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Assédio Moral e Sindrome de Burnout PDF
Assédio Moral e Sindrome de Burnout PDF
Índice:
Ribeirão Pires, outubro de 2008 Apresentação 04
Introdução 06
Esta cartilha é uma produção do Sindicato
dos Trabalhadores na Educação Municipal I - Assédio Moral 09
Conceito e definição 10
Rua Domingos Balzani, 254 b - Centro - Ribeirão Pires - SP.
CEP: 09400-060 - Fone: 11-4825 5022 Característica 10
e-mail: sineduc@yahoo.com.br / sineduc.feproem@hotmail.com
��������������������������� Evolução 11
Formas de Assédio Moral no trabalho 12
Perfil (médio) das vítimas 15
Estatísticas a respeito de Assédio Moral 16
Perfil (médio) do Agressor 17
Danos do Assédio Moral à Saúde 18
O diagnóstico de doenças causadas por Assédio Moral 19
Sintomas causados por Assédio Moral 20
A união pode vencer o Assédio Moral 21
Lei Nº 4.816 - Penalidades À prática de Assédio Moral 22
II - Síndrome de Burnout 24
Conceito 25
Definições 25
Caracterização e Desenvolvimento 26
Três componentes da Síndrome 27
Burnout no setor de educação 28
Facilitadores para a Síndrome 29
Manifestações da Síndrome 30
Combatendo o Burnout 31
Veja 13 dicas úteis para quem trabalha sob tensão 32
Pesquisa e Elaboração: Valdir Gomes da Silva
(Ex-dirigente da FENTECT - Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos
- Ex-monitor de Formação Sindical do CES - Centro de Estudos Sindicais III - Espelho 33
-Graduando em Pedagogia pela Universidade de São Paulo)
IV - Resolução do Conselho Federal de Medicina 35
Capa: Stefanato
Arte: Estefano e Eton V - Pesquisa feita entre educadores na Estância Turística de Ribeirão Pires 40
E
sta cartilha nasceu de um esforço de entendi-
“Se muito mento e combate a dois flagelos que vêm as-
O objetivo da Cartilha é alertar os servidores sobre
estes temas, e se esta puder dar visibilidade a estes ma-
vale o já fei- solando os trabalhadores e, em particular os da les cumprirá seu papel. Na abordagem sobre o Assédio
educação, o Assédio Moral e a Síndrome de Bur- Moral, nos inspiramos fundamentalmente no trabalho
to, mais vale nout. Estes fenômenos têm implicações sérias para estes de pesquisa da Drª Margarida Barreto, publicado sob
profissionais, comprometendo gravemente sua vida pro- o título “Uma Jornada de Humilhações”; e também
o que será!” fissional, pessoal, social e sua saúde física e mental a tal nos apoiamos no trabalho do Dr. Mauro A. de Mou-
Milton Nascimento ponto que podem levar à morte as suas vítimas! ra. Quanto ao Burnout, nossa referência foi a grande
e Fernando Brant pesquisa feita pela UNB – Universidade de Brasília, sob
O Sineduc, desde sua fundação vem denunciando e a supervisão de Wanderley Codo, encomendada pela
combatendo estas chagas. Neste espírito trouxe a Ribei- CNTE – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Perla de Freitas
rão Pires, em 2003, renomados especialistas, como o Ph.D Educação, publicada no livro “Educação, carinho e tra- Presidente do Sineduc e
Roberto Heloani – UNICAMP/FGV para discutir o Assédio balho”, entre várias outras fontes citadas em Referên- Tesoureira da Federação dos
Moral, e também a Profª Dra Beatriz De Marco - PUC/SP cias Bibliográficas. Entretanto, não basta só conhecer. Profissionais de Educação
falando do Burnout, e contribuiu decididamente tanto Municipal do Estado de São
Para defendermos nossa saúde e dignidade, é preciso
para a elaboração da Lei Municipal nº4816/05, que coíbe Paulo - FEPROEM
combatê-los; e a cartilha contêm informações básicas
e pune a prática de Assédio Moral na Administração Mu- nesse sentido.
nicipal, como para a sua aprovação.
Por fim, agradecemos imensamente a Profª Drª Beatriz
Resulta também do amadurecimento da CIPA que De Marco e ao Ph.D. Roberto Heloani, que nos propicia-
recentemente deu um salto de qualidade com o enga- ram uma importante contribuição para o entendimento
jamento maior de seus membros no sentido de cumprir desses fenômenos. Particularmente, a Profª Dra Margari-
com suas funções. CIPA e Sindicato, dois organismos da Barreto, que, além das brilhantes palestras continua a
distintos, unidos em defesa da saúde dos trabalhadores. nos brindar com sua generosa solidariedade. Que todos
Essa convergência articulada demonstra que podem, possam se municiar com esta cartilha para erradicarmos
necessitam e devem construir a unidade na ação, por estas chagas. “Leia, reflita, converse com os amigos a
ter o mesmo objetivo. respeito; defenda-se!”.
Introdução ral” e “tirania no trabalho”. Palavras que
servem para nomear essas inaceitáveis
e PTSD, por exemplo” (Moura, 2002).
São esses os pressupostos do Burnout
agressões à dignidade humana. E “ao no- e do Assédio Moral. Não podem ser con-
mear o que sentimos, podemos lidar com fundidos com o stress ou o conflito natural
A
ssédio Moral e Burnout. Duas Moral são novos, seus fenômenos não o o que sentimos, podemos entendê-lo, entre colegas, nem com um destempero
novas palavras adicionadas a são. O estudo do primeiro tem quase a enfrentá-lo, saber dos seus limites” (Me- ocasional da chefia ou sua postura mais
contragosto em nosso voca- idade da própria Psicologia, sendo tratado neses, 1998.). incisiva na direção do processo de traba-
bulário. Grosso modo, o pri- até então como stress. Quanto ao segun- lho. O stress é um esgotamento pessoal
São distintos entre si, porém não dei-
meiro se refere a um perverso processo do, “... é tão antigo quanto o trabalho. que afeta a vida do indivíduo e não neces-
xam de complementar-se, alimentando-se
de humilhações e constrangimentos; e A novidade reside na (sua) intensificação, sariamente sua relação com o trabalho. O
reciprocamente. Podem manifestar-se as-
o segundo é a síndrome da desistência: gravidade, amplitude e banalização e na Burnout difere por apresentar condutas
sociados ou independentes um do outro,
do “deixar de funcionar por exaustão de abordagem que tenta estabelecer o nexo- negativas em relação ao trabalho: é uma
resultando numa relação de causa e efei-
energia”. E como toda causal com a organiza- experiência subjeti-
to, do mesmo con- ...Assédio é a intencio-
palavra nova tende a vi- Assédio Moral e ção do trabalho e tratá- va. A incompreensão
texto ambientes de
rar moda, essas também Burnout... Grosso lo como não inerente ao
trabalho opressivos nalidade e repetição de de suas complexi-
não deixaram de cumprir trabalho. A reflexão e o dades implicaria em
o rito. Entretanto, se por modo, o primeiro se debate sobre o tema são e/ou degradantes. O hostilidades...Bournout reducionismos, que
que define o Assédio
um lado, todo modismo refere a um perverso recentes no Brasil, tendo
é a intencionalidade é o ápice do estresse na prática os rebai-
leva a uma certa vulga- ganhado força após a xariam às suas fases
rização daquilo que os
processo de humilha- pesquisa realizada por
e repetição de hosti- ocupacional...
intermediárias: dano
lidades por certo pe-
originou, por outro, “... ções e constrangimen- Margarida Barreto. Tema moral, isto é, agressão pontual; e o stress,
ríodo; e o Burnout é o ápice de um longo
as modas não são fortui- da sua dissertação de dificultando o estabelecimento do nexo
tas, respondem de algu-
tos; e o segundo, é a Mestrado em Psicologia e, muitas vezes, não percebido processo
causal, suas caracterizações como doen-
de stress ocupacional, em que o sujeito
ma forma às demandas síndrome da desistência Social, foi defendida em ças do trabalho e seu combate eficaz.
envolvido afetivamente com seu trabalho
sociais, dirigem os olhos 2000 na PUC/ SP, sob o
“se desgasta e, num extremo, desiste, Esse quadro, que é uma situação dra-
do pesquisador para os tempos em que título ‘Uma jornada de humilhações’”.
não agüenta mais, entra em burnout”. mática para qualquer trabalhador, na
vive (...)” (Codo, 1999).
O Burnout não tem uma definição úni- Portanto, suas determinantes estão no Educação assume ares de tragédia. Ao
Daí que as universidades, as clínicas, ca, oscilando para algo como “‘perder o contexto organizacional do trabalho e das tiranizar sua vítima, o agressor degrada
imprensa, escritórios de advocacia, tribu- fogo’, (...) ou ‘queimar completamente’” relações dele decorrentes: os chamados o ambiente de trabalho, afetando a to-
nais, e, fundamentalmente, os sindicatos, mas sua nomenclatura é quase universal; fatores psico-sociais, conceito que “faz dos por extensão. O que não deixa de
todos ligados de uma forma ou outra às a do Assédio, porém, varia de país. No referência às condições que se encontram ser também seu objetivo: o exemplo. Se
questões de saúde e do mundo do tra- geral é chamado de “mobbing”, termo em qualquer relação laboral, estando re- a afetividade é um atributo indissociável
balho, os têm debatido a exaustão por derivado de “mob” (horda, plebe, tur- lacionadas com a organização do traba- a qualquer atividade humana, ela é ine-
suas dimensões e gravidade. A ponto de ba, gentalha), “provém do verbo inglês lho, conteúdo do trabalho e a realização rente ao próprio trabalho. E muito mais,
diversos estudiosos caracterizarem o Bur- to mob, que, dentre outras coisas, sig- da tarefa. Têm capacidade de afetar tan- num trabalho que implica o cuidar como
nout como “uma epidemia na educação” nifica assediar, sitiar, atacar e perseguir” to o bem estar e a saúde física, psíquica e a educação, isto é, exige para sua própria
e/ou “a síndrome do século 21” mesma (Guedes, 2000). Nos EUA e Inglaterra: social do(a) trabalhador(a) como a realiza- realização um alto grau de envolvimento,
opinião têm a OIT e a OMS sobre o Assé- “harassment”, “bullying” e “terror psico- ção do trabalho. Logo, condições psico- emoção e sentimento. Daí que Assédio e
dio Moral. Muitos, inclusive, os qualificam lógico”; na França, “harcèlemet moral”; sociais inadequadas estão na origem(...) o Burnout atuam negativamente sobre a
como questões de saúde pública por seus “ijime” pelos japoneses; “psicoterror ou de condutas e atitudes inadequadas bem subjetividade, fazendo com que suas víti-
efeitos amplos e devastadores. acoso moral” nos de língua espanhola. como conseqüências para a saúde (...) mas tenham seu ciclo de afetividade rom-
Se os conceitos de Burnout e Assédio Aqui, o conhecemos como “violência mo- dos(as) trabalhadores(as): Stress, Burnout pido, pois a humilhação causa dor, tristeza
e sofrimento. Curiosamente, as vítimas, Proliferam-se os programas de qualidade
ao contrário do que possa sugerir o senso total; funcionário vira “colaborador”, exi-
comum, não são os menos produtivos ou ge-se dele a multifuncionalidade. Prestidi-
incompetentes. Paradoxalmente, são os gitadores promovem ao estilo Wall Mart
mais ativos, criativos, produtivos, dedi- (campeão de violações de direitos traba-
cados, corajosos e solidários. Reagem ao lhistas nos EUA) palestras tipo “auto-aju-
autoritarismo, por isso sofrem a tirania. da” nas quais passam a idéia de que “ven-
ce quem quer”, culpabilizando assim, os
Combater esses flagelos interessa aos que tropeçam no caminho do “sucesso”.
trabalhadores, suas vítimas reais e poten- Mesmo que o “tropeço” seja na verdade o
ciais. Porém, interessa também a qualquer empurrão ladeira abaixo do Assédio Moral
administrador que não faz do psicoterror e a doença do Burnout.
uma estratégia de
gestão, o que não Combater esses flagelos No serviço públi-
é incomum. Mesmo co estes fenômenos
interessa aos
porque, num am- ganham mais força
biente de trabalho trabalhadores, suas e espaço. Paradoxal-
degradado ocorre
vítimas reais e potenciais... mente, são nos car-
um aumento de do- gos intermediários
enças ocupacionais, afastamentos médi- de chefia, ocupados por funcionários de
cos, absenteísmo físico e/ou psicológico carreira, que se proliferam, com maior
(estar, mas não estar) que comprometem incidência os tiranos, que não podendo
a produtividade e qualidade do trabalho. demitir à toa, passam a perseguir, humi-
Além de ser obrigação do gestor comba- lhar. Somam-se a isto desvalorização so-
tê-los, conforme o inciso XXII do art. 7º da cial, baixos salários, exclusão das decisões
Constituição e de toda infra-legislação so- institucionais, sendo o trabalhador conce-
bre direitos trabalhistas, civis e humanos, bido como mero executor de propostas e
inclusive, internacionais (OIT) e o próprio idéias elaboradas por outros, falta de in-
código penal. vestimentos, sucateamento das condições
de trabalho, etc.
Os administradores mais “modernos”, Veja nas próximas páginas:
quando compreendem a importância da Portanto, a “...síndrome, através da
subjetividade dos trabalhadores, buscam qual o trabalhador perde o sentido da sua CONCEITO E DEFINIÇÃO
instrumentalizá-la, pondo-a a seu serviço relação com o trabalho, de forma que as
como política de otimização. Se antes o coisas já não lhe importam mais e qual-
CARACTERIZAÇÃO
capital, baseado no taylor-fordismo, repri- quer esforço lhe parece ser inútil”, aquela EVOLUÇÃO
mia e expulsava a afetividade do local de “dor de um profissional encalacrado entre FORMAS DE ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO
trabalho em nome da racionalidade dos o que pode fazer e o que efetivamente
métodos científicos de gestão, hoje, ao consegue fazer, entre o céu de possibilida- PERFIL MÉDIO DAS VÍTIMAS
contrário, tenta apropriar-se. Descobriu des e o inferno dos limites estruturais, en- ESTATÍSTICAS
que trabalhador “motivado” produz mais tre a vitória e a frustração” que chamamos
ESTRATÉGIAS DO AGRESSOR
e melhor; busca sua adesão, não basta de Burnout, tem campo fértil no serviço
mais só o corpo: quer corações e mentes. público.
Assédio Moral no trabalho TRA
TIV
O
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D MIN
CONCEITO E DEFINIÇÃO OA
ESS
C
C
PRO
onceituado como um conjunto de ações hostis que visa a manipulação, do-
IA
minação e destruição psicológica, ideológica e comportamental, entre outros, ÊNC
ERT
ADV
contra determinado(s) trabalhador(es) a fim de submetê-lo(s) e/ou forçá-lo(s)
ATO
DIC
a desistir(em) do emprego. Para Hirigoyen, é qualquer “conduta abusiva (ges- SIN
to, palavra, comportamento, atitude...) que atente, por sua repetição ou sistematização,
contra a dignidade ou integridade psíquica ou física de uma pessoa”. Definido segundo
Leymann, como a “deliberada degradação das condições de trabalho em que prevalecem
atitudes negativas dos chefes em relação a seus subordinados”, ou seja, promovida pela
imposição intencional e conduta imoral de um sujeito perverso em posição de comando.
Constitui-se um “risco invisível, porém concreto” decorrente de relações hierárquicas au-
toritárias e assimétricas em que predominam relações desumanas e aéticas.
CARACTERIZAÇÃO
Caracteriza-se pela exposição dos trabalhadores a situações humilhantes e constran-
gedoras de forma repetitiva e prolongada durante a jornada de trabalho e no exercício
de suas funções. O Assédio Moral é uma experiência subjetiva que acarreta prejuízos
práticos e emocionais para o trabalhador e mesmo para a organização do trabalho, EVOLUÇÃO
com o assediado apresentando “como reação, um quadro de miséria física, psicológica
e social duradoura... trata-se de um processo destruidor que pode levar a vítima a uma A agressão começa sutil, quase inofensiva, e no decorrer das repetições o agre-
incapacidade permanente e mesmo à morte: o chamado bullicídio” (Moura, 2002). Não dido não quer se mostrar ofendido e leva na brincadeira. Com a repetição, a
se constituindo em nenhuma novidade, todavia, vinha sendo confundido com outros vítima fica humilhada, estigmatizada, desestabilizada e fragilizada. A agressão
problemas do mundo do trabalho como stress ou conflito natural entre colegas e agres- repetitiva não se limita a destruir a vítima, mas ameaça a todos que testemunham
sões pontuais, o que sempre prejudicou sua caracterização e prevenção. tais situações, disseminando o medo como forma de dominação e deteriora todo
o ambiente de trabalho. A vítima é acuada por não poder contar com o apoio e
solidariedade dos colegas que, por medo de se tornarem os próximos ou mesmo
equivocadamente se achando “livres” do Assédio Moral, criam um “pacto de tole-
rância e silêncio”, quando não mesmo, incitados ou influenciados, o reproduzem;
daí o Assédio Moral ser chamado também de “mobbing”, violência coletiva, por
contagiar todo grupo
•Falar baixinho acerca da pessoa ou se dirigir aos gritos, em atitude oposta à civilida-
HOJE NÃO de e urbanidade próprias da boa convivência social;
TÔ BEM!!
•Rir daquele/a que apresenta dificuldades, conversar baixinho, suspirar e executar ges-
Sei não, hoje o tos direcionado-os ao trabalhador;
chefe tá nervoso,
deixe para pedir •Colocar em trabalhos degradantes;
a falta abonada
outro dia! •Sugerir que peçam demissão, mesmo que “por sua saúde”;
•Tornar público algo íntimo do/a subordina do/a e/ou usar contra o trabalhador(a);
• Colocar um colega controlando o outro, disseminando a vigilância e des-
confiança;
•Não informar corretamente sobre as tarefas a serem realizadas. Repetir a mesma or-
dem para realizar uma tarefa várias vezes para desestabilizar emocionalmente ou dar
ordens confusas e contraditórias, induzindo ao erro;
12
•Provocar com a finalidade de induzir a uma reação descontrolada; 13
•Estimular a discriminação; Perfil (médio) das vítimas
•Controlar as idas a médicos;
S
egundo o psiquiatra Mauro A. Moura, os agredidos são escolhidos justamente
•Passar lista para que os trabalhadores/as se comprometam a não procurar o Sindica- pelo que eles têm a mais que os outros trabalhadores e o psicoterrorista. “São
to ou ameaçar os sindicalizados e estimular a desfiliação; qualidades que o perverso não tem e quer ‘vampirizar’. Como não consegue,
prefere destruir a vítima”. (...)Neste ambiente, se o(a) assediado(a) tentar ser
•Impedir de usar o telefone em casos de urgência ou não comunicar aos trabalha- gentil, só vai reativar a violência do perverso que se sentirá mais superior. (...) Não há
dores/as os telefonemas urgentes de seus familiares;
saída possível em caso de psicoterror sem intervenção de outros”.
•Exigir que faça horários fora da jornada. Ser trocado/a de turno, sem ter sido avisado/a;
•Tratar com diferenciação os trabalhadores, hostilizar, promover ou premiar colega
mais novo/a na empresa e com menos experiência, como forma de desqualificar o
trabalho realizado; Geralmente o(a) assediado(a) apresenta as seguintes características:
•Espalhar entre os colegas que o/a trabalhador/a está com problema nervoso; •É íntegro(a) e honesto(a);
•É saudável;
•Divulgar boatos sobre moral de outro;
•Apresenta senso de culpa;
•Aplicar advertência em conseqüência de atestado médico ou por reclamar direitos. •É justo (a) e equânime, com acentuado espírito de liderança entre seus pares;
•É criativo(a);
•Constranger publicamente, insinuar ou considerar , a priori e sem provas, ser o
outro mentiroso; •É dedicado(a) ao trabalho,
•É mais competente que os perversos;
•Menosprezar o sofrimento do outro •Reage ao autoritarismo e recusa-se a ser subjugado.
•Ridicularizar o doente e a doença, infantilizando o outro e ironizar seus sintomas; •É Pessoa Portadora de Deficiência;
•É idoso;
•Recusar sem fundamentação laudos e/ou ridicularizá-los;
•É mulher em um grupo de homens, ou vice versa;
•Não reconhecer direitos do outro e/ou mesmo o outro como legitimo ser hu- •Tem crença religiosa e/ou orientação sexual diferente do perverso;
mano na convivência;
•Pertence à minorias étnicas;
•Dar alta ao adoecido/a ou em tratamento, sem realizar exames ou dar maiores explica- •Tem limitação de oportunidades de trabalho por ser especialista;
ções encaminhando-o para o seu setor. •Vive só.
14 15
Estatística a respeito de Assédio Moral Perfil (médio) do agressor
F M
oi a partir da divulgação dos estudos de Heiz Leymann, em 1984, que apa- oura faz a seguinte carac-
terização do assediador: Estratégias do Agressor
receram as primeiras estatísticas sobre a violência psicológica. Pesquisa re-
Alguém que não pode
alizada em 1998 mostrou que 8,1% dos trabalhadores europeus sofreram
existir senão pelo rebaixa-
essa violência no ambiente do trabalho. Desses, 14% estão na adminis- mento de outros, pois tem necessidade
tração pública, 13% em hotéis/restaurantes e 12% em serviços”. Como também, de demonstrar poder para ter uma boa
cerca de 15% dos suicídios ocorridos na Suécia, decorrem de assédio moral no am- auto-estima. Uma pessoa nunca reconhe-
cida como ser humano no seu passado.
biente do trabalho. Porém, como afirma Molon, “os estudiosos afirmam que estes
Um tirano ou atropelador (bully), advindo
números não retratam a realidade, visto que o fenômeno poderia estar mascarado
daí o termo bullying.
em face de aspectos culturais”. (grifo nosso). Ou seja, além disso, a própria nature-
Estudos realizados por psicólogos
za e efeitos pós-traumáticos do Assédio Moral tornam qualquer pesquisa somente
do trabalho diagnosticam os distúrbios
um pálido reflexo da realidade. De seus índices pode-se deduzir seguramente pelo mentais do assediador como um per-
menos o dobro. verso-narcisista. É perverso, pois é anti-
social, é falso, mentiroso, irritável. Não
Dentre os países pesquisados, destacam-se os EUA com (16.8%), um em cada tem preocupação com a segurança dos
seis trabalhadores sofrem assédio moral. Grã-Bretanha, com 16,3% de assediados; demais e não tem nenhum remorso dos 01 - Escolher a vítima e isolar do grupo.
Suécia com 10,2%, sendo que cerca de 15% dos suicídios têm nele sua causa; Irlan- atos que pratica. Nega a existência de Impedir que a vítima se expresse e
conflito para impedir a reação da vítima. não explicar o porquê. Fragilizar, ri-
da com 9,4%; Alemanha tem 7,3%. Por fim, Grécia com 4,4% e Itália com 4,2%.
É incapaz de considerar os outros como dicularizar, inferiorizar, menosprezar
No Brasil, as estatísticas obtidas por meio de pesquisa realizada em 97 empresas no seres humanos. É narcisista porque se frente aos pares.
ano de 2001 apontam que 42% dos trabalhadores (sendo 65% mulheres e 29% acha um ser único e especial. É arrogante. 02 - Culpabilizar/responsabilizar publica-
homens) já sofreram humilhação no seu local de trabalho. Ávido de admiração, holofotes. Dissimula mente, podendo os comentários de
sua incompetência. Acha que tudo lhe é sua incapacidade invadir, inclusive, o
devido e tem fantasias ilimitadas de su- espaço pessoal e familiar.
cesso. Nunca é responsável por nada e
03 - Desestabilizar emocional e profis-
ataca os outros para se defender. Projeta
sionalmente. A vítima gradativamen-
no(a) assediado(a) as falhas que não pode
te vai perdendo sua autoconfiança e
admitir serem suas. Em resumo, trata-se
o interesse pelo trabalho.
de alguém que é covarde, impulsivo, fala
04 - Destruir a vítima (desencadeando
uma “fala vazia” e não escuta. Não as-
novas doenças e/ou agravando as
sume responsabilidades, não reconhece
pré-existentes). A destruição da víti-
suas falhas e não valoriza os demais. É ar-
ma engloba vigilância acentuada e
rogante, desmotivador, amoral, plagia ou
constante.
se apropria do trabalho de outros, é cego
para o aprendizado. 05 - Livrar-se da vítima, que se vê força-
do/a a pedir licença médica, transfe-
Existem, ainda, os psicoterroristas
rência ou demissão.
em série, ou serialbully, que assediam
06 - Impor despótica e autoritariamente
um(a) trabalhador(a) após aniquilar com
ao coletivo seu comando.
outro(a).” (Moura, 2001)
16 17
Danos do Assédio Moral à Saúde O diagnóstico de doenças
causadas por Assédio Moral
A
tomada de consciência de que to a circulação periférica diminui: as mãos
se está sendo assediado é lenta ficam geladas e a pessoa pálida, por exem-
e quando surge a certeza, a víti- plo. O fígado libera mais glicose no organis- 1.Experiência com um evento traumático res ou pessoas que possam relembrar
ma, a menos que reaja ou fique mo que, tendo mais oxigênio pela acentua- em que a pessoa vivencia ou teste- o evento;
desempregada, submete-se ao assédio e isto da ação do coração e pulmões, é queimada munha um acontecimento que causa •Inabilidade para relembrar aspectos
só ocorre às custas de grande tensão interna mais facilmente no cérebro e músculos para séria injúria ou afeta a integridade psí- importantes do evento;
que possibilita que esta conviva em seu já preparar o organismo para lutar ou fugir. quica desencadeando como resposta •Marcada redução do interesse ou par-
degradado ambiente de trabalho, prejudi- o medo ou horror; ticipação em atividades;
A maior parte da atenção se prepara
cando ainda mais a própria saúde. A doença para uma ação violenta, motivo pelo qual 2.O evento traumático é persistentemen- •Sentimentos de repulsa ou rejeição
passa a ser a expressão física e concreta da te re-experimentado, pelas seguintes pelos demais;
é difícil organizar pensamentos em esta-
agressão. Apresenta danos físicos e mentais do de pânico. A intensidade da reação de- formas: •Restrições na atividade afetiva;
caracterizados por múltiplas patologias que pende de como o cérebro percebe a gravi- •Revivencia o evento constantemente; •Senso de futuro sombrio.
podem levar à morte. Moura descreve da dade da agressão. As respostas centrais e •Sonha com o evento; 4.Sintomas persistentes, não presentes
seguinte forma este quadro permanente de periféricas têm a finalidade de preservar o •Tem ilusões, alucinações, episódios antes do trama como (no mínimo dois
tensão que gera stress: equilíbrio interno do organismo. regressivos dissociativos; destes):
Stress pode ser definido como um pro- Na área central comandam o estado
•Intenso distress (stress “ruim”) ou •Dificuldades de dormir ou acordar;
cesso do organismo, com componentes reações fisiológicas ao surgirem fa- •Irritabilidade/ agressividade;
de despertar, alerta, vigilância e atenção.
físicos, psíquicos e comportamentais, que tos que simbolizam ou relembram o •Dificuldades de concentração;
Todos nós temos maneiras características
ocorre quando uma pessoa se confronta evento traumático; •Hipervigilância (constantemente em
e distintas de enfrentar um mesmo fator
com algum fator que possa quebrar sua estressante e este modo de reagir é deno- 3.Persistente anulação de estímulos asso- guarda);
homeostase, termo criado por Claude minado de coping. É essencial no coping ciada com o trauma, com diminuição •Exagerada resposta a estimulações
Bernard para designar “estabilidade do o custo que envolve o esforço de adapta- de respostas gerais da pessoa que não (perda da resposta emocional normal).
meio interno” e exija alguma adaptação. ção ao agente estressor. Pode ser somen- estavam presentes antes do trauma
5.Os sintomas 2, 3 e 4 devem estar pre-
A reação ao agente estressor se mani- te físico, mas pode causar perda de sono, (no mínimo três dos fatores):
sentes pelo menos por um mês.
festa através de reações neuro-endócrinas. a perda da concentração, evidenciando •Esforço para evitar pensamentos,
sentimentos conversações associadas 6.Os sintomas devem causar importante
É ativado o sistema nervoso autônomo (ve- um custo psíquico.
com o evento; distress ou incapacidade para a ativida-
getativo), que mantém a homeostase ime- O grande risco da reação de alarme
diatamente com a secreção de adrenalina descrita é a sua repetição. A contínua li-
•Esforço para evitar atividades, luga- de laboral, vida social ou outras áreas.
pela medula das suparrenais e noradrenali- beração na circulação dos hormônios ci-
na, secretada pelas terminações nervosas. tados levará ao surgimento de inúmeros
Estes hormônios colocam o organismo sintomas e até a morte súbita. Com o pro- Considera-se que um quadro severo de assédio moral também pos-
em estado de alerta e determinam que o longamento da reação ao estressor, pode
sa desencadear Burnout e PTSD. A PTSD tanto pode surgir após
organismo fique preparado para “luta ou surgir o esgotamento das células que pro-
um grande evento único, como pode, também, resultar de uma
fuga”. Até o ponto mais remoto do orga- duzem catecolaminas, o que explicaria a
nismo os hormônios levam oito segundos. fadiga crônica enfrentada pelos estressa- acumulação de muitos incidentes individuais menores. As vezes o
Os vasos se contraem, o coração bate mais dos. Também pode ocorrer a sensibilidade termo “Complexo PTSD” é usado para identificar o segundo caso.
rápido e com mais força, os brônquios se anormal onde uma pequena adversidade Com a manutenção da pressão crônica e fatores psico-sociais des-
dilatam e a respiração acelera. Os músculos provoca reação que só seria compatível
favoráveis sobre a vítima surge o burnout. (Moura,2000)
18 recebem mais irrigação de sangue, enquan- com uma verdadeira agressão. 19
Sintomas causados por Assédio Moral A união pode vencer o Assédio Moral
Dar basta à humilhação depende de informação, organiza-
ção e mobilização dos trabalhadores. Se você é testemunha
de cena(s) de humilhação no trabalho supere seu medo, seja
solidário com seu colega. Você poderá ser “a próxima vítima” e
nesta hora o apoio dos seus colegas também será precioso. Não
esqueça que o medo reforça o poder do agressor!
22 23
Conceituação
F
enômeno de difícil conceituação, zação. Consenso firmado a seu respeito
não existindo uma definição úni- aponta-o como sendo uma resposta ao
ca para o burnout. Sabe-se que stress laboral crônico, isto é, uma reação
é antigo e seu estudo coincide a um ápice de tensão emocional gera-
com a própria Psicologia, sendo tratado da a partir do contato direto, excessivo
e estressante com o trabalho. O termo
até então como estresse. Porém, é mui-
Burnout foi lançado por Freudenberg em
to mais complexo e singular, tanto que é
1974, e vem da expressão inglesa que
caracterizado como síndrome e não como
designa “deixar de funcionar por exaus-
simples patologia, diferindo do stress por tão de energia” – ou algo como “estar
apresentar condutas negativas em relação queimado”, “perder o fogo” ou “perder
ao trabalho: é uma experiência subjetiva, a energia”. Grosso modo, as origens da
que envolve atitudes e sentimentos que síndrome se encontram na tensão “entre
acarretam problemas de ordem prática o afeto e razão, nas relações sociais e no
e emocional ao trabalhador e à organi- controle sobre o meio”.
Definições
E
m uma abordagem psico-socioló- excessivo desgaste de energia e recursos.
gica Maslach e Jackson definem Leiter e Malasch sugeriram que de-
Burnout como uma reação à manda do trabalho e falta de recursos
tensão emocional crônica, sendo pessoais são fontes potenciais de estresse
considerado uma resposta inadequada a no processo: Estresse - Desgaste - Auto-
um stress emocional. Com um sentimen- avaliação.
24 to de fracasso e exaustão causado pelo Freudenberger , a partir de uma pers- 25
pectiva clínica, considera que burnout liberdade para agir mas sobre uma tarefa
representa um estado de exaustão re- impossível de realizar.
sultante de trabalhar demasiadamente,
Sarason, representando uma perspec- “O Burnout é uma síndrome caracterizada
deixando de lado até as próprias neces-
tiva sócio-histórica, considera que, quan-
sidades.
do as condições sociais não canalizam o
pelo esgotamento físico, psíquico e emo-
Cherniss, a partir de uma perspec-
tiva organizacional, argumenta que os
interesse de uma pessoa para ajudar ou- cional, em decorrência de trabalho es-
tra, é difícil manter o comprometimento
sintomas que compõem a síndrome do no trabalho de servir dos demais. tressante e excessivo” - Hudson Hübner,
burnout são respostas possíveis para
um trabalho estressante ou monótono. Por fim, Farber o define como sendo
Cherniss alerta para a diferença entre “uma síndrome do trabalho que se origina
Caracterização e Desenvolvimento
das a energia e os recursos emocionais próprios, devido ao contato
diário como os problemas.
É
a síndrome da desistência, que ter importância e qualquer esforço pes-
atinge, sobretudo, pessoas que soal parece inútil ou mesmo como perda •Despersonalização (ou desumanização): caracteriza-se por tratar os
lidam com outras pessoas no de seu investimento afetivo. Geralmente alunos, colegas e a organização como objetos e o vínculo afetivo é
exercício de suas atividades, sente-se exausto e freqüentemente está substituído por um racional. Mostras de insensibilidade emocional;
particularmente as de cuidar. Ou seja, doente.
estado psíquico em que prevalece o cinismo, a dissimulação afetiva
o tipo de trabalho que para sua própria
Segundo Codo “pesquisas têm de- e a “coisificação”.
realização exige grande tensão emocio-
nal, em que “o trabalhador se envolve monstrado que o burnout ocorre em tra-
afetivamente com seus clientes, desga- balhadores altamente motivados que re- •Diminuição da relação pessoal no trabalho: Caracteriza-se pela insatis-
ta-se, não agüenta mais, desiste, entra agem ao stress laboral trabalhando ainda fação com o seu desenvolvimento profissional, sentindo-se incom-
em Burnout”. mais até que entram em colapso”. Isto é,
petente para realizar suas funções e incapaz de interagir com as
no trabalhador “encalacrado entre o que
Seu surgimento é lento, cumulativo, pessoas.
pode fazer e o que efetivamente conse-
normalmente não é percebido pelo indi-
gue fazer, entre o céu de possibilidades e
víduo que, geralmente, se recusa a acre-
o inferno dos limites estruturais, entre a
ditar que esteja acontecendo algo com
vitória e a frustração”.
ele. Caracteriza-se por três fatores que
podem aparecer associados, mas que Ou ainda, “ocorre quando certos re- “A Síndrome de Burnout vai além do
são independentes: exaustão emocional, cursos pessoais são perdidos, ou são ina-
despersonalização e baixo envolvimento dequados para atender às demandas, ou
estresse, sendo encarada como uma
pessoal com o trabalho. não proporcionam retornos esperados reação ao estresse ocupacional crônico”
Essa doença faz com que a pessoa (previstos). Faltam estratégias de enfren-
perca parte do interesse com o traba- tamento” e o trabalhador se encontra (Benevides-Pereira, 2001, p. 31)
26 lho, de forma que as coisas deixem de impotente para modificar a situação. 27
Síndrome de Burnout no setor de Educação Facilitadores para a Síndrome
N
ão é à toa que especialistas têm apontado o Bur- 01- Sobrecarga; ção e formação;
nout como uma epidemia na educação. Educar
02- Problemas de desenvolvimento na 16- Expectativas irreais e aulas massifica-
significa também cuidar, daí que professores ou
carreira; das;
não, o conjunto dos trabalhadores da educação “A des-
03- Impossibilidade de promoção; 17- Vandalismo;
se encontra entre as principais vítimas do Burnout. A afetivi-
dade: conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam valorização, 04- Falta de segurança na posição; 18- Agressões;
sob a forma de emoções, sentimentos e paixões e que é na- 05- Clima organizacional negativo; 19- Baixos salários;
tural a qualquer atividade humana, algo inerente ao próprio seja ela por 06- Falta de participação nas decisões; 20- Falta de reconhecimento e respeito;
trabalho. E muito mais no de educar, que requer para sua
07- Falta de autonomia; 21- Assédio moral no trabalho.
realização um alto grau de envolvimento afetivo e entrega parte do
e, pari e passo com as competências, métodos didáticos, giz, 08- Excessiva
lousa, teorias pedagógicas, etc., compõem os atributos e ma- sistema, dos f o r m a l i-
teriais indispensáveis a esses profissionais. zação;
alunos ou 09- Falta de
Todos os profissionais de apoio por
educação são vítimas potenciais. da própria parte da
direção;
No caso dos docentes, que além da jornada, ainda, lêem,
corrigem, preparam aulas, somam-se outras atribuições im-
sociedade, 10- Condi-
postas à carga horária. Isto é, além de suas classes, desenvol- ções de
vem trabalhos administrativos e devem planejar, reciclar-se,
é um dos risco no
investigar, orientar alunos e atender aos pais. Também devem trabalho;
organizar atividades extra-escolares, participar de reuniões de
maiores 11- Insufi-
coordenação, seminários, conselhos de classe, efetuar pro- ciente
cessos de recuperação, preenchimento de relatórios periódi-
agentes nível sa-
cos e individuais e, muitas vezes, cuidar do patrimônio ma- larial;
terial, recreios e locais de refeições. Entretanto, são excluídos
para a ocor-
12- Trabalhar
das decisões institucionais, das reestruturações curriculares, em vários
do repensar da escola, sendo concebidos como meros execu-
rência do
turnos;
tores de propostas e idéias elaboradas por outros. Com isso,
estabelece-se uma tendência ao trabalho individualista, que
Burnout” 13- Conta-
to com
não permite confrontar e transformar os aspectos estruturais
“cliente-
de seu trabalho. Essa intensificação do fazer docente lhe oca-
la proble-
siona conflitos, pois, ao ter que arcar com essa sobrecarga,
mática”;
vê reduzido seu tempo disponível para estudos individuais Iône Vasquez
14- Falta de
ou em grupo, participação de cursos ou outros recursos que
-Menezes, do especifi-
possam contribuir para a sua qualificação, favorecer seu de-
Laboratório de Psi- cidade de
senvolvimento e sua realização profissional gerando conflito
cologia do Trabalho função;
entre trabalho e família, entre outros, aumentando significa-
tivamente a exaustão emocional e a despersonalização. (Car- da Universidade de 15- Falta de
lotto e Palazzo, 2006) Brasília (UnB). prepara-
28 29
Manifestações da Síndrome Combatendo o Burnout
A
melhor forma de combater o Burnout é a prevenção. Se quisermos não
somente “sobreviver” ao e no trabalho e sim fazer do trabalho um meio de
realização, cabe a cada um de nós mais do que lamentar, iniciar um processo
de mudança pessoal e institucional com propostas construtivas e participa-
tivas, ou, se os nossos ambientes são mais fechados e resistentes, administrar a própria
saúde e buscar aliados para iniciar um movimento que leve a construção de espaços
mais saudáveis no contexto de trabalho. Veja algumas estratégias que privilegiam a
saúde e qualidade de vida no contexto escolar:
Transformar a escola em
um contexto saudável,
desenvolvendo as modifica-
A
SISTEM
ções necessárias no âmbito
das relações, das condições e
da organização do trabalho;
Propiciar o fortalecimen-
to pessoal e coletivo, ado-
tar valores orientados para a
coletividade, em oposição aos
valores individualistas;
Psicossociais: O indivíduo sente que não pode mais dar de si mesmo afetivamente, Desenvolver capacidades
esgotamento de sua energia e de seus recursos emocionais, desenvolvimento de de lidar com o estresse,
sentimentos e atitudes negativas pelas pessoas objeto de seu trabalho, tendência a valorização pessoal e grupal,
avaliar-se negativamente com sentimentos de insatisfação pelo seu trabalho. controle das situações de con-
flito, modificar o contexto e
Psicossomáticos: palpitações, cefaléias freqüentes, cansaço crônico, crises de asma, canalizar necessidades e aspi-
desordens gastrointestinais ou úlceras, dores cervicais, insônias, hipertensão, aler- rações.
gias, alterações menstruais.
Desenvolver redes de
Comportamentais: falta de assiduidade, aumento de agressividade, isolamento,
apoio social, formando gru-
abuso de álcool e/ou drogas, mudanças bruscas no humor, incapacidade de relaxar,
pos de discussão entre profis-
irritabilidade, lapsos de memória, comportamento violento e de alto risco (suicídio,
sionais da Educação, oportu-
jogos perigosos).
nizando reflexões entre líderes
Emocionais: sentimento de alienação, impaciência, ímpetos de abandonar o trabalho, institucionais e professores, reu-
ansiedade, sentimento de solidão, dificuldade de concentração, distanciamento afeti- nindo alunos e pais para apresentação de trabalhos, experiências, formas de lidar com
vo, decréscimo do rendimento no trabalho, sentimento de impotência, depressão. os alunos, criando fóruns permanentes de diálogo e co-responsabilidade educativa. Im-
plementar recursos, pessoais e ambientais, que propiciem melhoria na qualidade de
Defensivos: Negação das emoções, ironia e atenção seletiva. vida dos docentes.
30 31
Espelho
Veja 13 dicas úteis para
P
arece uma árvore de Natal, em- misto de mau humor e alguma irritação.
quem trabalha sob tensão baixo do braço papel branco - “Ainda não, Fernandinho”
enrolado em um tubo maior do
Se recompõe da odisséia que represen-
que pode carregar, um saco de
tou a carga daquele monte de quinqui-
plástico branco com tesoura sem pon-
lharias até ali.Bate as mãos uma na outra,
ta, réguas grandes, giz-de-cera, a outra
fala com a voz alta, o mais que consegue,
mão equilibra com dificuldade montes
o tom pausado, como se estivesse em um
de revistas velhas, a cara de um velho
comício de surdos.
presidente parece debochar na capa de
uma delas, pelo caminho a pilha que “-A-m-a-n-h-ã, que dia é ?”
equilibra ameaça despencar, quase que Dois ou três garotos correm, um atrás
ele/ela perde o equilíbrio junto com os do outro, parece que algum deles tirou
penduricalhos que carrega, ajeita os bra- algo da lancheira do outro, alguns outros
ços como se quisesse que fossem maio- olham com interesse os penduricalhos
res, arqueia as costas para aumentar sua que trouxe, interesse forte o suficiente
capacidade de abraçar tudo aquilo.Faz para não ouvir o que ele/a diz, uma meni-
calor, cuida para que as gotas de suor na, maiorzinha um pouco, olha encanta-
não estraguem o papel laminado que da para um pequeno espelho que tem à
carrega sabe-se lá com que mão. sua frente. Outros , muitos simplesmente,
Entra esbaforido (a) na sala, mal conse- conversam, sobre tudo, todos ao mesmo
gue disfarçar o alívio ao despejar aquele tempo.De onde esta molecada arranja
monte de coisas na mesa. A garotada já tanto assunto ?
está lá. Repete a pergunta : Uma, duas, três ve-
01- Descanse e relaxe sem se odiar ou se 08- Estabeleça um momento durante o zes: “ Amanhã, que dia é ?” A cada vez
“- Oba! Fessor(a)! Vai ter desenhinho?”
culpar por isso; dia para relaxar; entremeada com uma bronca:
Um garoto mais afoito abre o saco
02- Respire profundamente; 09- Evite cobrar-se o tempo todo e per- plástico, ele (a) segura as mão com um “ João, tire a mão daí”; “Maria, deixe
03- Dê-se 15 minutos antes de cada jor- mita que as coisas aconteçam conforme
nada e faça uma coisa agradável; seu próprio ritmo;
04- Alegre seu ambiente com música, flo- 10- Converse com os amigos e colegas
res ou peças de decoração; sobre os seus sentimentos. Não guarde
apenas para você suas frustrações;
05- Faça uma atividade de lazer pelo me-
nos uma vez por semana; 11- Analise como você ocupa seu tempo;
06- Estabeleça metas em sua vida e prio- 12- Aprenda a dizer não. Assuma apenas
ridade de suas atividades ; a responsabilidade das tarefas que pode
cumprir;
07- Adote hábitos alimentares mais sau-
dáveis e procure fazer exercícios periodi- 13- Aprenda a delegar tarefas. Você não
camente; é indispensável.
32 33
o Fernando em paz”. Enfim a garotada, outro pedaço de papel branco.
como que em um passe de mágica, resol- Se divide em mil :
ve responder, todos ao mesmo tempo.
Aqui um elogio ao trabalho feito. Conselho Federal de Medicina
“-Dia 12, Fessor(a)!?! (a fala vem meio
Ali acudindo alguém com dificuldade RESOLUÇÃO CFM 1488/98
resposta, meio pergunta)”
de manipular a tesoura, Assunto: Versa sobre normas específicas para médi-
“-Domingo !!!”
Acolá improvisando a falta de papel cos que atendam o trabalhador
Ouve com atenção cada resposta, espera vermelho que acabou, Fonte: Diário Oficial da União de 06/03/1998
ansioso (a) a resposta que quer ouvir.
Aqui alguém chora porque foi agredi- Situação: Norma na íntegra
Alguém grita : Dia das mães. do com um rolo de papel,
O Conselho Federal de Medicina, no uso das atribuições que lhe conferem
Enfim, estava prestes a desistir. Ali alguém insiste em mostrar o traba- a Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto nº
- Isso : Dia das mães – e emenda rá- lho, os olhos brilhando em busca de um 44.045, de 19 de julho de 1958,
pido, aos berros, antes que a bagunça elogio,
considerando que o trabalho é um meio de prover a subsistência e a dig-
recomece- nós vamos fazer um presente Acolá alguém desiste, dizendo que não
nidade humana, não deve gerar mal-estar, doenças e mortes;
para a mamãe. sabe fazer uma rosa,
Um tempo longo e indefinido para considerando que a saúde, a recuperação e a preservação da capacidade
Etc.,etc.,etc.,etc.,etc.,etc.
montar um arremedo de grupos de tra- de trabalho são direitos garantidos pela Constituição Federal;
balho, João quer ficar no grupo de Maria Parece que se passou um ano, cada crian-
considerando que o médico é um dos responsáveis pela preservação e
que não o quer por perto, etc, etc, etc. ça carrega algo, alguns com orgulho, outros
promoção da saúde;
com desdém. O sinal toca, respira aliviado,
Distribui o material, uns querem o pa-
o cansaço transpira pelo olhar desanima- considerando a necessidade de normatizar os critérios para o estabeleci-
pel laminado vermelho, outros disputam
do. Uma certa alegria percorre o espírito mento do nexo causal entre o exercício da atividade laboral e os agravos a
a tapa um determinado lápis de cor. Uma
ao lembrar da casinha que a pequerrucha saúde;
garotinha ameaça chorar, não tem mãe,
fez com tanto carinho, uma certa raiva pelo
é preciso socorrê-la : quem sabe lembrar considerando a necessidade de normatizar a atividade dos médicos que
desprezo ensaiado com que um outro aluno
da vovó ? Deu certo, a menina limpa os prestam assistência médica ao trabalhador;
tentou esconder seu fracasso.Recolhe o que
olhos e começa a trabalhar.
restou da batalha campal, vai se retirando considerando o estabelecido no artigo1 inciso 4, artigo 6 e artigo7, inciso
Um vidro de cola se espatifa no chão, depressa para casa. XXII da Constituição Federal, nos artigos154 e 168 da Consolidação das Leis
empapuça os papéis que deveriam ser ma- Um funcionário grita por ele/a, torna a do Trabalho, bem como as normas do Código de Ética Médica e a Resolução
téria prima, correria, tenta limpar o estrago, cabeça preocupado/a... CREMESP 76/96;
alguns alunos o (a )auxiliam, outros se diver-
-Professor (a), o(a) senhor(a) não assi- considerando as recomendações emanadas da 12 Reunião do Comitê Misto
tem em ver os pés grudando no chão e ini-
nou o ponto. OIT/OMS, realizada em 5 de abril de 1995, onde foram discutidos aspectos rela-
ciam uma espécie de dança sobre a sujeira.
-Amanhã eu assino, João, amanhã eu cionados com a saúde do trabalhador, medicina e segurança no trabalho;
Um garoto faz bolinhas de papel lami- assino- a voz traz impaciência, raiva, qua- considerando a nova definição da medicina do trabalho, adotada pelo Co-
nado e atira disfarçadamente na mesa se uma agressão. mitê Misto OIT/OMS, qual seja : proporcionar a promoção e manutenção do
em frente, um outro desenha uma bola
-Oh, pensa que só porque é professor mais alto nível de bem estar físico, mental e social dos trabalhadores;
de futebol e uma camisa com as cores do
tem o rei na barriga ?
Flamengo, “ - Fulano... sua mãe gosta de considerando as deliberações da 49 Assembléia Geral da OMS, realizada
futebol?”; “- Não Fessor(a).”; “- O que Finge que não ouve, apressa o passo. em 25.08.1996, onde foram discutidas estratégias mundiais para a preserva-
você está fazendo? Não é um presente Há que tomar um lanche, fumar um ção, controle e diminuição dos riscos e das doenças profissionais, melhorando
para ela?”... O garoto parece ficar enver- cigarro, daqui a pouco outra aula, outra e fortalecendo os serviços de saúde e segurança ligados aos trabalhadores;
34 gonhado, rasga tudo, joga no chão, pede turma: Domingo é Dia das Mães. 35
considerando que todo médico, independente da especialidade ou do vin- VIII - os depoimentos e a experiência dos trabalhadores;
culo empregatício -estatal ou privado-, responde pela promoção, prevenção e IX - os conhecimentos e as práticas de outras disciplinas e de seus profissionais,
recuperação da saúde coletiva e individual dos trabalhadores; sejam, ou não, da área da saúde.
considerando que todo médico, ao atender seu paciente, deve avaliar a pos-
sibilidade de que a causa de determinada doença, alteração clínica ou labora- Artigo 3º - Aos médicos que trabalham em empresas, independentemente de
torial possa estar relacionada com suas atividades profissionais, investigando-a sua especialidade, é atribuição:
de forma adequada e quando necessário, verificando o ambiente de trabalho; I - Atuar, visando essencialmente a promoção da saúde e prevenção da doen-
considerando finalmente, o decidido em Sessão Plenária em 11 de fevereiro de ça, conhecendo, para isto, os processos produtivos e ambientes de trabalho da
1998, resolve: empresa;
II - Avaliar as condições de saúde do trabalhador para determinadas funções e/ou
Artigo 1º - Aos médicos que prestam assistência ao trabalhador, independen- ambientes, indicando sua alocação para trabalhos compatíveis com sua situação
temente de sua especialidade ou local em que atuem, cabe: de saúde, orientando-o, se necessário, no processo de adaptação;
I - assistir ao trabalhador, elaborar seu prontuário médico e fazer todos os enca- III - Dar conhecimento aos empregadores, trabalhadores, comissões de saúde,
minhamentos devidos; CIPAS e representantes sindicais, através de cópias de encaminhamentos, solici-
II - fornecer atestados e pareceres para o afastamento do trabalho sempre que tações e outros documentos, dos riscos existentes no ambiente de trabalho, bem
necessário, CONSIDERANDO que o repouso, o acesso a terapias ou o afasta- como dos outros informes técnicos de que dispuser desde que resguardado o
mento de determinados agentes agressivos faz parte do tratamento; sigilo profissional;
III - fornecer laudos, pareceres e relatórios de exame médico e dar encaminha- IV - Promover a emissão de Comunicação de Acidente do Trabalho, ou outro
mento, sempre que necessário, para beneficio do paciente e dentro dos precei- documento que comprove o evento infortunístico, sempre que houver acidente
tos éticos, quanto aos dados do diagnostico, prognostico e tempo previsto de ou moléstia causada pelo trabalho. Essa emissão deve ser feita até mesmo na
tratamento. Quando requerido pelo paciente deve o médico por à sua dispo- suspeita de nexo etiológico da doença com o trabalho. Deve ser fornecido cópia
sição tudo que se refira ao seu atendimento, em especial cópia dos exames e dessa documentação ao trabalhador;
prontuário médico. V - Notificar, formalmente, o órgão público competente, quando houver suspei-
ta ou comprovação de transtornos da saúde atribuíveis ao trabalho, bem como
Artigo 2º - Para estabelecimento do nexo causal entre os transtornos de saúde recomendar ao empregador a adoção dos procedimentos cabíveis, independen-
e as atividades do trabalhador, além do exame clínico (físico e mental) e os exa- temente da necessidade de afastar o empregado do trabalho.
mes complementares, quando necessários, deve o médico considerar:
I - A história clínica e ocupacional, virtualmente decisiva em qualquer diagnósti- Artigo 4º - São deveres dos médicos de empresa, que atendem ao trabalhador,
co e/ou investigação de nexo causal; independentemente de sua especialidade:
II - o estudo do posto de trabalho; I - Atuar junto à empresa para eliminar ou atenuar a nocividade dos processos
de produção e organização do trabalho, sempre que haja risco de agressão à
III - o estudo da organização do trabalho;
saúde. Atuar, visando essencialmente a promoção da saúde e prevenção da do-
IV - os dados epidemiológicos;
ença, conhecendo, para isto, os processos produtivos e ambientes de trabalho
V - a literatura atualizada; da empresa;
VI - a ocorrência de quadro clínico ou sub-clínico em trabalhador exposto a II - Promover o acesso ao trabalho de portadores de afecções e deficiências para
condições agressivas; o trabalho, desde que este não agrave ou ponha em risco sua vida. Atuar, visan-
VII - a identificação de riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos, estressan- do essencialmente a promoção da saúde e prevenção da doença, conhecendo,
tes e outros; para isto, os processos produtivos e ambientes de trabalho da empresa;
36 37
III - Opor-se a qualquer ato discriminatório impeditivo de acesso ou permanência Artigo 10º - São atribuições e deveres do perito-médico judicial e assistentes
da gestante no trabalho, preservando-a, e ao feto, de possíveis agravos ou riscos técnicos:
decorrentes de suas funções, tarefas e condições ambientais. I - Examinar clinicamente o trabalhador e solicitar os exames complementares
necessários. Atuar, visando essencialmente a promoção da saúde e prevenção da
Artigo 5º - Os médicos do trabalho (como tal reconhecidos por lei) especial- doença, conhecendo, para isto, os processos produtivos e ambientes de trabalho
mente aqueles que atuem na empresa como contratados, assessores ou consul- da empresa;
tores em saúde do trabalhador serão responsabilizados por atos que concorram
II - O perito-médico e assistentes-técnicos ao vistoriarem o local de trabalho de-
para agravos à saúde dessa clientela conjuntamente com outros médicos que
vem fazer-se acompanhar, se possível, pelo próprio trabalhador que está sendo
atuem na empresa e que estejam sob sua supervisão, nos procedimentos que
objeto da perícia, para melhor conhecimento do seu ambiente e função. Atuar,
envolvam a saúde do trabalhador, especialmente com relação à ação coletiva de
visando essencialmente a promoção da saúde e prevenção da doença, conhe-
promoção e proteção à sua saúde.
cendo, para isto, os processos produtivos e ambientes de trabalho da empresa;
III - Estabelecer o nexo causal, considerando o exposto no Artigo 4º e incisos.
Artigo 6º - São atribuições e deveres do Perito Médico de instituições providen-
ciárias e seguradoras: Artigo 11º - Deve o perito-médico judicial, fornecer cópia de todos os docu-
mentos disponíveis para que os assistentes-técnicos elaborem seus pareceres.
I - Avaliar a (in)capacidade de trabalho do segurado, através do exame clínico,
Caso o perito médico judicial necessite vistoriar a empresa (locais de trabalho e
analisando documentos, provas e laudos referentes ao caso. Atuar, visando es-
documentos sob sua guarda), ele deverá informar, oficialmente, o fato, com a
sencialmente a promoção da saúde e prevenção da doença, conhecendo, para
devida antecedência, aos assistentes-técnicos das partes (ano, mês, dia e hora
isto, os processos produtivos e ambientes de trabalho da empresa;
da perícia).
II - subsidiar tecnicamente a decisão para a concessão de benefícios. Atuar, vi-
sando essencialmente a promoção da saúde e prevenção da doença, conhecen-
do, para isto, os processos produtivos e ambientes de trabalho da empresa; Artigo 12º - O médico de empresa, o médico responsável por qualquer Pro-
grama de Controle de Saúde Ocupacional de Empresa e o médico participante
III - comunicar, por escrito, o resultado do exame médico-pericial ao periciando,
do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho, não podem ser
com a devida identificação do perito médico (CRM, nome e matrícula). Atuar,
peritos judiciais, securitários ou previdenciários, ou assistentes-técnicos da em-
visando essencialmente a promoção da saúde e prevenção da doença, conhe-
presa, nos casos que envolvam a firma contratante e/ou seus assistidos(atuais ou
cendo, para isto, os processos produtivos e ambientes de trabalho da empresa;
passados).
IV - orientar o periciando para tratamento quando eventualmente não o estiver
fazendo e encaminhá-lo para reabilitação quando necessário.
Artigo 13º - A presente Resolução entrará em vigor na data de sua publicação,
revogando-se as disposições em contrário.
Artigo 7º - Perito-Médico Judicial é aquele designado pela autoridade judicial
ou policial, assistindo-a naquilo que a Lei determina.
Brasilia,11 de Fevereiro de 1998
Waldir Paiva Mesquita
Artigo 8º - Assistente-Técnico é o médico que assiste às partes em litígio.
Presidente
Antônio Henrique Pedrosa Neto
Artigo 9º - Em ações judiciais, o prontuário médico, exames complementares
ou outros documentos, só podem ser liberados por autorização expressa do Secretário-geral
próprio assistido. Publicada no Diário Oficial da União de 06/03/1998, pág. 150
38 39
Pesquisa Realizada entre educadores Sobre Síndrome de Burnout
na Estância Turística de Ribeirão Pires 24 - Você tem constantes dores de cabeça ?
25 - Sofre de insônia ?
Em uma parceria entre o SINEDUC e a Prefeitura Municipal, foi realiza-
26 - Sente dores musculares diariamente?
do no setor da Educação uma pequisa sobre Assédio Moral (perguntas
27 - Tem (constantemente ) vontade de nunca mais ir trabalhar ?
de 1 à 23) e Síndrome de Burnout (perguntas 24 à 30).
28 - Pensa em morrer (por questões no trabalho).
Abaixo você confere o questionário feito e na página ao lado os gráfi-
39 - Sente-se sempre exausto (a) ?
cos contendo o resultado em porcentagem.
30 - Tem ( diagnosticada) alguma doença ligada a depressão ? Síndromes ?
21 - Faz ameaças, justificando suas ações dizendo sempre: “ Não sou eu, é a Se- 25
Perla de Freitas
DINIZ, Ana Paola Santos Machado. Saúde no Trabalho: Prevenção, Dano e Reparação. Dissertação
de Mestrado, Faculdade do Recife - UFPE, 2002 {mímeo}. Presidente:
FARIA, J.H; KANASHIRO. O seqüestro da subjetividade e as novas formas de controle psicológico
no trabalho: uma abordagem crítica ao modelo toyotista de produção. In: XXV ENCONTRO ANU- Vice Presidente: Dulcimara F. de O. Evangelista
AL DA ANPAD. Anais...Campinas: ANPAD, 2001.
FREITAS, Maria E. de. Assédio moral e assédio sexual: faces do poder perverso nas organizações.
RAE - Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 41, n. 2, p. 8-19, abr.jun.2001.
Secretaria Geral: Alessandra Ap. da Silva
GUEDES, Márcia Novaes, Terror Psicológico no Trabalho, LTr editora, março/2003.
GUEVARA, Lydia Ramirez. El Acosso Moral. www.mobbing.ud. Tesoureira: Maria Ap. Costa
Doenças profissionais - Assédio moral e estresse são acidentes de trabalho, por Lydia Guevara
Ramírez, capturado da web: http://conjur.uol.com.br/textos/18932/ Diretora de Imprensa: Edneide Pereira
HIRIGOYEN, Marie-France. Assédio moral: a violência perversa no cotidiano. 2. ed. Rio de Janeiro:
Fabiana Tognato
Bertand Brasil, 2001.
Diretora de Formação:
Mal-estar no trabalho: redefinindo o assédio moral. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.
LAFER, Celso. A Reconstrução dos Direitos Humanos - um diálogo com o pensamento de Hannah
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Diretora Adjunta: Vera Borilly
Medo e angústia - Assédio moral pode levar vítima à incapacidade total, por Luiz Salvador, captu-
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Assédio moral - Chefe ‘torturador’ mostra o contrário do que pratica, por Arildo Loper, capturado
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