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e - motion Edição nº 11 Dezembro de 2003 Publicação Novabase

Estádios
de Futebol

OPINIÃO

Francisco
Murteira Nabo
A oferta da Novabase para os estádios de futebol
A inovação,
FC Porto, Benfica e Leirisport: três clientes satisfeitos o elemento-chave
Futebol moderno: espectáculo em segurança da mudança
04 NOTÍCIAS
Acordos, distinções e eventos da vida recente da Novabase, com destaque para os
resultados do terceiro trimestre de 2003.

06 OPINIÃO
De Francisco Murteira Nabo, sobre inovação.

08 TEMA DE CAPA
Entrevista – a João Ranito, Administrador da Novabase SGPS, em que se fala de
bilhética, de controlo de acessos, de corporate TV, de sistemas de informação.
Competências – Luís Osório, um dos responsáveis pela tecnologia CARD, explica
em que consiste.
Clientes – Futebol Clube do Porto, Sport Lisboa e Benfica e Leirisport.
Três entidades, três discursos sobre as parcerias realizadas com a Novabase.
Parceiros – SkiData. Da Áustria para os novos estádios de futebol portugueses, a
estética no controlo de acessos.
Opinião – A segurança nos estádios de futebol por um conhecedor da matéria,
Vasco Tavares Rodrigues, Administrador da G.com. Ficha técnica
e-motion, edição nº 11, Dezembro de 2003

Publicação

20 ESTUDO Novabase - Unidade de Comunicação


e Marketing Institucional

RFID – Radio Frequency Identification. Uma tecnologia emergente que, no entanto,


Direcção
nasceu no final dos anos 60. Com a descida operada nos custos tornou-se uma
Cristina Aragão Teixeira
obrigação na cadeia de distribuição. Estudo e explicação.
Colaboração
Sofia Adelaide Loureiro

22 TEMA DE DESTAQUE Redacção, Design e Produção


Grupo Algébrica
Parceiros – A Microsoft Portugal distinguiu a Novabase IIS como “Melhor Parceiro (redacção: Luís Rego;
colaboração gráfica: Luis Silva;
do Ano de Serviços e Valor Acrescentado”.
composição gráfica: Margarida Soares;
produção: Carlos Rebelo)
Publicação gratuita

23 CLIPPING Tiragem
5.000 exemplares
A Novabase na imprensa.
Nota: todos os artigos de opinião
são da responsabilidade dos seus autores

Av. Engº Duarte Pacheco, 15 F,


1099-078 Lisboa
Telefone: +351 213 836 300
Fax: +351 213 836 301
www.novabase.pt
EDITORIAL 3

Dedicação
A Novabase sempre soube que os seus activos fundamentais diferentes estádios, à sua dispersão geográfica e às diferenças
eram os seus colaboradores. Não só para nós, para o nosso sec- técnicas existentes entre os vários projectos, a operação Euro
tor, mas um pouco para todos os negócios da “sociedade do 2004 exigiu um esforço sobre-humano a todas as nossas equi-
conhecimento”. Quem tem as melhores pessoas, tem os melho- pas no terreno. Estamos a falar de inaugurações desfasadas de
res sistemas, as melhores soluções, a maior satisfação de clien- apenas um ou poucos dias umas das outras, consoante os
tes, os melhores desempenhos. casos, em diferentes cidades do país.

Não basta porém ter os melhores talentos. É igualmente neces- Estamos a falar de um trabalho sem espaço para falhas, noite e
sário saber motivá-los, saber conquistar a sua dedicação e em- dia, dias a fio, com equipas em esforço máximo, tanto da nossa
penho, o seu “amor à camisola”. Conseguir tirar o melhor par- parte como da dos clientes. Uma autêntica maratona que fica
tido, para ambas as partes, do “contrato psicológico” que é de- na história da Novabase, como um dos seus momentos altos.
terminante ter sempre activo entre cada colaborador e a em- Fica também a demonstração cabal de que, quem tem cola-
presa. boradores assim, está talhado para vencer.

Se assim acontecer, a dedicação será visível, principalmente


nos momentos mais difíceis. Quer as dificuldades tenham a Rogério Carapuça,
ver com os maus momentos da economia em geral, do sector Presidente da Novabase
em particular, das circunstâncias do dia-a-dia da empresa, ou,
por outro lado, tenham a ver pura e simplesmente com a na-
tureza e a dificuldade dos projectos.

A Novabase conquistou em 2003 muitos negócios. Teve muitos


sucessos, mesmo numa situação em que o mercado em geral
teima em não crescer. Entre outras vitórias, já do domínio pú-
blico, ganhámos recentemente os contratos para desenvolver
os diversos sistemas de Bilhética, Controlo de Acessos, Infra-
-estrutura e nalguns casos Televisão Corporativa em sete dos
dez estádios do Euro 2004.

A realização destes projectos, em tempo recorde, desde as res-


pectivas adjudicações até às datas de inauguração dos estádios
foi um autêntico hino à tal dedicação. Com efeito, devido à
grande proximidade entre si das datas de inauguração dos
4 NOTÍCIAS

Novabase mantém Microsoft ao software HP OpenView, vem justificar


crescimento Gold Certified Partner o nosso investimento nas estratégias de
diferenciação na abordagem ao mercado
Resultados consolidados Novabase distinguida
e na escolha de parceiros internacionais
do 3º trimestre de 2003
A Novabase IIS (Infraestruturas e Integra- que proporcionem mais-valias compe-
Os resultados acumulados da Novabase ção de Sistemas Informáticos) foi distin- titivas aos nossos clientes.”
nos primeiros nove meses de 2003 reve- guida pela Microsoft como Gold Certified Carlos Janicas, Director Geral da HP
lam, face a igual período de 2002, um Partner na área de Enterprise Systems. Portugal, entende que “a Novabase IIS,
crescimento de 30,5% no volume de ne- Segundo Carlos Lacerda, Business and pelo empenho e investimento colocados
gócios, que se cifra agora em 95,9 M€ Marketing Officer da Microsoft, esta cer- nesta parceria, justifica amplamente a
tificação “é a mais prestigiada e exigente distinção recebida”, acrescentando: “es-
das disponíveis para os Microsoft Busi- tou certo que do nosso trabalho conjunto
95.9M€ ness Partners, desfrutando de um ele- resultará uma proposta de valor vence-
vado reconhecimento por parte dos nos- dora no mercado português de TI.”
sos clientes. Dispõem do conhecimento,
73.5M€ das capacidades e da dedicação que aju-
dam a implementar soluções tecnológi-
cas que correspondam exactamente às Portal da Propriedade
suas necessidades empresariais.” Industrial
Para Miguel Vicente, CEO da Novabase Novabase parceira do INPI
+30.5% IIS, “a atribuição deste estatuto represen-
ta um renovado desafio.” A Novabase foi seleccionada como par-
ceira do Instituto Nacional da Proprie-
dade Industrial (INPI) para a implemen-
3Q2002 3Q2003 tação de uma plataforma de Portal Inter-
HP Software Partner net, uma forma de disponibilizar servi-
of the Year ços e conteúdos de informação tanto à
(milhões de euros), e de 16,5% no Cash Mais um prémio para a Novabase comunidade científica, técnica e empre-
Flow Operacional (EBITDA), a atingir os sarial – os principais destinatários –, co-
12 M€. Esta tendência é contrariada A Novabase IIS (Infraestruturas e Inte- mo ao público em geral.
pelos Resultados Líquidos Consolidados gração de Sistemas Informáticos) recebeu Responsáveis dos dois parceiros salienta-
que registaram uma quebra de 79,8%. Os o prémio HP Software Partner of the Year ram a importância da iniciativa. Segundo
0,8 M€ alcançados são explicados pelo pelo facto de ter sido o parceiro que mai- Jaime Andrez, Presidente do Conselho
aumento de custos extraordinários (no- or volume de vendas apresentou e que de Administração do INPI, “O Portal
meadamente os relativos à aceleração da mais oportunidades de negócio desen- desempenhará um papel decisivo na
amortização de goodwill), no montante de volveu com software HP, tendo sido a estratégia de e-government do Institu-
2,7 M€, fruto de uma política mais con- única empresa nacional incluída nas 17 to.” Luís Campos Henriques, Partner
servadora adoptada pela empresa. distinguidas pelo fabricante norte-ame- da Novabase Consulting, referiu que “a
O negócio de Consultoria da empresa ricano. implementação e disponibilização des-
decresceu cerca de 11%, enquanto o de Este prémio vem juntar-se aos estatutos te portal poderá revelar-se um elemento
Engenharia cresceu 93,9%, em resultado de Parceiro do Ano Microsoft, Microsoft significativo na estratégia de um país que
dos contratos obtidos nas áreas de bi- Gold Partner e Cisco Gold Partner con- aposta fortemente numa política activa
lhética, controlo de acessos e set-top boxes. quistados pela Novabase em 2003. de inovação e no reforço da sua capa-
Esta divisão de negócio passou a repre- Para Miguel Vicente, CEO da Novabase cidade competitiva”.
sentar 60,6% do volume total de negócios IIS, “O reconhecimento do trabalho de- O Portal do INPI está a ser realizado re-
da Novabase, quando no período homó- senvolvido pela Novabase ao nível da di- correndo à plataforma SAP Enterprise
logo de 2002 representava apenas 40,8%. vulgação, desenvolvimento e assistência Portals.
NOTÍCIAS 5

APCER certifica moradas das bases de dados, de forma rência aos valores propostos por Rogério
Novabase Consulting rápida e com custos reduzidos. Carapuça. Concordou com o q.b. avan-
“A par da contínua actualização, o enri- çado por este, propondo duas “receitas”
Norma ISO 9001:2000
quecimento da Base de Dados da Pági- para se lá chegar, por parte dos média –
A Novabase Consulting viu o seu Sistema nas Amarelas, SA representa uma melho- senso comum e o máximo de informação.
de Gestão da Qualidade ser certificado ria de natureza qualitativa que permitirá,
pela APCER (Associação Portuguesa de ainda, melhorar produtos comerciali-
Certificação), segundo a norma NP EN zados e sustentar o lançamento de novos Parceria Novabase-Microsoft
ISO 9001:2000, no âmbito da “Concepção produtos”, afirmou Miguel Pinto, Direc- Dispositivos para comunicações móveis
e Comercialização de Integração de Solu- tor de Marketing da Páginas Amarelas,
ções, Consultoria e Outsourcing de Tecno- SA. Para Susana Correia, Manager da A Novabase e a Microsoft estabeleceram
logias de Informação”. Esta certificação Novabase Consulting, “o processo de uma parceria para a oferta de dispositi-
junta-se à obtida em 1993, relativa a pro- Enriquecimento de Telefones eliminará vos high-end para comunicações móveis –
cessos. os custos supérfluos dos morosos mé- smart-phones, PDA-phones, PDA, PC
todos de consulta telefónica ou por aces- Cards e acessórios – no mercado portu-
so à Internet. Acreditamos que este ser- guês de GSM/GPRS. Este acordo é o
viço é a solução mais económica e eficaz mais recente de um conjunto de parcerias
para a obtenção de números de telefone estabelecidas entre ambas.
em bases de dados de contactos.”

A extensão do Sistema de Gestão da Qua- Fórum Novabase


lidade a todas as empresas que compõem A importância do “q.b.”
a Novabase Consulting trará vantagens
directas para os clientes, pela unifor- Discutir as relações que devem prevale-
mização de metodologias e por uma mais cer entre as empresas e os média, e vice-
efectiva utilização do capital intelectual e -versa, foi o tema de um Fórum organiza-
melhores práticas da organização. Luís do pela Novabase. Estiveram presentes
Paulo Salvado, CEO da Novabase Con- Rogério Carapuça, presidente da empre-
sulting, refere que “É para nós muito sa, Miguel Coutinho, director do Diário
claro que a nossa disposição e atitude de Económico, e, como moderador, Salva-
melhoria contínua permitir-nos-á servir dor da Cunha, ex-jornalista e actual Pre-
ainda melhor hoje e no futuro os nossos sidente da agência de comunicação Bair-
clientes.” ro Alto. Os colaboradores da Novabase, “O know-how do suporte técnico e a credi-
participantes activos, constituíram a bilidade da equipa, aliados às sinergias
assistência. internas com o desenvolvimento de apli-
Rogério Carapuça deu o mote à conversa: cações, permitiram à Novabase apresen-
Enriquecimento de bases para ele, o q.b., o “quanto baste” da cu- tar-se ao mercado com soluções topo de
de dados linária, é o segredo das relações das em- gama para a área das comunicações mó-
Novabase e Páginas Amarelas juntas presas com os média. A relação entre as veis, integrando toda a cadeia de valor –
duas partes deve ser marcada pela con- operadores, retalhistas e mercado cor-
A Novabase, em parceria com a Páginas fiança e pela frontalidade, apesar do (na- porate”, afirmou João Ranito, Administra-
Amarelas SA, acaba de lançar um serviço tural) conflito de interesses que se ve- dor da Novabase.
de enriquecimento de bases de dados que rifica. Pelo lado da empresa, a informação Para Artur Amaral, Gestor do Mercado
permite preencher, validar e corrigir nú- deve ser dada – com “disciplina táctica”, de Telecomunicações na Microsoft, “den-
meros de telefones e fax associados às frisou – quando é segura, oportuna e os tro em breve, será possível apresentar no-
objectivos de negócio a justificam. vas e avançadas soluções para o mercado
Miguel Coutinho acrescentou a transpa- das comunicações móveis”, fruto do
trabalho desenvolvido com a Novabase.
6 OPINIÃO

A inovação, o elemento-chave
da mudança
Francisco Murteira Nabo, Presidente da COTEC

velocidade a que se está a dar a mu- ses que, entendendo mais rapidamente o
A dança do velho e já quase bi-cente-
nário modelo da sociedade industrial pa-
“novo ambiente” que vão enfrentar, lhe
fazem face com sucesso, tornando-se
ra a nova sociedade da informação e, vencedores, e países que se “distraem” e
quase em simultâneo, desta para um no- perdem na ocasião a “janela de opor-
vo modelo suportado na biotecnologia e tunidade” que se lhes abre. Portugal foi
na medicina regenerativa – para o qual, dos países que tendo tido um apogeu de
no dizer de Francis Fukuyama, na sua úl- reconhecido esplendor no século XVI, re-
tima obra Our Posthuman Future: Conse- sultante de uma estratégia de mudança
quences of the Biotechnology Revolution, não radical com a epopeia dos descobrimen-
sabemos ainda o grau de profundidade tos e do domínio do comércio interna-
da mudança e dos seus certamente irre- cional por via marítima, não teve condi-
versíveis efeitos sobre a organização po- ções ou não foi capaz de entender a im-
lítica e social das sociedades do século portância do capital financeiro e das no-
XXI – leva-nos a questionar se por detrás vas tecnologias da época, do quadro eco-
do que se convencionou chamar a socie- nómico que emergiu do liberalismo eco-
dade do conhecimento, em curso acele- nómico no século XIX. Em certa medida,
rado de implementação, não estará a ino- o mesmo se poderá dizer do que estará a
vação, não apenas como o elemento de- acontecer nestas últimas décadas do
terminante e decisivo para a competitivi- século XX, com a aceleração da imple-
dade e o sucesso empresarial, o que é já mentação da sociedade da informação,
uma evidência, mas também, e principal- onde países como os EUA e os países do
mente, como um elemento-chave e motor norte europeu claramente se adiantaram,
que transversalmente interfere em toda a apresentando já hoje indicadores difíceis
transformação em curso na evolução pa- de igualar.
ra as sociedades do futuro, há décadas Por estas razões, a INOVAÇÃO – no seu
atrás previstas por George Orwell (1948) conceito integral de introdução de novas
e Aldous Huxley (1932). tecnologias, engenharia de processos,
A história tem demonstrado que sempre lançamento de novos produtos de alto
que se verificam no mundo mudanças teor tecnológico, procura de novos mer-
profundas de tipo civilizacional, há paí- cados, modernas formas de organização,
OPINIÃO 7

gestão e internacionalização – assume-se


no país como um factor ainda mais deci-
sivo para a mudança, ou seja, para a cru-
A competitividade das empresas portugue-
cial necessidade de criação de valor, aten- sas e a riqueza nacional passa pela profunda
dendo ao baixo valor acrescentado do te-
cido produtivo nacional, suportado como
reconversão do nosso tecido produtivo atra-
é sabido por modelos de baixo teor tecno- vés do aumento significativo do valor acres-
lógico, trabalho pouco qualificado, em
resultado de políticas de baixos salários, centado e pela aposta em modelos suporta-
unidades industriais sem dimensão e es-
cala no quadro regional europeu, ausên-
dos em média e alta tecnologia.
cia de marcas reconhecidas nos mercados
internacionais e fraca internacionalização
da economia.
Por isso, quando um grupo de cem dos
mais importantes empresários do país, significativo do valor acrescentado e ção aplicada à procura, ou seja, às em-
em Abril deste ano, em resposta a um de- pela aposta em modelos suportados em presas.
safio do Senhor Presidente da República, média e alta tecnologia, e que tal recon- Se assim não for, perder-se-á uma “janela
com total concordância e até entusiasmo versão só terá sucesso se todos entender- de oportunidade” que se nos abre, por-
do Senhor Primeiro Ministro, decide criar mos que estamos em presença de uma que a chamada sociedade do conheci-
a COTEC - Associação Empresarial para a longa e complexa transformação que re- mento não parará, o “talento” fará a dife-
Inovação, fá-lo na convicção de que já o quer, como desígnio nacional que é, um rença e os vencedores, a seu tempo como
devia ter feito há mais tempo e que é ur- envolvimento em rede, uma clara e ine- sempre, aparecerão. A COTEC, ao seu
gente levar a “mensagem” a todos os em- quívoca definição dos objectivos e apos- nível, está já trabalhando neste quadro
presários, centros de decisão aos mais va- tas, uma afectação bastante significativa cultural, com objectivos estratégicos bem
riados níveis, às universidades e centros e bem direccionada dos recursos a mobi- claros e com um plano concreto, por
de I&D, capitais de risco e agentes de ino- lizar, num ambiente favorável, com uma alguns já apelidado de ambicioso, para
vação, de que a competitividade das em- moderna e ambiciosa mentalidade em- que Portugal seja um dos vencedores.
presas portuguesas e a riqueza nacional presarial, num quadro de uma profunda O papel das TI será obviamente deter-
passa pela profunda reconversão do nos- alteração do governo das universidades minante! E da Novabase também!
so tecido produtivo através do aumento e das necessárias ligações da investiga-
8 TEMA DE CAPA ENTREVISTA

Novabase presente nos novos estádios nacionais


“Aquilo que caracteriza a nossa
oferta é a inovação”
Bilhética, controlo de acessos, Corporate TV, redes de dados, sistemas de informação, novos está-
dios, Euro 2004. De tudo isto falou João Ranito, Administrador da Novabase SGPS, e ainda, em
antecipação, dos próximos desenvolvimentos de uma tecnologia que tem muito para dar.

A Novabase ganhou a adjudicação de


soluções de bilhética e controlo de
acessos em sete dos dez estádios a utilizar
bes. Temos ainda uma oferta que é com-
patível com o que se está a fazer nos
transportes no Porto e em Lisboa.
acessível do que o de um cartão de plástico.
Isso abre a porta à sua utilização generali-
zada como bilhete, com grandes vantagens
no Euro 2004. O que distinguiu as pro- Aquilo que caracteriza a nossa oferta de de segurança sobre os bilhetes tradicionais.
postas da empresa das dos outros con- bilhética – o software e o hardware que per- Essa abordagem não é simplesmente pos-
correntes para ter chegado a este resul- mite a emissão de bilhetes – e de controlo de sível com cartões de plástico, pelo seu pre-
tado? acessos – dispositivos colocados nas en- ço. Os cartões têm sido, por isso, usados
Há duas grandes diferenças. Uma tem a ver tradas dos estádios para permitir o acesso apenas para os sócios dos clubes. Pelo
com a nossa tecnologia, que é diferente; a aos detentores de títulos válidos – é a ino- contrário, os bilhetes poderão, brevemente,
outra tem a ver connosco: somos, de raiz, vação, temperada pela experiência de quase ser utilizados para todos os espectadores,
uma empresa diferente das outras que dez anos nesse campo. Temos, nas duas diminuindo grandemente a probabilidade
propuseram sistemas para os estádios do áreas, algumas realizações inovadoras que de fraude.
Euro 2004. não são fáceis de encontrar noutros está- Por outro lado, usar tecnologia compatível
Comecemos por nós: o facto de termos ga- dios, mesmo em países mais avançados. Es- com os transportes permite combinar títu-
nho sete estádios vem na continuidade do tamos a utilizar uma tecnologia sem con- los entre as diversas instituições. Podem ser
que temos feito nos últimos sete anos. A tacto baseada em cartões com chip e que emitidos bilhetes que combinam a entrada
Octal (empresa Novabase) está no negócio conseguem ser lidos à distância. Isto em si no estádio com viagens de autocarro, ou
da bilhética e do controlo de acessos dos não é inovador, a inovação reside no facto metro. Podem ser partilhadas as redes de
estádios há anos, tendo sido pioneira na de estes cartões poderem ser em papel e venda. Podem ser criados cartões de clubes
implementação de controlo de acessos compatíveis com os usados nos transportes. que sejam simultaneamente passes nos
electrónico no futebol, em Portugal. Para A vantagem óbvia é o preço, muito mais transportes. Em suma, podem ser criados
nós, o Euro 2004 é “apenas” um evento. Pa- modelos de negócio inovadores entre as
ra as outras empresas é um objectivo. Já cá diversas entidades.
estávamos antes do Euro e vamos continuar O relógio “abre-te, Sésamo”
a fazer muitas coisas depois do Euro. Este é
um evento muito mediático e que atrai A juntar ao bilhete e cartão sem contacto (ver caixa Um sistema
muita gente, mesmo concorrentes que nun- quase à prova de bala), a Novabase disponibiliza um relógio
ca estiveram nesta área. “três-em-um” – tem as funções inerentes ao objecto,
Do ponto de vista da oferta, ao contrário
identifica o seu utilizador perante os sistemas de controlo
dos nossos concorrentes, integramos muita
de acessos nos estádios e incorpora uma memória acessível
tecnologia própria, temos muita flexi-
bilidade e, como tal, conseguimos inovar por ligação USB. Contém um chip semelhante ao que equipa
em muitos aspectos solicitados pelos clu- os bilhetes e cartões sem contacto, podendo ser fabricado com
chips de diversos tipos, tornando-o compatível, por exemplo,
com os leitores em uso nos sistemas de transportes.
TEMA DE CAPA ENTREVISTA 9

Somos, por fim, a primeira empresa a dis-


ponibilizar máquinas automáticas de dis-
pensa de bilhetes deste tipo. Isto é outra
mais-valia. Estas máquinas podem ser ins-
taladas em qualquer local próximo dos es-
tádios e sem operação humana, tornando-
-as mais acessíveis que a bilheteira tradi-
cional.

Reportemo-nos agora aos aspectos tec-


nológicos envolvidos nestes projectos. Foi
utilizada uma tecnologia comum ou houve
a necessidade de desenhar soluções
diferentes segundo os estádios?
Foram usados dois níveis tecnológicos. To-
dos os estádios têm, neste momento, lei-
tores de códigos de barras, uma tecnologia
standard em Portugal e actualmente usada
pela Liga. Quatro escolheram já a nova
tecnologia de cartões sem contacto. Os
outros três dispõem de pré-instalação para
uma futura opção por leitores sem contacto.
O nosso sistema é modular, permitindo, por
isso, que se acrescentem funcionalidades
sem disrupção do sistema.

A tecnologia utilizada é geral?


Sim, embora ainda não haja muitos sis-
temas baseados em cartões RF (radio fre-
quency) do tipo que estamos a falar – com-
patíveis com os transportes. A tecnologia
pode ser utilizada em bilhetes de papel, o
que é uma novidade a nível mundial nos
estádios de futebol. Se a Liga se decidir a
adoptá-los de forma geral, ou mesmo a
permiti-los em alguns estádios, seremos
com certeza o primeiro país no mundo on-
de tal se verificará.
Uma das preocupações dos clubes é con-
seguir receitas que não sejam apenas as en-
tradas nos jogos de futebol. Os cartões de
plástico, usados para sócios e simpatizan-
tes, estão a ser pensados pelos clubes como
um cartão de fidelização. Estes cartões serão
rentabilizados através de parcerias, ofere-
cendo descontos, com fornecedores de com-
bustíveis ou operadores de telecomunica-
ções, por exemplo.
Vejamos o caso da Leirisport, a entidade
João Ranito, que vai explorar o estádio da cidade de Lei-
Administrador da Novabase SGPS
(Divisão Engineering Solutions)
10 TEMA DE CAPA ENTREVISTA

ria. O cartão Leirisport será multifacetado – na bancada reservada aos seus adeptos plo as máquinas automáticas de venda, é
terá a ver com o estádio, com as piscinas, poderia ser em alemão). A flexibilidade da eminentemente exportável.
com os pavilhões gimnodesportivos, com o nossa solução permite conjugar conteúdos
parque de campismo, com a possibilidade totalmente interactivos com conteúdos É conhecida a capacidade da Novabase na
de fazer acordos comerciais para os utentes tradicionais, incluindo emissões normais bilhética e controlo de acessos na área dos
obterem descontos. Será mais um cartão de televisão. transportes. Já era conhecida, tendo ficado
regional, em lugar de ser apenas um cartão agora mais vincada, na área desportiva.
de acesso ao estádio. E em relação aos sistemas de informação? Que outras áreas estão a ser equacionadas?
Temos exemplos de clubes que queriam ga- Diria que o nosso grande objectivo a seguir
Temos estado a dar ênfase à componente rantir que a bilhética e o controlo de acessos ao do desporto é o dos eventos, em geral. Há
de bilhética e de controlo de acessos. No seriam integrados com os sistemas ERP (En- muitos eventos que não são desportivos e
que respeita a redes de dados, Corporate terprise Resource Planning) em utilização que temos de saber tratar melhor do que até
TV e sistemas de informação, o que pode ou os seus portais. Diziam-nos: “Garantam aqui. Refiro-me a concertos, a exposições, etc.
adiantar-nos? que isto vai funcionar tudo.” E, de facto, te- O mercado corporate é igualmente muito inte-
Quando a Novabase comprou a GE Capital mos contratos em que somos os respon- ressante. Temos muito know-how do lado da
IT Services [agora Novabase IIS], ficámos, sáveis pela coordenação de todos os siste- Novabase IIS em termos de segurança infor-
pela primeira vez, com um know-how real e mas, embora não façamos a implementação mática a todos os níveis – hardware, software,
com músculo na área das redes e das infra- de todas as peças. antivírus, firewalls. Queremos cruzá-la com a
-estruturas de grandes dimensões. Apresen- área da segurança física e do controlo de
támos soluções completas a alguns clubes, O que representa este evidente sucesso acessos. A Administração Pública será, deste
“de alto a baixo”, não só bilhética e controlo para a Novabase? ponto de vista, um sector a atender.
de acessos como também redes de dados, É uma forma de conseguir obter massa crí- Depois, há cruzamentos muito interessan-
configurando projectos bastante inovadores. tica e passar para outros mercados que são tes entre o controlo de acessos e outras áre-
No estádio do Futebol Clube do Porto, por vizinhos. O facto de ter uma quota de mer- as. Um bom exemplo é a televisão. Se eu
exemplo, estamos a instalar uma rede de cado muito significativa no futebol dá-nos souber quem circula num dado local, posso
dados que disponibiliza, entre outros ser- visibilidade para começarmos a estar mais mostrar o tipo de conteúdo mais adequado
viços, voz sobre IP (VoIP). presentes noutros sectores. A preocupação a esse público. Posso referir ainda o cruza-
Quanto à Corporate TV, já há algum tem- com a segurança é muito grande, neste mento com os dispositivos móveis. Falo do
po que a Novabase tem uma área de momento, e o facto de nós estarmos bem uso dos dispositivos móveis como iden-
televisão digital muito forte. Temos, pre- posicionados tem um excelente valor de tificação perante o controlo de acesso. Ima-
sentemente, a capacidade de instalar num marketing. Por outro lado, a vizinha Es- gine-se o que é receber no telemóvel via
estádio um sistema semelhante ao uti- panha tem uma Liga de Clubes muito ac- SMS um bilhete de ingresso (com um
lizado pela TV Cabo, ou seja, montar uma tiva na área da bilhética e controlo de aces- código de barras especial) e esse bilhete ser
rede de televisão interna, digital, dotada sos. Parte da nossa oferta, como por exem- lido automaticamente pelo torniquete, sem
de um emissor onde é possível injectar haver emissão de bilhete físico...
tanto um sinal de televisão externo como
produtos produzidos pelo clube. O Fute- Um sistema quase à prova de bala
bol Clube do Porto aderiu a este sistema. “Uma sanduíche em plástico, com uma antena e um chip internos.” Esta é a
Com a rede de televisão instalada no seu descrição sucinta, segundo João Ranito, do cartão utilizado pela Novabase nos
estádio – mais de duzentos pontos com novos estádios. Funciona do seguinte modo: o chip tem uma memória que pode ser
recurso a I-media Broadcast Stations, ligadas lida e escrita. Quando se aproxima o cartão do leitor, este emite ondas de rádio com
a plasmas e televisores– serão possíveis energia suficiente para alimentar o cartão e proceder-se à transacção. Embora a
variadas coisas, desde a repetição de joga- tecnologia não seja revolucionária, só agora é que se começa a utilizar de forma
das, até ao serviço de catering para os ca- generalizada nos estádios.
marotes VIP, passando pela publicidade Os cartões serão de dois tipos – de plástico para os sócios dos clubes, e de papel
dirigida para onde se quiser, conforme o para os espectadores esporádicos. Este último pode ser usado como descartável ou
tipo de audiência em determinado local permitindo alguns recarregamentos (como nos transportes). Um e outro permitirão
uma redução drástica nas fraudes. O investimento é rapidamente recuperado com o
(ex: num jogo com o Bayern, a publicidade
incremento das receitas. Haverá uma única entidade responsável pela emissão da
chave interna de cada cartão e uma grande dificuldade de cópia. Para João Ranito,
é um sistema “quase à prova de bala”.
TEMA DE CAPA COMPETÊNCIAS 11

Controlo de Acessos a Recintos Desportivos


A tecnologia à porta do estádio
A tecnologia CARD (Controlo de Acessos a Recintos Despor-
tivos), idealizada e desenvolvida pela Novabase, está instalada
num grande número de estádios de norte a sul de Portugal,
onde se incluem sete dos dez recintos construídos para o Euro
2004. O título de acesso e o torniquete que se abre para nos
franquear a entrada são a primeira marca. Mas há outras...

tecnologia CARD nasceu em 1995, Vitória de Guimarães, do Rio Ave, do


A no seio da Octal, empresa da Nova-
base. Foi apresentada pela primeira vez
Chaves, do Boavista e outros.

num evento na Liga de Clubes de Fu- Um software modular


Luís Osório, responsável técnico pela área de controlo de
tebol, tendo despertado desde logo en- e integrável acessos a estádios
tusiasmo geral. O Futebol Clube do Porto A primeira fase do desenvolvimento do
mostrou-se interessado na realização de software demorou cerca de um ano. A esta-
uma experiência parcial no Estádio das bilidade foi a característica dominante nos que tenham sido idealizados na perspec-
Antas. Os resultados conseguidos no con- cinco anos seguintes. A evolução para no- tiva da integração, uma solução plena de
trolo de apenas uma bancada accionaram vas versões, com a inclusão de funciona- sentido para o cliente, pelos resultados que
a autorização para o sistema definitivo. lidades mais modernas, desenhou o actual permite alcançar. A personalização é uma
Foi a primeira e a maior instalação até à modelo do CARD, um sistema constituído característica importante, não existem dois
data, excluindo as que decorrem nos no- por três módulos de gestão para o controlo clientes com duas soluções perfeitamente
vos estádios. Seguiram-se os estádios do de acessos, de associados e de bilhética. iguais.
Estes módulos são independentes, se bem As soluções para os novos estádios do Eu-
ro 2004 baseiam-se no modelo actual do
CARD de norte a sul CARD. Em quatro dos sete estádios em
que a Novabase intervém existe uma inte-
Estádio do Dragão/Porto (Futebol Clube do Porto) – solução integrada CARD/SkiData.
gração com as soluções do parceiro aus-
Inclui toda a infra-estrutura de telecomunicações, dados, voz, vídeo, bilhética, controlo de
tríaco SkiData, especialista em controlo de
acessos e gestão de associados.
acessos. Este é mais um passo na evolução
Estádio da Luz/Lisboa (Sport Lisboa e Benfica) – solução integrada CARD/SkiData.
do CARD. Se até aqui se falava de integra-
Estádio D. Afonso Henriques/Guimarães (Vitória de Guimarães) – sistema CARD
ção modular, agora realiza-se um outro
completo. Inclui a gestão dos parques de estacionamento do clube.
nível – a integração entre soluções de dois
Estádio do Bessa Séc. XXI/Porto (Boavista Futebol Clube) – sistema CARD completo.
fabricantes.
Estádio Municipal de Aveiro – sistema CARD só com controlo de acessos e de bilhética,
Um outro sector em que a tecnologia CARD
por não existir actualmente nenhum clube associado ao estádio.
tem sido aplicada é o das Feiras e Expo-
Estádio Dr. Magalhães Pessoa/Leiria – solução integrada CARD/SkiData, alargada à
sições. O recinto da Exponor é um exemplo
gestão de todo o parque desportivo da CM de Leiria, através da Leirisport, EM.
emblemático. O sistema sofreu diversas
Estádio Algarve/Faro-Loulé – solução integrada CARD/SkiData só com controlo de
alterações – excluiu-se a gestão de associa-
acessos e de bilhética, por não existir actualmente nenhum clube associado ao estádio.
dos – de modo a adaptá-lo às funções de
Estádio do Chaves – sistema CARD completo.
controlo de acessos e de estatística.
Estádio do Rio Ave – sistema CARD completo.
Estádios do Leça, do Setúbal e do Portimonense – apenas com gestão de associados.
12 TEMA DE CAPA CLIENTES

Novabase nas Antas, Luz e Leiria


Sofisticação personalizada
Os estádios inaugurados nos últimos meses,
com vista ao Euro-2004, ainda são o que
se espera deles – estádios para a prática
do desporto-rei –, embora já não nos moldes
tradicionais. Para além de jogos de futebol, irão
ser palco para concertos, exposições, reuniões
e o mais que a imaginação quiser, o que
os transforma em centros de lazer
e de negócios.
Uma boa parte do suporte tecnológico de sete
dos dez novos estádios portugueses coube
à Novabase.
Das soluções de bilhética e de controlo
de acessos à sofisticação de uma rede
estruturada IP ou à montagem de circuitos
de televisão digital, passando pela integração
das novas soluções com as existentes, de tudo
se dá conta nas páginas seguintes. Em foco
estão três estádios - Dragão, Luz e Municipal
de Leiria.
TEMA DE CAPA CLIENTES 13

Futebol Clube do Porto


Angelino Ferreira – Director Financeiro da SAD do FC Porto

“Um estádio dos mais avançados tecnologicamente”

Estádio do Dragão é, para o Futebol paço da cidade do Porto, proporcionando


O Clube do Porto, “muito mais que
um estádio de futebol, é um centro de ne-
“todo um conjunto de serviços aos dife-
rentes utentes nas diferentes áreas.”
gócios”. Quem assim o define é Angelino
Ferreira, Director Financeiro da SAD Adequar as soluções sobre a qual funcionam várias aplicações,
portista. aos objectivos em especial o sistema interno de televisão
A definição tem razão de ser. De facto, a Os responsáveis pela obra tiveram que (CATV) e o sistema de vigilância geral do
obra foi pensada para satisfazer duas pensar nas soluções tecnológicas ade- estádio (CCTV), contratado a outra
componentes fundamentais – ser um lo- quadas aos objectivos pretendidos. Para empresa. Uma outra aplicação acordada
cal para a realização de eventos desporti- tal, estabeleceram um contrato com a com a Novabase é a rede de broadcasting
vos, leia-se jogos de futebol, e, em simul- Novabase – alicerçado em relações de ne- do FC Porto, uma infra-estrutura de tele-
tâneo, ser um espaço multifuncional des- gócio anteriores, no know-how da empre- visão que se configura como um projecto
tinado a eventos não desportivos. Estes sa em diversas áreas e na sua capacidade autónomo, não assente na rede IP. O re-
tanto podem ser concertos musicais – e de integrar soluções de índole diversa, a sultado, para Angelino Ferreira, “é um
para isso o estádio está modelado para que se juntou o melhor preço – para o estádio dos mais avançados tecnologica-
assistências variadas (50 mil, 25 mil e fornecimento não só dos sistemas de bi- mente”, porque integra um conjunto de
2500 pessoas) – como congressos, exposi- lhética e de controlo de acessos ao está- soluções novas, algumas delas inéditas
ções de automóveis ou acções de forma- dio, reeditando uma ligação que foi a pri- em Portugal, não só em estádios de
ção, entre outras possíveis. Segundo An- meira em Portugal neste campo, como futebol como em edifícios em geral.
gelino Ferreira, será necessária “muita para a construção de uma sofisticada Para Angelino Ferreira, “fazer um estádio
imaginação” para rentabilizar o novo es- rede estruturada IP de voz e de dados, novo para oferecer o mesmo leque de
serviços que o existente não valia a pena.
Estamos convictos que os novos equipa-
mentos e as novas soluções técnicas que
podemos encontrar neste estádio vão
ajudar-nos a alterar o próprio conceito de
espectáculo desportivo associado ao
futebol.” As condições de acessibilidade,
de parqueamento, de segurança e de
qualidade dos serviços oferecidas pelos
novos estádios permitem modificações
nas atitudes dos frequentadores destes
locais, e o alargamento dos públicos. No
caso do FC Porto, pretende-se que o es-
pectáculo comece ainda antes da entrada
no Estádio do Dragão. Foram criadas zo-
nas periféricas de qualidade, servidas por
ecrãs gigantes de plasma, transmitindo
conteúdos próprios do canal CATV, de
forma a “contrariar a tendência para as
Angelino Ferreira, pessoas virem ao estádio em cima da
Director Financeiro da SAD do FC Porto
14 TEMA DE CAPA CLIENTES

hora do jogo e partirem mal este acaba,


para irem ouvir os resumos. Vamos pas- Novabase presente na “Montra
sar a disponibilizar informação em exclu- tecnológica – as tecnologias do Estádio do Dragão”
sivo, entrevistando treinadores e joga-
dores, por exemplo. Queremos criar um Foi sob este mote que o FC Porto levou a cabo uma exposição-colóquio nos dias 6 e
conjunto de serviços inovadores”, remata 7 de Novembro, no seu novo estádio. A acção serviu para apresentação dos con-
Angelino Ferreira. ceitos, produtos e intervenientes na construção da sua nova casa.
Os 52 mil espectadores que acorreram à A Novabase, responsável pela integração de diferentes soluções tecnológicas numa
inauguração do Estádio do Dragão no rede estruturada IP, por onde circularão aplicações de telefonia, dados, vigilância
passado dia 16 de Novembro já tomaram (CCTV), bilhética e controlo de acessos, e rede interna de televisão (CATV), fez parte
contacto com muitas das inovações pro- do conjunto de empresas que apresentaram comunicações sobre as suas áreas de
jectadas, a começar pela bilhética e pelo intervenção no estádio. Portugal Telecom, Siemens, Bose, Samsung, Martinfer e So-
mague marcaram presença.
controlo de acessos, feito através de avan-
Decorreu, em paralelo, uma exposição na qual as empresas responsáveis pelas
çados torniquetes fabricados pela SkiDa-
maiores subempreitadas deram a conhecer os seus serviços a profissionais, clientes
ta, parceira da Novabase nesta área.
e interessados na construção e gestão de infra-estruturas desportivas.

Imaginação, precisa-se
Se bem que os principais trabalhos rela- contratos de manutenção celebrados vão 1,4 milhões de euros, e foi realizado em
tivos à infra-estrutura tecnológica este- permitir estarmos juntos nos próximos pouco mais de três meses, refere Ange-
jam realizados e os testes efectuados se- anos.” lino Ferreira, acrescentando que “perante
jam positivos, nomeadamente os do dia Esta certeza radica na relação “muito es- um projecto de grande dimensão como
da festa de inauguração, o dirigente da treita existente com a Octal, uma empresa este, tudo tem corrido bem, sem sobres-
SAP do FC Porto recorda que “este pro- Novabase, o que nos leva a ter muita con- saltos.” Questionado sobre o balanço ao
jecto nasceu antes da obra e vai continuar fiança na capacidade e no domínio das decorrer dos trabalhos, o dirigente da
depois de acabada a construção. Vamos tecnologias da parte da Novabase no sen- SAD do FC Porto começou por enaltecer
entrar na fase de exploração, uma fase tido de virmos a ter uma eficiência muito a apurada coordenação por parte do em-
mais difícil que a da construção, em que grande no estádio, porque creio não ser preiteiro-geral, a Somague, e o trabalho
vai ser precisa muita imaginação para en- normal existirem tantas aplicações sobre do gestor do projecto, a PT Comunica-
contrar formas de rentabilizar os equipa- a mesma rede.” ções, concluindo com uma frase que não
mentos. A nossa relação com a Novabase O conjunto do projecto executado no Es- deixa margem para dúvidas: “Sim, o
vai continuar depois da inauguração. Os tádio do Dragão pela Novabase rondou balanço é francamente positivo.”

Sport Lisboa e Benfica


Benfica Estádio, SA

Potenciar a utilização do estádio como


“centro de negócios”

s soluções instaladas pela Novabase colhidas pela Benfica Estádio, a empresa


A no novo Estádio da Luz – nas áreas
da bilhética e do controlo de acessos – são
responsável pelo recinto, que permitem
ao Benfica ter um estádio moderno e po-
sidera que no novo espaço da Segunda
Circular poderão realizar-se espectáculos
parte do conjunto global de soluções es- livalente. A empresa Benfica Estádio con- de variados tipos, desde os jogos de fu-
TEMA DE CAPA CLIENTES 15

mais consentâneas com o espírito do no-


vo estádio.

Ultrapassar obstáculos
O novo Estádio da Luz é um exemplo de
construção cheio de contrastes em termos
temporais. Foi um dos últimos a ser ini-
ciado e, em contrapartida, dos primeiros
a ser inaugurado. Sendo uma obra com-
plexa e de grandes dimensões – é o maior
recinto desportivo nacional –, obrigou as
equipas presentes no terreno a desdo-
brarem-se e a ultrapassarem os obstácu-
los que iam aparecendo, o maior dos
quais era a aproximação da data estipu-
lada para a sua inauguração.
Foi uma obra muito grande em dimen-
são, e pequena em termos de prazos. As
maiores dificuldades, do ponto de vista
do controlo de acessos, prenderam-se
com o facto de a instalação dos disposi-
tivos estar no fim da cadeia: a instalação
tebol aos concertos. É por isso que foram recinto comporta. Os torniquetes esco- e o teste dos subsistemas só eram exequí-
tomados cuidados especiais com o som, lhidos são motorizados e dispõem de si- veis quando grande parte da infra-estru-
por exemplo, garantindo que o estádio nalização para advertir os stewards colo- tura se encontrava realizada – chão,
tem sistemas flexíveis que se adaptem às cados nas imediações para qualquer ava- tectos e redes eléctrica e informática.
variadas utilizações que dele irão ser ria que ocorra. Na zona VIP, instalaram- O projecto está praticamente concluído,
feitas. Por outro lado, não se referem ape- se torniquetes munidos de ecrãs de 17 embora se prevejam novas fases, como a
nas a um estádio. Haverá outras cons- polegadas como meio de comunicação emissão dos novos cartões de sócio e a
truções no perímetro, nomeadamente pa- personalizada com os sócios. mudança para bilhetes sem contacto. O
vilhões e zonas comerciais, que ajudarão Em termos de bilhética, o Benfica tem in- trabalho desenvolvido até ao momento
a potenciar a utilização do estádio como teresse em vir a apontar para o uso ge- foi considerado como positivo pelo dono
‘centro de negócios’ e a proporcionar neralizado da tecnologia sem contacto, da obra, a Benfica Estádio. O grande teste
uma experiência de entretenimento para de preferência compatível com aquela do passado dia 25 de Outubro, data da
toda a família, e não apenas para os adep- que se usa nos transportes em Lisboa, inauguração da “catedral”, como é desig-
tos. Esta visão abrangente é necessária usando para o efeito máquinas automá- nado o estádio do SL Benfica entre adep-
para rentabilizar um activo como este no- ticas de venda de bilhetes, uma inovação tos e simpatizantes, sustenta a afirmação.
vo estádio, onde foi gasta uma quantia no futebol. O uso de cartões sem contacto
significativa de dinheiro. ficou restringido, por ora, aos detentores
De entre as soluções instaladas no Está- de lugares comprados.
dio da Luz destaca-se a do controlo de A experiência adquirida ao longo de anos
acessos, que foi considerada pelo respon- em diversas instalações de norte a sul do
sável do Benfica pela interface com a país (com o SL Benfica incluído, através
Novabase o maior projecto deste tipo em da solução de Gestão de Associados
Portugal. Um sistema distribuído por 200 fornecida pela Octal), a que se juntou o
pontos ao longo do perímetro do estádio, melhor preço, permitiu à Novabase ser a
apto a servir os 65 mil espectadores que o escolhida para implementar as soluções
16 TEMA DE CAPA CLIENTES

Leirisport
João Paulo Empadinhas, Administrador-executivo da Leirisport, E.M.

“Parceria entre a Leirisport e a Novabase, assente


na descoberta de possibilidades a acrescentar
ao conceito original”

Estádio Dr. Magalhães Pessoa, ou desportivas a cargo da Leirisport, com-


O Municipal de Leiria, é o único dos
aqui abordados que não pertence a um
postas pelo estádio, por piscinas e por
pavilhões gimnodesportivos, além de um
nalidades apresentadas (e garantia do
seu funcionamento), e pela maturidade
clube desportivo. O promotor da obra de parque de campismo. Pretendia-se que da solução de controlo de acessos.
remodelação e ampliação, factor igual- todo o sistema funcionasse com base Para o responsável da Leirisport, “o que a
mente distintivo face aos estádios do FC num único cartão de acesso. Novabase contratualizou connosco foi a
Porto e SL Benfica, que são construções Das várias soluções propostas à empresa criação e o desenvolvimento de um siste-
novas, é a Câmara Municipal de Leiria, municipal, considerou-se – é João Paulo ma que integra todos os movimentos des-
através da empresa municipal Leirisport. Empadinhas, Administrador-executivo de o controlo de acessos e a bilhética até
Face ao modelo de negócio que esta pre- da Leirisport, quem o refere – que aquela aos meios de pagamento nos bares dos
tendia implementar foi pedido ao mer- que melhor se adequava aos objectivos vários complexos. Pretendíamos a inte-
cado, mediante consulta, um sistema definidos era a da Novabase, não apenas gração do sistema contabilístico da em-
integrado de gestão das infra-estruturas pelo preço, mas pelo conjunto de funcio- presa, do ERP, do software e do hardware,
dos servidores, dos pontos terminais, dos
torniquetes, de modo a termos um
modelo o mais integrado possível com
base num único ponto central que gere a
totalidade do sistema.”

Ver mais longe


Os objectivos que a Leirisport tem em
vista ultrapassam o seu âmbito actual de
intervenção. Quando João Paulo Empa-
dinhas refere que “o nosso objectivo é a
facilidade de gestão da informação”, está
a pensar nos milhares de utilizadores em
cada complexo de piscinas, nas poten-
ciais dezenas de milhares de utilizadores
nos estádios, no conjunto de entidades
das quais a Leirisport é interlocutora –
que tanto podem ser clubes desportivos
como empresas que alugam espaços nos
pavilhões –, está a pensar, em suma, em
“ter a informação em tempo real e dar
conforto ao utilizador, mediante o cartão,
a utilizar em todo o lado. Pretendemos
que esta utilização venha a crescer para a
João Paulo Empadinhas, Administrador-executivo da Leirisport, E.M.
TEMA DE CAPA CLIENTES 17

própria cidade. A nível dos sistemas de


transportes, das infra-estruturas culturais Bilhetes de Identidade
da Câmara. Poderá ser alargada ao
próprio comércio da cidade.” Estádio do Dragão
Este cenário, por enquanto ainda futuro,
tem nas soluções desenhadas pela Nova- Promotor: Futebol Clube do Porto
base o seu modo de concretização, já que Arquitectura: Manuel Salgado e Jorge Estriga
estas são flexíveis para o permitir. De Tipo de intervenção: construção nova
qualquer forma, o modelo que está a ser Lotação: 52 mil lugares sentados
implementado em Leiria corresponde a
uma “solução dinâmica, ou seja, nunca
acaba”, afirmou João Paulo Empadinhas.
Estádio da Luz
Depois de cumprida a primeira fase –
colocar os sistemas em funcionamento e
Promotor: Sport Lisboa e Benfica
avaliar o seu desempenho – passou-se à Arquitectura: Hok Sport/AARQ-Atelier de Arquitectura
fase da criação do modelo de integração, Tipo de intervenção: construção nova
realizado em sistema de parceria entre o Lotação: 65 mil lugares sentados
cliente e o fornecedor das soluções, pro-
cesso este assente na descoberta de pos-
sibilidades a acrescentar ao conceito ori-
ginal. Os trabalhos conjuntos decorrerão Estádio Dr. Magalhães Pessoa
até ao final do ano. O investimento reali-
zado ronda, segundo o nosso interlocu- Promotor: Câmara Municipal de Leiria/Leirisport, E.M.
tor, o milhão de euros. Arquitectura: Tomás Taveira
Tipo de intervenção: remodelação e ampliação
Lotação: 30,4 mil lugares sentados
“Temos trabalhado
como parceiros”
Quem assistiu à inauguração do remo-
delado estádio leiriense, no passado dia
19 de Novembro, pôde apreciar algumas construção da solução para chegar a um reporting central de toda a actividade,
das funcionalidades sofisticadas que o patamar que não nos envergonha em com todas as funcionalidades introdu-
novo equipamento inclui, a começar pelo lado nenhum.” zidas no cartão. Tivemos de desbravar o
cartão de acesso, sem contacto, e pelos Daí que a apreciação que o dirigente da caminho, tendo em consideração os ti-
funcionais torniquetes. Sobre o novo car- Leirisport faz ao trabalho desenvolvido mings definidos. Não pegámos num pro-
tão, que pode ser carregado previamente seja positiva: “Temos trabalhado como duto acabado”, concluiu João Paulo Em-
para consumir nos bares de todos os parceiros. Foi esta a abordagem que pro- padinhas.
complexos desportivos, afirmou João pusemos à Novabase e foi esta a resposta
Paulo Empadinhas: “Pensamos que é que obtivemos. Quando há parcerias nin-
uma das soluções mais modernas que guém quer deixar ficar mal o parceiro.”
existe em termos de tecnologia do gé- Os trabalhos no terreno não foram isen-
nero. Não propusemos à Novabase que tos de dificuldades. “Estas derivaram de
inventasse algo de extraordinariamente se estar a construir um sistema que vai
novo, apenas que melhorasse os concei- muito além do estádio. Já há sistemas
tos existentes, indo um pouco mais além. construídos com a lógica própria para
Não queríamos utilizar banda magnética, estádios. Aqui quisemos ir além, qui-
havia, por isso, que encontrar um chip semos todas as nossas infra-estruturas a
que funcionasse. Foi um trabalho de trabalhar com o mesmo sistema, e ter um
18 TEMA DE CAPA PARCEIROS

Parceria Novabase - SkiData


Soluções evoluídas para controlo
de acessos a estádios
Duas empresas, uma nacional, Novabase, outra austríaca, Ski-
Data, juntaram os seus capitais de conhecimento e experiência
no controlo de acessos a recintos desportivos e apresentaram
soluções tecnológicas modernas, funcionais e personalizadas
para utilização em quatro novos estádios portugueses.

ara Johannes Lippert, Director de uma plataforma de software multi-aplica-


P Vendas da divisão de eventos da
SkiData, “a Novabase é líder de mercado
cional. Construída segundo um conceito
de interface aberta, a sua aplicação es-
Johannes Lippert
em Portugal”. Esta foi uma das razões que tende-se a recintos desportivos e locais de
levou a sua empresa a estabelecer uma diversão, podendo integrar-se tanto em quer estação de trabalho. Para Johannes
parceria com a empresa nacional, visando o novas instalações como em estruturas Lippert, “estas características são basilares
fornecimento de equipamentos de controlo existentes. Apresenta como características para a gestão integrada de acessos.”
e segurança a quatro dos estádios escolhi- principais um rápido processamento de
dos para o próximo Campeonato Europeu grandes afluxos de visitantes, uma uti- Flexibilidade e inovação
de Futebol de 2004. Ao mesmo tempo que lização de diferentes formatos de bilhetes Os sistemas instalados em Portugal, e já em
afirma a liderança da SkiData na arena in- e standards de códigos de barras, um con- funcionamento, são similares a muitos ou-
ternacional, Lippert refere a segunda razão: ceito de segurança sensível a falhas, uma tros espalhados por vários países. A dife-
“A junção das duas partes gera sinergias de gestão integrada a montante, interfaces rença reside nos contributos já referidos de
grande qualidade para a produção de sis- baseadas na Web para um controlo faci- cada parceiro. O resultado é uma proposta
temas orientados para o futuro.” litado, um sistema de monitorização alar- de valor assente em dois conceitos funda-
A Novabase encarregou-se da parte de bi- gado e a produção de estatísticas e de re- mentais – flexibilidade e inovação. A pri-
lhética, baseando-se para tal no seu sistema latórios específicos. meira representa uma qualidade muito re-
CARD (ver A tecnologia à porta do está- Em termos do “miolo” técnico, a solução quisitada nos projectos dos novos estádios,
dio), enquanto a SkiData tomou em mãos Handshake é uma estrutura modular inter- em que eram exigidas configurações dife-
os sistemas mecânicos de controlo de aces- conectada. No seu desenho foram utiliza- renciadas para diferentes pontos de acesso.
sos. Segundo Lippert, a integração do soft- dos sistemas operativos standards da Mi- No que respeita à inovação, destaca-se o
ware utilizado pelos dois parceiros permitiu crosoft e as conhecidas linguagens Visual multi-processamento da bilhética associa-
atingir “a melhor solução possível para os Basic e Visual C++ como ferramentas de de- da, uma característica que permite a acei-
novos estádios portugueses.” senvolvimento. A administração da base de tação e processamento de uma gama alar-
dados está a cargo do SQL Server. Dois dos gada de diferentes formatos de bilhetes com
Handshake seus módulos utilizam browsers estandar- o mesmo equipamento, sendo, para além
Handshake (aperto de mão) é o nome da dizados, o que tem vantagens em termos de disso, totalmente compatível com os sis-
solução proposta pelo parceiro austríaco, custos e de acesso remoto a partir de qual- temas de bilhética em uso nos transportes.
TEMA DE CAPA OPINIÃO 19

Futebol moderno: espectáculo


em segurança
Vasco Tavares Rodrigues, Administrador da G.com

segurança nos estádios de futebol é assegurando ao público todas as con-


A normalmente relacionada com a
capacidade de repressão de actos de
dições físicas e psicológicas que lhe permi-
ta assistir ao espectáculo com todo o con-
violência perpetrados pelo público assis- forto, e seguro de que o recinto possui to-
tente. Os confrontos entre adeptos e a carga dos os meios de protecção que lhe permita
de forças policiais para os conter são notícia em situações de emergência abandoná-lo
garantida na abertura dos principais no- rapidamente.
ticiários das televisões e de primeira página O desastre de Hillsborough, Sheffield, em
na imprensa escrita. O fenómeno do hooli- 1989, foi decisivo para a adopção de novos
ganismo, originário do Reino Unido, sobre- conceitos na construção e gestão de está-
tudo de Inglaterra, foi injustamente asso- dios de futebol. As forças policiais foram
ciado ao futebol, trazendo-lhe uma reputa- progressivamente abandonando o interior
ção que este desporto não merece. Mais in- dos estádios, sendo substituídas por equi-
justo, porquanto este é um fenómeno social pas de stewards, elementos ligados ao clu- Na UCO estão presentes, durante o evento,
que não tem no futebol a sua origem, mas be com um rigoroso conhecimento do re- os comandos de todas as equipas em fun-
que usa o futebol como palco privilegiado. cinto e dos adeptos, com os quais mantêm ção, e todas as acções são coordenadas pelo
É de todos conhecido o agendamento de relações de proximidade, impossíveis com director de segurança do estádio. O coman-
confrontos entre bandos rivais por ocasião as forças policiais. dante das forças policiais pode assumir o
de jogos de futebol entre clubes dos quais Os stewards, recrutados e coordenados pe- comando, se entender que se verifica uma
estes bandos são alegadamente adeptos. De la direcção de segurança do estádio, passa- situação de alteração da ordem pública.
referir que estes confrontos ocorrem inva- ram a gerir todas as incidências que se De todos os sistemas instalados, o de con-
riavelmente fora dos recintos desportivos, verificam antes, durante e após um jogo trolo de acessos é nuclear. Todos os desas-
em plena via pública, o que os coloca na de futebol. A formação incide sobre di- tres ocorridos em estádios de futebol antes
alçada das forças policiais. versas áreas de intervenção: funções ge- da implementação destas regras ocorreram
Os novos conceitos de segurança no interi- rais; funções de segurança; assistência ao devido ao excesso de lotação, e consequen-
or dos estádios assentam na relação com o público; primeiros socorros; prevenção e te impossibilidade de evacuação do recinto.
público, que deve ser assegurada pelo pro- intervenção em fogos, e evacuação de Foram instalados lugares sentados e nu-
motor do espectáculo numa vertente emergência. merados. As zonas de peão foram abolidas.
marcadamente civilista. Só em situações de Cabe também à direcção de segurança do A entrada no estádio passou a ser feita atra-
evidente alteração da ordem pública, com estádio coordenar a gestão de todo o equi- vés dos torniquetes – instalados nas portas
a prática de actos danosos contra pessoas pamento de segurança que passou a ser de acesso – que validam o bilhete após veri-
ou património, deve ser considerada a obrigatório nos estádios de futebol: sis- ficação na base de dados do sistema infor-
intervenção das forças de segurança. O tema de controlo de acessos; rede interna e mático. A lotação é respeitada, e as vias de
futebol é um espectáculo, e não é usual periférica de vídeo (CCTV); megafonia sec- acesso estão claramente identificadas.
verem-se elementos policiais fardados torizada; sistema automático de saídas de Os novos estádios de futebol são moder-
junto dos palcos dos teatros, ladeando o emergência; sistema de extinção de fogos. nos, cómodos e seguros. Os recintos são
écrã dos cinemas ou acompanhando a Todos estes sistemas são geridos a partir da cobertos, o público está comodamente sen-
orquestra durante um concerto. denominada Unidade de Controlo Opera- tado e dispõe de assistentes que sabem
A segurança nos recintos desportivos deve cional (UCO), sala de comando localizada intervir em qualquer situação de emergên-
ser de carácter preventivo e não repressivo, numa bancada do estádio da qual é pos- cia. O futebol retoma assim o seu lugar de
sível um controlo visual de todo o recinto. destaque e de entretenimento familiar que
há muito havia perdido.
20 ESTUDO

Tecnologia RFID
Etiquetas que comunicam

O que existe de comum entre o frigorífico ou a camisola interactivos, o conceito de business


intelligence e o Big Brother orwelliano? A resposta está na tecnologia Radio Frequency
Identification (RFID) que, apesar de emergente, não é nova, ao contrário do que se pensa. A con-
sultora Venture Development Corporation tem vindo a medir a realidade e o potencial de cresci-
mento do mercado. Do estudo mais recente retirámos as principais conclusões.

egundo o estudo “Global Markets and


S Applications for RFID Equipment and
Contactless Smartcard Systems, 4th Edition”, con-
duzido pela Venture Development Corporation
(VDC), uma consultora especializada em mer-
cados tecnológicos e estratégicos, a produção
global de hardware RFID para suportar aplicações
de gestão da cadeia de distribuição atingiu quase
89 milhões de dólares em 2002, prevendo-se que
venha a registar um crescimento anual composto
estimado em mais de 38% até 2007, ano em que a
produção deverá chegar aos 448 milhões de
dólares.
No entanto, para que este valor seja alcançado,
há um conjunto de questões que têm de ser
consideradas. A primeira questão refere-se à
possibilidade de a cadeia de distribuição ser, ou
não, a “killer application” da RFID. O número
crescente de projectos-piloto e de anúncios na
área, por parte de grandes consórcios, parece
constituir uma prova positiva de que tal irá
realmente suceder muito em breve.
Os standards são encarados como críticos para a
plena adopção da tecnologia pelos utilizadores
finais. Esta é a segunda grande questão a
resolver. Estão em desenvolvimento diversos
projectos, alguns próximos da ratificação. Com
o desenvolvimento dos standards necessários,
os conflitos que actualmente se verificam sobre
ESTUDO 21

A tecnologia explicada
A tecnologia RFID permite a recolha automática de informação, sem permitiram a produção de chips com dimensões reduzidas – é
intervenção humana, sobre produtos, locais ou transacções. Um siste- possível, por exemplo, integrá-los em tubos de pasta dentífrica –, a
ma RFID compreende um receptor/leitor equipado com uma antena e preços próximos do ponto óptimo da comercialização alargada.
um conjunto de etiquetas RF, cada uma com antena própria, que
suportam a informação. O modo de funcionamento é simples: o leitor,
via antena, transmite um sinal de rádio de baixa frequência para a Business intelligence
etiqueta; o chip integrado nesta é activado com a energia recebida do A adopção e o desenvolvimento da tecnologia poderá beneficiar
sinal; estabelece-se um diálogo rápido entre os dois dispositivos para tanto as empresas como os consumidores. Para estes, perspectiva-
verificação e troca de informações. De posse destas, o leitor envia-as se o fim das filas para pagamento nas caixas das lojas – o leitor
para um computador de controlo, sendo armazenadas numa base de instalado na porta de saída lerá as etiquetas dos produtos,
dados para posteriores processamento e análise. debitando o cartão de crédito RFID do cliente. As empresas terão
Esta tecnologia não é nova, existe desde o fim dos anos 1960. O seu um controlo completo sobre os seus produtos, poderão melhorar a
desenvolvimento tem sido incremental, feito sobretudo no sector gestão e os custos dos seus inventários, bem como obter informa-
industrial e com aplicações no seguimento dos trajectos de veículos e ção detalhada, correcta e de confiança sobre as preferências dos
contentores, manutenção e portagens. Avanços tecnológicos recentes consumidores quanto a locais e tipos de compras.

os direitos de propriedade intelectual de- para a área aumentaram sustentada- Adopção imposta
saparecerão, o que levará, segundo o es- mente, foram escassas as implementa- O interesse pela adopção da tecnologia
tudo considerado, à difusão da tecno- ções de grande escala publicitadas em regista já exemplos significativos (apesar
logia. 2002.” das arestas a limar…). A indústria farma-
O estudo da VDC refere, em terceiro lu- O estudo da VDC analisa ainda um outro cêutica dos Estados Unidos e a Food and
gar, que os actuais canais RFID se encon- conjunto de questões que se perfilam Drug Administration (FDA), o organismo
tram amplamente subdesenvolvidos e como obstáculos à difusão acelerada da regulador, estão a apostar na tecnologia
mal preparados para lidarem com a espe- tecnologia. À cabeça destes surge o pre- RFID como forma de travar a onda cres-
rada difusão alargada. Faltam revende- ço. Os fabricantes estão presentemente a cente de contrafacções, falsificações e ro-
dores e integradores qualificados e com trabalhar no sentido de fornecer chips a 5 tulações enganosas, e seguir o trajecto
experiência que assegurem a junção dos cêntimos a unidade, considerado como o dos medicamentos legais desde o fabri-
componentes do sistema RFID aos siste- limiar óptimo para a “descolagem” da cante até ao consumidor. A Johnson &
mas ERP (Enterprise Resource Planning) tecnologia. A colocação de grandes en- Johnson e a Eli Lilly, empresas do sector,
ou às bases de dados empresariais. comendas fará com que o preço desça preparam-se para utilizar a tecnologia
para o nível desejado. A escalabilidade de em todos os seus produtos já a partir do
Potencial e obstáculos arquitectura e o modo de gerir a infor- início do próximo ano.
Como qualquer mercado emergente, tam- mação coligida serão o segundo obstáculo. O empenho nas etiquetas RFID estende-
bém este está sujeito a muita especulação, A terceira barreira é a precisão da tecno- -se a outros sectores. A Gillette e a Wal-
especialmente quando se discute o futuro logia. Estudos levados a cabo em labo- -Mart destacam-se. A primeira anunciou
da RFID na cadeia de distribuição. O ratório permitiram concluir que esta se si- uma encomenda de mais de 500 milhões
potencial para aplicações RFID viáveis é tua nos 92%. O último desafio a ultrapas- de etiquetas, enquanto a segunda, a mai-
ilimitado. No entanto, a difusão da tecno- sar é o do Big Brother, traduzido na amea- or cadeia retalhista mundial, vai impor
logia não atingiu os níveis previstos tem- ça à privacidade do consumidor. Este as- aos seus fornecedores a utilização de eti-
pos atrás. Segundo um consultor da pecto faz com que organizações especia- quetas RFID em todas as caixas e paletes
VDC, “Os valores das receitas não reflec- lizadas na protecção da privacidade este- destinadas aos seus armazéns, num pro-
tem exactamente o nível de interesse e jam já a trabalhar na regulamentação do cesso que deverá estar completado até
actividade associados à tecnologia RFID e uso da informação transmitida e criada Janeiro de 2005. A Procter & Gamble e a
à cadeia de distribuição. Enquanto os pela tecnologia. As portas e janelas que se Unilever comprometeram-se com a ini-
projectos-piloto e o interesse nas soluções podem abrir são, na verdade, muitas. ciativa.
22 TEMA DE DESTAQUE PARCEIROS

Melhor Parceiro do Ano de Serviços e Valor Acrescentado


Novabase distinguida
pela Microsoft
A Microsoft Portugal considerou a Novabase IIS – Infraestruturas e Integração de Sistemas
Informáticos como o “Melhor Parceiro do Ano de Serviços e Valor Acrescentado”. Esta distinção
insere-se no alinhamento estratégico e táctico acordado entre as duas empresas, traduzido na
realização de projectos críticos em importantes clientes do mercado nacional.

ara a Microsoft, na pessoa de Luís Mensagem de confiança


P Sousa, Business and Sales Manager,
“distinguir um dos seus parceiros é uma
nos serviços da Novabase IIS
Para a Novabase IIS, o investimento na
forma de motivar todos os que a ajudam a parceria com a Microsoft permitiu-lhe
promover a sua tecnologia, seleccionando transformar-se, em dois anos, no principal
aquele que pelo seu desempenho e em- player de infra-estruturas do fabricante nor-
penhamento pode ser olhado como um te-americano em Portugal, tendo partici-
exemplo de parceria.” pado na implementação de projectos críti-
Com base nesta ideia central, a Microsoft cos em alguns dos maiores clientes do nos-
decidiu premiar os parceiros que, para so mercado. O conhecimento aplicado
além de um bom desempenho em critérios abrange todo o ciclo de implementação de
como o volume de vendas e a taxa de cres- soluções de infra-estrutura Microsoft, do
cimento, tenham alcançado níveis de ex- diagnóstico à consultoria, da implemen- Pedro Faustino recebe a distinção atribuída pela Microsoft
celência noutros critérios. tação à gestão de plataformas. Para Pedro das mãos de João Paulo Girbal, Director-geral da empresa
em Portugal
Foram instituídas três categorias – Parceiros Faustino, da Novabase IIS, este prémio sig-
de Negócio Microsoft Business Solutions, nifica “o reconhecimento por parte do rings. Estas têm funcionado como um va-
Fabricantes de Equipamentos Informáticos owner da tecnologia dos resultados atingi- lor acrescentado aos produtos e tecnolo-
(System Builders) e Serviços e Valor Acres- dos na qualidade na execução de soluções gias off-the-shelf da Microsoft.
centado. Nesta, a juntar aos critérios acima de infra-estruturas. É também fundamental Para outorgante e para premiado, esta dis-
referidos, apreciou-se o número de profis- a mensagem de confiança nos serviços da tinção perspectiva uma ainda maior coo-
sionais certificados, a capacidade de cria- Novabase IIS, que a Microsoft passa ao peração num futuro próximo. Luís Sousa
ção de soluções alinhadas com as solicita- mercado com a atribuição deste prémio.” salienta o “leque de competências vasto
ções do mercado e o número de projectos Os produtos e tecnologias Microsoft têm [da Novabase IIS] e perfeitamente aderen-
desenvolvidos. Tudo pesado, a distinção sido utilizados pela Novabase IIS em infra- te à estratégia da Microsoft.” Pedro Faus-
coube à Novabase IIS, salientando-se, como -estruturas de servidores operacionais, de tino enfatiza o sentido de responsabili-
refere de novo Luís Sousa, o “empenho produtividade pessoal e aplicacionais. A dade que o prémio acrescenta à actividade
demonstrado na construção e divulgação de juntar à experiência e qualificação da sua da Novabase IIS, bem como a possibi-
soluções recorrendo à tecnologia Microsoft e equipa de serviços de engenharia, a No- lidade “de funcionar como mais um ar-
a aposta na formação de recursos, e que se vabase IIS tem enriquecido o seu portfolio gumento do processo negocial com alguns
traduz na prática pela qualidade da exe- com a construção de soluções completas clientes e reforçar a confiança que o mer-
cução dos projectos onde trabalha.” de infra-estrutura, conhecidas como offe- cado deposita na Novabase IIS.”
CLIPPING 23

Espaço para uma empresa de informação apresentou hoje um con- Tecnologias avançadas
“A Novabase quer liderar o movimento junto de terminais que já estão disponí- no Estádio do Dragão II
de consolidação nas tecnologias de infor- veis no mercado de retalho através das “(O Estádio do Dragão) conta com tecno-
mação, pois acredita que só há espaço lojas Excel, Fnac, entre outras.” logia de rede IP da Cisco, integrada pela
para uma grande empresa deste sector In Tek Sapo Novabase, que inclui uma verdadeira au-
em Portugal. «Podemos vir a ser o pólo to-estrada de dados e informação: telefo-
agregador dessa grande entidade nacio- ne, transmissão de dados, ECTV (vigilân-
nal», afirma o Presidente da Novabase, Crescimento a ritmo acelerado cia), CATV (circuito interno de televisão),
Rogério Carapuça.” “Depois da aquisição da Novabase IIS, bilhética e controlo de acessos. A coorde-
In Expresso antiga GE Capital IT Solutions, no início nação geral será feita por uma torre de
deste ano, a Novabase conseguiu acelerar controlo que terá oito pessoas ao serviço
o seu ritmo de crescimento, atingindo no durante os jogos.”
Contratos no valor final de Setembro 95,9 milhões de euros In A Bola
de cinco milhões em vendas e prestação de serviços.”
“A Novabase, empresa de tecnologias de In Euronotícias
informação liderada por Rogério Cara- Um ERP bem explorado
puça, ganhou contratos no valor de cinco “O Associate Partner da Novabase Con-
milhões para a implementação de solu- Portais colaborativos sulting, Maurício Domingues, acredita que
ções de bilhética e controlo de acessos a “Já para o Associate Partner da Nova- cada vez mais há uma necessidade de ma-
sete estádios de futebol que participam base, José Barbosa, há de facto uma ideia terialização de valor. «Um ERP não passa
no Euro 2004. A empresa não discriminou de que o portal colaborativo «é apenas de uma ferramenta que pode transformar-
o valor individual de cada um dos con- uma porta de acesso às bases de dados da -se num verdadeiro pesadelo ou, se bem
tratos. Os estádios que escolheram as so- empresa, às suas aplicações corporativas, explorada, pode representar um papel
luções apresentadas pela Novabase fo- ao correio electrónico e a pouco mais.» fulcral na concretização de benefícios para
ram os do Benfica, Porto e Boavista, para Este responsável chama, no entanto, a o negócio do cliente», explicou.”
além dos de Aveiro (Beira Mar), Fa- atenção para a particularidade de só ser In Semana Informática
ro/Loulé, Guimarães e Leiria.” possível considerar o portal uma ferra-
In Diário Económico menta colaborativa «se lhe estiverem
associadas algumas funções de apoio O valor da Novabase
efectivo ao trabalho em equipa.»” “(…) uma conferência organizada pelo
Outsourcing In Semana Informática Banco Santander de Negócios Portugal,
“Outra das empresas nacionais bem co- em Lisboa, que reuniu oito das maiores e
locada no ranking (de empresas de Out- médias sociedades cotadas na Euronext
sourcing) é a Novabase. Para Vasco Mon- Tecnologias avançadas Lisboa, do Banco Comercial Português à
teiro, Associate Partner da Novabase, no Estádio do Dragão I Novabase. Em termos de investidores,
«este posicionamento mostra claramente “Para responder eficazmente a novos marcaram presença instituições portu-
que a Novabase é um player a nível nacio- desafios, o complexo do Dragão inclui as guesas, europeias e norte-americanas.”
nal na área de outsourcing.” mais avançadas tecnologias. Algumas In Diário Económico
In Semanário Económico das inovações foram aplicadas pela
primeira vez em Portugal, como é o caso
do sistema de Corporate TV. Declarações:
Novabase nas comunicações José Jesus, Novabase.”
móveis In NTV
“A Novabase anunciou hoje uma par-
ceria com a Microsoft para a oferta de co-
municações móveis no mercado de
GSM/GPRS. A consultora de tecnologias
Contactos
Av. Engº Duarte Pacheco,15 F, 1099 - 078 Lisboa
Tel. +351 213 836 300 Fax. +351 213 836 301

www.novabase.pt

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