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198 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO

Teses de doutorado
OOLDENSTEIN, L. (1970). Estudo de um Centro Industrial Satélite: Cubatãa.
BIASI, M. (1972). Tipologia de Sítios Urbanos no Vale do Paraíba - SP.
FRANÇA, M. C. (1972). Pequenos Centros Paulistas de Função Religiosa.
MOTTA, I. H. H. M. (1972). O Uso da Terra no Município de Marllia - SP.
FERNANDES, L.L. (1972). O Bairros Rurais no Município de Limeira: Estudo Geográfico.
NAKAGAWARA, Y. (1972). As Funções Regionais de Londrina e Sua Área de Influência.
13. O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL:
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VILAÇA, F. J. M. (1979). Estrutura Territorial da Metrópole Sul-Brasileira: Áreas Residenciais e Co- EVOLUÇÃO E AVALIAÇÃO
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CORDEIRO, H. K. (1979). O Centro da Metrópole Paulistana: Expansão Recente. CONTRIBUIÇÃO À HISTÓRIA DO PENSAMENTO
GUIDUGLI, O. S. (1980). A Geografia da População Urbana: Aspectos Teóricos e o Caso Marília
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LEMOS, A. I. G. Um Exemplo de Processo de Mftropoliiação Recente na Periferia da Grande São
Paulo: O Município de Itaquaquecetuba.
PERIDES, P. P. (1981). Um Exemplo de Processo de Organização Territorial: A Sub-região de Jaú
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SEABRA, O. C. L. (1988). Os Meandros dos Rios nos Meandros do Poder. Tietê e Pinheiros: Vulorita-
ção dos Rios e das Várzeas na Cidade de San Paulo. Introdução
RODRIGUES, A. M. (1988). Na Procura do Lugar f Encontro de Identidade: Um Estudo do Processo
de Ocupação Coleliva de Terra para Moradia - Osasco.
É sempre importante que, a intervalos periódicos de tempo, uma
comunidade científica reflita criticamente sobre a sua própria produção.
Ao fazer isto, ela não apenas resgata e recupera todo o esforço já em-
preendido de construção do conhecimento - valorizando-o portanto -
como identifica problemas e propõe soluções de encaminhamento para o
futuro.
No qae diz respeito à geografia urbana brasileira, esta tarefa já
vem sendo realizada há algum tempo, tendo dado origem a diversos tra-
balhos (Corrêa, 1967 e 1978a; Miiller, 1968; Fredrich, 1978; Mamígo-
nian, 1978). Por serem historicamente determinados, esses estudos cons-
tituem-se hoje verdadeiros depositários, tanto da produção realizada pe-
los geógrafos brasileiros sobre a cidade, como da própria história da
geografia no país.
O objetivo do presente trabalho é o de oferecer mais uma contri-
buição à essa avaliação que os geógrafos urbanos brasileiros efetuam pe-
JU •
* Este trabalho foi realizado com apoio da FINEP e do CNPq. O autor agradece à Rosa Ester Rossini

nv por ter facilitado o acessn a diversos obras que são aqui comentadas, e a Roberto Lobato Corrêa,
pela crítica que realizou a uma versão preliminar do texto.
** Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (iiFPJ).
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riodicamente sobre a sua produção. Pretende-se, com este trabalho, res- zar, que este trabalho não pretendeu (e nem poderia) cobrir toda a pro-
gatar muito do que já foi abordado em estudos anteriores, e acrescentar dução realizada pelos geógrafos brasileiros sobre a cidade. Estão incluí-
também coisas novas, fruto das discussões mais recentes que vêm sendo das aqui apenas aquelas fontes às quais foi possível ter acesso. Acredita-
travadas na geografia. mos entretanto que elas revelam, com bastante clareza, o que tem sido
Dada a magnitude do objeto que se pretende avaliar (o estudo geo- este longo e profícuo processo de produção de conhecimento sobre a ci-
gráfico da cidade), algumas decisões tiveram que ser tomadas no sentido dade, que é agora recuperado, discutido e avaliado.
de limitar o universo a ser pesquisado. Assim, foram incluídos na pre-
sente pesquisa os seguintes tipos de trabalho:
1. Trabalhos realizados apenas pelos geógrafos brasileiros. Estão excluí-
13.1 O Pensamento Geográfico e a Cidade: Primórdios
dos, portanto, tpdos os estudos realizados por outros profissionais, ex-
cetuando-se aqueles que foram realizados pelos pioneiros da geografia Ao analisar a evolução do pensamento geográfico mundial após a
no Brasil (muitos dos quais não tinham formação específica nessa dis- institucionalização da geografia como disciplina universitária, por volta
ciplina) e os trabalhos que, embora de autoria de não-geógrafos, foram de 1870, nota-se, com certo espanto, que a cidade é um tema de atenção
defendidos em programas de pós-graduação em geografia. Estudos rea- relativamente recente dos geógrafos. Com efeito, embora Ratzel lhe te-
lizados por geógrafos estrangeiros e por outros estudiosos das cidades nha dedicado diversos capítulos da segunda parte da Anthropogeogra-
estão também presentes no texto, já que servem de ponto de referência phie, é somente a partir da década de 20, quase trinta anos depois do
para as discussões que são aí levantadas. aparecimento dessa obra (Ratzel, 1891), que a cidade passa a ser um ob-
2. Trabalhos que tratam apenas da escala intra-urbana. O objeto de estu- jeto sistemático de investigação da geografia. No Brasil, serão necessá-
do está limitado aos trabalhos que focalizam a cidade propriamente rios ainda mais quinze anos para que o mesmo possa vir a acontecer.
dita; que tratam da sua organização interna e dos processos que a de- Ratzel conferiu às cidades um papel importante na evolução da hu-
terminam. Deixamos, assim, para outros a tarefa de analisar a produ- manidade. Para ele, o conceito fundamental da análise geográfica da ci-
ção geográfica realizada no nível interurbano e no nível do processo dade era o de "Lage", "palavra que em português corresponde ao mesmo
de urbanização. tempo à posição (isto é, localização segundo as coordenadas geográfi-
3. Trabalhos que atingiram o domínio público. Estão incluídos nesta ava- cas) e à situação, isto é, localização em relação, por exemplo, a outro
liação apenas os trabalhos publicados ou defendidos em programas de eiemento ou conjunto de elementos"1. Dentre esses elementos, Ratzel
pós-graduação em geografia. Optou-se por considerar também aqueles enfatizou principalmente o papel desempenhado pelas vias de comunica-
trabalhos que foram publicados sob a forma de resumo, geralmente in- ção através da história, chegando mesmo a dizer que a cidade deveria
cluídos em anais de congressos. A dificuldade de acesso dos geógra- ser estudada a partir de sua situação em relação a essas vias. As grandes
fos aos meios editoriais é notória, razão pela qual muitos dos estudos cidades foram, inclusive, definidas por ele como "uma reunião durável
que são realizados conseguem apenas ser publicados de forma resumi- de homens e de habitações humanas que cobre uma grande superfície e
da, ou então em veículos de circulação bastante restrita, de difícil se encontra no cruzamento de grandes vias comerciais" (Ratzel, 1903).
acesso. Acreditamos, assim, que os trabalhos publicados sob a forma É, pois, a partir do conceito de posição/situação que a cidade entra
de resumo traduzem um esforço muito maior, que merece ser valoriza- no ternário geográfico moderno. Vindo de Ratzel, isto não poderia deixar
do. Por esta razão, fazem parte desta avaliação. de ocorrer. Com efeito, esse conceito é fundamental em toda a sua obra,
especialmente na Politische Geographie, que tem toda a sua quarta parte
A tarefa a que nos propusemos revelou-se, na prática, muito maior
dedicada ao tema (Ratzel, 1987). Embora outros grandes autores alemães
do que a havíamos imaginado inicialmente. Com efeito, a produção rea-
tenham também dedicado atenção à posição das cidades (Schliitter, 1899;
lizada pelos geógrafos brasileiros sobre a cidade é não apenas antiga,
Hettner, 1902), o fato é que, a partir da morte de Ratzel, em 1904, o es-
como numerosa e diversificada. Conseqiientemente, tivemos que traba-
lhar com um número bastante elevado de referências bibliográficas, que
estão devidamente listadas ao final deste estudo. Resta dizer, para finali- E. Backheuser, "Os Fatos Fundamentais da Geografia", em Boletim Geográfico, 2(16):401, 1944.
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tudo das cidades vai transformar-se, deslocando-se do eixo preferencial- que o projeto naturalista foi vitorioso na França, e, embora La Blache
mente estratégico e económico da posição, para caminhar em direção a tenha deixado apenas algumas poucas páginas escritas sobre as cidades5,
novos elementos balizadores. Isto já era notado por Febvre em 1922, sua orientação foi decisiva para o delineamento do tipo de estudo urbano
que acusava os geógrafos alemães de se preocuparem agora excessiva- que iria predominar naquele país e, mais tarde, nos países que receberi-
mente com o estabelecimento dos mais diversos esquemas classificató- am a influência da "escola francesa", dentre eles o Brasil.
rios de cidades2, tarefa que ele considerava importante, mas que não re- O viés naturalista imposto ao estudo geográfico das cidades trans-
fletia "a verdadeira contribuição geográfica ao estudo do tema" (Febvre, parece claramente nos trabalhos realizados pelos geógrafos france-
1922). ses do início do século. Jean Brunhes, por exemplo, em sua La Géogra-
E que contribuição seria essa? Para Febvre, era a geografia france- phie humaine, de 1910, define a cidade como um dos "fatos da ocupa-
sa que estava contribuindo de forma mais efetiva para a compreensão da ção improdutiva do solo", como "uma espécie de organismo vivo ao
cidade. E isto. ela fazia a partir da orientação geral de Vidal de La qual se aplicam os métodos comparativos das ciências da observação"6.
Blache, que, segundo ele, "havia colocado e resolvido de uma só vez o Blanchard, por sua vez, no prefácio de seu livro pioneiro sobre Greno-
problema geográfico da cidade" quando escrevera: "La nature prepare lê ble, afirma claramente que "a ideia essencial do estudo é que a origem e
site et Phomme Porganise pour lui permettre de répondre à sés désirs e o desenvolvimento da cidade são explicados pelas condições físicas do
à sés besoins"3. Ou seja, o estudo geográfico das cidades deveria pautar- seu sítio"7. Assim, no coração mesmo dessa geografia urbana que se ini-
se principalmente pelas questões referentes ao sítio, que se transformava ciava, conforme lembra Pinchemel, reinava imponente o conceito de sí-
agora no principal elemento conceituai do estudo urbano. A cidade seria, tio, com a noção de posição ocupando um nível subsidiário (Pinchemel,
então, mais um palco de demonstração da superioridade da "vontade hu- 1983.).
mana'' sobre o jugo ambiental e, assim contextualizada, passava a fazer
parte, também, do ternário principal do debate franco-alemão daquela Discípulo fiel de Brunhes, morto em 1930, Pierre Deffontaines traz
época. em sua bagagem, ao chegar ao Brasil em 1934, toda esta opção prefe-
Dados esses objetivos maiores, não é de se estranhar que os traba- rencial pelo natural. Antes de discutir mais detalhadatnente o início dos
lhos franceses de geografia urbana, que Febvre tanto elogiava, tenham estudos de geografia urbana no Brasil, é preciso destacar, entretanto, um
optado preferencialmente pelo estudo de cidades localizadas em sítios outro elemento importante do ambiente da época, e que também afetou,
desfavoráveis, como provam os estudos realizados sobre Friburgo a nosso ver, a opção naturalista pela qual votaram os geógrafos france-
(Girardin, 1909-1910), Grenoble (Blanchard, 1911), Lille e Nancy (Blan- ses. Trata-se da necessidade de diferenciar claramente os estudos geográ-
chard, 1914-1915), Lausanne (Biermann, 1916), Annecy (Blanchard, ficos daqueles realizados por outros profissionais, principalmente pelos
1916), Bordeaux (Blanchard, 1917), e sobre Marselha (Blanchard, 1918; sociólogos.
Kambert, Í919). Como conclusão, esses estudos proclamavam, invaria- Com efeito, se a alocução metodológica de Vidal de La Blache so-
velmente, as "grandes vitórias humanas" sobre o meio natural4. bre as "características próprias da Geografia" (1913) parece ter dado re-
Essa "naturalização" do estudo geográfico da cidade se inscreve sultado, tranquilizando a disputa com a história e dando lugar, inclusive,
perfeitamente bem no contexto dos debates da época. Este não é o lugar a uma fase de maior integração entre as duas disciplinas8, o mesmo não
de se comentar tudo o que se escondia por trás dessa opção, ou seja, o acontecia com a sociologia. As polémicas de Vidal de La Blache com
estatuto de ciência naturai que Vidal de La Blache defendia para a geo- Durkheim, na virada do século, são bastante conhecidas. Outras influên-
grafia, as pressões externas vindas de outras disciplinas (que contesta- cias, entretanto, surgiram a partir de então e podem ter ameaçado a nas-
vam a validade da existência da geografia como ciência), o significado
político-ideológico do debate franco-alemão etc. O que importa referir é
5. Compiladas por Emmanuel de Martonne para a publicação post-moriem dos Príncipes de géographie
humaine. (Vidal de La Blache, 1922).
6. Paris, Alvar,, 1912, pp. 187-188.
2. Veja, por exemplo, Hassert 1907; Oberhummer, 1907; Krecher, 1913; Geisler, 1920. 7. Grenoble. elude de géographie urbaine, Paris, Colin, 1911, p. 5.
3. V. de La Blache, 1898, p. 107. 8. Veja, por exemplo, os títulos dados por Febvre e per Brunhes e Vallaux a duas de suas grandes
4. Aliás, Pierre Deffontaines iria caracterizar mais tarde, e dessa mesma forma, o resultado da luta que obras: La Terre et l'évolution humaine: Introduction géographique à l'histoire (Febvre, 1922) e La
se Cilabefeccu entre homem e meio ratural no Rio de Janeiro (Deffontaines, 1937). tiéographie de l'histoire (Brunhes e Vallaux, 192!).
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cente geografia urbana francesa. Maunier, por exemplo, escrevera, em publicação de sua Methodologia do Ensino Geográphico, trabalho em
1910, importante estudo sobre a origem e a função económica das cida- que revela estar a par do que de mais recente havia, àquela época, em
des. Já na década de 20, por sua vez, surgiram os estudos sistemáticos termos de teoria e método geográficos (Delgado de Carvalho, 1925).
de ecologia humana da escola de Chicago, que propunham não apenas Pode-se afirmar então, seguindo Vânia Vlach, que a chegada dos
uma abordagem diferente do estudo urbano (a ser discutida mais adian- mestres franceses em meados da década de 30, ao invés de detonar um
te), como apresentavam também um modelo geral (e espacial) de cresci- processo inteiramente novo, veio é dar impulso a um processo que já se
mento das cidades. No nível de hipótese, podemos argumentar que urgia havia iniciado nas décadas anteriores e que, tal qual havia ocorrido na
diferenciar claramente o estudo geográfico das cidades dos trabalhos rea- Alemanha e na França do século XIX, teve sua origem nas pressões, es-
lizados por outros profissionais, o que acabou acontecendo a partir da tímulos e demandas provenientes do ensino médio (Vlach, 1988). Corro-
promoção da "monografia urbana" como estudo-padrão de cidades feito borando essa opinião, assim falava Maria Conceição Vicente de Carva-
pela geografia. Isto fica mais claro agora, quando passamos a tratar es- lho na década de 50, em reunião que homenageou a memória de José
pecificamente da introdução da chamada escola francesa no Brasil. Veríssimo da Costa Pereira, recentemente falecido:

Quando pois, a geografia moderna ensaiava os primeiros passos no Brasil pela mão
13.2 A Escola Francesa Chega ao Brasil: A "Geografia Tradicional" òe Delgado de Carvalho, e muito antes que os mestres franceses viessem trazer a sua
coníribuição através das faculdades de filosofia, já Veríssimo se familiarizara com a obra
de um RaUcl, de um Vidal de Ia Blache, de um Penck, de um Marinelli. Daí a sua forma-
É comum assinalar o ano de 1934, data da criação da USP, como o ção eciéíica, não filiada a esta ou aquela escola, mas conhecendo-as todas9 [grifo nosso].
marco de fundação da moderna geografia brasileira. Com efeito, é nesse
ano que, convidados pelo governo do Estado francês, chegam ao Brasil
os mestres que viriam ocupar as cátedras abertas na nascente FFLCH. Se Delgado de Carvalho e outros foram precursores da chamada
Dentre eles estava Pierre Deffontaines, que não só participou da funda- "geografia moderna" no país, não há dúvida, entretanto, de que foi com
ção da USP como, no ano seguinte, transferindo-se para o Rio de Janei- a chegada dos mestres franceses que ela realmente se instalou com soli-
ro, emprestou seu prestígio também à criação da Universidade do Distri- dez no Brasil. E agora não apenas no nível do ensino, mas também no
to Federal (UDF), sendo substituído na USP por Pierre Monbeig. da pesquisa. Conforme bem atestou Aroldo de Azevedo:
Embora seja inegável que, com a criação dos cursos universitários,
Criada a Universidade de São Paulo e, com ela, a Faculdade de Filosofia, passou a
a geografia atingiu um patamar novo em seu processo de desenvolvimen-
Geografia a ser ensinada em nível superior, com o objetivo de formar bons professores
to no Brasil, fixar o seu nascimento em meados da década de 30 acaba para o magistério secundário e pesquisadores para o trabalho no campo.
por encobrir o importante papel que vinha desempenhando, já há 25
anos, aquele que foi o verdadeiro introdutor da chamada escola francesa
no país: Carlos Delgado de Carvalho. Esse trabalho no campo a que se referiu Azevedo sintetiza bem o
que seria, de 1934 em diante - e por um bom tempo i - o trabalho geo-
Com efeito, se é em 1910, data da publicação de Lê Brésil meri- gráfico par excellence no Brasil. Com efeito, diretamente influenciada
dional, que as ideias lablachianas =ão introduzidas no Brasil (Delgado de pela geografia francesa, já tradicionalmente refratária à teorização, a geo-
Carvalho, 1910), serão nos 20 ou 25 anos subsequentes que Delgado irá grafia brasileira fez do trabalho no campo, do coniato direto com a obser-
travar uma verdadeira guerra contra o ensino descritivo e enciclopédico vação, uma atividade não apenas fundamental de pesquisa, como também
então reinante nas escolas de nível elementar e médio do país. Datam de aprendizado. Não seria exagero afirmar que foi no trabalho no campo
desse período, por exemplo, a sua ação efetiva para mudar o currículo - e não nas faculdades - que a primeira geração de geógrafos obteve,
do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro (considerado colégio-padrão); verdadeiramente, a sua formação.
suas intervenções em diversas sociedades científicas, dentre as quais a
Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro (depois Sociedade Brasileira
de Geografia); a publicação de compêndios escolares, dentre os quais a "Veríssimo: O Homem, o Frofes*or, o Geógrafo", em Boletim Carioca de Geografia, *(34):42,
Geographia do Brasil (Delgado de Carvalho, 1913); e, principalmente, a 1955.
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13.2.1 A "geografia moderna" e a cidade de de Geografia do Rio de Janeiro (tradicional promotora do evento) e
do agora recém-criado CNG.
Ao se falar especificamente da pesquisa geográfica urbana, o ponto Tratava-se, na verdade, da primeira incursão da nova geografia
de partida inequívoco de sua realização no Brasil encontra-se na atuação académica, da geografia das faculdades de filosofia, na seara dos con-
de Pierre Monbeig na USP e, mais especificamente, em seu trabalho so- gressos científicos. E essa era uma incursão aguardada com expectativa
bre "O Estudo Geográfico das Cidades" (Monbeig, 1941b), obra meto- pelos que trabalhavam na Academia. Para eles era fundamental impor
dológica que viria orientar o pensamento de inúmeros geógrafos brasilei- definitivamente no país a "geografia moderna" e cortar os laços, de uma
ros por mais de um quartel de século. vez por todas, com a geografia enciclopédica que ainda teimava em se
manter por aqui. Colaborando também nessa direção, o IBGE fez divul-
Houve, é verdade, trabalhos anteriores sobre as cidades brasileiras
gar com bastante antecedência o evento, transcrevendo na Revista Brasi-
realizados por geógrafos. Caio Prado Júnior, por exemplo, no início de
leira de Geogtafia o teor de vários discursos de adesão ao certame, den-
sua brilhante carreira, publicou dois artigos sobre a posição da cidade de
tre os quais figurava um pequeno artigo de autoria de João Dias da
São Paulo (Prado Júnior, 1935 e 1941). Deffontaines, por outro lado, es-
Silveira, docente de geografia física da USP. Esse artigo, originalmente
creveu alguns artigos hoje considerados clássicos a respeito da origem
publicado na Folha da Manhã, revela claramente o que representava,
de nossas cidades. Destacam-se aqui o estudo sobre Sorocaba e sua feira
para a nova geração de geógrafos que surgia no Brasil, o congresso a ser
de burros (Deffontaines, 1935) e, principalmente, seu longo ensaio sobre
realizado em Florianópolis. Dizia Silveira (1940) naquela ocasião:
as diversas formas de origem dos centros urbanos brasileiros (Deffon-
taines, 1938), temática que não deixará de cativar a atenção do geógrafo
Como é domínio público, está marcada para setembro próximo, a realização, em
nas décadas seguintes, como atestam os trabalhos de Aroldo de Azevedo Florianópolis, do Nono Congresso Brasileiro de Geografia [....] Muito embora iniciativas
sofaie as vilas e cidades do Brasil colonial (Azevedo, 1954-1955), sobre como essa devam, já de per si, ser elogiadas [...] O Congresso de Florianópolis assume
embriões de cidades brasileiras (Azevedo, 1957a), sobre arraiais e aspecto particular. Prendem-se-lhe detalhes e questões que o transformam em verdadeiro
corrutelas (Azevedo, 1957b), além dos trabalhos de Soares (1958), sobre centro de atração, que fazem dele uma prova para as elites intelectuais do país {...] A
"a primeira vila portuguesa no Brasil", e de Bernardes (1960a), sobre a Geografia, não é novidade para os que estudam, evoluiu muito nos últimos tempos. Atual-
mente suas linhas diretrizes, seus métodos e objetivos fazem dela uma ciência que, se não
"função defensiva do Rio de Janeiro e seu sítio original". pode ser chamada de nova, deve ao menos ser considerada como rejuvenescida. Mas, en-
Houve também outros estudos que resultaram de pesquisa de cam- tre nós, não faz muito tempo que começou a ser entendida em suas modernas tendências.
po aqui realizada por geógrafos estrangeiros, dentre os quais podemos Na realidade a nova Geografia ainda não conquistou todos os centros cultos do país. Há
muitos que não a conhecem na nova roupagem e que continuam a praticá-la como era fei-
citar A. Haushofer (1925), que estudou Ouro Preto e Belo Horizonte;
to há cem anos atrás. É necessário considerar, porém, que [...] algo já havia sendo feito.
Otto Quelle (1931), que estudou o Rio de Janeiro; Preston James, que Já aparece reação animadora [...] Os estudos nas escolas superiores, feitos muitas vezes
realizou trabalhos sobre Belo Horizonte e Ouro Preto (1932) e sobre Rio com a assistência de mestres vindes de fora, já produziram bastante, muito mais mesmo
de Janeiro e São Paulo (1933); e, finalmente, Philippe Arbos, que estu- do que se poderia esperar dadas as dificuldades encontradas. Em Florianópolis, espera-
dou Fetrópolis (1938) quando aqui esteve, em 1937, dando aulas na Es- mos, iremos ver quão profundo tem sido esse trabalho das Universidades e como se tem
alterado a técnica do ensino da Geografia.
cola de Economia e Direito da UDF. Isto sem falar do capítulo dedicado
às duas maiores cidades brasileiras por Deffontaines (1939) em sua Geo-
grafia Humana no Brasil. As expectativas de Silveira foram plenamente preenchidas. Dentre
os trabalhos aprovados para publicação nos anais do congresso10, diver-
Apesar da precedência desses estados sobre o ensaio metodológico sos eram de alunos de Monbeig, destacando-se aí uma série de mo-
de Pierre Monbeig citado acima, a verdade é que eles aqui pouco tive- nografias urbanas, que aplicavam em contextos espaciais diferentes o
ram repercussão, já que foram originalmente publicados no exterior e, método proposto pelo mestre francês. São essas monografias - sobre
em alguns casos, em língua de difícil acesso (alemão). O trabalho de Franca (Ribeiro, 1941); Casa Branca (Pantoja, 1942); Jaboticabal (Ma-
Monbeig, ao contrário, não só foi publicado no vernáculo, como reves- tos, 1942), Palmital (Dias, 1944); Poços de Caldas (Ramos, 1944); San-
tiu-se de significado ainda maior por ter sido o carro-chefe de uma série
de estudos apresentados à discussão no IX Congresso Brasileiro de Geo-
gi-afin, reunido em Florianópolis em 1940, sob o patrocínio da Socieda- 10. Listados na Revista Brasileira de Geografia. 5(3):651-666, 1942.
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to André (Silva, 1944); e Catanduva (Pantaleão, 1944) - além de urna co texto proposições de pesquisas que haviam sido encaminhadas, nos
trabalho de Monbeig (1941a) sobre Marília e de outro sobre Campos, últimos quarenta anos, pelos mais, variados pesquisadores.
realizado por Peçanha (1941) - que inauguram a "geografia moderna" Logo no início do trabalho, Monbeig credita a Ratzel, Vidal de La
(hoje tradicional) no país, alçando o estudo geográfico da cidade em Blache e Brunhes a fonte de sua inspiração. A partir daí, entretanto, es-
novo e desafiante patamar. Aliás, para finalizar esta parte, é importante quece esses pioneiros, não ficando claro - como era de se esperar num
destacar que, entre as noções discutidas ao final do congresso, figurava texto metodológico — quais foram as fontes inspiradoras de cada uma de
uma proveniente da "Secção de Geografia Humana", e que pedia a in- suas partes".
clusão da "Secção de Geografia Urbana" no congresso seguinte. Foi
Para Monbcig, a cidade não era apenas "um organismo, mas tam-
aprovada por unanimidade!
bém uma forma de ato de posse do solo por um grupo humano". Para se
compreender a cidade havia que se estudar, então, como funcionava esse
13.2.2 A monografia urbana organismo e como se efetuou (e ainda se vem efetuando) esse ato de
posse. Em outras palavras, era preciso saber "qual é este solo?" e "quais
O que era a monografia urbana sugerida por Monbeig em seu arti- são esses homens?", visando, com isso, a obtenção de elementos que
go pioneiro? Em poucas palavras, pode-se dizer que era o resultado da destacassem "o papel da vontade humana no crescimento das cidades"12.
aplicação do método da geografia regional à cidade. Era, na realidade, O estudo deveria começar pela posição e seguir as etapas já consa-
uma monografia regional, só que a região, neste caso, era a cidade. gradas pela prática de pesquisa. Não é o lugar, aqui, de discutir cada um
Assim delineada, o que se poderia esperar então de uma monogra- dos elementos que compunham a monografia urbana. Para um esclareci-
fia urbana? Nada menos do que uma síntese urbana. E como fazer esta mento maior, o leitor deve se dirigir diretamente ao texto de Monbeig
síntese? Da mesma forma como vinham sendo feitas as "sínteses regio- que, como já foi dito, é claro e didático. Vale pinçar, entretanto, algumas
nais", ou seja, pela integração analítica de dados físicos e humanos, passagens específicas do trabalho, já que elas são bastante esclarecedo-
objetivando com isso demonstrar a individualidade do "fato geográfico" ras da proposta científica da chamada "geografia moderna" (hoje trans-
que era a cidade. formada em "tradicional").
O trabalho de Monbeig é, neste sentido, perfeitamente claro e didá- Em primeiro lugar, é digna de nota a atenção que Monbeig dá às
tico. O estudo geográfico das cidades deveria ser o resultado final da su- representações cartográficas: "todo trabalho geográfico supõe o estabele-
peração de uma série de etapas metodológicas, cada uma direcionada à cimento de mapas"13, dizia ele. Ciência empírica pautada na observação,
observação e obtenção (in locu ou a partir de fontes secundárias) dos a geografia teria, com efeito, que dar atenção especial à sistematização
dados exigidos para a elaboração de cada segmento da monografia. das observações obtidas em campo, razão pela qual Monbeig não cansa
E que segmentos seriam esses? Eles eram basicamente seis: o sítio, de alertar para a importância do mapa, sugerindo a necessidade de ob-
a posição, a evolução histórica, a fisionomia e estrutura, as funções ur- tenção de carta topográfica aqui ou de elaboração de um mapa de densi-
banas e o raio de açâo da cidade. Antes de comentá-los, é necessário dades ali. Chama a atenção, sobretudo, para aquelas cartas que, produzi-
alertar, entretanto, para o fato de >.;ue o esquema apresentado por das pelo próprio pesquisador, revelariam a paisagem invisível da cidade:
Monbeig nada tinha de original, já que as monografias urbanas vinham mapas de isócronas, de proveniência de alunos, de deslocamento diários
sendo elaboradas na França há quase quarenta anos (Vacher, 1904) e se- da população etc. Essas cartas, por sua vez, deveriam ser elaboradas a
guiam sempre o mesmo modelo que, aliás, já havia sido sistematizado partir de dados obtidos em "inquéritos", elemento fundamenta! da pes-
anteriormente, por Blanchard (1922). Philippe Arbos, por sua vez, ao quisa de campo em geografia.
dar uma aula de geografia urbana na UUF, em 1937, também havia pro-
posto esquema semelhante (Arbos, 1946).
O que deve ser creditado a Monbeig com justiça, neste caso, é que U. Aliás, o descuido (ou pouco caso) com as citações bibliográficas é uma característica marcante de
diversos geógrafos regionais franceses dessa época, resultando daí uma impressão - falsa - de que
foi ele quem elaborou o primeiro trabalhe metodológico e didático sobre as discussões por eles elaboradas eram fruto, quase que exclusivo, da genialidade do próprio autor.
o assunto no Brasil (necessidade, talvez, de sua atividade docente num 12. Monbeig, "O Estudo Geográfico das Cidades", em Boletim Geográfico, /(7):8, 1941.
país sem qualquer tradição académica cm geografia), reunindo num úni- 13. Idem, p. 9.
OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 211
270

A representação cartográfica, considerada como o "melhor meio de antiga rixa com a morfologia social durkheimiana, que fazia com que o
esquematizar e dar da realidade uma representação a um tempo exata e geógrafo francês viesse, já há décadas, contrapondo sistematicamente o
eloqiiente"14 deveria entretanto ser judiciosamente considerada pelo geó- esprit géographique aos trabalhos produzidos pela sociologia. Embora
grafo. Com efeito, se a vulgarização do mapa era um fato inconteste en- importante, acreditamos, entretanto, não ser essa a principal razão dos
tre as ciências humanas, já que seu emprego "foi adotado pela sociologia ataques de Monbeig à sociologia.
e pela etnografia, sobretudo americana, e os estudos clássicos da escola Qual seria ela então? No nível de hipótese podemos argumentar
de Chicago mostram tudo o que era possível conseguir desse emprego"15, que, no final da década de 30, a sociologia americana vinha também in-
era necessário, entretanto, que o geógrafo não extrapolasse demasiada- fluenciando os jovens universitários brasileiros, e isso representava um
mente as conclusões obtidas a partir dele. Assim, ao comentar a necessi- perigo para a então nascente geografia urbana de base vidalina que esta-
dade de descrever o dinamisno das diversas partes constituintes da cida- va sendo introduzida formalmente na Academia brasileira. Com efeito,
de, Monbeig afirma que "pode-se procurar sistematizar a distribuição desde meados na década de 20 uma nova proposta de estudo urbano vi-
dos diferentes tipos de bairros, como fizeram os americanos [...] [com] nha sendo pregada pela chamada escola de ecologia humana, e essa pro-
[...] a série de círculos concêntricos". Não se deve, entretanto, "procurar posta ousava inclusive,- como já vimos, utilizar-se de representações
enquadrar de qualquer modo o caso especial estudado nesta sistematiza- cartográficas! E ela também já havia chegado ao Brasil.
ção [...] (a não ser como hipótese) [...] como fio condutor"16.
Para Monbeig, a cidade, assim como as diversas partes que a cons-
13.2.3 Geografia humana ou ecologia humana?
tituíam, tinha uma "alma" que cabia ao geógrafo descobrir. Por essa ra-
zão, não havia lugar no estudo urbano para modelos, para "sistematiza-
ções". O objetivismo científico (da escola de Chicago, por exemplo) de- Há indícios que apontam para um elemento da disputa teórico-me-
veria ser rejeitado pela geografia, pois ele levaria necessariamente a sua todológica na discussão que se realiza sobre a cidade nos meios univer-
"desumanízação", já que "ninguém acredita ter mostrado o homem, sitários brasileiros (sobretudo paulistas) por volta de 1940. De um lado,
quando este foi contado como um rebanho de gado". Para ele, já era Monbeig (ligado à USP) defende a monografia urbana. De outro, a eco-
tempo "de fazer uma injeção de Elisée Réclus na geografia dos syncli- logia humana tenta penetrar no país, propondo uma abordagem nova,
naux e das estatísticas, como na sociologia que crê exprimir o real por processual. Seu grande arauto era Donald Pierson, que, desde fins de
colocá-lo em equações"17. 1939, também estava em São Paulo e, tal qual Monbeig, também estava
"treinando jovens pesquisadores", só que na Escola Livre de Sociologia
A passagem acima é extremamente significativa, pois revela clara-
e Política (Pierson, 1948).
mente as dimensões teórico-metodológicas da chamada "geografia tradi-
cional". Em primeiro lugar, ela enfatiza a opção prioritária pelo Ou seja, por volta de 1940, época em que Monbeig escreve seu fa-
ideográfico, pelo singular. Assim, as sistematizações, as posturas moso artigo, o estudo da cidade vinha sendo defendido a partir de duas
nomotéticas, deveriam ser evitadas. Se elas já vinham ocorrendo na vertentes distintas. De um lado, o mestre francês preconizava o estudo
geomorfologia, era preciso não só estancá-las aí, como impedir que che- de base ideográfica. Por seu lado, Pierson defendia a ecologia humana,
gassem à geografia humana18. "campo às vezes erroneamente confundido com outros campos afins mas
bastante diferentes, especialmente a Geografia Humana e a Ar.tropogeo-
E quanto à sociologia? Por que a constante referência a ela no arti-
grafia" (Pierson, 1948).
go? A resposta a essa pergunta não é difícil, mas há elementos que po-
dem servir de "pistas" esclarecedoras. Falamos, em primeiro lugar, da Havia entretanto razões para essa confusão. E isso se devia princi-
palmente ao fato de que "o desenvolvimento deste novo campo tem sido,
na sua maior parte, empírico" (Pierson, 1948, p. 10, grifado no original).
14. Idem. ibídem.
13. Idtm. íbidem.
Ou seja, campo ainda em formação, a ecologia humana vinhc acumulan-
16. Idtm, p. 18. do conhecimentos da mesma forma que a geografia o fazia: pelo traba-
17. Ideia, p. 19. lho de campo. A proposta ecológica, entretanto, não era a mesma da
18. Note-se que a tentação de percorrer o caminho do neopositivismo já afetava a geografia bem antes geografia. Se na concepção de Pierson a cidade também era um organis-
da chegada da chamada "revolução quantitativa".
2/2 OS 'CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 213

mo, "um produto natural que surge da interação de forças naturais"19 - ro. Ao discutir, por exemplo, o estudo das "pessoas" (no caso, a popula-
uma definição que embutia o mesmo viés naturalista daquela usada na ção), ele afirmara que a população só tinha interesse na monografia ur-
geografia humana -, o método que ele apresentava para seu estudo era bana enquanto dado mensurável ou cartografável. Havia que se discutir a
radicalmente oposto. evolução demográfica, a composição por idade e sexo, a distribuição das
Para Pierson, já que a cidade era um "ser natural", ela, por defini- densidades, a tormação dos bairros. Poder-se-ia também "colocar em
ção, poderia ser estudada segundo o método das ciências da natureza e mapa a Geografia das profissões e das classes sociais: zona dos operá-
investigada com o objetivo da busca de suas leis. Dizia ele: rios de fábricas, dos trabalhadores de estrada de ferro, dos burgueses
abastados e da classe média". Entretanto, para ele, esses eram "fatos so-
Se a cidade é um fenómeno natural - uma "coisa", em linguagem científica - sa- ciais que o geógrafo não sabe e não precisa estudar"22 [grifo nosso].
bemos que está sujeita a mudança ordenada. [...] O que a princípio talvez pareça um ema-
Numa outra passagem, ao falar da função bancária, Monbeig res-
ranhado confuso de elementos desconexos pode se tornar cada vez mais inteligível. [...]
Para o sociólogo a cidade é uma "coisa dinâmica" [...] Seu objetivo é descobrir as leis de saltou a importância do "dinheiro", que reconhecia ser a mola-mestra da
seu crescimento, descobrir o que é comum, genérico, uniforme em todas as cidades, des- cidade. Dizia ele: "falar dos homens e de suas casas é bom, mas se se
prezando, por enquanto, o que é particular e único20. esquece o dinheiro, nada se disse e apenas se mostraram corpos iner-
tes". Com essa frase, ele pretendia realçar a importância do capital fi-
A proposta de Pierson não contemplava, entretanto, o estudo do nanceiro no crescimento das cidades da zona pioneira paulista, mas, jul-
meio natural e nem buscava a "alma" da cidade. Conforme ele afirmava: gando estar saindo dos limites de um trabalho geográfico, logo cortou a
discussão desta forma: "Dir-se-á que nos afastamos [com esta discussão]
A Ecologia Humana [...] estuda as relações que existem, não diretamente entre o demasiado do meio natural [,..]"23.
meio físico e o homem, seja a influência deste sobre aquele, ou daquele sobre este, e sim
as relações entre os próprios homens, na medida em que estas relações são por sua vez Enfim, a proposta da ecologia humana era demasiadamente contra-
influenciadas pelo Habitai. Por outras palavras, o interesse principal da Geografia Huma- ditória para o modelo de geografia que se implantava no Brasil no final
na e da Antropogeog-afia é a localização espacial, enquanto que o da Ecologia Humana é
da década de 30. Por isso, apesar de atraente, ela foi desconsiderada pe-
o processo**.
los geógrafos. Quando os termos da equação se inverteram quarenta
anos mais tarde, quando a busca do geral e do constante passou a tomar
Duas propostas científicas, duas propostas antagónicas. De um
o lugar do particular e do único, ela foi entretanto resgatada do esqueci-
lado, a busca do peculiar e do único; de outro, a procura do geral, do
mento e fez a sua estreia na geografia urbana brasileira. Sobre isso fala-
uniforme. Há indícios de que Pierson foi ouvido pelos geógrafos. Suas
propostas estão transcritas inclusive no Boletim Geográfico, cujo redator remos adiante.
o apresenta como "um eminente sociólogo americano, que vem desenvol- Concluindo esta parte, é inegável que o método sugerido por
vendo eficiente atuação nos meios universitários pelo desenvolvimento Monbeig não apenas se afirmou na geografia brasileira, como teve tam-
das pesquisas sociológicas em nosso país [e que] estuda a cidade sob o bém uni papel orientador fundamental na evolução subsequente dos estu-
prisma social". Essas propostas eram, ademais, bastante atraentes, princi- dos urbanos no país. É a partir dele, baseado nele, que a monografia ur-
palmente para o estudo dos "aspectos humanos" das cidades, e é exata- bana se vai generalizar como o estudo-padrão de geografia urbana no
mente ao abordá-los que Monbeig dá suas estocadas à escola de ecologia Brasil. Mas isso só ocorrerá de forma mais sistemática a partir da déca-
humana. da de 50, e sob a égide da AGB. Antes de passarmos a esta discussão, é
Temas tais como "relações entre os próprios homens" e "processo necessário que sejamos capazes de recuperar, um pouco mais, os estudos
social" não eram, para Monbeig, de interesse da geografia humana. Em que resultaram dessa fase inicial de estabelecimento da geografia univer-
seu artigo pioneiro, por pelo menos duas vezes, sle deixara isto bem cla- sitária no país.

19. Pierson, "O Estudo da Cidade", em Uuletlm Geográfico, /(8):51, 1943.


20. Idem, pp. 51-52. 22. Monbeig (1941b), op. cit., p. 17.
21. Estudos de Ecologia Humana, São Pauto, Livraria Martins, t. l, p. 12. 23. Idern, p. 23.
JIJ OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO , O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 215

13,2.4 Os outros estudos urbanos da década de 40 didos apenas em função ;de suas características peculiares, visto que já
estavam sofrendo, os efeitos do crescimento acelerado da capital paulista.
Ainda comentando a produção da década de 40, é preciso falar do Enfim, um estudo que, dentro das limitações teóricas da época, já fazia a
aparecimento de uma série de trabalhos que, embora seguindo o método ligação do local (no caso, a periferia urbana) com uma totalidade maior
inonbcigiano, não se estruturaram necessariamente como "monografias", (a dinâmica da grande cidade), antecipando-se assim à discussão da te-
isto é, não deram atenção igual a todas as fases de análise propostas mática das áreas metropolitanas, que só vingaria na geografia urbana
polo mestre. São estudos que privilegiaram a função (Carvalho, 1944b; brasileira a partir de meados da década de 50.
MtlHcr, 1952) ou que, por analisarem pequenos núcleos urbanos (e mes- É nessa década de 50, também, que a monografia urbana vai "ex-
mo vilas), acabaram direcionando-se para o modelo conceituai do "géne- plodir" no ternário geográfico. E isso tem muito que ver com a mudança
ro de vida". Estão neste grupo, por exemplo, os trabalhos de Valverde dos estatutos da AGB, ocorrida em 1945, e com o início de suas reuniões
(1S>44) sobre Pirapora e Lapa; de Azevedo (1946) sobre Juazeiro e anuais. Isto discutiremos agora.
IVirolina; de Peluso Júnior (1948, 1952a) sobre vilas no Estado de Santa
Catarina; de Míiller (1949a) sobre a vila de Icapara, no litoral sul paulis-
ta; e de Silva (1949) sobre Atibaia. Destaque especial merece ser dado, 75.2.5 A AGB: seu papel na produção do conhecimento geográfico
entretanto, ao estudo de Peluso Júnior (1952b) sobre Lajes, apresentado brasileiro (1946-1970).
no X Congresso Brasileiro de Geografia (Rio de Janeiro, 1944). Trata-se
tle um estudo de fôlego, bastante original, difícil de ser enquadrado em Fundada "naquele já remoto mês de setembro do ano de 1934 na
classificações. residência do eminente professor Pierre Deffontaines, na capital paulis-
Há que se referir ainda, nessa época, ao aparecimento de alguns ta", como não cansará de lembrar Aroldo de Azevedo em suas alocuções
trabalhos que, por sua abrangência, constituem verdadeiros pontos de re- às assembleias gerais (vide, por exemplo, Azevedo. 1953-1954), a verda-
ferência. Trata-se do surgimento das primeiras monografias regionais de á que, de início, como bem lembra Pierre Monbeig, "a despeito de
brasileiras, que inauguram no país a tradition vidalienne. São trabalhos seu nome, não conseguiu a Associação dos Geógrafos Brasileiros esten-
belíssimos que dedicam um capítulo (estruturado como monografia) à der sua atividade além das fronteiras do Estado de São Paulo"24. E mes-
análise do principal centro urbano da região estudada. Incluem-se aqui mo dentro dessas fronteiras, manter viva a associação nesses primeiros
as teses de doutorado de Maria Conteição Vicente de Carvalho (1944a), anos foi tarefa quase impossível, mas bem desempenhada por Monbeig.
Santos e a Geografia Humana do Litoral Paulista (a primeira tese de Como lembra novamente Aroldo de Azevedo:
geografia defendida no país), e de José Ribeiro de Araújo Filho (1950),
.•«. Haixada do Rio Itanhaém.
Recordamo-nos bem nitidamente dessa fase "heróica" da AGB, quando suas reuni-
Por outro lado, como toda regra tem exceção, e como a história do ões não contavam com mais de quatro ou cinco pessoas [...] No entanto, Monbeig conse-
pensamento geográfico no Brasil está cheia de temáticas e de indivíduos guiu mantê-Ia de pé, fazendo reuniões bi-mensais, em que temas resultantes de pesquisas
precursores, é também nessa década de 40 que Aroldo de Azevedo reali- eram expostos e discutidos25.
»« suas primeiras pesquisas urbanas. Estas, iniciadas com dois trabalhos
modestos sobre Goiânia (Azevedo, 1941) e Salvador (Azevedo, 1942), Foi realmente uma fase desbravadora. É nela que surge, publicada
logo se deslpcaram para a temática metodológica (Azevedo, 1943a) e pela AGB, a primeira revista "moderna" de geografia do Brasil, que, não
para o estudo dos "subúrbios" da capital paulista (Azevedo, 1943b e obtendo "o necessário apoio material", foi posteriormente transformada
1044), culminando, finalmente, na publicação de sua tese de concurso à "num boletim mais modesto, mas sempre estritamente científico"26.
cátedra de geografia do Brasil da USP, que analisou os "subúrbios orien-
tais de São Paulo" (Azevedo, 1945a).
Este último estudo constituiu-se em trabalho verdadeiramente ino- 24. Monbeig, "Assembleia Geral da Associação dos Geógrafos Brasileiros", em Boletim Geusiàfico,
4(38):119, 1946.
vador, já que não se restringiu à análise fechada, isto é, centrada em si 25. "A Geografia em São Paulo e a Sua Evolução", em Boletim Paulista de Geografia; .'6:52, 1954.
mesma, de apenas uma cidade (como era praxe na monografia urbana), 26. O autor refere-se à revista Geografia, que se publicou em 1935-1936, e ao Boletim da AGB, publi-
mas tratou de urna série de núcleos urbanos que não poderiam ser enten- cado de 1941 a 1944 [em Monbeig (1946), op. cit., p. 119].
•*-t

216 OS CÀUrtiffÕS DA''REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 217

'•', *-;É nessa época-"heróica" que surge também, no Rio de Janeiro, o A recuperação da memória de nossa associação é, pois, um desafio
CNG: Fundado em 1937,:no bojo da política de Vargas de controle cen- que se impõe a todos nós, e que precisa ser logo enfrentado. Isto porque
tralizado do território brasileiro, ele logo passou a contar em seus qua- o papel da AGB na formação do pensamento geográfico brasileiro foi tão
dros cem a participação de jovens geógrafos egressos da UDP, dando importante que, a partir da realização de suas assembleias gerais, tornou
também estágio a uma ampla gama de estudantes que ainda estavam em "venerandas" as sociedades de geografia que lhe antecederam, algumas
formação nessa universidade, a partir de 1939 denominada Universidade existentes há bastante tempo.
do Brasil (hoje UFRJ). E não podia ser de outra forma, já que as propostas que norteavam
a AGB eram radicalmente diferentes daquelas que orientavam a ação das
Embora não filiados a uma associação cultural como a AGB, os ge-
antigas sociedades de geografia. Como bem lembrou Aroldo de Azeve-
ógrafos do Rio também passaram a se reunir periodicamente em "tertúli-
do, ao inaugurar o l- Congresso Brasileiro de Geógrafos (Ribeirão Pre-
as geográficas semanais", patrocinadas pelo CNG. Essas tertúlias, inicia-
to, 1954):
das em 1943 e cujas atas estão publicadas no Boletim Geográfico, cons-
tituíram importante elemento de agregação da comunidade geográfica ca-
Em um Congresso de Geografia, tomam parte ativa todos quanto nele se inscreve-
rioca. Realizadas de 1943 a 1947, essas reuniões em nada diferiam da- ram, bastando que se interessem pelo seu sucesso [...]; geólogos ou economistas, matemá-
quelas que vinham, a duras penas, acontecendo em São Paulo. Nelas dis- ticos ou juristas, militares ou geógrafos profissionais, cirurgiões ou historiadores, odonto-
cutiam-se os resultados de pesquisa de campo (em andamento ou já con- logistas ou etnógrafos, químicos ou arquitetos, sumidades em qualquer ramo do saber hu-
cluídas), palestravam os grandes mestres etc. Seu sucesso foi enorme mano ou simples curiosos, - todos, indubitavelmente, na medida de seus conhecimentos
nessa época, chegando o número de tertúlias ao total de 135. ou de sua audácia, podem oferecer sua contribuição [...] O resultado, como era de se es-
perar, nem sempre é muito lisongeiro e a Geografia deixa de receber, via de regra, o am-
Atuando separadamente, mas percorrendo caminhos semelhantes, bicionado número de contribuições realmente valiosas e verdadeiramente geográficas. A
visto que tinham a mesma origem, os grupos de São Paulo e do Rio de situação, muitas vezes, torna-se bastante delicada, porque os geógrafos presentes vêem-se,
com freqliência, numa difícil encruzilhada: ou fechar os olhos e tapar os ouvidos, deixan-
Janeiro logo decidiram congregar esforços, surgindo daí a ideia de reuni- do que tudo seja aprovado, embora em desacordo com a própria consciência; ou agir com
rem-se periodicamente para discutir, em conjunto, aquilo que já faziam relativo rigor, numa tentativa de separar o joio do trigo, o que sempre traz contrariedades,
paroquialmente. Delineou-se então uma vontade maior de ampliar o es- quando não mágoas que ficam. Muito pelo contrário, no Congresso que hoje inicia os
copo da AGB, tornando-a uma associação verdadeiramente digna de seu seus trabalhos, são os Geógrafos que têm voz ativa e dão a última palavra, não podendo
nome. Conforme recorda Monbeig, esse desejo de integração "foi o que, jamais ser esquecido o ponto de vista, o interesse e a metodologia da Geografia28.
em 1945, levou a sociedade a passar por completa reforma, que lhe des-
se o caráter e, sobretudo, lhe assegurasse uma atividade verdadeiramente Com efeito, a partir da 2- Assembleia Geral (Lorena, 1946 - logo
nacional"27. após a reforma dos estatutos), o panorama geográfico brasileiro havia
mudado substancialmente. Reunidos com a finalidade precípua de apre-
Reformados os estatutos, surgiram então as "secções regionais" (de sentar trabalhos e, principalmente, de realizar pesquisa de campo em
início, apenas as de São Paulo e do Rio de Janeiro), que passaram a se conjunto - conforme era esperado de uma "ciência empírica" -, os geó-
reunir anualmente, sob o patrocínio da AGB-Nacional, em assembleias grafos da AGB logo tornaram suas reuniões não apenas estimulantes,
gerais. Á história dessas assembleias ainda está por ser contada e anali- como bastante singulares, qualidade que seria sempre reafirmada com o
sada criticamente. O que sabemos delas provém apenas das atas de cada decorrer dos encontros.
uma (que estão publicadas, mas que são documentos formais) e das ricas O que era essa singularidade das assembleias gerais da nova AGB?
lembranças das gerações mais velhas, que delas participaram ativamente, Conforme bem assinalou o seu presidente, ao relatar os resultados da
mas cajás recordações correm o risco de se perderem para sempre, com- reunião de Lorena:
prometendo o conhecimento pleno do que foi o processo de construção
do pensamento geográfico brasileiro, caso não sejam transformadas logo Desejávamos evitar o mais possível, tudo o que há de académico no ritual tradicio-
em fontes formais de referência (livros, artigos, gravações). nal dos Congressos [...] Nosso intuito era trabalhar, e não fazer discursos; confrontar nos-

27. Mcnbrij, (1946). op. dl., p. 119. 28. "Saudação aos Congressistas", em Anais da AGB, 8(1):13-14, 1953-1954.
218 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFÍCO DA CIDADE NO BRASIL 219

so ponto de vista, criticar-nos mutuamente para chegarmos a conclusões positivas, e so- brasileira. Era poleie e pelo conhecimento que ele proporcionava a par-
bretudo, desembaraçar-nos dos micróbios da geografia de gabinete, indo junto ao terreno
objetivo - tal era nosso fim [...].
tir do contato direto com a paisagem que se poderia chegar, sem "lero-
Como em todos os Congressos, começaram os trabalhos da Assembleia pela leitura leros", às conclusões positivas (isto é, baseadas na observação) de que
e discussão de algumas comunicações. Breves e preciosos, desprovidos de "lero-leros" nos falava Monbeig. Ademais, ao se estudar, a cada assembleia, uma re-
pseudo-científicos, os trabalhos submetidos à Assembleia geral tratavam de aspectos geo- gião distinta, os geógrafos contribuiriam, por acumulação de conheci-
gráficos de diferentes regiões brasileiras [...] Não é preciso acentuar o interesse prático mento de cada parte, para o conhecimento do todo, isto é, da "superfície
que esses estudos apresentam [...] [mas] A parte mais proveitosa da Assembleia foi certa- da Terra", que era o somatório de todas elas.
mente a das excursões [...] A Assembleia geral dos geógrafos não representou uma sim
pies formalidade administrativa. A boa vizinhança entre cariocas e paulistas ganhou, cer- Por essa razão, havia também que se preocupar muito com os crité-
tamente, não graças a belas palavras, mas em consequência de um esforço coletivo de rios de escolha da sede de cada encontro. Além dos inevitáveis critérios
pesquisa em comum29. logísticos (tão mais importantes quanto mais nos distanciamos no tem-
po), havia que se atentar também para o "interesse geográfico da área",
Esse comentário de Pierre Monbeig resume bem, a nosso ver, o isto é, para a riqueza de paisagens (de preferência, a reunião deveria se
que foram - de Lorena em 1946, a Vitória em 1969 - as assembleias ge- realizar em "áreas de contato" de paisagens diferentes) e para a falta (ou
rais da AGB: reuniões anuais nas quais os geógrafos brasileiros se en- para o reduzido número) de estudos a respeito do local escolhido. Já que
contravam para apresentar comunicações, trocar experiências e, princi- o interesse fundamental das reuniões era "desembaraçar-nos dos micró-
palmente, fazer trabalhos de campo em conjunto. bios da geografia de gabinete, indo junto ao terreno objetivo", era prefe-
A importâancia do trabalho de campo para a geografia, nessa épo- rível também que fosse escolhida como lugar do encontro uma cidade de
ca que hoje chamamos de "geografia tradicional", foi fundamental. E há pequenas dimensões, já que aí o contato com a paisagem (especialmente
que se notar que, ao se dar início à prática de reuniões periódicas, essa a natural) era facilitado, e as tentações da cidade grande, evitadas.
atividade já havia assumido, há muito, o papel de motor principal da Os trabalhos de campo realizados durante as assembleias, no perío-
pesquisa geográfica. Como dizia Aroldo de Azevedo em 1954, ao do de 1946-1969, tiveram, ademais, duas outras funções importantes.
relembrar os tempos iniciais das faculdades de filosofia de São Paulo e Por um lado, proporcionaram aos geógrafos mais experientes a oportuni-
do Rio de Janeiro: dade, sempre renovada, de aplicar os saberes já adquiridos e de acumu-
lar conhecimentos novos via contato direto com diferentes realidades re-
Os trabalhos de campo, titubeantes a princípio, apareceram depois feitos com me- gionais. Por outro lado, proporcionaram também àqueles geógrafos re-
lhor técnica e segurança maior. Veio a tomar-se um espetáculo comum a realização de ex- cém-saídos das faculdades, ou ainda em formação, a oportunidade não
cursões geográficas, didáticas e de pesquisa, e não tardou que grupos numerosos de geó-
só de trabalhar diretamente com os grandes mestres, como de adquirir o
grafos permanecessem dias e semanas a fio, a realizar trabalhos de campo30.
know-how necessário para fazerem eles também, no futuro, seus próprios
voos.
Não é de se espantar, pois, que, com a institucionalização da práti-
Em 1972, ao saudar os congressistas reunidos em Presidente Pru-
ca de se fazer trabalho de campo durante as assembleias gerais, essa ati-
dente para o / Encontro Nacional de Geógrafos, o primeiro a se realizar
vidade tenha não só se tornado ainda mais importante, como também
após a nova mudança de estatutos ocorrida em 1970 (que acabou com a
definidora do caráter "singular" dessas reuniões de geógrafos, razão pela
prática do trabalho de campo durante as reuniões), Marcos Alegre
qual (face à impossibilidade de se realizar um trabalho de campo efici-
enfatizou bem este último ponto:
ente com um grande número de participantes) as inscrições para partici-
par das assembleias gerais eram muitas vezes limitadas.
Vale dizer que essa nova modalidade de reunião veio substituir, nas Assembleias
A partir de Lorena, todas as assembleias gerais da AGB se estrutu-
da AGB, o trabalho de pesquisa que durante muito tempo se fez através de grupos que se
raram em torno do trabalho de campo. E isso foi uma decisão mais do organizavam e saíam a campo para [...] estudar os variacJc:, aspectos da geografia local e
que coerente com a proposta empirista que orientava, então, a geografia regional. Estudos de vulto realizados e posteriormente pubi içados fornecem cabal demons-
tração da importância que essas atividades tiveram e da imensa contribuição que deram
para o progresso da Geografia do Brasil. Mas esses estudos e pesquisas de campo, tradi-
29. Monbeig (1946), np. cit.. pp. 120-121. cionais na AGB [...] desempenharam ainda um outro relevante papel: contribuíram, e mui-
30. Azevedo (1953-1954), op. cit., p. 24. to, para a formação de alguns dos maiores nomes da Geografia brasileira já que, nessas
220 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 221

reuniões e grupos, estudantes e jovens licenciados tiveram a oportunidade de trabalhar ao equipes ao local da assembleia e passam a preparar os relatórios parciais, em febril ativi-
lado dos mais experientes e renomados geógrafos não só do país como não raro, do exte- dade, para que seus respectivos chefes possam, ainda no decurso da própria assembleia,
rior. Foram, portanto, verdadeiras escolas de Geografia31. apresentar o relatório final preliminar (que é então discutido por todos os presentes). Mais
tarde, com o necessário vagar, tais relatórios são redigidos de forma definitiva e publica-
dos nos "Anais"32.
13.2.6 A geografia tradicional e a produção de conhecimento sobre a
cidade (1950 -...) Esses "comandos" a que se referia Azevedo geralmente se dividiam
em grupos de "geomorfologia", "geografia agrária" e "geografia urbana".
Como não poderia deixar de acontecer, dado o que acabou de ser No caso da equipe urbana, o trabalho de campo era geralmente realizado
discutido, as assembleias gerais da AGB tiveram papel bastante impor- ria própria cidade, e a divisão de tarefas seguia as determinações especi-
tante na estruturação do pensamento geográfico brasileiro sobre a cidade ficadas por Monbeig, com os integrantes se estruturando em grupos de
no período em apreço. Inicialmente esse papel foi direto, fruto da prática estudo de "sítio e posição", "evolução histórica", "funções urbanas",
do trabalho de campo durante as reuniões, que acabaram por consagrar a "raio de ação da cidade" etc. Como resultado final desses diversos esfor-
monografia urbana como estudo-padrão dos geógrafos sobre a cidade. ços de pesquisa, contamos hoje com vários estudos monográficos, que
Com o passar do tempo, entretanto, essa influência passou a ser menor, estão listados no Quadro I.
o que pode ser creditado à consolidação dos centros de pesquisa em ge- Além desses trabalhos, resultantes de pesquisas realizadas nas pró-
ografia do país. Nem por isso, contudo, as assembleias gerais deixaram prias assembleias da AGB, veio à luz também, especialmente na década
de ser o foro privilegiado para as discussões. Com efeito, foram em al- de 50 mas prolongando-se até a década de 70, uma grande quantidade de
gumas delas que importantes avanços se realizaram, redirecionando, in- estudos que, embora diferentes entre si, tiveram em comum a utilização,
clusive, a pauta da pesquisa geográfica sobre a cidade no país. em sua totalidade ou em parte, do método monbeigiano. Para efeito de
A década de 50 foi, efetivamente, a da monografia urbana. Ela agregação, podemos classificá-los da seguinte maneira:
apareceu sob variadas formas, seja como resultado do trabalho de campo
efetuado durante as assembleias gerais, seja por iniciativa própria de
Monografias urbanas
pesquisadores isolados (que seguiam, entretanto, o mesmo método mon-
beigiano), seja ainda como capítulo específico de estudos regionais. São estudos do tipo padrão, muitos deles apresentados e aprovados
No que diz respeito ao primeiro tipo, isto é, às monografias urba- em reuniões da AGB. Estão aqui trabalhos sobre Diamantina (Bernardes,
nas realizadas a partir das reuniões da AGB, há que se mencionar que 1949-1950); Águas da Prata (Souza, 1950); São Luiz do Maranhão
elas eram um produto intelectual no qual se misturavam o trabalho cole- (Azevedo, 1950-1951); Olímpia (Araújo, 1950-1951); Cruzeiro (Bernar-
tivo e a capacidade de sistematização final de um único profissional. O des, 1951-1952); Londrina (Prandim, 1951-1952); Manaus (Ab'Saber,
processo de sua elaboração, embora variando no detalhe, seguiu sempre 1953); Ubaitaba (Santos, 1964); Cataguases (Cardoso, 1955); Porto Ale-
a mesma seqiiência, tão bem descrita por Azevedo ao relatar o que eram gre (Roche, 1955); Crato (Petrone, 1955); Ponta Grossa (Santos, 1956);
as assembleias gerais: Pesqueira (Sette, 1956); Contagem (Guimarães, 1957); Mogi das Cruzes
(Tírico, 1957-1958); Marabá (Dias, 1958); Pirapora do Bom Jesus
Discutem-se teses ou comunicações, é bem verdade; porém a principal tarefa con- (França, 1961); Aracaju (Diniz, 1962 e Castro, 1967); Taubaté (Miiller,
siste em realizar pesquisas em trabalhos de campo, o que é feito através de três ou quatro
1965); Teresina (Moreira, 1972); e Belém (Barcellos, 1974). Podem ser
equipes (cada qual sob a direção de um dos associados), que se dirigem, simultaneamen-
te, para áreas diferentes dentro do raio de influência do loca! escolhido como sede da as- citados aqui também alguns trabalhos que, embora mais direcionados à
sembleia, entregando-se a um trabalho ativo e intenso. Fazem lembrar verdadeiros "co- temática interurbana (determinação da área de influência de uma cidade;
mandos", pela rapidez de sua açSo e pela área que conseguem percorrer, graças a uma in- análise do grau de centralidade de pequenos núcleos urbanos), dedicam
teligente divisão de tarefas. Diariamente, nas primeiras horas da noite, realiza-se a coor uma parte essencialmente monográfica ao estudo da cidade em questão.
úenação do material recolhido na pesquisa; ao fim de três ou quatro dias, retornam as
É o caso, por exemplo, dos estudos de Cardoso sobre Campina Grande

3 <. "Apresentação", em Anais da AGB, IS: i l -12, 1973. 32. Azevedo (1953-1954), op. cit.. pp. 53-54.
222 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 223

(1963) e Caruaru (1964), e dos trabalhos de Perides (1971) sobre Dois 10= 1955 Garanhuns Catende, Arcoverde, Borborema. Monografia: Azevedo
Córregos, e de Garms (1977) sobre Paraguaçu Paulista. (1954-1955).
11! 1956 Rio de Janeiro Reunião administrativa.
Estudos regionais com capítulo monográfico urbano 12'- 1957 Colatina Linhares, reg. cólon, antiga e nova. Monografia: Bernar-
des (inédita).
Trata-se, neste caso, de trabalhos tipicamente regionais, mas que 13! 1958 Santa Maria Mur.. Sta Maria, Depressão do Jacuí, reg. São Gabriel.
dedicam uma parte da análise ao estudo da cidade principal da área estu- Monografias urbanas: Mattos, Dirceu (inéditas); Muller
dada. Incluem-se aqui o estudo da região de Santa Isabel (Ab'Saber, (1962).
1950-1951); da região de Corumbataí (Petrone, 1951-1952); da Zona do 14! 1959 Viçosa Viçosa, Ponte Nova, Ubá. Monografias: Keller (inédita);
Cacau da Bahia (Santos, 1955); da Zona da Mata de Minas Gerais Andrade (1961).
(Valverde, 1958); da região de São Luis do Paraitinga (Petrone, 1959); 15: 1960 Mossoró Área salineira; Várzea do Açu; região do Apodi.
da região do Alto Curso Superior do Tietê (Tírico, 1960b); da Baixada Monografia urbana: Santos, Milton (inédita).
16'- 1961 Londrina Jacarezinho, Maringá, Cianorte. Mononografia: Geiger
do Ribeira (Petrone, 1961); do nordeste potiguar (Valverde et alli,
-(inédita).
1962); e do noroeste da Mata Pernambucana (Valverde, 1960). 17! 1962 Penedo Baixo S. Francisco, regiões de Arapiraca, Itabaiana.
Este último trabalho merece destaque especial, já que constitui num Monografia uruana: Bernardes (inédita).
dos poucos estudos dessa fase que ousaram não seguir a regra monbeigia- 18! 1963 Jequié Zona cacaueira. Plan. de Maracás; Zona de Conquista.
na de que temas sociais, como o das relações de classe, são "coisas que o Monografia urbana: Muller (1970).
geógrafo não sabe e não precisa estudar". Ao descrever a cidade de Tim- 19! 1964 Poços de Caldas Poços de Caldas, reg. de Andradas. Monografia: Tírico
baúba, Valverde dá atenção especial à miséria aí reinante, à disparidade (inédita).
entre as classes sociais, utilizando em sua análise, ainda que timidamente, 20! 1965 Rio de Janeiro Não houve trabalho conjunto. Só excursões.
categorias que só muito mais tarde seriam incorporadas ao ternário geo- 21'- 1966 Blumenau Blumenau, região de Timbó. Monografia urbana:
gráfico, tais como "exército industrial de reserva" e "capital constante". Mamigonian (inédita).
22! 1967 Franca Planalto de Franca. Monografia: Mesquita, Myriam
(inédita).
Quadro l
23! 1968 Montes Claros Não houve trabalho de campo conjunto. Só excursões.
AS ASSEMBLEIAS GERAIS DA AGB (1945-1969) 24! 1969 Vitória Baixo Rio Doc~, Médio Itapemirim, Vitória. Monografia
A O ANO LOCAL TRABALHOS DE CAMPO/ urbana: Keller, E. (inédita); estudo da área de influên-
MONOGRAFIA URBANA/OBSERVAÇÕES cia: Corrêa, R. (inédito).

l* 1945 São Paulo Não houve trabalho de campo. Mudança de estatuto.


2! 1946 Lorena Excursão à Serra da Bocaina.
Monografias urbanas parciais
3! 1947 Rio de Janeiro Excursão às Baixadas Litorâneas e a Campos. Neste caso estão incluídos os trabalhos que se dedicam ao estudo
4! 1948 Goiânia Mato Grosso de Goiás e região do Jaraguá. de uma cidade pelo método monbeigiar.o, inas que não resultam em mo-
5! 1950 Bulo Horizonte Lagoa Santa, região do Caraça, Belo Horizonte. nografias completas, já que privilegiaram apenas algumas das análises
Monografias urbanas: Azevedo (1949-1950);
que compõem a monografia padrão. Podemos destacar aqui, em primeiro
Mattos(1949-1950).
6! 1951 Nova Friburgo Mun. Nova Friburgo. Monografia urbana: Bernardes
lugar, as análises realizadas sobre o sítio e/ou posição de Sorocaba (San-
(1950-1951).
tos, 1950); de Nazaré e Ituberá (Santos, 1954-1955 e 1955-1957); do
T- 1952 Campina Grande Brejo Paraibano, Sertão de Curema, Campina Grande. Rio de Janeiro (Bernardes, 1957-1958 e Deffontaines, 1959); das cida-
Monografias: MQller (1951-1952); Carvalho (1951- des de Pernambuco (Melo, 1958); de Porto Alegre (Ab'Saber, 1965); de
1952). Belém (Bernardes, 1974), e de Recife (Lias, 1987).
8! 1953 Cuiabá Médio Cuiabá, Ch. Guimarães. Monografia: Azevedo Muito mais numerosos, entretanto, são aqueles trabalhos que se de-
(1952-1953). dicam à análise da origem e evolução histórica das cidades e/ou das
91- 1954 Ribeirão Preto N/SE/SW de Ribeirão Preto. Monografia: França, Ary funções predominantes, como atestam os estudos sobre São Paulo reali-
(inédita). zados por Canabrava (1949-1950), Monbeig (1954) e Azevedo (1961);
224 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 225

sobre o Rio de Janeiro, de autoria de Bernardes (1959, 1961a), de Cas- rã, conforme demonstra o estudo de Petrone (1963) sobre Pinheiros, na
tro (1965a, 1965b), de Pinto (1965), e de Cardoso (1968a); sobre cida- capital paulista. A temática regional, por sua vez, também se fez presen-
des de origem portuguesa e alemã em Santa Catarina, de Peluso Júnior te pelo estudo sobre a Baixada Santista coordenado por Aroldo de Aze-
(1953); sobre Garanhuns, de Sette (1956); sobre pequenos centros pau- vedo (1965a), que contém análises monográficas e funcionais de diver-
listas de função religiosa, de França (1972); sobre antigas capitais do sos centros urbanos dessa parte do litoral paulista.
café, de Pazera Júnior (1974); sobre Mossoró, de Felipe (1982); sobre Frutos de teses de doutoramento ou de livre-docência, riquíssimos
Águas de São Pedro, de Rodrigues (1985); e, principalmente, sobre o em conteúdo e bem mais abrangentes em escopo, merecem destaque tam-
Recife, de autoria de Castro (1948), de Melo (1978) e de Andrade bém o estudo monográfico sobre Belém, de Penteado (1966); a análise
(1979). abrangente da estruturação da Grande São Paulo realizada por Langen-
Outra temática que atraiu a atenção dos geógrafos nesse período buch (1968); o estudo de Miiller (1967) sobre as cidades do Vale do Pa-
foi a da análise da estrutura urbana. Neste caso privilegia-se a descrição raíba paulista; e os trabalhos de Araújo Filho sobre a função portuária
das diversas partes que compõem o "organismo urbano", não sendo rara de Santos (1969) e de Vitória (1974).
a seleção de um desses componentes para que seja objeto de análise Para concluir, há que se falar daquela que foi, sem sombra de dúvi-
mais detalhada. Alguns trabalhos de peso resultaram desses esforços de da, a obra mais importante de geografia urbana desse período. Fruto de
pesquisa como, por exemplo, o estudo pioneiro de Penteado (1954-1955) longos anos de trabalho, já que foi idealizada em 1948 e só publicada
sobre a "região suburbana de São Paulo", embrião de trabalho sobre a dez anos mais tarde, A Cidade de São Paulo (Azevedo, 1958a), homena-
temática das áreas metropolitanas; o ensaio de Geiger (1960) sobre a es- gem da AGB de São Paulo (em associação com o Departamento de Geo-
trutura urbana do Rio de Janeiro; e o belo estudo de Soares (1965), tam- grafia da USP) ao quarto centenário de fundação da capital paulista, é
bém sobre o Rio de Janeiro. hoje um marco histórico dos estudos utbanos no país. Esta obra, que
A temática do bairro também foi seguida em trabalhos menos am- teve a coordenação geral de Aroldo de Azevedo, é, sem dúvida, a mais
biciosos, destacando-se aqui o estudo metodológico de Soares (1958) so- abrangente "monografia urbana" que já foi realizada no Brasil. Nos qua-
bre a conceituação dessa unidade urbana, e os estudos cariocas sobre tro volumes que a compõem, o leitor encontra uma varieHade de ricas
Laranjeiras (Simões, 1952-1953) e Santa Teresa (Boynard e Soares, análises - cada uma enfocando uma das temáticas-padrão do estudo mo-
1958). Até mesmo uma rua foi objeto de análise, no caso um dos gran- nográfico - assinadas pela "nata" da geografia paulista de então. Obra
des eixos de circulação da capital paulista: a rua da Consolação (Tírico, premiada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), é hoje referência obri-
1958). gatória para todos os que estudam a metrópole paulista.

Grandes estudos urbanos


13.2.7 Sinais de mudança na geografia tradicional
O período que hoje chamamos de "geografia tradicional" produziu
também alguns trabalhos que, por sua abrangência e pela riqueza da aná- A realização no Rio de Janeiro, em agosto de 1956, tio XVIII Con-
lise empírica, merecem certamente um destaque especial. São trabalhos gresso Internacional de Geografia representa um marco divisório impor-
de fôlego, fruto de pesquisa exaustiva, que demandaram longos períodos tante na história do pensamento geográfico brasileiro. Símbolo da "matu-
de preparação mas que resultaram em obras que merecem, com justiça, ridade" a que havia chegado nossa disciplina em tão pouco tsmpo, como
um lugar de destaque na história do pensamento geográfico sobre a cida- não cansarão de salientar alguns geógrafos, ele não apenas demonstrou a
de no Brasil. capacidade da comunidade geográfica brasileira de organizar uma reu-
Dois desses trabalhos privilegiaram a análise da área central e re- nião infinitamente mais complexa do que as assembleias da AGB, como
sultaram num minuciosíssimo estudo sobre a organização do centro de propiciou a essa mesma comunidade urna oportunidade ímpar de inter-
Salvador em fins da década de 50 (Santos, 1959), e do centro do Riu de câmbio científico.
Janeiro, aproximadamente dez anos depois (Duarte, 1967a). A temática Para Nice Lecocq Miiller, o ano de 1956 representa o fim de uma
do bairro, de sua integração ao conjunto maior que é a cidade e de sua era e o início de outra. Falando especificamente da geografia urbana, ela
estruturação interna também resultou num trabalho de grande eavergadu- considera que o XVIIl Congresso Internacional da União Geográfica Inter-
225 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 227

nacional (UGI) separa, claramente, uma fase de consolidação gradual de um papel fundamental no posterior redirecionamento da pauta da pesqui-
conhecimentos (fase de desenvolvimento) de outra época: a fase da afir- sa geográfica urbana no país.
mação. Segundo suas próprias palavras: Em Viçosa, discutiram-se basicamente questões de método e de ter-
minologia, tais como:
O XVIII Congresso Internacional de Geografia [...] além de propiciar renovação de 1. Qual o critério de definição de metrópole! Seria ele quantitativo,
pontos de vista e de métodos pelo contato com especialistas estrangeiros, estimulou uma
série de estudos urbanos, quer para serem apresentados ao congresso, quer para serem in-
como sugeria Aroldo de Azevedo (1958-1959) - ou seja, metrópoles
cluídos nos vários livros-guia das excursões realizadas33. seriam as cidades de mais de cem mil habitantes - ou deveríamos op-
tar por um critério funcional, limitando, adernais, esse conceito às ci-
Nessa mudança de fases esconde-se algo que Miiller não salienta dades "cabeças de rede urbana", como sugeria Geiger? (Melo. 1958-
de forma explícita, mas que flui claramente de seu discurso: o sentimen- 1959).
to de autoconfiança que o congresso deu à comunidade geográfica brasi- 2. Quais os tipos de metrópole! Houve consenso em que haveria dois ti-
leira. E isso já pode ser observado na preparação da XII Assembleia Ge- pos de metrópole: nacionais e regionais.
ral da AGB, que, marcada para Gelatina em julho de 1957, pela primeira A temática da organização interna das cidades também foi objeto
vez passou a se organizar sob a forma de simpósio, com os participantes de ampla discussão. E de forma nova! No mais se dava prioridade ao es-
sendo convocados a reunirem-se na cidade capixaba de forma diferente, tudo estanque das diversas partes da cidade, da fisionomia e funções de
isto é, para debater e apresentar trabalhos sobre um tema específico e cada bairro tomado isoladamente, como era típico da monografia padrão.
(para a época) atual: o "habitat rural no Brasil". Já, ao que parece, sob a influência do trabalho de Tricart (1954) sobre o
Apesar da temática agrária, foi nessa mesma reunião, conforme habitat urbano, aos geógrafos importava agora analisar principalmente a
lembram Muller (1968) e Corrêa (1967, 1989a), que a geografia urbana estrutura urbana, definida de forma dinâmica, a partir das relações que
atingiu um novo estágio. A partir da iniciativa de Lysia Bernardes, a mo- se estabeleciam entre cada parte da cidade.
nografia urbana tradicional das reuniões da AGB sofreu modificação im- Mas como fazer isto? Se os trabalhos e debates que aconteceram
portante, passando também a incluir uma análise do grau de centralidade em Viçosa indicam claramente a existência de dúvidas, de hesitações,
urbana, da determinação da área de influência da cidade. eles também revelam - ainda que timidamente - a tomada de iniciativas
Se a reunião de Colatina representa um marco dos estudos interur- novas, a busca de um pensamento próprio. Para comprovar isso, repro-
banos no Brasil, a XIV Assembleia, reunida em Viçosa em 1959, teve pa- duzimos abaixo o teor de alguns debates ocorridos naquela reunião:
pel semelhante no que diz respeito à temática intra-urbana. Com efeito, 1. Que critério utilizar para caracterizar um aglomerado como urbano?
convocados novamente para um simpósio, desta vez dedicado ao estudo Critério numérico, administrativo, funcional?
do "habitat urbano no Brasil", os geógrafos brasileiros optaram por de- 2. O que é um subúrbio! O subúrbio no Brasil tem algo que ver com o
bater ali uma temática que era tão nova quanto a da centralidade urbana, suburb norte-americano e com a banlieue parisiense?
e que era também de grande importância para a época: a das metrópoles 3. Qual a distinção entre urbano e suburbano!
e áreas metropolitanas. E o fizeram de maneira bastante diversa daquela 4. Que critérios utilizar para diferenciar as diversas partes da cidade!
que era característica das reuniões anteriores. Seriam critérios de fisionomia (de paisagem) e de função, como de-
Com efeito, ao debruçarmo-nos sobre os trabalhos apresentados em fendiam Therezinha Soares, António Penteado e Ary França? Ou será
Viçosa, sentimos claramente a mudança. São estudos principalmente de que um estudo como esse, "do processo de diferenciação das zonas
caráter metodológico, que suscitaram, por conseguinte, acirrados debates constitutivas da estrutura urbana [...] [não seria] [...] menos de geo-
conceituais. Observados com os olhos de hoje, esses trabalhos e debates grafia e mais de ecologia humana", como alertava Mário Lacerda de
podem parecer simplórios e até insignificantes. Eles tiveram, entretanto, Melo (1958-1959)?
O simpósio encerrou-se com uma grande discussão sobre a necessi-
33. "Evolução e Estado Atual lius Estudos de Geografia Urbana no Brasil", em Simpósio ile r.engrafla
dade de harmonização da terminologia adotada em geografia urbana.
Urbana (Buenos Aires, 1966). Rio de Janeiro, IPC,H, 1968, p. 16. Com efeito, os "subúrbios próximos", para Penteado (1958-1959), cor-
228 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 229

respondiam aos "subúrbios periféricos" de Maria Therezinha Soares de trabalhos no nível intra-urbanó. Isso se deve, por um lado, à extrema
(1958-1959). E o que aquele denominava de "subúrbios remotos", para identificação desse tipo de estudo com a monografia urbana, agora consi-
esta eram "núcleos pioneiros suburbanos". Tentando chegar a uma con- derada um símbolo de uma fase já superada. Por outro lado, o desafio re-
clusão conciliatória, Bernardes (1958-1959) apresentou um "quadro su- presentado pela nova temática, um território que praticamente ainda esta-
mário da nomenclatura de zonas urbanas", que deveria servir de base va por ser explorado, atuou como foco irresistível de atração. Finalmente,
para a meditação e o aprimoramento futuros34. a difusão das atividades de planejamento territorial na Europa no período
A década de 60 viu prosperarem as temáticas que foram debatidas do pós-guerra, e sua expansão no Brasil no final da década de 50, consti-
no simpósio de Viçosa, que passaram a atrair cada vez mais a atenção tuíram-se em força centrípeta de grande intensidade, completando o pro-
dos geógrafos. Com efeito, num país que passava por transformações ra- cesso de atração dos geógrafos pela chamada área urbano-regional35.
dicais em sua base económica, onde as forças de acumulação capitalista Se Chabot (1948) já dissera antes que "não existe cidade sem re-
redesenhavam toda a estrutura espacial de fixos e de fluxos, seja por gião nem região sem cidade", nunca essa frase teve tanto appeal na geo-
aceleração do processo de formação de áreas metropolitanas, seja por re- grafia brasileira quanto na década de 60. A perspectiva de que, a partir
formulação do padrão de relações interurbanas, seja ainda mediante o da cidade, se poderia intervir no quadro regional, alterando-o, acabou
redesenho de toda a organização interna das cidades, não era mais possí- por dar à geografia um sentido de aplicabilidade que nunca tivera antes.
vel e nem relevante concentrar esforços no estudo monográfico tradicio- Planejamento, geografia ativa, geografia aplicada, geografia voluntária...
nal. Como já visto, as monografias urbanas até continuaram a ser reali- Eis, agora, as novas dimensões da geografia, que abriam novos horizon-
zadas, mas já não expressavam mais o estudo geográfico padrão de cida- tes aos geógrafos (ver, por exemplo, as discussões realizadas por Carva-
de, tanto qae muitas daquelas que foram elaboradas nas assembleias da lho e Santos [1960] e por Santos [1965]).
AGB da década de 60 jamais foram publicadas (ver Quadro 1). Aliás, a Principais pólos de organização regional, não é de se estranhar que
partir dessa década a geografia urbana brasileira deixou de ter estudos tenham sido as metrópoles e suas funções regionais que mais captaram o
padrão, um sinal evidente de amadurecimento. interesse dos geógrafos nessa época. Os trabalhos então desenvolvidos já
foram comentados por Corrêa (1989a) e não precisam ser novamente
discutidos aqui. O que é importante destacar, no entanto, é que gradual-
13.2.7.1 Reflexos na produção geográfica mente a atenção dos geógrafos também se deslocou para o estudo da or-
ganização interna e da dinâmica de estruturação do espaço metropolita-
A mudança de ternário ocorrida no final da década de 50, na geo-
no, que se transformou então em palco de investigação igualmente privi-
grafia urbana, pode ser claramente verificada pela análise do que foi legiado da geografia.
produzido por seus profissionais. Conforme salientado por Corrêa Já nos referimos, há pouco, às discussãoes iniciais travadas em
(1989a) em sua avaliação dos estudos sobre hinterlândias, hierarquias e 1959 em Viçosa. Deu-se ali um início tímido, que foi entretanto ganhan-
redes, a mudança de ternário que afetou a geografia urbana após a reali- do momentum a partir da elaboração de uma série de estudos pioneiros,
zação do XVIII Congresso Internacional de Geografia refletiu-se princi- que abriram caminhos importantes. É preciso, agora, que sejamos capa-
palmente na ênfase que se passou a dar, a partir de então, aos estudos de zes de recuperá-los.
centralidade urbana. Uma análise dos trabalhos publicados nessa época
indica que será também a partir dessa vertente que o processo de trans- Meíropolização
formação chegará ao estudo intra-urbano, conforme demonstramos agora.
O grande interesse despertado nos geógrafos brasileiros pelo estudo A temática da metropolização teve em Maria Therezinha de Sega-
de redes urbanas (a partir da inspiração original de Tricart e de das Soares uma grande incentivadora e sistematizadora. Sua tese Nova
Rochefort) levou, de início, a uma desaceleração no ritmo de produção Iguaçu, Absorção de uma Célula Urbana pelo Grande Rio de Janeiro

34. Iniciava-se af uma grande discussão sobre a necessidade de harmonização do vocabulário de geo-
grafia urbana, que se prolongou por toda a década de 60 e resultou, inclusive, numa publicação es- 35. Note-se, por exemplo, que a XVII Assembleia Geral Ordinária i!c. ACfl, reunida em Penedo (AL) em
pecial, patrocinada pela Comissão de Geografia do Instituto Panamericano de Geografia e História julho de 1962, teve como tema centrei "Geografix e Planejamento Regional" e contou com a pre-
(IPGli. l''71). sença de Celso Funado.
230 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 231

(Soares, 1962) é hoje um clássico da geografia urbana brasileira. É dela No nível metodológico, destacamos a preocupação de Milton San-
também o primeiro trabalho que trata explicitamente da questão das áre- tos em definir o que seria a cidade nos países subdesenvolvidos (Santos,
as metropolitanas. De fato, em artigo que discute os critérios de delimi- 1962 e 1965). Partindo da noção de paisagens derivadas de Sorre, o au-
tação dessas unidades territoriais e a possibilidade de sua aplicação ao tor dedica uma longa reflexão ao assunto: Que fatores seriam comuns a
Brasil (Soares, 1968b), a autora abriu uma trilha importante, posterior- todas as cidades do mundo subdesenvolvido? Que outros as individuali-
mente ampliada por um grupo de geógrafos do IBGE (Galvo et alli, zariam externa e internamente? Essa temática também interessou à Maria
1969), também chamados a refletir sobre o tema, já que esse órgão se Therezinha Soares, que, ao analisar "A Organização Interna das Cidades
transformara, agora, em eixo importante de sustentação do sistema brasi- Brasileiras segundo Seu Estágio de Desenvolvimento" (Soares, 1968a),
leiro de planejamento territorial. numa perspectiva evolucionista, sugeriu um método que classificava os
A década de 70, por sua vez, assistiu ao desenvolvimento de inú- núcleos urbanos a partir de critérios formais, paisagísticos, diferencian-
meros trabalhos de caráter empírico sobre as formas de integração de do-os segundo uma escala que ia das "formas simples" às "formas de
municípios periféricos ao aglomerado metropolitano. São estudos que, grande complexidade": as metrópoles.
em sua maioria, se estruturam a partir do esquema monográfico clássi- No nível empírico, há que ressaltar o aparecimento de alguns tra-
co, mas cuja análise já está orientada basicamente para a temática das balhos que enfocaram temas novos e/ou apresentaram análises pioneiras.
relações, dos fluxos. Incluem-se aqui estudos sobre Itaboraí (Abreu e É o caso, por exemplo, do estudo de Anna Carvalho (1955-1957) "O
Diniz, 1970; Mizubuti, 1972); sobre Guaíba (Becker, 1971); sobre Ta- Crescimento Recente da Cidade do Salvador", que já detecta o papel que
pes (Copstein, 1971); sobre Maricá (Teixeira e Soares, 1973-1975; Cas- as políticas públicas de provisão de infra-estrutura urbana vinham tendo
tro, 1974). Destaque especial, entretanto, precisa ser dado à série de sobre o mercado de terras (ao concentrar investimentos em "áreas nobres
dissertações de mestrado e/ou teses de doutoramento desenvolvidas na de expansão") e alerta para a existência de um processo perverso de
USP sobre o chamado "cinturão caipira" da capital paulista e que versa- periferização dos grupos sociais mais pobres da capital baiana, anteci-
ram sobre Cotia (Lemos, 1972); Embu (Oliveira, 1972); o setor metro- pando um debate que só viria a ser desenvolvido plenamente na década
politano ocidental de São Paulo (Almeida, 1975); Nazaré Paulista (Me- de 80. São palavras dela:
rino, 1976); Barueri (Cavalcanti, 1978); Salesópolis (Lê Bourlegat,
1978); Jandira (Cardieri, 1980); Itaquaquecetuba (Lemos, 1980); e Cai- Enquanto o setor costeiro passa por uma fase de valorização (em muitos casos pre-
eiras (Pazera Júnior, 1982). matura e artificial), como que profetizando a futura ocupação pela classe abastada, a parte
A maioria orientada por Pasquale Petrone, essas teses e disserta- Norte apresenta o problema oposto. A população menos favorecida da Cidade vai sendo
ções cobriram uma grande parte do anel periférico externo da metrópole não só cada vez mais proletarizada, como também "empurrada" para N-NE, pelo nível de
vida do povo, pelas dificuldades de casa e transporte, pela valorização exagerada de ou-
paulista, ou seja, daquele setor que estava então em processo de integra- tras áreas periféricas ou urbanas36.
ção metropolitana. Embora pouco teóricos (como, aliás, foi toda a pro-
dução da geografia tradicional), esses trabalhos são extremamente ricos, A análise do que hoje se denomina agentes modeladores do espaço
no nível empírico, e constituem hoje fonte de consulta essencial para ou- também tem o seu início no período ora em análise, com atenção especial
tros estudos, em especial para aqueles que se propõem a repensar o pro- sendo dada ao papel da indústria. Ainda na década de 50, Santos e Carva-
cesso de metiopolização ocorrido em São Paulo a partir do referencial lho (1955-1957) publicam um trabalho pioneiro sobre localização indus-
teórico do materialismo histórico. trial em Salvador, identificando diferentes tipos de área industrial na cida-
de e discutindo critérios de localização. Essa temática seria depois reto-
Organização interna da cidade mada por Santos (1958) e ampliada por Mamigonian (1960), que chama a
atenção para o papel desempenhado pela indústria na produção de um es-
A orientação em direção a estudos mais dinâmicos que levassem paço heterogéneo, em forma e cm conteúdo, na cidade de Brusque, e por
em conta relações, fluxos e processos (indicando também uma influência Davidovich (1966), que chegou à mesma conclusão ao estudar Jundiaí.
marcante de Pierre George) acabou por se refletir em outras dimensões
do estudo geográfico da cidade, alterando conteúdos e estimulando
investidas exploratórias. 36. Anais da AGB, 10(\): 95, 1955-1957.
232 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 233

Coroando esses esforços iniciais, encontramos outros estudos que Para concluir esta avaliação da chamada "geografia tradicional",
analisam mais profundamente o tema, destacando-se aqui os trabalhos de resta dizer que pode ser creditado a Rosa Ester Rossini o mérito de ter
Turnowski (1967, 1968, 1969) sobre a geografia das indústrias no Rio introduzido, no ternário geográfico urbano, o papel desempenhado pela
de Janeiro; de Andrade (1979) e de Pontuschka (1979), sobre o impacto mudança das relações de produção no campo. Seu estudo sobre Serra
da indústria no processo de transformação de dois municípios da perife- Azul (Rossini, 1971), de caráter monográfico, parece ser o primeiro a
ria metropolitana paulista (Diadema e Suzano, respectivamente); e de tratar do impacto causado, na cidade, pelo processo de assalariamento da
Sampaio (1975), sobre a geografia industrial de Piracicaba. Anterior a força de trabalho rural. Segundo ela, as mudanças que então ocorriam no
esses últimos, e inovadora quanto à temática e ao método de análise, a campo paulista estavam dando origem a uma nova classe de habitantes
tese de doutoramento de Lea Goldenstein (1970) sobre o desenvolvi- urbanos, que residiam em "vilas pobres na periferia" (o bóia-fria).
mento de "um centro industrial satélite" (no caso, Cubatão), é outro da-
queles grandes estudos que a geografia tradicional produziu e que po-
dem ser considerados hoje, com toda justiça, como clássicos da nossa 13.2.8 O legado da geografia tradicional
bibliografia.
Finalmente; há que se referir aos estudos que abordaram a cidade a A geração de conhecimentos sobre a cidade brasileira, propiciada
partir da ótica aos fluxos. Isso ocorreu sob diversas formas e contemplou pela fase de produção científica que hoje denominamos de geografia tra-
dimensões diferentes, que só foram mais plenamente desenvolvidas em dicional, foi, como já pôde ser observado, bastante extensa. E isto se
períodos mais recentes. aplica tanto à quantidade de trabalhos realizados, quanto à qualidade de
A questão da descentralização das atividades terciárias na cidade uma parcela considerável desses. Com efeito, datam desse período uma
foi inicialmente estudada por Botelho e Cardoso (1960-1962), a partir da série de estudos que hoje fazem parte, merecidamente, da galeria de
aplicação à escala intrametropolitana dos métodos de deteirninação de honra da produção geográfica nacional.
hinterlândias. Seu estudo sobre o raio de atuação do subcentro carioca de O elogio acima é proposital. A sucessão de movimentos de reno-
Madureira lançou uma semente fértil que, embora não aproveitada por vação pela qual passou o pensamento geográfico brasileiro, a partir do
Pegaia (1965) em seu trabalho descritivo sobre a rede bancária da cidade final da década de 60, resultou, infelizmente, no aparecimento de uma
de São Paulo, foi aprofundada mais tarde por Duarte (1974) e por Lan- sequência de posturas niilistas em relação à produção da geografia tra-
genbuch (1974). Atualmente, o estudo da descentralização das atividades dicional, que pretenderam reduzir a zero todo um esforço intelectual
terciárias voltou novamente à pauta, enfatizando as suas formas mais re- de mais de quarenta anos, como se fosse possível avançar em ciência
centes (os shopping ceníers). Segue, entretanto, orientação teórico-meto- a partir do vácuo, isto é, da ausência de uma base anterior. Tais postu-
dológica bastante diferente, como será discutido mais adiante. ras, embora minoritárias, acabaram produzindo, entretanto, um efeito-
A questão do abastecimento urbano também teve seus primeiros demonstração considerável, levando ao ostracismo, por algum tempo,
estudos desenvolvidos nessa época, pelo trabalho pioneiro de Mesquita todo um esforço realizado por gerações mais velhas de profissionais da
(1959), "Aspectos Geográficas do Abastecimento do Distrito Federal em geografia no Brasil.
Géneros Alimentícios de Base", logo seguido pelos estudos de Joviano É necessário, pois, que recuperemos o legado da geografia tradicio-
(1960), Lavareda (1961), Magalhães Filho (1961) e Seabra (1969). O re- nal, o que não quer dizer que deixemos de apontar suas limitações. Com
batimento intra-urbano e intermetropolitano da questão do abastecimen- efeito, se sua proposta empirista-naturalista parece pertencer hoje apenas
to, por sua vez; apareceu no trabalho de Guimarães (1968) sobre as fei- à história do pensamento geográfico, sua rica produção científica consti-
ras livres paulistanas; no estudo de Abreu (1969), sobre as funções urba- tui-se ponto de partida fundamental para o avanço teórico e conceituai
nas da zona do mercado centrai de São Paulo; e no estudo de Bicalho da geografia. É o caso, por exemplo, de categorias como paisagem, re-
(1971) sobre transformações na periferia urbana do Rio de Janeiro. Ain- gião, território e espaço, que, recuperados e repensados teoricamente nos
da hoje essa temática vem atraindo a atenção do geógrafo, como de- últimos anos, voltaram a frequentar o ternário da disciplina e têm orien-
monstram os estudos mais recentes realizados por La Corte (1976) para tado o desenvolvimento de estudos empíricos de alta qualidade.
São Paulo, por Lima (1984) para Recife, e por Sérvio (1985) para Tere- Há que se falar, também, sobre a variedade de técnicas de descri-
sina. ção e de representação que resultaram desse período e, especialmente, da
234 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 235

riqueza empírica dos trabalhos que foram nele elaborados (Moraes, gestão de que os geógrafos brasileiros deveriam praticar a geografia que
1980). Esta última vem se revelando, inclusive, imprescindível ao desen- vinha sendo realizada por Brian Berry e outros nos Estados Unidos, que,
volvimento de inúmeros trabalhos, pois estes retraiam com nitidez toda por basear-se na linguagem franca da matemática, era mais precisa e
uma estruturação espacial que já não mais existe, mas que pode ser res- acessível aos economistas (Geiger, 1988). Posteriormente, chegou ao
gatada e servir de ponto de apoio para análises processuais. Como vere- Brasil o professor John P. Cole, que, ao oferecer um curso sobre técni-
mos mais tarde, as pesquisas que vêm sendo hoje desenvolvidas sobre as cas quantitativas no IBGE em 1969, introduziu formalmente o seu estudo
periferias metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro, de cunho no país38. O próprio Berry esteve no Brasil logo a seguir, difundindo ele
materialista histórico, têm-se beneficiado, em muito, da produção reali- mesmo a "geografia quantitativa", da qual era um dos pais. A Comissão
zada nas décadas de 50, 60 e 70 sobre essas mesmas áreas. de Técnicas Quantitativas da UGI, ao reunir-se no Rio em 1971, deu, por
Resta citar o caráter de documento histórico que muitos desses tra- sua vez, um impulso adicional à introdução da chamada new geography
balhos passaram a incorporar. Com efeito, o crescimento urbano avassa- no país. A partir de 1970 a proposta atingiria também outra instituição
lador, a que estiveram sujeitas diversas cidades brasileiras nos últimos importante, com os docentes do Departamento de Geografia da UNESP-
quarenta anos, resultou em mudanças tão radicais em sua paisagem que Rio Claro, aderindo "entusiástica e ruidosamente à 'geografia quantitati-
nem mesmo rugosidades de períodos anteriores conseguiram sobreviver. va' [...] provocando o desencadeamento de uma série de eventos acadé-
Das formas e conteúdos espaciais anteriores só restaram muitas vezes as micos"39.
análises geográficas tradicionais, eternizadas no papel. E bom lembrar que, mesmo antes desses contatos, os geógrafos
brasileiros já vinham acompanhando, com vivo interesse, o crescente re-
lacionamento de sua disciplina com as atividades de planejamento terri-
13.3 A Geografia Neopositivista e a "Revolução Quantitativa" torial. Com efeito, desde a década de 50 que profissionais de renome
(inclusive da França) defendiam uma maior participação da geografia
Desde a sua implantação como curso de nível universitário, na dé- nos sistemas de planejamento (Gottman et alli, 1952; Mayer, 1954; Tho-
cada de 30, e até meados da década de 60, a geografia brasileira foi es- mas, 1956; Freeman, 1958), propagando inclusive a ideia de uma "geo-
sencialmente uma disciplina voltada para a chamada "escola francesa". grafia aplicada" (Philipponeau, 1960; Stamp, 1960; George, 1963), de
Foi da França que vieram os seus primeiros mestres; foi com esse país uma "geografia ativa" (Georgs et alli, 1965), de uma "geografia voluntá-
que o intercâmbio científico foi mais intenso; foram autores franceses ria" (Labasse, 1966). E, conforme já visto anteriormente, os ecos dessas
os que mais influenciaram a geração de geógrafos aqui formada nesse ideias já haviam chegado ao Brasil desde finais da década de 50, tendo
período37. inclusive dado alguns frutos na década seguinte (Bernardes, 1966; Ber-
Na segunda metade da década de 60, entretanto, essa situação co- nardes, 1967 e 1969; Geiger, 1967). Não foi, portanto, por obra e graça
meçou a mudar. É a partir daí que a chamada "revolução quantitativa" - da "quantitativa" que a vinculação da geografia com o planejamento se
que já vinha ocorrendo nos Estados Unidos e no Reino Unido há cerca realizou no Brasil. No nível de hipótese, pode-se afirmar, inclusive, que
de dez anos - chega ao Brasil, no bojo do processo de intensificação das as mudanças que já vinham ocorrendo na geografia tradicional brasileira
atividades de planejamento territorial promovido pelo governo militar de levariam-na certamente a essa direção, ainda que seguindo, talvez, um
então. roteiro diferente.
Conforme relata Geiger (1988), tudo parece ter começado com a
O que parece ter sido realmente novo nos contatos estabelecidos
chegada ao Brasil do economista e planejador John Friedmann, convida-
por Friedmnann, Berry e Cole foi o acoplamento perfeito do discurso ne-
do pelo IPEA para prestar consultoria especializada a esse órgão. No de- opositivista (que eles trouxeram), tanto às exigências do momento políti-
correr dessa consultoria, contatos com outros órgãos de planejamento do
co-econômico pelo qual passava o país, quanto às pretensões de cientifi-
governo federal (dentre eles, o IBGE) foram inevitáveis, surgindo aí a su-

38. Vale lembrar que, em momento algum. Cole se preocupou com a introdução das bases epistemniágicas do
37. É verdade que alguns profissionais brasileiros optaram por outras escolas (alemã, anglo-americana), neopositivismo, licitando-se ao ensino das técnicas.
influenciados que foram por mestres como Leo Waibel, Cari Troll e Preston James. Eles foram, en- 39. J. R. Langenbuch, "Os Vinte e Onco Anos da Geografia em Rio Claro", em Revisla de Geografia,
iretanto, minoria. 2:5, 1963.
236 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 237

cidade e de aplicabilidade que afetam periodicamente a geografia e que, teorias e modelos que, embora desenvolvidos em outros contextos, pode-
àquela época, estavam novamente em alta. riam muito bem ser apropriados e retrabalhados pelos geógrafos em suas
Com efeito, num país que tinha o sistema político amordaçado e tentativas de construção de teorias eminentemente geográficas. O desen-
expurgado, e no qual as tentativas de organização (e de contestação) da volvimento dessas teorias permitiria, por sua vez, que a geografia tam-
sociedade civil eram desencorajadas e reprimidas, a ditadura militar bém oferecesse às outras ciências uma contribuição teórica, e era nessa
pôde implementar, sem oposição, o seu projeto de aceleração do ritmo direção que estavam trabalhando, já há algum tempo, diversos geógrafos
da acumulação capitalista. E nesse projeto assumiu lugar de destaque a "quantitativos" que agora se tornavam conhecidos no Brasil: o próprio
atividade de planejamento, que, inicialmente restrita às esferas setoriais, Berry, William Bunge, Michael Dacey, Richard Chorley, Peter Haggett,
logo se espraiou também para a escala territorial, trazendo consigo toda David Harvey etc.
a ideologia tecnocrática, toda a crença na supremacia do discurso técni- O que houve a partir desse momento na geografia brasileira tem
co sobre a prática política. Afinal, se no nível setorial era possível inter- sido objeto de acalorados debates, que resultaram em publicações pre-
vir na economia e colher "milagres económicos", o mesmo poderia ser nhes de paixão, tanto por parte daqueles que defenderam/defendem o
feito no nível territorial. neopositivismo, como principalmente por parte dos que lhe foram/são
Ademais, a redefinição da "estrutura espacial" do país era uma contrários. Resta perguntar, passados já vinte anos, se houve realmente
condição necessária à manutenção dos altos níveis de crescimento do uma "revolução quantitativa" no país, ou se o que acabou acontecendo
PIB. Era necessário fazer o bolo crescer primeiro para depois dividi-lo, aqui àquela época foi outra coisa, que os acalorados debates então ocor-
conforme slogan da época. E um dos fermentos que faziam parte dessa ridos - basicamente centrados na dimensão política - acabaram por não
receita era justamente o da ordenação territorial, razão pela qual passa- perceber. E para essa direção que nos dirigimos agora, tendo como base
ram a proliferar planos dos mais diferentes matizes: Planos de Desenvol- de discussão a produção que foi realizada sobre a cidade.
vimento Regional, Planos de Desenvolvimento Local Integrado, Planos
de Regionalização, Planos de Ação Imediata etc.
Num contexto como esse, os atrativos da "nova geografia", que 13.3.1 A produção geográfica sobre a cidade
Berry e outros anunciavam, tornaram-se irresistíveis para alguns geógra-
fos brasileiros, que viram nela a resposta para duas angústias que asso- Introduzida no país a partir de uma preocupação com o planeja-
lam periodicamente a geografia (ou melhor, os geógrafos): a do seu re- mento, e não a partir de uma inquietação teórica interna, não é de se es-
conhecimento externo como ciência (como cientistas) e a da relevância e tranhar que a produção geográfica sobre o urbano durante a década de
aplicabilidade do saber geográfico, por muitos considerado como um sa- 70 (época áurea do neopositivismo no país) tenha se orientado essencial-
ber inútil. mente para essa direção. E, ao fazer isso, privilegiou, como era de se es-
Como resposta a essas angústias, a proposta neopositivista era bas- perar, os ternários que estavam sendo demandados pelo sistema de plane-
tante atraente. Por um lado, ela dava à geografia, peia matemática, a lin- jamento, dentre os quais despontavam, agora, as temáticas interurbanas.
guagem científica que já era característica de outras ciências, facilitando Ao fazer uma avaliação da produção geográfica interurbana reali-
assim a sua integração com essas. Por outro lado, sua nova capacidade zada no Brasil, Corrêa (1989a) afirma, com razão, que c nesta época que
preditiva - fruto da adoção dessa nova linguagem - integrava-a perfeita- os estudos interurbanos tomam a dianteira da produção geográfica sobre
mente às exigências do planejamento territorial. a cidade. Com efeito, após um longo período em que a cidade em si foi
De fato, a "nova geografia" tinha muito a aproveitar de seu o foco maior de atenção dos geógrafos, a década de 70 viu essa tendên-
acoplamento à matriz científico-planejadora. Falando a mesma linguagem cia ser revertida, e isto deveu-se, em grande parte, às demandas proveni-
dos demais integrantes dessa matriz, mas focalizando temáticas que eram entes do sistema de planejamento territorial e regional. Esta é a época
pouco consideradas por eles (o território, a região, a cidade etc.), a geo- em que predominam os estudos sobre hinterlândias e redes urbanas, pó-
grafia poderia lhes oferecer os insumos empíricos que demandavam. Por los de crescimento, centraiidade urbana, fluxos interurbanos e inter-re-
outro lado, pelo fato mesmo de ocupar uma célula dessa matriz, na qual gionais, regionalização etc., em sua maioria apoiados na fenomenal base
imperava soberanamente, a geografia também se habilitava a receber au- de dados que foi o Recenseamento Geral do Brasil de 1970, a mais com-
xílio das demais ciências. E a ajuda de que necessitava tradu/.ia-se em pleta "radiografia" até entác realizada do país.
238 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 239

Embora minoritária em termos da produção realizada, a pesquisa adiante, posiciona bem o que foi o "quantitativismo" no Brasil e coloca
intra-urbana sofreu, nesse período, uma transformação significativa. In- em dúvida a afirmação de que teria havido uma "revolução neopositivis-
vocando o novo objetivo de busca de generalizações, de leis, de abando- ta" no país no início da década de 70.
no do excepcionalismo, conforme pregado pelo neopositivismo, os geó- Independente desses questionamentos, não há dúvida de que o
grafos deram uma guinada brusca em suas pesquisas, largando de vez a "tipo" de trabalho que passou a ser realizado pelos geógrafos a respeito
monografia (que, de resto, já não lhes atraía tanto a atenção) e orientan- da cidade modificou-se sobremaneira na década de 70. Amparados por
do seus esforços para o estudo daquilo que era geral e comum a todas as bases teóricas novas - o que os diferenciava do trabalho geográfico tra-
cidades. Na ausência de bases teóricas próprias, recorreram então, como dicional, de cunho essencialmente empirista -, esses profissionais preten-
ocorreu em outros países, a teorias desenvolvidas por outras ciências, deram, com seus estudos, apontar os mais variados padrões de distribui-
notadamente a economia e a sociologia. ção de fenómenos no espaço urbano, revelando não apenas as configura-
A grande ironia é que, dentre essas teorias, nenhuma teve tanto ções visíveis da cidade, como também uma série de outras dimensões do
atrativo para os geógrafos brasileiros quanto a velha ecologia humana, urbano que não poderiam ser observadas, nem a olho nu, nem por
que Pierscn tanto defendera no passado e que Dickinson (1947) já expu- superposição de mapas. Pretenderam também, em muitos casos, oferecer
sera há tanto tempo em seu clássico livro. Processos como os de centra- "subsídios ao planejamento".
lização, descentralização, invasão-sucessão etc., passaram então, com Com o intuito de diferenciar esses trabalhos, podemos agrupá-los
trinta anos de atraso, a fazer parte do ternário dos geógrafos brasileiros, em dois grandes grupos: o primeiro agregaria os estudos que se propuse-
que também incorporaram em suas pesquisas outros referenciais de aná- ram a trabalhar com diversas dimensões do urbano ao mesmo tempo, e o
lise, vindos principalmente da teoria económica neoclíssica e da teoria segundo reuniria os trabalhos que privilegiaram o estudo de um único
geral dos sistemas. tipo de padrão. Este último grupo, por sua vez, pode ser subdividido em
Apoiados nessas teorias, os geógrafos passaram então a esquadri- função do tipo de padrão que foi singularizado.
nhar as mais diversas realidades urbanas do país, buscando verificar aí
os padrões reveladores da sua validade. Para tanto, contaram não apenas Padrões multidimensionais
com a existência de estudos empíricos similares já realizados em outros
países (que lhes serviram de modelo), como beneficiaram-se bastante da A característica principal deste tipo de estudo é a sua preocupação
melhoria significativa das bases de dados produzidas no país. em "varrer", o mais que possível, as dimensões fenomênicas do urbano,
procurando detectar padrões de associação entre elas. O trabalho típico é
Ao analisar-se a produção realizada, nota-se que a busca e/ou a ex-
aquele que utilizou a análise fatorial e/ou de agrupamento para conden-
plicação de padrões são, de fato, uma característica comum a todos os
sar, em poucas dimensões (ou fatores), variáveis que apresentavam um
trabalhos produzidos. É possível, entretanto, diferenciá-los segundo o
padrão de distribuição semelhante no espaço urbano. Foi a partir de es-
objetivo a partir do qual essa tarefa foi realizada, o que nos permite
tudos como esses que a "revolução quantitativa" chegou ao país, deven-
separá-los em dois grupos distintos: do-se aos geógrafos da Fundação IBGE o papel de divulgadores dessa
1. Trabalhos que se dedicaram apenas à determinação de padrões nova forma de se fazer geografia no Brasil.
espaciais. Não é de se estranhar que tenha sido no IBGE que tudo tenha co-
2. Estudos que objetivaram mais do que isso, isto é, que pretende- meçado. Desde meados da década anterior que essa instituição havia
ram determinar também a relação que se estabelece entre proces- sido chamada a participar efetivamente do sistema de planejamento na-
sos e padrões. cional, como fornecedora de bases territoriais e estatísticas. Já no final
da década, toda a regionalização do país para fins estatísticos havia sido
13.3.1.1 À procura de padrões espaciais modificada pelo IBGE, com a institucionalização da divisão do país em
microrregiões homogéneas. A introdução do computador no processo de
A grande maioria dos trabalhos intra-urbanos realizados pelos geó- tratamento dos dados obtidos pelo censo, por sua vez, abriu todo um
grafos, sob a influência do neopositivismo, objetivou apenas a determi- mundo novo à curiosidade dos geógrafos, que podiam agora rapidamente
nação de padrões espaciais. Essa constatação, que será comentada mais recuperar as informações colhidas, e nas mais variadas escalas (microrre-
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OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 241
240

gião, município, distrito, setor censitário etc.). E a essas informações, e realidade se efetiva, resultando daí uma série de .pesquisas bastante ri-
como era de se esperar, os geógrafos do IBGE tinham acesso privilegia- cas em termos empíricos, mas deficientes quanto às generalizações a
do. Puderam então aplicar seus novos conhecimentos quantitativos sobre que, pretensamente, queriam chegar. Para fins de análise, e a partir do
um material riquíssimo, resultando daí uma série de estudos bastante re- tipo de padrão que foi privilegiado, esses estudos podem ser reunidos
presentativos dessa época, em sua maioria publicados na Revista Brasi- em três grandes conjuntos: iocacional, sociocconômico e de interação.
leira de Geografia.
Como já foi dito anteriormente, foi em direção aos estudos interur- 1. Padrões locacionais. Os estudos chamados locacionais podem ser
banos que os novos "geógrafos quantitativos" prioritariamente se deslo- classificados em dois grupos. Em primeiro lugar estão as pesquisas
caram. Há, entretanto, urna pequena produção intra-urbana dedicada à que objetivaram determinar padrões de localização das mais diversas
determinação de padrões multidimensionais, na qual tem papel pioneiro atividades urbanas. Em segundo estão os estudos que privilegiaram a
o estudo realizado por Geiger (1970) sobre as cidades do Nordeste, que temática do uso do solo, isto é, que pretenderam identificar os conjun-
objetivou descobrir, via utilização da análise fatorial, similaridades e di- tos de atividades que definem cada porção do espaço intra-urbano.
ferenças entre os núcleos urbanos dessa região do país. Em estudo ime- Dentre os estudos locacionais que privilegiaram a determinação
diatamente posterior, Almeida e Lima (1971) fizeram o mesmo a respei- de padrões de distribuição de atividades, merecem destaque aqueles
to das áreas metropolitanas de Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre, realizados por Mold (1975), por Ribeiro (1982a, 1982c) e por Ribeiro
isto é, a partir da utilização de uma gama complexa de variáveis, preten- e Almeida (1980), sobre padrões de localização industrial nas áreas
deram determinar os padrões agregados (fatoriais) da sua distribuição. Já metropolitanas de Porto Alegre, Salvador e Recife, respectivamente; o
Almeida e Ribeiro (1974) privilegiaram a análise setorial e, a partir de estudo realizado por Miranda (1977), sobre padrões residenciais na
informações obtidas em 152 cidades brasileiras, discutiram aspectos de periferia rica da cidade do Rio de Janeiro; o trabalho de Villaça
sua estrutura industrial. Finalmente, Davidovich e Lima (1975, 1976) uti- (1979) sobre a estrutura residencial e comercial da "metrópole sul-
lizaram o mesmo método para determinar quais seriam as unidades urba- brasileira"; e as dissertações de mestrado de Souza (1978) e de Erthal
nas de médio porte que transcenderiam à escala municipal, lançando a (1980), sobre a implantação de escolas profissionalizantes em Nova
noção de aglomerações urbanas. Iguaçu e sobre a organização espacial das atividades terciárias em
Foi entretanto fora do IBGE que se produziu o trabalho mais com- Niterói, respectivamente.
pleto de análise multidimensional intra-urbana, no caso o estudo realiza- O outro tipo de estudo Iocacional predominante foi aquele que
do por Digiácomo (1979) sobre Florianópolis. Trata-se da chamada privilegiou a análise, não do padrão de distribuição espacial de um se-
"ecologia fatorial", um tipo de trabalho que, baseado no conceito de área tor de atividade, mas da forma como as diversas atividades se entrela-
social de Shevky e Bell, e tendo como unidades de estudo os setores çam no espaço da cidade, dando origem a usos do solo urbano dife-
censitários, utiliza-se do poder reducionista da análise faiorial e da análi- renciados em cada uma de suas partes. Neste caso podemos distinguir
se de agrupamento para associar os padrões urbanos encontrados aos dois tipos de estudo. Em primeiro lugar estão os trabalhos que
modelos oriundos da escola de ecologia humana, em especial àquele de- objetivaram analisar o padrão morfológico geral da cidade, isto é, que
senvolvido por Burgess (1925). trataram da cidade como um todo e que pretenderam, a partir daí, afe-
rir o grau de adequação do padrão encontrado às expectativas emana-
Padrões simples das de diversos modelos normativos (modelo concêntrico de Burgess,
modelo setorial de Hoyt, modelo neoclássico do gradiente decrescente
de densidades urbanas eíc.). Estão aqui, por exemplo, os trabalhos de
Muito mais numerosos do que os estudos que tentaram abarcar vá- Copstein (1977, 1978) sobre a estrutura urbana de Porto Alegre,
rias dimensões do uibano foram os trabalhos que singularizaram uma de-
la^, estudando-a a fundo. Em geral esses estudos remetem o leitor a uma Em segundo lugar, por sua vez, estão as pesquisas que privilegi-
base teórica híbrida, na qual se mesclam os processos ditos ecológicos aram o estudo de determinadas parcelas do espaço urbano, merecendo
com as determinações microeconômicas neoclássicas. Entretanto, apesar destaque aqui os trabalhos que objetivaram testar a validade das teori-
dessa preocupação de ordem conceituai, raramente a ligação entre teoria as ecológicas para a explicação da estrutura espacial de diversos bair-
242 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 243

ros cariocas (Brito, 1975; Castro, 1975; Lacorte, 1975; Lacorte e 13.3.1.2 Relacionando padrões e processos
SanfAnna, 1974; SanfAnna, 1975; Soares, 1975; Vieira,.1975) e os
estudos que se dedicaram à caracterização e delimitação das áreas Conforme acabou de ser visto, a maior parte da produção geográfi-
centrais de diversas cidades, como é o caso do trabalho de Liberato ca neopositivista sobre a cidade tratou principalmente da identificação
(1972) sobre Rio Claro, de Rezende sobre Lorer.a e de Costa sobre de padrões urbanos (locacionais, socioeconômicos e de interação). Al-
Santa Maria. Menção especial merece ser feita, porém, ao estudo de guns poucos estudos, entretanto, foram além disso e tentaram - ainda
Helena K. Cordeiro, sobre o centro da metrópole paulistana, muito que timidamente — avançar na teoria. Testando hipóteses, calibrando mo-
mais abrangente que os demais e que resultou em inúmeras publica- delos, introduzindo a ação de agentes modeladores específicos dos con-
ções (Cordeiro, 1978, 1979, 1980, 1984). textos urbanos subdesenvolvidos e/ou das dinâmicas próprias do caso
2. Padrões socioeconômicos. Os trabalhos que se dedicaram ao estudo de brasileiro, esses trabalhos foram aqueles que, a nosso ver, mais se apro-
padrões socioeconômicos são também numerosos e foram viabilizados, ximaram do modo neopositivista de pensar. Geralmente estruturados a
em grande parte, pela abundância e qualidade dos dados fornecidos partir de matrizes teóricas ecológicas e/ou neoclássicas, esses estudos
pelo recenseamento de 1970 e por outras fontes de coleta oficiais pos- privilegiaram principalmente o lado processual da análise, cabendo ao
teriormente criadas (ENDEF, PNAD etc.). Em gen! esses estudos par- estudo de padrões apenas a função de comprovação (ou não) dos
tem de uma base teórica neoclássica e explicam, via mecanismos e de- parâmetros normativos esperados.
terminações de mercado, os mais diversos atributos e características A temática da mobilidade é um traço comum de praticamente todos
das populações urbanas. os trabalhos incluídos neste grupo. Abreu (1976), por exemplo, apoiado
Merecem destaque, em primeiro lugar, os trabalhos que se dedi- firmemente na teoria económica neoclássica, analisou a relação existente
caram à análise da pobreza urbana, geralmente referenciada a padrões entre a estrutura de emprego da Grande São Paulo e do Grande Rio de
de salário e de acesso a bens públicos e privados (Pinto et alli, 1978; Janeiro e os padrões de mobilidade ocupacional da força de trabalho mi-
Araújo, 1979; Almeida, 1980; Santos, 1981; Soares et alli, 1984). grante e não migrante, e concluiu que os caminhos de mobilidade entre
Também importantes, nessa fase, foram os estudos que pretenderam os setores informal e formal da economia se diferenciam não apenas en-
diferenciar a população urbana entre naturais e migrantes, destacando tre ambas as áreas, como também entre cada núcleo central e sua respec-
também, neste último grupo, os migrantes recentes daqueles que já ha- tiva periferia e, finalmente, entre naturais, migrantes recentes e migrantes
viam chegado à cidade há mais tempo (Paviani e Barbosa, 1973; antigos. Corrêa (1976), por sua vez, baseando-se na teoria ecológica,
Becker e Oliveira, 1975 e 1976; Vianna, 1976). Embora mais recen- contestou a hipótese de que a área degradada periférica até o centro se-
tes, também se inscrevem neste grupo os estudos de Acácio (1983), ria o foco principal de localização do migrante recém-chegado ao Rio de
sobre a absorção de mão-de-obra migrante e natural nos bairros peri- Janeiro, hipótese que também não se confirmou plenamente com relação
féricos de Juiz de Fora; de Augusto (1983), sobre moradias e morado- às favelas, conforme demonstraram Bezerra e Cruz (1982).
res na estrutura urbana de Rio Claro (SP); de Massena (1986), sobre a A questão da mobilidade intra-urbana tarnbéni atraiu a atenção dos
distribuição da criminalidade violenta na região metropolitana do Rio geógrafos. A partir de um referencial em que associa bases teóricas da
de Janeiro, e de Vasconcelos (1987), sobre o trabalho informal nas geografia tradicional e da geografia neopositivista, Guidugli (1979), por
metrópole^ brasileiras. exemplo, analisou as características da população urbana de Marília
3. Padrões de interação. Finalmente, há que se mencionar os estudos (SP), destacando os seus padrões de movimento pendular (casa/trabalho)
que, embora tratando também da distribuição de variáveis de estoque, e de mobilidade residencial. Mello (1981), por sua vez, utilizou-se do
concentraram maior atenção nas variáveis de fluxo, de interação. Es- referencial ecológico para comprovar a existência, na Zona Sul carioca
tão neste caso o trabalho de Danelli (1979), sobre a mobilidade espa- da década de 70, de processos de segregação e de invasão-sucessão. Fi-
cial da população na Grande São Paulo, e o estudo de Paviani e Bar- nalmente, Almeida (1982) associou padrões de mobilidade e de estrutu-
bosa (1974) sobre movimentos pendulares no Distrito Federal. ração urbana à atuação recente das empresas de incorporação imobiliária
no Rio de Janeiro, apontando tendências espaciais vigentes e alternativas
futuras.
244 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 245

13.3.2 Houve afinal uma "revolução neopositivista" na geografia urbana exemplo, nos Estados Unidos. E isto deveu-se principalmente ao fato de
brasileira? que, aqui, não se seguiu a regra máxima do neopositivismo, qual seja, a
de que o avanço da ciência se realiza apenas a paitir do raciocínio, de
Em sua fase de transição de um posicionamento liberal para um conceitos hipotéticos, de axiomas, e não a partir da observação.
posicionamento marxista, David Harvey escreveu um artigo que é hoje Em outras palavras, embora o discurso neopositivista tenha sido
um clássico da geografia urbana (Harvey, 1973). Nesse artigo, ele prega- importado, nem o seu objetivo (teorizar), nem o seu método característi-
va a necessidade de se fazer uma revolução no pensamento neopositivis- co (o dedutivo) foram adotados plenamente pelos geógrafos brasileiros,
ta (do qual era um dos expoentes) e apresentava as fundamentações que resultando daí um movimento de transformação incompleto, mistura de
sustentavam o seu argumento. novo e antigo; enfim, um movimento que trouxe contribuições à geogra-
Para Harvey, o paradigma neopositivista estava, àquela época (iní- fia nacional mas que, por falta de consistência teórica, não conseguiu se
cio dos anos 70), pronto para ser superado. E isto devia-se à sua incapa- impor frente aos ataques que recebeu no final da década de 70. Embora
cidade de dar resposta, de explicar as transformações que então afetavam não tenha desaparecido (ao contrário, pode-se dizer mesmo que se forta-
a sociedade. Com efeito, apesar do enorme esforço empreendido no ní- leceu), a geografia humana-urbana "quantitativa" representa hoje uma
vel teórico e metodológico, a geografia neopositivista mostrava-se inca- tendência francamente minoritária no cenário nacional.
paz de dizer qualquer coisa relevante sobre essas transformações. Dizia O que foi afinal esse movimento quantitativo no Brasil? Para en-
ele: tendê-lo bem, é necessário que discutamos primeiro o que ele não foi.
Só a partir daí poderemos, então, avaliar a sua produção.
Há um problema ecológico, um problema urbano, um problerra de comércio inter- Em primeiro lugar, conforme já indicado acima, ele não foi um
nacional e, n5o obstante, parecemos incapazes de dizer qualquer coisa cie fundo ou pro- movimento teorizador. Com efeito, todo o esforço realizado no exterior
fundidade sobre qualquer um deles. E quando realmente dizemos alguma coisa, ela parece para desenvolver uma "geometria do espaço", para descobrir "leis espa-
trivial, ou mesmo ridícula.
ciais", para determinar relações entre variáveis e entre áreas num espaço
teórico, topológico, criado a partir da lógica formal (como, por exemplo,
E por que isso ocorria? Porque as teorias e os modelos desenvolvi- a planície isotrópica), não teve por aqui qualquer seguidor. Ao contrário,
dos pelos geógrafos neopositivistas, por serem normativos, não tinham o mais comum foi a introdução da linguagem matemática em pacotes es-
qualquer compromisso com a explicação da realidade. Em outras pala- tatísticos fechados, que serviam para "testar" o grau de adequação da
vras, os esforços teóricos empreendidos pelos geógrafos ditos "revolu- realidade brasileira a teorias também importadas, visando-se, com isso,
cionários", necessários para que se pudesse superar o paradigma excep- muitas vezes, oferecer "subsídios ao planejamento".
cional anterior, não objetivavam explicar a realidade, mas indicar, a par- Não é o caso de se criticar aqui a importação de teorias e modelos,
tir da dedução, o quanto o "mundo real" estava distante de uma situação e nem de ser contrário a que a geografia ofereça contribuições ao plane-
ideal que - esta sim - era estudada em detalhe e teorizada40. Daí, não jamento. O que pretendemos demonstrar é que, na busca de um pragma-
podiam mesmo dar uma resposta concreta às crises que afetavam o mun- tismo rápido, acabou-se por não fazer aquilo que se dizia estar fazendo
do àquela época. Enfim, o que Harvey criticava era a falta de pragmatis- e, na ânsia de oferecer subsídios ao planejamento, acabou-se também por
mo de uma geografia que, entre nós, acabou ficando conhecida como não perceber que, apesar da nova roupagem (e com as exceções já apon-
"geografia pragmática" (Moraes, 1983). tadas acima), a pesquisa geográfica pouco havia mudado de conteúdo
As considerações levantadas acima servem de boa introdução à quando comparada com aquela que já vinha sendo realizada na fase "tra-
afirmação que desejamos fazer. Embora tenha havido uma transformação dicional".
sensível na geografia urbana (e humana) brasileira a partir de 1970, não Explicitando melhor, a utilização de teorizações de base dedutiva
houve por aqui uma "revolução neopositivista" conforme ocorreu, por deveria ser precedida de um mínimo de esforço (ou domínio) na esfera
da dedução, e isso não foi o que ocorreu na geografia brasileira àquela
40. É significativo citar, neste sentido, que a questão central do trabalho de Losch, autor que tanto in- época. Ao contrário, os geógrafos muitas vezes desconheciam o real fun-
fluenciou CM geógrafos neopositivistas, era: Será que a realidade é nacional? (I.õsch, 1954). cionamento das bases teóricas que diziam utilizar, resultando daí, por
O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 247
246 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO

exemplo, a prática comum de se trabalhar no espaço geográfico com exemplo, nos Estados Unidos, diferindo entretanto do processo norte-
conceitos e teoremas que se aplicavam apenas ao espaço topológico, e americano (comentado por Harvey) em dois pontos fundamentais:
sem que as regras de transformação de um espaço ao outro fossem 1. No débil - ou inexistente - esforço de teorização realizado pelos
explicitadas. Esse procedimento, é bom que se diga, não foi característi- "neopositivistas" brasileiros até o momento em que se deu a crítica a
co apenas da geografia brasileira nesse período, pois afetou também uma esse movimento, o que explica, por exemplo, por que nos Estados
série de estudos realizados em todo o mundo sobre temáticas então em Unidos a crítica ao neopositivismo deu-se no seu próprio interior, isto
moda, como, por exemplo, a dos pólos de crescimento. é, foi formulada pelos seus próprios teóricos (Harvey e Bunge, por
À contradição apontada acima deve-se acrescentar outra, qual seja, exemplo), enquanto, no Brasil, ela se originou externamente.
a de que a opção pelo método indutivo (pelo caminho que tem na obser- 2. Na estreita ligação que a "geografia quantitativa" teve, aqui, com o
vação o seu ponto de partida) continuou a ter a preferência dos geógra- sistema de planejamento estatal e, mais do que isso, com o planeja-
fos, sem no entanto levar ao estabelecimento, tal qual na geografia tradi- mento de um Estado autoritário.
cional, de qualquer lei ou generalização. Em outras palavras, importou-
se um novo discurso, mas, na maioria das vezes, continuou-se a trabalhar Com efeito, ligada intrinsecamente ao "sistema" (com as exceções
essencialmente da mesma maneira como se fazia antes. de praxe), não é de se espantar que, com a crise do modelo económico
Para substanciar o que foi afirmado acima, basta notar que o traba- do regime militar (e com a posterior crise do modelo político e do pró-
lho "quantitativo" típico dedicou-se, como vimos, basicamente à determi- prio sistema de planejamento), a "geografia quantitativa" entrasse tam-
nação de padrões espaciais, objetivo que já era característico da geogra- bém em crise. A essa crise somaram-se outras - evidenciadas nas contes-
fia tradicional. A diferença é que, agora, não mais se chegava a eles por tações às estruturas de poder então existentes nas universidades, na AGB,
intermédio da superposição de mapas. Técnicas de agrupamento acopla- nos comités que controlavam as verbas para pesquisa etc. -, tudo isso
das à análise fatoria! poderiam ser utilizadas, tornando possível o que resultando num vigoroso e muliifacetado ataque à "quantitativa" e às ins-
seria inimaginável antes: trabalhar com um imenso número de variáveis. tituições e indivíduos que a ela estavam mais ligados, que foram então
Ademais, os progressos da cibernética também deram a sua contribuição, identificados com o próprio diabo.
facilitando ainda mais o manuseio de tantas informações. A distância dos acontecimentos, que o passar do tempo sempre tor-
na possível, permite que analisemos hoje, de forma mais cuidadosa, a
Em outras palavras, embora os geógrafos falassem agora de factor
produção geográfica então empreendida sobre a cidade naquele período,
loadings, de factor scores, de superfícies de tendência, de clusters, e,
levando-nos a concluir que, apesar de suas deficiências e de seus impas-
embora relacionassem suas pesquisas a inúmeras teorias, a essência de
ses, o saldo que restou foi positivo. Essa conclusão se apoia em três
seu trabalho pouco havia mudado, fato que já era comentado por Abreu
grandes argumentos, que são agora apresentados.
(1978a, 1978b) na reunião da AGB de Fortaleza, palco máximo do ata-
que empreendido à chamada "geografia quantitativa" no Brasil. Quer Em primeiro lugar, foi a partir da "quantitativa" que a geografia
isso dizer, então, que não passou de perda de tempo, de esforço inútil, brasileira passou a se preocupar mais seriamente com teoria e método,
toda a produção geográfica empreendida nesse período? Ou será que de- fundamentando suas conclusões, de um lado, em teorias e modelos, e, de
veremos tomar uma postura niilista e descartar toda e qualquer contribui- outro, em observações cuidadosamente coletadas e analisadas. Ao aban-
ção advinda dessa época, "posto que estava intrinsecamente comprometi- donar a prática empirista anterior, seu caráter positivista ficou, pelo me-
da com a dominação burguesa?" nos, mais explícito e também mais sólido.
Em segundo lugar, foi com a "quantitativa" que a geografia se de-
finiu pela primeira vez como ciência social, abandonando o naturalismo
que até então lhe era característico. Uma ciência social burguesa, como
13.3.3 A contribuição da "geografia quantitativa" diriam mais tarde os seus críticos, mas indubitavelmente social.
Finalmente, não se pode negar que, se diversos modelos ou teoriza-
Conforme explicitado acima, a chegada da quantificação à geogra- ções neopositivistas, por seu caráter linear e determinista, dificilmente
fia brasileira teve alguns pontos de contato com o que ocorreu, por podem ser incorporados às matrizes teóricas críticas predominantes hoje
248 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 249

na geografia brasileira, um bom número de conceitos e/ou bases teóricas aqui e, se foram referenciados aos escaninhos discutidos anteriormente é
dessa corrente científica pode (e deve) ser retrabalhado criticamente. porque, embora abertos a novas influências, apresentaram uma matriz
Passado é o tempo (esperamos) em que se associava a construção teórica epistemológica nitidamente predominante. Outros trabalhos, entretanto,
na geografia com o não-reconhecimento (ou mesmo repúdio), de contri- não se identificam tão precisamente com a geografia tradicional ou com
buições anteriores. a geografia neopositivista, refletindo, pois, com maior clareza, este mo-
mento de transição. Para entendê-los melhor é importante que tenhamos
uma compreensão mais adequada do que foi esse momento de transição,
13.4 A Caminho de uma Geografia Renovada já que ele afetou não apenas a geografia, mas todo o conjunto de disci-
plinas que estudam as cidades.
A maior dificuldade que se apresenta a este trabalho é, sem dúvida,
a de tentar encaixar, em escaninhos claramente identificados, a produção
13.4.1 Os movimentos sociais da década de 60 e seus impactos
que os geógrafos brasileiros realizaram sobre a cidade. Ao tentar fazer
isto, estamos certamente correndo o risco de cometer enganos ou de,
Não há dúvida que o final da década de 60 representa um marco
pelo menos, estarmos sendo imprecisos. Isto porque os recortes episte-
temporal importante na história do pensamento sobre as cidades. E isto
mológicos não são absolutos, isto é, nem toda produção intelectual se
deve-se muito mais à sua incapacidade de dar conta das transformações
encaixa precisamente num único tipo de orientação teórico-metodológica.
que aí vinham tendo lugar à essa época, do que às suas qualidades
Ademais, esta dificuldade tende a aumentar em períodos de crise, de
preditivas e/ou explicativas. De fato, num mundo que estava sendo ques-
transição, como foi por exemplo a década de 70.
tionado a partir das mais diversas dimensões (surgimento dos movimen-
Foi argumentado anteriormente que a geografia tradicional já apre-
tos ecológicos, feminista, de emancipação de minorias, de afirmação da
sentava, na década de 60, sinais evidentes de mudança. Influenciada por
cidadania, reivindicatórios dos mais diversos tipos etc.) e que tinha nas
autores como Pierre George, ela vinha gradualmente se distanciando do
cidades o seu ponto maior de ebulição, a "questão social", amplamente
naturalismo e do funcionalismo exacerbados das fases anteriores, passan-
definida, não apenas se projetou na ordem do dia, como acabou assu-
do a dar maior ênfase às questões e processos sociais. Por sua vez, o
mindo foros de verdadeira "questão urbana". E foi neste momento que as
neopositivismo, logo após a sua chegada ao Brasil, começou a ser criti-
estruturas teóricas então vigentes começaram a entrar era crise.
cado por vários de seus próprios teóricos, fato que injetou, sem dúvida,
um certo teor de inquietação em grande parte daqueles que vinham sen- Com efeito, as brutais transformações que afetaram nessa época as
do atraídos por suas propostas. Com efeito, a questão da "relevância so- estruturas sociais do mundo capitalista (e especialmente as suas cidades)
cial", levantada por Harvey e outros, abalou profundamente a crença no puseram a nu a fragilidade das concepções teóricas que as sustentavam,
poder mágico da "ciência", fazendo com que vários geógrafos passassem e exigiram, por conseguinte, um novo e redobrado esforço de compreen-
a pensar de forma mais crítica, não apenas a nova proposta que se apre- são. Havia que repensar essas transformações que estavam ocorrendo.
sentava, como também a própria geografia tradicional, que já mostrava Havia também que repensar as cidades, e foi em direção a esses objeti-
sinais de mudança, mas ainda não era capaz de distinguir claramente os vos que diversos pensadores sociais decidiram investir seu tempo.
roteiros que se abriam ao seu futuro desenvolvimento. Finalmente, o es- Como resultado desse esforço, começaram a surgir, a partir do iní-
gotamento do regime político então vigente, que já se fazia sentir, propi- cio da década de 70, novas proposições teóricas sobre as cidades, desta-
ciou uma maior liberdade de pensamento e de expressão, tornando possí- cando-se dentre elas, por seu poder persuasivo, duas grandes contribui-
vel não apenas um maior confronto de ideias, como também a abertura a ções. A primeira é resultado de uma crítica interna da teoria económica
propostas científicas (e políticas) até então combatidas e proibidas pelas neoclássica, e pode ser chamada de preposição explicativa neoliberal.
forças de repressão. Sua mensagem principal resume-se na afirmação de que, devido ao de-
Tudo isso serve para veicular a afirmação de que, na década de senvolvimento de diversas estrutuias monopolísticas n?s cidades capita-
1970, a geografia brasileira viveu uma fase de grande abertura às mais listas do mundo contemporâneo, as condições viabilizadoras do apareci-
variadas correntes de pensamento, resultando desse período uma série de mento da mão invisível, isto é, do mercado, não mais se concretizam de
trabalhos que refletem esse momento. Alguns deles já foram discutidos forma espontânea. Conseqíientemente, o mercado privado deixa de fun-
250 05 CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO
O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 251

cionar corretamente, isto é, há falha de mercado (market failure). E é gara Monbeig, o geógrafo não apenas sabia como precisava saber ainda
por causa disso que aparecem os mecanismos perversos de distribuição mais. Era preciso ver, afinal, o que se escondia atrás da paisagem visível
de recursos nas áreas urbanas, que são os detonadores não apenas de in- da geografia tradicional, sem entretanto fazê-lo com o auxílio dos óculos
justiças sociais intra-urbanas, como também dos mais diversos movimen- da geografia neopositivista, já que estes distorciam o objeto observado
tos contestatórios. Como solução para esse impasse, esta escola sugere ao tentar explicá-lo a partir de um referencial que, ou negava o conflito,
uma maior presença do Estado na economia urbana, cabendo-lhe, portan- ou o reduzia a mero estado de desequilíbrio do sistema.
to, a tarefa de garantir o funcionamento do mercado (via regulação) e de
Surge assim uma "geografia de denúncia", que, embora não rom-
viabilizar o funcionamento de mecanismos de distribuição de renda,
pendo com os procedimentos de análise da geografia tradicional ou neo-
quando isto for necessário. No que diz respeito à geografia, David
positivista, alterou substancialmente o seu conteúdo (Moraes, 1980). E
Harvey (com as proposições liberais contidas no seu clássico A Justiça
esta alteração se realizou sobretudo a partir de uma crescente vinculação
Social e a Cidade, de 1973) foi o grande arauto desta escola.
dos estudos de padrão, tão a gosto dos geógrafos, a referenciais proces-
A segunda grande contribuição teórica emanada desta fase foi, sem
suais maiores. Relacionar processo social e forma espacial. Eis, agora, a
dúvida, aquela proveniente do pensamento marxista, mais precisamente palavra de ordem desta geografia que se renovava.
do pensamento marxista francês pós-1968. É hoje um fato reconhecido
por todos que os acontecimentos de maio de 1968 na França pegaram Na busca desse relacionamento entre processo e forma, os geógra-
de surpresa não apenas o statu quo gaullista/liberal, mas também os par- fos apelaram então para as duas correntes que haviam entrado em cena a
tidos de esquerda, e em especial o Partido Comunista Francês (PCF). partir da crise do início dos anos 70. A crítica neojiberal, por exemplo,
Com efeito, o maior paradoxo que as revoltas urbanas de 1968 coloca- orientou uma série de estudos que objetivaram não apenas denunciar as
ram para a reflexão dos pensadores marxistas foi o aã incapacidade das mais variadas injustiças urbanas, como colocar em xeque algumas con-
teorias então vigentes de prever, ou mesmo de explicar, o que realmente cepções básicas das teorias do laissez-faire. Por sua vez, a vinculação do
havia acontecido. Tal qual ocorreu com o pensamento liberal, era mais estudo geográfico com o referencial teórico vindo do materialismo histó-
do que necessário repensar teoricamente as cidades, e a essa tarefa dedi- rico também teve início nesta época, no bojo do processo de implanta-
caram-se intelectuais das mais diversas filiações de esquerda, destacan ção da geografia crítica no Brasil, e levou a uma transformação radical
do-se aí Manuel Castells e Jean Lojkine. Seus trabalhos, publicados ao do processo de produção de conhecimento sobre a cidade.
longo da década de 70 (Castells, 1972; Lojkine, 1977), tiveram um pro-
fundo impacto no desenvolvimento da pesquisa urbana, tanto no Primei- 13.5.1 A influência neoliberal
ro Mundo (que foi o principal objeto de suas investigações), como no
Brasil. A crítica interna feita por Harvey (1973) ao neopositivismo, de
base liberal e já comentada anteriormente, teve um papel fundamental no
redirecionamento da pesquisa urbana em geografia. Com efeito, foi tão
75.5 A Produção Geográfica Atual grande a sua importância que ela conseguiu inclusive sobreviver à sua
própria crítica (realizada posteriormente pelo mesmo Harvey ao abraçar
Tal qual ocorreu nas demais disciplinas, a crise que se abateu so- o materialismo histórico e dialético) e continua a orientar hoje uma gran-
bre o conhecimento existente sobre a cidade na década de 70 também de quantidade de estudos urbanos, tanto no Brasil como no exterior.
atingiu a geografia. Entretanto, devido à ausência de um pensamento teu A característica principal dessa crítica é a rejeição que ela faz à
rico bem estruturado sobre as cidades nessa disciplina, ela aí se manifes- uma série de pressupostos embutidos nas teorias económicas neoclássi-
tou principalmente em nível do ternário de pesquisa, que viu surgir n cas, como, por exemplo, o do acesso generalizado à informação (qual-
partir de então um novo tipo de trabalho, que objefvava identificar não quer que seja ela), o da homogeneidade de preferências e de comporta-
apenas os mecanismos perversos que estavam em funcionamento no sis- mentos e, principalmente, o da neutralidade do Estado. Ao ser incorpora-
tema social, mas também as diversas dimensões através das quais eles da ao trabalho geográfico, essa crítica tem dado origem a inúmeros estu-
poderiam se expressar no espaço. Era preciso apontar infratores, denun- dos que se propõem a questionar frontalmente esses pressupostos, espe-
ciar injustiças sociais, falar enfim daquilo que, ao contrário do que pre- cialmente o último, sem entretanto romper totalmente com o pensamento
252 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 253

liberal. A produção geográfica realizada até agora tem-se revelado bas- Quanto aos trabalhos que privilegiaram a temática setorial de atua-
tante rica, com os geógrafos apontando suas baterias neoliberais em dire- ção do Estado, merecem destaque os estudos que se dedicaram à análise
ção aos mais variados alvos. dos impactos causados pela política habitacional comandada pelo extinto
A temática metropolitana, por exemplo, mereceu grande atenção, BNH e que foram desenvolvidos por Lima (1980), por Rodrigues (1980)
ressaltando-se aqui as análises que enfocaram o processo de crescimento e, especialmente, por diversos pesquisadores ligados à UFRJ (Hijjar,
acelerado das periferias urbanas realizadas por Abreu (1982a), por Be- 1979; Corrêa, 1980; Vianna & Santos, 1980; Castro, 1982; Castro &
zerra et allli (1983), por Ferreira (1985 e 1987) e, principalmente por Macedo, 1982; Sant'Anna 1982a e 1982b; Freire et allli 1982; Vinagre
Paviani (1980a, 1980b, 1982, 1984a, 1984b, 1984c, 1986-1987, 1987a, & SanfAnna 1982; Oliveira & Ramires 1983-1984; Costa, 1984; e
1987b, 1989a, 1989b, 1989c, 1989d, 1989e; Paviani & Barbosa, 1974). Ramires et alli, 1984). É importante mencionar aqui, também, os traba-
Segundo essa perspectiva teórica, o crescimento rápido das metrópoles - lhos que objetivaram demonstrar a falta de equidade existente no acesso
e os problemas dele decorrentes - seria explicado, de um lado, por fato- das diversas classes sociais urbanas aos mais diversos meios de consumo
res estruturais (como, por exemplo, a necessidade de polarização espa- coletivo, que foram desenvolvidos por Vetter et alli (1979, 1980, 1981);
cial que é inerente ao capitalismo e que se expressa na concentração das por Carvalho (1980); e por Massena (1983).
atividades produtivas em apenas algumas porções do território, que se A visualização do espaço urbano como um campo de forças tam-
tornam, assim, focos de atração populacional) e, de outro, por fatores li- bém vem caracterizando a produção geográfica neoliberal. Destacam-se
gados diretamente à apropriação da renda da terra urbana, seja por agen- aqui os trabalhos desenvolvidos a partir da matriz conceituai dos "agen-
tes privados ou pelo Estado. Nesse sentido, o crescimento acelerado de tes modeladores do espaço" (Bahiana, 1978; Neves, 1978), que, ao asso-
um cinturão de pobreza na periferia das grandes cidades estaria associa- ciar a cidade à uma arena na qual estão presentes diversos atores, pro-
do ao elevado preço que o solo urbano atinge nas áreas mais centrais põem-se a identificar cada participante do "jogo urbano", precisar os
(que se tornam assim inacessíveis às populações mais pobres); à ausên- seus respectivos objetivos, avaliar suas estratégias e lógicas de atuação
cia de uma política severa de controle do solo urbano (que faz com que e, finalmente, explicar - a partir do confronto ue todos esses elementos
as cidades cresçam em função dos interesses de maximização de lucro - o padrão espacial resultante. Os trabalhos que têm seguido esta ótica
dos agentes privados, e não a partir do interesse coletivo); à natureza re- podem ser classificados em dois grandes grupos. No primeiro estão
gressiva da aplicação, pelo Estado, dos recursos obtidos através do siste- aqueles que analisam o jogo como um todo e trabalham com a atuação
ma tributário (que se dhecionam preferencialmente às áreas mais cen- de diversos agentes modeladores ao mesmo tempo, visando com isso ex-
trais, reforçando assim o padrão centro-periferia já existente e, conse- plicar as transformações ocorridas na cidade como um todo, ou em par-
qiientemente, a marginalização social das camadas mais pobres) etc. tes dela. No segundo grupo estão os trabalhos que dão preferência ao es-
O papel exercido pelo Estado no processo de estruturação interna tudo das estratégias locacionais de determinados agentes, ou às transfor-
das cidades também foi objeto de grande discussão, distinguindo-se aí mações ocorridas em áreas específicas da cidade, que enquadram a aná-
trabalhos que trataram esse papel de forma agregada e outros que privi- lise na temática dos chamados "processos espaciais".
legiaram a análise de atuações específicas do Estado. No primeiro caso São característicos do primeiro grupo, por exemplo, aqueles traba-
estão, por exemplo, os estudos realizados por Abreu (1978a, 1981, lhos que objetivaram discutir a lógica do crescimento urbano recente de
1982b), que, apoiado em conceitos como os de bens públicos, de exter- diversas cidades brasileiras. Embora indiquem a existência de inúmeros
nalidades e de grupos de pressão, denunciou o caráter injusto das políti- participantes no jogo urbano, têm dado destaque especial à atuação do
cas levadas a cabo pelo Estado, sempre favoráveis aos interesses dos Estado como agente provedor de infra-estruturas urbanas. Muito ricos
mais ricos e poderosos. Esse caráter discriminatório das políticas públi- em termos de conteúdo empírico, esses trabalhos apresentam, entretanto,
cas também foi amplamente documentado por esse autor, a partir do es- grande heterogeneidade quanto ao conteúdo teórico e, embora discutam
tudo de caso da cidade do Rio de Janeiro (Abreu, 1980, 1987a, 1987b). temas e/ou realizem análises semelhantes àqueies da chamada geografia
Mold (1978, 1982), por sua vez, também chamou a atenção para esta te- crítica, certamente não se filiam a essa corrente do pensamento. Dentre
mática, indicando haver uma relação direta entre a pressão exercida so- esses estudos merece destaque, em primeiro lugar, a série de dissertações
bre o Estado pelos grupos de interesse mais poderosos da cidade e o de mestrado defendidas durante a década de 80 sobre o processo de ex-
conteúdo das políticas públicas por ele adotadas. pansão territorial urbana, que analisaram os casos de São José dos Cam-
254 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 255

pôs (Andrade, 1980), de Recife (Costa, 1981), de Maceió (Lima, 1982), vez, trouxe à baila a questão da segregação étnica, relacionando-a com a
de Aracaju (Ribeiro, 1985), de Palmas (PR) (Mendes, 1988). e de Natal diferenciação residencial encontrada em Blumenau.
(Cunha, 1987 & Selva, 1989). Há que se mencionar também os trabalhos As transformações verificadas em determinadas áreas da cidade
desenvolvidos na Universidade Estadual do Paraná, sob a coordenação através do tempo também deram origem a alguns estudos de fôlego que
de Yoshiya Nakagawara Ferreira, que objetivaram identificar os agentes merecem ser destacados. Enquadrados na matriz teórica dos processos
responsáveis pela transformação do uso do solo em Londrina (Nakaga- espaciais, e tendo como objeto de estudo alguns bairros da cidade do
wara, 1982; Hino & Manganaro, 1982; Wada, 1986a e 1986b; Hayashi Rio de Janeiro, esses estudos apresentam o mérito de trabalharem corre-
& Kreling, 1986; Ferreira, 1986; Matsumoto & Sanches, 1986; Barreira, tamente (e ao mesmo tempo) com diversas escalas de análise (especial-
1986; e Ferreira & Hayashi, 1986). mente com aquelas do particular e do singular), resultando daí análises
Quanto ao segundo grupo de trabalhos, destacamos a presença das bastante ricas e esclarecedoras sobre: a cristalização e resistência de for-
mais variadas temáticas, que têm sido abordadas nos mais variados graus mas espaciais antigas nas proximidades da área central carioca (Rabha,
de profundidade. A proliferação do comércio ambulante nas cidades bra- 1984); o conflito entre permanência e mudança no uso do solo do bairro
sileiras a partir da década de 80 foi analisada por Pacheco e Azevedo do Jardim Botânico (Santos, 1985); e as mudanças drásticas a que se viu
(1982) para o caso de Natal, por Erthal (1984) para Niterói, e por Men- sujeito o bairro de São Cristóvão, transformado que foi de "arrabalde
donça et alli (1984) para Goiânia. Seguindo a matriz teórica dos ''dois aristocrático a periferia do centro" (Strohaecker, 1989).
circuitos da economia urbana" (Santos, 1979a), esses autores buscaram Fina'mente há que se reservar um lugar especial para comentar
entender as lógicas de localização que orientam este tipo de atividade, aquele trabalho que foi, sem dúvida alguma, o mais importante dessa
mas, infelizmente, não foram muito além disso, deixando de tirar provei- fase de incorporação da crítica neoliberal à pesquisa geográfica, que in-
to da grande riqueza contida no texto que lhes inspirou. A análise do fluenciou também uma grande parte da produção geográfica comentada
processo de descentralização de atividades terciárias, por sua vez, deu acima: o aitigo de Roberto Lobato Corrêa sobre os "processos espaciais
origem a diversos trabalhos que cobriram um espectro analítico amplo, e a cidade" (Corrêa, 1978b). Esse trabalho, que objetivou reenquadrar
se estendendo desde a análise do processo de descentralizçãao do con- teoricamente os modelos emanados da escola de ecologia humana de
junto de atividades centrais da metrópole paulistana (Cordeiro, 1982) à Chicago, constitui-se não apenas na tentativa mais elaborada de reflexão
caracterização do desenvolvimento comercial de apenas uma via de cir- teórica neoHberal realizada no Brasil sobre o espaço interno das cidades,
culação não central (Corrêa, 1982; Machado, 1984), passando por análi- como representa também o ponto a partir do qual esse autor vai ingres-
ses preliminares das estratégias de descentralização de grandes cadeias sar em uma nova fase de reflexão crítica sobre a as cidades brasileiras,
de lojas comerciais (Kossmann & Ribeiro, 1982, 1983-1984, 1984) e de que será comentada adiante.
grandes organizações financeiras (Natal, 1982).
A temática da segregação urbana também tem chamado a atenção 75.5.2 Â geografia crítica
dos geógrafos. O'Neill (1983), por exemplo, apontou a presença nas ci-
dades brasileiras atuais de um processo de dupla entrada, no qual inter- Conforme já observado anteriormente, a crise que afetou as ciências
vêm, de um lado, as forças de auto-segregação que orientam as decisões sociais a partir do final da década de 60 levou ao aparecimento de dois
locacionais de uma elite privilegiada e, de outro, as forças impostas de novos referenciais teóricos sobre a cidade. O primeiro se apoiou no que
segregação, que enquadram em limites bastante rígidos as opções que se chamamos de crítica neoliberal, ou seja, uma crítica interna ao
oferecem às classes sociais dominadas. Também atraídos pela temática (neo)positivismo que, embora tenha afetado bastante o curso da pesquisa
da auto-segregação, Abreu (1983) discutiu o processo de crescimento da geográfica nos anos 70 e 80, não rompeu suas ligações com o modo
Zona Leste de Teresina, enquanto Furlanetto et alli (1987) provaram (neo)pcsitivista de pensar. O segundo referencial, ao contrário, caracteri-
que, mesmo no espaço onde, numa escala macro, predominam as forças zou-se exatamente por esse rompimento (ou, pelo menos, pela tentativa
impostas de segregação (no caso, a Baixada Fluminense), o processo de de rompimento). Como resultado, surgiu uma nova forma de se fazer geo-
auto-segregação também está presente, levando as elites locais a residi- grafia, uma forma que não apenas alterou o ternário da produção geográ-
rem cada vez mais em condomínios exclusivos. Pompilio (1982). por sua fica, mas deu-lhe também uma dimensão muito mais ampla e analítica.
256 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 257

Que nova forma foi essa? Uma forma mais crítica, poderíamos di- que, tendo isso em comum, elas sejam semelhantes em conteúdo. Ao
zer, daí a razão por que se passou a chamar essa geografia nova de contrário, dependendo da forma como a categoria espaço é definida, as
"geografia crítica". Mas perguntaríamos então: E a crítica neoliberal, análises positivistas poderão ser bastante distintas uma da outra, como
também não lhe atribuímos essa mesma qualidade crítica? Embora a res- dão prova as diferenças marcantes que separam os estudos da geografia
posta a essa pergunta seja afirmativa, existe uma diferença fundamental tradicional, baseados na noção kantiana de espaço absoluto, dos traba-
no significado que esse adjetivo assume em cada uma dessas formas de lhos da geografia neopositivista, baseados na noção de espaço relativo,
pensar. A crítica neoliberal, por exemplo, opera sempre "dentro do siste- topológico.
ma", isto é, critica a forma mas não o conteúdo. Em outras palavras, ela Ao contrário das geografias de base positivista, a geografia crítica
não contesta nem a ordem estabelecida (ao contrário, toma-a como da- rejeita a autonomia do espaço, isto é, a sua exterioridade em relação à
da), nem aquilo que a escola (crítica) de Frankfurt chama de "teoria tra- sociedade. Para essa corrente de pensamento, o espaço geográfico não
dicional", ou seja, aquele tipo de teoria que se caracteriza pela derivação deve ser concebido como espaço (externo) organizado pelo homem, mas
lógica de seus enunciados, pela objetividade de suas formulações, pela sim como produto desse mesmo homem. Em outras palavras, o espaço é
aistoricidade de sua análise e pela exigência de comprovação empírica. materialidade social; ele não é organizado pela sociedade, como assume
A geografia crítica, por outro lado, tem nas raízes históricas e nas deter- o positivismo, mas produzido por ela através do trabalho. Decorre daí
minações sociais a sua maior fonte de inspiração e de teorização, e na que é o homem, mais especificamente o homem social, o verdadeiro su-
contestação da ordem estabelecida o seu leitmoíiv. jeito da produção do espaço, razão pela qual é a partir dele que toda a
É importante observar que aquilo que hoje conhecemos como geo- discussão geográfica deve proceder (Carlos, 1987).
grafia crítica é o resultado de um processo de evolução que foi, ao mes-
mo tempo, rápido, tumultuado e construtivo. Rápido porque suas primei- Já que é produto da sociedade, o espaço geográfico irá refletir, ob-
ras manifestações começaram apenas na segunda metade da década de viamente, tanto a sua estrutura como a sua dinâmica. Em outras palavras,
70; tumultuado porque sua implantação e desenvolvimento ocorreram as- como é da sociedade que o espaço geográfico recebe a sua forma e o
sociados à contestação (política e epistemológica) do status quo profis- seu conteúdo, a sua compreensão total só será possível se estiver
sional, isto é, de um establishment geográfico longamente estabelecido; acoplada à compreensão da sociedade. Esta, por sua vez, não é imutável.
construtivo, finalmente, porque é através da geografia crítica que a pro- Daí, toda compreensão que obtenhamos do espaço será sempre (e neces-
dução de conhecimento sobre a cidade (e sobre outras dimensões do es- sariamente) historicamente determinada, isto é, estará sempre relacionada
paço geográfico) vem hoje se realizando de forma mais sólida, embora ao grau de desenvolvimento a que chegaram, nessa sociedade, as forças
já seja bastante clara a necessidade de efetuar correções de rumo no seu produtivas, as relações de produção e a cultura. Definida assim essa re-
processo atual de desenvolvimento. lação fundamental, é importante ressaltar finalmente que ela não incor-
A preocupação maior da chamada geografia crítica é a de tornar a pora qualquer teor determinista, isto é, não designa qualquer relação li-
geografia menos descritiva e mais analítica, um objetivo que, como já near de causa e efeito. Assim, se o homem produz o espaço através do
vimos, também caracteriza a geografia neopositivista. A similaridade en- trabalho sociai, o espaço é também condição de existência do próprio
tretanto termina por aí, já que tanto o plano teórico que sustenta cada homem, fechando-se, desta forma, o ciclo das múltiplas e interatuantes
análise, como o método que lhe é correspondente, são fundamentalmente determinações.
distintos. Resta dizer que, sendo o processo de produção do espaço um pro-
As geografias positivistas (sejam elas neo ou não) partem do pres- cesso que é ao mesmo tempo histórico e social, ele não apenas está sem-
suposto de que o espaço é algo exterior à sociedade, isto é, assumem pre em movimento, como expressa, a cada passo de sua trajetória, as de-
que espaço e prática social são independentes entre, si. Assim definida a terminações sociais presentes naquele momento. Em outras palavras, es-
relação fundamenta! da geografia, o corolário que lhe é complementar tão nele incorporados, a cada momento, as relações de classe então vi-
define então essa disciplina como aquela que analisa os diferentes modos gentes na sociedade, os conflitos de interesses e de objetivos daqueles
através dos quais a sociedade organiza e se relaciona cem esse espaço que a constituem e os diversos valores que estruturam a sua cultura. En-
que lhe é exterior. É a partir dessas premissas básicas que todas as tender a produção do espaço exige, pois, o entendimento prévio de cada
teorizações geográficas positivistas se estruturam, o que não quer dizer momento de desenvolvimento da sociedade, e é por essa razão que assu-
258 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 259

mem importância fundamental, na geografia crítica, as categorias Modo aparecimento das mais variadas propostas teórico-políticas, numa de-
de Produção e Formação Social (Santos,. 1977). É por essa. razão tam- monstração clara da complexidade que caracterizou essa fase inicial de
bém que só será possível entender a cidade capitalista - e, em especial a implantação da geografia crítica no país.
cidade brasileira - se tivermos um mínimo de entendimento de como se E não poderia ser de outra forma. Como afirmava Moraes, em
estrutura hoje (ou de como se estruturou no passado) esse modo de pro- 1980, a geografia crítica constituía-se, naquele momento, numa verdadei-
dução no Brasil. É esta, enfim, de forma bastante resumida, a proposta ra "frente ética", isto é, a sua unidade não se manifestava no plano teóri-
fundamental da geografia urbana crítica. co, mas na "perspectiva de oposição a uma realidade social e espacial
É comum associar-se a introdução da geografia crítica no Brasil contraditória e injusta, fazendo do conhecimento geográfico uma arma
aos debates que tiveram lugar no 3- Encontro Nacional de Geógrafos, de combate à situação existente. Conseqiientemente, abrigavam-se aí as
realizado em Fortaleza em 1978. Não há como negar que foi nesse mais variadas tendências, "desde o niilismo radical que vive apenas da
fórum da AGB que a proposta de uma "geografia nova", pregada por destruição da velha geografia até a postura humanista da geografia de
Milton Santos (Santos, 1978a) e por outros geógrafos, revelou-se clara- denúncia [...] desde perspectivas liberais até marxista"42. A sua unidade
mente vitoriosa. Entretanto, é necessário observar, no que diz respeito manifestava-se, enfim, num posicionamento político tornado público e no
aos debates urbanos, que o encontro de Fortaleza constituiu-se apenas no combate ao papel ideológico da ciência neopositivista que, através de
desaguadouro (torrencial) de um processo de renovação crítica que já sua ilusão objetivista e de sua eficácia tecnocrática, legitimava a ordem
havia se iniciado dois anos antes em Belo Horizonte. Com efeito, foi no estabelecida.
encontro anterior, mais especificamente durante a realização do simpósio
Do final da década de 70 até o momento atual, muita coisa aconte-
Organização Interna das Cidades, que os primeiros questionamentos sé-
ceu na geografia crítica brasileira. De proposta teórica que era, veiculada
rios foram endereçados ao neopositivismo então reinante na geografia
brasileira, no bojo de um processo de contestação teórica e política do por alguns poucos geógrafos - que se uniam, ademais, numa frente polí-
status quo que já se iniciava, e que também já chegara (ainda que timi- tica coesa -, esse movimento de renovação crítica logo passou a apre-
sentar contradições internas insuperáveis (como só ia acontecer com as
damente) às publicações especializadas (AGB-secção São Paulo, 1976a e
"frentes") e acabou por se transformar numa série de "geografias críti-
1976b; Silva, 1976a). cas". A uni-las, temos, hoje, a rejeição do modo (neo)positivista de pen-
Os debates travados em Belo Horizonte não foram publicados, tal-
vez porque a crítica ao neopositivismo associou-se, como era de se espe- sar e o compromisso explícito com a transformação da sociedade; sepa-
rar, a uma crítica maior, ainda sujeita à censura, que tinha como alvo o rando-as, temos uma grande diversidade de propostas teóricas e, princi-
Regime Militar então em vigor. Foi um início tímido, mas que haveria palmente, de atuação política. Conseqiientemente, temos também uma
de produzir frutos rapidamente, desembocando no grande fórum de deba- geografia mais diversificada, mais polémica, e por isso mesmo mais rica.
tes que representou a Sessão Dirigida sobre "A Geografia Urbana no
Brasil: Uma Avaliação", realizada deis anos depois em Fortaleza, sob a 13.5.2.1 A produção geográfica crítica
coordenação de Roberto Lobato Corrêa (AGB, 1978).
Se os debates urbanos tiveram importância nessa fase inicial de im-
plantação da geografia crítica no Brasil, há que se reconhecer entretanto A produção geográfica crítica sobre a cidade é hoje bastante exten-
que, logo após Fortaleza, eles entraram numa fase de recesso, conse- sa e variada. Ela é também uma produção que prima pela qualidade
quência imediata da prioridade que se passou a dar à reflexão teórica Pode-se dizer mesmo, sem medo de errar, que é a partir dessa perspecti-
mais ampla, de caráter teórico-epistemológico, necessária para a afirma- va analítica que a pesquisa urbana tem avançado mais na geografia bra-
ção da nova proposta que surgia. sileira, o que demonstra claramente os enormes progressos (especialmen-
A produção resultante desse esforço teórico foi bastante expressiva, te teóricos) realizados pelos geógrafos nós últimos dez anos. Para se
mas não será discutida aqui posto que extrapola os objetivos deste traba- avaliar o que tem sido essa produção, é necessário, entretanto, que a si-
lho41. É importante ressaltar, entretanto, que ela foi complementada pelo
42. A C. R. Moraes, "A Geografia Tradicional c Sua Renovação", em Anai? do 4- Encontro Nacional
de Geógrafos, Rio de Janeiro, AGB, 1980, p. 316.
41. Um resumo dessa produção pode ser encontrado em Silva (1983-1984).
260 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO
O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 261

tuemos tanto no contexto interno da disciplina (fato que, aliás, já vimos forma de publicação43. É importante ressaltar, entretanto, que sua Ques-
fazendo), como também nc campo maior da pesquisa urbana nas ciências tão Urbana, se não levou a nenhuma ruptura revolucionária a partir da
sociais. E, ao perseguirmos este últimos objetivo, não há como deixar de cidade (pelo menos nos termos por ele descritos), modificou sensivel-
fazer referência ao papel desempenhado, na pesquisa urbana em geral, mente o curso da pesquisa urbana contemporânea. Chegou-se mesmo a
por Manuel Castells. dizer que esse trabalho foi um verdadeiro divisor de águas, isto é, que
A Questão Urbana, de Castells (1972), foi certamente a obra que haveria um período pré e outro pós-Castells (Lowe, 1986).
mais influenciou o pensamento crítico sobre a cidade nos anos 70 e iní- No caso específico do Brasil, a difusão da obra de Castells deu-se
cio dos 80. Partindo de uma crítica radical às teorias da ecologia huma- num momento muito especial, potencializando, por conseguinte, o seu
na — que representavam, àquela época, aquilo que de mais teórico havia poder persuasivo. Com efeito, ao coincidir com a fase de esgotamento
sobre a cidade nas ciências sociais -, Castells propôs toda uma nova do Regime Militar (a chamada fase de "abertura", que viu surgir [ou re-
forma de se pensar o urbano, uma forma que, segundo ele, libertava o nascer] nas cidades os mais variados movimentos reivindicatórios), a
pensamento do conteúdo ideológico e legitimador do s tatus quo presen- Questão Urbana acabou se transformando em obra de apoio fundamental
te nos modelos ecológicos. Para ele, a cidade precisava ser pensada a para todos aqueles que' pretendiam estudar a cidade brasileira, já que aí
partir de sua inserção num referencial teórico maior, já discutido por passavam a ter lugar muitos dos movimentos sociais que Castells discuti-
Lefebvre, mas que também contava agora com a interpretação estrutura- ra em sua obra. E esses movimentos eram de vários matizes, e "pipoca-
lista desenvolvida por Aithusser. E dentro desse referencial, o lugar teó- vam" em todo lugar, especialmente nas periferias metropolitanas. Eram
rico que caberia à cidade era, segundo Castells, o de viabilizador da re- movimentos que reivindicavam água, luz, condução, escolas, saneamen-
volução ! to, acesso à moradia etc. Eram movimentos que lutavam também pelo
Com efeito, para o Castells da Questão Urbana, a contradição bá- estabelecimento de uma nova forma de relação entre aqueles que habita-
sica do capitalismo — aquela que contrapõe o trabalho ao capital - não vam a cidade e o Estado, que exigiam um maior grau de participação
era mais, no final do século XX, uma contradição ativa, isto é, era insu- popular no processo de tomada de decisões. Emm, enfim, movimentos
ficiente para dar origem a uma ruptura revolucionária. Por essa razão, tal que ultrapassavam o caráter reivindicatório, pois acabavam por exigir um
ruptura só poderia vir a ocorrer se a contradição básica (sempre presen- direito que havia sido negado por longo tempo à maior parte da popula-
te) fosse alimentada por outras contradições. O acúmulo de contradições, ção brasileira: o direito à cidadania.
dizia ele, criaria uma verdadeira "unidade de ruptura". A produção intelectual resultante dessa tentativa de compreender o
E era nas cidades que, segundo Castells, essa unidade de ruptura que se passava então nas cidades brasileiras foi grande (ver, por exem-
poderia se concretizar mais facilmente, já que aí as contradições originá- plo, Moisés e Martinez-Alier, 1978; Maricato, 1979; Valladares, 1980;
rias da produção (bastante localizadas nas áreas urbanas) eram reforça- Singer e Brant, 1981; Santos, 1981; Moisés, 1982; Gohn, 1982; Boschi,
das por aquelas que diziam respeito ao consumo, principalmente ao con- 1983; Valladares, 1983). Dela pouco participaram, entretanto, os geó-
sumo coletivo. Para ele, era a partir dos movimentos que surgiam na es- grafos críticos. Conforme já discutido antes, esses profissionais estavam,
fera do consumo coletivo (os chamados Movimentos Sociais Urbanos) a essa época, muito mais envolvidos com questões internas à geografia
que o potencial revolucionário da cidade se efetivava. Havia então que e concentravam seus esforços na arena teórico-metodológica mais am-
se proceder a um monitoramento constante do nível de tensão existente pla. Havia, afina!, que estabelecer bases sólidas para a geografia nova
na cidade, não apenas na área da produção como também (e principal- que propunham. O tempo era, pois, de "arrumação da casa" e de muito
mente) na do consumo, e aguardar o momento exato da ebulição estudo.
concomitante de ambas para agir. Entretanto, como essa ebulição conjun-
ta não aconteceria de forina espontânea, era necessário fazer com que
ela viesse a ocorrer, tarefa que caberia ao partido (Comunista, natural- 43. Já em 1975 esse auio, razia as primeiras autocríticas ao seu trabalho (Castells, 1975), que logo se
transformaram em reavaliação e rejeição do pensamento anterior em The City and lhe Grassroots.
mente). Neste livro, o ?utor faz severas críticas aos ideólogos do PCF e às suas "grandes teorias abstraias",
Não é o lugar aqui de se fazer uma avaliação crítica da obra de dentre as quais cita a do capitalismo monopolista de Estado, que ele agora considerava "uma
pseudoteoria intentada peie Partido Comunista Francas para justificar seu isolamento político"
Castells, mesmo porque são vários os Castells que existem hoje sob a (Berkeley e Los Angeles, The University Califórnia Press, 1983, p. 297).
OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO 0 ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 263
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Rapidamente, entretanto, começaram a surgir os frutos desse esfor- cesso, como queriam alguns. Ao contrário, ele era comandado por uma
ço. E vieram com tal rapidez, que inundaram o ternário geográfico com grande lógica, já bastante discutida pelos economistas clássicos e por
os mais diversos tipos de análise sobre as cidades brasileiras. A seguir, Marx: a lógica da renda da terra. Chamando a atenção para os ilusionis-
recuperamos um pouco do que foi esse processo, apresentando, de forma mos criados pelo "modo capitalista de pensar" (Martins, 1978), que se-
seletiva, os principais focos de preocupação desta geografia urbana críti- para forma e conteúdo para depois juntá-los por chavões ideológicos
ca e as suas contribuições mais marcantes. comprometidos com os interesses das classes dominantes (como o do
"caos urbano"), Oliveira conclui então seu trabalho conclamando os ge-
ógrafos a analisar a realidade a partir de uma nova ótica e a assumir um
Início compromisso explícito com a transformação da sociedade, mensagem
que seria renovada pelo mesmo autor em artigo posterior (Oliveira,
O início da.produção geográfica crítica sobre a cidade foi, confor- 1979).
me já citado, bastante tímido. Com o debate interno (tanto teórico como Seguindo também essa forma de pensar, outros geógrafos propuse-
político) se desenvolvendo de forma acirrada, e direcionado mais para ram-se a" desbravar novas fronteiras explicativas do urbano, contribuindo
um questionamento amplo da geografia (o que é, para que serve?, a com suas pesquisas para a afirmação desta geografia urbana crítica no
quem serve?), muito pouco foi efetivamente produzido sobre a cidade país. Ana Fani A. Carlos, por exemplo, debruçou-se sobre um tema teó-
nesses primeiros anos (que podemos situar entre 1978 e 1983). Houve rico e, ao analisar a evolução dos modos de produção pela história, pro-
entretanto alguma produção, e ela refletiu, como era de se esperar, as curou recuperar a relação dialética existente entre espaço e sociedade em
contradições do momento. De um lado, podemos encontrar estudos que cada um deles, apontando ademais para o papel e o significado assumi-
já incorporam uma preocupação teórica bastante grande e que tentam dos pela cidade nas diversas fases de evolução da sociedade de classes,
desbravar novos caminhos na pesquisa geográfica. De outro, encontra- especialmente no modo de produção capitalista (Carlos, 1979). Esta últi-
mos também trabalhos cuja vinculação com o pensamento crítico é ainda ma preocupação também orientou o trabalho de Pereira (1982), que dis-
ténue, quase circunscrita a algumas considerações bastante gerais a res- cutiu como se estabelecia, no modo de produção capitalista, a relação
peito do modo de produção capitalista, de seus mecanismos perversos de entre espaço, sociedade e renda da terra. Já Silva (1982) retomou essa
funcionamento, do processo de apropriação diferenciada do solo urbano discussão numa escala ampliada, situando-a dentro do marco conceituai
pelas diversas classes sociais etc. Apesar de seu pouco aprofundamento oferecido pela teoria do capitalismo monopolista de Estado.
teórico, estes trabalhos já são bem representativos do grande esforço que
vinha sendo realizado pelos geógrafos àquela época para dominar um Milton Santos, por sua vez, que já havia contribuído com alguns
quadro conceituai antigo, mas que só agora era incorporado pela geogra- trabalhos pioneiros para o estudo crítico do urbano (Santos, 1979a,
fia. Finalmente, há que se referir também aos trabalhos de natureza qua- 1979b, 1979c), viu a cidade (e principalmente a metrópole) como um
se panfletária, cheios daquelas "saídas simplistas" e do "citacionismo grande instrumento de criação de mais-valia relativa, já que as infra-es-
descontextualizado" que eram objeto da crítica de Moraes (1980) e que truturas técnicas e físicas aí presentes facilitam a produção das empresas,
não merecem maiores menções aqui. Comentaremos, pois, apenas os diminuem-lhes os custos e aumentam-lhes, por conseguinte, os lucros. A
dois primeiros tipos de contribuição. partir dessas considerações, o autor abordou então o caso peculiar do
Rio de Janeiro, uma cidade que compensava a saída de indústrias do seu
Coube a~um grupo de geógrafos, em sua maioria ligados à USP, o território (e a desvalorização do capital produtivo em muitos dos seus
pioneirismo da introdução do pensamento crítico no estudo geográfico ramos industriais), transformando-se ela mesma, enquanto mercadoria,
das cidades. Dentre esses merece destaque o nome de Ariovaldo em fator de valorização dos capitais nela empregados pelo setor imobili-
Umbelino de Oliveira, que, com seu estudo sobre a lógica da especula- ário, contando para isso corn a colaboração efetiva do Estado (Santos,
ção imobiliária (Oliveira, 1978), inaugura esta nova forma de pensar o 1982).
espaço urbano. Nesse trabalho, que trata da questão da moradia na
Grande São Paulo, o autor partiu da forma visível (no caso, o cresci- Outros autores preferiram entretanto a abordagem empírica e pre-
mento acelerado dos loteamentos periféricos e das favelas na metrópole tenderam, com suas pesquisas, analisar as diversas transformações que
paulistana), para demonstrar que não havia nada do "caótico" nesse pro- afetaram o espaço interno das cidades brasileiras a partir da década de
264 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 265

50, vinculando-as ademais às mudanças ocorridas na estrutura produtiva plesmente às migrações ou à crise da habitação. Ao contrário, a partir de
e na organização social do país nesse mesmo período. Desse esforço re- um estudo minucioso, que acompanhou a trajetória de diversos migrantes
sultaram trabalhos também verdadeiramente pioneiros, que merecem ser desde seus locais de origem até à favela ou loteamento de periferia em
destacados aqui. que estavam então residindo, elas puderam recuperar todo um processo
de transformação de relações de produção e de trabalho ocorrido no
Odete Seabra, por exemplo, relacionou a grande transformação
Brasil pós-1950, processo esse que estava por trás do ato de migrar, e
ocorrida na morfologia urbana da cidade de Santos no pós-guerra - com
chamaram atenção, ademais, para a verdadeira luta travada por esses in-
a criação da "muralha que cerca o mar" - às mudanças ocorridas no
divíduos para se inserir no mercado de trabalho paulistano e para apro-
comportamento das empresas de construção civil (especialmente as pau- priar-se de um pequeno pedaço de chão.
listanas), que rapidamente captaram o verdadeiro significado das trans-
formações estruturais que afetavam a economia brasileira e incorpora- A produção contemporânea (1983-1989)
ram-no às suas lógicas de acumulação. Em outras palavras, a mudança
dos padrões morfológicos santistas acabou sendo relacionada teorica- Os trabalhos mencionados acima têm o mérito de serem pioneiros.
mente não apenas à ação de processos que aluavam em escalas superio- Eles inauguraram uma trilha por onde passaram, depois, diversos outros
res de análise, como também a características singulares da cidade em geógrafos, que puderam, então, transformá-la em caminho sólido e per-
questão, que lhe conferiam uma planta de potencialidades de apropriação manente. Por esse caminho circulam hoje as mais diversas tendências
de renda do solo toda peculiar (Seabra, 1979). Em trabalho posterior, a críticas, e dele têm saído alguns trabalhos brilhantes. A seguir apresenta-
mesma autora ampliou essa discussão teórica, apontando para o papel mos as grandes linhas de investigação que caracterizam, na geografia
fundamental que o Estado e o capital imobiliário passaram a ter nas brasileira atual, a pesquisa crítica sobre a cidade. Como veremos, a ri-
grandes cidades, papel que o transformava nos principais agentes de pro- queza e diversidade das análises são bastante grandes. Todas têm em co-
dução do espaço urbano no país (Seabra, 1982). Essa discussão seria re- mum o pressuposto de que cidade (ou espaço urbano) e prática social
tomada um pouco mais tarde por Corrêa (1983-1984), em texto bastante são interdependentes. Todas têm em comum, também, um compromisso
didático. com a transformação da sociedade que se estuda.
O processo de instalação do complexo industrial da Fiat em Betim
(MG) permitiu, por sua vez, que Maria Lúcia Estrada penetrasse na seara O direito à cidade
das relações Estado versus capital monopolista, revelando quão vultosas
e complexas são as transferências de recursos do primeiro para o segun- Uma das grandes características da geografia crítica atual tem sido
do (Rodrigues, 1980). O mesmo objetivo norteou o trabalho de Scarlatto a ênfase dada à análise de como a classe trabalhadora participa do pro-
(1981), que demonstrou o caráter estratégico da indústria automobilística cesso de construção do espaço urbano. O que está por trás de grande
no desenvolvimento capitalista brasileiro e analisou as relações que se parte dessa produção é a rejeição da ideologia do "caos urbano", que re-
estabelecem entre a expansão desse setor e as transformações do espaço laciona grande parte das carências e "males" urbanos às migrações, à
industrial, socioeconômico e físico da metrópole paulista. falta de planejamento etc. O que se pretende com esta linha de investiga-
ção é demonstrar exatamente o contrário, isto é, que o aparente "caos ur-
Resta falar do "projeto coletivo de pesquisa", realizado a partir de bano" reflefr. uma lógica bastante clara (a da acumulação capitalista) e
1977 por Aríete Moysés Rodrigues, Myrna T. Rego Vianna e Regina que a aparente "desordem" que caracteriza grande parte das formas espa-
Célia Bega dos Santos, que pretendeu estudar o processo de apropriação ciais urbanas e dos processos sociais que se dão na cidade é apenas,
e consumo do espaço urbano a partir da sua vinculação com o processo como diria Carlos Nelson F. dos Santos, uma "ordem que exige uma lei-
migratório (Rodrigues, 1980, 1981 e 1982; Vianna, 1980 e 1982; Santos, tura mais atenta" (Santos, 1987). E essa ordem seria a ordem do possível
1980 e 1983). Rejeitando as explicações oriundas da teoria da marginali- a cada momento, seria a maneira pela qual aqueles que produzem a cida-
dade e dividindo entre si diversas tarefas, essas geógrafas propuseram-se de se inserem nas suas diversas estruturas de poder (económico, político
a repensar a questão da habitação nas cidades brasileiras, descartando, etc.), para exigir (pela prática ou pela força) o seu direito, também, à ci-
de antemão, as explicações que pretendiam atribuir o "caos urbano" sim- dade.
266 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 267

Focos de concentração residencial das camadas populares foram, "ativismo de bairro", introduziu todo o pensamento autonomista de
não é de se estranhar, então, as favelas, os bairros da periferia e os con- Cornelius Castoriadis numa discussão que, até então, era predominante-
juntos habitacionais populares - os grandes centros de atenção dos auto- mente marxista-estruturalista.
res que se situam nesta linha de pesquisa. Pacheco (1984), por exemplo, A luta pela apropriação da terra urbana pelas camadas mais pobres
estudou o processo de crescimento da periferia metropolitana do Rio de da sociedade também despertou o interesse dos geógrafos críticos, levan-
Janeiro, reconstituindo (a partir do estudo de dois loteamentos) não ape- do-os inclusive a participar, de forma engajada, desse processo. Para-
nas o cotidiano das populações que ali vivem, como também o alto grau guassu et alli (1982) e Conceição (1982) foram os que primeiro chama-
de exploração a que estão sujeitas (tanto no nível das relações de traba- ram a atenção para o significado (teórico e empírico) das invasões orga-
lho como no da capacidade de acesso a meios de consumo coletivo). A nizadas de terrenos, que cada vez mais ocorriam nas cidades brasileiras
mesma temática foi abordada por Costa (1988), que recuperou todo o a partir do início da década de 80. Ronchezel (1985), por sua vez, base-
processo de implantação de um grande conjunto habitacional na periferia ado em notícias de jornais, não apenas demonstrou que esse processo já
de Fortaleza, chamando atenção para as árduas lutas travadas por seus era antigo no Brasil, como recuperou (pela pesquisa direta) a evolução
moradores para a obtenção de direitos urbanos mínimos. de três movimentos dessa natureza ocorridos no Estado de São Paulo.
Dentre esses direitos, aquele que estabelece que todo homem deve Coube entretanto a Aríete Rodrigues a elaboração do estudo mais signi-
ter uma moradia digna é, sem dúvida, o mais importante. E foi pela afir- ficativo desta linha de investigação. Realizando uma pesquisa participan-
mação desse direito que, a partir do início da década de 80, e a reboque te (ou melhor, militante, como ela mesma afirma), essa autora acompa-
do processo de recuperação das liberdades políticas, as cidades brasilei- nhou de perto todo o processo de ocupação coletiva de terra para mora-
ras viram-se repentinamente tomadas pelos mais diversos tipos de movi- dia em Osasco (SP), um processo que, segundo ela, representou muito
mentos organizados, que lutavam não apenas pelo acesso a meios de mais do que uma simples luta por moradia ou por equipamentos urbanos,
consumo coletivo, mas também pelo próprio acesso à terra urbana. já que se constituiu, em última instância, num exercício riquíssimo de
Como visto anteriormente, outros profissionais das ciências sociais já vi- construção da cidadania (Rodrigues, 1988a).
nham se interessando por esta temática desde meados da década de 70.
Os geógrafos chegaram um pouco atrasados (por razões já explicadas), Esta mesma temática da luta pelo direito à cidade deu origem ain-
mas quando chegaram também trouxeram uma contribuição valiosa, ini- da a outros trabalhos, que se diferenciaram dos que acabaram de ser
ciada com uma reflexão preliminar realizada por Corrêa (1982a). mencionados pelo privilégio que deram à análise das relações estabeleci-
Bernardes (1983), por exemplo, debruçou-se sobre o empírico e das entre cada movimento e o Estado. Kaupatez (1986), por exemplo;
analisou o Movimento Amigos de Bairro (MAB) de Nova Iguaçu (RJ), tratou do processo de períferização e chamou a atenção, a partir de estu-
relacionando o seu aparecimento com a agudização de processo de pau- dos de caso selecionados, para a viabilidade da instituição no Brasil de
perização das periferias metropolitanas. A partir da recuperação da his- uma prática de co-gestão (população/Estado) no processo de produção
tória desse movimento, a autora confrontou as estratégias por ele segui- de moradias. Coutinho (1989), por sua vez, a partir da análise do "Proje-
das às características da base territorial que representava, indicando os to Recife", acompanhou e avaliou todas as fases de desenvolvimento
pontos positivos a que se chegou e os impasses que não puderam ser re- dessa política de assentamento de populações de baixa renda, idealizada
solvidos. Mizubuti (1987), por sua vez, acompanhou de perto o movi- inicialmente com apoio do Banco Mundial e depois incorporada à práti-
mento associativo de bairro em Niterói e demonstrou toda a sua diversi- ca de planejamento participativo de um governo municipal de esquerda.
dade de formas c de conteúdos, consequência da heterogeneidade de ba- Nessa mesma linha, Bitoun e Droulers (1987) chamaram a atenção para
ses sociais que estão aí representadas (movimentos de classe média, ue as novas territorialidades urbanas que estão emergindo do processo de
periferia etc.). Silva (1987), por outro lado, analisou o conteúdo das de- descentralização de decisões e de busca de maior participação popular e
mandas desses movimentos (tal qual veiculados na imprensa periódica) e dando origem a toda uma nova geopolítica urbana. Finalmente, Pinheiro
reconstituiu todo o processo de eclosão e desenvolvimento dos movi- (1989) analisou a organização espacial da polícia civil no Grande Recife
mentos reivindicatórios urbanos em Fortaleza. Já Souza (1988) deslocou no período 1977-1986, e chegou à conclusão de que este órgão do apa-
a discussão para o nível exclusivo da reflexão teórica e, a partir de uma relho de Estado é, ao mesmo tempo, um agente repressor/controlador da
análise das limitações e potencialidades do que cie denominou - de sociedade e um órgão assistencialista dos movimentos sociais.
268 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 269

Os agentes da produção do espaço meados da década de 60, fato que alterou profundamente as estruturas
locais. A injeção de recursos externos numa economia urbana relativa-
Um dos temas que mais têm despertado a atenção dos geógrafos mente estagnada até àquela época, e num período de intensa concentra-
nestes últimos anos tem sido o do papel exercido pelos mais diversos ção de rendas, levou as elites locais a darem início a um intenso proces-
agentes no crescimento acelerado de diversas cidades brasileiras nas últi- so de especulação com terras, notadamente em direção às áreas praianas,
mas décadas. Como já vimos antes, essa atração tem sido generalizada, que logo se esterilizaram, tornando-se reserva de valor. Logo após, en-
tendo afetado também a produção neoliberal. A produção crítica se dis- tretanto, o Estado resolveu beneficiar essas áreas com os mais variados
tingue desta última, no entanto, por ser produto de uma reflexão que é, projetos de provisão de infra-estrutura, implantando aí, inclusive, o "Pro-
ao mesmo tempo, mais preocupada com as vinculações teóricas, histori- jeto Cura" (Coroa do Meio), que, embora anunciado como de interesse
camente determinada, e por ter como objetivo final a demonstração da social, resultou, na prática, num desenfreado processo de especulação
vinculação estreita que se estabelece entre o processo de expansão terri- imobiliária e na criação de um bairro destinado aos grupos de rendas
torial e o processo maior de acumulação capitalista. mais altas.
Nessa vinculação, os estudos até agora realizados têm destacado Seguindo essa mesma linha de análise, outros autores estudaram o
amplamente o papel exercido pelo Estado, que se transformou ultima- processo de expansão territorial recente de algumas cidades de porte mé-
mente (seja por ação direta, por ação indireta, ou por simples omissão) dio e apontaram a estreita ligação que se estabelece, nesse processo, en-
num dos principais agentes indutores (senão o principal) do crescimento tre os interesses de diversas unidades do capital (especialmente o imobi-
urbano das cidades brasileiras, especialmente daquelas de porte médio. E liário) e o conteúdo das políticas de provisão de infra-estruturas urbanas.
isso se deve principalmente ao efeito imediato que as políticas públicas Assim, Sposito (1984) analisou o caso de Presidente Prudente (SP); Soa-
têm sobre a planta de valores do solo urbano. Com efeito, por ser mer- res (1988), o de Uberlândia; e Lourenço (1988), o de Rio Claro (SP).
cadoria que gera rendas àqueles que a possuem, e por ser também fixa Um destaque especial merece ser dado a este último trabalho pela origi-
no espaço, a terra urbana é extremamente sensível a qualquer variação nalidade de sua análise. Para testar a hipótese de que os interesses dos
que ocorra no seu entorno. Isso porque a renda que ela aufere a seu pro- proprietários de terra e os interesses dos políticos eram, em grande par-
prietário é diferencial, isto é, varia em função dos mais diversos fatores, te, um só, a autora analisou o processo de expansão territorial em Rio
como, por exemplo, a presença eu ausência de bens urbanísticos os mais Claro no período 1948-1982, levantando em arquivo os nomes de todos
diversos. É por essa razão que os proprietários de terra irão tentar, pelos os proprietários de terrenos situados na periferia da cidade e de todos
mais variados meios, influenciar a tomada de decisões do Estado a seu aqueles que se envolveram em transações imobiliárias nessa área no
favor, atraindo para as áreas onde possuem terras as políticas que au- mesmo período. A seguir, cruzou as informações obtidas com os nomes
mentem a sua capacidade de apropriação da renda territorial c afastando de todos aqueles que participaram do aparelho de Estado (Executivo e
delas qualquer decisão que possa resultar numa diminuição dessa capaci- Legislativo) no período estudado, dando destaque, ainda, aos políticos
dade. que elaboraram projetos de extensão de infra-estrutura urbana aos
Tentando demonstrar empiricamente como se estabelecem as loteamentos periféricos. Provou, finalmente, a existência do que ela cha-
vinculações acima referidas, Vilarinho Neto (1983) estudou o impacto do mou de "político-proprietário", isto é, o proprietário de terra urbana que,
"Projeto Cura-Cuiabá" na estruturação interna daquela cidade e demons- por exercer o poder político ou por ter grande influência sobre ele, tem
trou que os investimentos realizados acabaram por gerar efeitos perver- capacidade de direcionar investimentos públicos para as áreas em que
sos: beneficiaram apenas um setor da periferia urbana (exatamente aque- possui propriedades, internalizando benefícios que são pagos por toda a
le que já havia sido apropriado pela "classe dominante"); levaram a uma coletividade.
febril atividade de especulação com terras que passaram então por inten- Finalmente, há que se falar daqueles trabalhos que deslocaram o
so processo de valorização; e acabaram, finalmente, por expulsar grande foco da atenção do Estado e colocaram-no sobre outros participantes do
número dos moradores do local. Machado (1989) também se debruçou jogo urbano. Campello (1983), por exemplo, estudou o impacto cansado
sobre uma questão semelhante e analisou as transformações recentes pela atividade de confecções no crescimento urbano e na estrutura-dinâ-
ocorridas em Aracaju. Segundo ele o processo teve início com a transfe- mica do emprego-desemprego em Santa Cruz do Capibaribe (PE). Seguin-
rência, para a capital de Sergipe, <Ja Regional Nordeste da Petrobrás em do uma abordagem histórico-estrutural, a autora constatou que as peque-
270 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 271

nas unidades de produção familiar que surgiram nessa cidade nos últimos gando à conclusão de que a reforma urbana carioca do início do século
tempos cumprem um papel importante no processo de acumulação. Se- XX, além de atacar obstáculos que a forma urbana antiga antepunha à
gundo ela, essas microempresas constituem um mercado importante para produção e circulação do capital, constituiu-se também em verdadeira
a produção das empresas do Sudeste, principalmente no que diz respeito estratégia de classe, destinada a implantar na cidade a forma espacial tí-
ao refugo da produção dessas últimas. Ao se transformar em importante pica do capitalismo, baseada na separação de usos e de classes sociais.
mercado consumidor dessas sobras de produção, a cidade acaba propor- Essa temática foi retomada em artigo posterior pelo mesmo autor
cionando emprego para a maior parte da população, e este emprego, ao (Abreu, 1987c), que tratou então de recuperar todo o processo de produ-
proporcionar um bem salário, contribui para rebaixar o custo de reprodu- ção dos bairros suburbanos do Rio de Janeiro no século XIX, um proces-
ção da força de trabalho. Araújo (1985), por sua vez, realizou análise se- so que, pelo grau de exploração a que estava sujeita a população que aí
melhante, destacando o importante papel que a atividade de confecção de residia (ou fora obrigada a residir), pouco difere daquele a que hoje es-
redes de dormir vem tendo na organização do espaço em Pedro II (PI), e tão sujeitos os que habitam as periferias metropolitanas. Cardoso (1986),
Barros (1987) deslocou a temática para a análise do comércio ambulante por seu lado, analisou o processo de produção planejada de dois bairros
em Campina Grande, chegando a conclusões parecidas. do Rio de Janeiro pelo capital imobiliário (Copacabana e Grajaú) e indi-
cou como, a partir do final do século XIX, a expansão da malha urbana
A produção/destruição/reprodução dos espaços intra-urbanos contribuiu para o processo de acumulação capitalista na cidade.
Focalizando, por sua vez, a cidade de São Paulo, Martin (1984)
No modo de produção capitalista, o espaço intra-urbano está sujei- abordou a questão da "deterioração urbana" a partir de um estudo sobre
to a uma contínua redefinição de formas e conteúdos, que dá lugar, por o bairro do Brás. Rejeitando a concepção historiográfica tradicional, que
sua vez, a uma também contínua transformação da estrutura interna da insiste em tratar o bairro pelo lado folclórico, o autor parte do pressu-
cidade. O significado desta dinâmica iatra-urbana só pode ser apreendi- posto de que a "deterioração" é produto das contradições capitalistas e,
do, entretanto, se a acoplarmos ao movimento geral da acumulação capi- portanto, não pode estar referida à miséria (como queria Patrick Geddes,
talista. Com efeito, conforme já demonstraram amplamente Folin (1977), que criou o termo), e sim à riqueza e ao processo de acumulação. No in-
Santos (1978b e 1987) e Harvey (1978, 1982 e 1985), dentre outros, a tuito de buscar as "causas da deterioração", Martin resgata então toda a
cidade capitalista se constitui simultaneamente em condição e em meio dinâmica de acumulação do capital em São Paulo, desde finais do século
de valorização do capital. Daí, espaços intra-urbanos que tiveram um pa- XIX até o momento atual, e a associa às transformações de forma e con-
pel importante no processo de acumulação verificado num determinado teúdo verificadas no bairro. Chega à conclusão de que podem ser distin-
período poderem deixar de exercer esse papel no momento seguinte ou guidos dois momentos nesse processo: um de "deterioração espontânea",
poderem mesmo transformar-se em meio de desvalorização do capital, ligado a fatcres nitidamente de mercado (saída das indústrias que busca-
em obstáculo à continua acumulação. Por outro lado, certas áreas que fo- vam terrenos mais amplos à margem de rodovias; saída de população
ram consideradas como "desvalorizadas", isto é, pouco geradoras de ren- longamente estabelecida aí, que buscava um emprego melhor ou a casa
da da terra numa determinada fase do processo de acumulação, podem, própria), e um momento de "deterioração planejada", em que o Estado,
então, logo a seguir, transformar-se em verdadeiras "galinhas dos ovos por meio de seus projetos de renovação urbana, passa a ter um papel
de ouro".. cada vez mais direto nesse processo.
É a partir desses pressupostos teóricos, e atraídos pelas transforma- Scarlatto (1989), por sua vez, também estudou um outro bairro
ções radicais por que têm passado as cidades brasileiras (e em especial "italiano" e descaracterizado de São Paulo (o Bexiga), mas revelou uma
as metrópoles nacionais) nos últimos cem anos, que alguns geógrafos outra característica que as formas deterioradas podem ter: a de, contradi-
têm dedicado especial atenção à recuperação do processo histórico sub- toriamente, serem também fator de valorização do capital. Transformado
jacente a essas mesmas transformações, pretendendo com isso resgatar ultimamente pela mídia no símbolo da "velha São Paulo", n Bexiga vem
toda a complexidade subjacente ao processo de produção contínua do es- sendo vendido como "Bixiga", como uma imagem, como um bairro ita-
paço urbano. Abreu (1986), por exemplo, analisou a questão da habita- liano que, na realidade, já não existe mais, visto que pouco sobrou de
ção popular no Rio de Janeiro do século XIX e a relacionou às inúmeras sua forma e de seu conteúdo anteriores. Mas as formas que sobraram
contradições que o espaço urbano carioca apresentava àquela época, che- têm sofrido arn intenso processo de valorização, e u bairro vem sendo
272 OS CAMINHOS. DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 273

invadido por usos que, apenas no imaginário, têm que ver com o espaço também condição geral desse mesmo processo, razão pela qual poderá
que outrora existiu. Numa cidade sem memória como São Paulo, onde a vir a facilitá-lo ou, então, tornar-se um obstáculo à sua realização.
fúria da acumulação capitalista levou a processos de renovação urbana Indelevelmente ligada ao processo de reprodução do capital, a aná-
brutais, os resquícios de um tempo passado podem também ser objeto de lise do espaço urbano pressupõe então dois momentos distintos de inves-
lucro: basta fingir que as coisas não mudaram. É essa a "ideologia do tigação: o da sua articulação com os processos de produção e de troca.
Bixiga", um "bairro em transe", que Scarlatto tão bem analisa: utilizar a Como é no primeiro processo que a mais-valia é produzida, a maioria
forma para vender um conteúdo que não existe mais. dos pensadores marxistas do urbano tem enfatizado apenas este lado da
Finalmente, há que se dar destaque também ao trabalho desenvolvi- moeda, esquecendo-se de que é na circulação que a mais-valia é realiza-
do por Seabra (1987), que estudou o processo de constituição do merca- da. Tentando resgatar a importância deste último circuito no processo de
do de terras em São Paulo e, em especial, o processo de incorporação produção da cidade, alguns geógrafos vêm tentando estabelecer as cone-
das várzeas do Tietê e do Pinheiros à malha urbana. Baseada em ampla xões necessárias entre ambos, esforço que já tem resultado em contribui-
pesquisa documental, a autora recuperou toda a ação da Light no proces- ções significativas.
so de retificação dos leitos e de saneamento das várzeas desses dois rios Amélia Damiani (1984), por exemplo, estudou p processo de acu-
que cortam a capital paulista, e chegou a conclusões realmente instigan- mulação do capital a partir de um estudo que, inicialmente, pretendia
tes. Demonstrando que, por contrato, caberiam à Light todos os terrenos analisar apenas a proliferação de favelas em Cubatão (SP). Conforme a
que fossem obtidos a partir dos trabalhos que ela mesma executava nas autora relata, ao procurar as favelas, ela acabou por encontrar o peão e o
várzeas do Pinheiros, Seabra apresentou indícios suficientes para acredi- que ele significa, hoje, no processo de reprodução ampliada do capital.
tarmos que a estratégia adotada por essa companhia para apropriar-se de E como resultado desse encontro, brindou-nos com uma análise realmen-
todas as rendas diferenciais por ela geradas nas margens do Pinheiros foi te inovadora.
não só eficiente (para a companhia) como trágica (para as populações ri- Cubatão é hoje conhecida por ser um dos maiores pólos petroquí-
beirinhas). Visto que, como rezava o contrato, a área que poderia ser micos do país. Estão aí instaladas diversas indústrias que se caracterizam
apropriada pela Light seria aquela compreendida na "linha da máxima pela alta composição orgânica do capital e por seu papel motriz na eco-
enchente", a autora viu na grande enchente de 1929 uma verdadeira es- nomia brasileira. Poucos sabem, entretanto, que atuam aí também inúme-
tratégia dessa companhia para definir a maior área possível de apropria- ras indústrias de construção pesada e de montagem industrial que, por
ção futura. Segundo ela, a liberação pela Light de um enorme volume de prestarem os mais diversos serviços às primeiras, possibilitam não ape-
água de seus reservatórios situados a montante da capital, muito maior nas a manutenção do capital fixo, como viabilizam a sua expansão e
do que seria necessário para manter a segurança dos mesmos (razão acumulação. E isso se realiza a partir de uma extensa divisão do traba-
alegada peia empresa), permitiu que a linha demarcatória fosse bastante lho que se estabelece entre ambos os tipos de indústria e que permite
ampliada, garantindo, assim, uma base de apropriação também ampliada. que muitas obras de construção e de montagem de maquinaria, inicial-
mente feitas pelas próprias indústrias pesadas, possam agora ser contra-
Espaço e reprodução do capital tadas às empreiteiras. Estas, por sua vez, valem-se da subempreitagem
para flexibilizar ainda mais a produção de seus serviços, resultando daí
Sem dúvida alguma a mais teórica de todas as vertentes da produ- uma matriz de divisão do trabalho extremamente complexa. Nessa ma-
ção crítica Contemporânea, esta linha de investigação pretende demons- triz, conforme demonstrou Damiani, o peão constitui o elo mais fraco.
trar que o capita! é uma das categorias determinantes (senão a principal) Como o ritmo de expansão da grande indústria é descontínuo, sujeito aos
da análise da cidade. O engate teórico que se estabelece é que o espaço períodos de expansão e recessão da economia, qualquer alteração na de-
urbano, por ser um produto social e histórico, só pode ser compreendido manda por serviços da grande indústria afeta, por efeito-cascata, toda a
a partir de sua articulação com as determinações mais gerais que regem matriz industrial de Cubatão. Nos períodos de expansão, a prática da su-
o modo de produção capitalista na fase atual, isto é, a partir de sua arti- bempreitagem se reforça, e o peão circula constantemente de uma em-
culação com os processos de produção e de reprodução (ampliada) do presa a outra. Como geralmente dorme no emprego, ele tem pouca opor-
capital monopolista. Essa articulação, entretanto, não é linear, isto 6, em- tunidade de travar contato com a cidade. Ao contrário, nos períodos de
bora seja produto do processo produtivo, o espaço urbano constitui-se recessão esse contato se torna maior, já que é aí - e nas favelas - que o
O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 275
274 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO

eles surgem como uma exigência da acumulação, quando empreendedo-


peão se refugia, na esperança de ser novamente chamado para o traba-
res imobiliários e capitalistas do comércio, com o apoio do Estado, ini-
lho, transformando Cubatão num verdadeiro "mercado de peões". ciam uma nova estratégia locacional, uma estratégia mais -condizente
Ana Fani A. Carlos (1987), por sua vez, analisou o papel da indús-
com a própria transformação do capitalismo no país, que teve, na
tria na transformação do espaço urbano de Cotia (periferia metropolitana
dinamização do papel multiplicador de investimentos na área de bens de
da capital paulista). Seu trabalho, entretanto, não objetivou estudar
produção e na construção civil, os seus pilares de sustentação.
Cotia, isto é, não pretendeu estudar esse município enquanto palco de lo-
calização de indústrias. Ao contrário, o que se pretendeu foi, a partir da Cidade e acumulação do capital no campo
análise do lugar, recuperar a totalidade, representada neste caso pela me-
trópole paulista, que, como sede da acumulação capitalista, assume for-
As transformações que vêm ocorrendo no campo brasileiro nas últi-
malmente um papel dinâmico de comando e direciona todo o processo mas décadas têm também atraído a atenção dos geógrafos urbanos, já
de reprodução do capital e de (re)produção do espaço urbano. O espaço que seus efeitos cada vez mais se materializam nas cidades. Lencioni
urbano de Cotia só pode ser entendido, pois, enquanto processo de re- (1985), por exemplo, discutiu como o processo de mudança de relações
produção da metrópole paulista. E nesse processo, conforme demonstrou
de trabalho no campo teve impactos generalizados sobre as cidades do
a autora, tornou-se cada vez mais imperiosa a necessidade de diminuição Estado de São Paulo, afetando inclusive as cidades pequenas e de econo-
dos custos da circulação de mercadorias, razão pela qual o Estado em- mia estagnada, que viram crescer à sua volta um cinturão de pobreza. A
preendeu uma série de investimentos no setor de transportes, tornando
redefinição da cidade como espaço de reprodução da força de trabalho
acessível agora ao capital industrial (que buscava lucros maiores), ao do campo também foi abordada por Silva (1986), que analisou o caso de
proletariado (que buscava moradia mais barata), e à classe média-alta Ribeirão (PE); por Aquino (1988), que viu o caso de Garanhuns (PE); e
(que buscava o bucolismo de "viver no campo") a extensa faixa periféri-
por Rodrigues (1989), quanto a Bacabal. Barbosa (1982), por sua vez,
ca na qual se inclui Cotia. Consequentemente, reproduzem-se aí, hoje, após acompanhar o histórico de vida de diversos trabalhadores ligados à
muitas das contradições que caracterizam o conjunto da metrópole, numa cultura fumageira em Arapiraca (AL), demonstrou ser intenso o grau de
clara confirmação de que o todo está em todas as partes e de que estas mobilidade do trabalho nesta atividade, que tem uma fase rural propria-
refletem o todo. mente dita e outra urbana. Finalmente, Silva (1987) deslocou a análise
A relação da atividade comercial com o processo de reprodução
para o campo da cultura e demonstrou como os migrantes que foram ex-
ampliada do capital também foi abordada pelos geógrafos. Pintaudi pulsos do campo reproduzem na cidade, e em especial nas periferias ur-
(1982) analisou a transformação do comércio varejista de géneros ali-
banas onde passam a residir, toda uma série de práticas culturais trazidas
mentícios na Grande São Paulo, dando destaque ao aparecimento do su-
de seus locais de origem, como, por exemplo, as Folias de Reis.
permercado como forma característica do processo de concentração e de
centralização do capital comercial ocorrido a partir da década de 60. De-
monstrando que a grande rotação de estoques que lhe é característica 13.6 Cidade e Ambiente
acaba por compensar (e muito) a taxa de lucro menor com que trabalha,
a autora aponta então para a alta taxa de acumulação verificada nesse se- Resta falar, para concluir esta avaliação da produção geográfica
tor do comércio, que acabou por extinguir, ou segregar em áreas locali- sobre as cidades, daqueles trabalhos que enfocaram o urbano a partir da
zadas, as formas de comercialização características do período concor- ótica ambiental. Trata-se de uma produção bastante recente e diferencia-
rencial do capitalismo. Gaela (1989), por sua vez, estudou a difusão de da, muito mais ligada à escola neoliberal do que à geografia crítica (ain-
uma forma mais recente (o shopping center) e indicou que, na atual eta-
da que as discussões teóricas sobre a questão ambiental em geral tenham
pa do capitalismo no Brasil (caracterizado pela concentração do capital
tido aportes significativos desta última), e que tem avançado bastante o
industrial, bancário e, crescentemente, também do capital comercial), o nosso conhecimento sobre o tema da qualidade de vida urbana. Os tra-
papel determinante na dinâmica de acumulação está reservado aos inves-
balhos que vêm sendo desenvolvidos, apesar de sua variedade, podem
timentos, que passam a determinar também a dinâmica do mercado con- ser agrupados em grandes conjuntos, e é a partir deles que iremos recu-
sumidor. Assim, explica ele, não são as exigências do mercado que estão perá-los.
por trás da proliferação de shopping centers no Brasil. Ao contrário,
O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 277
276 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO
sobre áreas de risco na Baixada de Sepetiba (RJ); e por Pinto et alli
O papel exercido pela própria cidade, isto é, pelo ambiente cons- (1988), que discutiram como a dinâmica do uso do solo no Distrito Fe-
truído, na alteração de condições de conforto ambiental tem atraído ulti- deral tem levado a diversas modificações ambientais na capital do país.
mamente a atenção de vários geógrafos. Da contribuição inicial de Bérrios Godoy (1986), finalmente, chamou a atenção para como certos
Monteiro (1976), mais ligada à climatologia, contamos agora com estu- problemas urbanos (como o do destino final do lixo) podem ser facil-
dos que têm enfatizado o importante papel exercido pela vegetação (pe- mente resolvidos, bastando para isso que haja planejamento e vontade
las áreas verdes em geral) na regulação dos microclimas urbanos, como política.
demonstram, por exemplo, os estudos de Troppmair (1976), de Vascon- Para concluir, é preciso falar dos trabalhos que abordaram o ambi-
cellos (1982) e de Carvalho (1982). Merece destaque, entretanto, o tra- ente urbano a partir da ótica da geografia da percepção e do comporta-
balho de Lombardo (1985), que, a partir de uma temática discutida tam- mento. As contribuições aqui são poucas, merecendo destaque o estudo
bém por Pazera Júnior (1976), demonstrou como as grandes metrópoles de Mocellin (1977), que buscou identificar a imagem do Grande Rio a
transformam-se em verdadeiras "ilhas de calor". partir de seu "conteúdo, força e valor"; de Paschoal (1981), que tratou
Abordando a questão pelo lado da poluição, outros geógrafos têm do grau de percepção que a população de um bairro da capital paulista
realizado estudos localizados sobre os mais diversos tipos de agressão tem dos riscos ambientais (no caso, enchentes) a que estão sujeitas; e de
ao meio ambiente urbano, ressaltando-se aqui os trabalhos realizados por Bley (1982) que procurou detectar as coordenadas a partir das quais os
Borges em Natal (1980, 1982, 1986) e o estudo de Troppmair (1977) so- habiíaníe.s de Curitiba percebem a área central da capital do Paraná.
bre a capacidade que certos vegetais têm de indicar a presença de polui-
ção do ar em áreas urbanas.
O problema da degradação ambiental causada pela falta de plane- 75.7 Considerações Finais*4
jamento adequado do uso do solo urbano foi também discutido por di-
versos autores. Albuquerque e Coutinho (1987), por exemplo, a partir do Este trabalho pretendeu recuperar a produção realizada pelos geó-
caso de Aracaju, chamaram a atenção para a necessidade imperiosa de grafos brasileiros sobre o espaço interno das cidades. Ao concluí-lo, não
estabelecimento de uma política ambiental urbana, o mesmo ocorrendo podemos deixar de salientar, logo de início, quão rica e fecunda tem
com Suertegaray e Schàffer (1988), que analisaram a degradação ambi- sido essa produção, que já cobre cinco décadas de esforço intelectual
ental na Grande Porto Alegre. Rocha (1987) e Baumgratz (1988), por permanente e confunde-se com a própria história da geografia no Brasil.
seu lado, discutiram a valiosa contribuição que a geomorfologia pode Essa história foi bastante tumultuada nos últimos vinte anos, perío-
dar ao planejamento urbano, especialmente no que toca à prevenção das do em que a geografia brasileira, depois de uma longa fase de isolamen-
chamadas catástrofes naturais (como as enchentes). Outras contribuições to académico, na qual manteve inalterada a sua vinculação com o positi-
têm alertado, ainda, para a necessidade de se estabelecer sistemas de vismo clássico, abriu-se sucessivamente a novas propostas epistemológi-
monitoramento constante das condições ambientais urbanas, destacando cas (principalmente ao neopositivismo e ao materialismo histórico e dia-
o importante papel reservado à fotointerpretação (Bochicchio, 1982) e lético), trazendo para dentro de si todo o acalorado debate que já afeta-
ao sensoreamento remoto nesse processo (Pitanga e Azevedo, 1980; va, há bastante tempo, as demais ciências sociais.
Fernandes e Pereira, 1986; Kurkdjian, 1987; Foresti, 1987). A abertura da geografia a essas novas influências não foi obra de
Apontando agora para situações concretas, Goldenstein e Carva- acaso ou de uma evolução "natural" da disciplina. Ao contrário, e! a
Ihaes (1984) discutiram a situação dramática de Cubatão, onde o Estado acompanhou de perto o processo político-econômico nacional e interna-
consegue mobilizar enormes recursos de capital, mas nada faz para evi- cional, numa clara demonstração da falácia do pensamento que prega a
tar que tanto as indústrias como os migrantes por ela atraídos para o lo- existência de uma ciência neutra, alheia e distanciada da realidade da-
cal deixem de ocupar "sítios inadequados". Chamadas semelhantes foram queles que a fazem. Refletindo esse processo, a polémica que se instalou
realizadas pôr Miiller (1987), que apontou para o problema da degrada-
ção ambiental causada pelo parcelamento inadequado do solo na região
metropolitana de São Paulo; por Mauro e Sanchez (1986-1987), que es- 44. Algumas ideias que são aqui discutidas foram apresentadas anteriormente em outro trabalho do au-
tudaram o caso específico de um conjunto residencial em Rio Claro tor (Abreu, 1989).
f SP); por Góes (1988), que analisou o impacto ambiental da urbanização
O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO -BRASIL 279
278 OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO
relevância. Só para relembrar, essa crise surgiu quando ficou patente
no seio da comunidade geográfica foi, como era de se esperar, bastante que a geografia neopositivista, apesar dos avanços teóricos que realizou,
grande e está parcialmente refletida numa série de avaliações críticas que não tinha capacidade de dizer qualquer coisa que fosse significativa a
foram realizadas ultimamente sobre a geografia brasileira e sua história respeito das bruscas transformações que ocorriam no mundo àquela épo-
(ver, por exemplo: Andrade, 1977; Monteiro, 1980; Corrêa, 1980b e ca. E isso se deu porque, nos esforços de teorização que realizou, a
1982b; Geiger, 1980; Bernardes, 1982; Silva, 1983-1984; Valverde, geografia dita "quantitativa" privilegiou a tarefa de construção de um
1984; Faissol, 1987; Geiger, 1988). Está refletida também nas páginas arcabouço normativo do mundo que estudava, e não de teorias explicati-
deste estudo, já que é impossível dissociar a produção que os geógrafos vas da realidade. E esse foi o erro fundamental. Sendo normativos, os
fizeram sobre a cidade do movimento maior da disciplina. modelos e teorias desenvolvidos pela geografia neopositivista não ti-
Não é o lugar, aqui, de retomar esta polémica. Ao contrário, o que nham qualquer compromisso com a explicação da realidade, razão pela
se pretende é fazer uma reflexão a partir dela e, com base no material qual, quando a crise chegou, não puderam dar conta daquilo que lhes
que foi comentado neste trabalho (ou que apenas faz parte da bibliogra- era cobrado no nível explicativo, no da compreensão do que realmente
fia apresentada a seguir), indicar alguns pontos problemáticos que podem estava acontecendo no espaço real. Em outras palavras, os modelos
ser notados na geografia urbana que vem sendo feita atualmente no país. normativos não pretendiam explicar a realidade, mas, sim, indicar o
Dentre esses, dois parecem ser os mais sérios e são agora discutidos. quanto o "mundo real" estava distante de uma situação ideal, que, esta
sim, era explicada e teorizada.
O primeiro diz respeito a uma tendência observada de utilização de
O processo ocorrido com a geografia neopositivista serve de ponto
um "referencial teórico" marxista por estudos que são muito mais carac-
de partida para a reflexão que queremos agora lançar ao debate e que
terizados como tradicionais, neoliberais ou mesmo neopositivistas, e que
diz respeito também à relação que se estabelece entre o mundo da teoria
tentam, por esse artifício, adquirir talvez um maior grau de atualidade,
e o "mundo real". O ataque que a geografia crítica fez ao empirismo da
de cientificidade ou mesmo de engajamento político. Não é preciso dizer
geografia tradicional e ao fetichismo espacial da geografia neopositivista
que essa prática é não só condenável, como também que a emenda geral-
centrou-se, basicamente, na oposição entre aparência e essência. Por pri-
mente sai pior do que o soneto, ou seja, que é melhor fazer uma geogra-
vilegiar a análise daquilo que era visível, que se evidenciava na paisa-
fia não marxista bem feita do que um arremedo de geografia crítica. Já é
gem, a geografia tradicional teria ocultado as verdadeiras determinações
hora, ademais, de superarmos a ideia de que as sucessivas "novas geo-
que estão por trás dessa paisagem e que são eminentemente sociais, pre-
grafias" surgem para substituir as "velhas", de que é preciso começar
nhes de conflitos de classe e comandadas pelas relações de produção
tudo de novo a cada instante porque uma nova proposta se impôs. Essa
que se estabelecem entre os homens a cada momento histórico. Por sua
atitude, comum até a pouco tempo, parece ter sido consequência da
vez, ao transformar a paisagem numa rede de fixos e fluxos, a geografia
abertura repentina da geografia brasileira a novas matrizes epistemológi-
neopositivista teria feito o mesmo, só que sob uma aparência de pseudo •
cas, que, por chegarem praticamente ao mesmo tempo, trouxeram tam-
neutralidade e de maior cientificidade.
bém os seus respectivos discursos de afirmação. Ora, a convivência si-
Não discordamos dessas afirmações, ainda que seja preciso reco-
multânea de correntes teóricas diferentes, ou mesmo antagónicas, é uma
nhecer que a ênfase nas determinações sociais descambou, muitas vezes,
característica comum a qualquer campo do conhecimento, e é a partir
para o determinismo economicista. O que gostaríamos de argumentar é
dos embates que se travam entre elas que a ciência avança. E esse avan-
que, nesse esforço de teorização, de busca da "essência", se está perden-
ço se dá por superação do conhecimento anterior, e não. a partir da sua
do muitas vezes o caminho de volta à aparência, negando-se então a ré
negação. lação dialética que se estabelece entre as duas. Assim, o visível, a varia-
Err. segundo lugar, é preciso refletir também sobre os caminhos bilidade das formas, o lugar — dimensões inegavelmente importantes da
que vem trilhando a própria geografia crítica. Não há dúvida de que é a análise geográfica - têm sido em muitos estudos bastante negligenciados
partir dela que o estudo geográfico da cidade tem avançado mais; que é ou então explicados de forma determinista e, portanto, reducionista. Á
a partir dela que a produção teórica tem atingido patamares de qualida- cidade, por exemplo, não raro tem sido vista como mero locus de repro-
de significativos. Parece estar em marcha, entretanto, um processo se- dução da força de trabalho, e sua estrutura interna tem sido explicada
melhante àquele que atingiu a geografia neopositivista no final da déca- apenas pelas teorias da renda da terra. Já os aspectos ligados à cultura
da de 60 no Primeiro Mundo e que acabou dando origem a sua crise de
O ESTUDO GEOGRÁFICO DA CIDADE NO BRASIL 281
OS CAMINHOS DA REFLEXÃO SOBRE A CIDADE E O URBANO
280
Nessa tarefa, finalmente, não se pode ignorar todo o esforço con-
têm sido muitas vezes reduzidos a expressões ideológicas menores, não ceituai e metodológico empreendido pela geografia tradicional e pela
muito dignas de atenção, visto que "determinados e não determinantes". geografia neopositivista no trato da análise da forma, da aparência. Trata-
A consequência imediata desse posicionamento tem sido a produ- se muitas vezes de contribuições significativas, que não podem simples-
ção de estudos que conseguem trabalhar bem o movimento do social no mente ser taxadas de imprestáveis, visto que "comprometidas com a do-
nível das estruturas teóricas e que se apresentam como politicamente en- minação burguesa". Essa postura tem resultado, a nosso ver, em retroces-
gajados, mas que não conseguem resolver de forma satisfatória (isto é, sos significativos no processo de produção do conhecimento geográfico
geograficamente), o rebatimento de tudo isso no espaço, a não ser se- sobre a cidade. De um lado, ela tem levado ao abandono de inúmeras
gundo a forma mais simples: afinal, todo processo social ocorre no espa- temáticas importantes pela geografia crítica, apenas porque foram te-
ço. Os trabalhos que vêm sendo elaborados sobre a temática dos "movi- máticas privilegiadas pelas geografias tradicional e neopositivista. Por
mentos sociais urbanos", por exemplo, ainda estão por resolver, a nosso outro lado, e talvez por isso mesmo, tem resultado também na dificulda-
ver, essa questão. de, já comentada, em articular essência e aparência. É necessário dizer,
Doreen Massey, ao comentar processo semelhante ocorrido na geo- entretanto, que algumas contribuições preliminares (e promissoras) já co-
grafia inglesa, observa que a crítica radical dos anos 70, ao rejeitar a di- meçam a surgir (ver, por exemplo, Corrêa, 1989b).
ferenciação geográfica, a variabilidade das formas, cumpriu um objetivo
que foi ao mesmo tempo intelectual e político. No nível intelectual, essa
postura, segundo ela, foi determinada pela necessidade de contraposição Bibliografia
tanto ao empirismo da geografia tradicional, quanto ao fetichismo espa-
cial da geografia neopositivista. Quanto ao nível político, pretendia-se ABREU, Adilson Avansi de (1969). "As Funções Urbanas da Zona do Mercado Central de São Paulo".
In: Boletim Geográfico, 28(211):63-77.
chamar a atenção para a causa final, comum, da variedade de expressões ABREU, Irlane Gonçalves de (1983). O Crescimento da ZtH.a Leste de Teresina: Um Caso de Segrega-
espaciais. Em outras palavras, padrões espaciais - ainda que diferentes - ção. Rio de Janeiro, UFRJ/IOEO/Programa de Pós-Graduação em Geografia, dissertação (mestra-
estavam intimamente ligados entre si já que eram determinados pelos do), 134 p. [O capítulo IV foi publicado como "Teorias e Teses sobre Segregação Espacial Ur-
bana". In: Espaço e Sociedade (Boletim Carioca de Geografia), OJ4):75-1IO, 1983-1984.]
mesmos processos sociais. Embora válidas, diz Massey, estas críticas fo- ABREU, Maurício de Almeida (1970). "A Geografia e os Problemas Urbanos". Revista de Administra-
ram longe demais, já que a definição do espaço geográfico como um ção Municipal, 702:67-81.
construto social não pode levar à desvalorização da diferença, da varia- (1976). Migralion, Urban Labor Absorplion and Occupational Mobility in Brazil.
Columbus, Ohio, The Ohio State University, tese (doutorado), 224 p. (Parte deste trabalho, com
bilidade das formas, da particularidade, do lugar (Massey, 1985). o titulo "Labor Market Segmentation in Metropolitan Brazil: The Case of São Paulo and Rio de
Não podemos deixar de concordar com essa argumentação. A bus- Janeiro", está em BECKER, Bcrtha K. et alii (orgs.). Brazil: Spatial Organization (A
ca da essência, isto é, das estruturas condicionantes do modo de produ- Contribution to !he 24th International Geographical Congress - Tokyo, 1974). Rio de Janeiro,
UGI, 1980, pp. 311-360.]
ção capitalista, não pode - e não deve — levar a explicações pasteuriza-
(1978a). "Políticas Públicas e Estruture Interna das Cidades: Uma Abordagem Prelimi-
das e generalizantes sobre a paisagem que negam qualquer importância à nar". In: Anais do 3" Encontro Nacional dr Geógrafos (Sessões Dirigidas). Fortaleza, AGB,
variabilidade das formas, à aparência. Isto porque, se esta é explicada, pp. 13-21.
em suas determinações mais amplas pelo movimento das estruturas teóri- (1978b). "O Estágio Atual da Geografia no Brasil: Uma Visão Critica". In: Anais do
3'Encontro Nacional de Geógrafos (Comunicações). Fortaleza, AGB, pp. 365-368.
cas gerais, ela apresenta também um movimento próprio, distinto, que (1980). "Estado e Espaço Urbano: Uma Perspectiva Histórica. In: .Ino/j do 4'Encon-
interage com o movimento dessas estruturas e que não pode ser reduzido tro Nacional de Geógrafos. Rio de Janeiro, AGB, pp. 58-72.
(1981). "Contribuição ao Estudo do Papel do Estado na Evolução cia Estrutura Urba-
a simples expressão fenomênica de processos gerais. na". Revista Brasileira de Geografia, *J(4):577-58S.
Essa revalorização do particular, da paisagem, do lugar, não deve (1982). "O Crescimento das Periferias Urbanas nos Países do Terceiro Mundo: Uma
ser interpretada como uma proposta de volta a paradigmas anteriores, Apresentarão do Tema". In: Conferência Regional Latino-Amerícana, União Geográfica Inter-
como, por exemplo, o da diferenciação de áreas, já que ela deverá estar nacional, 2 (Simpósios e Mesas-redondas). Rio de Janeiro, IBGE, pp. 197-20!. (Transcrito em
SANTOS, Milton & SOUZA, Maria Adélia A. (orgs.). A Construção dt Espaça. São Paulo,
necessariamente acoplada à análise da totalidade maior, da dinâmica do Nobel, 1986, pp. 61-70.1
modo de produção. O que queremos alertar é que já é hora de voltarmos (I982b). "Urban Síructure and the Role of lhe State". In: Conferencia Regional Laii-
a valorizar aquilo que tem sido o cerne da preocupação geográfica de to- no-Americana, União Geográfica Internacional. / (Brazilian Geographical Studies), pp. 91-9S.
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