Penamacor e
Sabugal. O projeto é desenvol-
vido no âmbito do INTERREG
VA Espanha-Portugal (POCTEP)
2014-2020 e tem um orçamento
de 909 mil euros, cofinanciado
em 75 por cento pelo Fundo
Europeu de Desenvolvimento
Regional (FEDER).
Produtos regionais de
Fornos de Algodres à
distância de um clique
Município criou plataforma online para ajudar a escoar os
produtos locais, cabendo aos produtores gerir as encomendas
Site coloca o queijo, vinho, azeite, mel e doçaria de Fornos acessíveis em qualquer parte do mundo
“O Bom Sabor da Serra” é o
nome do site criado pelo município
de Fornos de Algodres para vender
online os produtos gastronómicos
do concelho. Lançado no passado
dia 16, com o apoio do Fundo
Ambiental e inserido na Estratégia
Nacional de Educação Ambiental
2020, o projeto pretende «levar o
bom sabor da Serra [da Estrela]
diretamente de Fornos de Algo-
dres para o mundo», facilitando a
aquisição à distância de produtos
agroalimentares típicos da região.
No site www.obomsabor-
daserra.pt é possível comprar
queijo, enchidos e fumeiro, vinho,
azeite, mel, doces regionais e as
queijadas de urtiga, com um pra-
zo de entrega de dois dias úteis.
A plataforma online permite aos
utilizadores aceder a promoções
e produtos destacados e admite
as formas de pagamento habituais
dos sites de vendas virtuais. A
gestão das encomendas é da res-
Gouveia
Judiarias do concelho são tema de jornadas
As judiarias do concelho
de Gouveia são o tema das pri-
meiras Jornadas do Património
Cultural de Gouveia, que decor-
rem de domingo a terça-feira na
“cidade-jardim”.
Estão programadas ati-
vidades de conhecimento e
divulgação dos conjuntos arqui-
tetónicos históricos da cidade
que acabaram por influenciar
a forma como Gouveia é hoje.
As jornadas são organizadas
ponsabilidade de cada produtor,
para o qual revertem todos os
valores transacionados, adianta
a autarquia. Bruno Costa, verea-
dor do município, revela que «o
desempenho do site tem sido
uma surpresa para mim. Desde o
lançamento, a 16 de março, que
temos tido várias encomendas,
algumas delas com um volume
diversificado de produtos com-
prados por particulares».
Quanto à logística necessária,
depois de processada, a encomen-
da é expedida «cumprindo todas
as normas de segurança», sendo
que a edilidade tem «uma parce-
ria com os CTT para a distribuição
e estamos ainda a acertar por-
menores com uma empresa de
transporte refrigerado, de forma a
garantir a qualidade dos produtos
nas entregas mesmo em épocas
de maior calor. Pensámos bem em
todos os desafios antes de colocar
a plataforma online», acrescenta
pelo município em cooperação
com o Agrupamento de Escolas
local. No primeiro dia, a partir
das 17h30, há uma visita guiada
temática sobre “Os cristãos-
novos de Gouveia em 1528”, a
propósito do Dia da Memória
das Vítimas da Inquisição. Na
segunda-feira de manhã terá
lugar outra visita guiada às
judiarias da cidade e à tarde, a
partir das 14h30, a Biblioteca
Municipal Vergílio Ferreira será
DR
o responsável. A plataforma é a
primeira que permite a compra
direta de produtos regionais, «to-
dos exclusivamente produzidos
por produtores locais, com re-
curso a ingredientes também eles
cem por cento locais». O objetivo,
segundo Bruno Costa, é alargar a
abrangência desta ferramenta a
outros municípios da região e aos
seus produtos mais tradicionais.
«Só trabalhando em rede, de
forma inclusiva e cooperante, é
que podemos ajudar os produto-
res da região», considera o verea-
dor. Bruno Costa salienta ainda o
«cariz inovador» do projeto, que
possui duas grandes vertentes:
«A criação da plataforma e a
respetiva divulgação, que envolve
grandes “outdoors” colocados
na A1, na cidade de Coimbra e
em Viseu, bem como anúncios
na imprensa local e na televisão,
que estamos ainda a preparar»,
exemplifica o eleito.
palco da apresentação do proje-
to da Casa da Vivência Judaica
seguida do debate subordinado
ao tema “Construção da Gouveia
medieval. Espaço e Sociedade”.
Na terça-feira realiza-se um ciclo
de conferências sobre “Gouveia
Medieval. Entre Judeus e Cris-
tãos-novos” cujas sessões serão
repartidas entre o auditório da
Secundária de Gouveia (período
da manhã) e Biblioteca Munici-
pal Vergílio Ferreira (à tarde).

Teatro
Grupo de Santiago de Compostela
arrebata Ciclo Universitário da
Beira Interior
A peça “A Muller que tiña
medo e marchou a vivir ao Car-
refour”, do Grupo de Teatro da
Universidade de Santiago de
Compostela (Espanha), foi o
grande vencedor da 23ª edição
do Ciclo de Teatro Universitário
da Beira Interior, que terminou
no sábado na Covilhã.
Com texto e direção de
Roberto Salgueiro, o espetá-
culo conquistou os prémios
do público e do júri. Este ano
o ciclo decorreu no anfiteatro
das sessões solenes da UBI,
Música
“Alma Menor” para ouvir no auditório
municipal
O projeto “Alma Menor”
atua sábado (21h30) no au-
ditório municipal do Sabugal.
Fo r m a d o p o r T i a g o
Marques (acordeão) e Tiago
Brandão (gaita-de-foles) em
2014, o duo aposta na música
de fusão, original e experimen-
tal, a partir de diversos géneros
como o tango, valsa, Klezmer,
flamenco, música dos Balcãs,
étnica e tradicional portuguesa
ou o free jazz. Numa primeira
fase houve experimentações
com outros instrumentos, tais
como a guitarra, o cavaquinho
Teatro
Fértil Cultural apresenta “Primavera”
no TMG
A companhia Fértil Cultur-
al vem ao TMG na sexta-feira
apresentar a sua produção
mais antiga, “Primavera”. Estão
previstos dois espetáculos às
15 horas (público escolar) e
21h30 na caixa de palco do
grande auditório.
Estreado em 2013, “Pri-
mavera” retrata a história da
última velha de uma aldeia
serrana que só já convive com
as memórias de um passado
repleto de vida e de gente.
«Muitas são as lembranças
onde atuaram várias compan-
hias portuguesas e espanholas,
e a mudança não se fez sentir
na assistência. Segundo a or-
ganização, a cargo do TeatrUBI
e da ASTA, a edição de 2019
registou 918 espetadores,
«uma média de 102 pessoas
por espetáculo, o que reflete
o interesse do público neste
certame e mostra que faz todo
o sentido existir um espaço
para apresentação de espe-
táculos na UBI», consideram
os promotores.
DR
e a sanfona, mas o som dos
“Alma Menor” acabou por
concentrar-se na sonoridade
distinta gerada pela gaita-de-
fole e o acordeão. São dois
instrumentos que marcaram
a etnografia musical portu-
guesa e que lhes permitem
arriscar noutras sonoridades
improváveis. No ano passado
a dupla editou o seu álbum de
estreia, intitulado “Em Tons
de Aguarela”, que contou com
a colaboração de alguns dos
melhores músicos na cena
musical portuguesa.
de uma vida que outrora
teve e que agora transporta
consigo. A aldeia, essa, fica
vazia e nada há de contar»,
refere a produção. A peça
aborda problemáticas como
o isolamento dos idosos,
tanto rural como urbano,
e a desertificação do inte-
rior de Portugal. A peça foi
escrita e encenada por Rui
Alves Leitão e é interpretada
por Neusa Fangueiro. No final
a atriz terá uma conversa com
o público.
Quinta-feira • 28 de março de 2019 • • 13
Arte
Obra de Cruzeiro Seixas
revisitada no Museu do Côa
O Museu do Côa tem patente
DR
uma retrospetiva de Cruzeiro
Seixas, um dos precursores
do movimento surrealista em
Portugal.
Inaugurada no passado dia
14, a mostra “Nos Labirintos que
Inventei” reúne um conjunto
de obras representativas de
vários monumentos da criação
do mestre surrealista e desafia
o público «a embarcar numa
viagem de descoberta e de
sonho», refere a comissária da
exposição, Alexandra Silvano.
Estão patentes pinturas, desen-
hos e objetos, bem como quatro
“cadavre-exquis”, que Cruzeiros
Seixas realizou com outros artis-
primeiros momentos do Grupo
Surrealista de Lisboa e a sua
Calvet, Mário-Henrique Leiria e
Pedro Oom, em finais dos anos
tas num exercício de imaginação exposição inaugural, em 1949. de 1940. Atualmente é, com a es-
coletiva, num total de 40 peças. Frequentou a Escola An- cultora Isabel Meyrelles (1929),
Trata-se de um jogo adotado tónio Arroio, onde conheceu um dos últimos representantes
pelos surrealistas que consiste Marcelino Vespeira, Júlio Pomar vivos do surrealismo português,
na realização de um desenho ou e Mário Cesariny, a quem se com um trabalho vasto no cam-
texto coletivo, usando a imagi- aliou, na cisão do Movimento po do desenho, da pintura, mas
nação e o inconsciente, adianta Surrealista Português, para dar também da poesia e dos objetos,
Alexandra Silvano. O artista, origem ao Grupo Surrealista da escultura. A exposição pode
com 98 anos, conta mais de de Lisboa, com artistas como ser vista no Museu do Côa até
sete décadas de criação entre os António Maria Lisboa, Carlos 30 de junho.
Teatro
Teatro das Beiras apresenta “O Inventório”
em Manteigas
“O Inventório”, a última procrastinar… com muita imagi- graúdos» porque os TPC são
produção do Teatro das Beiras, nação». A peça foi construída a protagonistas de uma série de
sobe ao palco do auditório do partir de situações imaginadas situações e de brincadeiras de
Centro Cívico Manteigas no quando se tem de fazer os tra- faz-de-conta. A interpretação
sábado (21h30). balhos de casa… e não se con- é de Fernando Landeira, Sílvia
Trata-se de uma criação segue. É um «verdadeiro hino à Morais e Tiago Moreira. “O In-
original e coletiva com encena- imaginação de todas as crianças, ventório” é a 102ª produção da
ção de Marco Ferreira e destina- um espetáculo que promete companhia covilhanense e foi
se a «todos os que gostam de ser divertido para miúdos e estreada no final de fevereiro.
Música
B Fachada com concerto esgotado no Fundão
Está esgotado o concerto
DR
de B Fachada na Moagem, no
Fundão, esta sexta-feira (22h30)
no âmbito do ciclo “Sons à Sexta”.
O músico é considerado
uma das principais figuras da
canção lusófona contemporânea
e o seu trabalho e criatividade
têm sido aclamados pela críti-
ca e pelo público. B(ernardo)
Fachada tem pouco mais de 30
anos, mas as suas cantigas e per-
sonagem aparentam uma outra
centena. Os seus álbuns são uma
espécie de obra queirosiana
musical. Canta Portugal, os por-
tugueses e as suas indignações
costumeiras, com a naturalidade lavada de kizomba de “Criôlo” “Os Sobreviventes”, de Sérgio Go-
de quem respira e um descom- até ao homónimo de 2014, dinho, com quem já tocou ao vivo
prometimento invejável. É com- passou por muitas fases, mas e a quem dedicou uma cantiga. É,
positor, multi-instrumentista, usou sempre o mesmo truque: provavelmente, o mais novo can-
produtor. Lançou cinco EP, três a palavra. Entre 2009 e 2012 tor de intervenção português. O
mini álbuns e seis de longa du- fez parte da banda Diabo na “Sons à Sexta” é uma iniciativa do
ração. Começou em “B Fachada é Cruz e juntou-se a Minta e João município do Fundão em parceria
para meninos”, passou pela pop Correia para uma versão do disco com a rádio Antena 3.
14 • • Quinta-feira • 28 de março de 2019 Publicidade

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Redação: Luis Martins (Chefe de Redacção) e Ana Eugénia Inácio. • Conselho Editorial: António Ferreira, Nuno Amaral Jerónimo, Cláudia Quelhas, João Canavilhas, José Carlos Alexandre, Diogo Cabrita e Maurício Vieira.
Colunistas e Colaboradores: Acácio Pereira, Albino Bárbara, Ângela Guerra, António Costa, António Ferreira, António Godinho, Cláudia Quelhas, David Santiago, Diogo Cabrita, Eduardo Lourenço, Fernando Pereira, Fidélia Pissarra, Frederico Lucas, Hélder Sequeira, Honorato Robalo, João Canavilhas, Joana C. Pereira,
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Víctor Afonso. Desporto: António Silva, Arlindo Marques, Cristina Sofia, Daniel Soares, José Luís Costa, Miguel Machado e Rui Geraldes. • Cartoon: Maurício Vieira. • Paginação: Jorge Coragem • Projeto Gráfico: Maurício Vieira. • Departamento Comercial: Natalina Martins • Impressão:
FIG-Indústrias Gráficas, S.A. • Rua Adriano Lucas – 3020-265 Coimbra • Telefone 239 499 922 • Fax 239 499 981 • e-mail: fig@fig.pt • Sede, Redação e Publicidade: Rua da Corredoura, 80 - R/C Dto - C • 6300-825 Guarda N.I.P.C. – P-504847422. • Nº de registo na ERC: 123436 • Depósito
Legal:146398/00 • Tiragem desta edição: 7.200 exemplares • Periodicidade: Semanário • Edição Internet: O Interior • Propriedade: JORINTERIOR - Jornal • O Interior, Ldª. Detentores de mais de 10% do capital da empresa: José Luís Carrilho Agostinho de Almeida e Luís Baptista-Martins.
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 Quinta-feira • 28 de março de 2019 • • 15

Futebol distrital

Figueirense é campeão a quatro

jornadas do fim
O Figueirense sagrou-se
campeão distrital da AF Guarda
no domingo, a quatro jornadas do
final do campeonato da Iª Divisão.
A festa do título foi “estragada”
pelo Trancoso (6º classificado),
que venceu 1-0 e infligiu ao novo
campeão a segunda derrota da
prova.
Apesar do desaire, a for-
mação de Figueira de Castelo
Rodrigo, que conta 58 pontos,
beneficiou do empate sem golos
consentido pelo Manteigas em
casa frente ao São Romão (10º),
um resultado que fez “cair” os
serranos para o terceiro lugar da
geral em troca com o Aguiar da
Beira, que venceu 3-0 em Fornos
de Algodres (8º) e somou 45
pontos, mais um que o Mantei-
gas. Na quarta posição está o Sp.
Celoricense, vencedor em Vilar
Formoso do Sporting local (11º)
por 2-0, enquanto o Vila Cortês
do Mondego, a única equipa do
concelho da Guarda a competir
no Distrital da Iª Divisão, continua
Equipa de Figueira de Castelo Rodrigo sagrou-se campeã em Trancoso apesar da derrota por 1-0 com o Desportivo local
quinto classificado após derrotar
em casa o Gouveia (7º) por 2-1.
No jogo entre últimos, o Sp. Sabu-
gal (13º e penúltimo) recebeu
e venceu o “lanterna vermelha”
Estrela de Almeida (14º) por 3-1.
Já o Soito (12º) foi empatar a zero
no campo do Vilanovenses (9º).
A luta pela fuga à despro-
moção está ao rubro, pois o Al-
meida conta 14 pontos, enquanto
o Sabugal tem 18 e está a um
ponto do Soito e do Vilar Formoso,
sendo despromovidos à IIª Divisão
os dois últimos classificados. Este
domingo jogam-se as meias-finais
DR
da Taça de Honra da AF Guarda,
pelo que o campeonato regressa a
7 de abril com os jogos Figueirense-
Fornos, Aguiar da Beira-Manteigas,
Celoricense-Vilanovenses, Soito-
Vila Cortês, Gouveia-Sabugal, São
Romão-Vilar Formoso e Estrela de
Almeida-Trancoso.
Foz Côa lidera IIª
Divisão
O Foz Côa assumiu no do-
mingo o comando do Distrital
da IIª Divisão da AF Guarda
após vencer 1-0 no campo do
Nespereira (5º) numa jornada
em que folgou o até então líder
Vila Franca das Naves.
Os fozcoenses somaram
31 pontos e passaram a ter
dois pontos de vantagem sobre
a formação do concelho de
Trancoso (2º) a três jornadas
do final do campeonato. Nos
restantes jogos da 15ª jornada
disputada esta tarde o Guarda
Desportiva (6º) foi empatar
2-2 a Freixo de Numão (3º), a
ADC Castelos (8º e penúltimo)
venceu 1-0 em Casal de Cinza
(último classificado) e o Pala
(7º) recebeu e perdeu com o
Paços da Serra (4º) por 3-1. A
antepenúltima jornada dispu-
ta-se a 7 de abril com as par-
tidas Foz Côa-Casal de Cinza,
Vila Franca-Freixo Numão,
Paços da Serra-Nespereira e
Guarda Desportiva-Pala. Folga
a ADC Castelos.

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Sp. Mêda fez segundo ponto

no Campeonato de Portugal DR

O Sp. Mêda conseguiu no do- desvantagem para 3-2, por Fabian

mingo o segundo ponto da época
ao empatar 3-3 na receção ao Ce-
sarense.
O jogo da 27ª jornada da série
B do Campeonato de Portugal
opunha o último classificado ao
penúltimo e deixou tudo na mesma.
A equipa do distrito da Guarda
abriu o ativo aos 8’ por Bruno Reis,
mas os visitantes empataram dez
minutos depois através de Fabian
Segura. Num jogo repartido, os
medenses voltaram a adiantar-se
no marcador aos 26’, por Elvis
Martinez, uma vantagem que se
manteve até ao intervalo.
No segundo tempo os locais
continuaram a mandar no jogo e
marcaram o terceiro golo, nova-
mente por Elvis Martinez, aos 60’.
Contudo, volvidos quatro minutos
foi o Cesarense que reduziu a
Segura. A equipa do concelho de
Oliveira de Azeméis aumentou a
pressão e os medenses não con-
seguiram travar as investidas dos
visitantes. Aos 82’, Paulo Baptista
conseguiu o golo do empate e o
marcador não sofreu mais alter-
ações até ao final, apesar do Cesa-
rense ter jogado os últimos minutos
do encontro reduzido a dez devido
à expulsão de Luís Breda, aos 85’,
por acumulação de amarelos.
O Sp. Mêda continua no 19º
e último lugar da série, com
apenas dois pontos, enquanto o
Cesarense é penúltimo com 20
pontos. No domingo, a equipa do
distrito da Guarda joga em Leça
da Palmeira, 13º classificado.
O campeonato termina a 12 de
maio, faltando disputar sete jor-
nadas.
16 • • Quinta-feira • 28 de março de 2019
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Karate
Atletas da UKSB em treinos
da seleção
DR
Convocatória
Ao abrigo do art n.º 27 alínea b) convocam-se todos os sócios da Casa do Povo de Os dojos da Guarda e Celorico da Beira da União de
Bendada para uma reunião de Assembleia-Geral que irá decorrer no próximo dia 31
Karate Shotokan das Beiras (UKSB) marcaram presença
de Março pelas 14 horas e 30 minutos na sede da associação.
A assembleia terá a seguinte ordem de trabalhos: em treinos de seleção da Federação e da Liga de Sho-
1) Aprovação do relatório e contas do exercício do ano de 2018. tokan realizados no sábado.
2) Outros Assuntos.
Se à hora marcada não se verificar o número legal de associados com direito a voto, será
António Pereira (Centro de Artes Marciais da
a mesma realizada 30 minutos depois com qualquer número de associados presentes. Guarda) participou no estágio da seleção nacional, em
Bendada, 04 de Março de 2019 Vila Nova de Gaia, onde afinou pormenores antes da
partida para o Europeu de Parakarate, que irá decorrer
A Presidente da Assembleia-Geral
em Guadalajara (Espanha) de 28 a 31 de março. Por
sua vez, Mariana Veloso (Escola de Karate de Celorico
da Beira) e os estreantes Nuno Rodrigues e Duarte Silva
(ambos do Centro Bushido da Guarda), acompanhados
Notas: do sensei Micael Sanches, integraram o primeiro treino
- Os sócios presentes, com direito a voto, deverão assinar a respectiva folha de
de seleção da Liga Portuguesa de Shotokan, realizado
presenças junto da Presidente da Assembleia;
- De salientar que apenas os sócios com mais de um ano de inscrição e com quotas em Coimbra. Os novos karatecas convidados estão agora
em dia terão direito a voto. em avaliação e à experiência durante os próximos seis
- Relativamente às contas do ano de 2018, caso haja necessidade de uma consulta
treinos com vista a uma possível integração na seleção
mais detalhada as mesmas encontram-se disponíveis nas instalações da instituição.
de shotokan que vai representar Portugal no próximo
O Interior, nº 1003 de 28/03/2019
Campeonato Mundial da modalidade, agendado para
setembro no nosso país.
Santa Casa da Misericórdia de Pinhel Polo aquático
Telf./Fax: 271411151
Rua Fonte do Bispo, n21 640()’372 Pinhel
Contribuinte: 500 886 407 Mail: scmp@mail.telepac.pt
Benfica estagia em Almeida
A equipa de polo aquático do Benfica vai estagiar em
Assembleia Geral Almeida, entre 12 e 14 de abril, anunciou a autarquia.
Os encarnados, detentores do título, vão participar
Convocatória
na “final four” da Taça de Portugal da modalidade que
Ângela Maria Pinheiro Branquinho Guerra, na qualidade de Presidente da Mesa da terá lugar na Guarda. A presença do Benfica será aprovei-
Assembleia Geral da Santa Casa da Misericórdia de Pinhel, usando da competência
prevista no artigo 25º nº 1, do Compromisso desta Irmandade, convoco todos os tada para promover a modalidade no concelho raiano com
irmãos para se reunirem em Assembleia Geral, a realizar na Unidade de Cuidados a realização de uma exibição, no primeiro dia do estágio,
Continuados, pelas 20 horas e 30 minutos do dia 6 de abril de 2019, com a seguinte
Ordem de Trabalhos:
aberta a todos os alunos das escolas do município.
1 - Apreciação, discussão e votação do Relatório de Contas de 2018, assim como
Parecer do Órgão de Fiscalização;
2 - Outros assuntos de interesse e informações gerais para a Irmandade da Santa Judo adaptado
Casa da Misericórdia de Pinhel;
NB: Não estando presente, à hora designada mais de metade dos irmãos com direito
Maria Ribeiro vence no Fundão
a voto nos termos do artigo 26º nº 1 do Compromisso para que a Assembleia funcione O Fundão acolheu no domingo a terceira edição do
em primeira convocação, convoco desde já os Irmãos para uma segunda convocação Open de Judo adaptado da Associação de Judo do Distrito
da Assembleia Geral, a realizar, meia hora depois, ou seja às 21 horas, no mesmo
local, a qual decorrerá com qualquer número de presenças, nos termos do mesmo de Castelo Branco.
preceito legal. Maria Ribeiro (AMDA Sabugal) venceu a competição
reservada às judocas com Síndrome e Down -57kg, em
Pinhel, 20 de março de 2019
A Presidente da Mesa da Assembleia Geral
que participaram duas atletas da categoria acima por
haver apenas duas jovens em prova. A sabugalense fez
o pleno de vitórias, ganhando à campeã nacional da
categoria de -63kg. A preparação continua assim no bom
caminho para a participação nos Jogos de Portugal em
O Interior, nº 1003 de 28/03/2019 maio (Viseu) e jogos Europeus de Guimarães.
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da qual acresce um custo de 2 euros. Para esclarecimentos pode contactar-nos através do telefone 271212153 ou para ointerior@ointerior.pt
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 Quinta-feira • 28 de março de 2019 • • 17

Ralis Taça de Honra

Pilotos da ARC Sport lideram Aguiar, Celoricense, Vila

Cortês e Paços da Serra jogam
Campeonato de Portugal DR
acesso à final
O Aguiar da Beira, Sp.
Celoricense, Vila Cortês do
Mondego, todas da Iª Divisão
distrital, e o Paços da Serra, da
IIª distrital, jogam no domingo
as meias finais da Taça de Hon-
ra da AF Guarda. Os aguiaren-
ses recebem os celoricenses
e os gouveenses do Paços da
Serra jogam em casa com os
guardenses do Vila Cortês. Os
finalistas vão defrontar-se a
11 de maio no Municipal de
Figueira de Castelo Rodrigo.

Prestação no Rali dos Açores vale a Ricardo Moura o primeiro lugar no Nacional, secundado por Ricardo Teodósio
Foi muito positiva a partici-
pação da ARC Sport, de Aguiar
da Beira, no Rali dos Açores, que
terminou no sábado. Ricardo
Moura (Skoda Fabia R5) foi o
melhor português em prova e
terminou na segunda posição da
geral, a apenas 8,4 segundos da
troços e assumiu a liderança do
campeonato nacional. «Tentei
no último troço recuperar a di-
ferença e chegar à vitória. Não
era tarefa fácil, até porque queria
terminar o rali e qualquer exces-
so poderia deitar tudo a perder.
Estamos muito contentes com o
pneus menos acertadas acabaram
por ditar este resultado. O tercei-
ro lugar no CPR acabou por ser o
melhor possível», disse Ricardo
Teodósio, que obteve três vitórias
em especiais de classificação. O
vencedor do Rali Serras de Fafe é
agora segundo do Nacional, atrás
Atletismo
“Corrida dos Pessegueiros”
em Orjais no domingo
Orjais acolhe no domingo
a segunda “Corrida dos Pes-
segueiros”, uma corrida feita
entre os pomares de pesse-
gueiros daquela freguesia do
concelho da Covilhã.
A organização é da Asso-
ciação Desportiva e Cultural
e da Junta de Freguesia locais,
com o apoio técnico da Asso-
ciação de Atletismo de Castelo
Branco. A prova terá percurso
Seia
Casa do FC Porto abre portas
de 10 quilómetros e este ano
tem uma vertente de solida-
riedade para com a Instinto
- Associação Protetora dos
Animais da Covilhã, através
da recolha de alimentos e/ ou
produtos para cães e gatos e
da angariação de fundos para
a mesma. No ano passado, a
primeira edição da “Corrida
dos Pessegueiros” contou com
cerca de 200 participantes.
DR

vitória final.
A prova de abertura do Cam-
peonato da Europa (ERC) foi
ganha pelo polaco Lukasz Habaj
(Skoda Fabia R5) após desistência
do russo Alexey Lukyanuk (Citro-
en C3 R5). O campeão europeu
em título e vencedor da prova
insular em 2018 liderava desde
o início, mas ficou fora da corrida
na última classificativa devido
a um capotamento. A correr em
casa, Ricardo Moura venceu onze
trabalho que fizemos», disse o pilo-
to, cujo navegador é António Costa.
Já a dupla Ricardo Teodó-
sio e José Teixeira (Skoda Fábia
R5) terminou na quinta posição
da geral e foi a terceira melhor
entre os portugueses, a seguir
Bruno Magalhães (Hyundai i20).
«Queríamos ter feito melhor, mas
tenho de assumir escolhas menos
acertadas. Um toque no primeiro
troço acabou por complicar tudo,
alguns peões, opções de “set up” e
de Ricardo Moura, o que faz com
que a ARC Sport ocupe agora os
dois primeiros lugares do Cam-
peonato de Portugal.
A equipa de Aguiar da Beira
conseguiu outra boa prestação
com a dupla Miguel Correia e
Pedro Alves (Ford Fiesta R5),
que foi a quarta melhor entre os
portugueses. A próxima prova do
Campeonato de Portugal acontece
com o Rali de Mortágua, a 3 e 4
de maio.

Atletismo
Corrida do Alva e Distrital de Estrada em Sandomil
A 5ª Corrida do Alva realiza-
se no domingo em Sandomil e
servirá simultaneamente para
sagrar o novo campeão distrital
de estrada da Guarda por oca-
sião da 25ª edição do campe-
onato organizado pela Associa-
ção de Atletismo da Guarda.
Trata-se de uma prova de
12 quilómetros cujo percurso
tem partida e chegada no Parque
Desportivo Jorge Correia, naquela
localidade do concelho de Seia.
No ano passado conquistaram o
título Sara Carvalho e Adílio Gon-
çalves, ambos da ACR Senhora do
Desterro (São Romão). Terá ainda
lugar mais um Grande Prémio
Jovem Alva e uma caminhada não
competitiva. A corrida foi também
Seia conta desde sábado dade, afirmou que o objetivo
escolhida pela Associação de Atle-
com uma Casa do FC Porto. da direção é envolver «todos
tismo de Coimbra para disputar
A inauguração contou com a os senenses e adeptos por-
o seu Campeonato Distrital de
presença de inúmeros adeptos tistas da região nas diversas
Estrada. A organização está a
e dos testemunhos de antigos atividades que a Casa irá de-
cargo do Maratona Clube de Vila
atletas azuis e brancos de di- senvolver». O espaço fica na
Chã, com o apoio dos municípios
versas modalidades, seguindo- Rua 1º Dezembro, na cidade
de Seia e Oliveira do Hospital,
se um convívio. serrana, estando a decorrer
das Juntas de Freguesia da zona
Na cerimónia, Nuno Oli- uma campanha de angariação
e a colaboração da Associação de
veira, presidente da coletivi- de novos sócios.
Atletismo da Guarda.

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18 • • Quinta-feira • 28 de março de 2019
opinião
David Santiago
Tiros para o ar que
acertam nos pés
Nem tudo está bem quando acaba bem. É
esta a posição do PSD relativamente à medida dos
passes sociais que, já a partir de abril, entra em
vigor nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.
Depois de longos meses de inexistente
oposição ao Governo, passados em guerrilhas
internas pífias, o PSD resolveu passar ao ataque.
Sendo certo que muito a reboque da acutilância
imprimida pelo candidato ao Parlamento Europeu
Paulo Rangel, os sociais-democratas apostam
agora numa oposição desenfreada a tudo quanto
vem da chamada “geringonça”.
Mas não basta dar tiros para o ar. É primeiro
preciso definir um alvo, e só depois disparar. Se
depois o tiro acerta no alvo é outra história, facto
que depende de uma série de variáveis que vão
da estratégia política ao conteúdo e à forma da
mensagem, passando pela escolha do mensageiro
correto e pelo sempre necessário “spin” mediático.
A redução drástica dos preços dos passes
estava em preparação há muitos meses e prevista
no Orçamento do Estado para 2019. Em todo esse
tempo o PSD não tossiu nem mugiu. Foi preciso
o sempre presente Marques Mendes apelidar os
novos passes sociais de “bomba eleitoral” para o
PSD se arregimentar em exército anti eleitoralista.
No Parlamento, Fernando Negrão disse mes-
mo que esta medida era eleitoralista como nunca
se viu, esquecendo os aumentos salariais à função
pública concedidos por Sócrates e Cavaco em
vésperas de eleições. Pior, no debate quinzenal de
há uma semana, o PSD ficou isolado nas críticas
feitas ao “eleitoralismo” da esquerda, com o CDS
a evitar o erro de criticar uma medida cujo mérito
é quase consensual, incluindo no eleitorado social-
democrata e nos presidentes de câmara do PSD
envolvidos na discussão.
Para os milhares de portugueses da classe
média e média baixa que vão poupar dezenas e
centenas de euros por mês em transportes, ouvir
tais críticas pode parecer, no mínimo, sinal de
desespero.
E para os (cada vez menos) portugueses que
vivem no interior do país, ouvir críticas contra a
alegada injustiça regional dos passes sociais só
pode ser visto como demagogia. Afinal de que
serviria medida idêntica em zonas sem problemas
ou excessos nos fluxos de trânsito?
Mais acertada é a crítica do PSD à degradação
e escassa oferta de transportes públicos, insufi-
cientes para responder a eventuais aumentos da
procura. Pois bem, mas isso em nada diminui a
importância e oportunidade dos novos passes,
até porque hoje a oferta é já escassa e degradada.
E se de facto forem registados aumentos da pro-
cura, como se espera, isso irá reforçar a pressão
para que haja uma efetiva aposta nos transportes
públicos.
Há mais de um ano que Rui Rio anda a di-
zer ser um político diferente, seguindo a senda
cavaquista de que mesmo após 20 ou 30 anos
na política ativa alguém pode não ser político
profissional, mas tão somente alguém ungido de
uma qualquer divina vontade de servir a pátria.
Mas se assim é e se quer marcar pela dife-
rença, Rui Rio tem de se afirmar pela positiva e
não pela negativa. As rajadas para o ar contra
os passes acertaram nos pés. E Rio precisa dos
pés para acelerar o passo se se quer aproximar
do PS.
opinião
Maria Afonso
A inutilidade das coisas
Há o cimo do morro e a praia em baixo. Um homem
desventrado, por onde o som do mar entra e sai, faz guarda
à loucura. O inverno a querer despir dissimuladamente as
roupagens insufladas de vento. Rasgos. Quase cicatrizes
vincadas no dobrar de cada gesto. O solstício consente-
lhe essas ousadias. Enfunar velas, virar veleiros e, em
certas horas do dia, destruir amuradas. Os respingos
subiam em gotículas aspergidas, hábeis na expiração
do negrume.
A praia lá em baixo saciada de vagas apressadas. O
mar a sumir em si próprio, vertiginosamente. Uma cobra
prateada a alagar o areal. A frescura rápida que clareia os
olhos. E aquela luz inicial de um espaço sem tempo devol-
vida ao olhar. Demora-se o corpo nos dedos indolentes, nas
maçãs do rosto que procuram suster as pálpebras pesadas
dos duelos da noite. Há sempre combates privados quando
se dorme junto ao mar. Os sonhos são casas esvaziadas
de onde os proprietários se evadem.
O mar é uma esfinge desmesurada onde os amantes
se reencontram depois do naufrágio. Chegam cansados de
desagastar as margens de um rio só seu. Conhecem bem
os labirintos e os vaus. Deslizam pelos rápidos em janga-
das de mãos dadas. Às vezes agarram-se aos destroços
e desaguam na pele rasgada por galhos secos. O tempo
retém-lhes a vontade nos bancos de areia e pedras roladas.
Ali estiram os músculos das braçadas da alma.
Há quem escreva hinos ao mar, exaltações em madru-
gadas de espuma. Como se o despertar fosse um rugido
a engolir a areia. E o azul de aço a trespassar o corpo. Um
gume cinzelado em forjas ancestrais. Palavras de brumas
e marinheiros de veias grossas, cordas corridas, sem nós.
opinião
Santinho Pacheco *
1. O PSD-Guarda chega sempre atrasado aos proble-
mas e lida muito mal com as soluções.
Agora tem a ver com a redução das tarifas dos trans-
portes públicos, a reboque da reação de Rui Rio, amedron-
tado com o êxito da medida nas áreas metropolitanas. A
única forma de a atacar é dizer que descriminava o resto do
país, o interior em particular, o que é absolutamente falso.
Sobre este programa de apoio à redução tarifária nos
transportes públicos o PSD-Guarda tinha obrigação de
saber que a nossa região, a CIM Beiras e Serra da Estrela,
está incluída e representa um investimento total na redução
dos custos dos transportes superior aos 545 mil euros dos
quais 500 mil são financiados diretamente via Orçamento
de Estado.
Para a região da Guarda as principais medidas são:
redução de 30% em todos os passes; redução de 40% nos
passes dos transportes urbanos, nas cidades da Guarda,
Covilhã, Seia e Gouveia, em cuja área urbana operam,
mas também a mesma redução de 40% nos bilhetes de
transporte flexível; finalmente redução de 20% nos passes
ferroviários.
Como ficou demonstrado, o programa de apoio à re-
dução tarifária nos transportes públicos é uma medida de
largo alcance social com aplicação na Guarda e em todo
o território nacional.
Quanto à redução do custo das portagens na A23 e
A25, era bom que da nova posição do PSD-Guarda resul-
tasse tão só um pouco mais de coerência e transmitissem
aos senhores deputados na Assembleia da República que
votem de acordo com a defesa dos interesses da economia
e das gentes da Guarda, precisamente o contrário do que
aconteceu até agora.
Escreve-se por urgência. Odes que desviam montanhas e
planam na superfície das aves que buscam a penumbra
dos dias. Memórias de espíritos esvoaçantes em cortinas
de um céu logo ali.
A esperança de que alguém saiba o segredo das tintas
com que os primeiros homens inventaram a arte. Na gruta
húmida, o tecto escorre veados e cavalos sobre as nossas
cabeças. A insignificância do ser repete-se a cada dia numa
tela insegura estendida na terra. Ah, a magnificência do
que se foi. O calor com que se afundaram as mãos nos
pigmentos dos minerais e o ensurdecedor silêncio do
carvão. Os rostos tocados com a gravidade das marcas
de um tempo a sangue e negro.
Chega-se cedo ao morro. O equinócio não está longe
e consente que o dia se faça. Os dedos entrelaçados e um
arrepio a abalar os corpos. A playa de los loucos é um
cântico entre o soluço e o clamor. O guardião desventrado
não é mais do que um sussurro a extinguir-se. Um lume
roubado. As cinzas da noite que alguém ateou. Num
arrojo delineado nas mãos testamos o vôo. Planamos.
A água é uma imensa aragem acetinada. Como resistir
à imersão sabendo que um muro branco e morno se vai
esfriando?
Beijas-me. Julgamos ser o tempo da fruta madura, dos
corpos esguios num funambulismo espectacular. Desde o
topo do arame viajamos no delírio dos apátridas. O livro em
pedra continua na página de sempre. Contemos o apelo do
sal sentados na lucidez das ondas. Do leito vacilante sobre
o vulcão recriaremos as microgotas iniciais.
* A autora escreve de acordo com a antiga ortografia
Tempos novos
2. Gerir uma carreira implica engenho, ter mestria na
arte da conquista e na preservação do poder, estar sempre
do lado certo da feição dos ventos e planear oportunidades.
Para muitos, os afetos contam pouco. A política é feita
de momentos.
Ser presidente da Câmara e querer ser eleito deputado
ao Parlamento Europeu e ir para Estrasburgo ou Bruxelas,
não passam disso mesmo, momentos.
Um autarca vai embora? Sim, talvez... Que as eleições
são só a 26 de maio e – não vá o diabo tecê-las... – renun-
ciar ao mandato da Câmara só mais tarde.
A Guarda merecia isto?
Mas é ou não verdade que, na Guarda, já todos sabí-
amos que tínhamos um presidente a prazo, que sempre
alimentou (ou pelo menos nunca os desmentia) tabus,
como a Câmara de Coimbra e outras que tais, sobre o seu
futuro político?
Dúvida permanente, este “só estou bem onde não
estou”, que até dava jeito na construção de uma certa
auréola de messianismo...
Deixar o mandato de presidente da Câmara a meio é
romper um compromisso, rasgar o contrato com o povo
que em nós confiou.
A política é feita de momentos. Por isso, em democra-
cia há sempre alternativas.
Por muito respeito que nos mereça, o Dr. Álvaro Amaro
não é a Guarda.
Há muito mais Guarda para lá de Álvaro Amaro.
* Deputado do PS na Assembleia da República eleito
pelo círculo da Guarda e antigo Governador Civil da
Guarda

mitocôndrias e quasares
opinião
António Costa
antoniomanuelcosta@gmail.com
Ensaio clínico
Cada ensaio clínico tem o seu protocolo ou conjunto de regras para a
sua execução. O plano descreve o que se fará no estudo, como e porquê.
Para levar a cabo estes estudos deve provar-se primeiro que os riscos são
comparativamente mais pequenos em relação aos benefícios.
Nem todas as pessoas são candidatas ótimas para participar em
todos os ensaios clínicos. Dependendo das características e dos objetivos
da investigação, são fixados os critérios de inclusão. Por seu lado, os
critérios de inclusão e exclusão variam de um estudo para outro. Podem
relacionar-se com caraterísticas demográficas, os antecedentes clínicos
e o estado clínico atual de uma pessoa.
Os critérios de inclusão ajudam a obter uma população homogénea
que apresente características semelhantes. Se os participantes tivessem
muitas diferenças no seu estado clínico, seria muito complicado para os
especialistas, por exemplo, definir as variáveis sobre as quais incidem os
resultados dos estudos. Consequentemente, a obtenção de conclusões
válidas ou significativas resultaria numa tarefa praticamente impossível.
Os critérios de exclusão, por outro lado, contribuem em muitos ca-
sos para a segurança das pessoas envolvidas. Num importante número
de estudos clínicos não se aceita mulheres grávidas ou crianças, pois
durante processos de desenvolvimento ou crescimento a exposição do
corpo a determinadas drogas pode comportar riscos.
Nem todos os ensaios clínicos são iguais. Existem diferentes critérios
para classificar os tipos de ensaios clínicos. A classificação mais difun-
dida é a que os distingue segundo a sua finalidade, a sua relação com o
investigador e os centros hospitalares, os seus métodos, o procedimento
seguido para a atribuição do tratamento e os tipos de delineamento.
Segundo a sua finalidade, os ensaios clínicos podem agrupar-se
em quatro fases: a fase I reúne os estudos sobre farmacodinâmica e
farmacocinética; a fase II integra aqueles ensaios clínicos destinados a
estudar os efeitos do tratamento; a fase III reserva-se para a eficácia e a
segurança do fármaco; a fase IV tem como objetivo a farmocovigilância.
A realização de ensaios clínicos está a cargo de uma equipa de
investigação composta por médicos, enfermeiros e assistentes sociais,
entre outros profissionais de saúde. Eles encarregam-se de verificar o
estado de saúde dos participantes no início do estudo clínico, dar-lhes
instruções e monitorizá-los durante todo o processo. Por outro lado,
geralmente permanecerão em contacto com estes depois do estudo ter
terminado. Estas precauções são tomadas para garantir a vigilância e
cuidados médicos extremos, e para prevenir inconvenientes evitáveis na
saúde dos participantes.
Entre as vantagens de participar em estudos clínicos destaca-se a
possibilidade de aceder a novos (e talvez melhores) tratamentos de forma
precoce, de obter medicamentos e análises gratuitas, cuidados de médicos
e profissionais altamente especializados na matérias e consultas médicas
frequentes, além da satisfação de poder colaborar no progresso médico.
Entre as desvantagens encontram-se os incómodos (dores ou
desconforto) que podem ocorrer em alguns destes tratamentos, a
possibilidade de não serem eficazes ou, pior ainda, de terem efeitos
secundários adversos.
Participe no espaço do leitor.
Diga de sua justiça.
Rua da Corredoura, 80 - R/C Dto • 6300-825 Guarda
ointerior@ointerior.pt
opinião
Nuno Amaral Jerónimo
extremo.acidental@gmail.com
Quem faz um filho,
nomeia-o com gosto
Pelo que leio nas notícias, o Presidente Trump
falou com russos, mas não cometeu nenhum
crime, o Governo do PS é uma família alargada,
mas nada é ilegal, o Benfica alicia toda a gente,
mas o culpado é o hacker.
Há quem, sendo oposição a estes poderes
(a saber, do último para o primeiro: portistas e
sportinguistas, gente de direita, e pessoas sim-
plesmente decentes), conteste a impunidade com
que estas figuras agem e decidem. E estas figuras
normalmente respondem com a gravidade institu-
cional adequada, muito apropriadamente resumida
na expressão portuguesa “quem diz é quem é”.
Como o espaço é curto, vejamos apenas o
que disse Carlos César sobre a proliferação de
grupos familiares no espaço governativo do Parti-
do Socialista. Carlos César, pessoa com currículo
impecável no que diz respeito à nomeação de
familiares (impecável, no sentido em que nomeou
e ajudou a nomear vários), acusou o Bloco de
Esquerda de também ter muitas relações familia-
res. O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda
tem duas irmãs gémeas, e os estudos genéticos
comprovam que os gémeos têm uma ligação muito
mais forte do que qualquer pai e filha ou marido
e mulher. As irmãs Mortágua equivalem para aí a
três pares (ou mesmo trios) de famílias no PS.
opinião
Acácio Pereira
O Passe Único e o desafio
do Interior
Governar hoje é um jogo de equilíbrios, onde
se tenta convencer o maior número possível de
eleitores da bondade e da vantagem de determina-
das decisões de gestão com o objetivo de ganhar
as eleições seguintes. Todos os partidos são um
conjunto de princípios e de interesses, sendo
que os políticos que fazem parte das lideranças
partidárias de cada momento combinam esses
dois elementos de forma muito variada e, com
frequência, perversa...
A medida do Passe Único, que brevemente
irá entrar em vigor, é uma mistura de interesse
público e de calculismo eleitoral. Embora se dirija
em primeira instância às áreas metropolitanas de
Lisboa e do Porto, a redução tarifária teve a ade-
são de todas as 23 comunidades intermunicipais
(CIM). Tem por isso potencial para beneficiar
85% dos portugueses, tendo agora cada CIM a
liberdade de desenhar o seu próprio modelo de
redução de tarifário conforme entender: é um caso
em que o talento e a competência de cada conjunto
de autarcas vai ser posto à prova. Veremos do que
é que a Comunidade Intermunicipal das Beiras e
Serra da Estrela é capaz de fazer!
Bem sabemos que, do primeiro envelope de
104 milhões de euros do Orçamento de Estado,
88 milhões irão para as regiões de Lisboa e Porto.
Mas isso é da natureza das coisas: se é lá que se
polui mais, se é lá que se gasta mais combustível
Quinta-feira • 28 de março de 2019 • • 19
Observatório de Ornitorrincos
Além disso, o agora Richelieu do Bloco, Francisco
Louçã, é primo de um ex-ministro das Finanças, e
o desaparecido Miguel Portas, eurodeputado, era
irmão de um ex-ministro de várias coisas. Ser da
família de alguém de outro partido, ainda por cima
no Governo, é uma vantagem comparativa muito
maior do que ser casado com alguém da mesma
concelhia. Por isso, Louçã e Portas valem, cada
um, por mais dois casais do PS. No PCP, toda a
gente sabe que aquilo é uma grande família e que
os laços de sangue e o matrimónio são um luxo
burguês. São todos camaradas em comunhão ple-
na – excepto Miguel Casanova, que foi despedido.
Segundo a teoria de Carlos César, o PS só não é
o partido mais puro nesta matéria porque o PAN
ainda não começou a nomear bichos de estimação
para lugares de chefia.
Obviamente, o nepotismo não é alheio da
direita, porque todos os reaccionários têm mais
de cinco filhos, e um é professor universitário de
Direito, outro torna-se CEO, o terceiro abraça a
política num micro-partido, o quarto é médico, e a
mais nova é uma hippie progressista vegetariana.
Normalmente, só esta é que é famosa.
* O autor escreve de acordo com a antiga
ortografia
FIO
de
PRUMO
e que o Estado mais tem de gastar em infraestru-
turas, é natural que seja lá que se tente contrariar
com mais intensidade o transporte individual e
levar as pessoas a mudar para os transportes
públicos.
A questão é outra. Se os lisboetas e portuen-
ses aderirem ao estímulo que lhes está agora a ser
dado, isso significa que o país poupará anualmente
centenas de milhões nas áreas metropolitanas (desde
logo, em combustível) e que o Estado terá mais
meios para apoiar e desenvolver o interior do país.
Essa é a parte em que os políticos e os au-
tarcas do Interior se devem concentrar: conceber
e organizar iniciativas e soluções que, pela sua
qualidade, justifiquem que Estado central invista
nelas as poupanças globais que vão ser geradas
pela maior eficiência dos transportes nas áreas
metropolitanas.
Agora não se trata de só se acusar Lisboa de
ficar com tudo. É preciso mostrar que no Interior,
na Beira Alta, há capacidade para desenhar polí-
ticas que sejam boas para a região e para o país.
Isso – não haja ilusões – dará muito trabalho e
exigirá muito investimento, estudo, inovação e
competência por parte dos nossos autarcas e
políticos. Esperemos que tenham unhas para tocar
essa guitarra.
* Dirigente sindical
 14375_anuncio_168x119.pdf 1 14/03/19 17:44

opinião
20 • • Quinta-feira • 28 de março de 2019
PUB

bilhete postal

dcabrita@iol.pt
Diogo Cabrita

Inverno de
virtudes
Contra a imensa força da distopia
(termo é de origem grega, formado
por “dys”, que significa “mau”, e pelo
radical “topos”, que significa “lugar”)
que nos envolve, vamos fazer vida e
alegria, criar filhos, fazer festa – diz
Julián Fucks, honroso vencedor do
prémio Saramago. Não sei se ele
se refere a todas as desconstruções
de discurso, hipérboles de fobias,
fanatismos de opinião, exigências
de silêncio sobre vozes contrárias,
maldições lançadas sobre os estoicos,
conservadores, patrióticos e gente
de culto. Há uma força agressiva na
rede social que penetra “a nuvem
Deus” que hoje nos vigia. Procuram
um detalhe, um passeio, um deslize e
num ápice somos virais e reduzidos a
horrores descartáveis. É um destino
negro diria eu.
- Isso é racismo – gritam-me de rua da corredoura, 80 - R/C Dto - C 6300-825 Guarda
Redacção/Publicidade: 271212153 • www.ointerior.pt • publicidade@ointerior.pt • ointerior@ointerior.pt
seguida.
Respondo que não, que aqui a
palavra é como treva, mas já foi tarde
Portugal
– na rede está espalhado o negro e as
imagens são de África e pretos que se
Hora muda na noite de sábado para domingo
lavam na lama da barragem. Mas se O horário de verão começa na noite de e atrasados uma hora no último domingo membro decidir se quer aplicar a hora de
sou mulato porque vou ser racista? A sábado para domingo, quando os relógios de março e no último domingo de outubro, verão ou a hora de inverno, mas os países
rede decidiu que sou. forem adiantados em uma hora, da 1 para marcando o início e o fim da hora de verão. da UE deverão, todavia, coordenar entre
Esta indefinição da fronteira é as 2 horas, de acordo com a indicação Mas esta mudança tem os dias contados. Na si a escolha das respetivas horas legais,
elevada quando se agride um depu- do Observatório Astronómico de Lisboa. terça-feira o Parlamento Europeu votou a de modo a salvaguardar o bom funciona-
tado com telemóvel na mão a filmar. Portugal passa assim a estar alinhado favor da proposta de fim da mudança de mento do mercado interno, e notificar essa
Publica-se apenas a resposta no com o tempo universal (tempo médio de hora bianual, mas apenas em 2021, e não decisão a Bruxelas até 1 de abril de 2020, o
círculo próximo. Deputado de direita Greenwich, TMG). já este ano, com propunha inicialmente mais tardar. Portugal já se manifestou pela
agride jovem, omitido que este lhe deu O atual regime de mudança da hora é a Comissão Europeia. O relatório da manutenção da mudança de hora bianual
com um ovo. regulado por uma diretiva (lei comunitária) comissão parlamentar de Transportes foi com o argumento de que «o bom critério
Esta “direito-fobia” é um proces- de 2000, que prevê que todos os anos os aprovado com 410 votos a favor, 192 contra e único é o critério da ciência», disse o
so de construção de discurso único e relógios sejam, respetivamente, adiantados e 51 abstenções. Cabe agora a cada Estado- primeiro-ministro António Costa.
de pensamento orientado que tem por
fim uma relação social melhor, mas PUB

sobre sustentação péssima. Pilares

errados podem condicionar fronteiras
impercetíveis. A noite fria onde nasce
a limitação da liberdade é tão perigosa
quanto a liberdade de trazer o breu e
a invernia eterna. As virtudes huma-
nas são inúmeras, tais como seus
defeitos, mas a torre construída de
um só é sempre negativa para todos.
Só estoicismo, ou só fanatismo, ou
apenas preguiça, ou apenas liberdade,
tem como consequência um mal-estar
– será o enfartamento, ou dumping
que tudo paralisa. No inverno das
virtudes não nasce o Sol, nem nasce
festa, desaparecem as crianças e
alarga-se a “peste branca” com con-
sequências inevitáveis na qualidade
de vida das sociedades. Um tipo que
diz uma barbaridade pode estar a dizer
uma verdade, só que é uma realidade
sem virtude e, portanto, apouca-se e
destrói-se o mensageiro. Esta incrível
distopia inclui inúmeras narrativas de
hoje em dia.

NOTA: Distopia é uma palavra do

âmbito da Medicina que caracteriza
a localização anormal de um órgão.