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COLEGIO ESTADUAL MANOEL ANTONIO G0MES – EFM.

HISTÓRIA – LUTAS SOCIAIS

A Revolta de Beckman

Liderados pelos irmãos Manuel e Thomas Beckman, a revolta explodiu no Maranhão, no século
XVII, sobretudo em razão da proibição da escravização dos indígenas, decretada pela Coroa em 1680. Esta
foi mais uma lei a favor da liberdade indígena, desta vez influenciada pelo jesuíta Antônio Vieira. Por outro
lado, para resolver o problema da mão de obra da região, a Coroa criou a Companhia de Comércio do
Maranhão, em 1682, para fornecer escravos africanos para os senhores locais.

Como os senhores se recusaram a aceitar as novas imposições, sobretudo porque a aquisição de


africanos era muito mais cara que a de indígenas, os Beckman depuseram o governador e aboliram a
companhia de comércio. A reação da Coroa foi implacável. Manuel Beckman foi enforcado e depois
decapitado, em 1685. Thomas Beckman teve destino bem menos trágico, sendo desterrado para
Pernambuco.

*Alguns historiadores consideraram a revolta de Beckman o primeiro movimento nativista de nossa


história colonial, isto é, um movimento que, de certo modo, condenava o domínio português no Brasil,
antecipava uma ideologia antimetropolitana, um rascunho do espírito emancipatório.

Bandeirantismo, expansão e violência

Na América portuguesa, desde o século XVI os colonos foram os maiores adversários dos jesuítas.
Preferiam, sempre que possível, obter escravos indígenas, mais baratos que os africanos. No entanto, eram
os chamados mamelucos, geralmente filhos de portugueses com as índias, os oponentes mais diretos dos
nativos.

Os mamelucos eram homens que dominavam muito bem a língua nativa, chamada de “língua
geral”, conheciam os segredos das matas, sabiam como enfrentar os animais ferozes e, por isso, eram
contratados para “caçar indígenas”. Muitas vezes negociavam com os chefes das aldeias a troca de
prisioneiros por armas, cavalos e pólvora. Outras vezes, capturavam escravos nas aldeias ou nos próprios
aldeamentos dirigidos pelos missionários.

Esses mamelucos integravam as expedições chamadas de bandeiras. Alguns historiadores diferem


as bandeiras, expedições de iniciativas particulares, das entradas, patrocinadas pela Coroa ou pelos
governadores.

Entretanto, os dois tipos de expedição se confundiam, seja nos objetivos, seja na composição de
seus membros, embora o termo entrada fosse mais utilizado nos casos de repressão de rebeliões e de
exploração territorial.

Desde o século XVI, o objetivo principal das entradas e bandeiras era procurar riquezas no interior,
chamado, na época de sertões, e escravizar indígenas. Os participantes dessas expedições eram, em geral,
chamados de bandeirantes.

Ao longo do século XVII, as expedições bandeirantes alargaram os domínios portugueses na


América, que ultrapassaram a linha divisória estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas.

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