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POS-COLHEITA,

ARMAZENAMENTO
E
PERDAS;
Rede Armazenadora de Grãos

Introdução
Aspectos Históricos:
 Armazenagem: marco importante
– Homem deixa de ser nomade; passa a
produzir
– Produzir passa a nao ser suficiente
– Armazenar passa a ser primordial:
periodo seco;
Egito:
 Sonho do faraó – José
–1700 ac
–Incrementou-se a produção para
aproveitar os 7 anos de fartura;
–Armazenou-se o excedente:
condições do deserto
Armazenagem no
Brasil
Conceito de
armazenagem:
 Atividadesdestinadas à guarda e
à conservação, em condições
inalteradas de qualidade e
quantidade de produtos agrícolas,
basicamente grãos.
Etapas:
 Condiçõesde recebimento;
 Processamento adequado;
 Conservação à granel:
– Em armazéns graneleiros;
– Em silos metálicos;
 Equipamentos:
– Limpeza, secagem, transporte e
expedição.
Armazéns convencionais e silos:
 Brasil:
o comum é armazenar em sacos.
 Desvantagens:
– É dispendioso;
– Grãos ficam sujeitos a variações ambientes;
– Em regiões úmidas, ação de fungos é
favorecida; grãos são higroscópicos;
– Necessita de controle periódicos;
– Não funciona bem para longos períodos;
– Qto > a área, > a proliferação das pragas.
Armazéns convencionais e silos:

 Um sistema de Rede Armazenadora de


grãos
– Só pode ser projetada tecnicamente à
base de silos
Armazéns convencionais e silos:
 Países desenvolvidos: armazenagem é
sempre feita à granel.
 Vantagens:

– Ganho de tempo;
– Minimizam-se perdas;
– Menor incidência de pragas e doenças;
– Permite estocagem por tempo maior
 Brasil:armazenamento à granel ocorre,
por exemplo, com a industria moageira
(trigo)
– Moinhos: tudo é feito à granel;
»Descarregamento;
»Ensilamento;
»Movimentação;
»Transformação em farinha.
Obs.:
 Práticas de limpeza, secagem, etc.,
devem ser processadas logo após a
colheita.

 Operações de expurgo e aeração


mecânica
– Devem ser realizadas nas fontes produtoras
– E nos estágios de distribuição e consumo,
– Nas unidades subterminais e terminais.
Obs.:
 Deterioraçõescausadas por insetos e
microorganismos são irreversíveis.
 O responsável pela unidade
– Deve se capaz de saber:
»Se o produto necessita de limpeza,
»Secagem
»E tratamento contra insetos.

O produto deve sair como chegou. Para


isso faz-se inspeções periódicas.
Perdas:
são devidas a uma série de fatores
- De origem técnica:
- Qualidade das instalações;
- Ataque de insetos, fungos e roedores;
- Incompetência;
- Ineficiência operacional
- Desperdício se inicia na:
- Lavoura;
- Colheita; e continua no:
- Transporte, beneficiamento inadequado,
armazenagem.
 Perdas podem ser combatidas e minimizadas;

 Perdas por vezes se dão por razões de


estratégia de comercialização
– estoques comercializadores do governo.
Da produção à Armazenagem:
 Colheita ainda responde por altas perdas;
 Operação e regulagem dos equipamentos
nem sempre é adequada;
 Umidade dos grãos, ou acima ou abaixo do
ideal causam perdas ao danificar os grãos,
favorecendo deterioração futura, por fungos
e insetos;
 Uni// de beneficiamento e Armazenagem
limpam, secam e armazenam grãos c/
impureza e unidade elevada para serem
consumidos;
Incidência de perdas
após a colheita:
 Países desenvolvidos: pesquisas
constantes para aumentar a vida
comercial dos produtos.
 Países como o Brasil: prioridade é
reduzir o desperdício pós-colheita por
falta de silos, transporte def. e falta de
controle de qualidade.
2 tipos de perda:
–Física: queda de peso devido a
ataque de insetos ou roedores.
–De qualidade: qualidade é alterada
por ação de fungos, fermentação,
modificação organoléptica,
contaminação por material
estranho, etc.
Ataque de insetos:
 Em geral consiste de perfuração de
larvas;
 Produz ataques indiretos: incidencia de
microorg., acáros e aquecimento da
massa de grãos;
– Ex.: vide tabela
 Brasil:dados de décadas passadas
apontam entre 15 e 30 % de perdas por
insetos;
 Atualmente: perdas foram reduzidas: uso
de tendas plásticas no expurgo de grãos
armazenados em sacos e uso de fosfina.
 Uma pequena infestação pode danificar
em poucos meses uma grande
quantidade de grãos armazenados.
Perda da Qualidade:
 São significativas no Brasil, devido
principalmente à inadequação de grande
parte de nosso aparelhamento
armazenador;
 Faltam pesquisas direcionadas ao caso
brasileiro.
Déficit de armazenagem agrícola:
Brasil enfrenta carência:
– Mal consegue sequer armazenar uma
safra agrícola,
– Não tem estoque de segurança no caso
de alguma quebra de safra
Comparativo de produção de grãos e capacidade de
armazenamento estática no Brasil em mil toneladas
Ano 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999

Cap. armaz 76.506 77.184 61.400 71.548 86.979 88.989 89.011 89.715 88.723 87.795

Produção grãos 58.280 57.900 68.400 68.253 76.035 81.065 73.565 78.427 76.559 82.438

Def.ou super (%) 31 33 (10) 5 14 10 21 14 16 6

Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Cap. armaz 87.833 89.227 89.604 93.359 100.056 106.539 121.988 123.402 128.484 130.781

Produção grãos 83.030 100.267 96.799 123.168 119.114 114.695 122.531 131.751 144.137 135.135

Def.ou super (%) 6 (11) (7) (24) (16) (7) (0,4) (6) (11) (3)

Ano 2010 011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Cap. armaz 137.828 140.456 142.482 145.485 149.507 152.355 157.625 162.317 166.099 169.815

Produção grãos 149.255 162.803 166.172 188.658 193.622 207.770 186.610 237.671 227.679 242.095

Def.ou super (%) (8) (14) (14) (23) (23) (27) (16) (32) (27) (30)
Rede armazenadora de grãos:
Grãos: cereais, grãos leguminosos secos,
grãos oleaginosos, grãos de café e
outros grãos secos alimentícios.
Rede armazenadora: aparelhamento
destinado a receber a produção de
grãos, conserva-los em perfeitas
condições tecnicas e redistribuí-los
posteriormente
 Produção de grãos: é periódica;
 Demanda: é initerrupta;
 Redes armazenadoras diminuem
grandes discrepâncias de preços na
safra e entressafra;
– Deve ser convenientemente
dimensionada para atender a demanda
interna e exportar os excedentes;
– Não se incrementa produção sem uma
rede capaz de suportá-la
Unidades armazenadoras que
compõem uma rede:
 Classificação leva em conta sua localização e
estágios de transferências
 Unidades de Fazenda: presta serviço a um só
usuário;
 Unidades coletoras: próximas às fazendas,
servem a vários usuários. Ex.: Cooperativa de
produtores
 Unidades subterminais: pontos chave do
sistema viário. Para elas convergem as
unidades coletoras;
 Unidades terminais: centros consumidores e
portos
Localização e dimensionamento
das unidades:
 Parte dos produtos são consumidos nas
proximidades destas;
 Parte é consumida em locais mais
distantes:

 Parteconsiderável é destinado à
exportação.
– Ex.: Arroz e feijão: vão das zonas produtoras
aos grandes centros.
 Um estudo deve ser feito:
– Para se levantar a localização ideal
– E o dimensionamento das diversas
unidades que irão integrar a rede.

 Para a localização, conhecer:


– Produção;
– Consumo;
– Transporte.
 Deve-se
prever a possibilidade de
expansão rápida da capacidade de
armazenamento;

 Armazenamento e transporte devem estar


intimamente relacionados
– Para uma maior eficiência e
racionalização dos fluxos de grãos.
 Unidades terminais.
– Localização deve orientar-se,
prioritariamente, pelas diretrizes do sistema
de transporte ferroviário.

 Unidades subterminais (silos


intermediários):
– Recebem produtos de diversas unidades
coletoras
– Sendo assim, localização deve ter fácil
acesso ao sistema rodo ferroviário.
 Unidades coletoras:
– Localização:
»Próximo a área agrícola
»Com suficiente produção para o
empreendimento não ficar ocioso.
– Capacidade:
»Deve ser suficientemente
dimensionada
»Para coletar e beneficiar significativa
parcela da produção ao seu alcance.
 Unidadescoletoras:
– Expansão:
» Investigar se a produção é estacionária ou
decadente,
» Se há a possibilidade de aumento de
safras.
– Dimensionamento:
» Verificar necessidade de consumo local.
» Verificar se mercados próximos a serem
supridos já recebem suprimentos de outras
regiões.
Estabelecimento de uma rede de
silos:
 Manuseiode grãos em sacos:
– implantação deve se dar da zona de
consumo (centros) para a zona de
produção (periferia)
Rede Armazenadora e o abastecimento
de cereais e grãos leguminosos:
 São os mais importantes:

– Alimentação humana e animal; in


natura ou agroindústria.
– Alterações na disponibilidade,
qualidade e preço
– = profundas repercussões
socioeconômicas.
Rede Armazenadora e o abastecimento
de cereais e grãos leguminosos:
 Armazenamento adequado:

– Permite o equilíbrio entre consumo


regular e uma produção escalonada

– Permite tempo hábil para possíveis


necessidades de procura pelo produto
nos mercados internos.
Silos e abastecimento:
 O abastecimento à granel permite:

– Eliminação de perdas;

– Armazenamento por diversos anos


(evita flutuações do abastecimento);

– Redução do preço do produto em até 10


% (sacaria e custo de manutenção);
Silos e abastecimento:
– Estabelecimento de um produto uniforme,
limpo e livre de ataque de insetos , roedores
e microorganismos e c/ suas qualidades
alimentícias preservadas.

– Eliminação do intermediário (produto vai


direto a varejistas como supermercados)

– Melhor controle de estocagem.

 Desvantagem: alto custo


Armazenagem ao nível da fazenda:

 Deve ser incentivado no Brasil;

 Grande parte das perdas se dá neste


nível;

 Unidades operadas por cooperativas


comercializam melhor que
administradores de fazenda;
 2 fatores tendem a limitar no Brasil o uso de
unidades armazenadoras da fazenda:

– Dificuldades, na fazendas, de difusão de


conhecimento sobre técnicas de
conservação. (nível de tecnificação da
agricultura brasileira e baixo);

– Alto custo administrativo da fiscalização


das condições de armazenamento em um
número elevado de propriedades rurais.
Unidades coletoras formadas por
cooperativas de produtores:

 Possuem incentivos governamentais


= tendem a expandir a rede no Brasil

 Procuram alcançar maior renda com


uso de instalações de
armazenamento e armazenagem
Objetivos econômicos da formação
de estoques reguladores:
 Governo precisa intervir no setor de
armazenamento para assegurar oferta regular;

 Lei da concorrência;
– Oferta e procura:
– Governo eventualmente intervém,
comprando o excedente a um preço mínimo.
Objetivos econômicos da formação
de estoques reguladores:

 Governo deve também manter um


equilíbrio,

– se colocando entre demanda e oferta;


– cabe ao governo criar uma infra
estrutura adequada de estocagem
A formação e manipulação de estoques
por parte do poder público garante
importantes funções na comercialização
de grãos, como:

– Regularização da oferta ao mercado


interno: retenções especulativas ou falta
do produto;
– Disponibilidade do produto quando da
falta devido à adversidades climáticas;

– Redução da oscilação dos preços ao


longo do ano;

– Permitir maior liberdade de manobra na


procura de mercados externos
 Localização
e dimensionamento:
extremamente relevantes;

 Estoques devem ser localizados de forma


a permitir
– Distribuição em tempo hábil para
atender à maiores demandas (grandes
centros urbanos),
– Evitando manobras especulativas.
O zoneamento agrícola e a
implantação de unidades
armazenadoras ao nível de produção:
 Brasil: culturas estão pulverizados por todo o
território;
 São facilmente substituíveis, dependendo do
mercado e do clima

 Isso faz com que a produção fique sujeita a


grandes flutuações – ppal fator de déficit de
um. Arma. Ao nivel da faz. E unidades
coletoras.
 Países desenvolvidos:
– De acordo c/ a região e o clima, culturas
obedecem um zoneamento.
– Oferece melhores condições de
implantação das UC. Ex.: Cinturões nos
EUA

 Zoneamento favorece “encontros de


agricultores” = oportunidade para atualizar
conhecimentos.
 Zoneamento pode ser estimulado pelo
governo:
– Credito favorecido para áreas com maior
potencial;
– Estimular desenvolvimento de
cooperativas em áreas potenciais;
– Estimular, com financiamento,
implantação de Ucs;
– Oferecer preços mínimos para produtos
oriundos de áreas com potencial
 Com o zoneamento agrícola, espera-se:

– Aumento de pesquisas,

– Assistência técnica

– E estabelecimento de infraestrutura
(estruturas e estradas) para o
escoamento e comercialização de
safras.

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