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Pilha é um dispositivo que utiliza reações de óxido-redução para converter energia química em

energia elétrica. A reação química utilizada será sempre espontânea.

Pilha comum

Conhecida como pilha “seca”,foi inventada por George Leclanché,pois,o meio eletrolítico é
uma pasta úmida que contém os íons dissolvidos,e não uma solução como era comumente
usada. A pilha seca possui um polo positivo, que é a barra de grafita envolvida por dióxido de
manganês, carvão e uma pasta úmida, e o polo negativo, que é o envoltório de zinco.

Esse zinco corresponde ao ânodo, pois ele se oxida, perdendo elétrons.

Ânodo: Zn (s) → Zn2+ (aq) + 2 e- (Semirreação de oxidação)

O cátodo, é uma barra de grafita instalada no meio da pilha envolvida por dióxido de
manganês (MnO2), carvão em pó e por uma pasta úmida contendo cloreto de amônio,cloreto
de zinco e água .

A barra de grafita conduz os elétrons perdidos pelo zinco até o manganês, ocorrendo a
redução do dióxido de manganês (MnO2) a trióxido de manganês (Mn2O3).

Cátodo: 2 MnO2(aq) + 2 NH4+ (aq) + 2e- → 1 Mn2O3 (s) + 2NH3(g) + 1 H2O(l) (Semirreação de
redução)

A reação global : Zn (s) + 2 MnO2(aq) + 2 NH4+ (aq) → Zn2+ (aq) + 1 Mn2O3 (s) + 2NH3(g)

Essas pilhas não são recarregáveis, uma vez que todo o dióxido de manganês é convertido em
trióxido de manganês. Quando a pilha para de funcionar, ela deve ser descartada.

A d.d.p dessas pilhas é de 1,5V. No entanto, a amônia (NH3(g)) formada no cátodo pode se
depositar sobre a barra de grafita, dificultando a passagem dos elétrons e diminuindo a
voltagem da pilha.

Outro fator importante, é que o envoltório de zinco pode ser corroído e, com isso, pode vazar
o material corrosivo e danificar o aparelho. Assim, as pilhas não devem ficar dentro de
aparelhos que não são continuamente usados.
As pilhas secas são indicadas para equipamentos que requerem descargas leves e contínuas,
como controle remoto, relógio de parede, rádio portátil e brinquedos.

Figura 1 : Pilha comum

Pilha alcalina

As pilhas alcalinas são um aprimoramento da pilha seca, e funcionam praticamente do mesmo


modo. Elas recebem este nome por que a pasta (eletrólito) é feita a partir de bases. Possuem
d.d.p de 1,5 V e não são recarregáveis.

A pilha alcalina é composta por uma mistura eletrolítica: pasta básica de KOH (hidróxido de
potássio). Já a pilha seca comum contém cloreto de amônio NH4Cl (sal ácido) e recebe a
classificação de ácida.Esse fato,permite que as pilhas alcalinas tenham algumas vantagens em
relação a comum:

-Como não tem cloreto de amônio, não haverá formação da amônia que se envolve no bastão
de grafita, atrapalhando o movimento dos elétrons e, consequentemente, diminuindo a
voltagem da pilha;

-O hidróxido de potássio tem maior condutividade elétrica que o cloreto de amônio


e,consequentemente, vai transportar energia mais rapidamente.Por isso as pilhas alcalinas
duram cerca de cinco vezes mais que as ácidas,já que a reação é rápida proporciona maior vida
útil aos seus constituintes.

-O eletrodo de zinco sofre desgaste mais lento em meio básico.

Ânodo: Zn(s) + 2 OH-(aq) → ZnO(aq) + H2O (aq) + 2e- (Semirreação de oxidação)

Cátodo: 2 MnO2(aq) + H2O(aq) + 2e- → Mn2O3(s) + 2OH-(aq) (Semirreação de redução)


Reação global: Zn(s) +2 MnO2(aq) → ZnO(aq) + Mn2O3(s)

A pilha alcalina, por sua vez, é apropriada para equipamentos que requerem descargas de
energia rápidas e fortes, como brinquedos, câmeras fotográficas digitais, MP3 players, etc.

Pilhas e baterias são dispositivos nos quais uma reação espontânea de oxirredução produz
corrente elétrica. As baterias são um conjunto de pilhas ligadas umas às outras, em série, isto
é, o polo positivo de uma pilha está ligado ao polo negativo de outra e assim sucessivamente.

Bateria automóvel

As baterias de chumbo utilizadas em automóveis são muito duráveis, com uma voltagem de 12
V, compostas de 6 pilhas ou células. Seu ânodo (polo negativo) corresponde às placas de
chumbo; e o seu cátodo (polo positivo), às placas de chumbo com óxido e chumbo IV (PbO2)

As placas de chumbo revestidas de PbO2 (placas negativas) são ligadas ao conector positivo.
Enquanto que as placas de chumbo (placas positivas) são ligadas ao conector negativo. Elas são
separadas por algum papelão, plástico ou algum papel separador microporoso.

Esse conjunto é colocado no compartimento da bateria e mergulhado em uma solução aquosa


de ácido sulfúrico.

Ânodo: Pb(s) + HSO4- (aq) + H2O(l) ↔ PbSO4(s) + H3O+(aq) + 2e- (Semirreação de oxidação)

Cátodo: PbO2(s) + 3H3O+(aq) + HSO4-(aq) + 2e- ↔ PbSO4(s) + 5 H2O(l) (Semirreação de


oxidação)

Reação global: Pb(s) + PbO2(s) + 2HSO4- (aq) + 2 H3O+ ↔ 2 PbSO4(s) + 4 H2O(l)

Essas reações são reversíveis, o que significa que é possível recarregar novamente as baterias
de chumbo por se fornecer energia ao sistema, ou seja, é possível passar uma corrente elétrica
fornecida por um gerador de corrente contínua. Desse modo, o sentido dessas reações é
invertido, ocorrendo a regeneração de grande parte do ácido sulfúrico e carregando, assim, a
bateria. No automóvel, essa diferença de potencial que fornece energia e recarrega a bateria é
feita pelo dínamo ou pelo alternador.
A densidade do ácido sulfúrico ajuda a identificar se a bateria está decarregada. Visto que sua
densidade é 1,28g/cm3 ; se este valor estiver abaixo de 1,20 g/cm3, significa que o ácido
sulfúrico foi consumido e a bateria está descarregada. Por isso, essas baterias são muito
duráveis.

Figura 2 : Bateria de automóvel

Bateria celular (Li)

As baterias que possuem o lítio como principal constituinte têm como uma de suas
características o fato de serem bem leves, pois o lítio é o metal menos denso descoberto até o
momento.

A bateria de íon lítio leva esse nome exatamente porque o seu funcionamento se baseia no
movimento de íons lítio (Li2+). Ela é atualmente muito utilizada nas baterias de telefones
celulares e seu potencial varia entre 3,0 e 3,5 V.

O ânodo e o cátodo são formados por átomos dispostos em planos como se fossem lâminas
com espaços onde os íons lítio se inserem. O ânodo é formado por grafita com o metal cobre e
os íons se intercalam nos planos de estruturas hexagonais de carbono, formando a seguinte
substância: LiyC6.Já o cátodo é formado pelos íons lítio intercalados num óxido de estrutura
lamelar (LixCoO2).

Assim, temos que os íons lítio saem do ânodo e migram por meio de um solvente não aquoso
para o cátodo.

Ânodo: LiyC6(s)  C6(s) + y Li+(solv) + ye- (Semirreação de oxidação)

Cátodo: LixCoO2 (s) + yLi+(solv) + ye- →Lix+yCoO2(s) (Semirreação de redução)


Reação Global: LiyC6(s) + LixCoO2 (s) → Lix+yCoO2(s) + C6(s)

Essas baterias são recarregáveis, bastando usar uma corrente elétrica externa que provoca a
migração dos íons lítio no sentido inverso, ou seja, do óxido para a grafita.

Figura 3: Ilustração esquemática dos processos eletroquímicos que ocorrem nas baterias de
íons lítio.

Elas apresentam as seguintes vantagens:

- mais leves que as outras;

- densidade de energia muito alta;

- carga estável, ou seja, as baterias de lítio perdem 5% da sua carga por mês, enquanto outras
podem perder até 20%;

- você não precisa esperar a bateria acabar pra recarregá-la;

- vida útil maior. Elas suportam muito mais ciclos de recarga do que as outras.

Mas a bateria de lítio também tem algumas desvantagens,como por exemplo, se decompor
mais rápido (envelhecem mais rápido que o normal), não podem ser utilizadas quando a
temperatura estiver muito alta, não podem ser descarregadas totalmente.
Célula de combustível (H2)

Uma célula de combustível é uma célula electroquímica que converte continuamente a energia
química de um combustível e de um oxidante em energia eléctrica, através dum processo que
envolve essencialmente um sistema eléctrodo/electrólito .

Figura 4: Esquema de funcionamento das células de combustível

Todas as células de combustível são constituídas por dois elétrodos, um positivo e outro
negativo, designados por, cátodo e ânodo, respectivamente. Igualmente, todas as células têm
um eletrólito, que tem a função de transportar os íons produzidos no ânodo, ou no cátodo,
para o eletrodo contrário, e um catalisador, que acelera as reações eletroquímicas nos
eletrodos.

Utilizando o hidrogênio como combustível e o oxigênio como oxidante, as reações no ânodo e


cátodo na célula de combustível são as seguintes:

Ânodo: H2(g)  2 H+(aq) + 2 e- (Semirreação de oxidação)

Cátodo: 1/2 O2(g) + 2 H+(aq) + 2 e-  H2O(g) (Semirreação de redução)

Reação Global: H2(g) + 1/2 O2(g)  H2O(g)

O hidrogênio (combustível) é alimentado ao ânodo da célula de combustível ,onde é oxidado


no catalisador de platina havendo a produção de dois elétrons e dois prótons hidrogênio, H+
(reação ânodo). De seguida, os elétrons produzidos pela reação de oxidação do hidrogênio são
transportados através de um circuito elétrico e utilizados para produzirem trabalho (corrente
contínua). Por sua vez, os prótons produzidos são transportados do ânodo para o cátodo,
através do eletrólito. No cátodo, o oxigênio é alimentado e reage com os prótons
transportados através do eletrólito e com os elétrons provenientes do circuito elétrico .O
produto final da reação que ocorre no cátodo é o vapor de água.

Na prática, cada uma das células de combustível pode produzir uma diferença de potencial
inferior ou igual a 1 V. Isto significa que para se obterem níveis úteis de potência elétrica têm
de se associar diversas células de combustível em série (pilha).

As vantagens das células de combustível são:

- Uma célula de combustível pode converter mais do que 90% da energia contida num
combustível em energia elétrica e calor.

-A habilidade para co-gerar calor, ou seja, para além de produzir electricidade, produz
igualmente vapor de água quente.

-Devido ao fato de não possuírem partes móveis, as células de combustível apresentam


maiores níveis de confiança comparativamente com os motores de combustão interna e
turbinas de combustão. Estas não sofrem paragens bruscas devido ao atrito ou falhas das
partes móveis durante a operação.

-As emissões de uma central elétrica de células de combustível são dez vezes menos do que as
normativas ambientais mais restritas. Para, além disso, as células de combustível produzem
um nível muito inferior de dióxido de carbono.

As desvantagens são:

-A necessidade da utilização de metais nobres como, por exemplo, a platina que é um dos
metais mais caros e raros no nosso planeta.

-O elevado custo atual em comparação com as fontes de energia convencionais.

-A elevada pureza que a corrente de alimentação hidrogênio deve ter para não contaminar o
catalisador.

-Os interesses econômicos associados às indústrias de combustíveis fósseis e aos países


industrializados.
As pilhas e baterias apresentam um grande perigo quando descartadas incorretamente. Na
composição dessas pilhas são encontrados metais pesados como: cádmio, chumbo, mercúrio,
que são extremamente perigosos à saúde humana. Dentre os males provocados pela
contaminação com metais pesados está o câncer e mutações genéticas.

As pilhas e baterias em funcionamento não oferecem riscos, uma vez que o perigo está contido
no interior delas. O problema é quando elas são descartadas e passam por deformações na
cápsula que as envolvem: amassam, estouram, e deixam vazar o líquido tóxico de seus
interiores. Esse líquido se acumula na natureza, ele representa o lixo não biodegradável, ou
seja, não é consumido com o passar dos anos. A contaminação envolve o solo e lençóis
freáticos prejudicando a agricultura e a hidrografia.

Não se devem descartar esses materiais no lixo comum. Já existem leis que obrigam os
fabricantes a receberem de volta pilhas e baterias, e desta forma dar a elas o destino
adequado.

Referências Bibliográficas

http://www.brasilescola.com/quimica/bateria-chumbo-dos-automoveis.htm

http://www.brasilescola.com/quimica/pilha-seca-leclanche.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pilha_alcalina

http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc11/v11a01.pdf

http://celulasdecombustivel.planetaclix.pt/

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