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Ainda a respeito de uma fala de Felipe (outro legado papal), Schaff afirma na
nota de rodapé: “Isso parece ser certamente corrupto. Eu literalmente segui o
grego.”
As profissões que foram feitas por Arcádio e Projecto, os bispos mais santos e
piedosos, assim como por Filipe, o mais religioso presbítero da Igreja Romana,
manifestam-se ao santo Sínodo. Pois eles fizeram a sua profissão no lugar da
Sé Apostólica, e de todo o santo sínodo dos bispos amados e santos do
Ocidente. Por isso, que as coisas que foram definidas pelo mais sagrado
Celestino, o bispo amado por Deus, sejam efetivadas, e que o voto lançado
contra Nestório, o herético, pelo santo Sínodo, que se reuniu na metrópole de
Éfeso, seja aceito universalmente.
É interessante que este trecho seja usado em favor do papado. No entanto, Cirilo
está dizendo que a decisão do bispo de Roma foi efetivada pelo Concílio e
implica que, apenas após a decisão conciliar, seria de aceitação universal. Como
o papa poderia estar acima do concílio se sua decisão necessitou ser efetivada
por ele? Nota-se que Cirilo considerava os legados papais não apenas
representante de Roma, mas de todo o ocidente. Ainda assim, como já
demonstrado, mesmo no Ocidente, Roma não havia imposto o primado jurídico
ao norte da África neste período.
Outra afirmação sem sentido é que o concílio apenas reproduziu a decisão
anterior de Roma. Na verdade, bastar dar uma verificada nos cânones do
concílio para perceber que as decisões foram muito além da excomunhão de
Nestório (aqui http://www.sacred-texts.com/chr/ecf/214/index.htm). Os atos em que os
legados papais exaltam a autoridade de Roma estão na sessão II, mas a fase
deliberativa do concílio ocorreu na sessão I. Os extratos desta sessão deixam
claro que os bispos reunidos não estavam apenas reproduzindo a decisão de
Celestino, mas de fato analisaram a questão e emitiram o parecer:
E depois que a carta foi lida, Cirilo, o bispo de Alexandria, disse: Este santo e
grande Sínodo ouviu o que escrevi ao mais religioso Nestório, defendendo a
fé correta. Eu penso que em nenhum aspecto me afastei da verdadeira
declaração da fé, isto é, do credo estabelecido pelo santo e grande sínodo
anteriormente reunido em Niceia. Por isso desejo a vossa santidade [isto é, o
Concílio] para dizer se com razão e sem culpa e de acordo com o santo
sínodo eu escrevi estas coisas ou não. (Sessão I, Concílio de Éfeso -
http://www.sacred-texts.com/chr/ecf/214/2140258.htm)
Importante trecho onde Schaff atesta que o papa não foi ortodoxo:
As it is impossible to treat the theological question here, so too is it impossible to
treat the historical question. However I may remind the reader that Nestorius and
his heresy were defended by Theodore of Mopsuestia, and that he and Celestius
were declared by Pope Zosimus to be innocent in the year 417, a decision which
was entirely disregarded by the rest of the world, a Carthaginian Synod
subsequently anathematizing him. Finally the Pope retracted his former decision,
and in 418 anathematized him and his fellow, and gave notice of this in his
“epistola tractoria” to the bishops. Eighteen Italian bishops, who had followed the
Pope in his former decision of a twelve month before, refused to change their
minds at his bidding now, and were accordingly deposed, among them Julian of
Eclanum. After this Pelagius and Celestius found a fitting harbour of refuge with
Nestorius of Constantinople, and so all three were condemned together by the
council of Ephesus, he that denied the incarnation of the Word, and they twain
that denied the necessity of that incarnation and of the grace purchased thereby.
Artigo do Ybarra
https://erickybarra.org/2019/05/24/pope-st-celestine-i-422-432-and-immediate-universal-
jurisdiction/#more-6632
Schaff
https://www.ccel.org/ccel/schaff/hcc3.iii.xii.xxii.html
Falar sobre o cânon que proibiu os antioquenos de ordenarem fora de suas sedes.