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Unidades de Recebimento, Secagem e

Armazenamento de Produtos Agrícolas

Aspectos Estruturais e Conteúdos


Armazenados

Engº Civil José Marin


Gerente de Engenharia e Manutenção da Coamo
Conhecendo a Coamo

Fundação:
Fundada em 28/11/1970, por 79 cooperados

Quadro Social atual:


20.200 cooperados
Quadro de Funcionários:
4.200 funcionários efetivos

Dependentes diretos:
100 mil pessoas, entre cooperados, funcionários e familiares.
Área de Ação

Área de Extensão:
4 milhões de hectares de área cultivada

Área de Atuação:
Atua em 53 municípios do Paraná, Santa Catarina e
Mato Grosso do Sul.
Possui 90 Unidades de Recebimento
Atividades

Recebimento, Beneficiamento, Armazenamento e


Expedição de Produtos Agrícolas

Fornecimento de Insumos para a Atividade Agropecuária

Parque Industrial
- Refinaria de Óleo de Soja - Fiação de Algodão
- Indústrias de Óleo de Soja - Moinho de Trigo
- Indústria de Gordura Vegetal - Torrefação de Café
- Indústria de Margarina

Terminal Portuário
Patrimônio / Balanço - 2007

Patrimônio Líquido:
R$ 1,44 bilhão

Receitas Globais:
R$ 3,47 bilhões

Sobras:
R$ 236,92 milhões
Unidades de Recebimento,
Secagem e Armazenamento de
Produtos Agrícolas
Objetivos

Demonstrar a natureza não inflamável


dos produtos agrícolas armazenados nas
diversas unidades da Cooperativa.

Detalhar as instalações e processos


operacionais, construções e equipamentos
da Coamo, visando obtenção de alvarás,
isenta da instalação de sistemas fixos de
combate a incêndios (Hidrantes).

Unidades de Recebimento, Secagem e Armazenamento de Produtos Agrícolas


O Grão – Limpeza e Umidade

• Recebimento, Secagem, Armazenamento e Expedição de


grãos são atividades complementares à atividade agrícola;
• Geralmente os grãos são recebidos a granel, úmidos e com
impurezas;
• A umidade dos grãos no recebimento se situam entre 12 e
14% (quando secos) e 15 a 28% (quando úmidos);
• Grãos com umidade > 14% são secados para garantir boa
qualidade de armazenagem;
• Os grãos são descarregados nas moegas e passam por
processo de pré-limpeza, secagem, limpeza, armazenamento
e expedição;
• O transporte dos grãos nessas operações é feito por: Correias
transportadoras, redlers, elevadores de canecas e canalização.

Unidades de Recebimento, Secagem e Armazenamento de Produtos Agrícolas


Treinamento em Segurança

• As Unidades possuem rígido controle de acesso,


restrito a funcionários e cooperados;

• Os funcionários recebem treinamentos de segurança


ocupacional;

• Toda Unidade possui uma Brigada de Incêndios;

• Baixo risco de incêndios. Utilização de Sistema Móvel


de Proteção Contra Incêndio (extintores);

• Inexistência de registros de ocorrências de incêndio


em armazenagem de produtos agrícolas.

Unidades de Recebimento, Secagem e Armazenamento de Produtos Agrícolas


Condições Básicas
•A composição química dos produtos agrícolas não
permite a formação de chamas;
•A combustão requer: Material oxidável (combustível),
material oxidante (comburente) e fonte de ignição
(energia) e reação em cadeia;
•Os grãos mesmo depois de colhidos continuam vivos -
respirando;
•A umidade dos grãos acima de 14% desencadeia a
aceleração desse processo metabólico, resultando na
elevação da temperatura e liberação de gases (monóxido
e dióxido de carbono - CO e CO2, metano - CH4, dióxido
de nitrogênio, NO2, Sulfeto de Hidrogênio - H2S e
outros);
Unidades de Recebimento, Secagem e Armazenamento de Produtos Agrícolas
Condições Básicas

• As estruturas operacionais são construídas com


materiais não combustíveis;

• As explosões de pó ocorrem, geralmente, em função


da mistura do ar atmosférico e partículas sólidas de
pó em suspensão, num ambiente confinado, acionado
por uma fonte de ignição;

• Numa explosão de pó, os hidrantes em nada


poderiam ajudar.

Unidades de Recebimento, Secagem e Armazenamento de Produtos Agrícolas


Efeitos do Grão Molhado nas Instalações

• Se espalharmos água sobre uma massa de grãos,


esta absorverá o líquido e sofrerá um aumento
brutal de volume, de tal forma que romperá os
equipamentos ou depósitos onde estejam sendo
processados ou armazenados;

• A remoção desta massa úmida de grãos do interior


de equipamentos ou silos é de extrema dificuldade;

• A água se torna inócua nos casos de possíveis


aquecimentos da massa de grãos, que possam surgir
durante o período de armazenagem;

• A adoção da aeração e transilagem da massa de


grãos são providências corretas e eficazes.
Unidades de Recebimento, Secagem e Armazenamento de Produtos Agrícolas
Medidas Operacionais Preventivas para
o risco de Explosão de Pó

• Procedimento cuidadoso na limpeza da massa de grãos;


• Exaustão de pó contínua em todos os setores do processo;
• Limpeza periódica dos sistemas de exaustão e captação de pó;
• Limpeza das instalações, especialmente espaços confinados
como os túneis, evitando o acúmulo de pó;
• Manutenção periódica dos equipamentos e instalações elétricas
eletrônicas e mecânicos;
• Cuidados especiais na utilização de aparelhos de soldar e
esmerilhar, ou outros que produzam faíscas;
• Aspersão de óleos minerais na massa de grãos em movimento
para reduzir a emissão de pó, pouco utilizado pelo alto custo.
Unidades de Recebimento, Secagem e Armazenamento de Produtos Agrícolas
Cuidados Técnicos na Construção das
Instalações Agrícolas
• Sistema de exaustão de ar e pó em pontos críticos:
Túneis, galerias, elevadores e em pontos de carga e
descarga de grãos;
• Instalações elétricas executadas dentro das normas
técnicas da ABNT;
• Aterramento elétrico dos componentes eletromecânicos
e pontos geradores de cargas eletrostáticas;
• Instalação de sistemas de pára-raios dimensionados de
acordo com as normas técnicas;
• Sistemas de iluminação apropriados aos ambientes de
riscos (lâmpadas à prova de explosão).

Unidades de Recebimento, Secagem e Armazenamento de Produtos Agrícolas


Subestação em localização
adequada

Fiação protegida

Exaustor de ar Lâmpada com blindagem


Descrição do Fluxo Operacional - Recepção

• Os produtos chegam a granel em caminhões ou carretas;


• A amostragem é realizada através de sondas manuais,
formando uma porção representativa da massa total;

• A classificação considera
aspectos físicos do
produtos: Umidade,
impurezas, PH, presença
de insetos, odor entre
outros;
• A classificação determina
a destinação do produto
às diversas moegas e aos
silos e armazéns;
Classificação

Unidades de Recebimento, Secagem e Armazenamento de Produtos Agrícolas


Moegas
• O produto é descarregado nas moegas (recintos abertos e bem
ventilados);
• A descarga é feita manualmente pelas bicas de descarga ou
por plataformas basculantes (tombadores);
• Sob as moegas há um túnel com transportadores, que leva os
grãos à casa de máquinas para o beneficiamento e secagem;
• Eficiente sistema de
exaustão - renova o ar
dos túneis e dos
elevadores interligados;
• Limpeza constantes dos
túneis e espaços
confinados.

Moegas

Unidades de Recebimento, Secagem e Armazenamento de Produtos Agrícolas


Moegas
Tombadores
Túnel sob as moegas
Pré-Limpeza e Limpeza
• É o primeiro passo do beneficiamento, antes da secagem;
• Retirada das impurezas mais grossas, com máquinas de diversas
capacidades de produção, habilitando o produto à secagem com
melhor eficiência;
• Ação de exaustão de pó durante o processo, levando a filtros de
manga ou hidro-filtros;
• Máquinas de pré-limpeza e limpeza são totalmente metálicas e
atuam com peneiras com quadros também metálicos;
• Na pré-limpeza as impurezas são coletadas e transportadas para
descarte;
• Após secagem é feita a limpeza dos grãos, onde se faz a limpeza
mais apurada e se separa os grãos quebrados que, por meio de
transportadores, é levado a um silo de “resíduos”, favorecendo
assim a conservação dos grãos nos silos e graneleiros (facilita a
aeração).

Unidades de Recebimento, Secagem e Armazenamento de Produtos Agrícolas


Conjunto de máquinas de limpeza
Conjunto de ciclones ligados às pré-limpezas
Secagem
• A secagem é um tratamento térmico para reduzir a umidade
da massa de grãos, tornando-a própria para armazenagem por
longos períodos;
• Com a redução do teor de umidade da massa de grãos, são
reduzidas:
a) a deterioração do produto;
b) a taxa de respiração do produto;
c) a velocidade do processo bioquímico que pode degenerar a
massa de grãos.
• Fornalhas construídas em alvenaria, tijolos refratários e manta
cerâmica fornecem a fonte calorífica para a secagem dos grãos
(ar quente);
• O sistema de secagem se compõem de: Secador com coluna
de secagem, difusores de ar metálicos, exaustores axiais ou
centrífugos; Fornalha e ciclone e Transportadores de carga e
descarga do secador;
Unidades de Recebimento, Secagem e Armazenamento de Produtos Agrícolas
Secagem
• Secadores existentes no mercado: de dutos e de
colunas, com capacidades de produção variadas;
• Ciclone metálico de grande capacidade de retenção de
fagulhas, garante a secagem dos grãos sem o risco de
alguma centelha, derivada da fornalha, chegar ao
secador;
• Se, ainda assim, uma fagulha atingir a massa de grãos e
houver processo de esquentamento não natural desta
massa, o processo de secagem é interrompido, “abafa”
se o secador com o fechamento de entradas de ar, e se
processa o descarregamento do mesmo, por uma via
alternativa;
• Impera-se, então, o conceito de não utilização de água
para alguma anormalidade durante a operação de
secagem de grãos.
Unidades de Recebimento, Secagem e Armazenamento de Produtos Agrícolas
Secador capacidade 100 t/h Fornalha à lenha– vista
externa

Câmara Anti-fagulha
(fornalha – visão interna)
Ciclone (retenção de fagulhas)
Armazenamento

• Os produtos agrícolas são armazenados em silos verticais metálicos


ou em armazéns graneleiros com fundo em V, de concreto armado e
de capacidades de estocagem variadas.
• Os silos recebem os grãos pela parte superior, trazidos por correias,
e estes ficam armazenados por períodos curtos ou longos;
• A temperatura dos grãos armazenados é vigiada por um moderno
sistema de termometria (computadorizado), ligado on-line, que com
seus sensores monitora toda a massa de grãos;
• Na ocorrência de qualquer discrepância da temperatura normal da
massa de grãos, o ponto afetado é beneficiado com a injeção de ar a
taxa equivalente de 0,20 m3 de ar/m3 de cereal/minuto, até que a
temperatura se estabeleça em padrões normais;
• Na ocorrência de não se restabelecer a temperatura normal da
massa de grãos, o procedimento será de fazer “transilagem” do
produto, ou seja, movimentá-lo, do ponto que está, para outra parte
do mesmo armazém ou outro.
Unidades de Recebimento, Secagem e Armazenamento de Produtos Agrícolas
Armazém fundo “V” ou Silo Horizontal
Silos Verticais – em concreto e metálicos
Visão interna armazém fundo “V” com detalhe
dos cabos do sistema de termometria.
Expedição

• Para a expedição, os produtos são movimentados por


correias transportadoras e elevadores de canecas,
até os silos de expedição;

• Silos de expedição – elevados e metálicos, com


capacidade em torno de 90 toneladas, sob o qual os
diversos tipos de veículos de carga são carregados;

• Silos de expedição são equipados com balanças de


fluxo, totalmente automatizadas, que liberam a carga
com o peso exato desejado, evitando recargas /
descargas e repesagens na balança rodoviária.

Unidades de Recebimento, Secagem e Armazenamento de Produtos Agrícolas


ARMAZÉNS DE INSUMOS
Aspectos Estruturais e
Conteúdos Armazenados
Objetivos

• Informar as particularidades e características dos


armazéns de fundo chato (convencionais) para
armazenamento de insumos agrícolas em geral;

• Demonstrar o reduzido risco de incêndio e a


adequação das estruturas e processos às normas
previstas no Código de Prevenção de Incêndios do
Corpo de Bombeiros.

Parte II - Armazéns de Insumos – Aspectos Estruturais e Conteúdos Armazenados


Disposições Gerais

• A Cooperativa opera com vários tipos de produtos, voltados à


atividade agroindustrial, tendo como cliente principal o seu
cooperado;

• A aquisição e fornecimento de insumos é uma das atividades


de muita importância neste contexto;

• Investimentos em estruturas de armazenagem: fertilizantes,


defensivos, sementes, peças, implementos e máquinas
agrícolas e outros em menor escala;

• Algumas unidades Coamo não operam com o fornecimento


de insumos e não possuem armazém convencional;

• As dimensões dos armazéns variam em função da demanda


local e regional, sendo o menor de 1.200 m2, e o maior de
8.400 m2;
Parte II - Armazéns de Insumos – Aspectos Estruturais e Conteúdos Armazenados
Disposições Gerais
Ocupação dos armazéns convencionais:

Produtos % Ocupação
Fertilizantes Ensacados 60,0
Sementes 20,0
Defensivos Agrícolas 10,0
Outros = Rações e concentrados, sais minerais,
10,0
peças, ferramentas, implementos e etc.

Parte II - Armazéns de Insumos – Aspectos Estruturais e Conteúdos Armazenados


Disposições Gerais
• As construções são em alvenaria de tijolos, com pé direito,
em geral, de 5,00 metros. Os telhados são em estrutura
metálica e telhas de aço galvanizado. As portas são de aço
galvanizado e pisos em concreto armado;

• Possui uma área destinada exclusivamente ao depósito de


defensivos, de 100,00 a 400,00 m2. Esta área, separada do
restante do armazém por um alambrado com 2,00 m de
altura, possui bacia de contenção e piso impermeabilizado.
Possuem licenciamento junto aos órgãos governamentais dos
três estados em que se atua;

• A disposição dos defensivos na área protegida, obedece


normas da ABNT-NBR 9843-1995;

• Os demais insumos armazenados, não possuem componentes


suscetíveis ao fogo.
Parte II - Armazéns de Insumos – Aspectos Estruturais e Conteúdos Armazenados
Armazém de Insumos – Vista Interna
Armazém de Insumos – Vista Externa
Estrutura e Produtos Armazenados
• Os fabricantes buscam, cada vez mais, redução da
inflamabilidade dos produtos agroquímicos;

• A maior parte dos defensivos possuem água ou


excipientes inertes como solvente;

• Nos estoques de insumos da Coamo, apenas 15% são


inflamáveis, dispostos de forma intercalada aos
demais defensivos não inflamáveis;

• Esta proporção praticamente afasta riscos de incêndio;

• A Coamo investe muito em segurança. Em 37 anos de


existência, não há registros de ocorrência de princípio
de incêndio nestes armazéns, mesmo na época em
que os produtos eram mais inflamáveis;
Parte II - Armazéns de Insumos – Aspectos Estruturais e Conteúdos Armazenados
Área restrita ao depósito de agroquímicos, devidamente isolada
Conclusão

Por sua estrutura montada, voltada à segurança


física de seu patrimônio e, principalmente, ao seu
maior patrimônio que são os seus colaboradores, a
COAMO defende a tese que a utilização da água,
como agente extintor em suas unidades é
ineficiente ou impraticável, e por isto protocolou
em dezembro/2005, junto ao Comando Geral dos
Bombeiros, em Curitiba PR, seus argumentos
visando obter autorização de construção e de
funcionamento sem a exigência de HIDRANTES,
em suas instalações.
Conclusão

As estruturas físicas de armazéns convencionais e


graneleiros e os insumos e grãos neles contidos,
oferecem baixo risco de incêndio, prescindindo do
Sistema Fixo de Proteção contra Incêndios. O
sistema móvel, já adotado, previsto na Seção IV do
Capítulo V e demais previsões do Código de
Prevenção de Incêndios do Corpo de Bombeiros,
somado aos métodos de trabalho adotados pela
COAMO, descritos neste trabalho, proporcionam
ampla segurança, ao patrimônio da empresa e aos
seus colaboradores.

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