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NS – estímulo neutro
US – estímulo incondicionado
CS – estímulo condicionado
UR – resposta incondicionada
CR – resposta condicionada
O REFLEXO INATO
Reflexos inatos são comportamentos que todas as espécies de animais apresentam. Esses
reflexos são uma preparação mínima que os organismos têm para começar a interagir com seu
ambiente e para ter chances de sobreviver. Exemplo: entrar em uma sala muito quente e
começar a suar, martelo no joelho e musculo se contrair, sucção do bebê ao mamar, etc.
Reflexo tem sinônimo de RESPOSTA, ou seja, aquilo que o organismo fez. Reflexo não se refere
àquilo que o indivíduo fez, mas, sim a uma relação entre o que ele fez e o que aconteceu antes
de ele fazer. Reflexo, portanto, é uma relação entre estímulo e resposta, um tipo de interação
entre o organismo e seu ambiente.
A tabela a seguir contém exemplos de reflexos, ou seja, a descrição de cinco relações entre o
ambiente (estímulo) e o organismo (resposta)
Estímulo Resposta
Fogo próximo a mão Contração do braço
Martelada no joelho Flexão da perna
Alimento na boca Salivação
Barulho estridente Sobressalto
Quando nos referimos a “reflexo”, estamos nos referindo às relações entre estímulo e resposta
que especificam que determinada mudança no ambiente produz mudança no organismo. Em
outros termos: o reflexo é uma relação entre estímulo e resposta no qual o estímulo elicia uma
resposta.
Lei do Limiar
Estabelece que para todo reflexo, existe uma intensidade mínima do estímulo
necessária para que a resposta seja eliciada. Um choque elétrico é um estímulo que
elicia a resposta contração muscular.
Lei da Latência
Quando um estímulo que elicia uma resposta é apresentado ao organismo várias vezes seguidas
em curtos intervalos de tempo, observamos algumas mudanças nas relações entre o estímulo e
a resposta.
Exemplo: uma pessoa cozinhando para muitas pessoas e é necessário descascar várias cebolas.
Ao cortar as primeiras cebolas, os olhos lacrimejariam bastante, após algumas cebolas
descascadas, seria perceptível as lágrimas diminuírem ou cessarem.
Ivan Petrovich Pavlov, ao estudar reflexos biologicamente estabelecidos (inatos), observou que
seus sujeitos experimentais (cães) haviam aprendido novos reflexos, ou seja, estímulos que não
eliciavam determinadas respostas passaram a eliciá-las. Em sua homenagem, deu-se a esse
fenômeno (aprendizagem um novo reflexo) o nome de
Condicionamento Pavloviano.
Pavlov percebeu que a simples visão da comida onde o alimento era apresentado eliciava a
resposta de salivação no cão, assim como o som de suas pegadas ao chegar no laboratório ou
simplesmente a aproximação da hora em que os experimentos eram frequentemente realizados
também o provocavam. Pavlov então decidiu estudar com mais cuidado esses acontecimentos.
Pavlov emparelhou para o cão, a carne (estímulo que naturalmente eliciava a resposta de
salivação) e o som da sineta (estímulo que não eliciava a resposta de salivação), medindo a
quantidade de gotas de saliva produzida (resposta) quando estímulo eram apresentados. Após
cerca de 60 emparelhamentos dos estímulos (carne e som da sineta), Pavlov apresentou para
cão apenas o som da sineta, e mediu a quantidade de saliva produzida e observou que o som da
sineta havia eliciado no cão a resposta salivação. O cão havia aprendido um novo reflexo: salivar
ao ouvir o som da sineta.
A sineta e seu som representam um estímulo neutro (NS) para a resposta de salivação. O som
da sineta não elicia a resposta na salivação, já o emparelhamento do estímulo neutro ao
estímulo incondicionado (US) diz que a relação entre a carne a resposta incondicionada (UR) de
salivação é um reflexo incondicionado, pois não depende de aprendizagem. Após várias
repetições na qual o condicionamento foi estabelecido, houve a aprendizagem de um novo
reflexo, chamado de reflexo condicionado. O reflexo condicionado é uma relação entre
estímulo condicionado (CS) e resposta condicionada (CR). O estímulo neutro e o estímulo
condicionado são o mesmo estímulo (som da sineta). Nomeamos de formas diferentes esse
estímulo para indicar que o som NÃO eliciava a salivação e agora o som ELICIA a salivação
(estímulo condicionado).
Para que um reflexo condicionado perca sua força, o estimulo condicionado deve ser
apresentado sem novos emparelhamentos com o estímulo incondicionado. Por exemplo: se um
individuo passou a ter medo de andar de carro após um acidente, esse medo só irá ocorrer se a
pessoa se expuser ao estímulo condicionado (carro) sem a presença dos estímulos
incondicionados que estavam presentes na hora do acidente.
Uma característica da extinção respondente é que após a extinção ter ocorrido, ou seja, após
um determinado CS não eliciar mais uma determinada CR, a força do reflexo pode voltar
espontaneamente. Exemplo: alguém com medo de altura é forçado a ficar à beira de um lugar
alto por um longo período de tempo. No início a pessoa sentirá todas as respostas condicionadas
que caracterizam seu medo de altura. Após passado algum tempo, ela não mais sentirá medo
(extinção da resposta de medo). Essa pessoa passa alguns dias sem subir em lugares altos e
novamente é forçada a ficar no mesmo lugar alto a que foi anteriormente. É possível que ocorra
o fenômeno conhecido como recuperação espontânea = a resposta pode voltar após ser
extinta com menos força/ menor que antes da extinção.
Frequência dos emparelhamentos – quanto mais frequente o CS é emparelhado com o US, mais
forte é a resposta condicionada. No entanto, em alguns casos (ingestão de alimentos tóxicos ou
eventos muito traumáticos como acidente de carro ou estupro), basta apenas um
emparelhamento para que uma resposta condicionada de alta magnitude surja.
Novamente temos uma relação entre organismo e seu ambiente, na qual organismo emite
uma resposta (comportamento) e produz alteração no ambiente. Quando as alterações no
ambiente aumentam a probabilidade de comportamento que as produziu voltar a ocorrer,
chamamos tal relação entre organismo e seu ambiente de contingência de reforço que é
expressa da forma se...então (se o rato pressionada a barra, então ele recebe água).