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Marcos Antonio Fonseca Calado

Alunos do Curso de Administração (Upe/Campus Caruaru)


(Colaboradores)

METODOLOGIA DA PESQUISA
CIENTÍFICA NA PRÁTICA

Livro Rápido
Olinda – PE
2012
2
Copyright © 2010 by Marcos Antonio Fonseca Calado

Impresso no Brasil
Printed in Brazil

Editor
Tarcísio Pereira

Diagramação
Laís Mira

Capa
Priscila Kelly Félix Fernandes

Revisão
Ednara Félix Nunes Calado

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Ficha catalográfica

Calado, Marcos Antonio Fonseca.


C141m Metodologia da pesquisa científica na prática. / Marcos
Antonio Fonseca Calado. – Olinda: Livro Rápido, 2012.

96 p. : il.

Bibliografia. p. 85-86 (bibliografia localizada)


Apêndice. p. 89-96
Colaboradores: Mayara Andresa Pires da Silva
(Monitora), Alunos do curso de Administração (UPE/Campus
Caruaru).
ISBN 978-85-7716-844-6

1. Metodologia. 2. Pesquisa científica. 3. Metodologia


da pesquisa. I. Título.

001.8CDU (1997)
Fabiana Belo - CRB-4/1463

Editora Livro Rápido – Elógica


Rua Dr. João Tavares de Moura, 57/99 Peixinhos
Olinda – PE CEP: 53230-290
Fone: (81) 2121.5300 Fax: (81) 2121.5333
www.livrorapido.com

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SUMÁRIO

PREFÁCIO .........................................................................................6
Terezinha de Jesus Pontes Lucas

CONCEITOS BÁSICOS ...................................................................10


CIÊNCIA E TIPOS DE CONHECIMENTO .....................................12
MÉTODOS CIENTÍFICOS .............................................................18
MODALIDADES DE TRABALHOS TÉCNICO-CIENTÍFICOS........22
FORMATAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS: O QUE DIZ A
ABNT ............................................................................................26

PROCESSO DE PESQUISA ............................................................40


CONCEITOS E TIPOS DE PESQUISA .........................................42
PLANEJAMENTO DA PESQUISA.................................................46
EXECUÇÃO DA PESQUISA .........................................................70
DIVULGAÇÃO DE PESQUISAS ...................................................74

APÊNDICE .......................................................................................90
COMO FAZER UMA PESQUISA DE MERCADO ..........................91
COMO FAZER UMA PESQUISA ELEITORAL ..............................95

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5
PREFÁCIO

Prefaciar o livro Metodologia da Pesquisa Científica na


Prática é falar do novo momento acadêmico que vive a Universidade
de Pernambuco/UPE, na Faculdade de Ciências e Tecnologia –
FACITEC, no campus Governador Miguel Arraes de Alencar, em
Caruaru.

Esse novo momento é resultante, dentre outros fatores, do


pioneirismo do Prof. Marcos Antonio Fonseca Calado, que com seu
espírito empreendedor, leva seus alunos a “navegar por mares nunca
dantes navegados”. O referido professor transcende o paradigma de
professor como transmissor de conhecimentos e em sua prática
cotidiana consegue dar materialidade ao ideário Freiriano de
professor como desafiador, como sujeito que na interação com os
alunos “traz à existência aquilo que ainda não existe”, ao instigar os
alunos ao exercício de análise crítica e reflexiva acerca de questões
epistêmicas, metodológicas e relacionadas ao campo das práticas
sociais.

Essa coletânea de trabalhos compilados nesse título resulta


desse esforço coletivo, traz a contribuição da experiência de monitoria
vivenciada pela aluna Mayara Andresa Pires da Silva e apresenta
parte da produção dos alunos do Curso de Administração da
UPE/FACITEC/Campus Caruaru, cujas ideias aqui sistematizadas
contribuem com o debate acadêmico contemporâneo.

Na primeira parte, tratam da questão da ciência e dos tipos de


conhecimento, métodos científicos, modalidades de trabalhos técnico-
científicos e formatação dos trabalhos acadêmicos, ancorados no que
preceitua a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Na
segunda parte, discutem o processo de pesquisa: conceitos e tipos de
pesquisa; planejamento, execução e divulgação da pesquisa.

6
Desta feita, o Prof. Marcos Calado, protagoniza junto aos
alunos, um momento histórico e significativo marcado por esse rito de
passagem da condição de “sujeitos consumidores de conhecimentos
para a condição de produtores de conhecimentos”. Por isso,
parabenizo a todos por esse trabalho, sentindo-me honrada em
apresentá-lo.

Terezinha de Jesus Pontes Lucas 1

1
Graduada em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Caruaru
(FAFICA - 1983), possui especialização em Metodologia do Ensino Superior também
pela FAFICA e Mestrado em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE-2003). Atua como docente na FAFICA e na Universidade de
Pernambuco/Campus Caruaru, onde exerceu a coordenação do curso de
Administração com Ênfase em Marketing da Moda de março/2008 a junho/2010. Tem
experiência na área de educação básica na rede estadual de Pernambuco. No ensino
superior atua nos seguintes temas: políticas públicas, política de avaliação, ensino
superior, gestão democrática e autonomia.

7
"Não existe assunto pequeno. Existe pequeno
observador."
2
LUÍS DA CÂMARA CASCUDO

2
Historiador, folclorista, antropólogo, advogado, jornalista e professor nordestino.
Escreveu 31 livros sobre o folclore brasileiro, num total de mais de 8.500 páginas,
obtendo reconhecimento internacional mesmo vivendo e escrevendo fora dos
principais centros editoriais do país (Rio de Janeiro e São Paulo), pois nasceu, viveu
e morreu em Natal (RN).
8
9
CONCEITOS BÁSICOS

Esta seção tem por objetivo familiarizar o leitor com os


conceitos fundamentais à iniciação da pesquisa científica, quais
sejam:
 O que é ciência e quais os tipos de conhecimento;
 O que são métodos científicos;
 Quais as modalidades de trabalhos acadêmicos, e
 Como formatar corretamente os trabalhos
acadêmicos.

O último capítulo desta seção, “Formatação de Trabalhos


Acadêmicos: o que diz a ABNT” foi elaborado, na 1ª. Edição, por
Mayara Andresa Pires da Silva, enquanto monitora da disciplina
“Metodologia da Pesquisa”, do curso de Administração da
UPE/Campus Caruaru, no período de maio a dezembro de 2009.
Naquela ocasião, além de prestar orientações presenciais aos alunos
do curso, Mayara criou um blog na internet para a disciplina
(metodologiafacil.blogspot.com), possibilitando um atendimento virtual
permanente, aproximando ainda mais a universidade do seu corpo
discente.
Nesta edição, o referido capítulo foi reescrito pelo autor, com
base na NBR14724, válida a partir de 17 de abril de 2011.

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CAPÍTULO I
CIÊNCIA E TIPOS DE CONHECIMENTO

Ciência não é filosofia, não é religião, não é senso comum e


nem tampouco é tecnologia. Por isso mesmo, não se constitui em
tarefa fácil se definir com precisão o que a ciência é. Um caminho
menos árduo é verificar algumas definições propostas por vários
autores, conforme sugerem Lakatos e Marconi (1991). Assim, a
ciência pode ser entendida como:

 Acumulação de conhecimentos sistemáticos.


 Atividade que se propõe a demonstrar a verdade dos fatos
experimentais e suas aplicações práticas.
 Conhecimento do real pelas suas causas.
 Conhecimento sistemático dos fenômenos da natureza e
das leis que os regem, obtidos através da investigação,
pelo raciocínio e pela experimentação intensiva.
 Conjunto orgânico de conclusões certas e gerais,
metodicamente demonstradas e relacionadas com objeto
determinado.
 Estudo de problemas solúveis, mediante método científico.
 Todo conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas
ao sistemático conhecimento com objeto limitado, capaz
de ser submetido à verificação.

Com base nesses diversos conceitos, pode-se afirmar que a


ciência possui os seguintes elementos (LAKATOS; MARCONI, 1991,
p. 21):

 Objetivo ou finalidade, ou seja, preocupação com as leis


gerais que regem determinados eventos;
 Função, ou seja, aperfeiçoamento da relação do Homem
com o seu mundo; e,
 Objeto (material ou formal), ou seja, aquilo que se
pretende estudar.

12
Por outro lado, a visão de ciência que se tem hoje é orientada
pelos pontos de vista do Círculo de Viena, Karl Popper e Thomas
Kuhn, que inclui os princípios abaixo.

 Princípio da Verificação: o conhecimento científico deve


ser verificado. O cientista deve comunicar seus resultados
e como chegou a eles exatamente (com linguagem
unívoca) para permitir que outros cientistas verifiquem se
os resultados estão corretos.
 Princípio do Falseamento: Princípio segundo o qual o
cientista deve estar preparado para o falseamento de suas
hipóteses. As verdades não são eternas em ciências.
Todos os cisnes são brancos até que se encontrem cisnes
de outras cores. O movimento dos objetos é governado
pelas leis da gravidade até que se encontre um local em
que os objetos não obedecem a essa lei.
 Paradigmas: a ciência é guiada por paradigmas. É o
paradigma que vai costurar os vários conhecimentos sobre
o mundo, diferenciando do senso comum, que é composto
de conhecimentos isolados. As pesquisas procuram
verificar e confirmar o paradigma.

Atualmente, toda a vida social depende de uma tecnologia que


nasce na ciência. No entanto, a primeira não deve ser confundida
com a segunda: enquanto a ciência tem como objetivo o
conhecimento em si mesmo, ou seja, o saber pelo saber, a tecnologia
é a aplicação prática desse conhecimento para uso humano, sendo,
pois, pragmática e utilitária.
Para uma melhor compreensão dos diversos campos de
estudos, também pode-se falar de “ciências” – que podem ser
classificadas de diversas maneiras. A classificação mais usual
estabelece dois grandes grupos de ciências: as ciências formais e as
ciências do real (ou factuais). O esquema da fig. 1 a seguir resume
essa opção classificatória:

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FIG. 1: CLASSIFICAÇÃO DAS CIÊNCIAS.

Lógica

FORMAIS
Matemática

Física
CIÊNCIAS Naturais Química
Biologia

FACTUAIS
Psicologia
Sociologia
Sociais Economia
Administração
História

Fonte: Adaptado de Lakatos e Marconi (1991, p. 23).

O conhecimento científico – que se resume numa maneira


especial de ver e compreender o mundo – tem sua origem entre os
filósofos-cientistas da antiga Grécia, mas, somente a partir dos
séculos XVI e XVII, a ciência passou a integrar e determinar cada vez
mais a vida humana de tal modo que, hoje em dia, a sociedade
industrial e a sociedade do conhecimento não podem dispensá-la.
Para um melhor entendimento do que vem a ser um trabalho
científico, torna-se necessário separar os diversos tipos de
conhecimento que podem ser produzidos pelo ser humano. Esses
conhecimentos, conforme Lakatos e Marconi (1991), são o
conhecimento popular, também chamado de ordinário, comum ou
empírico, é elaborado a partir da vivência das pessoas, e, portanto,
surge de forma espontânea e instintiva. O conhecimento filosófico,
que é “caracterizado pelo esforço da razão pura para questionar os
problemas humanos e poder discernir entre o certo e o errado,
unicamente recorrendo às luzes da própria razão humana”
(LAKATOS; MARCONI, 1991, p. 16). O conhecimento religioso, por
sua vez, apoia-se em revelações consideradas como divinas,
portanto, indiscutíveis. O conhecimento científico, porém, “surge da
necessidade de o Homem não assumir uma posição meramente
passiva, de testemunha dos fenômenos, sem poder de ação ou
14
controle dos mesmos” (KÖCHE, 1997, p. 29). O Quadro 1 a seguir
resume as características de cada tipo de conhecimento analisado:

QUADRO 1: CARACTERÍSTICAS DOS TIPOS DE CONHECIMENTO

CONHECIMENTO CONHECIMENTO CONHECIMENTO CONHECIMENTO


POPULAR FILOSÓFICO RELIGIOSO CIENTÍFICO
Valorativo Valorativo Valorativo Factual
Reflexivo Racional Inspiracional Contingente
Assistemático Sistemático Sistemático Sistemático
Verificável Não Verificável Não Verificável Verificável
Falível Infalível Infalível Falível
Aproximadamente
Inexato Exato Exato
Exato
Fonte: Adaptado de Lakatos e Marconi (1991, p. 15)

Para se entender melhor essas características dos tipos de


conhecimentos, esclarecemos a seguir as terminologias utilizadas no
quadro acima:
 Valorativo: que envolve valoração; os valores do sujeito
(pessoa) influenciam o objeto observado;
 Factual: relativo ou que se baseia em fatos;
 Reflexivo: o que se faz por meio de reflexão; aquilo que se
volta contra si mesmo;
 Racional: que usa a razão; que raciocina; que se deduz
pela razão;
 Inspiracional: que procede sobre o influxo de uma
inspiração mística ou poética; revelação do sobrenatural;
 Contingente: que pode ou não suceder; eventual, incerto;
 Assistemático: que não tem, ou em que não há sistema;
não sistemático;
 Sistemático: que segue um sistema; ordenado, metódico;
 Verificável: o que se pode perceber no dia-a-dia;
 Não verificável: passível de confirmação;
 Falível: que pode falhar; que pode enganar-se; em que
pode haver erro;
 Infalível: que não falha; que não pode deixar de ser, de
acontecer; inevitável; que nunca se engana ou erra;
 Inexato: não exato; falta de exatidão;

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 Exato: perfeitamente fiel às regras ou à verdade; certo,
correto; preciso, rigoroso.

Como se pode perceber, o conhecimento filosófico e o


conhecimento religioso apresentam características muito
semelhantes. Por outro lado, o conhecimento popular e o
conhecimento científico, apesar de não apresentarem semelhanças
em todas as características, são parecidos em vários aspectos:
verificabilidade, falibilidade, e exatidão. Talvez por isso, possamos
afirmar que, na maioria das vezes, o conhecimento científico parte do
conhecimento popular para encontrar respostas que o homem comum
não consegue explicar. A esse respeito, convém lembrar aqui o
conceito de “grade do conhecimento”, conforme explicitado por
Stewart (1998), e adaptado no Quadro 2 abaixo:

QUADRO 2: GRADE DO CONHECIMENTO

CONDIÇÕES EU SEI EU NÃO SEI


EU SEI Eu sei que sei Eu sei que não sei
EU NÃO SEI Eu não sei que sei Eu não sei que não sei
Fonte: Adaptado de Stewart (1998).

A partir das suas observações do dia-a-dia e com base nas


suas experiências de vida, o elemento popular sabe sobre
determinados fenômenos, como, por exemplo, se vai ou não vai
chover, mas não consegue explicar, nem tampouco justificar, o
porquê do seu conhecimento. O cientista, no entanto, com base na
pesquisa, baseada em métodos, explica e demonstra o resultado das
suas afirmações. Nesse sentido, podemos dizer que o primeiro está
na condição de “eu não sei que sei”, enquanto o segundo assume a
condição de “eu sei que sei”.
Não se deve afastar a hipótese de que os cientistas também
podem (e geralmente estão) na condição do “eu sei que não sei”,
recorrendo-se à máxima eternizada por Sócrates de “Só sei que nada
sei” – já que, em ciência, coisa alguma pode ser considerada como
definitiva. Da mesma forma, o elemento popular, sem convicções, e
que emite opiniões apenas com base no “achismo”, pode ser
enquadrado no segundo quadrante do quadro acima, ou seja, no “eu
não sei que não sei”.
16
Ainda podemos afirmar que a “situação” do terceiro quadrante
do quadro acima referenciado corresponde ao “conhecimento
explícito” e que a “situação” do primeiro quadrante corresponde ao
“conhecimento tácito”. Por outro lado, as “situações” dos segundo e
quarto quadrantes correspondem às “lacunas do conhecimento”.

17
CAPÍTULO II
MÉTODOS CIENTÍFICOS

Método, em síntese, é o caminho pelo qual se atinge um


objetivo, pois, sendo uma palavra de origem grega, quer dizer
literalmente “conforme o caminho”. Ou seja: agir com método significa
proceder conforme um roteiro racionalmente preestabelecido. O
método é um processo intelectual de abordagem de qualquer
problema mediante a análise prévia e sistemática de todas as vias
possíveis de acesso à sua solução. Assim, se opõe a um modo de
trabalhar confiado exclusivamente na improvisação ou na inspiração
repentista.
Embora muitos ramos do estudo não empreguem métodos
científicos, as ciências só são consideradas como tal porque
necessariamente os empregam. Por isso, a afirmação de Lakatos e
Marconi (1991, p. 39), de que “não há ciência sem o emprego de
métodos científicos”.
José Carlos Köche (1997), sugere dividir o estudo da ciência
em três períodos históricos, associando-se a eles os diversos
métodos científicos: Ciência Grega, que vai do século VII a. C. até o
final do século XVI; Ciência Moderna, que vai do século XVII até o
século XIX; e ciência Contemporânea, que surge a partir do século
XX.
Embora a ideia de método seja bastante antiga, conforme se
pode verificar nos trabalhos de Platão, Arquimedes e Aristóteles e,
mais especificamente, no pensamento de Galileu Galilei – que não
aceitava as observações puras e as conclusões filosóficas arbitrárias
–, o conceito de método científico passa a se consolidar a partir do
século XVII com as posições de Francis Bacon e de Renè Decartes.
Bacon passou para história como o criador do método
indutivo que “consiste em concluir o geral do particular que é obtido
pela experiência e observação” (RICHARDSON, 1999, p. 22). A
aplicação do método desenvolvido por Bacon deveria seguir os
seguintes passos:
 Experimentação: fase de observação e experimentos
(coleta de informações);
 Formulação de Hipóteses: explicação das relações
causais, após a experimentação;
18
 Repetição da Experimentação: neste caso, por outros
cientistas e, de preferência, em outros lugares;
 Repetição do Experimento: desta feita para teste das
hipóteses; e
 Formulação das Generalizações e Leis: enunciação da lei
e generalização para fenômenos da mesma espécie.

De modo contrário, Decartes sugeriu o método dedutivo que


significa partir do geral para o particular. Na qualidade de filósofo e
matemático francês, considerado o fundador da Filosofia Moderna,
descreve, no seu livro O Discurso do Método, os principais preceitos
do seu método filosófico, também denominado de método cartesiano,
e que são os seguintes, conforme disposto em Chiavenato (1983):

 Princípio da Dúvida Sistemática ou da Evidência: consiste


em não aceitar como verdadeira coisa alguma, enquanto
não se souber com evidência, ou seja, clara e
distintamente, aquilo que é realmente verdadeiro. Com
essa dúvida sistemática, evita-se a prevenção e a
precipitação, aceitando-se apenas como certo aquilo que
seja evidentemente certo;
 Princípio da Análise da Decomposição: consiste em dividir
e decompor cada dificuldade ou problema, em tantas
partes quantas sejam possível e necessário à sua melhor
adequação e solução, e resolvê-las cada uma
separadamente;
 Princípio da Síntese ou da Composição: consiste em
conduzir ordenadamente os nossos pensamentos e o
nosso raciocínio, começando pelos objetivos mais fáceis e
simples de se conhecer, para caminharmos gradualmente
aos mais difíceis; e
 Princípio da Enumeração ou da Verificação: consiste em
fazer, em tudo, recontagens, verificações ou revisões tão
gerais que se fique seguro de nada haver omitido ou
deixado de lado.

Em resumo, as características básicas que distinguem os dois


métodos (indutivo e dedutivo) são as seguintes (Quadro 3):

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QUADRO 3: CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DOS MÉTODOS

MÉTODO INDUTIVO MÉTODO DEDUTIVO

Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão


Se todas as premissas são verdadeiras, a
é provavelmente verdadeira, mas não
conclusão deve ser verdadeira.
necessariamente verdadeira.
Toda a informação ou conteúdo factual da
A conclusão encerra informação que não estava,
conclusão estava, pelo menos implicitamente, nas
nem implicitamente, nas premissas.
premissas.
Fonte: Lakatos e Marconi (1991, p. 57).

Por outro lado, de acordo com Vergara (1998, p. 12), “há três
grandes métodos (científicos): hipotético-dedutivo (positivismo),
fenomenológico, e dialético”. O Método hipotético-dedutivo, “deduz
alguma coisa a partir da formulação de hipóteses que são testadas, e
busca regularidades e relacionamentos causais entre elementos”. O
método fenomenológico, ao contrário do método hipotético-dedutivo,
afirma que “algo só pode ser entendido a partir do ponto de vista das
pessoas que o estão vivendo e experimentando”. Por sua vez, o
método dialético “vê as coisas em constante fluxo e transformação.
Seu foco é o processo. Dentro dele, o entendimento de que a
sociedade constrói o homem e, ao mesmo tempo, é por ele
construída” (VERGARA, 1998, p. 13).
A respeito desses métodos, Richardson (1999) estabelece a
comparação das suas principais características, conforme se pode
ver no Quadro 4 a seguir:

QUADRO 4: CARACTERÍSTICAS DE ALGUNS MÉTODOS CIENTÍFICOS


MÉTODO
MÉTODO MÉTODO
CARACTERÍSTICAS HIPOTÉTICO-
FENOMENOLÓGICO DIALÉTICO
DEDUTIVO
- Matéria em
- Ordem do universo movimento
Visão de mundo - Ordem estrutural
- Leis naturais - União dos
contrários
- O indivíduo
- Importância do - Sem visão definida - Ser histórico e
Visão do Homem
sujeito - Estrutural social
- Individualidade
- Sistema - Classes
Visão da Sociedade - Estrutura social
funcional- social antagônicas
- Objetiva;
Visão da Realidade - Empirista - Subjetiva
- Histórica
- Compreender a
Objetivo da Pesquisa - Testar teorias - Procurar elementos essência dos
fenômenos
- Elementos e
Objeto de Estudo - Elementos - Relações entre elementos relações entre
eles
Método Científico - Indutivo; Dedutivo - Estruturalista - Dialético
Fonte: Richardson (1999, p. 54).
20
Os métodos científicos, brevemente mencionados aqui, podem
ser utilizados pelas pessoas interessadas em elaborar pesquisas
científicas. Esse será o seu quadro de referência, a partir de como
elas vêem o ser humano, a sociedade e o mundo em geral, pois,
como afirmam Barros e Lehfeld (2003, p. 51), “a linha filosófica,
religiosa, política e ideológica de um autor, pesquisador ou estudioso,
serve de referência para diferenciar o modo de pensar das pessoas”.

21
CAPÍTULO III
MODALIDADES DE TRABALHOS TÉCNICO-CIENTÍFICOS

Diversas são as modalidades de apresentação escrita de uma


ideia ou conjunto de ideias a respeito de uma observação ou
constatação técnico-científica. Entre tantos, selecionamos os
seguintes, que também podem ser considerados como produção
acadêmica:

1. CONTO

O Conto é uma narrativa breve, desenrolando um só incidente


predominante e um só personagem principal. Contém um só assunto,
cujos detalhes são tão comprimidos e o conjunto do tratamento tão
organizado, que produzem uma só impressão.
Trata-se de uma designação que damos à forma narrativa de
menor extensão e que se diferencia do romance e da novela não só
pelo seu tamanho, mas também por possuir características estruturais
próprias. Ele possui os mesmos componentes do romance, mas evita
análises, complicações do enredo e o tempo e o espaço são muito
bem delimitados. O conto é uma narrativa linear, que não se
aprofunda no estudo da psicologia das personagens nem nas
motivações de suas ações. O conto precisa de tensão, ritmo, o
imprevisto dentro dos parâmetros previstos, unidade, compactação,
concisão, conflito, início meio e fim; o passado e o futuro têm
significado menor. O flashback pode acontecer, mas só se
absolutamente necessário, mesmo assim da forma mais curta
possível.

2. CRÍTICA

A Crítica é um comentário sobre determinado tema,


geralmente da esfera artística ou cultural, com o propósito de informar
ao leitor sob uma perspectiva não só descritiva, mas também de
avaliação.
A crítica é feita pelo crítico, jornalista ou profissional
especializado da área, que entra em contato com o produto a ser
criticado e redige matérias ou artigos apresentando uma valoração do

22
objeto analisado. Em geral, o crítico não pode apresentar uma
avaliação puramente subjetiva, mas também deve apresentar
descrição de aspectos objetivos que dêem sustentação a seus
argumentos. Tipos de crítica: Literária, Arte, Cinema, Música, Teatro,
TV, Gastronomia, Conceituação Fisolófica etc.

3. ENSAIO

O Ensaio é um texto literário breve, situado entre o poético e o


didático, que expõe ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a
respeito de certo tema. Não requer comprovação científica.
Num ensaio, não se pode limitar a dar apenas uma opinião.
Também temos de avançar com argumentos e de responder aos
argumentos contrários. Caso não seja possível defender uma das
partes, devemos dizer, de forma argumentada, o porquê. A melhor
maneira de titular o ensaio é apresentar o mais claramente possível o
problema que se vai tratar. E a melhor maneira de fazer isso é colocar
uma pergunta. A estrutura de um ensaio pode ser a seguinte:

 Formular o problema e esclarecer de forma rigorosa o que


está em causa.
 Mostrar a importância do problema.
 Apresentar o mais claramente possível a tese que se quer
defender.
 Apresentar os argumentos a favor dessa proposição.
 Apresentar as principais objeções ao que acabou de ser
defendido.
 Responder às objeções e tirar as suas conclusões.

4. RESENHA

A Resenha é um tipo de resumo crítico, contudo mais


abrangente do que a Crítica. Permite comentários e opiniões, inclui
julgamento de valor, comparação com outras obras da mesma área e
avaliação da relevância da obra em relação às outras do mesmo
gênero. Sua estrutura pode ser a seguinte:

23
 Descrição física da obra: título da obra; tipo da obra
(livro, revista ou texto); autor(es); local da publicação;
editora; data.
 Dados sobre o(s) autor(es): resumo biográfico do(s)
autor(es).
 Resumo da obra: síntese do conteúdo e da mensagem da
obra.
 Referências utilizadas: análise da adequação e
atualização da bibliografia mencionada na obra.
 Apreciação: avaliação crítica da obra.

5. ARTIGO E PAPER

O Artigo é um “escrito que trata de determinado assunto,


destinado a uma publicação, geralmente periódica” (MARTINS, 2002,
p. 19). Resulta de pesquisa científica e, conforme a ABNT, é “parte de
uma publicação com autoria declarada, que apresenta e discute
ideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas
do conhecimento”.
O Paper, por sua vez, é um pequeno artigo científico,
elaborado sobre determinado tema ou resultado de um projeto de
pesquisa para comunicação em congressos e reuniões científicas,
sujeito a sua aceitação por julgamento.
De acordo com a NBR6022, da ABNT, um artigo científico
deve ter a seguinte estrutura, seja ele de revisão bibliográfica ou
oriundo de uma pesquisa de campo:

 Título e nome do(s) autor(es)


 Resumo e palavras-chave (língua do texto)
 Desenvolvimento
 Título em língua estrangeira
 Resumo e palavras-chave (língua estrangeira)
 Referências

6. PROJETO DE PESQUISA

O Projeto de Pesquisa é um documento que descreve os


planos, fases e procedimentos de um processo de investigação

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científica a ser realizado. Pela sua relevância para os propósitos
deste livro, o processo de elaboração do projeto de pesquisa está
contemplado no capítulo “Planejamento da Pesquisa”, adiante.

7. RELATÓRIOS DE PESQUISA

Os Relatórios de Pesquisa são documentos que expressam os


resultados de uma pesquisa. Quando se referem a Trabalhos de
Conclusão de Cursos (TCC), recebem várias denominações:
monografias, projetos experimentais, dissertações, teses etc.

8. LIVRO

O Livro, conforme a NBR6029, da ABNT, é uma publicação


não periódica que contém acima de 49 páginas, excluídas as capas,
e que é objeto de Número Internacional Normalizado para Livro
(ISBN).

Além dos trabalhos anteriormente mencionados, poderíamos


citar também, conforme Martins (2002, p. 19), os Trabalhos
Acadêmicos que são “documentos que, apoiados em bibliografia
específica, descrevem reunião, análise e discussão sobre
determinado assunto”, e os Relatórios Técnico-científicos que
“relatam formalmente os resultados ou progressos obtidos em
investigação de pesquisa e desenvolvimento ou descrevem a
situação de uma questão técnica ou científica”.
Vale salientar ainda que, durante a sua trajetória acadêmica,
os estudantes dos cursos de graduação e de pós-graduação se vêem
compelidos a elaborar artigos para publicação em congressos e
revistas científicas, muitos deles originados dos projetos e trabalhos
elaborados ao longo de sua formação.

25
CAPÍTULO IV
FORMATAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS: O QUE DIZ
A ABNT

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por


meio da Norma ABNT NBR 14724:2011, especifica os princípios
gerais para a elaboração de trabalhos acadêmicos, visando sua
apresentação às diversas instituições, em bancas e comissões
examinadoras ou outros eventos afins.

1. REGRAS GERAIS DE APRESENTAÇÃO

1.1 – Formato

Os textos devem ser digitados ou datilografados em cor preta,


podendo utilizar outras cores somente para as ilustrações. Se
impresso, utilizar papel branco ou reciclado, no formato A4 (21 cm ×
29,7 cm).
Os elementos pré-textuais devem iniciar no anverso da folha,
com exceção dos dados internacionais de catalogação-na-publicação
que devem vir no verso da folha de rosto. Recomenda-se que os
elementos textuais e pós-textuais sejam digitados ou datilografados
no anverso e verso das folhas.
Recomenda-se, quando digitado, a fonte tamanho 12 para
todo o trabalho, inclusive capa, excetuando-se citações com mais de
três linhas, notas de rodapé, paginação, dados internacionais de
catalogação-na-publicação, legendas e fontes das ilustrações e das
tabelas, que devem ser em tamanho menor e uniforme (sugere-se
tamanho 10).

1.2 – Margens

As margens devem ser: para o anverso, esquerda e superior


de 3 cm e direita e inferior de 2 cm; para o verso, direita e superior de
3 cm e esquerda e inferior de 2 cm.

26
1.3 – Espaçamento

Todo texto deve ser digitado ou datilografado com


espaçamento 1,5 entre as linhas, excetuando-se as citações de mais
de três linhas, notas de rodapé, referências, legendas das ilustrações
e das tabelas, natureza (tipo do trabalho, objetivo, nome da instituição
a que é submetido e área de concentração), que devem ser digitados
ou datilografados em espaço simples. As referências, ao final do
trabalho, devem ser separadas entre si por um espaço simples em
branco.
Na folha de rosto e na folha de aprovação, o tipo do trabalho,
o objetivo, o nome da instituição e a área de concentração devem ser
alinhados do meio da mancha gráfica para a margem direita.

1.4 – Paginação

Todas as folhas do trabalho, a partir da folha de rosto (a Capa


é apenas a proteção do trabalho, por isso não deve ser contada),
devem ser contadas sequencialmente, mas não numeradas.
A numeração é impressa a partir da Introdução, que é a
primeira folha da parte textual, em algarismos arábicos até a última
folha do trabalho, incluindo os apêndices e anexos, no canto superior
da folha, a 2 cm da borda superior.
Quando o trabalho for digitado ou datilografado em anverso e
verso, a numeração das páginas deve ser colocada no anverso da
folha, no canto superior direito; e no verso, no canto superior
esquerdo.

1.5 – Numeração Progressiva

Elaborada conforme a ABNT NBR 6024, a numeração


progressiva deve ser utilizada para evidenciar a sistematização do
conteúdo do trabalho. Destacam-se gradativamente os títulos das
seções, utilizando-se os recursos de negrito, itálico ou sublinhado e
outros, no sumário e, de forma idêntica, no texto.
Os títulos das seções primárias, por serem as principais
divisões de um texto, devem iniciar em folha distinta. O indicativo
numérico da seção precede seu título, alinhado à esquerda, separado
por um espaço.
27
Os títulos, sem indicativo numérico – errata, agradecimentos,
lista de ilustrações, lista de abreviaturas e siglas, lista de símbolos,
resumos, sumário, referências, glossário, apêndices, anexos e índice
– devem ser centralizados, conforme a ABNT NBR 6024.

1.6 – Citações

As citações devem ser apresentadas conforme a ABNT NBR


10520.

 Nas citações, as chamadas pelo sobrenome do autor, pela


instituição responsável ou título incluído na sentença devem
ser em letras maiúsculas e minúsculas e, quando estiverem
entre parênteses, devem ser em letras maiúsculas.

Exemplos:
A ironia seria assim uma forma implícita de heterogeneidade
mostrada, conforme a classificação proposta por Authier-Reiriz
(1982).
“Apesar das aparências, a desconstrução do logocentrismo
não é uma psicanálise da filosofia [...]” (DERRIDA, 1967, p. 293).

 Especificar no texto a(s) página(s), volume(s), tomo(s) ou


seção(ões) da fonte consultada, nas citações diretas.
Este(s) deve(m) seguir a data, separado(s) por vírgula e
precedido(s) pelo termo, que o(s) caracteriza, de forma
abreviada. Nas citações indiretas, a indicação da(s)
página(s) consultada(s) é opcional.

Exemplos:
A produção de lítio começa em Searles Lake, Califórnia, em
1928 (MUMFORD, 1949, p. 513).
Oliveira e Leonardo (1943, p. 146) dizem que a "[...] relação da
série São Roque com os granitos porfiróides pequenos é muito clara."

 As citações diretas, no texto, de até três linhas, devem


estar contidas entre aspas duplas. As aspas simples são
utilizadas para indicar citação no interior da citação.

28
Exemplos:
Barbour (1971, p. 35) descreve: “O estudo da morfologia dos
terrenos [...] ativos [...]”
Ou
“Não se mova, faça de conta que está morta.” (CLARAC;
BONNIN, 1985, p.72).

 As citações diretas, no texto, com mais de três linhas,


devem ser destacadas com recuo de 4 cm da margem
esquerda, com letra menor que a do texto utilizado e sem
as aspas. No caso de documentos datilografados, deve-se
observar apenas o recuo. Exemplo:

A teleconferência permite ao indivíduo participar de um encontro


nacional ou regional sem a necessidade de deixar seu local de
origem. Tipos comuns de teleconferência incluem o uso da
televisão, telefone, e computador. Através de áudio-conferência,
utilizando a companhia local de telefone, um sinal de áudio pode
ser emitido em um salão de qualquer dimensão. (NICHOLS,
1993, p. 181).

 Devem ser indicadas as supressões, interpolações,


comentários, ênfase ou destaques, do seguinte modo:

a) supressões: [...]
b) interpolações, acréscimos ou comentários: [ ]
c) ênfase ou destaque: grifo ou negrito ou itálico.

 Quando se tratar de dados obtidos por informação verbal


(palestras, debates, comunicações etc.), indicar, entre
parênteses, a expressão “informação verbal”,
mencionando-se os dados disponíveis, em nota de rodapé.

Exemplo: No texto:
O novo medicamento estará disponível até o final deste
semestre (informação verbal)3.

3
Notícia fornecida por John A. Smith no Congresso Internacional de Engenharia
Genética, em Londres, em outubro de 2001.
29
 Na citação de trabalhos em fase de elaboração, deve ser
mencionado o fato, indicando-se os dados disponíveis, em
nota de rodapé.

Exemplo: No texto:

Os poetas selecionados contribuíram para a consolidação


da poesia no Rio Grande do Sul, séculos XIX e XX (em
fase de elaboração)4.
 Para enfatizar trechos da citação, deve-se destacá-los
indicando esta alteração com a expressão “grifo nosso”
entre parênteses, após a chamada da citação, ou “grifo do
autor”, caso o destaque já faça parte da obra consultada.

Exemplos:
“[...] para que não tenha lugar a producção de degenerados,
quer physicos quer moraes, misérias, verdadeiras ameaças à
sociedade.” (SOUTO, 1916, p. 46, grifo nosso).

“[...] b) desejo de criar uma literatura independente, diversa, de


vez que, aparecendo o classicismo como manifestação de passado
colonial [...]” (CANDIDO, 1993, v. 2, p. 12, grifo do autor).

 Quando a citação incluir texto traduzido pelo autor, deve-


se incluir, após a chamada da citação, a expressão
tradução nossa, entre parênteses.

Exemplo:

“Ao fazê-lo pode estar envolto em culpa, perversão, ódio de si


mesmo [...] pode julgar-se pecador e identificar-se com seu pecado.”
(RAHNER, 1962, v. 4, p. 463, tradução nossa).

4
Poetas rio-grandenses, de autoria de Elvo Clemente, a ser editado pela EDIPUCRS,
2002.
30
1.7 – Siglas

Quando a sigla aparece pela primeira vez no texto, a forma


completa do nome precede a sigla, colocada entre parênteses.

Exemplo: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

1.8 – Equações e Fórmulas

Para facilitar a leitura, devem ser destacadas no texto e, se


necessário, numeradas com algarismos arábicos entre parênteses,
alinhados à direita. Na sequência normal do texto, é permitido o uso
de uma estrelinha maior que comporte seus elementos (expoentes,
índices e outros).

1.9 – Ilustrações

Qualquer que seja o tipo de ilustração, sua identificação


aparece na parte superior, precedida da palavra designativa
(desenho, esquema, fluxograma, fotografia, gráfico, mapa,
organograma, planta, quadro, retrato, figura, imagem, entre outros),
seguida de seu número de ordem de ocorrência no texto, em
algarismos arábicos, travessão e do respectivo título. Após a
ilustração, na parte inferior, indicar a fonte consultada (elemento
obrigatório, mesmo que seja produção do próprio autor), legenda,
notas e outras informações necessárias à sua compreensão (se
houver). A ilustração deve ser citada no texto e inserida o mais
próximo possível do trecho a que se refere.

1.10 – Tabelas

As tabelas apresentam informações tratadas estaticamente,


conforme Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 1993),
devendo-se, sempre, mencionar a fonte de onde foi extraída a
informação. Exemplo de Tabela:

31
Tabela 1 – Área e produção de maçã no Brasil em 2004.
Unidade da Área Produção Participação
Federação (há) (t) (%)
Santa Catarina 17.644 58.205 59,5
Rio Grande do Sul 13.447 533.140 36,03
Paraná 1.694 41.297 4,21
São Paulo 150 1.875 0,19
Minas Gerais 58 686 0,07
Total 32.993 980.203 100,00
Fonte: IBGE (2006, p.58)

Exemplo de Gráfico:

Gráfico 3 – Idade dos Entrevistados

Fonte: IBGE (1996, p.56)

2. ESTRUTURA

A estrutura da tese, dissertação ou de um trabalho acadêmico


compreende: elementos pré-textuais, elementos textuais e elementos
pós-textuais.

2.1 – Elementos pré-textuais

2.1.1 – Capa

Elemento obrigatório. A capa é a proteção física externa do


trabalho. Deve conter dados que permitam a correta identificação do
trabalho, na seguinte ordem:

32
a) Nome da instituição onde está sendo apresentado o trabalho
(canto superior e todo em maiúsculo);
b) Curso ao qual está sendo apresentado o trabalho (abaixo do
nome da instituição, também centralizado e todo em
maiúsculo);
c) Nome do autor, caso seja um grupo, deve-se respeitar a
ordem alfabética;
d) Título e subtítulo (se houver) do trabalho (centro da página e
com dois pontos separando o título do subtítulo);
e) Número de volumes (se houver mais de um, deve constar em
cada capa a especificação do respectivo volume);
f) Local (cidade) da instituição onde deve ser apresentado;
g) Data, ano da entrega do trabalho (canto inferior da página,
centralizado).

UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO – UPE


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE
EMPRESAS COM ÊNFASE EM MARKETING DE MODA

33
2.1.2 – Folha de Rosto

Deverá conter os mesmos elementos da capa, acrescidos de


informações complementares, necessárias à perfeita identificação do
trabalho:

a) Nome do autor (Canto superior e centralizado);


b) Título e subtítulo (se houver) do trabalho;
c) Número de volumes (se houver mais de um, deve constar em
cada folha de rosto a especificação do respectivo volume)
d) Indicação da natureza acadêmica do trabalho (TCC,
dissertação, tese) e do objetivo (aprovação em disciplina, grau
pretendido), em texto corrido, justificado e com recuo de
7,5cm;
e) Nome do professor da disciplina ou orientador;
f) Local (cidade) da instituição, mês e ano da entrega do trabalho
(Canto inferior da página e centralizado).

Trabalho de Conclusão
de Curso apresentado
como requisito parcial
para obtenção do título
de Bacharel em
Administração, pelo
Curso de
Administração com
Ênfase em Marketing
Recuo de 7,5 cm de Moda da
Universidade de
Pernambuco.

Professor/Orientador:

34
2.1.3 – Sumário

Elemento obrigatório. É a lista de toda a matéria constante de


um texto. Último elemento pré-textual, que enumera os principais
capítulos (seções) e subcapítulos (subseções) e outras partes de uma
publicação, as quais são acompanhadas do(s) respectivo(s)
número(s) da(s) página(s), na mesma ordem e grafia que aparecem
no trabalho.
Havendo mais de um volume, em cada um deve constar o
sumário completo do trabalho, conforme a ABNT NBR 6027.
Os elementos do Sumário devem estar dispostos da seguinte
maneira:
a) A palavra Sumário deve ser centralizada, escrita com letras
maiúsculas, em negrito;
b) As seções devem ser enumeradas em algarismos arábicos
(1,2,3...), a partir da introdução;
c) Os elementos pré-textuais (capa, folha de rosto) NÃO DEVEM
aparecer no sumário;
d) O indicativo da seção deve ser alinhado na margem esquerda,
precedendo o título, dele separado por um espaço.
Recomenda-se que sejam alinhados pela margem do título do
indicativo mais extenso;
e) O título de cada seção deve ser digitado com o mesmo tipo de
letra em que aparece no corpo do texto;
f) Não se utilizam pontos, hífen, travessão ou qualquer sinal
após o indicativo de seção ou de título;
SUMÁRIO

35
2.2 – Elementos textuais

Constituídos de três partes fundamentais:

 Introdução: parte inicial do texto, onde devem constar a


delimitação do assunto tratado, objetivos de pesquisa e
outros elementos necessários para situar o tema do
trabalho.
 Desenvolvimento: parte principal do texto, que contém a
exposição ordenada e pormenorizada do assunto. Divide-
se em seções e subseções, que variam em função da
abordagem do tema e do método.
 Conclusão: parte final do texto, na qual se apresentam
conclusões correspondentes aos objetivos ou hipóteses.

2.3 – Elementos pós-textuais

2.3.1 Referências

Elemento obrigatório, elaborado segundo a ABNT NBR 6023.


É a indicação de todas as fontes efetivamente, utilizadas no projeto.
Os elementos de referência são retirados, normalmente, da
folha de rosto dos documentos (livros, por exemplo).

Devem-se observar as seguintes regras:

a) A pontuação deve ser uniforme para todas as referências;

b) O título deve ser destacado de forma uniforme, em todas as


referências de um mesmo documento;

c) Deve-se sempre respeitar a seguinte ordem dos elementos


essenciais:
Autor, Título: subtítulo. Edição. Local: Editora, Data de edição.

36
2.3.2 – Glossário

Relação de palavras ou expressões técnicas de uso restrito ou


de sentido obscuro, utilizadas no texto, acompanhadas das
respectivas definições. A inclusão desse elemento é uma opção do
autor.
2.3.3 – Apêndice

Texto ou documento elaborado pelo autor, a fim de


complementar sua argumentação, sem prejuízo da unidade nuclear
do trabalho. A inclusão desse elemento é uma opção do autor.

2.3.4 – Anexo

Texto ou documento não elaborado pelo autor, que serve de


fundamentação, comprovação e ilustração. A inclusão desse
elemento é uma opção do autor.

2.3.5 – Índice

Lista de palavras ou frases, ordenadas segundo determinado


critério, que localiza e remete para as informações contidas no texto.
A inclusão desse elemento é uma opção do autor. Basicamente
existem dois tipos de índices comumente usados: o índice
onomástico – que relaciona em ordem alfabética os nomes dos
autores citados no trabalho, indicando as respectivas páginas em que
aparecem, e o índice remissivo – que relaciona os assuntos em maior
nível de detalhe, por ordem alfabética, indicando as respectivas
páginas em que são abordados.

3. OUTRAS NORMAS IMPORTANTES

Relacionamos no Quadro 5 a seguir, oito normas do elenco da


ABNT que complementam os procedimentos anteriormente descritos
e orientam sobre a elaboração dos seguintes trabalhos acadêmicos e
seus elementos:

 Artigos científicos;
 Referências;
37
 Sistema de numeração de seções em documentos;
 Sumários;
 Resumos;
 Citações;
 Relatórios técnico-científicos, e
 Projetos de pesquisa.

QUADRO 5: NORMAS SELECIONADAS DA ABNT.


NORMA CONTEÚDO/FINALIDADE
Estabelece um sistema para a apresentação dos elementos que
NBR6022
constituem o artigo em publicação periódica científica impressa.
Estabelece os elementos a serem incluídos em referências. Fixa a
ordem dos elementos das referências e estabelece convenções
para transcrição e apresentação da informação originada do
NBR6023 documento e/ou outras fontes de informação. Destina-se a orientar
a preparação e compilação de referências de material utilizado
para a produção de documentos e para inclusão em bibliografias,
resumos, resenhas, recensões e outros.
Estabelece um sistema de numeração progressiva das seções de
documentos escritos, de modo a expor numa sequência lógica o
inter-relacionamento da matéria e a permitir sua localização.
NBR6024 Aplica-se à redação de todos os tipos de documentos escritos,
independentemente do seu suporte, com exceção daqueles que
possuem sistematização própria (dicionários, vocabulários etc.) ou
que não necessitam de sistematização (obras literárias em geral).
Estabelece os requisitos para apresentação de sumário de
NBR6027 documentos que exijam visão de conjunto e facilidade de
localização das seções e outras partes.
NBR6028 Estabelece os requisitos para redação e apresentação de resumos.
Especifica as características exigíveis para apresentação de
NBR10520
citações em documentos.
Fixa as condições exigíveis para a elaboração e a apresentação de
relatório técnico e/ou científico. Conquanto não sejam objeto desta
norma outros tipos de relatórios (administrativos, de atividades,
NBR10719
entre outros), é opcional sua aplicação, quando oportuna. Nesse
caso, os documentos devem sujeitar-se, tanto quanto possível, ao
disposto nesta norma.
Estabelece os princípios gerais para apresentação de projetos de
NBR15287
pesquisa.
Fonte: ABNT

38
39
PROCESSO DE PESQUISA

Esta seção tem por objetivo demonstrar para o leitor como


realizar uma pesquisa científica. Para isso, os seguintes assuntos são
abordados:

 O que é pesquisa e como as pesquisas são


classificadas;
 Como planejar uma pesquisa;
 Como realizar uma pesquisa, e
 Como divulgar os resultados de uma pesquisa.

Especialmente no segundo e no quarto itens desta seção,


apresentam-se vários esboços de projetos de pesquisa, bem como
duas formas de divulgação dos resultados de pesquisa: sob a forma
de artigo e sob a forma de slides. Esse conteúdo, vale salientar, foi
elaborado por diversas equipes de alunos matriculados no 1º e no 2º
períodos do curso de Administração da UPE/Campus Caruaru,
durante o segundo semestre de 2009, como resultado de trabalhos
desenvolvidos nas disciplinas “Metodologia da Pesquisa” e “Projeto
Experimental”.

40
41
CAPÍTULO I
CONCEITOS E TIPOS DE PESQUISA

O interesse por pesquisa deve ser inerente a toda pessoa


preocupada em solucionar problemas de modo racional e sistemático
– e não apenas com base no senso comum. De acordo com Barros e
Lehfeld (2003), podemos relacionar alguns motivos que determinam a
importância da pesquisa, como por exemplo, no campo da
Administração: realização de estudos para a definição de
diagnósticos que auxiliem na projeção de estratégias e de
organização do trabalho; busca de alternativas para o aumento da
produtividade e da lucratividade; conhecimento da clientela, do nível
de concorrência e do perfil da demanda – como nas pesquisas de
mercado.
No entanto, vale salientar que o “êxito na realização de uma
pesquisa pode depender fundamentalmente de certas qualidades
intelectuais e sociais do pesquisador”, conforme elenca Gil (2002, p.
18):

 Conhecimento do assunto a ser pesquisado;


 Curiosidade e criatividade;
 Integridade intelectual e atitude autocorretiva;
 Sensibilidade social;
 Imaginação disciplinada;
 Perseverança e paciência; e
 Confiança na experiência.

A fim de facilitar o trabalho do iniciante em pesquisa, torna-se


conveniente classificar as pesquisas com base em seus objetivos
gerais. Conforme sugere Gil (2002, p. 41), “é possível classificar as
pesquisas em três grandes grupos: exploratórias, descritivas e
explicativas”.
As pesquisas exploratórias visam a familiarização com o
problema e são, geralmente, do tipo “estudo de caso” e “bibliográfica”.
As pesquisas descritivas caracterizam determinado fenômeno,
estabelecendo relações entre variáveis e são, geralmente, do tipo
“pesquisas de levantamento”. As pesquisas explicativas, por sua vez,
oferecem resultados que são a base do conhecimento científico, uma

42
vez que a sua preocupação é identificar os fatores que determinam
ou que contribuem para a ocorrência de determinados fenômenos.
Diversas outras classificações são propostas por outros
autores, sempre atreladas a determinados critérios e cuja divisão
“obedece a interesses, condições, campos, metodologia, situações,
objetivos, objetos de estudos etc.” (LAKATOS; MARCONI, 1999, p.
21).
Vergara (1998), por exemplo, aponta os seguintes tipos de
pesquisas que podem ser realizadas em função da sua finalidade e
dos procedimentos escolhidos (Fig. 2):

FIG. 2: TIPOS DE PESQUISAS QUANTO À FINALIDADE E AOS


PROCEDIMENTOS

 Teórica
Quanto à  Metodológica
finalidade  Empírica
 Descritiva

Tipos de
Pesquisas

 De Campo
Quanto aos  De Laboratório
Procedimentos  Bibliográfica
 Estudo de caso

Fonte: Adaptado de Vergara (1998).

A pesquisa teórica tem por objetivo esclarecer discussões de


temas teóricos, ampliando o conhecimento desses assuntos.
Exemplo: testar uma teoria. A pesquisa metodológica relaciona-se a
maneiras para se atingir determinado objetivo. Exemplo: Descobrir
um meio para se verificar o grau de burocratização de uma empresa.
As pesquisas empíricas levantam dados geralmente para a
comprovação de hipóteses ou para dar respostas a questões de
pesquisa. Exemplo: descobrir mecanismos que diminuam o índice de
acidentes de trabalho. E as pesquisas descritivas objetivam descrever
objetos, produtos etc., a partir de indicadores, a exemplo de
43
percentuais, curvas de normalidade e outros, sendo muito utilizadas
em estudos de marketing. Exemplo: pesquisas de opinião sobre
produtos ou serviços.
As pesquisas de campo são realizadas pelo pesquisador no
local de ocorrência do fenômeno. As pesquisas de laboratório são
feitas em locais que simplificam ou simulam o local de ocorrência do
fenômeno. As pesquisas bibliográficas são feitas com base em livros,
revistas, jornais e vários materiais impressos ou sonoros, inclusive a
rede mundial de computadores. E o estudo de caso é a pesquisa
voltada para explicar uma realidade específica.
A partir das considerações feitas por Zanella (2009), podemos
também identificar os diversos tipos de pesquisa a partir do método
utilizado, dos objetivos e dos procedimentos a serem adotados na
pesquisa, conforme resumimos no Quadro 6 abaixo:

QUADRO 6: TIPOS DE PESQUISAS QUANTO AO MÉTODO, AOS OBJETIVOS E


AOS PROCEDIMENTOS.
CLASSIFICAÇÃO PESQUISA CONCEITO
Considera a existência de uma relação dinâmica
Quanto ao Qualitativa entre mundo real e sujeito. É descritiva e utiliza o
método e à forma método indutivo. O processo é o foco principal.
de abordar o Traduz em números opiniões e informações para
problema Quantitativa classificá-los e organizá-los. Utiliza métodos
estatísticos.
Amplia o conhecimento a respeito de um
Exploratória determinado fenômeno. Antecede a pesquisa
Quanto aos descritiva.
objetivos da
Descreve com exatidão os fatos e fenômenos de
pesquisa Descritiva
determinada realidade.
Explicativa Explica a razão do fato ou fenômeno social.
Fundamenta-se a partir de fontes bibliográficas
Bibliográfica
(livros e artigos científicos, principalmente).
Recorre a dados secundários, encontrados em
Documental
relatórios, documentos etc.
Sondagem Levantam e analisam dados sociais, econômicos e
Quanto aos (Surveys) demográficos (pesquisas de opinião).
procedimentos
Investiga um fenômeno dentro do seu contexto da
adotados na Estudo de caso
vida real.
coleta de dados
Busca explicar por que ocorre determinado
Experimental fenômeno da realidade, selecionando variáveis de
estudo.
Ex-post-facto Tipo de estudo realizado a partir do fato passado.
Coleta de dados em uma situação natural sem
Estudo de campo controle do pesquisador; possui pouca profundidade
e pouca amplitude.
Fonte: Adaptado de Zanella (2009).

44
Vale salientar, como lembra Vergara (1998), que os tipos de
pesquisa não são mutuamente excludentes. Assim, uma mesma
pesquisa pode ser, por exemplo, empírica, de campo e estudo de
caso.
Torna-se importante também informar os diversos tipos de
pesquisa desenvolvidos pelos institutos de pesquisa em atuação no
país (Vox Populi, Ibope, Census etc.), com diversas finalidades, entre
os quais merecem destaque:
 Pesquisa de mercado (veja apêndice deste livro);
 Pesquisa de opinião;
 Pesquisa de propaganda;
 Pesquisa de marca;
 Pesquisa de audiência;
 Pesquisas eleitorais (veja apêndice deste livro).

45
CAPÍTULO II
PLANEJAMENTO DA PESQUISA

Durante a fase de planejamento de uma pesquisa alguns


requisitos devem ficar bastante definidos: qual o problema a ser
investigado, com que objetivos se pretende fazer a investigação, qual
a base teórica que dará sustentação ao tema e quais os sujeitos que
devem participar do estudo. Esses elementos, de certa forma, estão
presentes em um documento denominado “projeto de pesquisa”, a
seguir explicitado.
Projetos de pesquisa são trabalhos que os pesquisadores (ou
futuros pesquisadores) apresentam para justificar suas intenções de
investigar determinados temas.
No entanto, os projetos de pesquisa não surgem de forma
aleatória ou fora de certos critérios técnicos - principalmente no
mundo acadêmico. Eles são elaborados a partir de determinadas
situações e obedecem, via de regra, a uma estrutura previamente
estipulada.
De acordo com Barros e Lehfeld (2003), a elaboração de um
projeto de pesquisa pode obedecer a um ciclo de acontecimentos que
pode ser sintetizado no esquema a seguir (Fig. 3):

FIG. 3: ESQUEMA PARA ELABORAÇÃO DE UM PROJETO DE PESQUISA

FORMULAÇÃO DO
PROBLEMA

PROPOSTA DO DETERMINAÇÃO DOS


ESTUDO OBJETIVOS
FORMULAÇÃO DAS
HIPÓTESES
SITUAÇÃO OU
FATO-PROBLEMA
PROCEDIMENTOS

CONCRETIZAÇÃO DA
METODOLOGIA
PROPOSTA

MEIOS

Fonte: Adaptado de Barrose Lehfeld (2003).

46
Como se vê, a ideia é que se proceda a realização de uma
pesquisa em dois grandes momentos: a proposta do estudo e a
concretização da proposta. No primeiro instante, formula-se o
problema, determinam-se os objetivos pretendidos, e formulam-se as
hipóteses – que são respostas antecipadas ao problema
estabelecido. No segundo instante, devem ser definidos os
procedimentos e técnicas adotados, bem como uma avaliação dos
meios necessários à realização da pesquisa.
Em nossa opinião, sugerimos o esquema abaixo como um
roteiro para elaborar um projeto de pesquisa (Fig. 4):

FIG. 4: ESQUEMA PARA ELABORAÇÃO DE UM


PROJETO DE PESQUISA

Efetuar pesquisa
Cursos de Verificar preliminar
Graduação áreas de
identificação

Definir tipo de
pesquisa

Escolha do
tema - Definir problema
- Determinar objetivos
- Formular hipóteses
- Definir marco teórico
- Definir metodologia
- Avaliar recursos
Cursos de Verificar
Pós- linhas de
graduação pesquisa Escrever o
projeto

Fonte: Calado (2004).

1. EXIGÊNCIAS PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS

Geralmente, os projetos de pesquisas são exigidos pelas


instituições de ensino superior aos alunos que farão trabalhos de
conclusão de curso (TCC) ou para aqueles que pretendem se
submeter a seleções para cursos de especialização ou para
programas de mestrado ou de doutorado.
Algumas instituições de ensino não exigem a apresentação de
projeto de pesquisa para selecionar candidatos para cursos lato
sensu, adotando, via de regra, outras formas de escolha, a exemplo
47
de análise curricular e de entrevistas. No entanto, o processo seletivo
para a maioria absoluta dos cursos de pós-graduação stricto sensu
exige, além de outros requisitos - como produção intelectual e
científica -, a apresentação de um projeto de pesquisa.
Projetos de pesquisa são exigidos também por todas as
instituições de ensino que mantém em sua estrutura organizacional
“núcleos de atividades científicas”, cujo maior objetivo é o de
incentivar a prática da pesquisa científica entre professores,
estudantes de graduação e de pós-graduação, valorizando a
criatividade, a organização e o pensar científico. Portanto, torna-se
extremamente importante que as pessoas decididas em fazer carreira
na vida acadêmica ou na vida profissional, na qualidade de
pesquisadoras, possam dominar a técnica de elaborar projetos de
pesquisa dentro das normas técnicas usualmente prescritas.

2. ESTRUTURA DOS PROJETOS DE PESQUISA

Ao iniciarmos a elaboração de um projeto de pesquisa,


devemos ter em mente a definição, ainda que em tópicos gerais, do
problema a investigar, dos objetivos pretendidos, das hipóteses ou
questões de pesquisa, assim como do referencial teórico relacionado
com o tema e definição dos procedimentos metodológicos a serem
adotados; nesta etapa o futuro pesquisador também deve pensar a
respeito dos recursos necessários à realização da pesquisa. A partir
daí, podemos então começar o trabalho, levando em consideração
que, em geral, um projeto de pesquisa direcionado para a realização
de trabalhos de conclusão de cursos ou para realização de cursos de
pós-graduação, pode ter a seguinte estrutura básica:

 PROLEMATIZAÇÃO
 JUSTIFICATIVA
 OBJETIVOS
 REFERENCIAL TEÓRICO
 METODOLOGIA

48
Objetivando auxiliar a elaboração correta de um projeto de
pesquisa, passamos a comentar sucintamente o conteúdo de cada
um desses elementos:

2.1 – Problematização

Um problema se constitui em alguma coisa para a qual


ainda não se encontrou uma solução. Ou seja: um problema é uma
questão não resolvida. Assim, um problema, formulado geralmente
em forma de pergunta, encontra na pesquisa a sua provável solução.
Um problema de pesquisa exige, necessariamente, a formulação de
hipóteses - que são respostas antecipadas desse problema, a serem
confirmadas ou não com a realização da pesquisa.
Segundo Samara e Barros (1997, p. 11) “a definição do
problema é o primeiro e mais importante passo do projeto de
pesquisa”, pois todas as fazes seguintes, como definição de objetivos,
formulação das hipóteses, procedimentos metodológicos etc.,
dependem de um problema bem definido.
Por isso, alguns pesquisadores, em função do tipo de trabalho
e temática a ser desenvolvida, fazem a opção de acrescentar ao
problema, questões de pesquisa, que “funcionam como um roteiro
de pesquisa” (VERGARA, 1998, p. 26). Estas, ao contrário dos
problemas de pesquisa, não requerem a construção de hipóteses.
Ainda segundo Vergara (1998), as questões de pesquisa substituem,
na prática, os objetivos intermediários (ou específicos) de uma
pesquisa.

2.2 – Justificativa

Justificar uma pesquisa significa informar ao leitor do projeto


sobre a importância que o estudo terá para o avanço da ciência e
quais as contribuições para o meio acadêmico, as empresas em geral
e para a sociedade.
Por oportuno, vale salientar que, como afirma Vieira (1999),
um tema objeto de pesquisa, para ter prestígio no meio acadêmico,
deve preencher três requisitos: ser original, importante e viável.
Diz-se que um tema é original, “quando tem um potencial
para surpreender” (VIEIRA, 1999, p. 12), ou seja, é preciso que seja

49
abordado pela primeira vez, seja inédito, novo. Noutras palavras, que
tem caráter próprio; que não procura imitar nem seguir ninguém.
Diz-se que um tema é importante “quando está, de alguma
forma, ligado a uma questão que afeta uma quantidade razoável de
pessoas e também ligado a uma questão teórica recorrente na
literatura especializada” (VIEIRA, 1999, p. 13). Ou seja, o tema
escolhido tem que despertar interesse não apenas para quem
escreve sobre ele mas, principalmente, para as pessoas que deverão
ler o trabalho - e que devem ser muitas -, além de versar sobre
assuntos que, de alguma forma, estejam sendo discutidos no
momento.
Por fim, diz-se que um tema é viável quando apresenta
prazos e recursos coerentes para a conclusão do estudo, sem
apresentar grandes obstáculos.

2.3 – Objetivos

Os objetivos de uma pesquisa têm importância fundamental


porque deixa claro o que o pesquisador pretende ao realizar a
pesquisa. Recomendamos que, ao formulá-los os seguintes itens
sejam observados:

 Possuam coerência com o tema;


 Privilegiem a qualidade e não a quantidade;
 Sejam possíveis de ser atingidos; e
 Possam ser justificados nas “conclusões” da pesquisa.

Conforme o tipo e a profundidade da pesquisa que se


pretende realizar, três modelos de objetivos podem ser adotados:
Modelo I: Um “objetivo geral” e vários “objetivos específicos”;
Modelo II: Um único e amplo objetivo;
Modelo III: Vários objetivos interdependentes.

2.4 – Referencial Teórico

Neste capítulo devem ser explicitados os principais conceitos


e referências já teorizados sobre o assunto. É neste item - talvez o
mais importante do projeto - que o pesquisador deixa claro o seu
conhecimento sobre a temática a partir das leituras que fez sobre a
50
mesma, evidenciando, assim, a profundidade de seu nível intelectual.
Neste item devem ser feitas as citações de acordo com a norma
NBR10520, da ABNT.

2.5 – Metodologia

Os procedimentos metodológicos (metodologia) indicam a


forma como a pesquisa será realizada. Neste item devem ser
indicados: a opção metodológica escolhida, o tipo de pesquisa que se
pretende realizar, o universo e a amostra de pesquisa, quais os
instrumentos de coleta de dados que se pretende utilizar e de que
forma eles serão tratados, quais são os sujeitos de pesquisa e,
finalmente, o cronograma de trabalho.

EXEMPLOS DE PROJETOS DE PESQUISA

Visando a facilitar o estudo crítico para a elaboração de


projetos de pesquisa, principalmente em cursos de graduação,
relacionamos a seguir alguns elementos elaborados por diversos
grupos de alunos, matriculados nas disciplinas “Metodologia da
Pesquisa” e “Projeto Experimental” do curso de Administração da
UPE/Campus Caruaru, durante o 2º semestre de 2009:

PROJETO: ANÁLISE DAS PERSPPECTIVAS MOTIVACIONAIS DA


UPE/CARUARU

Andreza Karla Oliveira Lira, Maria do Carmo de Moraes e


Pollyane Borba da Costa 5

1. PROBLEMATIZAÇÃO

Diante da constante vivência na instituição de ensino, surge a


preocupação com a perspectiva motivacional dos universitários e a
necessidade de analisar como os discentes sentem-se em relação ao

5
Alunas matriculadas na disciplina “Metodologia da Pesquisa” do curso de
Administração com Ênfase em Marketing da Moda da UPE/Campus Caruaru em
2009.2.

51
comprometimento de seus direitos e deveres, sentindo-se ou não
encorajados a continuar, e estar presentes por vontade e não por
uma obrigação. Nesse sentido, busca-se saber o que os deixam ou
não motivados? E o que a instituição poderá realizar para
proporcionar uma maior motivação das pessoas nesse ambiente?
Com base nisso, pode-se estabelecer as hipóteses de
pesquisa:
 Os alunos frequentam a universidade com o intuito de
apenas conhecer novas pessoas;
 A universidade é uma possibilidade de chegar mais rápido
ao mercado de trabalho;
 Em geral, estão fazendo um curso que não pretendiam,
pelo motivo de não terem sido aprovados no vestibular
respectivo ou até mesmo por não terem condições no
momento e preferem assim, cursar o qual obtiveram
aprovação; e
 Pode-se também supor que por algum motivo, as aulas
não são atrativas, sendo monótonas e cansativas.
Com todas essas suposições pode-se dizer que os alunos
sentem-se desmotivados pelo simples fato de que o que encontram
na faculdade não é necessariamente o que esperavam; por exemplo,
o curso no qual estão, não satisfaz a expectativa que possuíam na
área profissional a qual escolheram. O simples fato também, de estar
passando por algum problema pessoal ou até mesmo no trabalho faz
com que a desmotivação cerque as pessoas.

2. JUSTIFICATIVA

A motivação do ser humano está afetada. Suas causas podem


não ser totalmente conhecidas, mas pessoas principalmente
desmotivadas encontram rapidamente alguns motivos para tal. Não é
difícil encontrar-se hoje uma pessoa que sinta algum desânimo para a
vida. Raro é encontrar-se uma pessoa motivada.
O conceito de motivação é muito relativo, varia de pessoa para
pessoa. Essa avaliação motivacional é o reflexo das ações do eu de
cada um de nós, sob a interpretação da realidade. Através de nossos
objetivos, de nossas atitudes diante de fatos do cotidiano, podemos
observar a grande variedade de motivos existentes nas ações
humanas que colaboram para que haja, ou não a motivação.
52
Existem várias maneiras de se descrever os motivos pelos
quais os seres humanos são motivados, assim, não é difícil entender
porque existem tantas teorias motivacionais. Sabe-se, porém, que
pessoas motivadas são mais produtivas e, por consequência,
estudantes motivados respondem melhor ao processo de
aprendizado e, por isso mesmo, devem ser mais bem avaliados.

3. OBJETIVOS

Geral
Descobrir os motivos pelos quais os universitários sentem-se,
ou não, motivados a estar presentes na universidade diariamente.

Específicos
 Buscar quais os fatores que podem deixar os estudantes mais
dispostos e encorajados a frequentar a faculdade;
 Identificar as dificuldades enfrentadas diariamente pelos
estudantes, que se refletem no seu desenvolvimento
acadêmico;
 Contribuir para que a instituição possa proporcionar aos
estudantes condições para que realizem atividades que
estimulem as capacidades individuais de cada um.

4. METODOLOGIA

Tipo de Pesquisa:

Por ser realizada no local onde o fenômeno ocorre, a pesquisa


está classificada como “Pesquisa de campo”.

Universo e Amostra

O universo de pesquisa estará circunscrito ao campus da UPE


de Caruaru e a amostra de pesquisa será escolhida por
“conveniência”, haja vista a intenção de se estabelecer uma
comparação das opiniões dos alunos ingressantes (1º período) e em
fase de conclusão de curso (6º período).

53
Instrumento de Coleta de Dados

Para coleta das informações será utilizado um questionário


com perguntas abertas e fechadas.

PROJETO: ANÁLISE DO NÍVEL DE SATISFAÇÃO PELO SISTEMA


ÚNICO DE SAÚDE (SUS) NA CIDADE DE BEZERROS 6

Francisca A. Pontes de Melo, Neydson Ferreira de Moura, Raísa


Ravelly de Melo Silva, Raíza Rúbia de Vasconcelos e Samara
Raquel Pereira Silvestre 7

1. PROBLEMATIZAÇÃO

A presente pesquisa terá as seguintes questões de pesquisa:


O que a população acha em relação ao atendimento público nas
unidades de saúde? De que forma os repasses financeiros
contribuem para o funcionamento do SUS? Como os profissionais de
saúde e os gestores administrativos agem com o funcionamento dos
serviços públicos de saúde no município de Bezerros?
Como resposta antecipada a essas questões, formula-se a
seguinte hipótese: O governo deveria estipular medidas para
melhorar a administração financeira dos repasses do Fundo Nacional
de Saúde, tendo assim controle total do funcionamento dos serviços
prestados.

2. JUSTIFICATIVA

Em 1988 foi criada pela Constituição Federal o Sistema Único


de Saúde (SUS) que visava o acesso da população brasileira ao
atendimento público de saúde. Anteriormente, o Instituto Nacional de
Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), fazia esse tipo
de serviço prestando atendimento apenas aos empregados que
contribuíssem com a Previdência Social. O SUS é organizado para se

6
Os resultados desta pesquisa estão apresentados sob a forma de slides no capítulo
IV, adiante.
7
Alunos matriculados na disciplina “Metodologia da Pesquisa” do curso de
Administração com Ênfase em Marketing da Moda da UPE/Campus Caruaru em
2009.2.
54
antecipar aos problemas de saúde ou tentar solucioná-los o quanto
antes e o mais próximo possível da população. Entretanto, na maioria
das vezes, parece que essa teoria não condiz com a realidade.

3. OBJETIVOS

Geral
O presente estudo tem como objetivo geral avaliar o grau de
satisfação dos usuários do Sistema Único de Saúde com os serviços
oferecidos por Unidades Básicas de Saúde.

Específicos
a) Analisar a qualidade dos serviços prestados à população;
b) Identificar as prováveis falhas que dificultam o bom
desempenho do sistema, almejando a corrigi-las.

4. METODOLOGIA

A pesquisa, classificada como “de campo” será realizada na


Unidade Básica de Saúde do SUS localizada na cidade de Bezerros.
A coleta de dados será realizada através da aplicação de
entrevistas com os diretores da Secretaria Municipal de Saúde da
cidade de Bezerros e com a aplicação de questionários com os
pacientes das unidades de saúde da referida cidade.

PROJETO: IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS DE INICIAÇÃO


CIENTÍFICA DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR
LOCALIZADAS EM CARUARU (PE)

Estéphani Gleika Oliveira do Nascimento e


Fanyelle Pereira Silva 8

1. PROBLEMATIZAÇÃO

A pesquisa tentará responder a seguinte questão: Quais as


Instituições de Ensino Superior sediadas em Caruaru que possuem

8
Alunas matriculadas na disciplina “Metodologia da Pesquisa” do curso de
Administração com Ênfase em Marketing da Moda da UPE/Campus Caruaru em
2009.2.
55
uma área específica para as práticas de Iniciação Científica e como
estas funcionam?

2. JUSTIFICATIVA

A Iniciação Científica consiste em integrar os estudantes de


cursos de graduação às atividades ligadas à pesquisa. Esse é um
instrumento enriquecedor para a formação acadêmica dos alunos,
para o autoconhecimento, para a reflexão crítica, a capacidade de
análise construtiva de temas ligados à sociedade e à profissão
estabelecendo um elo entre teoria e prática, ensino e pesquisa. Logo,
através da tradição das Instituições de Ensino Superior de Caruaru e
da ajuda da Iniciação Científica, os cursos disponíveis pelas mesmas
poderão ter um nível diferenciado de qualidade e aceitação na
sociedade, no mercado de trabalho e em institutos de pesquisa que
as avaliam de acordo com os cursos. Portanto, é essencial e
necessária a existência de núcleos destinados a incentivar pesquisa
em universidades e mesmo em faculdades isoladas situadas em
Caruaru.

3. OBJETIVOS

Geral
Verificar se existe nas Instituições de Ensino Superior de
Caruaru, um setor exclusivo para o desenvolvimento das práticas de
Iniciação Cientifica.

Específicos
 Identificar o conjunto de recursos, nas Instituições de Ensino
Superior de Caruaru, que viabilizam e promovem a Iniciação
Cientifica;
 Compreender, caso existam, como funcionam os setores de
Iniciação Cientifica das Instituições de Ensino Superior de
Caruaru.

4. METODOLOGIA

As opções metodológicas da pesquisa serão bibliográfica, de


campo, exploratória e, por conseguinte, descritiva, seguindo a
56
abordagem quantitativa em sua essência, onde os resultados serão
obtidos através de entrevistas informais com os alunos das
Instituições de Ensino Superior de Caruaru (ASCES, FAFICA, FAVIP,
UFPE e UPE). Também serão obtidas informações nos sites dessas
instituições.

PROJETO: ANÁLISE DO NÍVEL DE ATENDIMENTO DO


COMÉRCIO DE CARUARU (PE)

Ana Jéssica Sales Viana, Antônio Carlos de Almeida Jr, Gislene


Pereira de Morais, Luciene Márcia Mendonça, Jéssika Araújo Gomes
de Lima e Rebeca Patrícia Simões Campelo 9

1. PROBLEMATIZAÇÃO

A pesquisa procurará responder basicamente a seguinte


questão: Qual o nível do atendimento no comércio de Caruaru?

2. JUSTIFICATIVA

A economia de Caruaru não gira apenas pelo comércio


informal; ela possui fortes contribuições do comércio formal: lojas
localizadas no centro da cidade, nos centros de compras (fábrica da
moda, polo comercial e outras galerias), além de possuir dois
shoppings: Caruaru e Difusora.
No entanto, outras cidades e seus comércios vêm crescendo
sua economia cada vez mais rapidamente a qual preocupa os
comerciantes formais de Caruaru que tem demonstrado interesse por
mudanças comportamentais tentando melhorar o atendimento ao
cliente.

9
Alunas matriculadas na disciplina “Metodologia da Pesquisa” do curso de
Administração com Ênfase em Marketing da Moda da UPE/Campus Caruaru em
2009.2.
57
3. OBJETIVOS

Geral
O principal objetivo dessa pesquisa será identificar, junto às
lojas que fazem o comércio de Caruaru, as condições de atendimento
à sua clientela.

Específicos
 Identificar os principais fatores que desagradam ao cliente;
 Identificar os fatores que podem melhorar o
relacionamento cliente-vendedor tornando assim o cliente
satisfeito e, consequentemente, viabilizar o aumentando
das vendas.

4. METODOLOGIA

O universo da pesquisa será formado pelas lojas (confecção e


vestuário), do centro de Caruaru que se localizam na Rua 15 de
Novembro e na Rua Duque de Caxias
Os dados da pesquisa serão coletados através de entrevistas
e de questionários aplicados com clientes e funcionários das lojas
pesquisadas.
Os questionários serão transcritos e analisados de modo a
construir textos, gráficos ou tabelas que permitiram inferir conceitos e
concluir sobre situações que conduzem a confrontação dos objetivos
perseguidos pela pesquisa.

PROJETO: QUALIDADE DOS PRODUTOS E NA PRESTAÇÃO DE


SERVIÇOS NO POLO COMERCIAL DE CARUARU (PE)

Isabela Barbosa e Larissa Chagas 10

1. PROBLEMATIZAÇÃO

Essa pesquisa está relacionada diretamente com as


preocupações dos empreendedores do Polo Comercial de
10
Alunas matriculadas na disciplina “Metodologia da Pesquisa” do curso de
Administração com Ênfase em Marketing da Moda da UPE/Campus Caruaru em
2009.2.
58
Confecções de Caruaru. Sendo assim a pesquisa buscará respostas
às seguintes questões:

 Como seria o desenvolvimento das suas criações? Em que


a coleção se baseia?
 Quais pessoas os empresários almejam atingir (seu
público alvo)?
 Qual o tipo de preocupação que o empresário tem com a
qualidade do produto e com o relacionamento com os
funcionários e clientes?
 Existe algum estímulo dos empresários às universidades
para produzir algo para a moda de hoje do Agreste?

A partir desses questionamentos, formulam-se as seguintes


hipóteses:

 Os funcionários locais não têm muita experiência e não há


um treinamento especifico para atingir o nível de qualidade
de atendimento desejado.
 Não existem pessoas qualificadas tecnicamente na área
especifica de Moda, para a criação de coleção.
 Não existe um controle de qualidade rígido, que possa
elevar o nível dos produtos comercializados, conduzindo
assim a um maior prestígio da loja.

2. JUSTIFICATIVA

A cidade de Caruaru, juntamente com Toritama e Santa Cruz


do Capibaribe, todas situadas no Agreste do estado de Pernambuco,
forma um trio muito conhecido pelo seu grande desenvolvimento e
crescimento no setor de confecções.
O comércio de Caruaru movimenta grande quantidade de
recursos que são usados em prol dessa atividade, fazendo-a crescer
e ganhar destaque cada vez mais, transformando essa cidade em um
município de “apoio” para as outras cidades mencionadas.
Em Caruaru se tem um grande conhecido Polo de Confecções
criado com recursos de 20 milhões de reais, em novembro de 2004,
tendo inicialmente 180 lojas, crescendo para 530 lojas, onde 87% das

59
fábricas estão localizadas cidades de Caruaru, Toritama e Santa Cruz
do Capibaribe. Lá se reúnem diversos pequenos e médios
empresários desse ramo e outros, como acessórios e alimentação;
onde se tem como objetivo comum divulgar seus produtos e fazer
crescer cada vez mais.
Observando esses diversos fatores, é visto que o
desenvolvimento nesse setor está em constante movimento, o que
requer recursos mais elaborados e específicos na área.

3. OBJETIVOS

Geral
Essa pesquisa tem como objetivo principal localizar alguns
erros primários que os empresários ou comerciantes do Polo
Comercial de Confecções de Caruaru não conseguem identificar e,
assim, propor soluções para que se possa obter um crescimento
muito maior com referência à qualidade, organização e originalidade.

Específicos
 Localizar as carências de profissionais, especificamente na
área de moda, podendo oferecer serviços da própria
Universidade de Pernambuco para que se possam ter os
processos básicos supridos.
 Identificar o processo de seleção e qualificação dos
funcionários que trabalham no local, oferecendo assim um
serviço qualificado.

4. METODOLOGIA

A alternativa metodológica usada será a pesquisa de campo,


observando o que ocorre na realidade para entender as diferenças
que a distingue. Como o objetivo é analisar a realidade dos
empresários do Polo Comercial de Caruaru e identificar a
preocupação deles em relação a certos aspectos do local, a pesquisa
será uma ferramenta que irá dispor de dados retirados da vivência
diária dos que trabalham no local por meio de questionários aplicados
em 20 lojas.

60
PROJETO: A INDÚSTRIA DO CONCURSO PÚBLICO

Amanda Souza, Andreza Freitas, Johanna Angélica,


Rianne Cavalcante, Rhayssa Borges e Thuanne Marinho 11

1. PROBLEMATIZAÇÃO
A pesquisa visa a esclarecer o seguinte questionamento: a
quantidade de cursos preparatórios para pessoas que desejam um
emprego público pode ser considerada como uma “indústria de
concursos”?

2. JUSTIFICATIVA

Desempregados, subempregados ou simplesmente


profissionais cansados das ameaças de demissão e de todo tipo de
pressão no trabalho estão lotando cursos preparatórios para
concursos, ou até mesmo estudando em casa. Eles vêem o ingresso
na carreira pública como uma promissora oportunidade profissional.
Os concursos públicos no Brasil tornaram-se uma opção muito
popular devido a grande estabilidade de carreira, aos altos salários,
aposentadoria diferenciada, flexibilidade de horário de trabalho,
estabilidade, status ou até mesmo a crença de que ser funcionário
público pode ajudar no desenvolvimento do país.

3. OBJETIVOS

Geral
O objetivo principal é mostrar e esclarecer à sociedade os
benefícios e malefícios trazidos pela Indústria do concurso, visando
ao aumento do interesse das pessoas em relação aos concursos
públicos.

Específicos
 Apresentar uma visão sistemática da evolução dos
concursos.

11
Alunas matriculadas na disciplina “Metodologia da Pesquisa” do curso de
Administração com Ênfase em Marketing da Moda da UPE/Campus Caruaru em
2009.2.
61
 Promover o conhecimento da população a fim de alertar
sobre o aumento da procura por concursos públicos.
 Citar algumas empresas que estão comprometidas em
oferecer cursos preparatórios para concursos.
 Oferecer as bases conceituais para analisar o impacto que
a nova legislação trouxe para as empresas.

4. METODOLOGIA

O projeto apresenta uma metodologia aplicada


quantitativamente, por pretender mostrar ao público leitor as faces da
indústria do concurso público, envolvendo formas que demonstre o
aumento da procura excessiva pelos concursos. Não descartando a
possibilidade de métodos qualitativos, uma vez que a pesquisa visa
oferecer bases conceituais para analise.
A amostra de pesquisa será definida de duas formas distintas
de acordo com os seguimentos pesquisados:
 Nas instituições de ensino de concursos no Recife
(JAULA, ESPAÇO JURÍDICO, PANORAMA, ECO, NUCE,
INTERATIVO, ESUDA, PRO-CONCURSO, CURSO
MAUHEL, PHD, CEPS e ALPHA)
 Nas instituições de ensino de concursos em Caruaru
(CRIATIVO, DIMENSÃO, IAB e ED CONCURSOS).

PROJETO: NÍVEL DE SATISFAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS


DAS LOJAS DO POLO COMERCIAL DE CARUARU (PE) 12

Amanda Vitorino de Lima, Jorge Antonio Marinho, Paulo Andre,


Miranda Cavalcante e Ruth de Cássia Vieira da Silva 13

1. PROBLEMATIZAÇÃO

Há um sentimento quase generalizado de que pessoas que


trabalham no setor “serviços”, especialmente em lojas de

12
Os resultados desta pesquisa estão apresentados sob a forma de artigo no
capítulo IV, adiante.
13
Alunos matriculados na disciplina “Projeto Experimental II” do curso de
Administração com Ênfase em Marketing da Moda da UPE/Campus Caruaru em
2009.2.
62
departamentos ou centros comerciais, apresentam índices de stress
relativamente alto, apresentando ansiedades quanto às tarefas que
desempenham. Nesse sentido, a presente pesquisa visa a esclarecer:
qual o nível de satisfação dos funcionários que trabalham nas lojas do
Polo Comercial de Caruaru?

2. JUSTIFICATIVA

A relevância desta pesquisa está em evidenciar a importância


do nível motivacional dos funcionários em especial nas lojas do Polo
Comercial de Caruaru – centro comercial de um mercado promissor
que cresce cada vez mais.
Daí a importância de levar esse estudo à categoria social que
vem ganhando espaço e, consequentemente, o respeito da
sociedade. Os comerciantes necessitam ter uma visão mais ampla
desse cenário existente.

3. OBJETIVOS

Geral
Essa pesquisa terá por objetivo identificar e avaliar, de forma
breve, o grau de motivação dos funcionários das lojas do Polo
Comercial de Caruaru.

Específicos
 Identificar o nível predominante dos funcionários na escala
de necessidades;
 Identificar o nível da escala de necessidades para as quais
estão orientados os instrumentos motivacionais;
 Verificar a adequação desses instrumentos na
organização.

4. METODOLOGIA

A metodologia de uma pesquisa, segundo Ruiz (1996, p.137),


“significa o conjunto de etapas e processos a serem vencidos
ordenadamente na investigação dos fatos ou na procura da verdade”.
Nessa pesquisa será utilizado a o método indutivo, partindo de
particularidades para posteriores conclusões gerais. Quanto à
63
finalidade a pesquisa será descritiva, por investigar o Polo Comercial
de Caruaru frente à motivação e satisfação dos funcionários.
Quanto aos procedimentos de coleta e análise dos dados será
utilizada a pesquisa bibliográfica, através de pesquisa constituída de
artigos em revista, livros, internet, teses e outros, e de campo por
meio de questionários aplicados aos funcionários.
Quanto à abordagem do problema, a pesquisa terá caráter
qualitativo e quantitativo, por se tratar de uma análise de algumas
lojas no intuito de verificar se essas utilizam a motivação como
ferramenta de gestão.

PROJETO: NÍVEL DE SATISFAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS DO


POLO DE TORITAMA (PE) 14

Geovanna Magalhães, Juliana César e Laís Amorim 15

1. PROBLEMATIZAÇÃO

A importância da satisfação do empregado tem sido utilizada


sem receio por muitas empresas que buscam cada vez mais ter um
bom relacionamento com o empregado, tentando entender quais são
os meios para se construir essa relação tão importante. Com base
nesse raciocínio a pesquisa procurará resposta para a seguinte
questão: qual o nível de satisfação dos funcionários que trabalham
nas lojas do Polo Comercial de Toritama?

2. JUSTIFICATIVA

Toritama é um município brasileiro do estado de Pernambuco,


localizada na Região Agreste e integrante do polo de confecção
conhecido nacionalmente (Arranjo Produtivo da Moda). Toritama se
destaca pela produção e venda de roupas, principalmente feitas de
jeans.

14
Os resultados desta pesquisa estão apresentados sob a forma de slides no
capítulo IV, adiante.
15
Alunas matriculadas na disciplina “Projeto Experimental II” do curso de
Administração com Ênfase em Marketing da Moda da UPE/Campus Caruaru em
2009.2.
64
O Parque das feiras é onde fica concentrado o comércio da
cidade e se encontra a maioria das lojas de roupa da cidade. Esse
Parque se encontra na BR-104, construído em uma área de nove
hectares dividido em boxes e lojas possuindo, ainda, unidades de
restaurantes e lanchonetes em seu complexo, com estacionamento
para 2.000 veículos.
Nesse local, torná-se importante manter uma meta de
satisfação entre os funcionários, para que haja um ambiente de
trabalho saudável e harmonioso.
Quando a empresa se preocupa com a satisfação do
empregado, pode-se dizer que, em primeiro lugar, preocupa-se com
ela mesma. Em ambientes devidamente humanizados, as mudanças
estratégicas são mais fáceis de ser implantadas, de forma que todos
se sintam realizados, tanto a empresa como principalmente os seus
funcionários.

3. OBJETIVOS

 Identificar o nível de satisfação dos funcionários do Polo


de Toritama;
 Diagnosticar os possíveis problemas, para um maior
desenvolvimento da região;
 Diagnosticar as necessidades dos funcionários, para um
melhor relacionamento entre os patrões e seus
funcionários.

4. METODOLOGIA

A pesquisa de campo será quantitativa e qualitativa quanto ao


método e à forma de abordar o problema e, quanto aos objetivos,
será descritiva já que pretende expor com exatidão os fatos de uma
realidade.
Para a coleta dos dados será aplicado um questionário a uma
amostra de 20 funcionários do Polo Comercial de Toritama, no
período da manhã, sendo as abordagens feitas com autorização dos
respectivos gerentes das lojas comerciais, selecionadas por facilidade
de acesso.

65
PROJETO: MARKETING DE RELACIONAMENTO EM PEQUENAS
EMPRESAS

Ana Souza, Adelaide Primo, Jéssica de Pádua,


Jenniffen Katharynne, Josiane Silva e Maria Clicia 16

1. PROBLEMATIZAÇÃO

Em função da grande quantidade de oferta de serviços e


muitos produtos similares existentes hoje no mercado, o cliente se
tornou mais criterioso, deixando muitas vezes de ser fiel a uma
determinada marca. A grande batalha das empresas, portanto, é
manter a fidelidade dos clientes atuais e partir para a conquista de
novos, através das estratégias de marketing, que estão cada vez
mais eficazes. Por isso, a presente pesquisa busca esclarecer a
seguinte questão: quais as estratégias de marketing que as empresas
localizadas em Caruaru utilizam para manter e conquistar os seus
clientes?

2. JUSTIFICATIVA

Com a finalidade de apresentar para pequenas empresas


como manter os clientes existentes e ao mesmo tempo atrair novos
compradores, busca-se através do marketing uma maneira de
encontrar maior lucratividade com a fidelização dos clientes.
Com a nova política de mercado, onde empresas vendem
conceitos e não apenas produtos, o Marketing de Relacionamento
aproxima o cliente da empresa, aumentando a credibilidade da
marca, mantendo-se sempre informados e ouvindo sugestões para
futuros lançamentos. Com essa proximidade o cliente passa a ser um
veículo de divulgação dos produtos e serviços da empresa, indicando
sempre novos compradores e gerando uma rede de contatos.

16
Alunas matriculadas na disciplina “Projeto Experimental II” do curso de
Administração com Ênfase em Marketing da Moda da UPE/Campus Caruaru em
2009.2.
66
3. OBJETIVOS

Geral
O objetivo deste trabalho está centrado na aplicação de
estratégias de relacionamento com os clientes em pequenas
organizações, identificando as ferramentas estratégicas, processos e
ações que garantam a conquista e a manutenção dos clientes.

Específicos
• Avaliar o Comportamento do Consumidor;
• Identificar as vantagens do Marketing de Relacionamento;
• Analisar a possibilidade de um sistema de relacionamento
na organização ser compatível com as necessidades
evidenciadas dos colaboradores do setor operacional e
comercial;
• Sugerir a implantação de uma ferramenta de
gerenciamento com o cliente, com base nos resultados da
pesquisa e expectativas dos funcionários.

4. METODOLOGIA

Para realização do trabalho será utilizada a pesquisa


exploratória, de campo e bibliográfica. A pesquisa exploratória
possibilitará a obtenção de uma visão geral sobre o tema do estudo,
sendo aplicada no início das investigações para determinar melhor os
problemas e delimitações, onde permitirá a aplicação de
procedimentos mais sistematizados. Já a bibliográfica dará suporte a
todas as fases, uma vez que auxiliará na definição dos problemas, na
determinação de objetivos, na construção de hipóteses, na
fundamentação das justificativas, na escolha do tema e na
elaboração do relatório final.
Na Pesquisa de campo se fará uma observação, com coletas
de dados, de forma que explique o problema pesquisado. Será
aplicado um método de comunicação com entrevista pessoal e
presencial.
Nesse caso, os três métodos serão utilizados, pois a pesquisa
será qualitativa, de forma que se acompanharão os desempenhos e
resultados, demonstrando a percepção sobre o elemento analisado.

67
PROJETO: MELHORIA NA FEIRA DA SULANCA DE CARUARU

José Roberto de Macêdo Filho, Juliany Andreza de Oliveira Leal,


Laís Gabriela da Silva Bezerra e
Rívia Giuliane Cavalcanti de Oliveira 17

1. PROBLEMATIZAÇÃO

O problema de pesquisa do presente estudo consiste em


saber: quais as atuais dificuldades existentes relacionadas à
localização da Feira da Sulanca e que propostas de melhorias podem
ser adotadas?

2. JUSTIFICATIVA

A feira de Caruaru surgiu há mais de 200 anos e sua origem


se confunde com o nascimento da cidade. O local era ponto de
parada para vaqueiros que traziam as boiadas do Sertão para o
Litoral. Em 1992, foi transferida para o Parque 18 de Maio, onde
centenas de barracas coloridas espalham-se por mais de dois
quilômetros nas ruas, vendendo uma grande variedade de produtos.
Como um terço da população da cidade depende do funcionamento
da feira, sua importância para o município é indiscutível. No entanto,
com a falta de espaço, e a desordem estabelecida, há exigências de
soluções que implicam no futuro da própria feira.

3. OBJETIVOS

Geral
Relatar alternativas para a melhoria na Feira da Sulanca, de
acordo com os problemas existentes e as queixas dos comerciantes,
compradores e sulanqueiros.

17
Alunas matriculadas na disciplina “Projeto Experimental II” do curso de
Administração com Ênfase em Marketing da Moda da UPE/Campus Caruaru em
2009.2.

68
Específicos
 Sugerir opções de organização do local da feira;
 Sugerir melhorias no atendimento e na qualidade dos
produtos vendidos;
 Sugerir estratégias de divulgação de ofertas de produtos à
venda.

4. METODOLOGIA

Para coleta das informações da pesquisa serão aplicados dois


questionários diferentes. Um, com perguntas abertas para os
feirantes e, outro, com perguntas fechadas para o público
frequentador da feira. Os sujeitos da pesquisa serão escolhidos de
forma aleatória.

DESENVOLVENDO A ATIVIDADE DIDÁTICA

Os projetos de pesquisa elaborados pelos diversos grupos de


alunos, conforme relatado e expostos na seção 3 anterior, podem e
devem servir de apoio às aulas de metodologia onde os discentes,
orientados pelo professor da disciplina, têm a oportunidade de
verificar (em relação à seção “2. Estrutura dos Projetos de Pesquisa”,
pág. 47):

 De que forma as temáticas foram problematizadas e se


atendem ao conceito explicitado no item 2.1;
 Se as “justificativas” de cada projeto correspondem ao
exposto no item 2.2;
 Qual o modelo de “objetivo” adotado em cada projeto (ver
item 2.3);
 O nível de exatidão do item “metodologia”, conforme
conceituado em 2.5.

69
CAPÍTULO III
EXECUÇÃO DA PESQUISA

Executar uma pesquisa é transformar o seu planejamento em


realidade. Ou seja, é por em prática as ações previstas no projeto de
pesquisa.
Nas pesquisas teóricas, como lembra Zanella (2009), a fase
de execução se inicia com o processo de leituras e fichamento das
informações para posterior análise, discussão e interpretação.
Nas pesquisas aplicadas, porém, essa fase consiste, na
verdade, em aplicar os principais instrumentos de coleta de dados
(entrevistas, questionários etc.) para posterior análise. Em geral,
envolve três momentos: preparação do campo de pesquisa (busca de
aprovação e consentimento para realização da pesquisa), entrada no
campo de pesquisa (aplicação dos instrumentos de coleta de dados),
e análise e interpretação dos dados (relacionamento do investigado
com o problema, os objetivos e o marco teórico da pesquisa).
Neste capítulo, será enfatizada a entrada no campo de
pesquisa, mediante a aplicação dos principais instrumentos de coleta
de dados que são utilizados na maioria da pesquisas, procurando-se
enumerar as vantagens e desvantagens de cada técnica,
possibilitando ao leitor a escolha daquela que possa atender melhor o
esclarecimento do problema e dos objetivos da pesquisa.

1. TÉCNICAS OU INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Para obtenção dos dados necessários à realização de uma


pesquisa, geralmente lançamos mão de quatro técnicas, escolhidas
conforme o tipo de pesquisa a ser realizada, a pergunta norteadora,
os objetivos pretendidos e a abordagem que se deseja dar à temática
escolhida para estudo. Essas técnicas, com suas vantagens e
desvantagens são as seguintes:

1.1 – Questionário

Essa talvez seja a técnica mais utilizada em pesquisas do tipo


quantitativa. Constituído por uma série ordenada de perguntas, um
questionário bem elaborado além de conter um preâmbulo que
indique para o respondente a sua principal finalidade, deve possuir
três blocos de questões denominadas de “descritivas” (procuram

70
descrever o perfil dos participantes da pesquisa), “comportamentais”
(visam conhecer o comportamento do perguntado, como hábitos de
consumo, padrão socioeconômico etc.), e “preferenciais” (buscam
conhecer a opinião do pesquisado sobre a problemática da pesquisa
propriamente dita).
Os questionários apresentam-se sob diversos modelos,
conforme seja conveniente à pesquisa pretendida e à facilidade que
se deseja dar no momento da tabulação: questionários de perguntas
abertas e questionários de perguntas fechadas (dicotômicas – do tipo
sim/não, múltipla escolha, ou escolha de intervalo). Nos modelos
mistos, perguntas abertas e fechadas também podem ser adotados.
Trata-se de um meio muito empregado de levantamento de
dados porque não sofre a interferência de fatores emocionais
presentes na entrevista, deixa o informante mais à vontade e de certa
forma protegido. Torna-se imprescindível nas seguintes situações:

 Obtenção de informações de pessoas fisicamente


distantes;
 Elevado número de pessoas a serem inquiridas;
 Obtenção de dados que dependem de consultas por parte
do informante.

A aplicação de questionários em pesquisas possui as


seguintes vantagens: abarca amostras amplas; oferece liberdade
para respostas; permite consultas; facilita a tabulação.
Por outro lado, oferece as seguintes desvantagens: permite
grande percentual sem respostas; permite várias interpretações; não
capta as reações dos pesquisados; pode levar à tendenciosidade.

1.2 – Entrevista

Trata-se de um diálogo planejado, controlado e com


determinado objetivo sendo, portanto, diferente de uma simples
conversa. É o meio mais utilizado na coleta de dados. Sua aplicação
requer certa habilidade por parte do entrevistador, visto que, como se
trata de um processo verbal de comunicação direta, pode sofrer a
interferência de fatores emocionais que podem prejudicar a qualidade
dos dados obtidos.

71
O pesquisador pode eliminar ou reduzir a interferência desses
fatores se, além de planejar eficientemente a entrevista, observar as
seguintes regras:
 Deixar o entrevistado à vontade;
 Fazer perguntas claras e relacionadas com o assunto;
 Procurar ouvir realmente o que o entrevistado transmite;
 Empregar vocabulário acessível;
 Descobrir algo mais além do formalmente documentado.
Embora a entrevista proporcione o contato direto, facilitando o
entendimento dos problemas pesquisados de uma forma mais
imediata, apresenta certas fragilidades a ponto de não ser
recomendada em determinadas circunstâncias. Algumas de suas
limitações:
 Falta de preparo do entrevistado (ou do entrevistador);
 Influência pela forte personalidade do entrevistado;
 Respostas que podem ser dadas por palpites.

1.3 – Observação

Para efeito de análise profunda do trabalho, esta é a mais


importante técnica de levantamento de dados, embora não seja
recomendado apenas o seu uso para o levantamento completo de
informações. Consiste na obtenção de dados concretos através da
constatação “in loco” dos fenômenos relativos à pesquisa.
Entre os métodos indicados para a observação direta do local
de pesquisa, são os mais comuns:

 Inspeção geral;
 Inspeção de serviços individuais;
 Acompanhamento de certas rotinas e processos;
 Verificação do preenchimento de impressos e formulários;
 Observação detalhada das condições ambientais.

A técnica de observação também apresenta diversas


vantagens, entre as quais cabe destacar as seguintes:

 A obtenção das informações independe da vontade das


pessoas em fornecê-las;
 O observador tem a perspectiva global dos fatos que
acontecem.

72
No entanto – como as demais técnicas já citadas –, apresenta
uma série de desvantagens, podendo-se citar as seguintes: Pode-se
olhar muito e nada ver (diferença entre “olhar” e “enxergar”); A
interpretação pode ser diferente da realidade (o fato é ocasional);
Pode-se ver o acidental e não enxergar o essencial.
Por fim, vale salientar que existem quatro tipos de observação:
Assistemática (não obedece a um roteiro específico), Sistemática
(obedece a estrutura e roteiro predeterminados), Participante (o
observador faz parte do grupo observado), e Não Participante
(observador apenas como espectador atento).

1.4 – Análise de Documentos

A análise de documentos é uma técnica que pode ser adotada


em pesquisas quantitativas ou qualitativas e serve geralmente de
auxílio à aplicação das outras técnicas já enumeradas. Como
exemplos de documentos que podem ser consultados para a
realização de pesquisas têm-se, entre outros: publicações
parlamentares, documentos jurídicos, censos demográficos,
publicações empresariais, manuais corporativos, balanços e
demonstrações contábeis, mapas de vendas e estatísticas diversas.

2. TÉCNICAS DE ANÁLISE DE DADOS

Fase importante em uma pesquisa – posto que implica em


organizar e manipular dados para transformá-los em informações –, a
análise de dados objetiva reduzir grandes quantidades de dados
brutos a uma forma que conduza à fácil interpretação e à
mensuração. Pode ser realizada de duas maneiras diferentes,
dependendo do tipo de pesquisa a ser realizada.
Nas pesquisas quantitativas, deve-se lançar mão do uso da
Estatística, com a finalidade de se representar os dados analisados
em percentuais, gráficos e tabelas, por exemplo.
Por outro lado, nas pesquisas qualitativas, onde o objetivo é
compreender a realidade a partir da descrição de significados e de
opiniões, devem-se utilizar técnicas mais específicas, a exemplo da
análise de conteúdo e da análise do discurso. 18

18
Essas técnicas fazem parte do campo da Linguística e da Comunicação, razão
pela qual deixamos de explorá-las neste livro. No entanto, para uma primeira
73
CAPÍTULO IV
DIVULGAÇÃO DE PESQUISAS

A etapa de divulgação de uma pesquisa tem a maior


importância em todo o processo porque se trata do momento da
socialização do conhecimento, uma vez que a ciência existe para
beneficiar a sociedade.
Diversas são as formas de se divulgar os resultados de uma
pesquisa, entre as quais merecem destaque: artigos científicos,
painéis, projetos experimentais, monografias, dissertações, teses e
outros meios, a exemplo de slides para apresentações para públicos
específicos em seminários, congressos, encontros e diversos eventos
afins.
As monografias, projetos experimentais, dissertações e teses
são classificados como trabalhos de conclusão de curso (TCC), que
obedecem basicamente a mesma estrutura (tema – problema –
objetivos – justificativa – sustentação teórica – metodologia – e, por
fim, os resultados), variando apenas em profundidade do conteúdo.
Por isso mesmo, esses trabalhos são denominados de “relatórios de
pesquisa”, uma vez que a finalidade primordial dos mesmos é
divulgar para a comunidade científica e para a sociedade em geral, os
resultados de uma pesquisa.
Em virtude das limitações do presente livro, apresentam-se
nas páginas seguintes os resultados de uma pesquisa sob duas
modalidades: artigo técnico – ferramenta que se presta também para
candidaturas em publicações científicas e inscrições em eventos
acadêmicos, e slides – instrumento sem muito rigor técnico, mas que
tem intensa utilização em salas de aula e eventos diversos.
Os trabalhos a seguir foram elaborados por várias equipes de
alunos matriculados no 1º e no 2º períodos do curso de
Administração da UPE/Campus Caruaru, durante o segundo
semestre de 2009 –, resultado de trabalhos desenvolvidos nas
disciplinas “Metodologia da Pesquisa” e “Projeto Experimental”.

compreensão da análise de conteúdo, consultar Richardson (1999, p. 228), e, para


análise do discurso, ver Charaudeau & Maingueneau (2008).
74
DIVULGAÇÃO DE UMA PESQUISA SOB A FORMA DE
ARTIGO CIENTÍFICO

Para escrever um artigo, o autor deverá obedecer às


orientações do veículo em que pretender publicar o seu texto. Via de
regra, as revistas científicas, congressos, encontros acadêmicos e
eventos semelhantes definem as normas de publicação as quais,
quase sempre, estão amparadas na NBR6022, que estabelece o
sistema para apresentação dos elementos que constituem o artigo
científico.
Na página seguinte, transcrevemos a apresentação dos
resultados de uma pesquisa sob a forma de artigo, elaborado por um
grupo de alunos matriculados na disciplina “Projeto Experimental II”
do curso de Administração com Ênfase em Marketing da Moda da
UPE/Campus Caruaru em 2009.2. Esse trabalho está relacionado ao
projeto de pesquisa incluído no capítulo “Planejamento da Pesquisa”
deste livro.

75
NÍVEL DE SATISFAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS DAS LOJAS DO
POLO COMERCIAL DE CARUARU (PE)

Amanda Vitorino de Lima, Jorge Antonio Marinho,


Paulo André Miranda Cavalcante e
Ruth de Cássia Vieira Silva 19

RESUMO

Este estudo teve como objetivo verificar o nível de satisfação dos


funcionários nas lojas do Polo Comercial de Caruaru. Os dados foram
coletados mediante um questionário com 14 perguntas. Em seguida,
após a análise, chagou-se a conclusão de que os funcionários estão
satisfeitos no seu trabalho.

Palavra-chaves: Funcionários. Polo Comercial. Satisfação. Trabalho.

ABSTRACT

This study aims to verify the level of satisfaction at work employers at


shops the Polo Commercial of Caruaru. The dates were collected
through a questionnaire in 14 questions. And then, after the analysis,
we reached the conclusion that employers are satisfied in the work.

Keywords: Commercial Center. Employers. Satisfaction. Work.

1. INTRODUÇÃO

O Polo Comercial de Caruaru foi inaugurado em novembro de


2004 e tem crescido bastante desde então. No início eram apenas
180 lojas, número que praticamente triplicou. Hoje são 530 lojas de
confecções, 87% delas pertencentes a fábricas da região, localizadas
principalmente em Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe.

19
Alunos matriculados na disciplina “Projeto Experimental II” do curso de
Administração com Ênfase em Marketing da Moda da UPE/Campus Caruaru
em 2009.2.

76
As lojas têm apresentado problemas de rotatividade de
funcionários devido às perspectivas de crescimento profissional
dentro da loja ser mínima, e também por a porcentagem de vendas
ser muito baixa.
Atualmente uma boa parte das lojas está fechada ou com
placa de “vende-se”. Diante disso fez-se uma análise do grau de
motivação dos funcionários das lojas no Polo Comercial de Caruaru
levando em consideração os cargos e salários oferecidos pelos
lojistas e as condições gerais de trabalho em que os funcionários
estão inseridos.
De acordo com Maslow (1975), motivar alguém é entender em
geral qual o nível da hierarquia em que esta pessoa se encontra no
momento e estimular a satisfação das necessidades daquele nível ou
do nível superior. Quando uma pessoa tem as necessidades
primárias, fisiológicas e de segurança atendidas, as necessidades
secundárias passam a dominar o comportamento da pessoa. No
entanto, quando uma necessidade primária deixa de ser atendida,
esta volta a predominar e, o individuo irá promover um
comportamento para satisfazer essa necessidade.

2. SATISFAÇÃO: ALGUNS CONCEITOS E CONSIDERAÇÕES

Em tempos de incerteza econômica, até mesmo os gestores


de companhias consideradas estáveis, encontram dificuldades em
manter as equipes motivadas. Mas a satisfação dos funcionários ao
desempenhar suas funções tem influência direta na produtividade.
Chiavenato (2004, p. 367) define que qualidade de vida no
trabalho “representa o grau em que os membros da organização são
capazes de satisfazer as suas necessidades pessoais com sua
atividade na organização”.
Segundo Wagner e Hollenbeck (2003), a satisfação no
trabalho pode ser considerada resultado da percepção da realização
de valores importantes ao próprio trabalho, sendo, portanto, um
sentimento agradável no trabalho realizado.
Conforme Robbins (1998), a satisfação no trabalho é “atitude
geral de um individuo em relação ao seu trabalho” (ROBBINS, 1999,
p. 98)
De acordo com Chiavenato (2004, p. 334), os fatores
higiênicos e motivacionais são independentes, “o oposto da
77
satisfação profissional não é a insatisfação, mas a ausência de
satisfação profissional”. A satisfação no cargo depende dos fatores
motivacionais, ou seja, das atividades desafiantes e estimulantes
desempenhadas pelo funcionário.
Maslow (1975) um dos maiores especialistas em motivação
humana, diz que satisfação pode ser derivada de:
 Sucesso na profissão;
 Prestígio na profissão;
 Elevada interação e relacionamento com colegas, chefia e
subordinados;
 Tipo de trabalho e ambiente de trabalho bem estruturados;
 Remuneração adequada para a satisfação das
necessidades básicas.
Com o passar dos anos, o tema relacionado à satisfação dos
colaboradores internos passou a ter grande destaque na gestão de
empresas contemporâneas, uma vez que a mesma eleva a
produtividade da organização.

3. AMBIENTE DE TRABALHO/CONDIÇÕES FÍSICAS

Neste item, a pesquisa evidenciou que a maioria dos


entrevistados (50%) mostra-se satisfeita com os móveis e iluminação
dos estabelecimentos. Já no tocante às condições dos toaletes,
apenas 20% os classificaram como “excelentes”, enquanto a maioria
(40%) acha apenas “regulares”. Oitenta por cento dos participantes
da pesquisa classificaram como “boa e excelente” a temperatura
ambiente de trabalho.

4. SATISFAÇÃO COM O SALÁRIO

A maior parte dos entrevistados do Polo Comercial de Caruaru


(70%) classificou como “bom” o salário que recebem, talvez pelo fato
de, além de terem uma parte fixa, serem também comissionados
pelas vendas que realizam, o que os coloca num nível acima dos
trabalhadores do comércio, como um todo.

78
5. SATISFAÇÃO COM A PROFISSÃO/POSSIBILIDADES DE
CRESCIMENTO

A análise dos resultados da pesquisa mostrou que 40% dos


participantes estão bastante satisfeitos e outros 40% mostram uma
satisfação relativa com o trabalho que desempenham. Metade dos
entrevistados classificou como “boa” a possibilidade de crescimento
dentro da empresa e outros 30% vislumbram excelentes chances.
Isso mostra que os colaboradores das lojas que fazem o Polo
Comercial de Caruaru, acreditam no sucesso de suas carreiras.

6. FAIXA ETÁRIA DOS ENTREVISTADOS/CONTINUIADE DA


PROFISSÃO

A pesquisa realizada envolveu colaboradores entre 18 e 45


anos. A esmagadora maioria se situa na faixa etária entre 18 e 25
anos (80%). Talvez pela notável inquietude, comum a todos os
jovens, 60% deles disseram não pretender continuar na profissão,
apesar de acreditarem no sucesso de suas carreiras e possibilidade
de crescimento, citados no item anterior desta pesquisa.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise dos dados permitiu concluir, de um modo geral, que


os colaboradores das lojas, estão satisfeitos com os incentivos
oferecidos. A satisfação dos colaboradores ao desempenhar suas
funções tem influência na produtividade. Observou-se também que
apesar de estarem satisfeitos não pretendem continuar a trabalhar na
mesma loja. Alguns querem estudar, outros fazer concurso e outros
almejam ter seu próprio negócio.
Com isto pode-se concluir que as lojas não estão oferecendo
condições de crescimento ao seu colaborador, talvez por falta de um
plano de cargo e carreira.
Nesta época de incerteza econômica, até mesmo os gestores
de companhias consideradas estáveis encontram dificuldades em
manter as suas equipes motivadas. Por isso, os gestores devem
dispensar atenção especial a comportamentos e ações que
satisfaçam seus colaboradores e garantam a retenção de talentos.

79
REFERÊNCIAS

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da


Administração. 7ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

MASLOW, A. H. Uma teoria da Motivação Humana. In BALCÃO, Y.


CORDEIRO, LL (org). O comportamento humano na empresa. Rio
de Janeiro: FGV, 1975.

POLO COMERCIAL DE CARUARU. <Disponível em: Htpp:// www,


shyscrapercity.com/showthred> Acesso em 15 nov 2009.

RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos


estudos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1996.

ROBBINS, Stephen e COULTER, Mary. Administração. 5 ed. Rio de


Janeiro: Prinper-Hall, 1988.

WAGNER, John. A. HOLLENBECK, John. R. Comportamento


Organizacional. São Paulo: Saraiva, 2003.

80
DIVULGAÇÃO DE PESQUISAS SOB A FORMA DE SLIDES

A utilização de slides – elaborados em arquivos da Microsoft


Office, PowerPoint, tem a finalidade de facilitar a apresentação dos
resultados de uma pesquisa em eventos diversos, a exemplo de
congressos, encontros, seminários etc. e, em geral, seguem a
seguinte ordem e estrutura:

SLIDE CONTEÚDO
Nome da instituição patrocinadora da pesquisa, autor
1 do trabalho, título, orientação e data. (Elementos
centralizados)
Apresentação da proposta de pesquisa e hipóteses, ou
2
seja, a problematização do tema de pesquisa.
Apresentação dos objetivos da pesquisa. Em geral são
3
classificados em “Geral” e “Específicos”.
Metodologia utilizada (amostra, sujeitos de pesquisa,
4
instrumentos de coleta de dados etc.)
Resultados da pesquisa. A partir desse slide, usa-se
Número variado pouco texto e mais tabelas, gráficos, quadros etc.,
para fundamentar os resultados da pesquisa.

Nas páginas seguintes, transcrevemos a apresentação dos


resultados de duas pesquisas sob a forma de slides, elaborados por
dois grupos de alunos matriculados na disciplina “Metodologia da
Pesquisa” do curso de Administração com Ênfase em Marketing da
Moda da UPE/Campus Caruaru em 2009.2. Esses trabalhos estão
relacionados aos projetos de pesquisa incluídos no capítulo
“Planejamento da Pesquisa” deste livro.

81
PESQUISA: ANÁLISE DO NÍVEL DE SATISFAÇÃO PELO
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) NA CIDADE DE BEZERROS

Slides elaborados por Francisca A. Pontes de Melo, Neydson


Ferreira de Moura, Raísa Ravelly de Melo Silva, Raíza Rúbia de
Vasconcelos e Samara Raquel Pereira Silvestre 20

Justificativa
Em 1988 foi criada pela Constituição Federal, o
Sistema Único de Saúde(SUS), que visava o acesso da
Análise no nível de satisfação no atendimento população brasileira ao atendimento público de saúde.
do Sistema Único de Saúde: presentes entre
as esferas do mecanismo financeiro Anteriormente, o Instituto Nacional de Assistência
administrativo e da prestação de serviços na Médica da Previdência Social (INAMPS), fazia esse
cidade de Bezerros. tipo de serviço prestando atendimento apenas aos
empregados que contribuíssem com a Previdência
Equipe:
о Francisca A. Pontes de Melo
Social.
о Neydson Ferreira de Moura
о Raísa Ravelly de Melo Silva O SUS é organizado para se antecipar aos
о Raíza Rúbia de Vasconcelos problemas de saúde ou tentar solucioná-los o quanto
о Samara Raquel Pereira Silvestre antes e o mais próximo possível da população.
Entretanto, essa teoria não condiz com a realidade.
Orientação: Prof. Marcos Calado

Problema e Hipótese Objetivos

Problema da Pesquisa GERAL:


-O que a população acha em relação ao atendimento O presente estudo teve como objetivo geral
público nas unidades de saúde?
-De que forma os repasses financeiros contribuem para o
avaliar o grau de satisfação dos usuários do
funcionamento do SUS? Sistema Único de Saúde com os serviços
-Como os profissionais de saúde e os gestores oferecidos por Unidades Básicas de Saúde.
administrativos agem com o funcionamento dos serviços ESPECÍFICOS:
públicos de saúde no município de Bezerros? a) Analisar a qualidade dos serviços prestados
à população;
Hipótese
-O governo deveria estipular medidas para melhor b) Identificar as prováveis falhas que
administração financeira dos repasses do Fundo Nacional dificultam o bom desempenho do sistema,
de Saúde tendo assim, controle total do funcionamento almejando corrigi-las.
dos serviços, organizando seus serviços.

Metodologia Resultados da Pesquisa ...


A metodologia utilizada na presente pesquisa Como você considera o atendimento do SUS?

teve como finalidade avaliar a influência


financeira social do SUS para a população.
A coleta de dados foi feita por meio de 1% 6%

entrevistas e questionários, que foram aplicados 32% Ótimo


aos diretores da Secretaria Municipal de Saúde 28% Bom
Regular
de Bezerros e aos pacientes das unidades de Ruim

saúde de Bezerros respectivamente. Péssimo

33%

20
Alunos matriculados na disciplina “Metodologia da Pesquisa” do curso de
Administração com Ênfase em Marketing da Moda da UPE/Campus Caruaru em
2009.2.
82
Marcação de consultas e exames
Fila de espera 35
30
60
25
50
20
40
15
30

20
10

10 5 Qualidade do atendimento dos


médicos
0 0
Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo 15% 4%

31% Ótimo
13%
Estrutura Física do Bom
Atendimento no geral ambiente Regular
9% 2%
Ruim
23% Péssimo
3% 13%
15% 8%
Ótimo Ótimo 37%
Bom Bom
Regular
27%
Ruim
Regular
47% Ruim
Péssimo
Péssimo
53%

O que você acha em relação a O que você acha em relação a Número de consultas
infra-estrutura da infra-estrutura da Policlínica?
Maternidade? 30
6% 7%
0% 14% 25
15%
Ótimo 20 Ótimo
32% Ótimo
Bom 15 Bom
Bom
10 Regular
Regular
22% Regular 42% 5
Ruim Ruim
Ruim 0
31% Péssimo
Péssimo
Péssimo
31%

O que você acha em relação a infra- Médicos


estrutura dos Postos de Saúde(PSF's)?
13% 3% 7% 5%
Ótimo
32% Ótimo 17%
18% 31% Bom
Bom
Regular
Regular
Ruim
Ruim
Péssimo
Péssimo 40%

34%

Pessoas qualificadas

60
50
40
Em sua opinião, o que seria útil para
30 diminuir a fila de espera do SUS?
20
10 Um acréscimo das
0 especialidades
Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo 14%
Organização
38%
Supervisão do gestor(a) Pontualidade dos
Péssimo médicos(cumprimento do
30% horário)
Ruim
Descentralização da
Regular marcação
8%
Bom 10% Mais locais de
Ótimo atendimento
0 10 20 30 40

Resultados da Entrevista Conclusão


Na opinião dos funcionários do SUS:
O atendimento abrange 80% da população brasileira
(dados do MS/IBGE), além de cobrir parte dos A presente pesquisa teve como resultado
procedimentos mais caros. Devido a esse grande número um índice de insatisfação muito alto, que
de pessoas o acesso aos procedimento é demorado, a fila
de espera é extensa.
está presente em todas as esferas
Já os recursos que o governo disponibiliza sem dúvida abordadas pelo questionário. Verificou-se
é uma verba escassa e limitada e não atende plenamente a ainda que um dos principais problemas do
demanda da população. funcionamento do SUS é a deficiência na
Pode-se melhorar a situação do SUS, criando organização.
mecanismo para ampliar os recursos destinados ao setor;
insistir em outras áreas, interligadas ao setor saúde e de
grande relevância na condição de saúde da população,
como saneamento básico.

83
PESQUISA: NÍVEL DE SATISFAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS DO
POLO DE TORITAMA
Slides elaborados por Geovanna Magalhães, Juliana César e Laís
Amorim. 21

Toritama é um município brasileiro do estado de Pernambuco.


Localizada no Agreste pernambucano, é integrante do pólo de
confecção conhecido nacionalmente.
Toritama se destaca pela produção e venda de roupas
(principalmente feitas de jeans).
O Parque das feiras é onde fica concentrado o comércio da
cidade e se encontra a maioria das lojas de roupa da
cidade, o Parque das Feiras se encontra na BR-104,
construído em uma área de nove hectares dividido em
boxes e lojas ainda possuindo unidades de restaurantes e
lanchonetes em seu complexo com estacionamento para
2000 veículos.

É importante manter uma meta de satisfação entre os


funcionários, para que haja um ambiente de trabalho
saudável e harmoniosa.
A importância da satisfação do empregado do tem sido  Identificar o nível de satisfação dos funcionários do polo
utilizada sem receio por muitas empresas que buscam cada de Toritama;
vez mais ter um bom relacionamento com o empregado,  Diagnosticar os possíveis problemas, para um maior
tentando entender quais são os meios para se construir essa desenvolvimento da região;
relação tão importante.
 Diagnosticar as necessidades dos funcionários, para um
Quando a empresa se preocupa com a satisfação do melhor relacionamento entre os patrões e seus
empregado, pode-se dizer que em primeiro lugar preocupa- funcionários.
se com ela mesma, pois mesmo que seja algo humanizado,
ela visa que com mudanças estratégicas como essas
podem ser bem proveitosas para a própria empresa, de
forma que todos se sintam realizados, tanto o empregado e
principalmente a empresa.

A pesquisa realizou-se com os funcionários das empresas


identificando o perfil, as necessidades e o nível de
satisfação dos colaboradores.
Aplicou-se um questionário, a uma amostra de 20
funcionários do Polo Comercial de Toritama no dia 17 de
novembro de 2009, no período da manhã. As perguntas
foram feitas com autorização dos respectivos gerentes e
respeitando aos que se recusaram a responder.

O gráfico 1 mostra que 50% dos funcionários entrevistados


estão na faixa etária entre 22 e 27 anos.

21
Alunas matriculadas na disciplina “Projeto Experimental II” do curso de
Administração com Ênfase em Marketing da Moda da UPE/Campus Caruaru em
2009.2.
84
85
 Os dados indicados nessa pesquisa foram feitos através da
entrevista com os trabalhadores da cidade. Onde é
importante ressaltar que a maioria dos trabalhadores estão
numa faixa etária entre 22 e 27 anos, são do sexo feminino e
em sua maioria estão satisfeitos com o salário atual.
 Os funcionários entrevistados declararam, em sua maioria,
que indicariam para seus amigos e parentes alternativas de
trabalho na empresa em que atualmente estão
empregados, isso leva a conclusão que eles gostam do que
fazem e sentem-se satisfeitos, pois caso contrário não iriam
indicar para outras pessoas que tenham apreço.

86
REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR6022:


informação e documentação: artigo em publicação periódica científica
impressa: apresentação. Rio de Janeiro: 2003. 5 p.
______. NBR6023: informação e documentação: referências:
elaboração. Rio de Janeiro: 2002. 7 p.
______. NBR6024: Informação e documentação: numeração
progressiva das seções de um documento escrito: apresentação. Rio
de Janeiro: 2003. 3 p.
______. NBR6027: informação e documentação: sumário:
apresentação. Rio de Janeiro: 2003. 2 p.
______. NBR6028: informação e documentação: resumo:
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88
89
APÊNDICE

 COMO FAZER UMA PESQUISA DE MERCADO

 COMO FAZER UMA PESQUISA ELEITORAL

90
91
COMO FAZER UMA PESQUISA DE MERCADO

Para satisfazer às necessidades de seus clientes, detectar


problemas e novas oportunidades de negócio, controlar e avaliar o
grau de penetração de um produto (novo ou já existente) no mercado,
bem como avaliar a sua imagem e notoriedade, as empresas
procuraram realizar pesquisas de mercado. Para isso, contratam
institutos especializados que, além de executarem o serviço com a
devida capacidade técnica, garantem a seriedade da sondagem
desejada.

1. COMO CONTRATAR UMA PESQUISA

De acordo com orientações do consultor e especialista em


marketing do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas de São Paulo, José Carmo Vieira de Oliveira,22 a
contratação de uma pesquisa, para garantir certo grau de sucesso,
requer a obediência aos seguintes passos por parte da empresa
contratante:

1º. Elaborar um "briefing" (documento de síntese) no qual


resuma os objetivos de marketing, e o problema de estudo;
2º. Escolher um fornecedor que lhe garanta o fornecimento de
informações confiáveis, dentro dos prazos e ao menor
custo;
3º. Participar da elaboração do questionário e da seleção dos
métodos de pesquisa;
4º. Participar do treinamento dos entrevistadores e das
primeiras pesquisas de campo;
5º. Controlar a qualidade do trabalho no tratamento dos
dados;
6º. Analisar de forma crítica os resultados e as
recomendações de ação.

22
SEBRAE/São Paulo. Como fazer pesquisa de mercado. Disponível em
<http://www.sebraesp.com.br> Acesso em: 25 jul. 2010.

92
2. ESCOLHA DO MÉTODO

Não resta dúvida de que a fidedignidade dos resultados de


uma pesquisa de mercado depende do método escolhido para a sua
realização. São igualmente importantes as definições do tamanho, do
tipo e da escolha da amostra, além da forma para se capturar as
informações desejadas. Entre as maneiras mais utilizadas para
aplicação dos questionários de pesquisa (um dos instrumentos de
levantamento de dados utilizados em pesquisas), podem-se destacar,
ainda de acordo com Oliveira,23 as seguintes:

 Por carta/mala direta: consiste no envio de um


questionário pelo correio às pessoas que fazem parte da
amostra, adicionando um envelope fechado para a
resposta. É um método econômico e cômodo, mas que,
raramente, obtém taxas de resposta elevadas;
 Por telefone: são igualmente econômicas, mas
pressupõem que sejam de curta duração e de resposta
imediata. Têm a vantagem de ter taxas de respostas mais
altas, mas não possibilitam a apresentação de quaisquer
elementos de caráter visual;
 Por e-mail ou Internet: são cada vez mais populares,
devido ao seu baixo custo, comodidade e rapidez de
utilização. Antes de iniciar uma pesquisa via correio
eletrônico deve-se procurar obter a permissão do potencial
entrevistado;
 Face a face/campo: as entrevistas pessoais, na rua ou
em domicílio, são os métodos mais seguros (mas também
os mais caros) para se obter uma maior quantidade e
credibilidade de respostas;
 Por observação: são as que pressupõem a coleta de
informação através da observação direta por parte do
entrevistador.

23
SEBRAE/São Paulo, loc. cit.
93
3. PASSO A PASSO DA PESQUISA

De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e


Pequenas Empresas de Minas Gerais, o passo a passo para a
realização de pesquisas desse tipo é o seguinte: 24

 1º Passo - Definição do público-alvo e objetivos da


pesquisa: Qual a real necessidade e os motivos que o
levaram a realizar essa pesquisa? No início dessa
caminhada a definição dos objetivos será muito útil.
 2º Passo - Definição da coleta dos dados: Nessa etapa,
você definirá como irá levantar os dados de sua pesquisa.
 3º Passo - Definição do método de pesquisa de dados
primários: Qual o tipo de pesquisa mais adequado ao seu
propósito? Defina os procedimentos para a sua realização.
 4º Passo - Definição da amostra: Conhecimento do
tamanho do público a ser pesquisado.
 5º Passo - Elaboração dos instrumentos de pesquisa:
Nessa etapa você aprenderá a elaborar questionários,
formulários e roteiros de pesquisas.
 6º Passo - Aplicação da pesquisa: A forma como será
abordada, garantirá o bom desempenho da sua pesquisa.
 7º Passo - Tabulação dos dados: Chegou a hora de
reunir os dados e trabalhá-los de maneira a facilitar a sua
análise.
 8º Passo - Elaboração do relatório final: A elaboração
do relatório final lhe permitirá analisar os dados obtidos na
pesquisa e identificar aspectos relevantes para a tomada
de decisão.
 9º Passo - Tomada de decisão: Com os resultados
obtidos a partir da pesquisa será possível determinar as
ações necessárias em benefício do seu negócio.

24
SEBRAE/Minas Gerais. Como elaborar uma pesquisa de mercado. Disponível em
<http://www.sebraemg.com.br> Acesso em 25 jul. 2010.

94
95
COMO FAZER UMA PESQUISA ELEITORAL

As pesquisas eleitorais são sondagens feitas em épocas de


eleição para mostrar a percepção das pessoas em relação aos
candidatos dos diversos cargos para o Poder Executivo e Poder
Legislativo no país.
No Brasil, as pesquisas eleitorais são feitas com abordagens
nas ruas e também com visitas aleatórias às residências dos
eleitores. O método varia de instituto para instituto. Especialistas
dizem que o método domiciliar é o mais seguro em termos de
resultado para a pesquisa – que nem sempre coincide com o
resultado das urnas, mas é de se esperar na quase totalidade das
pesquisas dos principais institutos que a ordem dos votados seja
apertada nas pesquisas que antecedem as eleições.
De acordo os diversos institutos de pesquisa em atuação no
país, o passo a passo para a realização de pesquisas desse tipo é o
seguinte: 25

 Passo 1 - Contratação de um instituto de pesquisa por


uma entidade, jornal, TV, partido político ou candidato.
 Passo 2 - O instituto define a metodologia e as perguntas
que irão constar no questionário.
 Passo 3 - Entre 30 e 50 pesquisadores vão a campo
coletar os dados, normalmente em um prazo de dois ou
três dias. Em uma pesquisa nacional, costuma-se abordar
de 2 mil a 2,5 mil entrevistados.
 Passo 4 - Os supervisores da pesquisa decidem a área
geográfica de abrangência do levantamento, baseadas na
proporção de eleitores por estado (em caso de eleição
presidencial) e por municípios (quando a pesquisa é
estadual).

25
MIRANDA, Joelson. Como nascem as pesquisas. Diário de Pernambuco. Recife, 25
jul 2010. Política. p. A8.

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 Passo 5 - O eleitor é abordado na rua ou em casa com
perguntas espontâneas (aquelas em que não são
apresentadas opções) e estimuladas (lista de candidatos)
 Passo 6 - Depois de terminada a pesquisa de campo,
profissionais analisam os resultados. Quanto mais pessoas
pesquisadas, menor a margem de erro.
 Passo 7 - Os resultados são divulgados somente cinco
dias após o registro na Justiça Eleitoral, conforme
determina a legislação específica vigente.
 Passo 8 - O instituto é obrigado a registrar a pesquisa na
Justiça Eleitoral, sendo preciso informar as datas da
sondagem e a margem de erro adotada.

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