Você está na página 1de 21

PENTATEUCO

MÓDULO 10-A

SUMÁRIO

CAPÍTULO I
- Origem, Estrutura e Natureza do Pentateuco................................................. 02
CAPÍTULO II
Autoria do Pentateuco 04
CAPÍTULO III
- Gênesis: O Livro da Criação 06
CAPÍTULO IV
- ÊXODO: O Livro da Redenção...................................................................... 09
CAPÍTULO V
Levítico: O Livro da Expiação.......................................................................... 12
CAPÍTULO VI
- Números: O Livro da Provação..................................................................... 14
CAPÍTULO VII
- Deuteronômio: O Livro da Recapitulação...................................................... 16
CONCLUSÃO 18

Bibliografia............................................................................................. 19
INTRODUÇÃO

Para os judeus, a coleção dos livros bíblicos escritos antes do nascimento de Jesus Cristo
é a própria Bíblia. Os cristãos denominam essa coleção de Antigo ou Velho Testamento, porque
entendem que eles testemunham os acontecimentos do passado, que prepararam a vinda do
Cristo e a prenunciaram na palavra dos profetas. O Antigo Testamento abrange quatro partes
principais, que pode comportar subdivisões: o Pentateuco, os livros históricos, os livros poéticos
e sapienciais e os livros proféticos.
No judaísmo, o Pentateuco ou Torah, é no mais amplo sentido, a substância da revelação
divina a Israel: o ensinamento ou orientação revelada para a humanidade. A Torah escrita, no
sentido restrito dos cinco primeiros livros das Escrituras Hebraicas, é preservada em todas as
sinagogas judaicas, em rolos manuscritos que são acondicionados num baú chamado Arca da
Lei. São removidos e devolvidos a seu lugar com máxima reverência. A leitura da Torah
desempenha papel preponderante nos serviços litúrgicos judaicos.
Queremos tratar neste módulo do Pentateuco, ou seja, dos cinco primeiros livros da
Bíblia.

CAPÍTULO I

ORIGEM, ESTRUTURA E NATUREZA DO PENTATEUCO

Para os judeus, sua Bíblia — o Antigo Testamento — pode ser dividida em três grandes
seções: A Lei, os Profetas e os Escritos. O Pentateuco é a primeira dessas divisões.

Definição e Nome
Chamamos “Pentateuco” o conjunto dos cinco primeiros livros do Antigo Testamento,
tradicionalmente atribuídos a Moisés: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
A palavra propriamente dita, porém, não ocorre nas Escrituras. Provavelmente foi
cunhada pelos tradutores da Septuaginta (LXX). A forma aportuguesada presente em nossas
Bíblias deriva do grego eclesiástico pentateukhos por meio do latim pentateuchus. E como a
própria etimologia da palavra indica (penta, “cinco” + teukhos, “volume”, “rolo”, “livro”), trata-
se de uma coleção de cinco livros ou um volume quíntuplo. O termo foi adotado pelos escritores
cristãos por volta do segundo século.
Alguns críticos modernos falam de um Hexateuco, introduzindo um sexto livro — o Livro
de Josué — como parte integrante do grupo. Mas este livro é de um caráter inteiramente
diverso dos outros, além de possuir autor diferente.

Designações
O nome comum hebraico para estes livros é Torah, da raiz yarah, que significa (na forma
hifil), “apontar”, “mostrar”, “dirigir” ou “ensinar”. Daí tora denotar “instrução”, “lei” ou “ensino”
(Nee. 8:2, 7). Outras designações para o Pentateuco no todo ou em parte são “o livro da lei”
(Jos. 1:8; 8:34; Nee. 8:3), “o livro da lei de Moisés” (Jos. 8:31; 23:6; 2 Reis 14:6; Nee. 8:1), “o
livro da lei de Deus” (Jos. 24:26; Nee. 8:18), “o livro da lei do Senhor” (2 Crôn. 17:9; 34:14), “o
livro da lei do Senhor seu Deus” (Nee. 10:28), “a lei do Senhor” (1 Crôn. 16:40; 2 Crôn. 31:3;
35:26), “a lei de Deus” (Nee. 10:28-29). Em todos esses exemplos “lei” é a tradução do termo
hebraico Torah. O designativo “o livro de Moisés” também é usado (Esd. 6:18).
Todas essas designações do Pentateuco dão a entender que os cinco livros eram tidos
como um só volume, como ainda se vê nos manuscritos judaicos, ainda que citados pelos vários
Mód. 10-A – Texto Sagrado X – Pentateuco 2
nomes das palavras iniciais. A divisão em cinco livros distintos é mencionada pelo historiador
judeu Flávio Josefo (Contra Apiom, 1:8) e originou-se com a tradução grega.
Essas várias designações indicam que o Pentateuco era considerado como uma única
obra literária, e assim enfatizam sua unidade essencial. A divisão em cinco rolos é muito antiga,
anterior à Septuaginta ou ao Pentateuco Samaritano. Pode ser que tenha sido feita pelo autor
original. Os judeus falam do Pentateuco como os cinco quintos da lei”.
As designações do NT do Pentateuco são “a lei” (Mat. 12:5; Luc. 16:16; João 7:19), “a lei
de Moisés” (Luc. 2:22; João 7:23), “a lei do Senhor” (Luc. 2:23-24) e “o livro da lei” (Gál. 3:10),
“o livro de Moisés” (Mar. 12:26). Lei nessas referências é uma tradução do nomos, termo grego
que os judeus empregavam para Torah.

Conteúdo

O primeiro livro da coleção, Gênesis, apresenta-nos um relato inspirado da criação do


mundo e dos seus tempos primitivos; também acompanha a história do homem desde o Éden
passando pela catástrofe do Dilúvio e as sagas da era patriarcal até a morte de José.
O segundo livro, Êxodo, começa com a morte de José e fala sobre o nascimento de
Moisés durante o tempo da escravidão, sobre a libertação do povo de Deus da servidão egípcia
e sobre a inauguração do pacto da lei no Sinai; inclui pormenores da construção da estrutura
central de adoração hebraica, a saber, o tabernáculo no deserto.
Levítico, o terceiro livro, que abrange o período de apenas um mês, fornece valiosas
informações sobre o sacerdócio Levítico, sua ordenação e seus deveres bem como as leis e
regulamentos que governavam o apoio obrigatório dado pela congregação à adoração do
Senhor.
O quarto livro, Números, como o próprio nome sugere, fala sobre os censos realizados
perto do início e do término da peregrinação pelo deserto. Fornece-nos também muitas
minúcias sobre os 40 anos de peregrinações e inclui muitas leis englobadas na estrutura do
pacto nacional.
O quinto e último livro, Deuteronômio, cobre o período de aproximadamente dois meses;
explica porções do pacto da lei e fornece muitos regulamentos necessários para a nova geração
de israelitas perfilada nas planícies de Moabe e prestes a invadir e a ocupar a Terra da
Promessa. Seus últimos capítulos descrevem a nomeação de Josué como líder da nação e a
morte de Moisés.

Importância
O Pentateuco é o mais importante segmento da palavra escrita de Deus, pois fornece o
embasamento teológico sobre o qual se assentam firmemente os 61 livros restantes da
Biblioteca Divina. O fundamento de toda verdade revelada e do plano redentivo de Deus se
baseia no Pentateuco. Se este fundamento não for confiável, toda a Bíblia é indigna de
confiança.

Escritor
“Moisés, profeta e legislador hebreu, fundador de Israel, ou do povo judeu. É venerado
também no Islã onde é chamado de Musa. A história de sua vida é relatada nos livros Êxodo e
Deuteronômio, do Antigo Testamento. Segundo estes relatos, nasceu em Gósen, região do
antigo Egito. Sua mãe colocou-o numa cesta no rio Nilo, de onde foi resgatado pela filha do
faraó. Já adulto, Moisés matou um egípcio e teve de fugir. Tinha 80 anos quando Jeová lhe
apareceu em uma sarça ardente e ordenou que ele voltasse ao Egito para salvar seu povo da
escravidão, guiando-os até a terra de Canaã, mais tarde denominada Palestina. Para ajudá-lo
na tarefa, Jeová deu-lhe o poder de realizar milagres.
Mód. 10-A – Texto Sagrado X – Pentateuco 3
Moisés se apresentou, com seu irmão Arão, diante do faraó que, somente após ter
sofrido as sete pragas enviadas por Deus, permitiu-lhe conduzir os hebreus à Canaã, porém
logo se arrependeu. Quando chegaram ao mar Vermelho, um exército egípcio se aproximou e
Moisés dividiu as águas. Os hebreus atravessaram pelo corredor central, mas, quando os
egípcios tentaram segui-los, as muralhas de água caíram sobre eles e os afogaram. Chegando
ao monte Sinai, Moisés subiu ao cume para falar com Jeová. Permaneceu ali 40 dias e 40
noites e recebeu duas “tábuas de pedra onde estavam gravados os Dez Mandamentos. A
travessia do deserto durou 40 anos até a chegada à Canaã. Antes de morrer, Moisés entregou
a liderança do povo a Josué. Embora seja difícil precisar as datas de seu nascimento e morte,
numerosos especialistas contemporâneos afirmam que o êxodo aconteceu no século XIII a.C. A
tradição atribui a Moisés a autoria dos cinco primeiros livros do Antigo Testamento que
constituem o Pentateuco.1

O Talmude
Intimamente associado ao Pentateuco está o Talmude (em hebreu tardio "talmud", que
significa "estudo, ensino, instrução"), corpo da lei civil e religiosa judia, que inclui comentários
sobre a Torah ou Pentateuco. O Talmude consiste num código de leis, denominado Mishna (ou
Michna) e de um comentário sobre a Mishna, chamado Guemará. O material do Talmude
relativo às decisões dos sábios acerca das questões legais em disputa é conhecido como
Halaká. As lendas, histórias e refrões do Talmude que se utilizam para ilustrar a lei tradicional
são denominados Haggadah. Existem compilações do Talmude: o Talmude palestino, às vezes
chamado de Talmude de Jerusalém, e o Talmude babilônico.

CAPÍTULO II

AUTORIA DO PENTATEUCO

Hipótese Documentária

Eruditos modernos, em geral, rejeitam a autoria mosaica do Pentateuco. Para muitos


deles, o Pentateuco, notadamente, o Gênesis, não é obra de um só escritor ou compilador, a
saber, Moisés, mas representa a obra de diversos escritores, alguns dos quais viveram muito
depois do tempo de Moisés. À base de supostas diferenças no estilo e no emprego de palavras,
apresentaram a chamada hipótese documentária. Segundo esta teoria, havia três fontes, as
quais chamam de “J” (javista ou jeovista), “E” (eloísta) e “P” ( Priest Codex [Código
Sacerdotal]). Por causa da dupla menção de certos acontecimentos ou por causa da
similaridade de relatos em partes diferentes de Gênesis, alguns acrescentariam ainda outras
fontes à lista, chegando ao cúmulo de dissecar o livro, afirmando que havia até 14 fontes
independentes. Sustentam que estas diversas fontes ou escritores possuíam conceitos e
teologias diferentes, mas que Gênesis, como produto amalgamado destas fontes, não obstante,
constitui um todo. Eles recorrem a muitos absurdos em apoio desta teoria.
A base original para a hipótese documentária é o uso de títulos diferentes para Deus; os
críticos afirmam que isto indica escritores diferentes. Este conceito, porém, é irracional, pois se

1
"Moisés," Enciclopédia® Microsoft® Encarta. © 1993-1999 Microsoft Corporation. Todos os direitos
reservados.

Mód. 10-A – Texto Sagrado X – Pentateuco 4


formos atribuir a cada seção do livro um autor diferente somente pelo emprego variado de
títulos da divindade, isto levaria a dificuldades insuperáveis, pois somente entre os capítulos 14
e 17 de Gênesis encontramos cinco maneiras diferentes de designar a Deus: El Eliom (14:18),
Adonai (15:2), El Shadai (17:1), Elohim (17:3) e Ha Elohim (17:18). Moisés emprega títulos
diferentes apenas para enfatizar atributos diferentes do mesmo Deus no trato diferente com
Seu povo.
Outro argumento é o emprego de palavras diferentes. Pelo fato de usar-se bará, “criou”,
diz-se que Gên. 1:1 foi escrito pela fonte “P”. No entanto, encontramos a mesma palavra em
Gên. 6:7, na fonte que supostamente é “J”. Alega-se que a incidência da expressão “terra de
Canaã” em diversos textos (cf. Gên. 12:5; 13:12a; 16:3; 17:8) é peculiaridade do escritor “P”,
e, por isso, esses críticos sustentam que estas passagens foram escritas por “P”. Contudo, nos
capítulos 42, 44, 47 e 50, encontramos a mesma expressão nos escritos atribuídos pelos
mesmos críticos a “J” e “E”. Assim, embora os críticos afirmam que suas teorias são necessárias
para explicar as supostas incoerências em Gênesis, um exame mais detido mostra que as
próprias teorias estão cheias de incoerências.
Leiamos a seguinte declaração do egiptólogo K. A. Kitchen, que resume muito bem, a
irracionalidade dos promotores da hipótese documentária: “Na crítica do Pentateuco há muito
tempo se tornou costumeiro dividir o total em documentos ou ‘mãos’ separadas. . . . Porém, a
prática da crítica do Antigo Testamento de atribuir essas características a diferentes ‘mãos’ ou
documentos torna-se um manifesto absurdo quando aplicados a outros antigos escritos
orientais que exibem fenômenos precisamente iguais”2
Evidências Internas e Externas
O ponto de vista tradicional e universalmente aceito por judeus e cristãos é o de que
Moisés é o autor do Pentateuco. Eruditos bíblicos conservadores de nossa época encontram
evidências tanto internas quanto externas da autoria mosaica.
(1) O Testemunho do Próprio Pentateuco. Embora não haja declaração específica
atribuindo a autoria do Pentateuco a Moisés, há nos cinco livros convincente evidência de que a
obra saiu das mãos de Moisés (Êxo. 24:4-8; Núm. 5:1, 5, 11; 6:1; 8:1; 9:1; 10:1 etc. 33:1-2;
Deut. 1:1, 5; 4:5, 14; 29:1; 31:22, 24, 30; 32:44-45; 33:1)
(2) O Testemunho do Restante do Antigo Testamento. Muitos outros livros do AT
referem-se ao Pentateuco como sendo obra de Moisés (Jos. 1:7, 8; 8:31, 32, 34, 35; 23:6; Juí.
3:4; 1 Crôn. 15:15; 1 Reis 2:3; 2 Reis 14:6; 2 Crôn. 23:18; 25:4; 34:14; 35:12; cf. 2 Reis 18:6,
12; 21:8; 23:25; 2 Crôn. 8:13; 30:16; Dan. 9:11-13; Esd. 3:2; 6:18; 7:6; Nee. 1:7, 8; 8:14;
9:14; 10:29; 13:1; Mal. 4:4). Aliás, desde o tempo de Josué até o tempo de Esdras, por
exemplo, o Pentateuco é constantemente referido como o “Livro da Lei de Moisés”.
(3) O Testemunho do Novo Testamento. Nosso Senhor fez freqüentes referências ao
Pentateuco, que Ele obviamente considerava escrito por Moisés (Mat. 8:4; 19:7, 8; Mar. 1:44;
10:3–5; 12:19; Luc. 5:14; 16:29, 31; João 5:46, 47). O testemunho dos apóstolos acha-se em
harmonia com o de Jesus (Atos 3:22; 13:39; 15:5, 21; 26:22; 28:23; Rom. 10:5, 19; 1 Cor.
9:9; 2 Cor. 3:15; Apoc. 15:3).
(4) O Testemunho da Tradição Judaica. Os samaritanos sustinham que o Pentateuco era
obra de Moisés. Os escritores apócrifos adotavam o mesmo ponto de vista (Eclesiástico 45:5; 2
Macabeus 7:30). O mesmo é verdade para o filósofo judeu Filo ( Moses ii. 2) e para o historiador
judeu Flávio Josefo (Against Apion I, 8). A mesma posição é assumida pelos Talmudes Palestino
e Babilônico. Este também é o testemunho uniforme e persistente dos judeus de todas as seitas
em todas as épocas e países.
(5) Evidência Externa. A história de José no Gênesis e a de Moisés no Êxodo revela um
autor que conhecia bem a vida e costumes dos egípcios. O uso dos corretos títulos para oficiais
egípcios (Gên. 40:2; 41:40), o reflexo dos costumes egípcios (cap. 41:42-43), a ênfase nos
2
O Novo Dicionário da Bíblia, pág. 477.
Mód. 10-A – Texto Sagrado X – Pentateuco 5
sonhos e mágicos (v. 8) e a mumificação de Jacó e José (cap. 50:2, 26), revelam o colorido
egípcio da narrativa de José. Semelhantemente na história do Êxodo são encontradas palavras
egípcias e uma exata descrição da vida e costumes egípcios. Quem além de Moisés, “educado
em toda a ciência dos egípcios” (Atos 7:22), era qualificado para escrever essas narrativas? O
autor do Pentateuco também era conhecedor profundo do deserto. Era bem qualificado do
ponto de vista acadêmico (Atos 7:22) e não há nenhuma razão racional do ponto de vista
arqueológico, histórico ou cultural para que não deva ser assim. 3

CAPÍTULO III

GÊNESIS — O LIVRO DA CRIAÇÃO

Autoria
“Ninguém pode afirmar com absoluta certeza que sabe quem escreveu o livro de
Gênesis. Visto que Gênesis é o alicerce necessário para os escritos de Êxodo a Deuteronômio, e
visto que a evidência disponível indica que Moisés escreveu esses quatro livros, é provável que
Moisés tenha sido o autor do próprio livro de Gênesis. A evidência apresentada pelo Novo
Testamento contribui para essa posição (cf. especialmente João 5:46-47; Luc. 16:31; 24:44).
Na tradição da igreja, o livro de Gênesis tem sido comumente designado como o ‘primeiro livro
de Moisés’. Nenhuma evidência em contrário tem sido capaz de invalidar essa tradição.” 4
Alguns levantam a objeção de que a escrita não seria conhecida nos dias de Moisés. Em
seu livro New Discoveries in Babylonia About Gênesis (Novas Descobertas em Babilônia Sobre o
Gênesis), P. J. Wiseman salienta que a pesquisa arqueológica fornece ampla prova de que “a
arte da escrita começou nos tempos mais primitivos da história conhecida do homem”.Todos os
peritos modernos reconhecem a existência da escrita muito antes do tempo de Moisés, como a
Bíblia o faz (Êxo. 17:14).

Lugar e Tempo da Escrita


O livro de Gênesis foi possivelmente terminado por Moisés no deserto do Sinai, por volta
do ano de 1440 a.C. Não sendo, porém, testemunha ocular da criação, dependeu da revelação
divina e talvez de antigos relatos escritos e orais. O livro abrange o período da história humana
que vai desde a época da criação (data sobre a qual podemos apenas especular; Ussher opina
que foi o ano 4.000 a.C.) até o dia em que Israel chegou ao Egito e se tornou nação (cerca de
1800 a.C.).

Título e Natureza
O primeiro livro do Pentateuco é o Gênesis. Este livro é uma introdução indispensável a
toda a Bíblia, o fundamento de toda verdade revelada. A palavra Gênesis significa “origens”, a
gênese de todas as coisas, da Terra, do homem e do cosmo. O livro retira seu nome do título
que lhe foi dado pela versão grega chamada Septuaginta, derivada do cabeçalho de suas dez
partes he biblos geneseos, “livro da gênese” (2:4; 5:1; 6:9; 10:1; 11:10; 11:27; 25:12; 25:19;
36:1; 37:2). O título do livro na Bíblia Hebraica é Be-Reshit (“no princípio”), em alusão às
palavras iniciais "No princípio"..5

3
Merril F. Unger, The Hodder Bible Handbook, pág. 13.
4
Russel Shedd, “Introdução ao Livro de Gênesis”, Bíblia Shedd.
5
John D. Davis, Dicionário da Bíblia, art. “Gênesis”.
Mód. 10-A – Texto Sagrado X – Pentateuco 6
Conteúdo
O Gênesis é o primeiro livro do Pentateuco; o livro relata, como seu próprio nome indica
(gênese = começo), o começo do mundo desde o momento em que Deus “criou os céus e a
terra” (Gên.1,1) até a morte de José, o 11º filho do patriarca hebreu Jacó. A obra pode ser
dividida em duas partes. A primeira (Gên. 1-11) é dedicada à historia primitiva da humanidade
e contém narrativas sobre o primeiro homem e primeira mulher, o pecado original, a primeira
morte, o primeiro homicida, o dilúvio enviado por Deus para destruição de todos os pecados e
erros - excetuando a família do “homem justo” (Gên.6,9) e das criaturas cuja conservação este
homem se encarregou, a confusão de idiomas e a dispersão dos povos. Na primeira parte do
Gênesis está, também, a primeira aliança estabelecida por Deus com a humanidade através da
pessoa de Noé (Gên., 9;9;17). A segunda parte (Gên.12-50) centra-se, sobretudo, no relato
das vidas dos patriarcas hebreus Abraão, Isaac e Jacó, ou seja, uma história das origens da
nação hebraica.6

Tema
O verso-chave é: “No princípio criou Deus os Céus e a Terra”. Gên. 1:1. A palavra-chave
é começo. O tema principal é “o pecado do homem e os passos iniciais destinados à sua
redenção, mediante uma aliança divina feita com uma raça escolhida, cuja história primitiva ali
se descreve.”7

Composição
Compõe-se o livro de 50 capítulos. Costuma-se dividir o Gênesis em duas partes: Gên. 1–
11, que trata dos primórdios da humanidade no universo criado por Deus, e Gên. 12–50, que
apresenta a vida dos patriarcas e se subdivide em três ciclos de relatos, referentes a Abraão
(12–25), a Isaque e, sobretudo, a Jacó (26–36), e, enfim, a José (37–50). Os capítulos 1-11
falam da criação do mundo e contam a história primitiva da raça humana. Estão aqui os relatos
de Adão e Eva, Caim e Abel, Noé e o Dilúvio e a Torre de Babel. Os capítulos 12-50 narram a
história dos primitivos ancestrais dos israelitas. O primeiro é Abraão, notável por sua fé e
obediência a Deus. Seguem-se as histórias de seu filho Isaque e seu neto Jacó (também
chamado Israel) e dos doze filhos de Jacó, os fundadores das doze tribos de Israel. Dá-se
especial atenção a um dos filhos, José, e os acontecimentos que trouxeram Jacó e seus outros
filhos com suas respectivas famílias de Canaã para viver no Egito.
Estas duas partes apresentam notáveis diferenças quanto à forma literária e ao
conteúdo, mas estão intimamente relacionadas.

Esboço
I. História Primitiva da Humanidade (1-11)
Criação do Universo e dos Seres Humanos (1-2)
O Começo do Pecado e do Sofrimento (3)
De Adão a Noé (4-5)
Noé e o Dilúvio (6-10)
A Torre de Babel (11:1-9)
De Sem a Abraão (11:10-32)
II. História Patriarcal de Israel (12-50)
Abraão (12-25)
Isaque (25-28)
Jacó (28-35)
6
"Gênesis," Enciclopédia® Microsoft® Encarta. © 1993-1999 Microsoft Corporation. Todos os direitos
reservados.
7
Bíblia de Referência Thompson, “Análise dos Livros da Bíblia: Gênesis”, pág. 1388.
Mód. 10-A – Texto Sagrado X – Pentateuco 7
Os Descendentes de Esaú (36)
José e Seus Irmãos (37-45)
Os Israelitas no Egito (46-50)8

Gênesis e a Literatura da Época


Muitas páginas do Gênesis têm correspondência nos monumentos babilônicos e egípcios:
nos primeiros, a história primitiva, isto é, os primeiros 11 capítulos; nos egípcios, o restante,
especialmente a história de José (37-50). Com os dois primeiros capítulos (a criação)
apresentam semelhança vários poemas babilônicos entre si discordantes e que não passam de
uma fantasia mitológica de crasso politeísmo; quão mais sublime pela nobreza de pensamento
é a prosa simples da Bíblia! Também a tradição babilônica conhece dez reis, como Gên. 5, dez
patriarcas de vida longeva antes do Dilúvio. Este cataclismo foi narrado em muitas lendas
babilônicas, uma das quais foi inserida no romanesco poema “Gilgamés”, assim chamado por
causa do protagonista, símile de Noé. Os pontos de contato com a narração bíblica são
numerosos e típicos. A narração da torre de Baberl (Gên. 11:1-9) é toda tecida de elementos
babilônicos, embora um paralelo exato ainda não tenha sido encontrado na literatura
cuneiforme. Nos monumentos egípcios temos representadas muitas cenas semelhantes às
narradas em Gên. 12:37-50.9

O GÊNESIS REGISTRA NOVE COMEÇOS


REGISTRO DAS DEZ
1. O começo da HISTÓRIAS
Terra comoDE FAMÍLIAS
habitação doNO GÊNESIS
homem (1:1–2:3)
1. As 2.
Gerações da Posteridade
O começo Celestial
da raça humanae a Semente Terrena (1:1–4:26)
(2:4–25)
2. As 3.
Gerações de Adão do
O começo (5:1–6:8)
pecado humano (3:1-7)
3. As Gerações de Noé (6:9–9:29)
4. As Gerações dos Filhos derevelação
4. O começo da redentora (3:8-24)
Noé (10:1–11:9)
5. As 5. O começo
Gerações da família humana (4:1-15)
de Sem (11:10-26)
6. As 6.
Gerações de Terá (11:27–25:11)
O começo da civilização atéia (4:16–9:29)
7. As 7.
Gerações de Ismael
O começo das (25:12-15)
nações (10:1-32)
8. As 8.
Gerações de Isaque (25:19–35:29)
O começo dos idiomas humanos (11:1-9)
9. As Gerações de Esaú (36:1–37:1)
10. As9.Gerações
O começo
de Jacóda raça hebraica (11:10–50:26)
(37:2–50:26)

CAPÍTULO IV

8
Good News Bible, Today’s English Version, “Introduction to Genesis”, pág. 1.
9
Bíblia Sagrada, trad. Pe. Matos Soares, “Introdução ao Gênesis”.
Mód. 10-A – Texto Sagrado X – Pentateuco 8
ÊXODO — O LIVRO DA REDENÇÃO

Autoria
“Embora em parte alguma o livro do Êxodo reivindique a autoria mosaica in totum, o livro
inteiro da lei expressa no Pentateuco, que compreende principalmente a porção que se estende
de Êxodo 20 até o fim do livro de Deuteronômio, reivindica para si, em termos positivos, a
autoria mosaica. Ali é declarado que Moisés foi o autor do Livro da Aliança (caps. 20–23), que
inclui os Dez Mandamentos e os juízos e estatutos acompanhantes (24:4, 7). O chamado
Código Sacerdotal, que trata do ritual do tabernáculo e do sacerdócio, contido no restante do
livro de Êxodo (excetuando-se os caps. 32–34), foram declaradamente entregues a Moisés pelo
Senhor (25:1,23, 31; 26:1; e assim por diante). A construção do tabernáculo foi realizada
‘...segundo o Senhor ordenara...’ Essa frase, ou outra semelhante, aparece repetidamente nos
capítulos 39 e 40. A autoria mosaica é igualmente asseverada no tocante à seção
proeminentemente histórica — a vitória de Israel sobre os amalequitas (17:4). Citando um
trecho de Êxodo 3, Jesus chamou o Pentateuco em geral e o livro de Êxodo em particular de
‘livro de Moisés’(Mar. 12:26). A moderna erudição conservadora, como também a tradição, tem
sustentado a autoria mosaica. As teorias críticas não oferecem qualquer substituto para a
autenticidade mosaica.”10

Lugar e Tempo da Escrita


O livro de Êxodo foi escrito por Moisés por volta do ano de 1440 a.C., algum tempo
depois de terem partido do Egito e acampado no deserto do Sinai. Abrange um período de 145
anos, desde a morte de José até a construção do Tabernáculo.

Título e Natureza
O segundo rolo do Pentateuco, também conhecido como “Segundo Livro de Moisés”, era
conhecido pelos judeus como Shemot, “Nomes”, por causa de sua frase inicial: We’elleh
shemóhth, “São estes os nomes...” Êxodo é a forma latinizada do título grego dado ao livro pela
Septuaginta. Significa “saída”, “partida”, isto é, a saída dos israelitas do Egito. Gênesis é o livro
da criação, enquanto que Êxodo é o livro da redenção, pois é nele que são narrados os atos
poderosos de Deus para retirar Seu povo do cativeiro egípcio.

Conteúdo
Êxodo é o segundo livro do Pentateuco. Recebeu este nome por relatar a partida dos
judeus do Egito e sua travessia do deserto até chegar ao monte Sinai. O Livro do Êxodo relata
os acontecimentos ocorridos entre a morte de José, no Egito, e a construção, pelos hebreus, do
Tabernáculo Sagrado no Sinai. Os primeiros 15 capítulos tratam da opressão dos judeus nas
mãos egípcias após a morte de José, do nascimento de Moisés e sua salvação de um massacre,
da escolha divina de Moisés para liderar a saída do povo de Israel do Egito, das dez pragas que
caíram sobre o Egito, da libertação dos judeus da terra do Egito e do exército do faraó, no mar
Vermelho ou “mar dos Juncos”, ocasionalmente identificado com o terreno alagadiço situado ao
norte do mar Vermelho, talvez, o lago Timsah. Os acontecimentos mais importantes do final do
Êxodo (capítulos 16 a 40) descrevem o deserto do Sinai, onde os judeus montaram
acampamento após vagarem durante meses.11

Tema
10
Russel Shedd, “Introdução ao Livro de Êxodo”, Bíblia Shedd.
11
"Êxodo," Enciclopédia® Microsoft® Encarta. © 1993-1999 Microsoft Corporation. Todos os direitos
reservados.
Mód. 10-A – Texto Sagrado X – Pentateuco 9
A personagem central do livro é Moisés. O pensamento-chave: libertação. O tema do
livro é a história de Israel desde a morte de José até a construção do tabernáculo. O nome
Êxodo foi muito apropriadamente atribuído pelos tradutores gregos ao livro já que têm como
objeto a narrativa da saída do Egito, eixo de toda história de Israel.

Composição
Compõe-se o livro de 40 capítulos. Podemos dividir o livro em três seções principais
conforme a localização geográfica do povo de Deus: Israel no Egito, Israel no Deserto, Israel no
Sinai.

Esboço
I. Israel no Egito (1-12)
Cativeiro Egípcio (1)
Libertação (2-4)
Luta com Faraó (5-11)
A Páscoa (12)
II. Israel no Deserto (13-18)
O Êxodo e a Perseguição (13:1–15:21)
Viagem ao Sinai (15:22–17:6)
Visita de Jetro (18)
III. Israel no Sinai (19-40)
Outorga da Lei Moral (19-20)
Leis Sociais e Cerimoniais (21-23)
Ratificação do Concerto (24)
Instruções Sobre o Tabernáculo e o Sacerdócio (25-31)
O Bezerro de Ouro (32)
Renovação do Concerto (33-34)
Ereção do Tabernáculo e Instituição do Sacerdócio (35-40) 12

Exatidão e Veracidade
A exatidão e veracidade de todos os fatos mencionados no Êxodo podem ser
comprovados pela arqueologia e pela história. Com respeito ao escritor do livro, “pode-se
discernir uma íntima familiaridade com o Egito Antigo. A posição dos egípcios com respeito aos
estrangeiros — sua separação deles, todavia, a permissão para que ficassem em seu país, seu
ódio especial por pastores, a suspeita quanto a serem espiões os estrangeiros vindos da
Palestina — seu governo interno, seu caráter firmado, o poder do Faraó, a influência dos
sacerdotes, as grandes edificações, a utilização de estrangeiros na construção delas, o uso de
tijolos, ... e de tijolos com palha, . . . os feitores, a embalsamação de cadáveres, a conseqüente
importação de especiarias, . . . os prantos violentos . . . os combates com cavalos e carros . . .
— estes são apenas alguns dentre os muitos pontos que podem ser observados como
marcando íntimo conhecimento dos modos e costumes egípcios por parte do autor do
Pentateuco.”13
Dentre os manuscritos encontrados junto ao Mar Morto, 15 contêm fragmentos do livro
de Êxodo. Um fragmento (4QEXf) foi datado como pertencendo ao terceiro século antes da era

12
Hodder, The Bible Handbook, pág. 69..
13
The Historical Evidence of the Truth of the Scripture Records, págs. 290-291.
Mód. 10-A – Texto Sagrado X – Pentateuco 10
cristã. Dois dos fragmentos, que se crê datem do segundo ou terceiro século antes de Cristo,
foram escritos em antigos caracteres hebraicos, usados antes do exílio babilônico. 14
Jesus chega a citar o livro nada mais nada menos que 100 vezes.

O Êxodo e a Literatura da Época


É verdade que, de todas as leis outorgadas no Êxodo, especialmente as do chamado código
da aliança (21-23), foram encontrada analogias notáveis no código de Hamurábi (rei babilônico
que viveu alguns séculos antes de Moisés), que foi descoberto, traduzido e publicado pelo
dominicano Scheil, em 1902. De tais analogia não se infere, porém, em absoluto, como
pretendem alguns, a dependência do código mosaico do hamurabiano. Elas têm sua explicação
adequada nos fatores comuns às duas sociedades, israelita e babilônica, tão próximas no
tempo, no lugar e também na origem, pois os patriarcas do povo hebreu procediam também do
vale do Tigre.15

O Decálogo católico é uma adaptação. Nele está modificado o 6º. mandamento. Na


Bíblia diz: "não cometer adultério", e no catecismo diz: 'não pecar contra a castidade';
também os 9º. e 10º. mandamentos na Bíblia são um só, e no catecismo está dividido.
Esta distinção foi precisa para se completarem os dez, porque eles suprimiram o que
proibia a fabricação de imagens, e isto sempre foi causa de polêmica com os protestantes.
Aqui está a discriminação dos mandamentos na Bíblia (cap. 20):
1o. mandamento = vers 3 - (Não terás outros deuses diante de mim.)
2º. mandamento = vers 4 a 6 - (Não farás para ti imagem esculpida... não te
prostrarás diante destes deuses e não os servirás...)
3º. mandamento = vers 7 - (Não pronunciarás em vão o nome do teu Deus)
4º. mandamento = vers 8 a 11 - (Trabalharás durante seis dias... o sétimo dia é o
sábado de Javé)
5º. mandamento = vers 12 - (Honra teu pai e tua mãe)
6º. mandamento = vers 13 - (Não matarás)
7º. mandamento = vers 14 - (Não cometerás adultério)
8º. mandamento = vers 15 - (Não roubarás)
9º. mandamento = vers 16 - (Não apresentarás um falso testemunho contra o
próximo)
10º.mandamento = vers 17 - (Não cobiçarás a casa do próximo, nem sua mulher,
nem seu escravo nem sua escrava, nem seu boi, seu jumento nem coisa alguma que lhe
pertença).

14
Insigth on the Scripture, art. “The Book of Exodus”.
15
Bíblia Sagrada, trad. Pe. Matos Soares, “Introdução ao Êxodo”.
Mód. 10-A – Texto Sagrado X – Pentateuco 11
CAPÍTULO V

LEVÍTICO — O LIVRO DA EXPIAÇÃO

Autoria
“Em mais de 50 pontos, em seus 27 capítulos, o livro de Levítico afirma compor-se das
palavras que Deus dirigiu a Moisés. O Novo Testamento, igualmente, introduz uma citação
tirada do livro quando diz: ‘Ora, Moisés escreveu...” (Rom. 10:5). Os críticos relegam o livro de
Levítico a um milênio depois de Moisés, fazem-no às expensas da integridade da evidência
bíblica. As Escrituras descrevem o livro de Levítico como obra que foi transmitida a Israel logo
depois que os israelitas foram adotados como povo com quem Deus fez aliança (Êxo. 19:5).
Fora-lhes dada a lei moral básica, o Decálogo (Êxo. 20), e a presença de Deus viera habitar no
tabernáculo recém-construído (Êxo. 29:43; 40:34). Então foi dado o livro de Levítico, segundo
Deus havia prometido (Êxo. 25:22), para servir de guia para a vida e a adoração perante Ele.
Sua legislação e acontecimentos relatados cobrem algumas poucas semanas vividas pelo povo,
desde a construção do tabernáculo por Moisés (Êxo. 20:17) até a partida de Israel do Monte
Sinai, menos de dois meses mais tarde (Núm. 10:11), em maio de 1445 a.C., conforme a data
atribuída pela maioria dos eruditos evangélicos.”16

Lugar e Tempo da Escrita


O livro de Levítico foi escrito por Moisés por volta do ano de 1440 a.C, ao pé do Monte
Sinai, enquanto aguardavam a marcha rumo à Terra Prometida. Deus transmitiu essas
instruções a Moisés para que os levitas pudessem dirigir corretamente a adoração. O período
abrangido pelos eventos apresentados no livro não é mais que um mês. As referências que
refletem a vida num acampamento atestam que Levítico foi escrito no deserto (Lev. 4:21; 10:4-
5; 14:8; 17:1-5).

Título e Natureza
Terceiro livro do Pentateuco contendo as leis de Deus sobre sacrifícios, pureza e outros
assuntos cerimoniais. Levítico significa “relativo aos levitas”. O nome do livro em hebraico,
intitulado Va-Yikra (“E chamou”), descreve seu conteúdo, a saber, a lei dos sacerdotes, os filhos
de Levi, e este é o nome adotado pela Septuaginta ( Leueitikon) e pela Vulgata latina
(Leviticus). A característica principal do livro é que se constitui num manual para rituais do
antigo concerto, principalmente associado com o que o NT chama de sacerdócio levítico (Heb.
7:11).

Conteúdo
Gênesis é o livro da criação, Êxodo é o livro da redenção e Levítico é o livro da expiação.
Em Gênesis vemos o homem arruinado; em Êxodo, o homem redimido; e em Levítico, o homem
purificado, adorando e servindo. O Levítico é dedicado aos sacerdotes levitas e a suas funções.
Contém as leis do culto, os ensinamentos morais e as normas sociais. Os capítulos 1 a 7
contêm dois códigos legais relativos aos sacrifícios. Os capítulos 8 a 10 apresentam uma
descrição detalhada da consagração de Aarão e de seus filhos ao sacerdócio. Os capítulos 11 a
15 detalham as leis dietéticas e as sanitárias incluindo uma lista dos animais puros e impuros,
permitidos, ou não, à alimentação (capítulo 11) e os procedimentos de purificação das
parturientes (capítulo 12) e dos fluxos corporais (capítulo 15). O capítulo 16 é dedicado ao Dia
da Expiação (Yom Kippur). Os 10 capítulos seguintes (17 a 26) são denominados por alguns

16
Russel Shedd, “Introdução ao Livro de Levítico”, Bíblia Shedd.
Mód. 10-A – Texto Sagrado X – Pentateuco 12
especialistas de “A lei (o código) de santidade” devido à referência recorrente à santidade ritual
de objetos e pessoas e à freqüente aparição de Deus na primeira pessoa (Lev.20,7-8). 17

Tema
As palavras chaves são acesso e santidade. A personagem central é o sumo sacerdote. O
tema central é o seguinte: Como pode um pecador aproximar-se de um Deus santo? A palavra
santo ocorre mais de 80 vezes no livro.

Composição
O livro abrande 28 capítulos. Divide-se basicamente em duas grandes seções: a primeira
trata de como chegar a Deus e a segunda, de como permanecer junto a Ele. Com exceção de
dois trechos históricos (8-10; 24:10-23), Levítico compõe-se inteiramente de leis que visam à
santificação individual e nacional.

Esboço
I. O Acesso a Deus (1-16)
Pelo Sacrifício (1-7)
Pela Consagração sacerdotal (8-9)
Pela Abstinência de Profanação (10)
Pela Observância das Leis Purificatórias (11-15)
Pela Expiação Anual (16)
II. O Acesso à Comunhão Com Deus (17-27)
Pela Separação do Pecado (17-22)
Pela Observância de Festas Religiosas (23)
Pela Obediência em Adoração e Verdadeira Reverência (24)
Pela Observância do Ano Sabático e do Jubileu (25-26)
Pela Atenção às Promessas e Advertências de Deus (26)
Pelo Cumprimento dos Votos e Devolução dos Dízimos (27)18

O Sistema Sacrifical
O sacrifício, o ato mais sagrado da religião, isto é, oferecer a Deus vítimas, animais ou
vegetais, não foi instituído por Moisés, mas remonta às próprias origens da humanidade (Gên.
4:3-4). O sistema sacrifical foi revelado a Adão e Eva logo após a Queda. A preparação de
vestes de pele para o primeiro casal da parte de Deus sugere que a culpa do pecado deve ser
paga com o sangue de uma vítima inocente (Gên. 3:21). Caim e Abel praticaram sacrifícios;
Abraão também. Moisés encontrou seu uso estabelecido e arraigado; portanto, apenas
regulamentou e consagrou ao culto do verdadeiro Deus um cerimonial já praticado, inclusive
por povos pagãos, ainda que de maneira pervertida em relação ao plano original. Para o crente
da nova dispensação, o sistema sacrifical do AT é particularmente instrutivo, pois ilustra a
redenção neotestamentária. Muitas das prescrições levíticas são típicas, isto é, eram
simbolicamente preditivas do Redentor prometido (Efés. 5:2; 1 Cor. 10:11; Heb. 9:14). Essas
leis cerimoniais (não a lei moral) perderam sua validade na morte de Cristo, já que todas eram
símbolos que apontavam para a realidade do sacrifício vicário do Filho de Deus, e o símbolo
deixa de existir quando se realiza e concretiza aquilo que ele prefigura.

Levítico e a Literatura da Época


17
"Levítico," Enciclopédia® Microsoft® Encarta. © 1993-1999 Microsoft Corporation. Todos os direitos
reservados.
18
Unger,The Hodder Bible Handbook, pág. 87.
Mód. 10-A – Texto Sagrado X – Pentateuco 13
Nas tabuinhas recentemente descobertas em Rãs Shamra (antiga Ugarit), na Fenícia
setentrional, anteriores alguns séculos a Moisés, são mencionadas espécies idênticas de
sacrifícios, até mesmo com nomes iguais (afinidades das duas línguas) aos do Pentateuco.

CAPÍTULO VI

NÚMEROS — O LIVRO DA PROVAÇÃO

Autoria
“Tanto os judeus como os cristãos têm tradicionalmente considerado que Moisés foi o
autor do livro de Números. Visto que o período de Moisés foi, pelo menos, mil e trezentos anos
antes do tempo de Cisto, o livro, em sua forma atual, tem passado por muitas mãos, e até
mesmo o original hebraico foi transliterado de um tipo de escrita para outro. A crítica literária
extremada tem procurado negar que Moisés poderia ter escrito qualquer porção do livro, e tem
tentado dividi-lo em documentos que datariam de diversos períodos da história de Israel. As
descobertas arqueológicas, entretanto, têm demonstrado a antiguidade das leis, instituições e
condições de vida descritas no livro de Números. O ponto de vista de que o livro de Números
saiu das mãos de Moisés e do tempo em que ele viveu, é sustentado igualmente pela grande
veneração com que os judeus tratavam Moisés e os escritos sagrados a ele atribuídos.” 19

Lugar e Tempo da Escrita


O livro de Números foi escrito por Moisés cerca de 40 anos após o êxodo do Egito,
quando os israelitas estavam prontos para entrar em Canaã. Muitos acreditam que Moisés o
tenha escrito por volta de 1400 a.C. O livro compreende os 40 anos, ou melhor, os 38 anos e
nove meses, da peregrinação de Israel no deserto, desde o Monte Sinai até as margens do Rio
Jordão, defronte a Jericó (1:1; 36:13).

Título e Natureza
A narrativa é retomada no quarto livro, intitulado Números ( Numeri, na Vulgata Latina e
Arithmoi na Septuaginta grega), em alusão ao fato de os israelitas terem sido numerados ou
recenseados em duas ocasiões (caps. 1 e 26), a primeira vez no início de sua viagem e a
segunda vez, no fim dos 38 de peregrinação no deserto. Nas Escrituras Hebraicas, denomina-se
Ba-Midvar ("No deserto"), porque começa por esta expressão (Núm. 1:1).

Conteúdo
Gênesis é o livro da criação, Êxodo é o livro da redenção, Levítico é o livro da expiação e
Números é o livro da prova. A primeira seção está dedicada a assuntos estatísticos e legais. A
segunda começa com um relato da partida dos judeus do Sinai. Conta, entre outras histórias, a
rebelião de Arão e Míriam, irmão e irmã de Moisés (capítulo 12), o envio de espiões hebreus a
Canaã e seus contraditórios relatos, e a condenação, destinada aos israelitas, de vagar pelo
deserto durante 40 anos, (capítulos 13 e 14). A terceira seção de Números relata a morte de
Arão e a fracassada intenção judaica de entrar em Canaã atravessando o país de Edom
(Num.20,14-29), além da eleição de Josué como sucessor de Moisés (Num.27,12-23).
Continuando o resumo das etapas da peregrinação de Israel, do Egito até os limites de Canaã
(Num.33,1-49), surge a descrição das fronteiras ideais deste território. O livro termina com as
regras para a partilha da terra; o estabelecimento das cidades levitas; das cidades de exílio,
“nas quais se refugiará o homicida”, e das regras de matrimônio para manter intacta a herança
das terras de Israel (capítulos 34-36). 20

19
Russel Shedd, “Introdução ao Livro de Números”, Bíblia Shedd.
Mód. 10-A – Texto Sagrado X – Pentateuco 14
Tema
A palavra-chave é peregrinação. A lição central é que a incredulidade impede a entrada
numa vida mais abundante (Heb. 3:7-19). Há no livro sete queixas ou murmurações: pelo
caminho (11-3), pelo alimento (11:4-6), pelos gigantes (13:32–14:2), pelos líderes (16:3), pelos
juízos divinos (16:41), pelo deserto (20:2-5) e pelo maná (20:2-5).

Composição
O livro abrande 36 capítulos. Seus principais eventos são a organização e a legislação, a
partida do Monte Sinai, o desprezo do povo pelo maná, o desânimo de Moisés, a designação
dos setenta anciãos, o envio das codornizes e o ciúme de Miriã e Arão. São mencionados ainda
três tipos messiânicos: (1) A rocha ferida por Moisés, 20:7-11; veja 1 Cor. 10:4. (2) A serpente
de bronze, 21:6-9; veja João 3:14; (3) As cidades de refúgio, cap. 35; veja Heb. 6:18.

Esboço
I. Deixando o Sinai (1-10)
Recenseando as Tribos (1-2)
Recenseando os Levitas (3-4)
Leis Diversas (5-6)
Últimos Acontecimentos (7-10)
II. Vagueando Pelo Deserto (11-20)
Do Sinai a Cades (10:11-36)
Parada em Cades (13-20:1-13)
III. Viajando Para a Terra Prometida (20-36)
De Cades Para o Jordão (20:14—21:10-25)
Na Margem Oriental do Jordão (21:26–36)

Autenticidade
A autenticidade deste livro é confirmada de maneira indubitável. Notável é sua
franqueza. Não se escondem condutas erradas e derrotas. Até mesmo as transgressões do
próprio Moisés, de seu irmão Arão, de sua irmã Miriã e de seus sobrinhos Nadabe e Abiu são
expostas (3:3-4; 12:1-15; 20:2-13). Várias vezes os acontecimentos registrados neste livro são
repetidos nos Salmos (78:14-41; 95: 7-11; 105:40-41; 106:13-33; 105:10-11; 136:16-20).
Outros escritores bíblicos mostraram que aceitavam este livro como parte do cânon, como
Josué (4:12; 14:2), Jeremias (2 Reis 18:4), Neemias (9:19-22), Davi (Sal. 95:7-11), Isaías
(48:21), Miquéias (6:5), Estevão (Atos 7:36), Paulo (1 Cor. 10:1-11), Pedro (2 Ped. 2:15-16),
Judas (v. 11) e o próprio Jesus (João 3:14; Apoc. 2:14). Há também a profecia de Balaão a
respeito da estrela que procederia de Jacó, profecia que se cumpriu na pessoa de Cristo, a
estrela D’alva. — Núm. 24:15-19.21

Números e Seu Valor Literário


“O livro de Números é importante para a literatura porque, entre outras coisas, nos
conservou fragmentos de antiqüíssimos cânticos populares (21; 23; 24), com a indicação de

20
"Números, Livro dos," Enciclopédia® Microsoft® Encarta. © 1993-1999 Microsoft Corporation. Todos os
direitos reservados.

21
Insight on the Scripture, art. “The Book of Numbers”.
Mód. 10-A – Texto Sagrado X – Pentateuco 15
coleções já existentes, como o “Livro das Guerras do Senhor” (21:14), do qual não se tem outra
menção.”22

CAPÍTULO VII

DEUTERONÔMIO — O LIVRO DA RECAPITULAÇÃO

Autoria
“Por todo o livro de Deuteronômio, Moisés é declarado como autor dos discursos que
compõem a maior parte da obra. É óbvio que o relato sobre sua morte, que aparece no fim do
livro, é obra de algum outro escritor, bem provavelmente Josué. Assim sendo, é de todo
apropriado, dizer-se que Deuteronômio é o quinto livro de Moisés.”23
Apesar de a autoria mosaica do livro ser enfaticamente garantida (Deut. 31:9, 24-26) e
de o próprio Jesus ter validado sua autenticidade ao fazer citações preeminentes, a alta crítica
rejeita a autoria mosaica e relega-a ao tempo de Josias (2 Reis 22-23). Esta alegação deve ser
rejeitada, pois, além de ignorar todas as evidências internas e externas, acaba reduzindo o livro
a uma mera “fraude piedosa”.

Lugar e Tempo da Escrita


O livro de Deuteronômio foi escrito por Moisés por volta de 1400 a.C. O tempo abrangido
pelo livro é pouco superior a dois meses. Foi escrito nas Planícies de Moabe, e consiste em
quatro discursos, um cântico e uma bênção, enquanto Israel acampava nas fronteiras de
Canaã.

Título e Natureza
O quinto e último livro do Pentateuco é o Deuteronômio, termo derivado do título grego
da Septuaginta, Deutoronómion, que significa literalmente “Segunda Lei”. A expressão foi tirada
da tradução inexata de uma frase hebraica em Deut. 17:18, mishnéh nattohráh, que,
corretamente traduzida, significa “cópia da lei”.
O próprio nome sugere sua natureza e seu propósito. Situado apropriadamente como o
último livro da coleção mosaica, na verdade não promulga uma segunda lei, mas sumaria,
explica e põe em foco a legislação incluída nos quatro livros anteriores. É uma espécie de
recapitulação e resumo. No cânon hebraico é chamado de Devarim (“Palavras) devido ao início
do livro: Elleh hadd barim ("Estas são as palavras"). Deuteronômio é chamado pelos judeus de
os “cinco quintos da lei”, visto que complementa os cinco livros.

Conteúdo
Deuteronômio se compõe de uma série de discursos e exortações dadas por Moisés nas
planícies de Moabe, antes da travessia do Jordão. A geração passada, que saíra do Egito, com
duas exceções, havia perecido no deserto. Deuteronômio recapitula a lei para a nova geração
prestes a tomar posse da Terra Prometida. À frente dela estava o desafio de renovar a aliança
com o Senhor e rejeitar todas as formas de idolatria. Moisés enfatiza a necessidade de
obedecer às leis divinas. Tudo dependia disto — a própria vida, a posse da terra, a vitória sobre
os inimigos, a prosperidade e a felicidade. A bênção é a recompensa pela obediência, enquanto
a maldição é o resultado inevitável da desobediência.

22
Pe. Matos Soares, Bíblia Sagrada, “Introdução a Números”.
23
Russel Shedd, “Introdução ao Livro de Deuteronômio”, Bíblia Shedd.
Mód. 10-A – Texto Sagrado X – Pentateuco 16
Tema
O tema principal do livro é a repetição das leis proclamadas no Sinai, com um chamado à
obediência, mesclado com a lembrança das experiências da geração passada. O pensamento-
chave é o requisito divino da obediência (10:12-13). A palavra-chave é “lembra-te”, repetida
com freqüência através de todo o livro. Lembra-te:
a) da promulgação da lei (4:9-10)
b) da aliança (4:23)
c) do cativeiro passado (5:15)
d) da grande libertação (7:18)
e) da liderança e provisão divinas (8:2-6)
f) dos pecados do passado (9:7)
g) dos juízos divinos (24:9)
h) dos dias passados (32:7)24

Composição
O livro abrange 34 capítulos. Fala da lembrança dos relacionamentos de Deus com Israel
no passado, recapitula os Dez Mandamentos e outras leis que devem ser imprescindivelmente
guardadas em Canaã, para que a prosperidade da nação possa ser assegurada, pronuncia
bênçãos sobre a obediência e maldições sobre a desobediência. Conta também a morte de
Moisés. É neste livro que se encontra o grande mandamento pronunciado por Jesus centenas
de anos depois: “Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR. Amarás, pois, o
SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força.” Deut.
6:4; cf. Mar. 12:30.

Esboço
I. Primeiro Discurso de Moisés (1-4)
Retrospecto Desde Horebe (1-3)
Exortação Geral à Observância da Lei (4)
II. Segundo Discurso de Moisés (5-26)
Renovação da Lei (4:44-26:19)
III. Terceiro Discurso de Moisés (27-30)
Ordem de Promulgar a Lei em Siquém (27)
Ameaças e Promessas (28)
Exortação à Observância da Lei (29-30)
IV. Apêndices Históricos (31-34)
Nomeação de Josué (31)
Cântico de Moisés (32)
Bênção das Doze Tribos (33)
Morte de Moisés (34)

Deuteronômio e Seu Valor Literário


À primeira vista, o quinto e último livro do Pentateuco parece tratar-se de uma árida
enumeração de leis e determinações. Isto, porém, não é verdade. O que caracteriza esse livro,
o que constitui sua alma e essência é um ardente sabor oratório. O hagiógrafo nos faz ouvir um
Moisés que exorta, encoraja, invectiva; inculca a observância das leis, partindo dos grandes
princípios morais; apela para os mais poderosos motivos, evoca a glória do passado, a missão
histórica de Israel, os triunfos que se descortinam no porvir. Pelo estilo, Deuteronômio pertence
ao gênero oratório.25
24
Bíblia de Referência Thompson, pág. 1390.
25
Pe. Matos Soares, Bíblia Sagrada, “Introdução ao Deuteronômio”.
Mód. 10-A – Texto Sagrado X – Pentateuco 17
CONCLUSÃO

A primeira seção de tanto em ordem e honra do Antigo Testamento cabe àquela que os
tradutores alexandrinos chamaram de Pentateuco, isto é, obra em cinco tomos. Para os
hebreus, a mesma coleção tem outro nome: Torah, ou seja, a lei, nome tomado da matéria
central. Também o judaísmo o dividiu nos mesmos cinco livros, distinguindo-os com a palavra
inicial: para Gênesis, Be-Reshit; para Êxodo, Shemot; para Levítico, Va-Yikra; para Números,
Bammidbar; e para Deuteronômio, Devarim. As Bíblias traduzidas para a maioria dos idiomas
modernos usa exclusivamente os nomes impostos pelos gregos, que de maneira graciosa lhes
caracterizaram o conteúdo.
O Gênesis narra as origens do universo, da Terra e do gênero humano até a formação
paulatina do povo de Israel na sua permanência no Egito. O Êxodo narra a saída dos israelitas
do Egito, conduzidos por Moisés aos pés do Sinai, para aí receberem de Deus Sua lei moral,
cerimonial e civil, por meio de um pacto sagrado. O Levítico regula o culto religioso a modo de
ritual, dirigido especialmente aos levitas, que formavam o sacerdócio consagrado ao serviço no
santuário. Os Números recebem o nome dos recenseamentos do povo. No Deuteronômio
Moisés retoma a legislação precedente para adaptá-la às novas condições de vida sedentária
em que o povo há de se encontrar depois de entrar em Canaã.
Neste rápido apanhado percebem-se vislumbres não só da unidade e variedade do
Pentateuco, como de sua importância fundamental para a religião antiga e para a história
especial do povo hebreu.

BIBLIOGRAFIA
1. Bíblia de Estudo Vida. São Paulo: Editora Vida, 1998.
2. Bíblia Sagrada, trad. Pe. Matos Soares São Paulo: Edições Paulinas,
1987.
Mód. 10-A – Texto Sagrado X – Pentateuco 18
3. Bíblia Tradução Ecumênica. São Paulo: Edições Loyola.
4. DAVIS, John D. Dicionário da Bíblia. São Paulo: JUERP, s/d.
5. Douglas, J. O Novo Dicionário da Bíblia, São Paulo: Edições Vida
Nova, 1986.
6. Enciclopédia Barsa.
7. Enciclopédia Microsoft Encarta 2000. EUA: Microsoft Corporation,
1999.
8. Good News Bible, Today’s English Version, New York: American
Bible Society, 1978.
9. Insight on the Scriptures, 2 vols. EUA: Watch Tower, 1988.
10. RAWLINSON, George.The Historical Evidence of the Truth of the
Scripture Records, 1892.
11. SHEDD, Russel P. Biblia Shedd, São Paulo: Edições Vida Nova,
1998.
12. THOMPSON, Frank Charles. Bíblia de Referência Thompson —
Com Versículos em Cadeia Temática. São Paulo: Editora Vida,
1996.

T.D. de Textos Sagrados X: Pentateuco - Módulo 10-A


Aluno: ______________________________Matrícula: _____________
Cidade: ________________ UF: ___________ Data: ___ /___ /___
Mód. 10-A – Texto Sagrado X – Pentateuco 19
PREZADO ALUNO:
• Entregue os requisitos pontualmente.

REQUISITOS
1. Esboço (25% da nota final). Faça o esboço detalhado de cada livro do Pentateuco,
observando divisões e subdivisões.
2.Questionário (25% da nota final).
3.Avaliação de sala de aula, 50%.

QUESTIONÁRIO

01. Que significa em grego a palavra “Pentateuco”? Como é nome desta coleção de livros em
hebraico?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

02. Quantos livros compõe o Pentateuco e quais são eles?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

03. Em que consiste a hipótese documentária?


_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

04. Que provas podemos apresentar de que Moisés é o verdadeiro autor do Pentateuco?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

05. De que trata o Gênesis?


_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
06. De que trata o Êxodo?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

07. De que trata o Levítico?


_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

Mód. 10-A – Texto Sagrado X – Pentateuco 20


_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

08. De que trata Números e Deuteronômio?


_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

09. Dê os nomes em hebraico dos volumes do Pentateuco junto com seus respectivos
significados.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

10. Na sua opinião, qual a importância do Pentateuco na Bíblia?


_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

Mód. 10-A – Texto Sagrado X – Pentateuco 21

Você também pode gostar