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PORTO VELHO – RO
2018
GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA
SECRETARIA DO ESTADO DA SAÚDE
CENTRO DE EDUCAÇÃO TÉCNICO PROFISSIONAL NA ÁREA DE SAÚDE
EQUIPE TÉCNICA
ADRIANA PRESTES MENEZES
AMÉLIA CRISTINA SANTOS ALCOFORADO
ANDRÉ FELIPE SOUSA SANTOS
ANTONIO CARLOS DA COSTA PEREIRA
BRUNO ARAUJO DE SOUZA
DANUSI FREITAS DOS ANJOS
DARCY LIMA BARRETO
DEBORA CABALEIRO DE OLIVEIRA
DORISLENE ALVES DE ALMEIDA CANTARELA
EDELSON BORGES CARDOSO
EDNEIA RODRIGUES DO NASCIMENTO
EDNEUSA ANDRADE OLIVEIRA
ERIVAN ARRUDA ROSENDO
FRANCIELDE DOS SANTOS ARAUJO
GABRIELLE APARECIDA PINTO TEIXEIRA
GEYSA MARIA MALAQUIAS N. LEMKE
JOELMA ROSÁRIA DA SILVA
JOSÉ RIBAMAR DUARTE DE SOUZA
MARCELO HENRIQUE MACIEL DE SOUZA
ROSILDA RODRIGUES DA SILVA
RAIMUNDO NONATO ALVES
SANDRA BORGES MORAES
SÔNIA MARIA CASTRO MONTEIRO
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Caros (as) docentes e discentes este material foi pensando a fim de servir de suporte
e roteiro no processo ensino e aprendizagem capacitando-os a lidar de maneira positiva o
desafio de proporcionar o conhecimento e o cuidado no campo da saúde mental.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................8
1. HISTORIA DA SAÚDE MENTAL E REFORMA PSIQUIÁTRICA ............................112
1.1 Contextualizando a loucura ..............................................................................................12
1.2 Antecedentes históricos da reforma psiquiátrica no Brasil ..............................................13
1.3 Princípios da Reforma Psiquiátrica ..................................................................................14
1.4 Fatos históricos .................................................................................................................15
1.5 A Reforma Psiquiátrica no Brasil .....................................................................................16
1.6 A Rede de atenção em saúde mental ................................................................................18
1.7 Ações conjuntas: Saúde Mental e Programa Saúde Da Família .......................................19
1.8 O Centro De Atenção Psicossocial – CAPS ....................................................................19
1.9 Do atendimento a quem pode ser atendido no CAPS......................................................20
1.10 Acolhimento e humanização: perspectiva do atendimento na atenção básica ............211
1.11 Serviço de Residência Terapêutica (Srt) .......................................................................21
2. CONCEITO DE SAÚDE MENTAL E TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS .................25
2.1 Saúde ...............................................................................................................................25
2.2 Saúde Mental ...................................................................................................................25
2.3 Doença Mental .................................................................................................................25
2.4 Psicobiologia: O sistema nervoso central e as funções psíquicas ...................................26
2.5 Funções psíquicas .............................................................................................................26
2.6 Transtornos psiquiátricos..................................................................................................32
2.7 Tipos de transtornos .........................................................................................................33
2.8 Transtornos de humor .......................................................................................................37
2.9 Psicoses.............................................................................................................................43
2.10 Suicídio ...........................................................................................................................45
2.11 Agitação psicomotora .....................................................................................................48
2.12 Sensopercepção ..............................................................................................................51
2.13 Memória .........................................................................................................................53
2.14 Alterações do pensamento ..............................................................................................53
2.15 Delírios ...........................................................................................................................55
3. PSICOPATOLOGIAS NOS DIFERENTES CICLOS VITAIS .........................................57
3.1 Gestação. ...........................................................................................................................57
3.2 Puerpério...........................................................................................................................62
3.3 Transtornos mentais na infância e adolescência ...............................................................64
3.3.1 Transtorno de ansiedade na criança e adolescente ........................................................66
3.3.2 Transtornos alimentares na infância ..............................................................................72
3.3.3 Transtorno do espectro autista .......................................................................................73
3.3.4 Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade .........................................................76
3.4 Transtornos mentais em idosos ........................................................................................82
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4. PSICOFARMACOLOGIA ...............................................................................................888
4.1 Ansiolíticos .....................................................................................................................888
4.2 Antidepressivos ..............................................................................................................890
4.3 Estabilizadores de humor................................................................................................901
4.4 Antipsicóticos .................................................................................................................934
4.5 Drogas Antiparkinsonianas.............................................................................................945
4.6 Impregnação neuroléptica maligna .................................................................................946
5. ÁLCOOL, TABACO E OUTRAS DROGAS NO CAMPO DA SAÚDE MENTAL ...9899
5.1 Álcool .............................................................................................................................990
5.1.1 Saúde mental do alcoolista ......................................................................................11503
5.1.2 Farmacologia do álcool .............................................................................................1176
5.2.Nicotina ......................................................................................................................14216
5.3 Crack ...........................................................................................................................14518
5.4 Cocaína .......................................................................................................................15336
5.5 Maconha .........................................................................................................................143
5.6 Outras drogas de abuso benzodiazepínicos ..................................................................9847
5.7 Políticas públicas ..........................................................................................................9855
6. SEXUALIDADE E SAÚDE MENTAL.........................................................................1645
6.1 Adolescência e sexualidade ..........................................................................................1666
6.2 Características que tornam os usuários de saúde mental mais vulneráveis as DST‟s/AIDS
..........................................................................................................................................16668
6.3 Abordagem integral ao usuário...................................................................................16869
6.4 Prevenção da AIDS em serviço de saúde mental .........................................................1700
7 EQUIPE MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE MENTAL ..........................................1713
7.1 Caracterização das equipes multipliscinares ................................................................1714
7.2 Plano terapêutico ..........................................................................................................1810
7.3 Acolhimento .................................................................................................................1833
7.4 Visita domiciliar .........................................................................................................18684
7.5 Grupos e oficinas terapêuticas ....................................................................................18685
8 REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL .............................................................................19088
8.1 Serviços Residenciais terapêuticos .............................................................................19189
8.2 Centro de convivência: criação e arte ...........................................................................1942
8.3 Oficina de geração de renda ...........................................................................................193
9 ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE MENTAL: Algumas reflexões .....................................196
10 RELAÇÃO DAS EQUIPES DA ATENÇÃO BÁSICA, ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA
FAMÍLIA COM AS EQUIPES DA SAÚDE MENTAL .....................................................201
11 SAÚDE MENTAL DO PROFISSIONAL DE SAÚDE ..................................................204
12 REFLEXÕES ÉTICAS ....................................................................................................207
13 ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO .......................................................213
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mais equitativa dos serviços destinados aos portadores de transtornos mentais, pois não há
saúde sem saúde mental.
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MÓDULO I
HISTORIA DA SAÚDE MENTAL E REFORMA PSIQUIÁTRICA
SAÚDE COMO DIREITO. SAÚDE MENTAL E TRANSTORNOS
PSIQUIÁTRICOS
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desvio segue-se uma punição, tarefa de cunho ético-moral dirigida pelo médico e Tuke,
pastor inglês que propôs um modelo de comunidade religiosa protestante, fundado na moral
da vida familiar, com a infantilização e culpabilização do louco.
Duas correntes do pensamento estudavam a manifestação da loucura: os alienistas
que acreditavam no controle da loucura através da disciplina da vida cotidiana por um meio
terapêutico sistemático. E os organicistas que buscavam as causas físicas da manifestação da
doença através de dissecação de cadáveres. A partir da primeira publicação de Pinel no final
do século XVIII e início do século XIX as instituições que abrigavam “o louco” sofreram
alterações, os asilos passaram a manicômios. Freud instituiu a psicanálise, para ele a
loucura está na subjetividade humana, e conforme Pereira (1984; p 93) “Estar louco e ser
objeto são possibilidades que se encontram para o homem”
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busca por um novo paradigma da loucura/doença mental, foi a substituição dos termos
“doença” e “doente mental” por “sofrimento psíquico” e “pessoas portadoras de sofrimento
psíquico”. Tais alterações, de acordo com a II Conferência Nacional de Saúde Mental,
tratam de construir uma mudança no modo de pensar a pessoa com transtorno em sua
existência/sofrimento, e não a partir de seu diagnóstico (Brasil, 1992).
A III Conferência realizada em 2001 teve ampla participação dos movimentos
sociais, de usuários e familiares e consolida a Reforma psiquiátrica como política oficial do
SUS e propõe a formação de uma rede articulada e comunitária de cuidados para as pessoas
com transtornos mentais.
A saúde mental não tem uma forma exclusiva de acolhimento, de atuação em equipe,
de vínculo, pois esses cuidados se aplicam ao portador de sofrimento mental como a
qualquer outro usuário da Saúde, pois em todos os níveis da assistência, o acolhimento é
primordial. Entretanto a Saúde Mental traz sua contribuição a partir de um aprendizado ao
longo do trabalho desenvolvido. O acolhimento significa muito mais que um revezamento
de escala profissional, é compreender que do outro lado há um cidadão no exercício de seus
direitos, é dar uma resposta ao usuário do serviço. Entretanto isso não significa realizar o
que o outro pede imediatamente, não é resolver tudo ou concordar com tudo, mas avaliar a
demanda e realizar uma “escuta”, não podemos simplesmente dizer “isto não é não é aqui e
ou não é conosco”. Acolhimento não é atribuição exclusiva de uma categoria, mas de todos
profissionais da saúde, é compromisso em avaliar o problema cuidadosamente analisando se
o caso é grave ou pode esperar, se a demanda é para o serviço ou deve ser encaminhado,
exige do profissional de saúde a postura do cuidado.
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sujeito, sua singularidade e história, cultura e vida cotidiana. É um serviço de saúde mental
criado para ser substitutivo às internações em hospitais psiquiátricos.
A Portaria/GM nº 336 - de 19 de fevereiro de 2002, define e estabelece as diretrizes
para o funcionamento dos CAPS, além de categorizá-los conforme a clientela denominando-
os de CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPS i, CAPS ad. As três primeiras modalidades são
definidas por ordem crescente de porte/complexidade e abrangência populacional,
prioritariamente, deverão atender aos pacientes com transtornos mentais graves e
persistentes em sua área territorial. Os CAPS i são destinados ao atendimento psicossocial
para crianças e adolescentes, enquanto os CAPS AD, são designados ao atendimento de
usuários com transtornos decorrentes do uso e dependência de substâncias psicoativas.
Rondônia hoje, conta com a política de saúde mental pautada na reforma psiquiátrica
e na Legislação Federal, seguindo os princípios do HumanizaSUS (conjunto das práticas de
saúde do SUS), que possibilita maior humanização e acolhimento dos serviços de saúde.
Atualmente, Porto Velho conta com dois CAPS II, um CAPS AD e um CAPS i,
sendo a implantação e monitoramento da rede de saúde mental é realizada pela Coordenação
Estadual de Saúde Mental.
Para ser atendido num CAPS pode-se procurar diretamente esse serviço ou ser
encaminhado pelo Programa de Saúde da Família ou por qualquer serviço de saúde. A
pessoa pode ir sozinha ou acompanhada, devendo procurar, preferencialmente, o CAPS que
atende à região onde mora. Quando a pessoa chega deverá ser acolhida e escutada em seu
sofrimento. Esse acolhimento poderá ser de diversas formas, de acordo com a organização
do serviço. O objetivo nesse primeiro contato é compreender a situação, de forma mais
abrangente possível, da pessoa que procura o serviço e iniciar um vínculo terapêutico e de
confiança com os profissionais que lá trabalham. Estabelecer um diagnóstico é importante,
mas não deverá ser o único nem o principal objetivo desse momento de encontro do usuário
1
Cartilha “Saúde Mental no SUS: Os Centros de Atenção Psicossocial”. Disponível em:
http://www.ccs.saude.gov.br/saude_mental/pdf/sm_sus.pdf
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com o serviço. A partir daí irá se construindo, conjuntamente, uma estratégia ou um projeto
terapêutico para cada usuário. Caso essa pessoa não queira ou não possa ser beneficiada com
o trabalho oferecido pelo CAPS, ela deverá ser encaminhada para outro serviço de saúde
mais adequado para sua necessidade. Se uma pessoa está isolada, sem condições de acesso
ao serviço, ela poderá ser atendida por um profissional da equipe do CAPS em casa, de
forma articulada com as equipes de saúde da família do local, quando um familiar ou
vizinho solicitar ao CAPS. Por isso, é importante que o CAPS procurado seja o mais
próximo possível da região de moradia da pessoa.
As pessoas atendidas nos CAPS são aquelas que apresentam intenso sofrimento
psíquico, que lhes impossibilita de viver e realizar seus projetos de vida. São,
preferencialmente, pessoas com transtornos mentais severos e/ou persistentes, ou seja,
pessoas com grave comprometimento psíquico, incluindo os transtornos relacionados às
substâncias psicoativas (álcool e outras drogas) e também crianças e adolescentes com
transtornos mentais. Os usuários dos CAPS podem ter tido uma longa história de internações
psiquiátricas, podem nunca ter sido internados ou podem já ter sido atendidos em outros
serviços de saúde (ambulatório, hospital-dia, consultórios etc.). O importante é que essas
pessoas saibam que podem ser atendidas e saibam o que são e o que fazem os CAPS.
O acolhimento é um arranjo tecnológico que busca garantir acesso aos usuários com
o objetivo de escutar todos os pacientes, resolver os problemas mais simples e/ou referenciá-
los se necessário (SCHIMITH; LIMA, 2004). A acolhida consiste na abertura dos serviços
para a demanda e a responsabilização por todos os problemas de saúde de determinada
região. Como a atenção básica representa porta de entrada à comunidade aos serviços de
2
Artigo de 1) Joélinton dos Santos Aranha (graduado em enfermagem pelo centro Universitário Plínio Leite);
2) Monyque Évelyn dos Santos Silva (acadêmica do 5° período de enfermagem. Escola de enfermagem Aurora
de Afonso Costa/ UFF); e 3) Jorge Luiz Lima da Silva (professor da disciplina saúde coletiva. Escola de
enfermagem Aurora de Afonso Costa/ UFF).
Disponível em: http://www.uff.br/promocaodasaude/acolhim.pdf
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Quando se fala de integral, vale ressaltar o que diz a lei 8080/90, em um de seus
princípios, a integralidade, que é entendida como um conjunto articulado e contínuo das
ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em
todos os níveis de complexidade do sistema (BRASIL, 1990). E daí dizer que o a
integralidade no cuidado deve-se pautar na consideração das peculiaridades do sujeito sem
afetar sua individualidade e integridade (GUALDA; BERGAMASCO, 1990). Desta forma,
agir com base nos princípios do SUS, levando em consideração o processo saúde-doença das
pessoas, sua cultura, uma vez que esta é o guia de como essas pessoas vivem. Geralmente, é
acreditado e valorizado como se comunicam, quais seus hábitos, costumes e gostos. Isso faz
com que o enfermeiro possa atender melhor as necessidades dos usuários de forma integral e
levar em consideração aquilo que o cliente tem de mais humano que é seu componente
social, afetivo e emocional (GUALDA; BERGAMASCO, 1990).
Entende-se por processo saúdedoença, como uma dinâmica social caracterizado pelas
relações dos homens com a natureza (meio ambiente, espaço, território) e com outros
homens (através do trabalho e das relações sociais, culturais e políticas) num determinado
espaço geográfico e num determinado tempo histórico (TANCREDI; BARROS;
FERREIRA, 1998, P.29).
Sendo assim, o profissional de saúde pode ter conhecimento maior sobre este
processo saúde-doença, para que atenda da melhor maneira possível as expectativas dos
usuários, cuidando não somente de um corpo que necessita de ajuda, mais também de sua
subjetividade, que seja apto para acolher de forma humanizada, escutar e dar uma resposta
positiva, capaz de resolver os problemas de saúde da população.
Logo, o acolhimento funciona como uma das bases para a humanização da
assistência nas instituições, a fim de possibilitar resolutividade, vínculo e responsabilização
entre trabalhadores de saúde e usuários, contribuindo na democratização e na melhoria da
qualidade da assistência prestada e se constitui em instrumento potente para a reorganização
da atenção à saúde no PSF (BECK; MINUZI, 2008).
As experiências na área da saúde apontam como estratégia o uso de recursos como a
comunicação, valorização do ser, que é de primordial importância neste contexto e que
também seja realizado educação permanente contínua com estes profissionais, para que seja
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implementado ele use o acolhimento de acordo com o que é preconizado e definido, ou seja,
como recurso que proporcione resolutividade para o cliente.
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2.1 SAÚDE
É uma maneira defeituosa de viver, e seus sintomas são expressos na maneira como a
pessoa se comporta, afetando-lhe cada aspecto e refletindo-se em seus pensamentos,
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sentimentos e ações. A pessoa não consegue mais encontrar soluções satisfatórias para seus
conflitos e seus mecanismos de defesa são utilizados de forma menos sadia. Por exemplo,
quando nos encontramos em uma situação difícil de ser vencida, entramos em ansiedade. Se
for construtiva, superamos a situação e crescemos; se não, não conseguimos superá-la e a
ansiedade gera um comportamento doentio.
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Conceito disponível em https://www.significados.com.br/inteligencia/
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Conceito disponível em: https://www.infoescola.com/linguistica/conceito-de-linguagem/
Acessado em: 08/01/2018
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aliada na luta contra os preconceitos sociais, pois é a partir de seu uso que observamos,
compreendemos e interagimos com o mundo.
Dentro da área de clínica médica, a linguagem em si (como um conjunto de
palavras ou não) diz muito sobre o paciente, caracterizando-o de acordo com a comunicação
que este estabelece, são essas:
5
Definição disponível em: http://psicoativo.com/2015/12/atencao-psicologia-cognitiva-tipos-atencao.html
Acessado em: 08/01/2018
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afeta nossa percepção dos estímulos que nos rodeiam. Em alguns casos, nossa atenção pode
ser focada em uma coisa particular, levando-nos a ignorar outras. A concentração sobre um
alvo primário pode resultar em não perceber um segundo alvo do todo.
Limites da atenção
Várias pesquisas tentam mensurar quantas coisas podemos atender e por quanto
tempo. Pesquisadores descobriram que as principais variáveis que impactam a nossa
capacidade de permanecer na tarefa incluem a forma como estamos interessados no estímulo
e quantas distrações nós experimentamos.
Estudos têm demonstrado que a atenção é limitada em termos de capacidade e
duração.
Seletividade
Sendo a atenção um recurso limitado, temos que ser exigentes sobre o que
decidimos focar. Não só temos de concentrar a nossa atenção sobre um item específico em
nosso ambiente, mas também filtrar um número enorme de outros itens. Temos de ser
seletivos no que estamos a assistir, um processo que muitas vezes ocorre tão rapidamente
que nem percebemos que temos ignorado certos estímulos em favor de outros.
Como é que conseguimos experimentar todas essas sensações e ainda nos
concentrar em apenas um elemento do nosso meio ambiente? Tal feito tem-se se tornado um
desafio nos dias atuais, pois vivemos numa sociedade em que somos bombardeados de
estímulos, deste modo, em algum momento de nossas vidas experienciamos os tipos de
atenção destacados abaixo:
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Texto disponível em: < https://novaescola.org.br/conteudo/264/0-conceito-de-afetividade-de-henri-wallon>
Acessado em: 08/01/2018
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Diagnosticar um transtorno mental não é tarefa das mais fáceis; justamente por essa
razão podemos encontrar várias teorias a respeito dos transtornos mentais. Algumas
direcionadas aos mecanismos psicológicos, outras mais voltadas para os mecanismos
ambientais ou biológicos.
Transtorno é, assim, usado para definir um conjunto de sintomas que geralmente
envolvem sofrimento pessoal e interferência nas funções que o indivíduo necessita exercer
em sua atividade diária.
Uma vez que o indivíduo está num estado agudo de sofrimento psíquico, se faz
necessário uma avaliação psicodiagnóstico mais minuciosa, para que possa ser identificado a
enfermidade e,por conseguinte, possa receber tratamento adequado.
Através de grande esforço coletivo internacional, contribuição de inúmeros centros
colaboradores, a proposta do CID 10 representa uma ajuda poderosa para todos aqueles que
estão com a atenção voltada para os doentes mentais e suas famílias.
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CRISE DE ANSIEDADE
TIPOS
É importante saber que existem diferentes tipos de ansiedades que podem ocorrer de
maneira diferenciada de uma pessoa para outra, alguns tipos são bem comuns e mais fáceis
de serem identificadas, alguns dos tipos mais comuns são:
SÍNDROME DO PÂNICO
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Disponível em: http://fatordiabetes.com/ansiedade/
Acesso em: 08/01/2018
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FOBIA SOCIAL
SINTOMAS
A ansiedade é um tipo de emoção do ser humano, mas quando ocorre de forma
extrema pode ser muito prejudicial à saúde e é possível identificar os sintomas no início de
uma crise para assim poder procurar uma ajuda profissional adequada.
Conseguir identificar sintomas de uma crise e de seus transtornos pode ser muito útil para
tomar cuidados adequados, os sintomas da ansiedade podem ser físicos e também
psicológicos, alguns dos sintomas são:
CAUSAS
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A ansiedade atinge milhares de pessoas, mas é perceptível que algumas pessoas estão
mais propensas a ter a ansiedade descontrolada do que outras e existem causas mais comuns
para esse desenvolvimento, entender essas causas podem ajudar a identificar os primeiros
sinais.
Existem fatores que estão envolvidos no desenvolvimento deste distúrbio
psicológico, conhecer esses fatores ou causas é importante para a prevenção e o tratamento
especifico no início, algumas dessas causas são:
TRATAMENTO
A ansiedade é um transtorno tratável e isso é possível através de um diagnóstico
médico, no qual é identificado o tipo de ansiedade que o paciente sofre. O tratamento
convencional, geralmente, é baseado na administração de medicamentos necessários para o
tipo do distúrbio que o paciente está desenvolvendo, ter alguns cuidados e hábitos saudáveis
pode ajudar a diminuir as crises e o agravamento de seus distúrbios.
Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC): Nesse distúrbio há manifestações de
obsessões ou pensamentos obsessivos e reações compulsivas. Obsessões são pensamentos
ou ideias persistentes que passam pela mente de um indivíduo, apesar de sua irracionalidade
e contra sua vontade. Exemplo: um indivíduo acha que tudo que toca está sujo e
contaminado. Compulsões impulsos indesejados intensos de realizar atos para se livrar da
ansiedade que a ideia obsessiva lhe causa. Exemplo: por achar que tudo que toca está sujo e
contaminado este indivíduo lava as mãos incessantemente a ponto de feri-las.
Esses sintomas duram de 20 a 30 minutos, chegando no máximo a uma hora, são tão
intensos que o indivíduo desenvolve medos irracionais (medo de ter medo) das situações em
que se encontrava no momento da crise, como por exemplo: no cinema, no trânsito, fazendo
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8
Disponível em: < https://amenteemaravilhosa.com.br/agorafobia-sintomas-tratamentos/>
Acesso em: 07/01/2018
9
Disponível em: < http://www.marisapsicologa.com.br/depressao.html>
Acesso em: 07/01/2018
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perder o interesse, a vivacidade e se alguém a forçar a fazer alguma dessas coisas, ele até
vai, vai meio que arrastada, no final até gosta, até percebe que valeu a pena, mas não foi o
suficiente para deixá-la animada a fazer de novo.
Pensamentos da pessoa depressiva: nos quadros típicos de depressão, mesmo sem
ter grandes problemas, os pequenos são percebidos de uma forma mais intensa, e pode-se
sofrer tanto como se fossem eventos significativos.
Ajuda psicológica ou terapia pode fazer diferença na depressão.
SINTOMAS DA DEPRESSÃO:
Alterações do apetite e do sono Perda de energia e interesse
Sentimento de pesar ou fracasso Sensação de que nunca vai melhorar
Dificuldade de tomar decisões Dificuldade de terminar as tarefas
Irritabilidade ou impaciência Sentimento de pena de si mesmo
Achar que não vale a pena viver Pensamentos negativos e de culpa
Chorar à-toa injustificáveis
Dificuldade de concentração Perda do desejo sexual
Leve: dois dos sintomas a seguir, humor deprimido, perda de interesse (anedonia), falta de
energia e etc. O paciente não para suas funções completamente.
Moderado: dois dos sintomas a seguir, humor depressivo, perda de interesse (anedonia),
falta de energia e mais três dos expostos anteriormente. O paciente apresenta dificuldade em
exercer suas funções.
Grave: dois dos sintomas a seguir, humor deprimido, perda de interesse (anedonia), falta de
energia e pelo menos mais quatro dentre os expostos anteriormente, alguns em grande
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Medicação x depressão
Existe uma via de mão dupla quando ingerimos antidepressivos. Tomando o medicamento
antidepressivo pode haver mudanças nos sentimentos, ela pode mudar sua visão negativa e
passar a ter um olhar mais ameno sobre a vida. O interessante é que por conta da
psicoterapia os pensamentos também podem ser alterados, e com isso a química do seu
cérebro também muda. Ou seja, mudar os pensamentos pode possibilitar a mudança na
química interna.
A depressão não deve ser compreendida como um mal dos tempos modernos, é
preciso considerar que ela sempre, o que não existia era conhecimento suficiente para atestá-
la no campo da ciência.
O respeito pelo sofrimento mental é algo bem recente, mas ainda há muito por onde
caminhar. Uma das opções disponíveis poderia ser a psicanalise - psicanalista - para o
tratamento depressão.
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atenção para ver se não seria algum predador. Ele tinha razão de ser assim, pois o desastre
estava ao lado. Nossos ancestrais precisaram dessa visão pessimista para sobreviver, como
por exemplo para criar a agricultura, pois percebeu que contar apenas com o que encontrava
nem sempre dava certo, precisava se proteger da fome e da morte. O homem primitivo
desenvolveu uma visão muito pessimista da vida, porque era necessário.
Comportamento depressivo
O depressivo pode ser passivo, indeciso e muitas vezes com tendências suicidas.
A morte pode ser um pensamento de opção de saída desse sofrimento. Muitas vezes a pessoa
só faz as coisas que são rotineiras, não inovam, não tentam nada diferente, e desiste de
continuar tentando com facilidade.
Pode haver sintomas físicos, que podem ficar mais intensos quanto mais severa
for a depressão. Por exemplo falta de apetite, não tem animo para sexo, não dorme, se sente
esgotado, etc.
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. TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE
10
Disponível em: http://www.marisapsicologa.com.br/transtornos-de-personalidade.html
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decorre da persona palavra latina, que se refere a uma máscara teatral usada por artistas, a
fim de desempenhar papéis diferentes ou disfarçar as suas identidades.
Uma breve definição seria que a personalidade é composta de padrões característicos
de pensamentos, sentimentos e comportamentos que tornam uma pessoa única. Atrelados as
tais características pode-se considerar que, a personalidade surge dentro do indivíduo e
permanece razoavelmente consistente ao longo da sua vida.
"Personalidade refere-se a padrões característicos dos indivíduos quanto ao
pensamento, emoção e comportamento, juntamente com os mecanismos psicológicos”
Um transtorno de personalidade aparece quando esses traços são muito inflexíveis e
mal ajustados, ou seja, prejudicam a adaptação do indivíduo às situações que enfrenta,
causando a ele próprio, ou mais comumente aos que lhe estão próximos, sofrimento e
incomodação. Geralmente esses indivíduos são pouco motivados para tratamento, uma vez
que os traços de caráter pouco geram sofrimento para si mesmos, mas perturbam suas
relações com outras pessoas, fazendo com que amigos e familiares aconselhem o tratamento.
Geralmente aparecem no início da idade adulta e se instalam pela vida toda se não tratados.
As causas destes transtornos geralmente são múltiplas, e geralmente estão associadas
com as vivências infantis e as da adolescência do indivíduo.
O tratamento desses transtornos é bastante difícil e igualmente demorado, pois em se
tratando de mudanças de caráter, o indivíduo terá de ampliar o seu próprio "jeito de ser" para
que o tratamento seja efetivo
2.9 PSICOSES
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2.10 SUICÍDIO
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FRASES DE ALERTA
O contato inicial é muito importante seu objetivo é preencher uma lacuna criada pela
desconfiança, desespero e pela perda da esperança e dar a pessoa a esperança de que as
coisas podem mudar para melhor.
Uma abordagem calma, aberta, de aceitação e de não julgamento é fundamental para
facilitar a comunicação.
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O profissional deve ter tempo para explicar a pessoa a razão do encaminhamento para uma
Unidade de Saúde/CAPS;
Marcar a consulta;
Esclarecer a pessoa de que o encaminhamento não significa que o profissional da saúde está
lavando as mãos em relação ao problema;
Acompanhamento do paciente depois da consulta;
Obter uma contra referência do atendimento;
Manter o contato periódico.
Quando uma pessoa (paciente) está com risco iminente de cometer suicídio, é indicado
que o agente ou profissional de saude mais próximo possam realizar as etapas descritas logo
abaixo:
Tente conseguir permissão do paciente para recrutar quem possa ajudá-lo, em geral alguém
de sua confiança, e depois entrar em contato com essas pessoas.
Mesmo que se a permissão não seja dada, em uma situação de risco importante, localizar
alguém que seria particularmente compreensivo com o paciente. Procurar dentro do
possível, preservar o sigilo do paciente.
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Falar com o paciente explicar que algumas vezes é mais fácil falar com um estranho do que
com uma pessoa amada, para que ele ou ela não se sinta negligenciado ou ferido.
Falar com pessoas de apoio sem acusá-las ou fazê-las sentirem-se culpadas.
Assegurar novamente seu apoio nas ações que serão tomadas.
Ficar atento também às necessidades dos que se propuseram a ajudar.
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Contenção Mecânica
Não deve ser encarada como um procedimento isolado, apenas para "se livrar "
do paciente. Sua maior importância é propiciar segurança à equipe médica e ao próprio
paciente. Além disso, com a contenção é mais fácil obter-se dados da história e estado
mental que permitam uma conduta mais adequada.
Recomendações que auxiliam no procedimento da contenção mecânica:
Durante todo o procedimento, o paciente sempre deve ser esclarecido sobre o que está
sendo feito, o motivo e o caráter não-punitivo (mesmo que esteja psicótico); O médico é
a pessoa mais indicada para informá-lo e pode dizer, por exemplo: "Você está sendo
contido para não causar danos aos outros nem a si próprio".
O ideal é o envolvimento de 5 pessoas, sendo uma que coordena e fala com o paciente;
As faixas de contenção devem ser de material resistente, como o couro;
A posição de decúbito lateral, com a cabeça levemente elevada é a mais indicada;
O paciente deve ser observado, tanto em relação à segurança e conforto da contenção
quanto a outros parâmetros, como sinais vitais e nível de consciência.
É importante lembrar-se da importância dos relatos de acompanhantes e principalmente
familiares na complementação da história colhida com o paciente. Além disso, deve
estar claro a todos o fato de que o paciente violento necessita de um acompanhamento
cuidadoso e que o tratamento adequado não se limita às medidas tomadas na
Emergência
Em grande parte dos casos, a reação do paciente é, ao fim do tratamento, de
gratidão, ao se dar conta de que foi impedido de atos destrutivos.
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Comportamento Agressivo
O comportamento agressivo nunca é normal. Se um ato agressivo ocorreu
isoladamente, se faz necessário examinar o contexto em que ele aconteceu. Em
momentos de tensão, estresse, ameaça à vida, o ser humano pode reagir em resposta ao
risco iminente sentido. Essa resposta reflexa é determinada geneticamente e
desencadeada neurologicamente por uma estrutura nervosa, chamada amigdala
cerebral.
Ao contrário do ato agressivo único, o comportamento agressivo é um conjunto
de ações repetidas no decorrer do tempo e indica um sintoma de algum transtorno
psiquiátrico. Mesmo quando o ato agressivo acontece de forma isolada deve ser
elucidado à luz da avaliação psiquiátrica, porque pode ser um indício de doença mental
encoberta.
É preciso desmistificar que o doente mental é o mais agressivo que a população
em geral. Mesmo que os meios de comunicação mostrem casos de esquizofrênicos que
matam pessoas, esses casos são a exceção, não a regra.
A maioria das situações envolvendo comportamento agressivo ou violento está
em outros domínios classificatórios, como usar da força para obter ganhos materiais,
status, o prazer sádico, vingança ou mesmo afirmação de algum dogmatismo ou
fundamentalismo religioso ou político. Esse domínio engloba pessoas com
características antissociais.
Outro ponto importante de ser destacado quanto ao comportamento agressivo
está dentro do domínio de doença mental tratável, esse comportamento raramente isenta
o infrator da sua responsabilidade criminal, exceção feita às doenças psicóticas que
comprometem o juízo crítico do portador, por incapacitá-lo de enxergar a realidade.
O uso de substâncias é de longe a causa mais frequente de comportamento
agressivo. O comportamento agressivo pode ocorrer transitoriamente em quadros
orgânicos, quando há uma oscilação de consciência, por desequilíbrio metabólico, o que
ocorre em pessoas internadas por diferentes doenças físicas. O nome dado a esse quadro
de flutuação de consciência e rebaixamento do controle dos impulsos é Delirium. Outra
causa de agressividade é a demência que, por haver uma perda das funções cognitivas,
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2.12 SENSOPERCEPÇÃO
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2.13 MEMÓRIA
Hipermnésia
Ocorre Hipermnésia quando lembranças casuais são evocadas com mais
vivacidade e exatidão que normalmente, ou quando se recordam particularidades que
comumente não surgem na consciência
.
Hipomnésia e Amnésia
A Hipomnésia e a Amnésia podem ser consideradas como graus de hipofunção
da memória, ou seja, são diminuições do número de lembranças evocáveis. A
“Amnésia, por sua vez, seria a desaparição completa das representações mnêmicas
correspondentes a um determinado tempo da vida do indivíduo".
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Ideias supervalorizadas
As ideias podem conter uma sobrevalorização ou superestima, caracterizando
assim aquilo que leigamente conhecemos por fanatismo. Com o passar do tempo toda a
personalidade passa a ser absorvida pela Idéia Supervalorizada, a qual passa a exigir que
se coloque à sua disposição todo comportamento do indivíduo. Esta pessoa, por sua vez,
será insuflada até o limite de verdadeiras façanhas ou atitudes heroicas, quando não,
poderá ser protagonista de tragédias monumentais. Encontramos o fanatismo presente
em variadas figuras de nosso mundo cultural, em heróis épicos, em líderes religiosos e
políticos, em personalidades carismáticas (como líderes religiosos, promovedores de
suicídios coletivos).
De modo geral, as ideias superestimadas exercem uma influência danosa sobre
o pensamento, orientando-o de maneira inflexível em determinada direção, podendo ser
consideradas patológicas quando estão em francas oposições ao ambiente e à lógica
comum à todos e adquirem esse caráter francamente patológico quando impulsionam a
conduta do indivíduo também por caminhos contrários à lógica e à razão. A diferença
entre essas ideias e as ideias delirantes é que nas supervalorizadas, faltam as
características principais dos delírios, tais como a certeza subjetiva, a impossibilidade
de influência e de conteúdo e o fato de não serem totalmente estranhas ao eu como
ocorre no delírio.
Ideias obsessivas
A intromissão indesejável de um pensamento no campo da consciência de
maneira insistente e repetitiva, reconhecido pelo indivíduo como um fenômeno
incômodo e absurdo, é denominado de Pensamento Obsessivo. Portanto, para que
seja obsessão é necessário o aspecto involuntário das ideias, bem como, o
reconhecimento de sua conotação ilógica pelo próprio paciente, ou seja, ele deve ter
crítica sobre o aspecto irreal e absurdo desta idéia indesejável.
Ainda que o fenômeno obsessivo seja distinto do fenômeno fóbico, é sempre
bom ter em mente que ambos podem ser faces distintas de uma mesma moeda ou, o que
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2.15 DELÍRIOS
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MÓDULO II
PSICOPATOLOGIAS NOS DIFERENTES CICLOS VITAIS: MATERNO ,
INFANTIL;
PSICOPATOLOGIAS NOS DIFERENTES CICLOS VITAIS: ADOLESCENTE,
ADULTO, IDOSO;
PRINCÍPIOS GERAIS DA PSICOFARMACOLOGIA.
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3.1 GESTAÇÃO
Depressão na gestação
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59
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11
Partes em itálicos retiradas do artigo: “Quando a gestação e a bipolaridade da paciente se tornam
realidade”. Disponível em: http://www.abp.org.br/download/revista_debates_14_web_.pdf
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3.2 PUERPÉRIO
O puerpério pode ser definido como o período que decorre desde o parto até que
os órgãos genitais e o estado geral da mulher voltem às condições anteriores à gestação.
Além das alterações biológicas, a transição para a maternidade é marcada por mudanças
psicológicas e sociais. No puerpério há necessidade de reorganização social e adaptação
a um novo papel, a mulher tem um súbito aumento de responsabilidade por se tornar
referência de uma pessoa indefesa, sofre privação de sono e isolamento social.
Dentre todas as fases da vida da mulher, o pós-parto é o período de maior
vulnerabilidade para o aparecimento de transtornos psiquiátricos.12 Mulheres com
história prévia de transtorno de humor ou que tiveram depressão durante a gestação são
aquelas com o maior risco para os quadros sintomáticos puerperais.
Apesar de não serem reconhecidas como entidades distintas nos sistemas
classificatórios atuais, a disforia puerperal, a depressão pós-parto e a psicose pós-parto
têm sido consideradas transtornos relacionados ao pós-parto.
Disforia Puerperal
12
Disponível em: https://temosquefalarsobreisso.wordpress.com/2015/05/23/transtornos-psiquiatricos-no-
pos-parto/
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Psicose puerperal
13
Diposnível em: https://temosquefalarsobreisso.wordpress.com/2016/09/29/psicose-puerperal-um-grave-
transtorno-mental-do-pos-parto/
62
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antidepressivo e um benzodiazepínico.
5. Usar a dose adequada. É freqüente a dose ser reduzida durante a gestação, na tentativa
de limitar o risco para o feto; no entanto, isto pode aumentar o risco de recaída. Muitas
vezes é necessário aumentar a dose da medicação ao longo da gestação (especialmente
no terceiro trimestre), reduzindo-a aos níveis pré - gravídicos no pós-parto.
6. Não retirar a medicação semanas antes do parto para evitar os sintomas perinatais.
Manter a dose mínima eficaz neste período, orientando o obstetra e o pediatra sobre os
possíveis sintomas perinatais.
7. Monitorar possíveis malformações com ultrassonografia.
8. Planejar a amamentação durante a gestação
9. Utilizar o eletroconvulsoterapia em casos graves, com presença de ideação suicida ou
com sintomas psicóticos.
A literatura científica nos últimos anos tem contribuído para a identificação dos
possíveis fatores associados à ocorrência de transtornos mentais na infância e
adolescencia, os quais podem ser agrupados em: fatores biológicos, relacionados a
anormalidades do sistema nervoso central, causadas por lesões, infecções, desnutrição
ou exposição a toxinas; fatores genéticos, relacionados à história familiar de transtorno
mental; fatores psicossociais, relacionados a disfunções na vida familiar e situações
indutoras de estresse; e fatores ambientais, como problemas na comunidade (violência
urbana) e tipos de abuso (físico, psicológico e sexual). O conhecimento desses
potenciais fatores de risco à saúde mental de crianças e adolescentes traz a possibilidade
de desenvolvimento de programas de intervenção focados em prevenir ou atenuar os
efeitos desses transtornos.14
No Brasil, é recente o reconhecimento pelas instâncias governamentais de que a
saúde mental de crianças é uma questão de saúde pública, tendo em vista que,
historicamente, as ações relacionadas a esta temática foram delegadas aos setores
14
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jbpsiq/v63n4/0047-2085-jbpsiq-63-4-0360.pdf
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mesmo quando não estão sendo avaliados, além de preocupação excessiva com eventos
catastróficos e inclui pelo menos um sintoma somático (inquietude, fadiga, tensão
muscular, irritabilidade, dificuldades de atenção, insônia) por pelo menos seis meses.
Crianças e adolescentes com Transtorno de Ansiedade Generalizada estão mais
predispostos do que crianças sem transtornos de ansiedade a relatar dor no peito,
sensações estranhas ou irreais, coração disparado, dor de cabeça ou sensação de dor no
estômago. Apresentam tendência a ser perfeccionistas e inseguros e exigem constante
garantia sobre seu desempenho.
Em crianças e adolescentes com Transtorno de Ansiedade Generalizada, a
ansiedade e a preocupação frequentemente envolvem a qualidade do seu desempenho na
escola ou em eventos esportivos, mesmo quando seu potencial não está sendo avaliado
por outros.
As crianças com transtornos podem ser excessivamente conformistas,
perfeccionistas e inseguras, apresentando uma tendência a refazer tarefas em razão de
excessiva insatisfação com seu desempenho menos que perfeito. Elas demonstram
excessivo zelo na busca por aprovação e exigem constantes garantias sobre seu
desempenho e outras preocupações.
Em adolescentes, envolve história de irritabilidade e ansiedade crônicas. As
crises podem ser desencadeadas por pressões sociais, mudanças na vida e novas
situações ou demandas de desempenho usualmente acadêmicas. Alguns adolescentes
podem chegar a agredir familiares durante a expressão explosiva da ansiedade e
frustração.
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Fobia específica
17
Disponível em: http://cienciasecognicao.org/neuroemdebate/?p=2437
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Tratamento:
18
Disponível em:
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=10&cad=rja&uact=8&ved=0a
hUKEwjF9IG038nYAhWBgJAKHfDqACoQFghqMAk&url=http%3A%2F%2Fcienciasecognicao.org%
2Fneuroemdebate%2F%3Fp%3D2437&usg=AOvVaw3MhspmHC1ho5VEoJDd6hZA
19
Disponível em:
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=10&cad=rja&uact=8&ved=0a
hUKEwjF9IG038nYAhWBgJAKHfDqACoQFghqMAk&url=http%3A%2F%2Fcienciasecognicao.org%
2Fneuroemdebate%2F%3Fp%3D2437&usg=AOvVaw3MhspmHC1ho5VEoJDd6hZA
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lesão cerebral, embora algumas crianças com autismo também tenham essas doenças.
Estes sintomas podem começar em qualquer momento da infância, especialmente antes
dos três anos de vida. Os sintomas variam de intensidade de criança para criança e
podem se apresentar desde traços discretos até severos, e a identificação pode ser
facilitada e dificultada de acordo com a amplitude dos sintomas.
Autismo leve20
20
Disponível em : http://entendendoautismo.com.br/artigo/quais-os-principais-sintomas-do-autismo-leve/
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mas é comum ser uma fala mecânica, pedante e sem emoção, porém com uma
funcionalidade satisfatória para atividades sociais e escolares.
Não olhar nos olhos ou evitar não olhar nos olhos mesmo quando alguém fala com ela,
estando bem próximo;
Risos e gargalhadas inadequadas ou fora de hora, como durante um velório ou uma
cerimônia de casamento ou batizado, por exemplo;
Não gostar de carinho ou afeto e por isso não se deixa abraçar ou beijar;
Dificuldade em relacionar-se com outras crianças e por isso prefere ficar sozinho do que
brincar com elas;
Repetir sempre as mesmas coisas, brincar sempre com os mesmos brinquedos.
2. Dificuldade de comunicação, sendo possível manifestar:
A criança sabe falar, mas prefere não falar nada e mantém-se calada por horas, mesmo
quando fazem perguntas para ela;
A criança refere-se a si mesma com a palavra: você
Repete a pergunta que lhe foi feita várias vezes seguidas sem se importar se está
chateando os outros;
Mantém sempre a mesma expressão no rosto e não entende gestos e expressões faciais
dos outros;
Não atender quando é chamado pelo nome, como se não estivesse ouvindo nada, apesar
de não ser surdo e de não ter nenhum comprometimento auditivo;
21
Disponível em: https://www.tuasaude.com/sintomas-de-autismo/
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Não tem medo de situação perigosas, como atravessar a rua sem olhar para os carros,
chegar muito perto dos animais aparentemente perigosos, como cães de grande porte;
Ter brincadeiras estranhas, dando funções diferentes aos brinquedos que possui;
Brincar com somente uma parte de um brinquedo, como a roda do carrinho, por
exemplo, e ficar constantemente olhando e mexendo nela;
Aparentemente não sente dor e parece que gosta de se machucar ou de machucar os
outros de propósito;
Leva o braço de outra pessoa para pegar o objeto que ela deseja;
Olha sempre na mesma direção como se estivesse parado no tempo;
Fica se balançando para frente e para trás por vários minutos ou horas ou torcer as mãos
ou os dedos constantemente;
Dificuldade a se adaptar a uma nova rotina ficando agitado, podendo se autoagredir ou
agredir os outros;
Ficar passando a mão em objetos ou ter fixação por água;
Ficar extremamente agitado quando está em público ou em ambientes barulhentos.
Sintomas de autismo em adolescentes e adultos
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Tratamento
O tratamento do autismo varia de uma criança para outra porque nem todos são
afetados da mesma forma. De forma geral é necessário recorrer a diversos profissionais
de saúde como médico, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, psicólogo e psicopedagogo,
sendo muito importante o apoio familiar para que os exercícios sejam realizados
diariamente, melhorando assim as capacidades da criança.
22
Disponível em: http://tdah.novartis.com.br/o-que-e-tdah/
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Sintomas
23
Disponível em: http://tdah.novartis.com.br/diagnostico-do-tdah/
24
Disponível em: http://tdah.novartis.com.br/sintomas-do-tdah/
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com outras manifestações, seja crônico e que traga prejuízos para o paciente em ao
menos três ambientes de sua vida, entre outras características.
Infância
Adolescência
Na adolescência, em geral, há redução da hiperatividade motora, ou seja,
o adolescente com TDAH têm menos agitação e necessidade de movimentação do que
quando criança. Entretanto, alguns sintomas do transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade permanecem, como a dificuldade de organização e planejamento; a
dificuldade de manter a atenção na leitura; e a dificuldade de controlar os impulsos.
Outro grave prejuízo nesta fase da vida pode ser em relação à autoestima, que fica
bastante abalada.
Por conta da impulsividade excessiva, não é raro que adolescentes com TDAH (que não
estão sendo adequadamente tratados) se envolvam em situações potencialmente
perigosas. Isto inclui desde brigas, direção perigosa e esportes de risco, até o aumento
da possibilidade do consumo e abuso de álcool e outras drogas.
Vida adulta
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procrastinação;
aproveitamento insatisfatório do tempo;
desorganização com compromissos;
dificuldade na execução de tarefas;
sensação de inquietude;
dificuldade de priorização;
impulsividade, tanto no trabalho quanto das relações interpessoais;
prejuízo na autoestima;
brigas constantes com superiores no trabalho;
alta frequência na mudança de empregos;
acidentes de carro;
gestação não planejada;
abuso/dependência de drogas.
Adultos com TDAH podem naturalmente aprender a controlar seus sintomas ou
compensá-los de diferentes formas, como programando um tempo maior para executar
determinadas tarefas, utilizando agendas para se lembrar dos compromissos, etc.
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Tratamento de TDAH25
Hoje, apesar de não haver cura para o TDAH, existe uma infinidade de
abordagens terapêuticas que permitem que as pessoas com o transtorno de déficit de
atenção e hiperatividade desenvolvam diferentes habilidades, vivam com qualidade,
sejam socialmente inseridos e alcancem grandes objetivos.
O tratamento do TDAH é abrangente e individualizado. Cada criança,
adolescente ou adulto com o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade pode
responder ao tratamento proposto de forma diferente e, por isso, é tão importante que
haja acompanhamento médico, psicológico, educacional e familiar bastante próximo.
A abordagem mais utilizada para o tratamento do TDAH é a abordagem
combinada (multimodal), que consiste no uso de medicamentos associado a recursos
complementares para melhorar a resposta final do paciente. Isso pode incluir a
utilização de intervenções psicoterápicas, fonoaudiológicas, psicopedagógicas,
mudanças no estilo de vida, além do uso de recursos tecnológicos e ajustes no ambiente
onde o paciente está inserido.
25
Disponível em: http://tdah.novartis.com.br/tratamento-do-tdah/
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Demência
Demência tipo Alzheimer
Demência vascular
Esquizofrenia
Transtornos depressivos
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Demência
Demência é um comprometimento cognitivo geralmente progressivo e
irreversível. As funções mentais anteriormente adquiridas são gradualmente perdidas.
Com o aumento da idade a demência torna-se mais frequente. Acomete 5 a 15% das
pessoas com mais de 65 anos e aumenta para 20% nas pessoas com mais de 80 anos.
Os fatores de risco conhecidos para a demência são: idade avançada, história de
demência na família e ocorre com maior incidência no sexo feminino.
Os sintomas incluem alterações na memória, na linguagem, na capacidade de
orientar-se. Há perturbações comportamentais como agitação, inquietação, andar a
esmo, raiva, violência, gritos, desinibição sexual e social, impulsividade, alterações do
sono, pensamento ilógico e alucinações.
As causas de demência incluem lesões e tumores cerebrais, síndrome da
imunodeficiência adquirida (AIDS), álcool, medicamentos, infecções, doenças
pulmonares crônicas e doenças inflamatórias. Na maioria das vezes as demências são
causadas por doenças degenerativas primárias do sistema nervoso central (SNC) e por
doença vascular. Cerca de 10 a 15% dos pacientes com sintomas de demência
apresentam condições tratáveis como doenças sistêmicas (doenças cardíacas, renais,
endócrinas), deficiências vitamínicas, uso de medicamentos e outras doenças
psiquiátricas (depressão).
As demências são classificadas em vários tipos de acordo com o quadro clínico,
entretanto as mais comuns são demência tipo Alzheimer e demência vascular.
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Demência vascular
É o segundo tipo mais comum de demência. Apresenta as mesmas características
da demência tipo Alzheimer, mas ela se desenvolve com um início abrupto e um curso
gradualmente deteriorante. Pode ser prevenida através da redução de fatores de risco:
como hipertensão, diabete, tabagismo e arritmias. O diagnóstico pode ser confirmado
por técnicas de imagem cerebral e fluxo sanguíneo cerebral.
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Transtornos depressivos
A idade avançada não é um fator de risco para o desenvolvimento de depressão,
mas ser viúvo ou viúva, ter experiências de luto e ter uma doença crônica estão
associados com vulnerabilidade aos transtornos depressivos. A depressão que inicia
nessa faixa etária é caracterizada por vários episódios repetidos.
Os sintomas incluem redução da energia e concentração, problemas com o sono,
diminuição do apetite, perda de peso e queixas somáticas (como dores pelo corpo). Um
aspecto importante no quadro de pessoas idosas é a ênfase aumentada sobre as queixas
somáticas.
Pode haver dificuldades de memória em idosos deprimidos que é chamado de
síndrome demencial da depressão que pode ser confundida com a verdadeira demência.
Além disso, a depressão pode estar associada com uma doença física e com uso de
medicamentos.
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Transtorno delirante
A idade de início ocorre por volta da meia-idade, entretanto ainda pode ocorrer e
começar na velhice. Os sintomas são alterações do pensamento mais comumente de
natureza persecutória (os pacientes crêem que estão sendo espionados, seguidos,
envenenados ou de algum modo assediados). Podem tornar-se violentos contra seus
supostos perseguidores, trancarem-se em seus aposentos e viverem em reclusão. A
natureza dos pensamentos pode ser em relação ao corpo, como acreditar ter uma doença
fatal (hipocondria).
Ocorre sob estresse físico ou psicológico em indivíduos vulneráveis e pode ser
precipitado pela morte do cônjuge, perda do emprego, aposentadoria, isolamento social,
circunstâncias financeiras adversas, doenças médicas que debilitam ou por cirurgia,
comprometimento visual e surdez.
As alterações do pensamento podem acompanhar outras doenças psiquiátricas
que devem ser descartadas como demência tipo Alzheimer, transtornos por uso de
álcool, esquizofrenia, transtornos depressivos e transtorno bipolar. Além disso, podem
ser secundárias ao uso de medicamentos ou sinais precoces de um tumor cerebral.
Transtornos de ansiedade
Os transtornos de ansiedade começam no início ou no período intermediário da
idade adulta, mas alguns aparecem pela primeira vez após os 60 anos. As
características deste transtorno são as mesmas das descritas em transtornos de ansiedade
em outras faixas etárias.
Em idosos a fragilidade do sistema nervoso autônomo pode explicar o
desenvolvimento de ansiedade após um momento estressor. O transtorno de estresse
pós-traumático frequentemente é mais severo nos idosos que em indivíduos mais jovens
em vista a sua debilidade física.
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Transtornos somatoformes
Os transtornos somatoformes são um grupo de transtornos que incluem sintomas
físicos (dores, náuseas e tonturas) para os quais não pode ser encontrada uma explicação
médica adequada e que são suficientemente sérios para causarem um sofrimento
emocional ou prejuízo significativo à capacidade do paciente para funcionar em papéis
sociais e ocupacionais. Nesses transtornos, os fatores psicológicos são grandes
contribuidores para o início, a severidade e a duração dos sintomas.
A hipocondria é comum em pacientes com mais de 60 anos, embora o seja mais
frequente entre 40 e 50 anos. Exames físicos repetidos são úteis para garantirem aos
pacientes que eles não têm uma doença fatal, pois causam insatisfação aos mesmos ao
não encontrar motivos físicos para sua queixa. A queixa é real, a dor é verdadeira e
percebida como tal pelo paciente. Ao tratamento, deve-se dar um enfoque psicológico
ou farmacológico.
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4. PSICOFARMACOLOGIA
4.1 ANSIOLÍTICOS
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Orientação ao Paciente/Família
Não deve dirigir, nem operar máquinas perigosas. Podem ocorrer sonolência e tonturas;
Não deve parar de tomar a droga abruptamente, pois isso pode provocar graves sintomas
de abstinência, tais como: depressão, insônia, ansiedade, câimbras abdominais e
musculares, tremores, vômitos, sudorese, convulsões, estados confusionais;
Não se deve consumir outros depressores do SNC (incluindo o álcool);
Deve se levantar lentamente de uma posição sentada ou deitada para evitar uma baixa
súbita da pressão arterial;
Deve relatar imediatamente ao médico sintomas de garganta inflamada, febre, contusões
frequentes, inquietação motora;
Deve levar consigo em todas as ocasiões um cartão ou cópias das receitas médicas.
4.2 ANTIDEPRESSIVOS
26
É um transtorno do humor que consiste nos mesmos problemas cognitivos e físicos presentes na
depressão, porém com sintomas menos severos, no entanto mais duradouros.
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Orientação ao Paciente/Família
Deve continuar a tomar a medicação ainda que os sintomas não tenham sido remitidos;
O efeito terapêutico pode não ser observado por até quatro semanas;
Deve tomar cuidado ao dirigir;
Não deve suspender a droga abruptamente;
Tomar frequentes goles de água, se a boca seca for um problema;
Não deve tomar bebidas alcoólicas.
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Orientações ao Paciente/Familiares
Deve tomar a medicação regularmente, mesmo que esteja bem. A suspensão pode
acarretar o retorno dos sintomas;
Não deve dirigir ou operar máquinas pesadas;
Deve evitar o uso excessivo de bebidas contendo cafeína (café, chá) ou que promovam
um aumento do débito urinário;
Deve avisar ao médico se ocorrerem vômitos ou diarreia, pois esses sintomas podem
acarretar perda de sódio e maior risco de toxicidade;
Há riscos para a gravidez enquanto está em terapia com o lítio;
Em caso de desconforto gastrintestinal, tomar a medicação após as refeições.
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(remissão dos
sintomas pode
levar de 1 a 3
semanas)
Hipersensibilidade;
Crises de
glaucoma; patologias
CLONAZEPA ausências Ação não
hepáticas e renais; gravidez,
M acinéticas e esclarecida.
amamentação.
mioclônicas.
Atenção aos idosos.
Sua absorção é
lenta, variável e
quase
completamente Hipersensibilidade;
realizada no trato gravidez; amamentação.
CARBAMAZE Crises gastrintestinal. É Atenção aos idosos e
PINA psicomotoras. metabolizado no histórico de patologias
fígado e tem hepáticas, renais e
atividade cardíacas.
anticonvulsivante,
antidepressiva e
antineurálgica.
Não se conhece
exatamente o
Hipersensibilidade;
mecanismo de
gravidez; amamentação.
ação do ácido
ÁCIDO Crises de Atenção aos idosos e
valpróico, porém
VALPRÓICO ausência histórico de patologias
acredita-se que
hepáticas, renais e
esteja relacionado
cardíacas.
com um aumento
direto ou
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secundário das
concentrações de
GABA (ácido
gama-
aminobutírico),
um
neurotransmissor,
possivelmente
causado pela
redução de seu
metabolismo ou
sua receptação
nos tecidos
cerebrais.
4.4 ANTIPSICÓTICOS
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Orientações ao Paciente/Família:
Ficar atento aos sintomas de impregnação, relatar ao médico e administrar drogas
antiparkinsonianas, quando prescritas;
Deve ter cuidado ao dirigir ou operar máquinas perigosas, pois podem causar sonolência
e tonturas;
Não se deve suspender a droga abruptamente após um uso prolongado. Fazê-lo pode
produzir sintomas de abstinência, como náuseas vômitos, gastrite, cefaleia, taquicardia,
insônia e tremores;
Ao passar algum tempo ao ar livre, usar filtro solar e roupas protetoras. A pele fica mais
susceptível a queimaduras;
Relatar imediatamente ao médico, a ocorrência de qualquer um dos sintomas seguintes:
garganta inflamada, febre, mal-estar, sangramento, equimoses frequentes, náuseas,
vômitos persistentes, cefaleia intensa, taquicardia, espasmos musculares, tremores, urina
de cor escura, fezes claras, pele ou olhos amarelados, erupção cutânea ou convulsões;
Deve se levantar lentamente de uma posição sentada ou deitada, para evitar baixa súbita
da pressão arterial.
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Módulo III
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O que é droga?
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5.1 ÁLCOOL27
27
Disponível em: http://www.cisa.org.br/artigo/234/historia-alcool.php
99
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A Embriaguez de Noé
Em uma das mais belas passagens do Antigo Testamento da Bíblia (Gênesis
9.21) Noé, após o dilúvio, plantou vinha e fez o vinho. Fez uso da bebida a ponto de se
embriagar. Reza a bíblia que Noé gritou, tirou a roupa e desmaiou. Momentos depois
seu filho Cam o encontrou "tendo à mostra as suas vergonhas". Foi o primeiro relato
que se tem conhecimento de um caso de embriaguez. Michelangelo, famoso pintor
renascentista (1475-1564), se inspirou nesse episódio pintar um belíssimo afresco, com
esse nome, no teto da Capela Sistina, no Vaticano. Nota-se, assim, que não apenas o uso
de álcool, mas também a sua embriaguez, são aspectos que acompanham a humanidade
desde seus primórdios.
Egito Antigo
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Idade Média
A comercialização do vinho e da cerveja cresce durante este período, assim
como sua regulamentação. A intoxicação alcoólica (bebedeira) deixa de ser apenas
condenada pela igreja e passa a ser considerada um pecado por esta instituição.
Idade Moderna
Durante e Renascença passa a haver a fiscalização dos cabarés e tabernas, sendo
estipulados horários de funcionamento destes locais. Os cabarés e tabernas eram
considerados locais onde as pessoas podiam se manifestar livremente e o uso de álcool
participa dos debates políticos que mais tarde vão desencadear na Revolução Francesa.
Idade Contemporânea
O fim do século 18 e o início da Revolução Industrial é acompanhado de
mudanças demográficas e de comportamentos sociais na Europa. É durante este período
que o uso excessivo de bebida passa a ser visto por alguns como uma doença ou
desordem. Ainda no início e na metade do século 19 alguns estudiosos passam a tecer
considerações sobre as diferenças entre as bebidas destiladas e as bebidas fermentadas,
em especial o vinho. Neste sentido, Pasteur em 1865, não encontrando germes
maléficos no vinho declara que esta é a mais higiênica das bebidas.
Durante o século 20 países como a França passam a estabelecer a maioridade de
18 anos para o consumo de álcool e em janeiro de 1920 o estado Americano decreta a
Lei Seca que teve duração de quase 12 anos. A Lei Seca proibiu a fabricação, venda,
troca, transporte, importação, exportação, distribuição, posse e consumo de bebida
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alcoólica e foi considerada por muitos um desastre para a saúde pública e economia
americana.
Foi no ano de 1952 com a primeira edição do DSM-I (Diagnostic and Statistical
Manual of Mental Disorders) que o alcoolismo passou a ser tratado como doença.
No ano de 1967, o conceito de doença do alcoolismo foi incorporado pela
Organização Mundial de Saúde à Classificação Internacional das Doenças (CID-8), a
partir da 8ª Conferência Mundial de Saúde. No CID-8, os problemas relacionados ao
uso de álcool foram inseridos dentro de uma categoria mais ampla de transtornos de
personalidade e de neuroses. Esses problemas foram divididos em três categorias:
dependência, episódios de beber excessivo (abuso) e beber excessivo habitual. A
dependência de álcool foi caracteriza pelo uso compulsivo de bebidas alcoólicas e pela
manifestação de sintomas de abstinência após a cessação do uso de álcool.
28
Disponível em:
http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:ySsOQMRkbpcJ:www.cremesp.org.br/pps/eventos/LygiaCREM
ESP.pptx+&cd=12&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
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1. Ter problemas com álcool não significa ser dependente de álcool (dependência x uso
nocivo);
2. Há diferentes graus de dependência de álcool (a dependência não é uma entidade fixa);
3. É necessário o reconhecimento dos fatores ambientais, culturais e de personalidade do
paciente (fatores de risco e proteção);
Identificação de comorbidades.
Elementos-chave da SDA
1. Estreitamento do repertório;
2. Saliência do beber;
3. Aumento da tolerância ao álcool;
4. Síndrome de abstinência;
5. Alívio ou esquiva dos sintomas de abstinência;
6. Consciência subjetiva da compulsão por beber;
7. Reinstalação da síndrome de dependência.
Manejo da SDA
Reposição vitamínica:
Tiamina 100 mg IM por 14 dias em dias alternados
Após:
Tiamina 300 mg 1 cp VO ao dia
Ácido fólico 5 mg 1 cp VO ao dia
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DISSULFIRAM (1940)
Álcool Acetaldeído Acetato
Álcool Desidrogenase
Aldeído Desidrogenase
Inibição da dopamina β-hidroxilase
Contra-indicado para pacientes com comorbidades clínicas
Dose: 500 mg/dia por 1 a 2 semanas, após manutenção com 250mg/dia
Início no mínimo 12hs após último uso de álcool
Tempo de tratamento: 3 meses a 1 ano
Termo de consentimento (interações e meia-vida)
NALTREXONA
Antagonista opióide: ação sobre o craving e sobre a euforia ligada à ingestão de álcool
Dose: em geral, 50 mg/dia
Início 3 a 7 dias após o início da abstinência
Tempo de tratamento: em média, 3 meses
ACAMPROSATO
Em uso para o tratamento do alcoolismo desde 1996
É um análogo gabamimético – mas não interage com o álcool ou com
benzodiazepínicos
Dose: 1332 mg/dia (1 cp VO 3x/dia)
TOPIRAMATO
Inicialmente um anticonvulsivante, em estudo para o tratamento do alcoolismo
(agonista gabaérgico)
Dose: 200 a 400 mg/dia (início com 25mg/dia, com aumento gradativo em 3 a 8
semanas)
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Perspectivas futuras:
Baclofen (estimulante gabaérgico)
Nalmefeno (antagonista opióide)
Ondansetron (antagonista serotoninérgico)
LY686017 (bloqueio de receptores de neuroquinina 1)
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algumas destas alterações podem dar ao clínico razões para aumentar seu nível de
suspeita de que o paciente em questão seja um alcoolista.
O alcoolista médio provavelmente aparecerá no consultório abstinente, bem
vestido, e sem nenhum sinal de álcool. Irá queixar-se de qualquer um de uma série de
problemas clínicos e emocionais, os quais devem ser apropriadamente diagnosticados se
o clínico espera evitar chamados inesperados no meio da noite e falta de resposta a
tratamentos inadequados que nunca deveriam ter sido dados em primeiro lugar (pílulas
para dormir, por exemplo). Assim, o clínico deve ter o máximo interesse em identificar
o alcoolista, de forma a estar certo de oferecer o máximo de cuidados com o mínimo de
riscos.
Marcadores sanguíneos
Os testes de triagem mais eficazes e óbvios envolvem simples marcadores
sanguíneos. Muitos alcoolistas tem uma leve elevação no ácido úrico, ácidos graxos
livres, um volume corpuscular médio (VCM) de aproximadamente de 90 ou 100 micras
cúbicos, e/ou uma elevação na gamaglutamil transferase ou GGT (níveis de 30-50 ou
mais).
O primeiro teste a sofrer alteração provavelmente será a GGT, com as elevações
tendendo a ocorrer muitos antes que outros testes de função hepática mostrem um
aumento em resposta talvez, à indução real desta enzima pelo etanol. Um método
relacionado consiste em avaliar o padrão de 25 testes sanguíneos comumente usados, os
quais de acordo com um relato, podem ser inseridos em uma fórmula matemática para
identificar mais de 85% dos alcoolistas em relação a controles, o que tira vantagem de
observações de aumentos em porcentagem moderada em um número limitado de testes
de laboratório após ter sido estabelecido um valor basal em abstinência. Assim, em
pacientes nos quais os valores basais de GGT, transaminase glutamicooxalecética
(TGO) e fosfatase alcalina foram estabelecidos na abstinência (após um programa de
tratamento do álcool sob internação, seguindo hospitalizações por quaisquer outros
problemas, por exemplo) um aumento de 20% ou mais em um ou dois destes valores
específicos correlaciona-se de modo significativo com o retorno ao alcoolismo intenso,
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Aparelho digestivo
No aparelho digestivo, o álcool está associado com altas taxas de úlcera péptica,
bem como taxas elevadas de inflamação do estômago (gastrite) ou pâncreas
(pancreatite), esteatose, hepatite alcoólica, hepatite crônica ativa e cirrose. Mesmo em
doses baixas, o álcool perturba a função hepática de produção de açúcar
(gliconeogênese), desviando-a para a produção de gorduras.
A maioria dos problemas no fígado pode ser secundária ao uso do álcool pelas
células como “combustível preferencial”, com resultante escassez de nicitinamida
adenina dinucleotídeo (NAD) como receptor de hidrogênio. Os problemas hepáticos
parecem progredir desde a esteatose (provavelmente observada com níveis repetidos de
alcoolemia de 80mg/dl ou mais) à hepatite alcoólica (provavelmente não relacionada
diretamente à esteatose e à subsequente cirrose, que pode iniciar com a deposição
precoce de fibras em torno das veias centrais, ou seja, esclerose hialina central.
Algumas alterações hepáticas adversas podem ser vistas com o consumo de tão
pouco quanto 20 g de álcool por dia em mulheres e 50 mg diárias em homens, embora
doses mais elevadas por períodos de tempo maiores sejam necessárias para a cirrose
verdadeira. O clínico que não se especializou no tratamento de alcoolistas deve lembrar-
se de que apenas cerca de 1 em 5 alcoolistas realmente apresenta-se com cirrose
clinicamente significativa
Alcoolismo e câncer
Através de uma série de mecanismos, os alcoolistas também possuem taxas
significativamente elevadas de cânceres do trato digestivo (especialmente do esôfago e
estômago), cabeça e pescoço e pulmões. Este alto risco pode se relacionar a problemas
de irritação local das vias pulmonares ou digestivas, um decréscimo nos sistemas
imunológicos especialmente destinados a identificar e destruir células cancerosas. Os
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Sistema nervoso
No sistema nervoso, a ingestão crônica de álcool resulta na deterioração dos
nervos periféricos de ambas as mãos e os pés (uma neuropatia periférica vista em 5 a
15% dos alcoolistas) e em síndromes cerebrais orgânicas (SCO) temporárias ou
permanentes, associadas tanto com o efeito direto do álcool quanto com deficiências
vitamínicas específicas, como a síndrome de Wernicke-Korsakoff relacionada à tiamina
(observada em menos de 5% dos alcoolistas). Foi estimado que entre 15 e 30% dos
pacientes de asilos com SCO são alcoolistas cuja organicidade induzida pelo álcool
tornou-se permanente.
Problemas adicionais associados ao SNC incluem uma descoordenação motora
permanente (degeneração cerebelar) de desenvolvimento agudo, a qual é vista em
menos de 1% dos alcoolistas, e outras desordens neurológicas mais dramáticas, porém
mais raras, que podem resultar em morte rápida. Finalmente, níveis aumentados de
ingestão de bebida estão associados com um risco elevado de acidente vascular cerebral
hemorrágico, mesmo quando outros fatores como a pressão sanguínea estão
controlados. Entretanto, como é reconhecido pelo CID – 10, a forma mais prevalente de
confusão relacionada ao álcool é a intoxicação, embora a maioria dos indivíduos
apresente uma melhora da consciência obnubilada em questão de horas, aqueles com
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lesão cerebral preexistente (alguns idosos e aqueles com traumatismo craniano prévio,
por exemplo) podem apresentar confusão durante dias ou semanas. Assim, o álcool
deve ser considerado uma parte do diagnóstico diferencial de todos os estados
confusionais de início rápido.
A associação entre o alcoolismo e o funcionamento intelectual reduzido
permanente é menos clara. A maioria dos alcoolistas que se apresenta para
desintoxicação mostra alguns sinais de disfunção intelectual, sendo que 40 a 70%
podem mostrar o tamanho dos ventrículos cerebrais aumentado (possivelmente
indicando tecido cerebral reduzido). Embora alguns pesquisadores sintam que existe
uma correlação entre os ventrículos cerebrais aumentados e o funcionamento reduzido
nos testes psicológicos, nem todos concordam, sendo provável que a maioria dos
alcoolistas se recupere em ambos os parâmetros após meses de abstinência.
A etiologia destas alterações psicológicas não é conhecida, mas provavelmente
representa a combinação de trauma, deficiências vitamínicas e um efeito neurotóxico
direto do álcool sobre o cérebro.
Sistema cardiovascular
Foi estimado também que ¼ dos alcoolistas desenvolve doenças do coração ou
sistema cardiovascular, uma vez que o álcool, tóxico ao músculo estriado, produz uma
inflamação do coração ou miocardiopatia, anormalidades pré-clínicas do ventrículo
esquerdo, hipertensão e elevação nas gorduras sanguíneas, incluindo o colesterol. Além
do mais, o álcool em doses tão baixas quanto um drinque pode diminuir o débito
cardíaco e a contratilidade em não–alcoolistas com doença cardíaca, podendo reduzir,
ainda, os sinais dolorosos de alerta enquanto aumenta a lesão cardíaca potencial ou
isquemia em pacientes com angina. O alcoolismo também deve ser considerado em
todos os indivíduos que demonstram elevações leves na pressão sanguínea (145/95, por
exemplo), sobremaneira se a pressão parece flutuar com o tempo (mais alta no início da
semana, por exemplo); tão pouco quanto 1g/kg de peso por dia de etanol durante 5 dias
pode resultar em um aumento significativo de pressão, especialmente entre indivíduos
com elevações prévias nesta medida.
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Células sanguíneas
O álcool também reduz a produção de todos os tipos de células sanguíneas, com
resultante anemia de hemácias grandes (uma macrocitose, provavelmente relacionada à
deficiência de ácido fólico) redução na produção e eficiência dos glóbulos brancos
(provavelmente conduzido a uma predisposição aumentada à infecção), e produção
reduzida de fatores de coagulação e plaquetas (provavelmente relacionada à lesão e
sangramento gastrointestinal aumentados). Existe também um decréscimo nos linfócitos
derivados do timo, o que pode estar relacionado às taxas aumentadas de câncer
observadas em alcoolistas. As diminuições em vários aspectos do sistema imune podem
contribuir para uma vulnerabilidade aumentada à tuberculose, infecções virais ou
bacterianas e cânceres.
Massa muscular
A massa muscular corporal também é sensível ao álcool, e a embriaguez pode
resultar em inflamação muscular ou, em alcoolistas crônicos, perda muscular,
primariamente nos ombros e quadris.
Função sexual
A função sexual também é perturbada. Os homens podem desenvolver redução
na produção e motilidade do esperma através dos efeitos diretos do etanol sobre os
testículos; volume ejaculatório, contagem e motilidade espermática diminuídos (todos
os quais tendem a melhorar após três meses de abstinência); produção reduzida de
testosterona e impotência – por mecanismos psicológicos, neuropatia periférica
envolvendo os nervos perineais e/ou a destruição direta dos testículos. As mulheres
podem desenvolver irregularidades menstruais e o álcool pode afetar o desenvolvimento
fetal – síndrome alcoólica fetal (SAF).
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Metabolismo do álcool
O álcool é completamente absorvido pelas paredes ou membranas do trato
digestivo, sobretudo no estômago e na porção proximal do intestino delgado. Somente 5
a 15% são excretados diretamente através dos pulmões, suor e urina, o restante sendo
metabolizado no fígado numa velocidade de aproximadamente um drinque por hora, o
equivalente a 7g de etanol por hora, com 1g correspondendo a 1ml de álcool a 100%.
A rota usual de metabolismo é através da enzima álcool desidrogenase (ADH),
embora algum álcool adicional seja metabolizado no sistema microssomal hepático.
Assim, o principal produto do metabolismo do álcool é o acetaldeído, uma substância
muito tóxica que, felizmente, é rapidamente metabolizada a dióxido de carbono e água
por uma série de mecanismos.
O ADH e a aldeído desidrogenasse (ALDH) são utilizados pelo corpo para uma
série de propósitos, além do metabolismo do etanol. Ambas as enzimas estão sob
controle genético, e o ADH possui oito ou mais isoenzimas em seres humanos, cada
uma com diferentes propriedades metabólicas e com diferentes padrões. A ALDH
possui pelo menos quatro isoenzimas clinicamente significativas em seres humanos, e a
mais ativa fisiologicamente em relação ao acetaldeído, ALDH-I, pode estar ausente em
até 50% dos orientais. Este resultado é responsável pela alta incidência de rubor facial
quando algumas pessoas orientais bebem, o que pode estar relacionado com o menor
nível de alcoolismo nessa população.
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5.2 NICOTINA
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devido a uma série de fatores socioculturais, tais como a pressão grupal, a curiosidade
em relação aos efeitos do fumo, a busca de independência, a rebeldia e uma imagem
cultural associada ao prazer e bem-estar.
A meia-vida da nicotina é de noventa minutos e, consequentemente, os sintomas
de abstinência tenderão a aparecer após cerca de uma hora após o término do cigarro. A
grande maioria fuma mais de doze cigarros, geralmente ao longo do dia e a cada
sessenta ou noventa minutos. Um bom critério para avaliar o nível de dependência da
nicotina é o tempo decorrido para o consumo do primeiro cigarro do dia após o
indivíduo despertar, com a grande maioria dos fumantes acendendo o primeiro cigarro
na primeira hora da vigília.
Craving Inquietação
Irritabilidade Bradicardia
Ansiedade Aumento do apetite
Depressão Perturbação do sono (insônia ou
Dificuldade de concentração sonolência
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Prevenção e tratamento
Divulgar, de forma clara e acessível, os problemas relacionados com o tabagismo é
importante no sentido de criar uma cultura desfavorável ao cigarro, básica para um programa
de saneamento.
Outro fator de utilidade na tentativa de diminuir o consumo de cigarros pela
população é o aumento de impostos (e do preço, consequentemente) sobre esse produto.
O tratamento de sintomas de abstinência, sobretudo quando de intensidade de
moderada a intensa, aumenta de forma sensível (de duas a três vezes) as chances de
abstinência e pode ser feito com reposição e retirada gradual de nicotina (por gomas de
mascar ou emplastros aplicados sobre a pele íntegra).
5.3 CRACK29
29
Disponível em: http://www.justica.gov.br/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/programa-crack-1/
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Como surgiu
O crack surgiu nos Estados Unidos na década de 1980 em bairros pobres de Nova
Iorque, Los Angeles e Miami. O baixo preço da droga e a possibilidade de fabricação caseira
atraíram consumidores que não podiam comprar cocaína refinada, mais cara e, por isso, de
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difícil acesso. Aos jovens atraídos pelo custo da droga juntaram-se usuários de cocaína
injetável, que viram no crack uma opção com efeitos igualmente intensos, porém sem risco
de contaminação pelo vírus da Aids, que se tornou epidemia na época.
No Brasil, a droga chegou no início da década de 1990 e se disseminou inicialmente
em São Paulo. “O consumo do crack se alastrou no País por ser uma droga de custo mais
baixo que o cloridrato de coca, a cocaína refinada (em pó). Para produzir o crack, os
traficantes utilizam menos produtos químicos para fabricação, o que a torna mais barata",
explica Oslain Santana, diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal.
Segundo estudo dos pesquisadores Solange Nappo e Lúcio Garcia de Oliveira,
ambos da Universidade Federal de são Paulo (Unifesp), o primeiro relato do uso do crack
em São Paulo aconteceu em 1989. Dois anos depois, em 1991, houve a primeira apreensão
da droga, que avançou rapidamente: de 204 registros de apreensões em 1993 para 1.906
casos em 1995. Para popularizar o crack e aquecer as vendas, os traficantes esgotavam as
reservas de outras drogas nos pontos de distribuição, disponibilizando apenas as pedras.
Logo, diante da falta de alternativas, os usuários foram obrigados a optar e aderir ao uso.
Hoje, a droga está presente nos principais centros urbanos do País. Os dados mais recentes
sobre o consumo do crack estão sendo coletados e indicarão as principais regiões afetadas,
bem como o perfil do usuário. Segundo, no entanto, pesquisa domiciliar realizada pela
Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas – SENAD, em parceria com o Centro
Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) em 2005, 0,1% da população
brasileira consumia a droga.
Fatores de risco
Curiosidade pela experiência, influência do meio e de questões psicológicas e sociais
são algumas situações que podem levar ao consumo do crack. Droga de efeito rápido e
intenso, o crack leva o usuário rapidamente à dependência e, por isso, é fundamental
prevenir o seu consumo. Veja no infográfico abaixo quais são os principais fatores de risco
para o uso do crack.
Sinais de dependência
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Comportamento
Falta de atenção e concentração são sintomas comuns, que levam o usuário de crack
a deixar de cumprir atividades rotineiras, como frequentar trabalho e escola ou conviver com
a família e amigos. “O dependente apresenta algumas atitudes características, como mentir e
ter dificuldades de estabelecer e manter relações afetivas. Muitas vezes apresenta
comportamentos atípicos e repetitivos, como abrir e fechar portas e janelas ou apagar e
acender luzes”, afirma Laura Fracasso, psicóloga da Instituição Padre Haroldo.
O usuário de crack também pode experimentar alucinações, sensações de
perseguição (paranoia) e episódios de ansiedade que podem culminar em ataques de pânico,
por exemplo. Isolamento e conflitos familiares são comuns. O dependente pode, ainda,
passar a furtar objetos de valor de sua própria casa ou trabalho para comprar e consumir a
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droga. “O humor pode ficar desequilibrado em função do uso ou falta da droga. O usuário
alterna entre estados de apatia e agitação”, diz Fátima Sudbrack.
Verdades e mitos
“Meu filho consome crack e eu penso em denunciar o traficante. Nesse caso, meu filho
será penalizado também”. Verdade ou mito?
Mito. A pessoa que denunciar o traficante tem sua identidade preservada pelas autoridades
policiais, portanto, seu filho usuário não será exposto. Porém, apesar da lei de drogas prever
que o uso de drogas não seja punido com restrição de liberdade, o porte de drogas continua
sendo crime no Brasil.
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Efeitos e consequências
Físicos
Das vias aéreas até o cérebro, a fumaça tóxica do crack causa um impacto devastador
no organismo. As principais consequências físicas do consumo da droga incluem doenças
pulmonares e cardíacas, sintomas digestivos e alterações na produção e captação de
neurotransmissores. Veja no infográfico quais são os efeitos agudos e crônicos do uso da
droga.
Neurológicos e psicológicos
O uso do crack pode prejudicar as habilidades cognitivas (inteligência) envolvidas
especialmente com a função executiva e com a atenção. Este comprometimento altera a
capacidade de solução de problemas, a flexibilidade mental e a velocidade de processamento
de informações.
A literatura científica sobre os efeitos neurológicos e psicológicos do crack
demonstra que a droga pode causar danos às funções mentais, com prejuízos à memória,
atenção e concentração. Segundo o pesquisador Felix Kessler, do Centro de Pesquisa em
Álcool e Drogas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é muito comum
o desenvolvimento e agravamento da impulsividade, o que leva os indivíduos a fazerem
escolhas mais imediatistas, sem avaliar as conseqüências para o futuro. "Em muitos casos,
dependendo da predisposição genética, os indivíduos desenvolvem sintomas psiquiátricos,
psicóticos e ansiosos, como depressão, delírios e ataques de pânico", diz o especialista.
O psiquiatra afirma, ainda, que o uso da droga pode provocar transtorno bipolar,
resultado do mecanismo de rápida e intensa euforia, logo após o uso da droga, que logo é
substituída pela depressão, quando o usuário está em abstinência. “Os danos causados
tendem a persistir por meses e até anos depois que o individuo deixou a droga. Já os
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sintomas psiquiátricos podem desaparecer com mais facilidade, exceto para os indivíduos
que tenham predisposição para esse tipo de doença.”
Relações familiares
O consumo do crack pode causar impactos profundos nas relações sociais e
familiares do usuário. Quando o uso da droga se torna frequente, a pessoa deixa de sentir
prazer em outros aspectos da vida, como o convívio com parentes e amigos. Toda a
dinâmica familiar e social é afetada por esse comportamento, fragilizando os
relacionamentos.
Segundo a psicoterapeuta familiar Eroy Silva, da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp), o uso abusivo do crack está associado ao isolamento, perda ou afastamento do
trabalho, estreitamento do repertório social e problemas familiares como separações
conjugais, deterioração da convivência e isolamento. “O usuário se afasta do círculo familiar
e dos amigos e passa a maior parte do tempo sozinho consumindo a droga ou com pessoas
que também fazem o uso. As relações são caracterizadas mais pelo consumo coletivo da
droga do que por vínculos afetivos”, afirma.
No casal, a relação de cumplicidade e o cuidado com o relacionamento deixam de
existir - a droga passa a ser o centro das atenções. “O usuário de crack não consegue se
organizar, ter ritmo, ser constante. Além disso a depressão e a angústia o impedem de cuidar
de outros e mesmo de estabelecer relações estáveis”, explica a psicóloga Raquel Barros, da
ONG Lua Nova.
“A perda da guarda de filhos é uma consequência comum. A criança precisa de
cuidados especiais, ritmo e relações saudáveis para que possa se desenvolver. O uso
constante de crack é inversamente proporcional aos cuidados necessários que um pai ou uma
mãe devem dar”, reforça. Neste sentido, o resgate das relações de apoio e/ou dos vínculos
familiares é aspecto importante para o tratamento e a reinserção social do usuário.
O uso do crack tende a fragilizar todas as pessoas que fazem parte da vida do
dependente e sentimentos como desespero, angústia e medo acabam por permear as relações
familiares. “Diante da droga, muitas famílias acabam se escondendo e se culpando, pois têm
de enfrentar mais problemas do que aqueles que já estão habituados a encarar. É um
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movimento que gera mais fragilidade e impotência e reforça ainda mais o espaço da droga
na vida das pessoas”, acredita.
Ela ressalta, entretanto, que essas situações são muitas vezes causa e consequência
do uso da droga. “Em relações frágeis, o uso do crack acaba potencializando a fragilidade e
acentuando ainda mais as dificuldades que já existiam”, diz.
No áudio e no vídeo a seguir, um ex-usuário de crack fala sobre os impactos da droga em
seu comportamento e como conseguiu se recuperar.
Vida social
O comprometimento da concentração e da memória em função do consumo do crack,
a agressividade, muitas vezes associada ao uso da droga, assim como a fissura e a sensação
de incapacidade física do usuário prejudicam a permanência na escola. “A comunidade
escolar tem dificuldade em administrar esses comportamentos e o usuário também não
consegue se adequar ao ritmo escolar”, afirma Raquel Barros, da ONG Lua Nova.
A perda progressiva das capacidades cognitivas e comportamentais também tem
reflexos diretos na vida profissional do dependente de crack. Com baixa produtividade e
dificuldade para estabelecer relacionamentos estáveis, a perda do emprego é uma
consequência natural. “Uma pessoa que se sente desvalorizada, não consegue conhecer seu
potencial e suas capacidades, muito dificilmente consegue manter sua produtividade ou
investir nas suas potencialidades”, conclui Raquel.
É preciso apostar na reconstrução da rede social, não apenas para ajudar o
dependente a superar os problemas decorrentes do uso do crack, mas também para ajudá-lo
em sua reinserção social e reformulação de seu projeto de vida.
Confira nos vídeos e no áudio abaixo a avaliação de especialistas sobre as mudanças na vida
social e familiar de usuários da droga.
Gestante e bebê
Os efeitos do uso do crack durante a gestação podem ser diretos, relacionados à
droga em si, ou indiretos, vinculados ao estilo de vida da mãe. Má nutrição induzida pela
droga, ausência de cuidados pré-natais, uso concomitante de outras substâncias tóxicas e
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Criança e adolescente
Crianças e adolescentes que fazem uso contínuo de crack podem ter o
desenvolvimento cerebral comprometido, com impacto direto na capacidade cognitiva, ou
seja, na maneira como o cérebro percebe, aprende, pensa e recorda as informações captadas
pelos cinco sentidos. Assim, é comum que usuários da droga apresentem dificuldades de
aprendizado, raciocínio, memória, concentração e solução de problemas, o que afeta o
progresso acadêmico, o comportamento e a frequência escolar. “Eles tendem a ter histórias
de prejuízo no desempenho educacional, possuem menor probabilidade de ter um emprego
formal na vida adulta e maiores índices de envolvimento criminal do que usuários de
cocaína em pó”, afirma Felix Kessler, psiquiatra da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS).
Usuários crônicos que estão em fase de desenvolvimento ainda podem apresentar
distúrbios de conduta, transtornos afetivos e alimentares, além de transtornos ansiosos como
fobia social e quadros de estresse. Sintomas do Transtorno de Deficit de
Atenção/Hiperatividade (TDAH) são frequentes em usuários de substâncias psicoativas,
como o crack, assim como problemas de autonomia e habilidade para estabelecer relações
interpessoais.
Por não terem meios próprios para conseguir dinheiro, crianças e adolescentes
também estão mais suscetíveis a adotarem atitudes de risco para comprar a droga, sendo
submetidos à exploração sexual comercial, em relações desprotegidas.
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Hábitos sociais
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Família unida
Vulnerável, estigmatizado e, muitas vezes, marginalizado, o dependente de crack
precisa receber atenção integral, em especial à sua saúde física e mental. Para que um
familiar possa ajudar um dependente químico, é fundamental compreender que a
dependência é uma doença e reconhecer a necessidade de buscar ajuda profissional. Manter
a família unida e em condições de prestar apoio afetivo e social ao dependente também é
indispensável para o sucesso do tratamento.
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Redução de danos
Incentivar o dependente de crack a cuidar de si, sem que a condição para isso seja a
interrupção total do uso da droga, é a estratégia central das ações de Redução de Danos à
saúde do usuário. Ao reduzirem os problemas associados com o uso de drogas no âmbito
social, econômico e de saúde, estas estratégias beneficiam o usuário, seus familiares e a
própria comunidade.
Segundo Tarcísio Andrade, psiquiatra e professor adjunto da Faculdade de Medicina
da Bahia, as práticas de Redução de Danos são baseadas em princípios de pragmatismo e
compreensão da diversidade. As ações são pragmáticas porque tratam como imprescindível
a oferta de atendimento para todas as pessoas nos serviços de saúde, inclusive para aqueles
que não querem ou não conseguem interromper o uso do crack. O esforço é pela preservação
da vida. Do mesmo modo, as estratégias de redução de danos se caracterizam pela
tolerância, pois evitam o julgamento moral sobre os comportamentos relacionados ao uso do
crack e às práticas sexuais, assim como intervenções autoritárias e preconceituosas.
Oferecer estes serviços de abordagem, muitas vezes na própria rua e nos contextos de
uso da droga, também pode evitar a exposição a outras situações de risco e aproximar o
usuário das instituições de saúde, abrindo a possibilidade de que ele venha pedir ajuda
quando necessário. Além disso, permite que o serviço de saúde possa acompanhá-lo de
forma mais próxima.
Iniciativas práticas
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Consultório na Rua
Oferecem acolhimento, apoio e encaminhamento para pessoas que moram ou se encontram
em situação de rua e estão distanciados das unidades de serviços de saúde. O atendimento
aos dependentes químicos ocorre um ambulatório móvel por equipe formada por médicos,
psiquiatras, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e pedagogos.
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Enfermarias Especializadas
Oferecem suporte hospitalar de curta duração, para situações de urgência/emergência
decorrentes do consumo ou abstinência de álcool, crack e outras drogas, bem como de
comorbidades psiquiátricas e/ou clínicas, atuando como retaguarda para a Rede de Atenção
Psicossocial (RAPS) e demais serviços de saúde do município ou região de saúde.
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5.4 COCAÍNA
Uso milenar de cocaína começou nos países andino (Peru, Bolívia, Equador e
Colômbia) há mais de 2.000 anos.
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Vias de administração
A produção da cocaína começa com as folhas de coca e passa por vários estágios até
chegar à forma de hidrocloreto de cocaína, que é a droga na forma de sal, como é
comumente vendida (pó).
No final da década de 80, a via injetável passou a predominar, e um grande número
de usuários de cocaína foram infectados pelo HIV nessa época.
Um estudo feito na Escola Paulista de Medicina mostrou que, no começo dos anos
90, o número de usuários de cocaína na forma de crack vinha aumentando progressivamente,
a ponto de se observar que a grande maioria dos pacientes atendidos nas clínicas usavam
predominantemente cocaína fumada na forma de crack e com isso decorriam outras
complicações como um maior potencial de dependências e um apelo maior para uma
população mais jovem.
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Ação Neuroquímica
Há um bloqueio da recaptação da dopamina produzindo um aumento da substância
nas fendas sinápticas dos feixes dopaminérgicos. Esse aumento agudo da dopamina produz
um aumento da neurotransmissão e no número e sensibilidade dos receptores
dopaminérgicos. Com o uso crônico, existe uma redução da concentração da dopamina com
o efeito final de uma diminuição na quantidade do neurotransmissor. A cocaína também
afeta outros sistemas de neurotransmissão, como os que utilizam noradrenalina, serotonina,
endorfinas, GABA e acetilcolina
As ações da cocaína nas vias dopaminérgicas são essenciais para a propriedade
reforçadora da droga. A dopamina aumenta a atividade psicomotora, induz comportamentos
estereotipados e diminui o consumo de alimentos. A dopamina está envolvida nos centros
límbicos responsáveis pelo prazer, incluindo aqueles relacionados com comida e sexo.
Efeitos agudos
A meia vida da cocaína é em torno de 60-90 minutos, com o efeito euforogênico
durando de 15 a 30 minutos. A maioria da cocaína é hidrolisada a benzoilegonina, que pode
ser detectada na urina até 36 horas após o uso. Quando administrada pela via endovenosa,
podem-se usar 20% da dose oral para produzir o mesmo efeito. Quando fumada na forma de
crack, o inicio de ação é ainda mais rápido, em questão de 10 segundos, pois passa
diretamente dos pulmões ao coração e ao cérebro, sem envolver o fígado.
Efeitos da cocaína
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Sintomas de abstinência
Gawin e Kleber (1986) fizeram um estudo que influenciou bastante a descrição
fenomenológica desses sintomas. Eles identificaram três fases da abstinência.
FASE 1 – Disforia relacionada com o uso de cocaína (crash). Depressão anedonia,
insônia, ansiedade, irritabilidade e desejo intenso pela cocaína (craving). Sintomas
depressivos mais pronunciados e ideação suicida podem estar presentes. Gradualmente, o
desejo pela cocaína diminui e o desejo por dormir fica mais intenso.
FASE 2 - O desejo intenso pela cocaína continua, com irritabilidade, ansiedade e
uma diminuição da capacidade de experienciar prazer. Uma síndrome disfórica com
diminuição da motivação e anedonia ocorre após um período de eutimia. Progressivamente,
a memória dos efeitos negativos do uso de cocaína começa a desaparecer e o desejo tende a
ficar mais forte, sobretudo quando em contato com o mesmo ambiente onde usava a droga.
duração: 1 a 4 semanas risco de recaídas.
FASE 3 – Período de desejo menos intenso pela cocaína com alguns sintomas
depressivos, podendo experienciar o craving por vários meses Duração: de várias semanas
até anos.
Intoxicação aguda
Doses altas de cocaína podem resultar em comportamentos estereotipados, bruxismo,
irritabilidade, violência, inquietação e sintomas paranoides. Muito similar aos observados na
esquizofrenia. Hipertermia e convulsões podem acompanhar o quadro agudo. Esse quadro
de estimulação progride para uma depressão do SNC, que é caracterizada por paralisia da
atividade motora, hiporreflexia com possível arreflexia e estupor, podendo chegar ao coma e
à morte.
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PROBLEMA TRATAMENTO
Agitação Benzodiazepínicos
Psicose Haloperidol/clorpromazina
Hipertermia Resfriamento externo
Convulsões Diazepam ou fenitoína
Hipertensão/taquicardia Propanol
Facilitar eliminação Acidifica a urina
Depressão Avaliação psiquiátrica
É uma condição do adulto jovem, com pacientes entre 20-30 anos sendo os mais afetados;
Pode ocorrer após qualquer rota de administração, com o início após alguns minutos ou até
24 horas depois do uso;
É associada com malformações vasculares;
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Convulsões
Especialmente observadas em usuários de crack é atribuído ao efeito que explica a
ação anestésica da droga, semelhante à da lidocaína. O tempo decorrido entre o uso de
cocaína e as convulsões pode ser de minutos a 12 horas. As convulsões podem ocorrer em
usuários crônicos ou naqueles que usam a droga pela primeira vez.
Efeitos obstétrico
A história indica que baixo peso na gravidez, abortos espontâneos, placenta prévia,
doenças sexualmente transmissíveis são as condições mais frequentes. Os problemas fetais
são: crianças de baixo peso, sofrimento fetal, idade gestacional baixa, menor perímetro
cefálico.
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Distúrbios afetivos
Os sintomas depressivos são o resultado de várias causas, entre elas: um efeito
biológico da abstinência da cocaína, e da condição psicossocial associada ao uso crônico da
cocaína. Os pacientes com sintomas depressivos são especialmente propensos a recaídas,
deverão receber cuidados especiais e ser considerados para a terapia farmacológica com
antidepressivos como complemento à psicoterapia.
Distúrbios de ansiedade
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Distúrbios de personalidade
Associados ao uso de cocaína são os distúrbios de personalidade antissocial,
borderline (ou transtorno de personalidade limítrofe) e narcísica. Esse diagnóstico também é
difícil de fazer, pois o paciente na fase inicial de tratamento, apresenta uma série de
sintomas que podem assemelhar-se a um distúrbio de personalidade, dentre os quais:
mecanismos de negação, culpar os outros, mentir, minimizar os problemas, raiva
vitimização e grandiosidade.
Esquizofrenia
A taxa de esquizofrenia entre os usuários de cocaína é maior do que da população
geral e varia entre 1 e 17%. Os esquizofrênicos abusam mais de cocaína, as taxas variam de
10 a 50%. A cocaína age nas mesmas áreas do cérebro em que os esquizofrênicos têm
anormalidades. Ela pode potencializar os efeitos colaterais dos neurolépticos, incluindo a
discinesia tardia.
Tratamento farmacológico
Ao se decidir pelo tratamento farmacológico, devem-se levar em conta o eventual
diagnóstico psiquiátrico concomitante e a presença de sintomas de abstinência da cocaína. O
princípio seria a busca de drogas que diminuíssem a sensibilidade dos receptores
dopaminérgicos como os tricíclicos.
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5.5 MACONHA
A Cannabis sativa é uma planta conhecida por seus usos medicinais desde o terceiro
século antes de Cristo. Comumente conhecida como maconha, ela é usada a partir da mistura
das folhas, sementes, caules e flores desta planta. A substância delta 9 – tetraidrocanabinol
(THC) é um dos 60 canabinóides presentes nessas preparações, sendo o principal
responsável por seus efeitos psíquicos. A potência da maconha depende das condições em
que a planta cresceu, de suas características genéticas e da combinação das diferentes partes
da planta que foram utilizadas
A flor contém a maior concentração de THC, que diminui progressivamente quando
se analisam as folhas superiores, inferiores, caules e sementes. O haxixe consiste na resina
que se obtém com a compressão da planta e flores, de delta 9 – THC de 10 -20% (superior à
observada nas preparações da maconha para ser fumada, em que essa concentração
geralmente varia entre 1-10%).
Epidemiologia
Não existem dados populacionais consistentes no Brasil. Nos EUA, cerca de 30%
dos adolescentes e 40% dos adultos jovens já experimentaram maconha pelo menos uma vez
na vida.
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Receptor canabinóide
A determinação e caracterização de um receptor canabinóide tornou possível mapear
sua distribuição no cérebro. Mais recentemente, foi descoberta uma substância endógena
cerebral que se liga a esse receptor e simula a ação do THC. Foi chamada de “amandamida”,
do sâncristo, que quer dizer êxtase ou felicidade.
Quando um indivíduo fuma um cigarro de maconha, existe um pico de intoxicação
que ocorre entre 10 e 30 minutos, quando o nível sérico de delta – 9 – THC é máximo. É
altamente lipossolúvel e os metabólitos tendem a se acumular no tecido gorduroso, sua
meia-vida é de aproximadamente 50 horas. O THC é metabolizado no fígado para 11 –
hidroxi – THC que é 20% mais potente. A intoxicação normalmente dura de 2 a 4 horas,
dependendo da dose utilizada.
Percepção do tempo mais lenta, aumento do apetite, aumento da sede , uma maior percepção
das cores, sons, texturas e paladar. Euforia um aparente aumento na capacidade de
introspecção e um aparente aumento na capacidade de introspecção e um aparente aumento
na capacidade de ser absorvido por sensações de conteúdo sensual, sensações de
relaxamento e flutuar e aumento na autoconfiança;
Outros efeitos são: aumento do desejo sexual, ilusões transitórias, alucinações, aumento da
sensibilidade interpessoal, comprometimento da memória recente, afrouxamento das
associações (facilitando o aparecimento de fantasias), comprometimento motor que pode
prejudicar atividades que necessitam coordenação;
Conjuntivite, pupilas dilatadas, taquicardia, alteração da pressão arterial (hipotensão
ortostática), boca seca e tosse são sinais físicos de uso imediato.
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ocorrem em usuários de maconha. Por outro lado, parece que a maconha contribui para o
desencadear distúrbios psicóticos e acentuação dos sintomas psicóticos em indivíduos que já
apresentem tais quadros ou sejam predispostos a eles.
Alprazolam Frontal
Bromazepam Lexotan, somalium
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Riscos biológicos
Síndrome de abstinência
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Manifestações psicológicas:
Irritabilidade, dificuldade de concentração, inquietação, insônia, agitação, pesadelos,
disforia, diminuição da memória, despersonalização e desrealização, reações psicóticas e
alucinações (raras).
Manifestações fisiológicas:
Tremor, sudorese, palpitações, letargia, náusea, perda do apetite e peso, sintomas
parecidos com os da gripe, cefaleia, queimação facial, dores musculares, sensação de frio e
calor. Também hiperexcitabilidade e hiperacuidade, ou seja, tensão muscular, hiper-
reatividade à luz, cheiros e sons, gosto metálico, convulsões podem ocorrer.
Tratamentos
Muito embora cerca de 40% dos pacientes usando benzodiazepínicos (BDZ) não
tenham nenhum sintoma após a sua interrupção, é boa prática clínica sempre reduzir a dose
gradualmente.
Como guia, podemos sugerir a redução da dose em 25% com intervalos de 5-6 dias,
e, somente se houver desconforto suficientemente forte, a dose deveria ser mantida um
pouco mais alta, buscando-se maiores reduções a partir daí.
Psicológico:
Um importante determinante do sucesso da abstinência dos BDZ é o suporte social
recebido pelo paciente. O processo de abstinência deve ser explicado para todos os
familiares visando obter o maior suporte possível.
Farmacológico:
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Barbitúricos
Já foram muito utilizados como sedativos e hipnóticos.
Os barbitúricos são capazes de potencializar os efeitos do GABA (ácido gama-
aminobutírico), principal neurotransmissor inibitório do SNC, de forma semelhante aos
BDZ.
Seus efeitos incluem menos capacidade de concentração, sensação de relaxamento,
diminuição dos reflexos e sonolência.
Em geral, são utilizados atualmente na prática clínica como anticonvulsivantes e indutores
anestésicos.
Opiáceos
A origem da palavra „ópio‟ vem do grego, significando „suco‟. É obtida: por meio de
cortes na papoula, obtendo-se uma seiva leitosa que é colocada para secar. Dentre os
diversos alcaloides presentes nessa preparação, encontramos a morfina (nome derivado da
figura mitológica grega de Morfeu, relacionado com os sonhos) e a codeína.
Por meio de modificações das moléculas dessas substâncias naturais, são obtidos os
opiáceos semi-sintéticos, como a heroína, assim, como também existem substâncias com
ação semelhante, totalmente produzidas em laboratórios – opiáceos sintéticos (meperidina,
propoxifeno, metadona, dentre outros).
Todas as drogas opiáceas (independente de serem naturais, sintéticas ou
semissintéticas) agem por meio de receptores para substâncias produzidas pelo cérebro – as
endorfinas e as encefalinas.
Ações mais específicas de inibição do reflexo da tosse e de indução de analgesia potente
também causam efeitos somáticos tais como contração pupilar (miose) e diminuição da
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Solventes ou inalantes
Com as exceções do éter e do clorofórmio, já utilizados como anestésicos gerais, esse
grupo de substancias não possui qualquer utilização clínica.
A série de produtos tais como: aerossóis, tintas, vernizes, propelentes, colas esmaltes
e removedores. Podem ser inalados involuntariamente por trabalhadores da indústria, ou
utilizados como drogas de abuso.
Estão entre as drogas mais utilizadas por estudantes de escolas públicas, segundo um
estudo realizado em 10 capitais brasileiras em 1987, sendo esse uso ainda maior entre
crianças de rua de três capitais de nosso País. O início dos sintomas após a inalação é
bastante rápido (segundos ou minutos), e sua duração é fugaz, o que predispõe o usuário a
aspirações repetidas, às vezes com consequências graves (risco de morte por sufocação).
Os efeitos vão desde uma aparente estimulação inicia, com euforia e desinibição do
comportamento, havendo uma posterior depressão no SNC, com confusão mental,
desorientação, podendo ocorrer alucinações (visuais e auditivas). Numa terceira fase, com
redução acentuada do alerta, incoordenação motora, as alucinações tornando-se mais
evidentes.
Numa quarta fase, depressão tardia, geralmente há inconsciência, que pode evoluir
para como, convulsões e morte. Uma diferença importante entre o quadro de intoxicação
pelo álcool e por essas substâncias é a presença de alucinações no último caso.
No caso da n-hexana (benzina), a metabolização hepática produz uma substância que
causa toxicidade em nervos periféricos, levando a neuropatias
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Anfetaminas
São substâncias sintéticas, sendo agrupadas nessa denominação a própria d-
anfetamina e diversas outras substâncias com ação semelhante: fenproporex, metilfenidato,
manzidol, dietilpropiona e matanfetamina (drogas “anfetamínicas”).
Seu mecanismo de ação consiste em aumentar a liberação e prolongar o tempo de
atuação de neurotransmissores como a dopamina e a noradrenalida.
São efeitos agudos do consumo dessas substâncias uma diminuição do sono e do apetite,
aceleração do curso do pensamento geralmente com maior produção de discurso, sensação
de energia e diminuição da fadiga, muitas vezes com realização de esforços prejudiciais.
Em doses tóxicas, acentuam-se todos esses efeitos, podendo surgir um quadro
paranoide florido e convulsões.
São utilizadas clinicamente no tratamento de distúrbio de déficit de atenção e para
emagrecimento.
Cafeína
A ingestão a longo prazo de cafeína pode produzir tolerância e evidências de
dependência física. Assim sendo, a melhora do alerta, da energia e da habilidade para
concentração pode refletir a melhora de sintomas de abstinência. Tais sintomas podem
perdurar por até 2 a 6 dias.
Alucinógenos
Designação dada a diversas drogas que apresentam a propriedade de provocar uma
série de distorções do funcionamento normal do cérebro, trazendo como consequência uma
variada gama de alterações psíquicas, dentre as quais alucinações e delírios.
Diversas plantas possuem propriedades alucinógenas como, por exemplo alguns
cogumelos (Psylocibe mexicana, que produz a psilocobina), a jurema (mimosa hostilis, que
sintetiza a dimetiltriptilia ou DMT) e o caapi e a chacrona (banisteriopsi aapi e Psychotrya
virides, respectivamente, plantas utilizadas juntamente sob a forma de uma bebida que é
ingerida no ritual do Santo Daíme ou Culto da União Vegetal e várias outras seitas). Há
também substâncias alucinógenas sintetizadas artificialmente, sendo a principal delas a
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dietilamida do ácido lisérgico (LSD-25 ou, simplesmente, LSD) que será discutida como
droga protótipo desse grupo.
O LSD é uma das substâncias mais potentes com ação psicotrópica que se conhecem
(doses de 20 a 50 milionésimo de grama produzem efeitos com duração de 4 a 12 horas). As
distorções perceptivas (cores, formas e contornos alterados), a fusão de sentidos (por
exemplo, a impressão de que os sons adquirem forma ou cor) perda da discriminação de
tempo e espaço (minutos parecendo horas ou metros assemelhando-se a quilômetros) e as
alucinações (visuais ou auditivas) podem ser vivenciadas como sensações agradáveis, mas
também pode deixar os usuários extremamente amedrontado.
Anticolinérgicos
São substâncias provenientes de plantas ou sintetizadas em laboratório que tem a
capacidade de bloquear as ações da acetilcolina, neurotransmissor encontrado no sistema
nervoso central e periférico.
Efeitos psíquicos, atuam principalmente produzindo alucinações e delírios, sendo comuns as
descrições pelas pessoas intoxicadas de se sentirem perseguidas, de verem pessoas ou
animais, etc.
Os efeitos são em geral, bastante intensos, podendo durar até 2 a 3 dias.
Os anticolinérgicos são também capazes de produzir vários efeitos somáticos, tais
como midríase, boca seca, aumento da frequência cardíaca, diminuição da motilidade
intestinal (até paralisia) e dificuldades com a micção. Em doses elevadas podem produzir
grande elevação da temperatura (até 40-41ºC), havendo possibilidade de ocorrer convulsões.
São exemplo de drogas desse grupo algumas plantas, como certas espécies do gênero
Datura (conhecidas como saia branca, trombeteira ou zabumba, que produzem atropina e
escopolamina) e certos medicamentos, como o tri-hexafenidil, a diciclomina e o biperideno
Anabolizantes
Esteroides anabolizantes, ou apenas anabolizantes, são drogas relacionadas ao
hormônio masculino Testosterona fabricado pelos testículos.
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Os anabolizantes possuem vários usos clínicos, nos quais sua função principal é a
reposição da testosterona devido a algum déficit ocorrido por algum problema de saúde.
Além desse uso médico, eles levam ao crescimento da musculatura, aumento da síntese
(produção) de proteína e de cálcio nos ossos (efeito anabólico) e ao desenvolvimento das
características sexuais masculinas tais como crescimento do pênis e dos pelos,
engrossamento da voz, aumento da libido e da potencia sexual, etc. (efeito androgênico) por
esses motivos estas substâncias são muitos procurados por atletas ou pessoas que querem
melhorar a performance e a aparência física. Esse uso estético não é médico, portanto é
arriscado e ilegal.
A literatura aponta para o potencial dos esteroides anabolizantes de criar
dependência. Os motivos que levam a esta são desconhecidos, pois a forma como são
utilizados torna difícil para os pesquisadores chegarem a conclusões a respeito da
frequência, duração do uso, e dosagens para gerar dependência.
Formas de ingestão
Os esteroides anabolizantes podem ser tomados na forma de comprimidos ou
injeções.
Frequentemente são combinados diferentes anabolizantes supondo que a interação
destes produziria um aumento maior da musculatura e de sua efetividade, além de minimizar
os efeitos negativos. Esta prática é chamada de “stacking” (empilhamento).
Outra forma de uso dessas drogas é chamada de “cyclin” (cíclico) no qual o período
de uso acontece durante semanas ou meses, é interrompido por um tempo, e depois inicia-se
o uso novamente.
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dificuldade ou dor para urinar, desenvolvimento de mamas, calvície, maior chance cânceres
do rim, e fígado e ataque cardíaco.
Na mulher: voz grossa, aumento do clitóris, crescimento de pelos faciais, alterações
ou ausência de ciclo menstrual, diminuição de seios.
No adolescente: maturação esquelética prematura, puberdade acelerada levando a um
crescimento raquítico.
O abuso de anabolizantes, principalmente em altas doses, pode causar também uma
variação de humor incluindo agressividade e raiva incontroláveis, que podem levar a
episódios violentos. Esses efeitos são associados ao número de doses semanais utilizadas.
Usuários frequentemente, tornam-se deprimidos quando param de tomar a droga. Ainda
podem experimentar um ciúme patológico, extrema irritabilidade, ilusões, podendo ter uma
distorção de julgamento em relação a sentimentos e invencibilidade, distração, confusão
mental e esquecimentos.
Prevenção
A efetiva prevenção é fruto do comprometimento, da cooperação e da parceria entre
os diferentes segmentos da sociedade brasileira e dos órgãos governamentais, federal,
estadual e municipal, fundamentada na filosofia da “Responsabilidade Compartilhada”, com
a construção de redes sociais que visem a melhoria das condições de vida e promoção geral
da saúde.
A execução desta política, no campo da prevenção deve ser descentralizada nos
municípios, com o apoio dos Conselhos Estaduais de políticas públicas sobre drogas e da
sociedade civil organizada, adequada às peculiaridades locais e priorizando as comunidades
mais vulneráveis, identificadas por um diagnóstico. Para tanto, os municípios devem ser
incentivados a instituir, fortalecer e divulgar o seu Conselho Municipal sobre Drogas.
30
Disponível em: http://www.justica.gov.br/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/prevencao-e-
tratamento/reducao-de-danos/reducao-de-danos
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Tratamento
O Estado deve estimular, garantir e promover ações para que a sociedade (incluindo
os usuários, dependentes, familiares e populações específicas), possa assumir com
responsabilidade ética, o tratamento, a recuperação e a reinserção social, apoiada técnica e
financeiramente, de forma descentralizada, pelos órgãos governamentais, nos níveis
municipal, estadual e federal, pelas organizações não-governamentais e entidades privadas.
O acesso às diferentes modalidades de tratamento e recuperação, reinserção social e
ocupacional deve ser identificado, qualificado e garantido como um processo contínuo de
esforços disponibilizados, de forma permanente, para os usuários, dependentes e seus
familiares, com investimento técnico e financeiro de forma descentralizada.
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Redução de Danos
A promoção de estratégias e ações de redução de danos, voltadas para a saúde
pública e direitos humanos, deve ser realizada de forma articulada inter e intra-setorial,
visando à redução dos riscos, as consequências adversas e dos danos associados ao uso de
álcool e outras drogas para a pessoa, a família e a sociedade.
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31
Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/estetica/sexualidade-na-
adolescencia/61235
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E é difícil para eles imaginarem que aquele menino ou aquela menina que pegaram
no colo, ensinaram a andar de bicicleta, levaram no parque, hoje quer beijar, namorar e ter a
sua primeira relação sexual.
Para saber lidar com a sexualidade torna-se necessário:
• Que pais conversem com os filhos sobre vários assuntos, assim como aqueles que lhe
chamam atenção, música, televisão, amigos da escola, para depois entrarem no assunto sobre
“sexo”.
• Pais saberem respeitar os limites dos filhos, pois existem coisas, ou melhor,
intimidades que eles terão a necessidade de dividir somente com um amigo ou amiga.
Com esse misto de emoções e sentimentos própria a essa fase, algums aspectos
acabam por passar despercebidos pelo olhar do adulto que acompanha esse adolescente.
Essa “brecha”, dar espaço para que alguns contratempos a realidade desse adolescente, tais
como: violência, drogas e sexo sem as devidas orientações, o que tem levado ao aumento de
casos de AIDS nessa faixa etária da populão.
Segundo Fontanella e Gomes, "o primeiro caso de AIDS na população jovem
brasileira foi notificado em 1982 e, até junho de 2010, 66.751 casos entre pessoas de 13 a 24
anos haviam sido notificados. Desses, cerca de 80% ocorreram na faixa entre 20 e 24 anos e
56% entre homens. Embora a taxa de incidência de casos notificados entre os jovens
mantenha-se em patamares aproximados, constatou-se desde o início da epidemia uma
tendência de aumento na proporção da categoria "exposição sexual" ao HIV entre os rapazes
que recebem este diagnóstico".
Os autores afirmam ainda que " os jovens brasileiros mostram, via de regra, um alto
nível de conhecimentos acerca dos modos de transmissão do HIV e, se comparados com
outras faixas etárias, são os que mais usam o preservativo em todas as situações. Apesar
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disso, estudos empíricos ainda atestam também entre eles uma alta prevalência de práticas
de risco para a transmissão de patógenos relacionados às DST, como o uso não consistente
do preservativo (isto é, o não uso em todas as relações sexuais)".
No Brasil, o impacto da epidemia da AIDS ainda é desconhecido, pois não há
qualquer estudo de soro prevalência do HIV nos Serviços de Saúde Mental e, sequer,
pesquisas comportamentais que avaliem a vulnerabilidade dos usuários de serviços de saúde
mental para a AIDS.
Algumas situações particulares de pessoas com doença mental grave podem aumentar seus
riscos de exposição ao HIV. Certos aspectos da doença mental podem contribuir para o
desenvolvimento de comportamentos de risco, tais como:
A dificuldade em estabelecer uniões Estar com o juízo crítico prejudicado,
estáveis; principalmente nos surtos psicóticos;
Encontrar-se social e economicamente em Hipersexualidade;
desvantagem; Impulsividade;
Ser vítima de abuso sexual; Baixa auto-estima.
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I - Apoio emocional;
II - Educativo, que trata das trocas de informações sobre DST e HIV/AIDS, suas formas de
transmissão, prevenção e tratamento;
III - Avaliação de riscos, que propicia a reflexão sobre valores, atitudes e condutas,
incluindo o planejamento de estratégias de redução de risco.
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Um tema tão difícil e de pouco relatos seja no campo empírico (experiência comum)
como no científico é o da sexualidade das pessoas ditas “loucas”, uma vez que, envolve toda
uma gama de sentimentos e emoções, além de implicar numa concepção metodológica
específica de troca de conhecimentos e numa reflexão sobre mudanças de comportamento
por parte daqueles profissionais que atuam na área da Saude Mental.
O profissional que realmente dispõe a engajar-se na construção de uma mentalidade
preventiva em Saúde Mental deve estar disposto a confrontar suas próprias emoções e
sentimentos, conceitos e preconceitos, compartilhar dificuldades, buscar soluções e tomar
decisões.
Esse processo, como mencionado anteriormente, não deve ser meramente expositivo.
Os temas que envolvem um trabalho de prevenção e sexualidade devem ser
VIVENCIADOS de forma simples e divertida, ajudando a reduzir bloqueios e ansiedades.
MÓDULO IV
EQUIPE MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE MENTAL
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32
Disponível em: < http://redehumanizasus.net/61709-a-importancia-do-trabalho-multiprofissional-dentro-do-
campo-da-saude-mental/>
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2) Definição de metas: uma vez que a equipe faz o diagnóstico, ela faz propostas de curto,
médio longo prazo, que serão negociadas com o sujeito doente pelo membro da equipe que
tiver um vínculo maior.
3) Divisão de responsabilidades: é importante definir as tarefas de cada um com clareza.
4) Reavaliação: momento em que se discutirá a evolução e se farão as devidas correções de
rumo.
Por fim, através de uma fala de Lane "O trabalho em grupo compreende a superação
do individualismo profundamente arraigado, superação necessária para a realização de um
trabalho comunitário e desenvolvimento da consciência social, sobretudo, a autonomia dos
indivíduos."
33
Disponível em: http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/importancia-das-equipas-multidisciplinares
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Expressar expetativas positivas: esperar o melhor das capacidades dos outros membros do
grupo, falando dos membros da equipe para os outros com aprovação. Apelar para a
racionalidade em situações de conflito e não assumir posição polémica nesses casos;
Estar disposto a aprender com os restantes profissionais: valorizar a experiência dos outros,
solicitar dados e interagir pedindo e valorizando ideias;
Encorajar e motivar os outros profissionais: dar crédito aos colegas que tiveram bom
desempenho tanto dentro como fora da equip;
Construir um espírito de equipe: tomar atitudes que promovam um clima amigável e
cooperação entre os membros da equipe; com cumplicidade partilhada de responsabilidades;
Resolver conflitos: encorajar ou facilitar soluções construtivas para a equipe. Não esconder
ou evitar o problema, mas tentar resolvê-lo da forma proveitosa.
Todas estas competências precisam ser estimuladas e trabalhadas, pois, apesar de
estudos evidenciarem que o trabalho nestas equipas é determinante para a melhor qualidade
do cuidado, o ensino das atividades para o trabalho em equipa não existe na Enfermagem e
na Medicina, focando-se o treino exclusivamente nas habilidades técnicas individuais
(SEXTON ET AL, 2000).
Para Júnior (2003) as ações multidisciplinares que visam uma atenção integral na
saúde só serão efetivas se a equipe adaptar alguns valores nas relações entre os seus
membros, com especial destaque para:
Equidade - lutar por igualdade e justiça mediante a eliminação das diferenças desnecessárias
e evitáveis;
Excelência - chegar ao mais alto padrão de qualidade;
Solidariedade - promover os interesses e responsabilidades comuns e os esforços coletivos
para alcançar as metas comuns;
Respeito - acolher a dignidade e a diversidade de indivíduos, grupos e necessidades,
preservando as especificidades de cada um;
Integridade - garantir um desempenho compartilhado, ético e confiável.
Riscos, problemas e dificuldades
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capacidades dos membros, se o profissional visualizar a tarefa como invasão de terreno dos
outros profissionais, se assumir um comportamento defensivo em prol das prerrogativas
profissionais e se acreditar na falha de utilização plena das qualificações dos outros
membros (CHIATTONE, 2004).
É importante reconhecer que o conflito é necessário e desejável, a fim de
proporcionar o crescimento e desenvolvimento da equipa, desde que sejam respeitados os
valores anteriormente descritos. Na verdade, um certo grau de conflito encoraja a inovação e
a solução de problemas de forma criativa e o êxito obtido na confrontação e resolução das
diferenças, promovendo nestes casos o aumento da confiança e compreensão entre os
membros da equipe (Pinho, 2006).
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Que os membros da equipa tenham uma compreensão partilhada de regras, normas e valores
dentro da equipe;
Que as funções dos diferentes profissionais ocorram de maneira independente, igualitária e
cooperativa;
Que os efeitos da tomada de decisão cooperativa constituam um benefício para o doente, em
particular, e para a saúde em geral.
O mesmo autor cita as principais caraterísticas que uma equipe multidisciplinar deve
integrar para ter sucesso:
Objetivos comuns;
Clara definição de papéis;
Respeito;
Comunicação;
Envolvimento;
Competências e habilidades;
Aptidão para funcionar como uma unidade e não como um grupo de indivíduos.
Por outro lado, uma equipe que se denomina multidisciplinar deve promover a sua
formação contínua, através do estudo e da pesquisa. Seminários de cunho científico, grupos
de estudo e de discussão de casos específicos devem ser realizados periodicamente, no
sentido de gerar conhecimento original, disseminar ideias, discutir temas relevantes,
compartilhar conhecimento, contribuir para a formação de recursos humanos em áreas
prioritárias e interdisciplinares, e viabilizar a obtenção de recursos externos, aproveitando a
existência de outros grupos já estruturados e as relações com organismos de pesquisa, ou
mesmo da iniciativa privada (JÚNIOR, 2003).
Em suma, pretende-se que nas práticas multidisciplinares profissionais haja uma
interação participativa entre os vários elementos que constituem a equipe, de forma a
promover mudanças estruturais, reciprocidade e enriquecimento mútuo (VASCONCELOS,
2002). No que refere à área da saúde, o principal objetivo passa por encontrar métodos
adequados que propiciem uma prática integradora, cujo enfoque abarque a totalidade dos
aspetos inter-relacionados à saúde e à doença, rumo à excelência do cuidar.
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7.3 ACOLHIMENTO
34
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/167acolhimento.html
181
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A visita domiciliar é uma prática antiga na área de saúde, e atualmente, está sendo
resgatada em função das novas políticas públicas que incentivam maior mobilidade do
profissional. Torna-se então um dos principais dispositivos utilizados para acompanhar a
rede social do usuário, pois a partir dela é possível observar a realidade do indivíduo e de
sua família.35
35
Disponível em: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/viewFile/15416/pdf
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MÓDULO V
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REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL
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8. REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL
36
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/120.pdf
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defrontam com questões ligadas à falta de espaços residenciais para alguns usuários de
serviços de saúde mental.
Moradores de rua com transtornos mentais severos, quando inseridos em projetos
terapêuticos especiais acompanhados nos CAPS.
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MÓDULO VI
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Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_34.pdf
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Entendemos que as práticas em saúde mental na Atenção Básica podem e devem ser
realizadas por todos os profissionais de Saúde. O que unifica o objetivo dos profissionais
para o cuidado em saúde mental devem ser o entendimento do território e a relação de
vínculo da equipe de Saúde com os usuários, mais do que a escolha entre uma das diferentes
compreensões sobre a saúde mental que uma equipe venha a se identificar.
Mesmo os profissionais especialistas em saúde mental elaboram suas intervenções a
partir das vivências nos territórios. Ou seja, o cuidado em saúde mental não é algo de outro
mundo ou para além do trabalho cotidiano na Atenção Básica. Pelo contrário, as
intervenções são concebidas na realidade do dia a dia do território, com as singularidades
dos pacientes e de suas comunidades. Portanto, para uma maior aproximação do tema e do
entendimento sobre quais intervenções podem se configurar como de saúde mental, é
necessário refletir sobre o que já se realiza cotidianamente e o que o território tem a oferecer
como recurso aos profissionais de Saúde para contribuir no manejo dessas questões.
Algumas ações de saúde mental são realizadas sem mesmo que os profissionais as percebam
em sua prática.
A potência do acolhimento
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MÓDULO VII
AS AÇÕES DA EQUIPE DE SAÚDE FRENTE AO USUÁRIO COM TRANSTORNO
MENTAL
A SAÚDE MENTAL DO PROFISSIONAL DE SAÚDE
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Disponível em:
http://www.betim.mg.gov.br/ARQUIVOS_ANEXO/cartilha_saude_mental_atencao_basica;0724340216;2008
1009.pdf
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Gerais: insônia, “dor nas costas”, uso regular de bebidas alcoólicas, de maconha
(cannabis) ou de tranquilizantes.
Físicas: astenia (debilidade generalizada), dores abdominais, dores musculares, dores
articulares, distúrbios do sono, distúrbios do apetite etc.
Emocionais: irritabilidade aumentada, angústia, ansiedade, excitação, tristeza, choro
frequente, sentimentos de mal-estar indefinidos etc.
Intelectuais: distúrbios de concentração, distúrbios de memória, dificuldades para
tomar iniciativas ou decisões etc.
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MÓDULO
VIII
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“Jogar lixo no chão, colar na prova, oferecer dinheiro em troca de algum benefício - todos
esses são comportamentos que podem ser facilmente percebidos em nosso dia a dia, quase
como se fossem situações corriqueiras e típicas da cultura brasileira.”
Perguntamos, eu e os Filósofo Mario Sergio Cortella e Clóvis de Barros Filho
Mas de que maneira isso se reflete na formação de crianças e jovens?
A corrupção estaria mais próxima de nossa vida cotidiana do que gostaríamos de
supor?
Referimo-nos frequentemente aos políticos como profissionais antiéticos. Mas será
que nós mesmos somos realmente tão éticos assim, ao ponto de poder tranquilamente atirar
pedras nos telhados dos outros, ou temos o telhado de vidro? Primeiramente, precisamos
entender o que significa a palavra ética.
O CONCEITO
Ética é proveniente do grego “ethos” que quer dizer modo de ser, caráter. Ou seja,
para uma pessoa ser considerada ética ela deve, acima de tudo, possuir um bom caráter,
valores, princípios e ser exemplo em seu modo de ser. Tem a ver com moralidade, afinal,
uma pessoa com boa índole preza pelos bons costumes, valores e pretende “andar na linha”
sempre que possível.
Tenho plena consciência de que não é tão simples assim ser “certinho” o tempo todo,
afinal tentações nos surgem a todo o momento. Porém acredito que é possível fazer a coisa
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Disponível em: https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/2741/quero-posso-devo
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certa se entendermos o final do processo. O que quero dizer com isso é que o caminho
tortuoso pode ser o mais fácil (e na maioria das vezes ele é), mas, quando conseguimos
atingir o sucesso através do procedimento mais longo, porém mais correto, essa conquista se
torna muito mais prazerosa e duradoura.
A FALTA DE ÉTICA
A falta de ética está nas atitudes mínimas. Para tudo tem um começo!
Ressalto que ninguém nasce bom ou mal, ético ou antiético. Isso não é da natureza
humana. Trata-se da personalidade, ou seja, é lapidada de acordo com os ensinamentos dos
pais e parentes próximos quando criança.
Da mesma forma, um indivíduo que cresce dentro dos padrões ideais de
comportamento pode, depois de certa idade, adquirir más condutas através do que observa
no ambiente e sociedade em que está inserido. E o pior, há fatores que influenciam pessoas
propensas a exercer procedimentos considerados ruins como, por exemplo, a não punição
àqueles que andam fora da lei.
Segundo alguns filósofos, nossas vontades e nossos desejos poderiam ser vistos
como um barco à deriva, o qual flutuaria perdido no mar, o que sugere um caráter de
inconstância. Essa mesma inconstância tornaria a vida social impossível se nós não
tivéssemos alguns valores, princípios e regras que permitissem nossa vida em comum, pois
teríamos um verdadeiro caos. Logo, é necessário educar nossa vontade, recebendo uma
educação (formação) racional, para que dessa forma possamos escolher de forma acertada
entre o justo e o injusto, entre o certo e o errado.
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Primeiramente, o que é moral? É o que está “de acordo com os bons costumes e
regras de conduta; conjunto de regras de conduta proposto por uma determinada doutrina ou
inerente a uma determinada condição.” No mesmo dicionário, moral também é classificada
como o “conjunto dos princípios da honestidade e do pudor”. Daí este termo ser tão utilizado
em âmbito social, principalmente no político!
Imoral é tudo aquilo que contraria o que foi exposto acima a respeito da moral. Quando há
falta de pudor, quando algo induz ao pecado, à indecência, há falta de moral, ou seja, há
imoralidade.
Amoral é a pessoa que não tem senso do que seja moral, ética. A questão moral para este
indivíduo é desconhecida, estranha e, portanto, não leva em consideração preceitos morais.
É o caso, por exemplo, dos índios no tempo do descobrimento ou de uma sociedade, como a
chinesa, que não vê o fato de matar meninas, a fim de controlar a natalidade, como algo
mórbido e triste.
Valores são o conjunto de características de uma determinada pessoa ou organização, que
determinam a forma como a pessoa ou organização se comportam e interagem com outros
indivíduos e com o meio ambiente.
A palavra valor pode significar merecimento, talento, reputação, coragem e valentia. Assim,
podemos afirmar que os valores humanos são valores morais que afetam a conduta das
pessoas. Esses valores morais podem também ser considerados valores sociais e éticos, e
constituem um conjunto de regras estabelecidas para uma convivência saudável dentro de
uma sociedade.
Princípio pode ser entendido como aquilo que vem antes, começo, nascedouro. No linguajar
popular é comum ser dito: fulano é uma pessoa de princípios! Este simples adjetivo dirigido
a alguém, significa que determinada pessoa possui atributos morais e éticos que pautam a
sua conduta como ser humano. Como se fossem linhas mestras, dentro das quais, alguém se
move. Já aquela pessoa qualificada como - sem princípios – significa o mesmo que sem
escrúpulos, ávida por locupletar-se a qualquer custo e por qualquer meio.
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Desta forma, não é difícil perceber que os princípios têm uma função importante, sobretudo
para a vida em sociedade. Se os princípios indicam no agir individual, determinados valores,
ligados a um comportamento ético, justo e moralmente corretos, é certo que também estão
ligados ao respeito às demais pessoas e vão ao encontro da propalada paz social.
Ética não é sinônimo e nem está diretamente ligado à lei, apesar de os códigos e
normas estipulados no Brasil e no mundo usarem a ética como princípios básicos. O ser
humano vive em grupo e ao vivermos em grupo ou comunidade estamos sujeitos às regras,
explícitas ou implícitas. As primeiras dizem respeito às orientações escritas, determinadas e
“postas no papel”, já as segundas, são regras determinadas pelo grupo, de acordo com o
ambiente, cultura e outros fatores. No dia-a-dia, elas nos norteiam para a boa convivência
em sociedade, seja no trabalho, na sala de aula, no condomínio e até no churrasco final de
semana.
Essas regras e práticas positivas são moldadas em um código moral e são
importantes para que possamos viver em sociedade, fato que fortalece cada vez mais a
coesão dos laços que garantem a solidariedade social. Do contrário, teríamos uma situação
de caos, de luta de todos contra todos para o atendimento de nossos desejos.
1) QUERO ? ..... 2) POSSO?..... 3) DEVO?
Cada integrante de um grupo, tem seus princípios éticos que nos fazem refletir se o
que queremos, devemos ou podemos ter ou realizar.
Nesse raciocínio do quero/devo/posso, o filósofo e escritor Mário Sérgio Cortella, conceitua
ética como “um conjunto de valores e princípios que usamos para responder a três grandes
questões da vida: (1) QUERO?; (2) POSSO?; (3) DEVO?”
Nem tudo que eu quero eu posso; nem tudo que eu posso eu devo; e nem tudo que
eu devo eu quero.
Essas questões são os nossos Dilemas Éticos, ou seja, escolhas indesejáveis ou
desagradáveis relacionadas com um princípio ou uma prática moral. Passamos por isso
sempre que temos uma decisão importante a tomar.
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Você tem paz de espírito quando aquilo que você quer é ao mesmo tempo o que
você pode e o que você deve, complementa Cortella
REFLEXÃO:
É verdade dizer que , na prática, ser ético, não se trata de uma tarefa tão fácil, mas se todos
pudessem realizar essa avaliação, simples do quero/devo/posso, com certeza nossos dias
seriam melhores. Procuremos fazer uma auto avaliação para ser éticos nas nossas ações, para
respeitando os limites do próximo, e servindo como exemplo da formação de nossos filhos,
netos e Jovens, pois é neles que devemos alimentar a esperança de pessoas formadas por
Princípios e valores , pautadas na ética e Moralidade.
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MÓDULO IX
ORIENTAÇÕES SOBRE PLANEJAMENTO DE UM PROJETO DE AÇÃO EM
SAÚDE MENTAL
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I.Histórico institucional
a. Falar sobre a instituição que irá desenvolver e ou executar o projeto.
b. Exemplo: CAPS
II.Justificativa
a. Ao elaborar um projeto é necessário conhecer as necessidades das pessoas atendidas
pela instituição.
III.Público alvo
a. Pensar quem será beneficiado pelo projeto, de acordo com as necessidades dos mesmos,
em função de faixa etária, diagnóstico clínico, região onde mora, situação socioeconômica.
IV.Objetivos geral
a. Definir o que e se pretende.
V.Metodologia
a. Como será realizado o trabalho.
VIII.Orçamento físico-financeiro
a. Local e recurso financeiro necessário para o projeto.
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