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Operacional Padrão
POP/UNIDADE DE
REABILITAÇÃO/015/2017
Gerenciamento Fonoaudiológico de
Avaliação e Reabilitação da Deglutição
em âmbito Hospitalar
Versão 1.0
UNIDADE DE REABILITAÇÃO
Procedimento Operacional
Padrão
POP/UNIDADE DE REABILITAÇÃO/015/2017
Gerenciamento Fonoaudiológico de Avaliação e
Reabilitação da Deglutição em âmbito Hospitalar
Versão 1.0
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EXPEDIENTE
Autor/responsável por
Data Versão Descrição Gestor do POP
alterações
GLOSSÁRIO ...................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................9
REFERENCIAIS TEÓRICOS.............................................................................................50
CAMPO DE APLICAÇÃO
GLOSSÁRIO
EM - Esclerose Múltipla
TQT – Traqueostomia
FIGURAS
Este POP de Fonoaudiologia faz parte da Unidade de Reabilitação e tem duração de dois
anos, necessitando de revisão bianual.
Tendo como objetivo principal a reintrodução da alimentação e hidratação por via oral
de forma segura, visando à manutenção do suporte nutricional adequado, diminuir os riscos de
penetração e /ou aspiração laringotraqueal, reduzindo a morbidade e mortalidade a ela associada.
Reduzir custos hospitalares com alta precoce e principalmente propiciar uma melhora na
qualidade de vida dos pacientes.
A deglutição envolve duas fases distintas, uma voluntária que envolve a região
cortical e a outra reflexa (involuntária) que envolve o tronco cerebral e pares cranianos (V)
trigêmio, (VII) facial, (IX) glossofaríngeo, (X) vago, (XI) acessório e (XII) hipoglosso
Teoricamente a deglutição é dividida em três fases (oral, faríngea e esofágica) nas quais
durante a deglutição são integradas e coordenadas entre si. A fase oral/preparatória (voluntária)
constitui quando o alimento é manipulado na cavidade oral, mastigado quando necessário até o
momento quando a língua impulsiona o alimento para trás até que o reflexo da deglutição seja
disparado.
Qualquer alteração que acomete desde a fase oral até a fase esofágica é denominada
disfagia, ou seja, distúrbio da deglutição e será classificada como disfagia orofaríngea
neurogênica, disfagia orofaríngea mecânica e quando temos componentes neurológicos e
mecânicos associados podemos considerar na prática casos de disfagia mista.
Quando ocorre na fase oral e/ou faríngea é denominada de disfagia orofaríngea de origem
neurogênica, mecânica ou mista sendo passível de tratamento pela fonoaudiologia. Já as
encontradas na fase esofágica são denominadas disfagias esofagianas e são tratadas pelo médico
mais especificamente o gastroenterologista.
I. INFORMAÇÕES GERAIS
II. OBJETIVOS
Visa descrever e avaliar os aspectos gerais, de respiração, de fala, de voz e das
estruturas/órgãos orofaciais e cervicais em indivíduos encaminhados para a avaliação da
deglutição.
DEFINIÇÕES
Consiste em cinco partes: exame geral, respiração, fala voz e avaliação orofacial e
cervical, sendo submetido à avaliação de juízes (três fonoaudiólogas com experiência na área) e
obteve um grau de concordância acima de 75%.
Nota: Os protocolos não foram aplicados em sua totalidade, pois alguns procedimentos
(*) não fazem parte da rotina do HUMAP e outros não são disponíveis (**).
ETAPAS DO PROCEDIMENTO
• Higienizar as mãos segundo normas da CCIH
Pressão arterial(PA) – é a pressão exercida pelo sangue contra a superfície interna das artérias.
A força original vem do batimento cardíaco. Em termos gerais o valor de 120/80 mmHg é o
valor considerado normal.
(*) Escala Rancho los Amigos – é uma escala similar à de Glasgow, para avaliar a recuperação
de pacientes com ferimentos encefálicos.
Iniciativa comunicativa
Comunicação
Articulação áfona – comunicação oral que realiza a articulação dos sons, mas sem a emissão de
voz
Gestos- comunicação gestual, com ausência e/ou pouco uso de verbalizações e/ou vocalizações
Respiração
Repouso – observar o numero de ciclos respiratórios que o paciente realiza por minuto
Eupneico 12 a 20 rpm
Modo
Ventilação
Ventilação Mecânica não Invasiva (VNI) - anotar o período por dia - _____h/dia
Tiragem de fúrcula
Tiragem de intercostais
Dessaturação
Ausculta brônquica - Realizar ausculta brônquica e anotar a presença dos sinais elencados
abaixo ou a normalidade:
Broncoespasmo – dificuldade respiratória causada por constrição repentina dos músculos das
paredes brônquicas.
Fala - Terceira parte, composta por quatro itens: Avaliar a fala espontânea do paciente e durante
algumas tarefas especificas
Adequada
Alterada
Ausente
Outros
Prosódia – é definida como o estudo do ritmo, entonação e demais atributos correlatos na fala.
Classificar em:
Normal
Alterado
Outros
Alterado
Repetições de sílabas
Trocas fonêmicas
Fraca
Forte
Agudo
Grave
- Grau de rugosidade
- Grau de soprosidade
- Grau de astenia
- Grau de tensão
- Grau de instabilidade
(***) Solicitar que o paciente feche os olhos, coloque o espelho milimitrado abaixo da cavidade
nasal:
Respire normalmente
Sopro
Adequada
Alterada
É a quinta parte, composta por onze itens. Devem ser anotados e/ou selecionados os dados
referentes a cada item.
- Contração dos músculos orbiculares dos olhos leve/forte (fechar os olhos leve/forte)
- Contração dos músculos levantadores dos lábios e asa do nariz (cara de cheiro ruim)
Contração dos músculos abaixadores do lábio inferior e do ângulo da boca (abaixar o lábio inf. e
mostrar os dentes)
Simetria / lesões
Força – colocar uma espátula entre os dentes e a bochecha e solicitar que o paciente pressione
enquanto o avaliador puxa.
Fraca/forte
Língua
Repouso
Repouso – Observar simetria, presença de desvio, presença de queda para um dos lados,
hipofuncionalidade, hiperfuncionalidade, fixação cirúrgica e/ou procedimento.
Posicionar o dedo indicador e médio sobre o osso hiodeo e a cartilagem tireóide e solicite que o
paciente degluta a saliva.
Reflexos
Gag – eliciado ao tocar com a espátula na região da base de língua e/ou na parede posterior da
faringe.
Tosse
RECURSOS NECESSÁRIOS
• Humanos: Fonoaudiólogo, Equipe do setor, Paciente.
• Materiais/Equipamentos: Luvas, Espelho milimetrado de Altman, Seringa 3 ml
Estetoscópio, Oxímetro, Espátula /abaixador lingual, Mini – lanterna.
• Ferramentas e Instrumentos: Prontuário físico, Ficha de Avaliação Fonoaudiológica, Ficha
de evolução do Atendimento Fonoaudiológico.
I. INFORMAÇÕES GERAIS
OBJETIVO
DEFINIÇÕES
ETAPAS DO PROCEDIMENTO
• Higienizar as mãos segundo normas da CCIH
• Reunir o material e levar ao quarto - próximo ao paciente.
• Identificar-se para o paciente e/ou acompanhante.
• Explicar o procedimento ao paciente e/ou acompanhante.
• Elevar à cabeceira da cama em 90º
• Realizar a intervenção e técnica terapêutica necessária no momento
• Relatar na ficha de evolução diária e anexar no prontuário
Estratégia Efeito
Uso de figuras, vídeos e programas específicos para Aprendizado, conhecimento da função da deglutição
visualização e entendimento da deglutição normal x normal e dos riscos da disfagia. Aumenta a
disfagia propriocepção do sistema biomecânico da deglutição. E
o envolvimento no processo terapêutico
2 – Aumento da amplitude e
1 – Elevação de língua.
força do dorso de língua. Melhora a
Solicitar que o paciente mantenha a
propulsão do bolo alimentar.
boca aberta, protrua e eleve a língua
ao máximo e segure por um
segundo. Em seguida, eleve o 3 – Aumento da amplitude
dorso da língua ao máximo possível do movimento de língua.
e segure por um segundo e solte.
2 – Lateralização de língua.
Solicitar que o paciente lateralize
(alongando) a língua para cada lado
Realizar a série durante da boca, como realizasse a limpeza
cinco minutos em uma sessão. dos sulcos laterais, e em seguida
Cinco vezes ao dia. protrua e retraia, segurando um
segundo em cada direção.
Produção de vogal /i/ prolongada Solicite prolongar a emissão da Durante a produção do falsete a
vogal/i/ agudo (pitch elevado) - laringe eleva, no mesmo movimento
falsete produzido na deglutição
Produção da sílaba /ka/ka/ka/ Solicite a emissão da sílaba /ka/ Melhora a movimentação laríngea.
com a boca aberta, seqüencial de
forma lenta. Depois mantém alguns
segundos na posição elevada
Exercício CTAR (Chin Tuck Solicitar que o paciente sentado Fortalece os músculos supra –
Against Reistance pressione com força máxima o hióideos e dessa forma, maior
queixo contra uma bola pequena abertura do Esfíncter Esofágico
posicionada acima da fúrcula Superior(EES)
esternal, sem elevar os ombros por
10 segundos(isométrica). Fazer 10
repetições seguidas (isotônicas)
Estimulação termo tátil - gustativa 1 – Pressionar a colher contra o Aumentar o input sensorial e a
dorso de língua quando o bolo for percepção de alimento em cavidade
ofertado oral – melhora da propulsão do
bolo.
2- Mergulhar a colher em líquido
cítrico frio e/ou quente. Tocar nas
regiões intra orais, base de língua,
parede posterior da faringe, usando
diferentes pressões e em diferentes
pontos
RECURSOS NECESSÁRIOS
• Humanos: Fonoaudiólogo, Equipe do setor, Paciente.
• Materiais/Equipamentos: Gravuras de deglutição normal e disfagia, Luvas, Estetoscópio,
Oxímetro, Colher de sopa de inox, Guardanapo, Líquidos Cítricos, Espátulas, Copos
descartáveis, Gelo, Gazes, Respiron, Bola
• Ferramentas e Instrumentos: Prontuário físico, Ficha de evolução do Atendimento
Fonoaudiológico.
I. INFORMAÇÕES GERAIS
OBJETIVOS
Instrução e esclarecimento quanto ás alterações de deglutição e riscos relacionados,
estimulação sensorial. Utilização de manobras de proteção e posturas facilitadoras para
deglutição e modificação de dietas.
DEFINIÇÕES
ETAPAS DO PROCEDIMENTO
• Higienizar as mãos segundo normas da CCIH
• Reunir o material e levar ao quarto - próximo ao paciente.
• Identificar-se para o paciente e/ou acompanhante.
• Explicar o procedimento ao paciente e/ou acompanhante.
• Elevar à cabeceira da cama em 90º
Estratégia Efeito
Uso de figuras, vídeos e programas específicos para Aprendizado, conhecimento da função da deglutição
visualização e entendimento da deglutição normal x normal e dos riscos da disfagia. Aumenta a propriocepção
disfagia do sistema biomecânico da deglutição. E o envolvimento
no processo terapêutico
Deglutição com esforço Solicitar que o paciente engula com O esforço aumenta os movimentos
força (fazer força em todos os posteriores de base de língua e
músculos da boca e garganta para assim, facilita a remoção do bolo
engolir alimentar da valécula
Manobra postural de queixo no Solicitar que o paciente abaixe a Evita o escape prematuro, amplia o
peito cabeça encostando o queixo o mais espaço valecular a fim de evitar a
próximo do peito, antes de engolir entrada do bolo alimentar nas vias
aéreas (VAs); coloca a epiglote em
posição que favorece a aproximação
da base da língua contra a faringe
Deglutição múltipla Solicitar que o paciente degluta Remoção dos resíduos alimentares
varias vezes consecutivas o mesmo na cavidade oral
bolo alimentar
Deglutição supraglótica Solicitar que o paciente inspire e Maximizar o fechamento das pregas
mantém, degluta e tosse, logo após a vocais e ariepiglóticas
deglutição
Deglutição super-supraglótica Solicitar que o paciente inspire, Maximizar o fechamento das pregas
mantém, degluta com esforço e vocais e ariepiglóticas
tosse logo após a deglutição
Cabeça fletida para frente Solicitar que o paciente mantenha a Proteção de VAI, aumento da
cabeça fletida para baixo durante a pressão na passagem do alimento,
deglutição aumento do espaço valecular
Cabeça inclinada para trás Solicitar que o paciente incline a Auxilia a propulsão do bolo,
cabeça para trás durante a deglutição melhora a velocidade do transito
Obs. Cuidado risco de oral
broncoaspiração
Cabeça inclinada para lado bom Solicitar que o paciente incline para Facilita a descida do bolo do lado
o lado bom durante a deglutição preservado
Redução do resíduo em cavidade Após a deglutição solicitar que o Remoção do resíduo alimentar em
oral paciente movimente a língua pelos cavidade oral.
sulcos laterais e anteriores, para
recolher o alimento que permanecer
acumulado, e deglutir novamente.
• Jejum para realização de procedimento • Retornar em outro período para nova abordagem
I. INFORMAÇÕES GERAIS
OBJETIVOS
Padronizar e avaliar a funcionalidade da deglutição de saliva em pacientes
traqueostomizados à beira leito. Verificando possibilidade de deglutir por via oral ou a aspiração
traqueal sugestivo de risco para bronco aspiração.
DEFINIÇÕES
A identificação e a administração corretas da disfagia no paciente traqueostomizados
tornam-se fundamentais. A avaliação objetiva da deglutição envolve técnicas de
videofluroscopia e nasofibroscopia. No entanto, esses métodos são caros, despendem de maior
tempo, necessitam da locomoção do paciente e expõem os mesmos a radiação e/ou desconforto.
Em 1973 foi descrito um teste clínico utilizando um marcador azul na língua para a
coloração da saliva, sendo objetivo detectar aspirações em pacientes traqueostomizados por meio
da coloração das secreções provenientes da aspiração traqueal, ou seja, qualquer evidencia do
azul na aspiração através da cânula de traqueostomia seriam indicativas de que o paciente estaria
aspirando.
A partir da primeira descrição do teste, passou a ser utilizado amplamente passando a ser
misturado com líquidos e alimentos.
O Teste do Corante Azul ( Blue Dye Test), consiste em aplicar 4 gotas de corante culinário
azul (anilina) na cavidade oral do paciente em 4/4 horas por 2 dias consecutivos para analisar a
deglutição, verificando a presença ou não de aspiração traqueal. O paciente deverá deglutir após
No entanto, sua acurácia também passou a ser discutida, em análise realizada por meio
de pesquisa bibliográfica, constatou a inexistência de um protocolo completo para sua utilização,
pouca variabilidade metodológica, falta de consenso sobre os aspectos considerados na avaliação
Concluíram que 8 pacientes aspiravam pela VDF, mas apenas 4 pelo BDT ( 50% de
falso- negativo).
Portanto o resultado do teste quando negativo , não deve ser único item avaliado outros
sinais e comorbidades tendem ser preditivos de aspiração silente, causa neurológicas ,
demências, debilidade crônica , alteração da sensibilidade de laringe e uso de invasivos IOT,
TQT e SNE
CONTEÚDO ESPECÍFICO
A traqueostomia é uma técnica cirúrgica muito utilizada atualmente, tem como finalidade
promover uma via aérea artificial principalmente em pacientes críticos. Consiste em uma incisão
entre o 2º e 3º anel traqueal podendo ser temporária durante a fase aguda da doença ou
permanente.
A traqueostomia é indicada nos casos de:
- Obstruções de vias aéreas superiores
- Necessidade de ventilação mecânica prolongada
- Remoções de secreções brônquicas
- IOT >7 dias
No entanto o uso da traqueostomia causa um impacto na fisiologia da comunicação e
deglutição podendo ser esta mecânica ou funcional.
ETAPAS DO PROCEDIMENTO
• Higienizar as mãos.
• Reunir o material e levar ao quarto - próximo ao paciente.
• Idenficar-se para o paciente e/ou acompanhante.
• Explicar o procedimento ao paciente e/ou acompanhante.
• Elevar à cabeceira do leito a 90º.
• Verificar e anotar os sinais vitais do paciente, freqüência cardíaca, freqüência respiratória
e SPO2, caso não esteja monitorado.
• Realizar aspiração endotraqueal e supra cuff.
• Desinsuflar o cuff e aspirar caso perceber secreção ou tosse imediata do paciente.
• Manter o cuff desinsuflado (caso intolerância interromper o teste e insuflar o cuff).
• Aplicar 4 gotas de anilina azul sobre o dorso da língua do paciente.
• Solicitar ao paciente para deglutir.
• Realizar aspiração endotraqueal após a deglutição.
• Observar a presença ou ausência imediata de secreção corada.
• Reaplicar o teste a cada 4 horas por dois dias consecutivos.
• Resultado: Blue Dye Test Positivo (+) presença de secreção corada de azul.
• Resultado: Blue Dye Test Negativa (-) ausência de secreção corada de azul.
• Colocar o resultado do teste na evolução do paciente e anexar no prontuário.
RECURSOS NECESSÁRIOS
• Humanos: Fonoaudiólogo, Equipe do setor, Paciente.
• Materiais/Equipamentos: Luvas, Máscara, Avental de procedimento, Copo, Anilina azul,
Seringa 3 ml, Estetoscópio, Oxímetro, Óculos de proteção, Luvas normais (estéril), Sonda para
aspiração, 1 Seringa de 3 ml, 2 Seringas de 20 ml, 1 com soro fisiológico.
• Ferramentas e Instrumentos: Prontuário físico, Ficha de Avaliação Fonoaudiológica, Ficha
de evolução do Atendimento Fonoaudiológico.
BLUE DYE TEST NEGATIVO (-): Ausência de secreção corada de azul pela cânula de
traqueostomia em nenhuma aspiração traqueal ao longo do dia sugestivo de deglutição normal
de saliva.
BLUE DYE TEST POSITIVO (+): Presença de secreção corada de azul durante aspiração
traqueal – indicativo de aspiração de saliva apresentando risco de broncoaspiração. Paciente
diagnosticado com Disfagia orofaríngea.
CUIDADOS ESPECIAIS
I. INFORMAÇÕES GERAIS
OBJETIVOS
Padronizar e avaliar a estrutura e funcionalidade da deglutição de alimentos de
consistências e volumes variados em pacientes traqueostomizados à beira leito. Verificando
possibilidade de deglutir por via oral ou a ineficácia, como também o risco de broncoaspiração.
DEFINIÇÃO
A identificação e a administração corretas da disfagia no paciente traqueostomizados
tornam-se fundamentais. A avaliação objetiva da deglutição envolve técnicas de
videofluroscopia e nasofibroscopia. No entanto, esses métodos são caros, despendem de maior
tempo, necessitam da locomoção do paciente e expõem os mesmos a radiação e/ou desconforto.
Em 1973 foi descrito um teste clínico utilizando um marcador azul na língua para a
coloração da saliva, sendo objetivo detectar aspirações em pacientes traqueostomizados por meio
da coloração das secreções provenientes da aspiração traqueal, ou seja, qualquer evidencia do
azul na aspiração através da cânula de traqueostomia seriam indicativas de que o paciente estaria
aspirando.
A partir da primeira descrição do teste, passou a ser utilizado amplamente passando a ser
misturado com líquidos e alimentos.
No entanto, sua acurácia também passou a ser discutida, em análise realizada por meio de
pesquisa bibliográfica, constatou a inexistência de um protocolo completo para sua utilização,
pouca variabilidade metodológica, falta de consenso sobre os aspectos considerados na
avaliação.
Concluíram que 8 pacientes aspiravam pela VDF, mas apenas 4 pelo BDT ( 50% de
falso- negativo).
Portanto o resultado do teste quando negativo , não deve ser único item avaliado outros
sinais e comorbidades tendem ser preditivos de aspiração silente, causa neurológicas ,
demências, debilidade crônica , alteração da sensibilidade de laringe e uso de invasivos IOT,
TQT e SNE.
O Teste do Corante Azul Modificado (Blue Dye Test Modificado) Consiste em aplicar
corante culinário azul (anilina) em alimentos de volumes (3 ml, 5 ml, 10 ml) e consistências
variadas (líquida, mel, néctar, pudim, sólido) em dias diferentes, para analisar a deglutição oral
ou aspiração traqueal. O paciente deverá deglutir o alimento corado de azul e realizar aspiração
endotraqueal imediata. Orientar a equipe de enfermagem e fisioterapia para monitorar a saída ou
não de secreção corada da cânula de traqueostomia no decorrer do dia.
CONTEÚDO ESPECÍFICO
A traqueostomia é uma técnica cirúrgica muito utilizada atualmente, tem como finalidade
promover uma via aérea artificial principalmente em pacientes críticos. Consiste em uma incisão
entre o 2º e 3º anel traqueal podendo ser temporária durante a fase aguda da doença ou
permanente.
A traqueostomia é indicada nos casos de obstruções de vias aéreas superiores, necessidade
de ventilação mecânica prolongada, remoções de secreções brônquicas e entubação maior que
sete dias.
No entanto o uso da traqueostomia causa um impacto na fisiologia da comunicação e
deglutição podendo ser esta mecânica ou funcional.
Os pacientes traqueostomizados em sua grande maioria estiveram anteriormente
entubados.
ETAPAS DO PROCEDIMENTO
• Higienizar as mãos
• Reunir o material e levar ao quarto - próximo ao paciente.
• Identificar-se para o paciente e/ou acompanhante.
• Explicar o procedimento ao paciente e/ou acompanhante.
• Elevar à cabeceira do cama a 90º
• Verificar e anotar os sinais vitais do paciente, freqüência cardíaca, freqüência respiratória
e SPO2, caso não esteja monitorado
• Realizar aspiração endotraqueal e supra cuff
• Desinsuflar o cuff e aspirar caso perceber secreção ou tosse imediata do paciente.
• Manter o cuff desinsuflado (caso intolerância interromper o teste)
• Oferecer o alimento corado de azul ao paciente
• Solicitar ao paciente para deglutir
• Realizar aspiração endotraqueal após a deglutição
• Observar a presença ou ausência imediata de secreção corada.
• Reaplicar o testes com consistências e volumes variados
• Resultado: Blue Dye Test Positivo (+) presença de secreção corada azul pela cânula de
traqueostomia
• Resultado: Blue Dye Test Negativa (-) ausência de secreção corada de azul pela cânula de
traqueostomia
• Colocar o resultado do teste na evolução do paciente e anexar no prontuário
RECURSOS NECESSÁRIOS
• Humanos: Fonoaudiólogo, Equipe do setor, Paciente.
• Materiais/Equipamentos: Luvas, Máscara, Avental de procedimento, Copo, Anilina
azul, Seringa 3 ml, Estetoscópio, Oxímetro, Óculos de proteção, Luvas normais (estéril),
RESULTADOS ESPERADOS
BLUE DYE TEST NEGATIVO (-): Ausência de secreção corada de azul pela cânula de
traqueostomia em nenhuma aspiração traqueal ao longo dos dias nas diversas consistências e
volumes – Sugestivo de deglutição normal. Após análise de outros dados e discussão com
médico e equipe multidisciplinar . O paciente poderá iniciar alimentação por VO monitorada.
BLUE DYE TEST POSITIVO (+) Presença de secreção corada de azul durante aspiração
traqueal em uma ou demais consistências e volumes. Indicativo de aspiração para tal(is)
consistência(s) e volume(s), apresentando risco de broncoaspiração. Paciente diagnosticado com
Disfagia orofaríngea, sem habilidade para iniciar dieta por VO.
CUIDADOS ESPECIAIS
Andrade, CRF.; Limongi SCO & Colaboradores. Disfagia – Prática baseada em evidências.
Editora Xavier, 1ª edição, São Paulo, 2012.
Thompsom, H. Blue Dye Test Modificado 1995.
Brady, SL.; Hildner, CD.; Hutchins, BF. Simulateous videofluroscopic, swallow study and
modified evans blue dye procedure: an evalution of blue dye visualization in cases of known
aspiration. Dysphagia. 1999; 14:146 – 49.
Cameron, J.; Reynolds, J.; Zuidema, G. Aspiration in patients with tracheotomies . Surg Gynecol
Obstet. !973; 136:68-70.
Devivitis, RA.; Santoro, PP.; Sugueno, LA. Manual Prático de Disfagia – diagnóstico e
tratamento Editora Revinter Ed.2017.
Jacobi, JS.; Levy, DS.; Silva, LMC. Disfagia Avaliação e Tratamento 1º Ed. Rio de Janeiro.
Editora Revinter, 2003.
Queirós A.et al Contributo para Adaptação e Validação da Eat Assessment Tool (EAT 10)
e da Functional Oral Intake Scale (FOIS) Rev Soc. Portuguesa de Medicina Física e Reab.
Vol./24/ nº 2 / 2013
Macedo, F.; Gomes, GF.; Furkim, AM. Manual de cuidados do paciente com disfagia. São
Paulo: Lovise, 2000.