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CATHARINA SOUR (por Yuri Santos)

Aroma:
Apresenta caráter nitidamente azedo. Aromáticos característicos da fruta adicionada devem ser perceptíveis,
podendo ser de baixo a muito alto, mas sem parecer artificial. Notas de malte em baixo nível são aceitáveis.
Subprodutos da levedura e notas aromáticas animalescas, assim como Diacetil, não são aceitáveis.

Aparência:
A coloração da cerveja pode variar de acordo com a fruta e especiaria adicionada, podendo ser turva (nível
igual ou à baixo de uma Belgian Witbier). Colarinho branco, podendo variar de acordo com a fruta e
especiaria adicionada, abundante, de boa formação, média a alta retenção. Sempre efervescente.

Sabor:
A acidez lática é evidente, sendo de média-baixa a alta. Pode apresentar sabor de trigo em baixos níveis.
Características da fruta devem ser evidentes, mas sem parecer artificial. Notas vindas de especiarias podem
estar presentes para complementar o sabor da fruta. Amargor de lúpulo deve estar ausente. Sabor de lúpulo,
diacetil e notas acéticas não são aceitáveis.

Sensação na Boca:
Corpo baixo a médio. Carbonatação médio-alta a alta. Apresenta uma sensação de repuxamento na boca
leve. Acidez de média-baixa a alta, sem ser agressiva ou adstringente. Álcool não deve ser perceptível.

Impressão Geral:
Uma ‘ale’ de trigo leve e refrescante, de teor alcoólico médio, amargor imperceptível. Acidez assertiva com
destaque no aroma e sabor para a fruta que deve ser adicionada, mas pode ser complementada por
especiarias.

Comentários:
Com proposta de serem refrescantes e frutadas, as cervejarias do estado de Santa Catarina produzem uma
modalidade de cerveja hibrida a base de trigo, leve, de teor alcoólico médio, adição de frutas, acidificada
com lactobacilos e fermentada com levedura ‘ale’. São sempre servidas frescas.

História:
A partir do final de 2014 cervejarias catarinenses gradativamente foram lançando cervejas baseadas no estilo
alemão Berliner Weisse com adição de frutas. O estilo passou a se popularizar mais em 2016 quando a
Acasc (Associação das Micro Cervejarias Artesanais de Santa Catarina) tomou a iniciativa em conjunto com
cervejeiros do estado de Santa Catarina para propagar esta modalidade de cerveja que tem como base uma
cerveja hibrida de trigo, no qual leva adição de frutas, é acidificada com lactobacilos e fermentada com
cepas de leveduras neutras de alta fermentação. Ainda no mesmo ano a Acasc realizou o primeiro workshop
para definições conceituais e técnicas de produção do estilo Catharina Sour produzido hoje pelas principais
cervejarias do estado.

Ingredientes:
A combinação de maltes é composta por 50% de trigo não maltado e 50% malte Pilsen. O mosto é
acidificado após a mostura com Lactobacillus (L. brevis (o mais aconselhável), L. plantarum, L. casei ou L.
delbrueckii), proporcionando a típica acidez acentuada. Após a fervura é fermentada com leveduras de alta
fermentação de perfil neutro. Deve levar adição de frutas em um ou mais processos da produção. Especiarias
podem ser adicionadas para complementar o conjunto, mas nunca sobrepondo o sabor e aroma da fruta.

Estatísticas: OG: 1040 - 1045


IBU: 2 - 8 FG: 1002 - 1008
SRM: 2+ (podendo variar de acordo com a fruta adicionada) ABV: 4.0 - 5.5%

Exemplos Comerciais: Itajahy Catharina Araçá Sour (3,1% ABV, 5 IBU), Liffey/Blumenau Coroa Real
(5,1% ABV, 5 IBU), Blumenau Catharina Sour Sun Of a Peach (4,1% ABV, 2 IBU).

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