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2 – Criacionismo e Evolucionismo

2.3 As evidências e os pontos-chaves para a controvérsia ______________


2.3.1 – Introdução: as 4 formas de manifestação da Verdade

Na discussão da questão fé e razão colocamos que Deus se manifesta. E


colocamos que Jesus é a única verdade (Jo 14.6). Portanto, o que faremos neste ponto é
buscar na revelação de Deus as respostas para a questão. Relembrando, vimos que Deus
se manifesta na natureza, através dos outros homens, pela Bíblia e pelo relacionamento
pessoal. Será em cada um destes 4 pontos que buscaremos as evidências, para em
seguida discuti-las.
Deus se manifesta de formas diversas, mas o pecado nos restringe de conhecer a
Verdade em cada uma destas manifestações. Se não fosse o pecado (Is 59.2) veríamos
que todas as coisas que nos rodeiam e tudo que podemos conhecer levam a Verdade.
Outro ponto importante é ver que há respostas que são mais facilmente encontradas em
uma forma específica da manifestação de Deus do que em outras. Ressaltados estes
pontos, iniciemos pelas evidências que temos da natureza para a questão que ora
tratamos.

2.3.2 – Evidências da natureza para a controvérsia

A discussão em foco agora é sobre a forma que Deus criou a natureza. Natural
que comecemos examinando as evidências que podemos tirar da própria natureza, para
o estudo que temos por frente. Sabemos que nosso conhecimento da natureza é limitado
e a ciência muda com o tempo. Assim, o que hoje conhecemos e temos como certo,
pode ser futuramente comprovado ser imperfeito. Porém, isto não diminui a importância
de se observar a natureza, pois esta nos traz importantes conhecimentos e formas de
melhorar nossas vidas. Por extenso e árido que possa ser o sumário de fatos que
colocaremos em seguida, este é importante para a discussão. Não colocaremos todas as
evidências, mas apenas algumas ilustrativas e mais interessantes, que em hora oportuna
usaremos. Seguem 10 evidências importantes:
 A luz das estrelas: a luz viaja em uma velocidade altíssima (3x105 km/s), porém
limitada. A luz gasta 8 min para se locomover do Sol até a superfície da Terra.
Por outro lado, existem estrelas que estão a 1 ano-luz da Terra. Isto significa que
a luz demora 1 ano para chegar desta estrela até a Terra. Porém, existem estrelas
que estão a mais de 3 bilhões de anos-luz da Terra. Não é nosso interesse aqui
explicar como estes números são obtidos, mas não há boas razões para duvidar
dos mesmos. O fato é que se hoje vemos estas estrelas que estão há 3 bilhões de
anos-luz, é necessário que o Universo tenha pelo menos 3 bilhões de anos (de
fato, por estes e outros fatos a melhor idade estimada para o universo é em torno
de 13,7 bilhões de anos). Portanto, é difícil acreditar que o Universo tenha
apenas cerca de 10.000 anos.
 Datações com elementos radioativos: elementos radioativos são instáveis e
decaem em períodos de tempo específicos. O Carbono-14, por exemplo, tem
uma meia-vida de cerca de 6000 anos. Através da porcentagem de carbono 14 é
possível se chegar a idade de artefatos antigos. No caso do carbono-14 só se
pode chegar até a idade de cerca de 70.000 anos atrás. Porém, existem outros
núcleos radioativos, como potássio 40, que tem uma meia-vida de 1,2 bilhões de
anos. Através de datação com estes elementos não é nada raro encontrar
artefatos com muito mais de 500.000 anos (a idade da Terra é estimada em 4,6
bilhões de anos). Portanto, é difícil acreditar que a Terra tenha cerca de 10.000
anos.
 Registros fósseis: sob a Terra encontramos registros fósseis de animais e plantas
que mudam conforme a profundidade, mostrando uma evolução na forma como
os animais se desenvolveram. Entre estes registros estão os de dinossauros, que
nunca são encontrados juntos com os de homens. Além disso, nem todo animal
que morre se torna um fóssil, mas sim poucos. Levando-se isto em conta, se
todos os fósseis fossem de animais que viveram na época do dilúvio, como
apontam alguns criacionistas da Terra recente, seria necessário que os animais
vivessem empilhados para que todos coubessem na superfície da Terra. Esta é
uma evidência de que antes da existência do homem existiam outros animais,
que viveram em foram instintos. Por outro lado, o registro fóssil parece carecer
de muitos elos de ligação entre espécies, como seria esperado da evolução pura e
simples (descontinuidade geológica).
 Registros fósseis de hominídeos extintos: existem registros fósseis de
hominídeos, espécies humanas distintas do Homo Sapiens, e dos outros primatas
que hoje existem.
 Evidências do mecanismo da seleção natural e da micro-evolução: a seleção
natural é, grosso modo, o processo pelo qual as características mais favoráveis
tornam-se mais comuns em gerações sucessivas de uma população de
organismos que se reproduzem, e pelo qual características desfavoráveis que são
hereditárias tornam-se menos comuns. Exemplos são, por exemplo, o aumento
da resistência de microorganismos a antibióticos e a o aumento da população de
insetos de cores mais escuras em lugares onde a poluição aumentou
drasticamente. Outras evidências são a diferenciação que ocorre em animais
isolados, por exemplo em ilhas. Quanto a micro-evolução, esta é a mudança que
ocorre em pequeno nível dentro das espécies, mas não entre uma espécie e outra,
quando se fala em macroevolução. Existe um conjunto consistente de dados que
mostram a existência da microevolução. Junto com as descobertas da genética,
como as envolvendo mutações de DNA, estas evidências são importantes e
formam a base do neodarwinismo. Algumas evidências são indiscutíveis, como
o fato de cruzamentos entre cães de diferentes raças levam a diferentes
resultados, que podem ser melhorados e mantidos com o tempo. Há de se notar
também que existências algumas evidências morfológicas nos seres vivos que
apontam para semelhanças entre estes e até mesmo para transição entre os seres
vivos (alguns mamíferos como o ornitorrinco são frequentemente colocados
nesta categoria).
 Evidências de atividade da espécie humana em datas longínquas: por meios
genéticos e arqueológicos, por exemplo, é possível se datar a existência da
espécie humana em datas tão longínquas quanto 130.000 anos atrás (registros
fósseis) e 200.000 anos atrás (cálculos genéticos).
 A explosão cambriana: a vida na Terra parece pouco ter evoluído até cerca de
570 a 530 milhões de anos atrás. Então, em um período de cerca de 30 milhões
de anos a partir de bactérias e outras espécies mais simples surgiram diversas
espécies (que de acordo com os evolucionistas seriam os precursores da maioria
das espécies hoje existentes). Esta diversificação súbita ocorreu na era chamada
cambriana e por isto é chamada de explosão cambriana.
 Sintonia fina do Universo: existem fortes evidências de que se as constantes
fundamentais do Universo, como a velocidade de expansão do Universo, fossem
ligeiramente diferentes não haveria possibilidade de um Universo que se
mantivesse e de existência de vida. Isto obrigou muitos cientistas a especularem
pela existência de múltiplos universos, algo que não podem de forma alguma
provarem “e reside no campo da fé”.
 Complexidade irredutível: há processos químicos dentro do organismos que
precisam do funcionamento de inúmeros mecanismos biológicos ao mesmo
tempo e em total sintonia. Se algum componente estiver faltando ou defeituoso o
processo falha. Processos como estes não parecem ter surgido de pequenas
variações ao longo de inúmeras gerações. Um exemplo é o mecanismo da visão.
 Lacunas nos conhecimentos atuais: esta não é propriamente uma evidência,
mas um fato. Há muitos pontos mal esclarecidos e de que pouco se sabe sobre a
natureza. Devemos tomar cuidados tanto em basearmos nossa interpretação
bíblica sobre os conhecimentos científicos quanto em formar nossos ataques as
teorias científicas, criando um “Deus das lacunas”, que explica os fatos
desconhecidos da observação da natureza, até que nova descoberta é feita.

Cremos que as 10 evidências colocadas são suficientes para a discussão do tema


dentro deste estudo. Outras evidências e maior comprovação/explicação dos fatos
apresentados seriam interessantes, mas fogem do escopo deste trabalho. Por ora o
apresentado é suficiente. Passemos em seguida para as evidências sobre o tema na
Bíblia.

2.3.3 – Evidências bíblicas para a controvérsia

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