A prescrição da pretensão punitiva do Estado caracteriza-se nos casos em que a
responsabilidade pelo decurso do prazo de aplicação das penalidades administrativas
recai sobre a administração, em função da inércia da administração pública em apurar a autoria e materialidade das infrações. Deste modo, a legislação estabelece prazos prescricionais para a apuração e julgamento de infrações administrativas, como forma assecuratória da ordem e da segurança jurídica nas relações sociais.
Todavia, a prescrição não tem caráter corrente ao longo do processo. O
legislador acabou por estabelecer marcos interruptivos da prescrição, não como forma de protelar, mas como forma de assegurar o devido processo legal, através de procedimentos que envolvem um decurso de tempo para efetiva apuração, defesa e punição do infrator.
Entre os dispositivos que encontra amparo o instituto assecuratório da
prescrição no âmbito administrativo Estadual, destaca-se o Decreto Estadual nº xxxxx, que regula os procedimentos para a apuração e julgamento de infrações administrativas, especialmente no âmbito da Secretaria de Estado do Meio Ambiente-xxxx.
Do aludido dispositivo, compreende-se que a interrupção do prazo
prescricional, poderá se estabelecer por qualquer ato inequívoco da administração que impliquem em instrução ou impulso processual, conforme o art. x, Parágrafo xxxx do Decreto Estadual supracitado. Deste modo, considerando o Despacho e Emissão de Certidão de Antecedentes, apenso ás folhas, não verifico o decurso do prazo quinquenal, ou seja de 05 anos, que caracterize a ocorrência da prescrição da pretensão punitiva alegada pela defesa.
No tocante a alegação de incompetência do agente no ato de lavratura do auto
de infração, não merece provimento o pedido de nulidade avençado. A Lei nº 9.605/98, em seu art. 70, parágrafo 1º, expressamente permite a designação de servidores para exercer atividades de fiscalização ambiental.
Ademais, é entendimento sedimentado nas Juntas Julgadoras de Recursos, o
reconhecimento da competência do agente público da xxxx na atuação como fiscal, uma vez o ato fiscalizatório é convalidado por instâncias superiores, revelando-se medida adequada a estrutura do quadro de pessoal disponibilizada no órgão, que enfrenta constante modificações.