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Boletim do Trabalho e Emprego, n.

º 22, 15/6/2019

É autorizada a empresa «Electrificaciones del Norte 3 de junho de 2019 - O Secretário de Estado da Defesa do
(ELECNOR), SA», a laborar continuamente no seu estabe- Consumidor, João Veloso da Silva Torres - O Secretário de
lecimento, localizado na Central Elétrica de Biomassa de Estado do Emprego, Miguel Filipe Pardal Cabrita.
Viseu.

PORTARIAS DE CONDIÇÕES DE TRABALHO

...

PORTARIAS DE EXTENSÃO

...

CONVENÇÕES COLETIVAS

Contrato coletivo entre a Associação Nacional de Cláusula 2.ª


Comerciantes e Industriais de Produtos Alimenta-
Vigência, denúncia e revisão
res (ANCIPA) e a FESAHT - Federação dos Sindi-
catos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hote- 1- Este CCT entra em vigor 5 dias após a publicação em
Boletim do Trabalho e Emprego e será válido por 24 meses,
laria e Turismo de Portugal e outros (indústria de
excepto as tabelas salariais, que poderão ser revistas anual-
hortofrutícolas) - Revisão global mente.
2- Qualquer das partes poderá denunciar este contrato para
O CCT para a indústria de hortofrutícolas, publicado no efeitos da revisão, mediante proposta fundamentada a apre-
Boletim do Trabalho e Emprego, 1.ª série, n.º 18, de 15 de sentar à outra, decorridos que sejam 20 meses de vigência ou
maio de 2010, no n.º 40, de 29 de outubro de 2016 e no n.º 10 meses, no caso das tabelas salariais.
33, de 8 de setembro de 2018, é revisto da forma seguinte: 3- A resposta, elaborada nos termos legais, será enviada
nos 30 dias posteriores à recepção da proposta.
CAPÍTULO I 4- Enquanto não entrar em vigor o novo contrato, mantém-
-se válido aquele cuja revisão se pretende.
Área, âmbito, vigência, denúncia e revisão 5- As presentes alterações produzem efeitos a partir de 1
de janeiro de 2019, sendo revistas anualmente.
Cláusula 1.ª
CAPÍTULO II
Área e âmbito
1- O presente CCT aplica-se em todo o território nacional Admissão e carreira profissional
e obriga, por um lado, as empresas transformadoras de pro-
dutos hortofrutícolas, à excepção do tomate, representadas Cláusula 3.ª
pela Associação Nacional de Comerciantes e Industrias de
Produtos Alimentares (ANCIPA), (divisão de hortofrutíco- Condições gerais de admissão
las) e, por outro lado, os trabalhadores ao seu serviço, com as 1- No preenchimento dos postos de trabalho a entidade pa-
categorias profissionais nele previstas, representados pelos tronal dará prioridade aos trabalhadores da empresa sempre
sindicatos outorgantes. que se encontrem em igualdade de circunstâncias com os
2- O presente CCT abrange um universo de 24 empresas, restantes candidatos estranhos a esta.
que correspondem 750 trabalhadores. 2- Antes da admissão o trabalhador terá obrigatoriamente

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de ser submetido a exame médico, feito por conta da empre- em regime de trabalho eventual ou a termo, nos termos da
sa, destinado a comprovar se possui aptidões físicas necessá- legislação aplicável.
rias para o desempenho das suas funções. 2- Os trabalhadores eventuais têm os mesmos direitos e
3- Se o resultado do exame revelar que o trabalhador não obrigações estabelecidos nesta convenção para os trabalha-
possui as condições físicas indispensáveis, deve o médico dores permanentes, salvo disposição expressa em contrário.
revelar-lhe as razões da sua exclusão.
Cláusula 8.ª
4- Quando o trabalhador transitar de uma empresa para ou-
tra, da qual a primeira seja associada económica ou juridica- Definição de categorias profissionais
mente ou tenham administração ou sócios gerentes comuns,
No anexo I são definidas as categorias profissionais pre-
manter-se-ão, para todos os efeitos, os direitos e regalias já
vistas neste contrato e as funções que lhes corresponderem.
adquiridos.
5- As habilitações exigidas neste CCT são as mínimas le- Cláusula 9.ª
gais.
Atribuição de categorias
Cláusula 4.ª
1- A atribuição de categorias profissionais aos trabalhado-
Readmissão res será feita de acordo com as funções por eles desempe-
nhadas.
1- Ao trabalhador permanente readmitido na empresa após
2- Atendendo à sazonalidade do sector, quando os traba-
cessação do contrato por qualquer das partes ter-se-á que
lhadores desempenhem, sem ser por motivo de substituição,
contar, para todos os efeitos, o tempo de serviço prestado
funções a que correspondam várias categorias durante mais
anterior à cessação.
de 60 dias por ano, ser-lhes-á atribuída a mais qualificada.
2- Na readmissão de um trabalhador não haverá período
3- A atribuição das categorias profissionais previstas no
experimental.
número 1 será efectuada pelas entidades patronais no prazo
Cláusula 5.ª máximo de 30 dias após a publicação deste contrato.
4- Após o prazo a que se refere o número anterior, as clas-
Período experimental sificações serão afixadas em lugar ou local adequado.
1- Salvo estipulação em contrário, a admissão dos traba- 5- Se o trabalhador não concordar com a classificação que
lhadores obedece os períodos experimentais previstos na lei. lhe é atribuída, reclamará directamente, ou através do sindi-
2- Tendo o período experimental durado mais de 60 dias, cato, para a entidade patronal por escrito e fundamentada-
para denunciar o contrato nos termos previstos no número mente, para o que dispõe de um prazo de 30 dias, contados a
anterior o empregador tem de dar um aviso prévio de 7 dias. partir da data em que as classificações forem afixadas.
3- Quando a entidade patronal fizer cessar o contrato sem 6- No caso de não houver acordo, o trabalhador poderá re-
respeitar o aviso prévio fixado no número anterior, o traba- correr para a comissão de conciliação e julgamento.
lhador receberá uma indemnização correspondente ao perío-
Cláusula 10.ª
do de aviso prévio em falta.
4- Findo o período experimental a admissão torna-se efec- Relações nominais, quadros de pessoal e quotização sindical
tiva, contando-se o tempo de serviço a partir da data da ad-
1- As empresas elaborarão os mapas dos quadros do seu
missão provisória.
pessoal, nos termos da lei.
5- Quando qualquer trabalhador transitar de uma empresa
2- No preenchimento destes mapas, os trabalhadores serão
para outra da qual a primeira seja associada, deverá contar-
agrupados, sempre que possível, segundo as respectivas ca-
-se, para todos os efeitos, a data da admissão na primeira,
tegorias e classes profissionais.
bem como a respectiva categoria profissional e demais direi-
3- As empresas obrigam-se a descontar mensalmente e a
tos previstos neste contrato colectivo de trabalho se, entre-
remeter aos sindicatos respectivos o montante das quotas
tanto, não for aplicável outro mais vantajoso.
sindicais até 15 dias após a cobrança, desde que previamente
Cláusula 6.ª os trabalhadores, em declaração individual escrita, assim o
autorizem.
Admissão ou promoção para cargos de chefia 4- Para efeitos do número anterior, o montante das quoti-
1- Os cargos de chefia serão desempenhados por trabalha- zações será acompanhado dos mapas utilizados para o efeito
dores escolhidos pela entidade patronal. devidamente preenchido.
2- Antes da admissão ou promoção de trabalhadores para
Cláusula 11.ª
cargos de chefia, será dado conhecimento aos trabalhadores
directamente subordinados ao profissional cujo cargo se pre- Promoção e acesso
tende preencher.
1- Constitui promoção ou acesso a passagem de um traba-
Cláusula 7.ª lhador à categoria ou classe superior ou a mudança perma-
nente para funções de natureza diferente a que corresponde
Trabalho eventual uma escala de retribuição mais elevada.
1- É permitida às empresas a admissão de trabalhadores 2- Os trabalhadores da empresa têm preferência sobre ou-

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tros a admitir de novo no preenchimento de todos os lugares h) Segurar todos os trabalhadores contra acidentes de tra-
a que possam ter acesso, desde que satisfaçam os requisitos balho;
necessários. i) Sem prejuízo de qualquer direito reconhecido neste
3- Os aprendizes são promovidos a praticantes ao fim de contrato, facultar ao trabalhador, dentro dos limites previstos
um ano ou logo que atinjam 18 anos de idade. na lei, o tempo necessário ao exercício de cargos no sindi-
4- Os praticantes e estagiários ascenderão às respectivas cato, instituições de 6egurança 6ocial, comissões sindicais e
categorias profissionais ao fim de 1 ano. outras a estes inerentes;
5- Todos os trabalhadores abrangidos por este contrato se- j) Facultar a consulta pelo trabalhador que o solicite do
rão automaticamente promovidos a 3.ª e 2.ª ao fim de 3 anos respectivo processo individual;
e de 2.ª a 1.ª ao fim de 3 anos. k) Autorizar os contactos com os trabalhadores em servi-
6- Para efeitos do número anterior, conta-se para efeitos ço, sem prejuízo da normalidade do mesmo;
de promoção todo o tempo de serviço desempenhado nas l) Afixar em local bem visível o mapa de horário de tra-
suas funções. balho.
Cláusula 12.ª Cláusula 14.ª

Antiguidade e certificado de aprendizagem Garantias dos trabalhadores


1- O tempo de aprendizagem dentro da mesma profissão É proibido à entidade patronal:
será tomado em consideração, independentemente da em- a) Opor-se por qualquer forma a que o trabalhador exerça
presa em que teve lugar, desde que certificado nos termos os seus direitos ou beneficie das suas garantias, bem como
do número seguinte e apresentado, quando pedido pela em- despedi-lo ou aplicar-lhe sanções por causa desse exercício;
presa, no acto da admissão e conste da lista de documentos b) Exercer pressão sobre o trabalhador para que actue no
entregues. sentido de influir desfavoravelmente nas condições de traba-
2- No caso de cessação do contrato de trabalho, a empresa lho dele ou dos seus colegas;
passará ao trabalhador documento comprovativo do aprovei- c) Em caso algum, diminuir a retribuição ou modificar as
tamento da aprendizagem, de que constarão necessariamente condições de trabalho dos trabalhadores ao seu serviço, de
a sua identificação, as datas relativas ao seu início e conclu- forma que dessa modificação resulte ou possa resultar dimi-
são, a respectiva profissão, bem como o estabelecimento em nuição de retribuição ou demais regalias;
que teve lugar. d) Em caso algum, baixar a categoria, escalão ou classe
para que o trabalhador for contratado ou promovido;
CAPÍTULO III e) Transferir o trabalhador para outro local de trabalho ou
zona de actividade sem o seu prévio acordo feito por escrito,
Direitos e deveres das partes sem prejuízo da cláusula 19.ª;
f) Obrigar o trabalhador a adquirir bens ou utilizar servi-
Cláusula 13.ª ços fornecidos pela entidade patronal ou por pessoa por ela
indicada;
Deveres da entidade patronal g) Explorar com fins lucrativos quaisquer cantinas, refei-
São deveres da entidade patronal: tórios ou outros estabelecimentos relacionados com o traba-
a) Cumprir rigorosamente as disposições da lei e do pre- lho para fornecimento de bens ou prestação de serviços aos
sente contrato; trabalhadores;
b) Providenciar para que haja bom ambiente moral e pro- h) Despedir ou readmitir um trabalhador, ainda que seja
mover no seio dos trabalhadores as melhores relações de tra- eventual, mesmo com o seu acordo, havendo o propósito de
balho possíveis; o prejudicar em direitos ou garantias já adquiridos;
c) Usar de respeito e justiça em todos os actos que envol- i) Despedir sem justa causa qualquer trabalhador;
vam relações com os trabalhadores, assim como exigir do j) Obrigar o trabalhador a utilizar máquinas que se com-
pessoal em função de chefia e fiscalização que trate com cor- prove não possuírem condições de segurança.
recção os trabalhadores sob as suas ordens; Cláusula 15.ª
d) Obter de cada trabalhador apenas o trabalho compatível
com as suas possibilidades físicas; Transporte
e) Não destacar qualquer trabalhador para serviços que 1- A entidade patronal deverá assegurar, quer em trans-
não sejam exclusivamente os da sua profissão, salvo o seu portes próprios quer através de transportes públicos com ho-
acordo por escrito; rários compatíveis, a ida e volta para a fábrica a partir dos
f) Prestar ao sindicato todos os esclarecimentos que por locais habituais situados entre 3 km e 15 km das instalações
este lhe sejam pedidos, relativamente ao cumprimento da fabris.
presente convenção e da lei; 2- As empresas que não assegurem o transporte previsto
g) Passar aos trabalhadores certificados contendo discrição no número anterior subsidiarão os trabalhadores com 0,07 do
de funções ou quaisquer outras informações solicitadas por preço da gasolina super por cada quilómetro percorrido, nos
escrito e devidamente autenticadas; termos do número anterior.

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Cláusula 16.ª CAPÍTULO IV

Formação profissional Prestação de trabalho


1- As entidades patronais deverão anualmente ouvir os
trabalhadores interessados em aperfeiçoar a sua formação Cláusula 20.ª
profissional. Deverão ainda estabelecer meios internos ou fa-
cultar o acesso a meios externos de formação, consoante for Horário de trabalho - horário móvel - definição e princípio geral
mais adequado e de acordo com as necessidades da empresa. 1- Entende-se por horário de trabalho a determinação das
2- As despesas dessa formação são da responsabilidade horas do início e do termo do período normal de trabalho
das entidades patronais. diário, bem como os intervalos de descanso.
3- O tempo despendido pelo trabalhador será, para todos 2- No estabelecimento ou modificação dos horários de tra-
os efeitos, considerado como tempo de trabalho. balho serão sempre ouvidos a comissão de trabalhadores e a
comissão intersindical ou, na sua falta, a comissão sindical
Cláusula 17.ª
ou delegados sindicais.
Violação das garantias dos trabalhadores por parte da entidade 3- Entre o fim de um período normal de trabalho e o início
patronal do seguinte mediarão pelo menos 10 horas.
A prática por parte da entidade patronal de qualquer acto Cláusula 21.ª
em contravenção com o disposto da cláusula 14.ª dá ao tra-
balhador a faculdade de rescindir o contrato com direito à Duração do trabalho
indemnização fixada na cláusula 55.ª deste contrato. 1- O período normal de trabalho para os trabalhadores
Cláusula 18.ª abrangidos por este contrato é de 40 horas semanais, de se-
gunda-feira a sexta-feira, sem prejuízo de horários de menor
Deveres dos trabalhadores duração que estejam a ser praticados.
São deveres dos trabalhadores: 2- Quando a empresa não se encontre a laborar por turnos,
a) Cumprir rigorosamente as disposições da lei e do pre- o período de trabalho deve não iniciar-se antes das 8 horas
sente contrato; nem terminar depois das 20 horas, salvo acordo expresso do
b) Executar com zelo, competência e assiduidade, de har- trabalhador, e será interrompido por um descanso para al-
monia com as suas aptidões e categoria profissional, as fun- moço, que não pode ser inferior a 1 hora nem superior a 2
ções que lhe sejam confiadas; horas depois de um período máximo de 5 horas de trabalho
c) Ter para com os demais trabalhadores a atenção e res- consecutivo.
peito que lhes são devidos, prestando-lhes, em matéria de 3- Os horários estabelecidos nesta cláusula entendem-se
serviço, todos os conselhos e ensinamentos que lhes forem sem prejuízo de outros de menor duração que estejam a ser
necessários ao desempenho das respectivas funções; praticados.
d) Zelar pelo estado de conservação do material que lhe 4- Depois de visados pelos serviços competentes do Mi-
estiver confiado; nistério do Trabalho e da Solidariedade Social, os horários
e) Cumprir e fazer cumprir as normas de salubridade, hi- de trabalho serão afixados na empresa em local bem visível,
giene e segurança no trabalho; devendo ser enviada uma cópia ao sindicato.
f) Respeitar e fazerem-se respeitar por todos aqueles com Cláusula 22.ª
quem, profissionalmente, tenham de contactar;
g) Não negociar por conta própria ou alheia em concorrên- Trabalho por turnos
cia com a entidade patronal nem divulgar informações sobre 1- Deverão ser organizados turnos de pessoal, nos termos
a sua organização, métodos de produção ou negócios. da lei, sempre que o período de funcionamento ultrapasse os
Cláusula 19.ª limites máximos dos períodos normais de trabalho.
2- Quando em regime de turnos se verifique, nos termos da
Transferência do trabalhador lei, redução do tempo de intervalo para refeição por um perí-
1- A entidade patronal só pode transferir o trabalhador odo inferior a 1 hora, o mesmo é considerado como serviço
para outro local ou zona de trabalho se dessa mudança não efectivo para os trabalhadores a quem se aplique tal redução.
resultarem sérios e comprovados prejuízos. 3- As escalas de turnos rotativos só poderão prever mu-
2- Em caso de discordância, cabe à entidade patronal a danças de turno após o período de descanso semanal.
prova da inexistência de prejuízo. 4- A entidade patronal deverá, sempre que possível, afixar
3- No caso de o trabalhador ser transferido, a entidade pa- a escala e constituição dos turnos até 10 dias antes do seu
tronal custeará todas as despesas directamente impostas pela início, mas nunca inferior a 8 dias de antecedência.
transferência, designadamente o transporte de mobiliário e 5- São permitidas trocas de turnos entre trabalhadores da
familiares, o aumento do custo de alojamento ou do tempo mesma especialidade, desde que previamente acordadas en-
gasto a mais na deslocação para o novo local de trabalho. tre os trabalhadores interessados e a entidade patronal.

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6- Qualquer trabalhador que comprove, através de atesta- semanal:


do médico, a impossibilidade temporária de continuar a tra- a) Quando, em face de circunstâncias excepcionais, a en-
balhar no regime de turnos passará, até ao turno da semana tidade patronal tenha sido, para esse efeito, previamente au-
em que fizer prova, ao regime de horário normal. torizada;
b) Em casos de força maior, cuja ocorrência deverá ser co-
Cláusula 23.ª
municada ao Ministério do Trabalho no prazo de 48 horas.
Trabalho suplementar Cláusula 27.ª
1- Considera-se trabalho suplementar o prestado fora do
período normal. Trabalho nocturno
2- Nenhum trabalhador poderá ser obrigado a prestar tra- 1- Considera-se nocturno o trabalho prestado no período
balho suplementar. que decorre entre as 20 horas de um dia e as 7 horas do dia
3- O trabalho suplementar é, porém, obrigatório quando a imediato.
empresa esteja na iminência de prejuízos importantes ou pe- 2- Considera-se nocturno o trabalho prestado no período
rante casos de força maior, salvo se o trabalhador apresentar que decorre entre as 20 horas de um dia e as 7 horas do dia
dificuldades de transporte ou outro motivo atendível. imediato.
4- Quando o trabalhador prestar horas suplementar não
poderá entrar novamente ao serviço sem que antes tenham CAPÍTULO V
decorrido, pelo menos, 10 horas sobre o termo da prestação
do trabalho. Retribuição do trabalho
5- Sempre que o trabalho suplementar ultrapasse as duas
horas seguidas ou coincida com a hora normal de refeição Cláusula 28.ª
do trabalhador, a entidade patronal obriga-se a assegurar ou
a pagar a refeição. O tempo gasto na refeição é também pago Retribuição
como tempo de trabalho suplementar, até ao limite máximo 1- Só se considera retribuição, aquilo a que, nos termos do
de meia hora. contrato, das normas que o regem ou dos usos, o trabalhador
Cláusula 24.ª tem direito como contrapartida da prestação do trabalho.
2- A retribuição compreende a remuneração de base pre-
Limites de trabalho suplementar vista no anexo II e todas as outras prestações regulares e pe-
1- O trabalho suplementar não poderá exceder o limite riódicas.
de 10 horas semanais, 40 horas mensais e 120 horas anuais, 3- Não se consideram como integrando a retribuição as
considerando-se a soma das horas suplementares, dia de des- ajudas de custo, as despesas de transporte, a remuneração
canso semanal e feriados. por trabalho extraordinário, os abonos para falhas e a remu-
2- Os limites referidos no número anterior poderão ser neração por trabalho nocturno.
alargados depois de ouvida a comissão de trabalhadores ou, 4- Os trabalhadores que exerçam predominantemente fun-
na sua falta, a comissão sindical ou delegados sindicais. ções de pagamento ou recebimento têm direito a um abono
mensal para falhas de 35,00 €.
Cláusula 25.ª 5- A todos os trabalhadores são asseguradas as remunera-
ções fixas mínimas constantes do anexo II.
Isenção do horário de trabalho
6- A fórmula a considerar para efeito do cálculo das horas
1- Aos trabalhadores isentos de horário de trabalho será simples é a seguinte:
concedida retribuição especial correspondente a 25 % da sua
remuneração mensal. Rh = Remuneração mensal x 14
2- O requerimento de isenção de horário de trabalho será 52 x horário semanal
remetido ao Ministério do Trabalho e da Solidariedade So- Cláusula 29.ª
cial acompanhado de declaração de concordância do traba-
lhador e do parecer da comissão de trabalhadores e da co- Tempo e forma de pagamento
missão intersindical ou sindical ou dos delegados sindicais. 1- O pagamento da retribuição do trabalhador deve ser
Cláusula 26.ª efectuado até ao último dia útil de cada mês e durante o pe-
ríodo de trabalho.
Trabalho em dia de descanso semanal 2- No acto de pagamento da retribuição a empresa é obri-
1- Os trabalhadores que tenham trabalhado no dia de des- gada a entregar aos trabalhadores um talão com o nome da
canso semanal têm direito a um dia completo de descanso empresa, preenchido de forma indelével, no qual figurem o
num dos 3 dias seguintes. nome completo do trabalhador, a respectiva categoria pro-
2- O disposto no número anterior aplica-se desde que o tra- fissional e classe, o período de trabalho a que corresponde a
balhador tenha prestado, pelo menos, 3 horas de serviço no remuneração e a diversificação das importâncias relativas ao
dia de descanso semanal. trabalho normal, extraordinário, prestado em dias de descan-
3- Os trabalhadores só podem trabalhar no dia de descanso so semanal, complementar ou feriados, aos subsídios, des-

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contos e montante líquido a receber. CAPÍTULO VI


3- A retribuição deve ser satisfeita em dinheiro ou, se o tra-
balhador der o seu acordo, por cheque ou depósito bancário. Suspensão da prestação de trabalho, descanso
4- O pagamento será feito ao mês, qualquer que seja o ho- semanal e feriados
rário e a categoria do trabalhador.
Cláusula 30.ª Cláusula 35.ª

Descanso semanal
Remuneração de trabalho nocturno
O trabalho nocturno será pago com os acréscimos se- 1- O dia de descanso semanal é o domingo ou os dias pre-
guintes sobre a remuneração base: vistos nas escalas de turnos rotativos, no regime de labora-
a) 30 % para o trabalho prestado entre as 20 e as 24 horas; ção contínua, sendo o sábado considerado dia de descanso
b) 50 % para o trabalho prestado a partir das 0 horas. complementar. Todos os restantes são considerados úteis,
com excepção dos feriados.
Cláusula 31.ª 2- Quando o trabalho por prestado em regime de laboração
contínua, o horário de trabalho tem de ser organizado de for-
Remuneração do trabalho suplementar
ma que os trabalhadores tenham, em média em cada período
O trabalho suplementar será remunerado com o aumento de 7 dias, 2 dias de descanso consecutivo que, no máximo de
correspondente a 75 % da retribuição normal até 2 horas por 4 semanas devem coincidir com o sábado e o domingo.
dia e a 100 % nas horas seguintes. 3- O previsto nos números 1 e 2 aplica-se aos guardas das
Cláusula 32.ª instalações fabris.
Cláusula 36.ª
Remuneração de trabalho no dia de descanso semanal e feriados
1- O trabalho prestado em dia de descanso semanal e feria- Feriados
dos será pago com o acréscimo de 200 % sobre a retribuição 1- São considerados feriados, para efeito e encerramento
normal. das empresas abrangidas por este contrato, os seguintes dias:
2- O trabalho prestado em dia de descanso semanal com- –– 1 de janeiro;
plementar será pago com o acréscimo de 100 % sobre a re- –– Sexta-Feira Santa;
tribuição normal. –– Domingo de Páscoa;
3- Só o trabalho prestado no dia de descanso semanal a que –– 25 de abril;
se refere o número 1 da cláusula 26.ª dá ao trabalhador direi- –– 1 de maio;
to a um dia completo de descanso num dos 3 dias seguintes. –– Corpo de Deus;
Cláusula 33.ª –– 10 de junho;
–– 15 de agosto;
Subsídio de Natal –– 5 de outubro;
1- Todos os trabalhadores têm direito a receber pelo Natal –– 1 de novembro;
um subsídio correspondente a 1 mês de retribuição normal. –– 1 de dezembro;
2- Os trabalhadores que não tenham concluído até 31 de –– 8 de dezembro;
dezembro um ano de serviço receberão a importância pro- –– 25 de dezembro;
porcional aos meses que medeiam entre a data da sua admis- –– Feriado municipal;
são e 31 de dezembro, considerando-se como mês completo –– Terça-Feira de Carnaval.
qualquer fracção igual ou superior a 15 dias. 2- O feriado de Sexta-Feira Santa poderá ser observado em
3- Nos casos de suspensão do contrato de trabalho por im- outro dia com significado local no período da Páscoa.
pedimento prolongado é devido subsídio de Natal na parte Cláusula 37.ª
proporcional ao tempo de trabalho prestado.
4- Em caso de cessação do contrato, o trabalhador terá Período e época de férias
direito a receber a parte proporcional do subsídio de Natal 1- Todos os trabalhadores abrangidos por este contrato
relativa ao ano de cessação. colectivo de trabalho terão direito a 22 dias úteis de férias
5- Este subsídio será pago até 15 de dezembro. remuneradas, excepto no ano de admissão, em que terão di-
Cláusula 34.ª reito, após 6 meses de execução do contrato, a 2 dias úteis de
férias por cada mês de duração do contrato, até ao máximo
Diuturnidades de 20 dias úteis.
É garantida a manutenção do direito a diuturnidades nos 2- A duração do período de férias é ainda aumentada no
termos consagrados nas convenções que ora se alteram aos caso do trabalhador não ter faltado ou na eventualidade de
trabalhadores que delas já beneficiam. ter apenas faltas justificadas, no ano a que as férias se repor-
tam, nos seguintes termos:

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a) Três dias de férias até ao máximo de uma falta ou dois pectivo gozo após o termo da situação de doença, nos termos
meios dias; em que as partes acordarem.
b) Dois dias de férias até ao máximo de duas faltas ou qua- 2- A prova da situação de doença prevista no número ante-
tro meios dias; rior poderá ser feita por estabelecimento hospitalar, por mé-
c) Um dia de férias até ao máximo de três faltas ou seis dico da 6egurança 6ocial ou por atestado médico, sem preju-
meios dias. ízo do direito de fiscalização e controlo por médico indicado
3- O direito a férias vence-se no dia 1 de janeiro do ano pela empresa.
civil subsequente, sem prejuízo do disposto na parte final do 3- Quando o trabalhador estiver doente até dezembro, tem
número um desta cláusula. direito a gozar as férias desse ano no 1.º trimestre do ano
4- A época de férias deve ser escolhida de comum acordo seguinte.
entre a entidade patronal e o trabalhador. 4- Se na data indicada para início das férias o trabalhador
5- Na falta de acordo, compete à entidade patronal, ouvida estiver ausente por doença ou acidente, gozará as férias por
a comissão de trabalhadores, determinar a época de férias, inteiro e receberá o respectivo subsídio quando a doença ter-
que deverá em princípio ser fixada fora do período de cam- minar, podendo, no entanto, receber imediatamente o subsí-
panha, com observância dos condicionalismos legais. dio de férias se o desejar.
6- O período de férias será gozado em dias seguidos. Se os
Cláusula 41.ª
trabalhadores o solicitarem poderá ser fraccionado em perío-
dos, por forma a que o trabalhador goze sempre, pelo menos, Regime de férias para trabalhadores em caso de cessação de
15 dias de férias consecutivamente. impedimento prolongado
7- Os trabalhadores do mesmo agregado familiar que este- No ano de cessação do impedimento prolongado, o traba-
jam ao serviço da mesma empresa gozarão as férias simulta- lhador tem direito às férias e ao respectivo subsídio que teria
neamente, se nisso tiverem conveniência. vencido em janeiro desse ano se tivesse estado ininterrupta-
8- No ano da suspensão do contrato de trabalho por impe- mente ao serviço.
dimento prolongado, se se verificar a impossibilidade total
ou parcial do gozo do direito a férias já vencido, o trabalha- Cláusula 42.ª
dor terá direito à retribuição correspondente ao período de
Subsídio de férias
férias já vencido e respectivo subsídio.
9- A entidade patronal elaborará um mapa de férias, a afi- 1- Os trabalhadores têm direito a um subsídio correspon-
xar nos locais de trabalho até 15 de abril do ano em que as dente à sua retribuição mensal, com excepção dos dias refe-
férias vão ser gozadas, do qual enviará cópia aos respectivos ridos no número 2 da cláusula 36.ª, que deverá ser satisfeito
sindicatos. até 10 dias antes do início do gozo efectivo das férias.
10- Os trabalhadores em regime eventual têm direito a 2- Em caso de cessação do contrato de trabalho, o traba-
férias e respectivo subsídio na proporcionalidade de 2 dias lhador terá direito às férias e subsídios vencidos, se ainda as
úteis por cada mês. não tiver gozado, bem como à respectiva parte proporcional
relativa ao ano da cessação.
Cláusula 38.ª
Cláusula 43.ª
Indisponibilidade do direito a férias
Definição de faltas
O direito a férias é irrenunciável e o seu gozo efectivo
não pode ser substituído, fora dos casos expressamente pre- 1- Falta é a ausência do trabalhador durante o período de
vistos na lei ou nesta convenção, por qualquer compensação trabalho a que está obrigado.
económica ou outra, ainda que com o acordo do trabalhador. 2- Nos casos de ausência dos trabalhadores por períodos
inferiores, os respectivos tempos serão adicionados para de-
Cláusula 39.ª terminação dos dias normais de trabalho em falta.
Violação do direito a férias Cláusula 44.ª
No caso de a entidade patronal obstar ao gozo de férias,
Participação de faltas
nos termos desta convenção, o trabalhador receberá, a título
de indemnização, o triplo da retribuição correspondente ao 1- As faltas justificadas, quando previsíveis, serão obriga-
período em falta, que deverá obrigatoriamente ser gozado no toriamente comunicadas à entidade patronal com a antece-
1.º trimestre do ano civil subsequente. dência mínima de 5 dias.
2- Quando imprevista, serão obrigatoriamente comunica-
Cláusula 40.ª das à entidade patronal logo que possível, o que poderá ser
feito por interposta pessoa ou por telefone.
Doença no período de férias
3- A entidade patronal pode, em qualquer caso da falta
1- Se o trabalhador adoecer durante as férias, serão as justificada, exigir ao trabalhador prova dos factos invocados
mesmas interrompidas, desde que a entidade patronal seja para a justificação.
do facto informada, logo que possível, prosseguindo o res-

2272
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 22, 15/6/2019

Cláusula 45.ª Cláusula 47.ª

Faltas justificadas Efeito das faltas injustificadas


1- Os trabalhadores podem faltar, sem perda de qualquer 1- As faltas injustificadas determinam a perda da retribui-
direito, designadamente retribuição, férias ou antiguidade, ção correspondente ao período de ausência, o qual será des-
nas seguintes condições: contado, para todos os efeitos, na antiguidade do trabalhador.
a) Durante 15 dias seguidos, por altura do casamento; 2- Nos casos em que as faltas determinem perda de retri-
b) Durante 5 dias consecutivos por falecimento de cônjuge buição, esta poderá ser substituída, se o trabalhador expres-
não separado de pessoas e bens ou de parente ou afim no 1.º samente assim o preferir, por perda de dias de férias na pro-
grau na linha recta ou de pessoa que viva em união de facto porção de um dia de férias por cada dia de falta, até ao limite
ou economia comum com o trabalhador, nos termos da lei; de 1/3 do período de férias a que o trabalhador tiver direito.
c) Durante 2 dias consecutivos por falecimento de outro
Cláusula 48.ª
parente ou afim na linha recta ou em 2.º grau na linha cola-
teral; Impedimento prolongado
d) Por prestação de provas em estabelecimentos de ensino,
1- Quando o trabalhador esteja temporariamente impedido
nos termos da lei;
por facto que não lhe seja imputável, nomeadamente serviço
e) Por impossibilidade de prestar trabalho devido a facto
militar obrigatório, doença ou acidente, e o impedimento se
que não seja imputável ao trabalhador, nomeadamente doen-
prolongue por mais de um mês, cessam os direitos, deveres
ça, acidente ou cumprimento de obrigações legais;
e garantias das partes, na medida em que pressuponham a
f) Por necessidade de prestação de assistência inadiável e
efectiva prestação do trabalho.
imprescindível a membros do agregado familiar nos termos
2- Aplica-se o disposto no número anterior quando o tra-
da lei;
balhador estiver impossibilitado de prestar serviço por de-
g) Ausências não superiores a 4 horas e só pelo tempo
tenção ou prisão preventiva, até trânsito em julgado da sen-
estritamente necessário, justificadas pelo responsável pela
tença.
educação do menor, uma vez por trimestre, para deslocação
3- Terminado o impedimento, o trabalhador deve, dentro
à escola tendo em vista inteirar-se da situação educativa do
do prazo de 15 dias, apresentar-se à entidade patronal para
filho menor;
retomar o serviço, sob pena de perder o direito ao lugar.
h) Pelos trabalhadores eleitos para as estruturas de repre-
4- O tempo de suspensão conta-se para efeitos de antigui-
sentação colectiva, nos termos da lei;
dade, conservando o trabalhador direito ao lugar.
i) Por candidatos a eleições para cargos públicos, durante
o período legal da respectiva campanha eleitoral; Cláusula 49.ª
j) Autorizadas ou aprovadas pelo empregador;
k) Que por lei forem como tal qualificadas. Licença sem retribuição
2- Nos casos previstos nas alíneas do número anterior, 1- As licenças sem retribuição serão concedidas por acor-
a entidade patronal poderá exigir prova da veracidade dos do entre a entidade patronal e o trabalhador.
factos alegados, só sendo as faltas consideradas justificadas 2- O período de licença sem retribuição autorizado pela
quando dadas por ocasião da ocorrência. entidade patronal conta-se para efeitos de antiguidade.
3- As faltas justificadas não determinam a perda de retri- 3- Durante o mesmo período cessam os direitos, deveres
buição nem a diminuição do período de férias, subsídio de e garantias das partes, na medida em que pressuponham a
férias e subsídio de Natal. efectiva prestação de trabalho.
4- A entidade patronal pode sempre exigir prova da veraci- 4- Durante o período de licença sem retribuição os traba-
dade dos factos alegados no número anterior. lhadores figurarão nos quadros de pessoal.
5- A entidade patronal poderá fazer cessar a licença sem
Cláusula 46.ª
retribuição logo que o trabalhador inicie a prestação de qual-
Consequências das faltas justificadas quer trabalho remunerado, salvo se a licença tiver sido con-
cedida para esse efeito.
1- As faltas justificadas não determinam perda de retribui-
ção nem diminuição de férias ou qualquer outra regalia.
2- Exceptuam-se do disposto no número anterior, quanto CAPÍTULO VII
à retribuição, as faltas referidas na alínea h) do número 1
da cláusula 45.ª, para além dos limites estabelecidos por lei. Cessação do contrato de trabalho
3- Sem prejuízo do estabelecido no número 1 da cláusula
45.ª e no número 1 desta cláusula, poderão determinar perda Cláusula 50.ª
de retribuição as faltas autorizadas pela entidade patronal a Formas de cessação
pedido do trabalhador.
O contrato de trabalho pode cessar por:

2273
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 22, 15/6/2019

a) Mútuo acordo das partes; i) Prática, no âmbito da empresa, de violências físicas, de


b) Caducidade; injúrias ou outras ofensas punidas por lei sobre trabalhadores
c) Despedimento promovido pela entidade patronal ou da empresa, elementos dos corpos sociais ou sobre a entida-
gestor público com justa causa; de patronal individual não pertencentes aos mesmos órgãos,
d) Despedimento colectivo; seus delegados ou representantes;
e) Rescisão do trabalhador. j) Sequestro e em geral crimes contra a liberdade das pes-
soas referidas na alínea anterior;
Cláusula 51.ª
k) Incumprimento ou oposição ao cumprimento de deci-
Cessação por mútuo acordo sões judiciais ou actos administrativos definitivos ou execu-
tórios;
1- A cessação do contrato por mútuo acordo deve sempre
l) Reduções anormais da produtividade do trabalhador;
constar de documento escrito, assinado por ambas as partes,
m) Falsas declarações relativas à justificação de faltas.
em duplicado, ficando cada parte com um exemplar.
2- Desse documento podem constar outros efeitos acorda- Cláusula 54.ª
dos entre as partes, desde que não contrariem as leis gerais
do trabalho. Processo disciplinar em caso de despedimento
3- São nulas as cláusulas de acordo revogatório segundo as 1- Nos casos em que se verifique algum dos comporta-
quais as partes declarem que o trabalhador não pode exercer mentos que integram o conceito de justa causa na cláusu-
direitos já adquiridos ou reclamar créditos vencidos. la anterior, a entidade patronal comunicará, por escrito, ao
trabalhador que tenha incorrido nas respectivas infracções
Cláusula 52.ª
e à comissão de trabalhadores da empresa a sua intenção de
Despedimento proceder ao despedimento, o que fará acompanhar de uma
nota de culpa com a descrição fundamentada dos factos im-
1- São proibidos os despedimentos sem justa causa ou por
putados ao trabalhador.
motivos políticos ou ideológicos.
2- O trabalhador dispõe de um prazo de 3 dias úteis para
2- Verificando-se justa causa, o trabalhador pode ser des-
deduzir, por escrito, os elementos que considera relevantes
pedido, quer o contrato tenha prazo ou não.
para o esclarecimento da verdade.
3- Nas acções judiciais de impugnação de despedimento,
3- A comissão de trabalhadores pronunciar-se-á seguida-
compete à entidade patronal a prova de existência de justa
mente, fundamentando o seu parecer, no prazo de 2 dias úteis
causa invocada.
a contar do momento em que o processo lhe seja entregue
Cláusula 53.ª por cópia.
4- Decorrido o prazo referido no número anterior, a entida-
Justa causa de despedimento de patronal poderá ou não proferir o despedimento, devendo
1- Considera-se justa causa o comportamento culposo do a decisão fundamentada constar sempre de documento es-
trabalhador que, pela sua gravidade e consequências, torne crito, de que será sempre entregue cópia ao trabalhador e à
imediata e praticamente impossível a subsistência da relação comissão de trabalhadores.
de trabalho. 5- Caso a decisão fundamentada da omissão de trabalha-
2- Constituirão, nomeadamente, justa causa de despedi- dores seja contrária ao despedimento, o trabalhador dispõe
mento os seguintes comportamentos do trabalhador: de um prazo de 3 dias a contar da decisão do despedimento
a) Desobediência ilegítima às ordens dadas por responsá- para requerer judicialmente a suspensão do despedimento.
veis hierarquicamente superiores; 6- Nas empresas em que, por impossibilidade legal, não
b) Violação de direitos e garantias de trabalhadores da em- haja comissão de trabalhadores, o trabalhador dispõe da fa-
presa; culdade de pedir a suspensão do despedimento nos termos
c) Provocação repetida de conflitos com outros trabalha- do número anterior.
dores da empresa; 7- A entidade patronal poderá suspender preventivamente
d) Desinteresse repetido pelo cumprimento, com a diligên- o trabalhador, sem perda de retribuição, quando se verifi-
cia devida, das obrigações inerentes ao exercício do cargo ou quem os comportamentos previstos nas alíneas c), i) e j) do
posto de trabalho que lhe seja confiado; número 2 da cláusula anterior.
e) Lesão de interesses patrimoniais sérios da empresa;
Cláusula 55.ª
f) Prática intencional, no âmbito da empresa, de actos lesi-
vos da economia nacional; Inexistência de justa causa
g) Faltas não justificadas ao trabalho, que determinem
1- A inexistência de justa causa, a inadequação da sanção
directamente prejuízos ou riscos graves para a empresa ou,
ao comportamento verificado e a nulidade ou inexistência do
independentemente de qualquer prejuízo ou risco, quando o
processo disciplinar determinam a nulidade do despedimen-
número de faltas injustificadas atingir, em cada ano, 5 segui-
to que, apesar disso, tenha sido declarado.
das ou 10 interpoladas;
2- O trabalhador tem direito, no caso referido no número
h) Falta culposa de observância de normas de higiene e se-
anterior, às prestações pecuniárias que deveria ter normal-
gurança no trabalho;
mente auferido desde a data do despedimento até à data da

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Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 22, 15/6/2019

sentença, bem como à reintegração na empresa no respecti- trabalhador não se mostrar conveniente, mas não lhe é lícito
vo cargo ou posto de trabalho e com a antiguidade que lhe suspender o pagamento da retribuição.
pertencia. 3- Desde que não exista regime legal imperativo diferente,
3- Em substituição da reintegração, o trabalhador pode op- o processo disciplinar observará nomeadamente as seguintes
tar pela indemnização de antiguidade prevista na cláusula se- garantias da defesa do trabalhador:
guinte, contando-se para esse efeito todo o tempo decorrido a) O processo deve ser escrito, e a acusação devidamente
até à data da sentença. fundamentada será levada ao conhecimento do trabalhador
4- Para apreciação da existência da justa causa de des- mediante nota de culpa na qual conste a descrição do com-
pedimento ou de adequação da sanção ao comportamento portamento imputado ao trabalhador;
verificado, deverão ser tidos em conta o grau de lesão dos b) O trabalhador, no prazo de 4 dias após a recepção da
interesses da economia nacional ou da empresa, o carácter comunicação, poderá apresentar a sua contestação indicando
das relações entre as partes, a prática disciplinar da empresa, todas as diligências que se mostrem necessárias ao apura-
quer em geral, quer em relação ao trabalho atingido, o carác- mento da verdade;
ter das relações do trabalhador com os seus companheiros e c) Após a audição das testemunhas, serão entregues ao tra-
todas as circunstâncias relevantes do caso. balhador acusado cópias dos respectivos depoimentos.
5- Entre as circunstâncias referidas no número anterior 4- O processo disciplinar deverá ficar concluído no prazo
deve ser incluído o facto de a entidade patronal ou gestor máximo de 45 dias, salvo se o trabalhador requerer a prorro-
público praticar actos, posteriormente à verificação do com- gação por um prazo igual ao previsto na alínea b) do número
portamento do trabalhador ou ao seu conhecimento, que re- anterior.
velem não o considerar perturbador das relações de trabalho, 5- Quando o processo estiver completo, será presente à co-
nomeadamente deixando correr desde essa verificação ou missão de trabalhadores que deverá pronunciar-se no prazo
conhecimento até ao início do processo disciplinar um lapso de 4 dias. Caso não haja comissão de trabalhadores, deverá
de tempo superior a 30 dias. respeitar-se este prazo, para que o trabalhador possa consul-
tar o sindicato ou os seus representantes na empresa.
Cláusula 56.ª
6- A falta de qualquer dos elementos referidos nos números
Indemnização por despedimento anteriores determina a nulidade insuprível do procedimento
disciplinar e a consequente impossibilidade de se efectivar
Cada trabalhador abrangido pelo despedimento colectivo
o despedimento com base nos comportamentos concretos
tem direito a uma indemnização de acordo com a respectiva
invocados.
antiguidade e correspondente a um mês de retribuição por
cada ano ou fracção, não podendo ser inferior a 3 meses. Cláusula 60.ª

Sanções disciplinares
CAPÍTULO VIII
1- A entidade patronal pode aplicar as seguintes sanções
Disciplina disciplinares, sem prejuízo dos direitos e garantias gerais dos
trabalhadores:
Cláusula 57.ª a) Repreensão verbal;
b) Repreensão registada;
Conceito de infracção disciplinar c) Suspensão do trabalho com perda de retribuição;
Considera-se infracção disciplinar a violação voluntária d) Despedimento.
e culposa dos deveres dos trabalhadores. 2- As sanções disciplinares previstas nas alíneas b) e c) do
número anterior só poderão ser aplicadas mediante processo
Cláusula 58.ª disciplinar nos termos do disposto no número 3 da cláusula
Poder disciplinar
anterior.
3- A sanção a que se reporta a alínea d) do número 1 desta
O poder disciplinar tanto é exercido pela entidade patro- cláusula obedecerá ao disposto na regulamentação legal im-
nal como pelos superiores hierárquicos do trabalhador, nos perativa ou, na sua falta, ao regime na cláusula 54.ª
termos por aquele estabelecidos e com observância das dis- 4- A sanção disciplinar deve ser proporcional à gravida-
posições deste contrato. de da infracção e à culpabilidade do infractor, não podendo
Cláusula 59.ª aplicar-se mais do que uma pela mesma infracção.

Processo disciplinar
Cláusula 61.ª
1- Em todos os casos em que se verifique ter existido in- Prescrição da infracção disciplinar
fracção disciplinar, dever-se-á proceder à averiguação dos A infracção disciplinar prescreve ao fim de 60 dias a
factos, circunstâncias ou situações em que a alegada infrac- contar da data em que a entidade patronal ou superior hie-
ção foi praticada. rárquica com competência disciplinar tem conhecimento da
2- Iniciado o procedimento disciplinar pode a entidade pa- infracção.
tronal suspender a prestação de trabalho, se a presença do

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Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 22, 15/6/2019

CAPÍTULO IX CAPÍTULO X

Condições particulares de trabalho Trabalho fora do local habitual

Cláusula 62.ª Cláusula 64.ª

Direitos especiais das mulheres trabalhadoras Princípio geral

1- Além do estipulado no presente contrato para a genera- 1- Entende-se por deslocação em serviço a realização tem-
lidade dos trabalhadores por ele abrangidos, são assegurados porária de trabalho fora do local habitual.
às mulheres trabalhadoras os direitos a seguir mencionados, 2- Entende-se por local habitual de trabalho o estabeleci-
sem prejuízo, em qualquer caso, da garantia do lugar, do mento em que o trabalhador presta normalmente serviço ou
período de férias ou de qualquer outro benefício concedido a sede ou delegação da empresa a que está adstrito quando o
pela empresa: seu local de trabalho não seja fixo.
a) Durante o período de gravidez e até 3 meses após o par- 3- As deslocações que não permitam o regresso diário do
to, não desempenhar tarefas incompatíveis com o seu estado, trabalhador à sua residência habitual serão objecto de acor-
designadamente as de esforço físico, trepidação, contacto do.
com substâncias tóxicas, corrosivas, radioactivas e veneno- Cláusula 65.ª
sas a altas ou baixas temperaturas e outras clinicamente de-
saconselháveis; Direitos dos trabalhadores nas deslocações
b) Falar durante 120 dias no período de maternidade, os 1- Sempre que deslocado em serviço e na falta de viatura
quais não poderão ser descontados para quaisquer efeitos. fornecida pela entidade patronal, o trabalhador terá direito
Em caso de aborto ou de parto de nado-morto, o número de ao pagamento de:
faltas a que se aplica o disposto nesta alínea será, no máxi- a) Transportes em caminho de ferro (1.ª classe) ou avião
mo, de 30 dias; ou 0,25 do preço da gasolina super por cada quilómetro per-
c) Interromper o trabalho por 2 períodos de uma hora cada corrido, quando transportado em viatura própria.
para amamentação ou aleitação dos filhos, sem diminuição b) Alimentação e alojamento no valor de:
da retribuição nem redução do período de férias, até 1 ano –– Pequeno-almoço - 4,00 €
após o parto e enquanto durara a amamentação. –– Almoço ou jantar - 14,00 €
2- É vedado a todas as trabalhadoras que não trabalhem em –– Ceia - 10,00 €
regime de turnos a prestação de trabalho antes das 8 horas e As partes podem acordar o pagamento as despesas me-
depois das 20 horas. No entanto, nas empresas que tiverem diante a apresentação dos respectivos documentos compro-
infantário poderão as partes acordar outro horário. vativos.
3- As trabalhadoras grávidas têm direito a ir às consultas c) Horas suplementares sempre que a duração do trabalho,
pré-natais nas horas de trabalho sem perda da retribuição incluindo o tempo gasto nos trajectos e espera, na ida e no
habitual, devendo, para o efeito, apresentar um documento regresso, exceda o período de trabalho.
comprovativo. 2- Sempre que um profissional se desloque em serviço da
4- Às trabalhadoras, durante o período de aleitação, é proi- empresa para fora do local de trabalho habitual e tenha qual-
bido o trabalho nocturno, excepto se a firma tiver creche a quer acidente, a entidade patronal será responsável por todos
funcionar durante esse período ou se a trabalhadora der o seu e quaisquer prejuízos daí resultantes, com excepção dos pre-
acordo por escrito. juízos causados a passageiros transportados gratuitamente.
Cláusula 63.ª 3- As entidades patronais poderão transferir para as com-
panhias de seguros as responsabilidades decorrentes do nú-
Trabalho de menores mero anterior.
1- É válido o contrato celebrado com o menor, se for des- 4- O início e o fim do almoçou ou do jantar terão de veri-
conhecido o paradeiro do seu legal representante. ficar-se respectivamente, entre as 11 horas e 30 minutos e as
2- O menor tem capacidade para receber a retribuição de- 14 horas e 30 minutos e entre as 196 horas e 39 minutos e as
vida pelo seu trabalho, salvo quando, da idade inferior a 18 21 horas e 30 minutos, desde que os trabalhadores não pos-
anos, houver oposição dos seus representantes legais. sam chegar à empresa dentro do horário normal da refeição.
3- A entidade patronal deve proporcionar aos menores que 5- Considera-se que o trabalhador tem direito ao pequeno-
se encontrem ao seu serviço condições de trabalho adequa- -almoço quando inicia o serviço até às 7 horas, inclusive.
das à sua idade, prevenindo de modo especial quaisquer da- 6- Considera-se que o trabalhador tem direito à ceia quan-
nos ao seu desenvolvimento físico, espiritual e moral. do esteja ao serviço, em qualquer período, entre as 0 e as 5
4- Os menores de 18 anos de idade não podem ser obri- horas.
gados à prestação de trabalho antes das 8 horas e depois das 7- Sempre que o trabalhador tiver de interromper o tempo
18 horas, no caso de frequentarem cursos nocturnos oficiais, de trabalho suplementar para a refeição, esse tempo ser-lhe-á
oficializados ou equiparados, e antes das 7 horas e depois das pago como suplementar.
20 horas, no caso de não os frequentarem. 8- O disposto no número 1 não se aplica às refeições toma-
das no estrangeiro, que serão pagas mediante factura.

2276
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 22, 15/6/2019

Cláusula 66.ª Cláusula 70.ª

Cobertura dos riscos de doença Instalações para os trabalhadores eventuais ou de campanha


1- Durante o período de deslocação, os encargos por do- As instalações das empresas destinadas ao alojamento de
ença que em razão do local em que o trabalho seja prestado pessoal devem possuir condições higiénicas adequadas aos
deixem eventualmente de ser assegurados, os trabalhadores fins a que se destinam.
pela respectiva 6egurança 6ocial deverão ser cobertos pela
Cláusula 71.ª
empresa que, para tanto, assumirá as obrigações que compe-
tirem à Segurança Social se os trabalhadores não estivessem Trabalhadores-estudantes
deslocados.
1- A entidade patronal concederá a todos os trabalhadores
2- Durante os períodos de doença comprovados por ates-
que frequentem cursos oficiais, oficializados ou legalmente
tado médico os trabalhadores terão direito ao pagamento
equiparados os seguintes direitos:
da viagem de regresso ou de transferência para local com
a) Dispensa de uma hora por dia durante o período lecti-
assistência médica adequada, se estas forem prescritas pelo
vo, sem prejuízo da retribuição, para efeitos de assistência
médico, bem como a manter os direitos previstos na cláusula
à aula;
65.ª enquanto se mantiverem deslocados.
b) Gozar férias, interpoladamente ou não, em época à sua
3- Em caso de absoluta necessidade, e só quando requeri-
escolha, desde que daí não resultem prejuízos para a empre-
da pelos serviços clínicos em que o trabalhador esteja a ser
sa;
assistido, como condições necessária para o tratamento, a en-
c) Faltar em cada ano civil, por altura dos exames finais,
tidade patronal pagará as despesas com a deslocação de um
sem perda de remuneração, 5 dias, seguidos ou alternados,
familiar para o acompanhar, inclusive no regresso.
para preparação do conjunto de provas a prestar, além dos
Cláusula 67.ª dias em que tiverem lugar as provas.
2- Para poderem beneficiar dos direitos previstos no núme-
Seguro do pessoal deslocado ro anterior, os trabalhadores terão de fazer prova da sua con-
A todos os trabalhadores que se desloquem em serviço, dição de estudantes, bem como, sempre que possível, prova
seja qual for o meio de transporte utilizado, deverá a entida- trimestral da frequência.
de patronal fazer um seguro de acidentes pessoais completo, 3- Os direitos previstos no número 1 desta cláusula cessa-
válido durante as 24 horas do dia e por todo o período de rão automaticamente em cada ano lectivo logo que, em qual-
deslocação, a favor de quem o trabalhador designe. quer altura e por qualquer motivo, o trabalhador perca a pos-
sibilidade de transitar para o ano imediatamente seguinte ou,
CAPÍTULO XI encontrando-se no último ano, não possa concluir o curso.
4- Os direitos previstos nesta cláusula cessarão definitiva-
Garantias sociais mente quando o trabalhador não obtenha aproveitamento em
dois anos lectivos consecutivos.
Cláusula 68.ª
CAPÍTULO XII
Refeitórios e subsídios de alimentação
1- Todas as empresas terão de por à disposição dos traba- Higiene e segurança no trabalho
lhadores um lugar confortável, arejado e asseado, com mesas
e cadeiras suficientes para todos os trabalhadores ao seu ser- Cláusula 72.ª
viço, onde estes possam tomar e aquecer as suas refeições.
2- As empresas atribuirão a todos os trabalhadores um Higiene e segurança no trabalho
subsídio de refeição no valor de 4,70 € diários. As empresas instalarão o seu pessoal em boas condições
3- O subsídio de refeição previsto nesta cláusula não é de- de higiene e deverão prover os locais de trabalho com os
vido se a empresa fornecer a refeição completa. indispensáveis requisitos de segurança, cumprindo e fazendo
4- Os trabalhadores só terão direito a beneficiar do subsí- cumprir as disposições legais sobre a matéria.
dio referido nos números anteriores nos dias em que efecti-
vamente trabalharem antes e depois da refeição. CAPÍTULO XIII
Cláusula 69.ª
Exercício do direito sindical
Infantários para filhos dos trabalhadores
A entidade patronal deverá diligenciar a instalação de um Cláusula 73.ª
infantário e subsidiar a sua manutenção, desde que tenha ao
Direito à actividade sindical na empresa
seu serviço trabalhadores com filhos até à idade escolar a seu
directo cuidado, durante o período de trabalho. As empresas obrigam-se a respeitar o estabelecido na lei,

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Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 22, 15/6/2019

designadamente não interferindo na liberdade de inscrição Cláusula 77.ª


dos trabalhadores no sindicato e na actividade sindical den-
tro da empresa. Garantia da manutenção de regalias
1- Com a entrada em vigor desta convenção, consideram-
CAPÍTULO XIV -se automaticamente revogados todos os instrumentos de re-
gulamentação anteriormente aplicáveis no sector, sendo esta
Relação entre as partes outorgantes considerada globalmente mais favorável.
2- Salvo os casos especificamente previstos na lei e nesta
Cláusula 74.ª convenção, da aplicação do presente CCT não poderá resul-
tar qualquer prejuízo para os trabalhadores, designadamente
Interpretação e integração do contrato de trabalho baixa de categoria ou classe e, bem assim, diminuição de
1- As partes contratantes decidem criar uma comissão pa- ordenado, considerando-se quaisquer regalias anteriormente
ritária formada por 4 elementos, sendo 2 em representação aplicáveis mantidas a nível do contrato individual de traba-
da associação patronal e 2 em representação dos sindicatos, lho.
com competência para interpretar as disposições convencio-
nais e integrar as suas lacunas. ANEXO I
2- A comissão paritária funciona mediante convocação de
qualquer das partes contratantes, devendo as reuniões ser Definição de funções
marcadas com 8 dias de antecedência mínima, com indica-
Adjunto do director-geral - É o trabalhador que coadjuva
ção da agenda de trabalho e do local, dia e hora da reunião.
directamente o director-geral.
3- Não é permitido, salvo acordo de ambas as partes, tratar
Adjunto do director de serviços - É o trabalhador que co-
nas reuniões assuntos de que a outra parte não tenha sido
adjuva directamente e substitui o director de serviços.
notificada nos termos do número anterior.
Afinador de máquinas - É o trabalhador que afina, prepa-
4- Poderá participar nas reuniões, se as partes nisso estive-
ra ou ajusta as máquinas de modo a garantir-lhes a eficiência
rem de acordo, um representante do Ministério do Trabalho
no seu trabalho, podendo proceder à montagem das respec-
e da Solidariedade Social, que terá direito a voto.
tivas ferramentas.
5- Das deliberações tomadas, será depositado um exem-
Agente técnico agrícola - É o trabalhador que tem a seu
plar no Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social
cargo a responsabilidade de pelo menos uma das seguintes
para efeito de publicação, considerando-se, a partir desta,
funções:
parte integrante do contrato colectivo de trabalho.
a) Angaria e celebra contratos de fornecimento de tomate
6- As partes comunicarão uma à outra e ao Ministério do
com os produtores, transmitindo a estes os esclarecimentos
Trabalho e da Solidariedade Social, dentro do prazo de 30
necessários de que é portador, presta assistência técnica e
dias a contar da publicação do contrato, a identificação dos
fiscaliza as áreas contratadas;
respectivos representantes.
b) Controla tecnicamente os viveiros ou outras searas sob
7- A substituição de representantes é lícita a todo o tempo.
administração directa da empresa, tendo sob o seu controlo
um ou mais encarregados de seara, que colaboram consigo
CAPÍTULO XV na execução dos serviços;
c) Executa outras funções técnicas relacionadas com a sua
Disposições gerais e transitórias especialidade.
Ajudante de electricista - É o trabalhador electricista que
Cláusula 75.ª completou a sua aprendizagem e coadjuva os oficiais, prepa-
Reclassificações
rando-se para ascender à categoria de pré-oficial.
Ajudante de fogueiro - É o trabalhador profissional que
Nas reclassificações a que houver lugar por força da en- sob exclusiva responsabilidade e orientação do fogueiro as-
trada em vigor desta convenção, será tomado em considera- segura o abastecimento do combustível, sólido ou líquido,
ção o tempo de serviço no exercício das respectivas funções. para os geradores de vapor, de carregamento manual ou au-
Cláusula 76.ª tomático, e procede à limpeza dos mesmos e da secção onde
estão instalados. Exerce legalmente as funções nos termos
Trabalho fora da campanha dos artigos 14.º e 15.º do Regulamento da Profissão de Fo-
Dadas as características sazonais da indústria, os traba- gueiro, aprovado pelo Decreto n.º 46 989, de 30 de abril de
lhadores não poderão recusar-se a desempenhar outras ta- 1966.
refas, desde que tal desempenho não implique modificação Ajudante de motorista - É o trabalhador que acompa-
substancial da sua posição e não exista serviço inerente à sua nha o motorista competindo-lhe auxiliá-lo na manutenção e
categoria. limpeza do veículo; vigia e indica as manobras, arruma as

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mercadorias no veículo e faz a entrega nos locais indicados dizagem terá de construir vasilhas de capacidade inferior a
pela firma, podendo ainda fazer a cobrança das respectivas 300 l.
mercadorias. Bate-chapas - É o trabalhador que procede à execução e
Analista - É o trabalhador com curso ou habilitações reparação de peças em chapa fina, que enforma e desempena
adequadas ou conhecimentos profissionais adquiridos equi- por martelagem, usando as ferramentas adequadas.
valentes que faz análises qualitativas e quantitativas físicas, Caixa - É o trabalhador que tem a seu cargo as opera-
químicas e bacteriológicas e outras determinações laborato- ções de caixa e registo do movimento relativo a transacções,
riais. pagamentos e recebimentos, de acordo com os respectivos
Analista de informática - É o trabalhador que concebe e documentos; pode elaborar as folhas de ordenados e salários
projecta no âmbito do tratamento automático da informação e prepara os respectivos sobrescritos. Pode preparar os fun-
os sistemas que melhor respondam aos fins em vista, tendo dos destinados a serem depositados e tomar as disposições
em conta os meios de tratamento disponíveis; consulta os necessárias para os levantamentos.
interessados a fim de recolher elementos elucidativos dos Caixeiro - É o trabalhador que vende mercadorias no co-
objectivos que se têm em vista; determina se é possível e mércio por grosso ou a retalho. Fala com o cliente no local de
economicamente rentável utilizar um sistema de tratamento venda e informa-se do género de produtos que deseja; ajuda
automático de informação; examina os dados obtidos, deter- o cliente a efectuar a escolha do produto; enuncia o preço,
mina qual a informação a ser recolhida, com que periodici- cuida da embalagem do produto ou toma as medidas neces-
dade e em que ponto do seu circuito, bem como a forma e a sárias para a sua entrega; recebe encomendas; elabora notas
frequência com que devem ser apresentados os resultados; de encomenda e transmite-as para execução, e, por vezes,
determina as modificações a introduzir necessárias à norma- encarregado de fazer o inventário periódico das existências.
lização dos dados e as transformações a fazer na sequência Pode ser designado como primeiro-caixeiro, segundo-caixei-
das operações; prepara ordinogramas e outras especificações ro ou terceiro-caixeiro.
para o programador; efectua testes a fim de se certificar se o Caixoteiro - É o trabalhador que corta, rosca e solda tu-
tratamento automático da informação se adapta aos fins em bos de chumbo, plástico ou matérias afins e executa canali-
vista e, caso contrário, introduz as modificações necessárias. zações em edifícios, instalações industriais e outros locais.
Pode ser incumbido de dirigir a preparação dos programas. Carpinteiro - É o trabalhador que executa, monta, trans-
Pode coordenar os trabalhos das pessoas encarregadas de forma, repara e assenta estruturas ou outras obras em madei-
executar as fases sucessivas das operações da análise do pro- ra ou produtos afins, utilizando ferramentas manuais, mecâ-
blema. Pode dirigir e coordenar a instalação de sistemas de nicas ou máquinas-ferramentas, trabalha a partir de moldes
tratamento automático de informação. Pode ser especializa- ou outras especificações técnicas; por vezes realiza os traba-
do num domínio particular, nomeadamente na análise lógica lhos de acabamento.
dos problemas ou na elaboração de esquemas de funciona- Chefe de equipa (electricista, metalúrgico e produção)
mento e ser designado em conformidade por: - É o trabalhador que, executando ou não funções da sua pro-
–– Analista orgânico; fissão na dependência de um superior hierárquico, dirige e
–– Analista de sistemas. orienta directamente um grupo de, pelo menos, 3 trabalha-
Analista principal - É o trabalhador que além de execu- dores qualificados.
tar as funções inerentes a um analista, coordena em cada la- Chefe de secção (escritório, manutenção e produção) -
boratório os serviços dos restantes analistas e preparadores. É o trabalhador que coordena, dirige e controla o trabalho
Substitui o superior hierárquico nos seus impedimentos. de um grupo de profissionais ou dirige um departamento de
Aprendiz - é o trabalhador que, sob orientação de profis- serviços administrativos de manutenção ou de sector de pro-
sionais qualificados, adquire conhecimentos técnico-profis- dução.
sionais que o habilitem a ingressar na carreira profissional de Chefe de sector de secos - É o trabalhador que coordena,
uma especialidade. dirige e controla um grupo de profissionais na preparação,
Assistente agrícola - É o trabalhador agrícola especiali- marcação, armazenagem e embalagem de secos, podendo ter
zado que executa funções enquadradas em directivas gerais sob as suas ordens até 3 equipas.
bem definidas, como assistência a viveiros, a seareiros e ou Chefe de serviços - É o trabalhador que estuda, organiza,
searas, podendo fazer compras de matérias-primas agrícolas. dirige e coordena, sob a orientação do seu superior hierárqui-
Auxiliar de educador de infância - É o trabalhador que, co, o funcionamento do serviço a que está adstrito da manei-
possuindo habilitações indispensáveis ao desempenho da ra mais eficaz. Exerce nomeadamente, dentro dos limites da
função, assegura, sob a orientação da educadora de infância, sua competência, funções de:
as acções pedagógicas, os cuidados higiénicos, a alimenta- a) Direcção, orientação e fiscalização do pessoal sob as
ção e a vigilância das crianças nos tempos livres. suas ordens e de planeamento das actividades do serviço;
Auxiliar de enfermagem - É o trabalhador de enfermagem b) Propõe a aquisição de equipamentos e materiais e sub-
com menos de 3 anos de exercício que, findo este período de mete à apreciação superior a admissão do pessoal necessário.
tempo, passará a enfermeiro, de acordo com os requisitos Chefe de vendas - É o trabalhador que dirige, coordena e
oficialmente estabelecidos para o efeito. controla um ou mais sectores de vendas da empresa.
Barrileiro - É o trabalhador que após o período de apren- Classificador de matéria-prima - É o trabalhador que tem
a seu cargo a amostragem e classificação da matéria-prima,

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sua pesagem, arrumação e limpeza de acordo com as normas no controlo de produção.


estabelecidas pela empresa; pode ter sob as suas ordens os Controlador de sanidade industrial - É o trabalhador que
trabalhadores de carga e descarga. sob orientação superior dirige, executa e controla operações
Cobrador - É o trabalhador que procede fora dos escri- de sanidade industrial.
tórios e recebimentos, pagamentos e depósitos ou serviços Controlador de vasilhame de parque - É o trabalhador
análogos. que controla a existência no parque de grades e estrados,
Condutor de máquinas e aparelhos de elevação e trans- bem como as entradas e saídas dos mesmos.
porte - É o trabalhador que conduz guinchos, pontes e pór- Correspondente em línguas estrangeiras - É o traba-
ticos rolantes, empilhadores, gruas de elevação e quaisquer lhador que redige cartas e quaisquer outros documentos de
outras máquinas de força motriz para transporte e arrumação escritório em línguas estrangeiras, dando-lhes seguimento
de materiais ou produtos, dentro dos estabelecimentos indus- apropriado; lê, traduz, se necessário, o correio recebido e
triais. junta-lhe a correspondência anterior sobre o mesmo assunto;
Conferente - É o trabalhador que procede à verificação estuda documentos e informa-se sobre a matéria em questão
das mercadorias e outros valores, controlando as suas entra- ou recebe instruções definidas com vista à resposta; redige
das e saídas. textos, faz rascunhos de cartas, dita-as ou dactilografa-as.
Contabilista - É o trabalhador que organiza e dirige os Pode ser encarregado de se ocupar dos respectivos proces-
serviços de contabilidade e dá conselhos sobre problemas de sos.
natureza contabilística; estuda a planificação dos circuitos Cozinheiro - É o trabalhador que prepara, tempera e cozi-
contabilísticos, analisando os diversos sectores de actividade nha os alimentos destinados às refeições; elabora ou contri-
da empresa, de forma a assegurar uma recolha de elementos bui para a composição das ementas; recebe os víveres e ou-
precisos com vista à determinação dos custos e resultados de tros produtos necessários à sua confecção, sendo responsável
exploração; elabora o plano de contas a utilizar para a ob- pela sua conservação; amanha o peixe, prepara os legumes
tenção dos elementos mais adequados à gestão económico- e as carnes e procede à execução das operações culinárias,
-financeira e cumprimento da legislação comercial e fiscal; emprata-os, guarnece-os e confecciona os doces destinados
supervisiona a escrituração dos registos e livros de conta- às refeições quando não haja pasteleiro; executa ou vela pela
bilidade, coordenando, orientando e dirigindo os encarre- limpeza da cozinha e dos utensílios.
gados dessa execução; fornece os elementos contabilísticos Desmanchador-cortador de carnes - É o trabalhador que
necessários à definição da política orçamental e organiza e procede a esquartejamento e desmancha de animais ou suas
assegura o controlo da execução do orçamento; elabora ou partes, separando as parte impróprias que não digam respeito
certifica os balancetes e outras informações contabilísticas aos planos de fabrico.
a submeter à administração ou a fornecer a serviços públi- Director-geral - É o trabalhador que, sob orientação dos
cos; procede ao apuramento de resultados, dirigindo o en- gestores da empresa, superintende em todas as direcções de
cerramento das contas e a elaboração do respectivo balanço serviços.
que apresenta e assina; elabora o relatório explicativo que Director de serviços - É o trabalhador que estuda, orga-
acompanha a apresentação de contas ou fornece indicações niza, dirige e coordena, nos limites dos poderes de que está
para essa elaboração; efectua as revisões contabilísticas ne- investido, as actividades de serviços administrativos, comer-
cessárias, verificando os livros ou registos, para se certificar cial, técnico e ou outros em conformidade com as directrizes
da correcção da respectiva escrituração. Pode subscrever a definidas superiormente; exerce funções tais como:
escrita da empresa, sendo responsável pela contabilidade das a) Colaborar na determinação da política da empresa;
empresas do grupo A, a que se refere o Código da Contribui- b) Planear a utilização mais conveniente da mão-de-obra,
ção Industrial, perante a Direcção-Geral das Contribuições e equipamentos, materiais, instalações e capitais;
Impostos. Nestes casos é-lhe atribuído o título de habilitação c) Orientar, dirigir e fiscalizar as actividades do(s)
profissional de técnico de contas. serviço(s) segundo os planos estabelecidos, a política adop-
Contínuo - É o trabalhador que executa diversos serviços, tada e as normas, regulamentos prescritos;
tais como: anunciar visitantes, encaminhá-los ou informá- d) Criar e manter uma estrutura do(s) serviço(s) em que
-los; estampilhar e entregar correspondência; executar diver- superintende que permita um funcionamento de maneira efi-
sos serviços, tais como entrega de mensagens e objectos ine- caz.
rentes ao serviço interno e distribuição da correspondência Ecónomo - É o trabalhador que armazena, conserva e
aos serviços a que é destinada. Pode ainda executar serviço distribui géneros alimentícios e outros produtos em canti-
de reprodução e endereçamento de documentos. nas, refeitórios e similares; recebe os produtos e verifica se
Controlador de produção - É o trabalhador que colabo- coincidem em quantidade e qualidade com os discriminados
ra na planificação de fabrico e na previsão das necessidades nas notas de encomenda; arruma-os em câmaras frigoríficas,
para a produção, elabora requisições e controla os respecti- tulhas, salgadeiras, prateleiras e outros locais apropriados;
vos fornecimentos, bem como as produções e rendimentos. cuida da sua conservação, protegendo-os convenientemente;
Movimenta todos os stocks incluindo os materiais de manu- fornece, mediante requisição, os produtos que lhe sejam so-
tenção e elabora custos standard e de produção. licitados; mantém actualizados os registos, verifica periodi-
Controlador de produção principal - É o trabalhador que camente as existências e informa superiormente das necessi-
tem como funções a execução das tarefas mais quantificadas dades de aquisição. Pode ter de efectuar a compra de géneros

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de consumo diário. que visam o equilíbrio da saúde do homem, quer no seu es-
Educador de infância - É o trabalhador que, possuindo tado normal, com acções preventivas, quer no período de do-
as habilitações indispensáveis ao desempenho da função, ença, ministrando cuidados que vão complementar a acção
colabora, com responsável pelo infantário, na programação clínica.
de actividades técnico-pedagógicas adequadas às crianças, Engarrafador-enfrascador - É o trabalhador que procede
assegura as acções pedagógicas mediante acção directa ou normalmente ao engarrafamento e enfrascamento de produ-
orientação dos auxiliares de educação; zela pela higiene, ali- tos acabados, podendo executar tarefas complementares, no-
mentação, sono e saúde das crianças ao seu cuidado. meadamente de lavagem e rotulagem.
Empregado de balcão - É o trabalhador que, predomi- Entregador de ferramentas, materiais e produtos - É o
nantemente, serve refeições e bebidas ao balcão, coloca no trabalhador que, nos armazéns, entrega as ferramentas, ma-
balcão toalhetes, pratos, copos, talheres e os demais utensí- teriais ou produtos que lhe são requisitados, sem ter a seu
lios necessários; serve os vários pratos e bebidas; substitui e cargo o registo e controlo das existências dos mesmos.
louça servida; prepara e serve misturas, batidos, cafés, infu- Escriturário - É o trabalhador que executa várias tare-
sões, sandes e outros artigos complementares das refeições. fas que variam consoante a natureza do escritório onde tra-
Fornece os pedidos; passa as contas e cobra as importâncias balha: redige relatórios, cartas, notas informativas e outros
dos respectivos consumos; arrecada os documentos de crédi- documentos, manualmente ou à máquina, dando-lhes o se-
to autorizados. Executa ou coopera nos trabalhos de asseio, guimento apropriado; tira as notas necessárias à execução
arrumação e abastecimento da secção. das tarefas que lhe competem; examina o correio recebido,
Empregado de refeitório - É o trabalhador que, predomi- separa-o, classifica-o e compila os dados que são necessá-
nantemente, executa nos diversos sectores de um refeitório rios para preparar as respostas; elabora, ordena ou prepara os
todos os trabalhos relativos ao mesmo, nomeadamente: pre- documentos relativos à encomenda, distribuição e regulari-
paração, disposição e higienização das salas das refeições e zação das compras e vendas; recebe pedidos de informações
empacotamento e disposição de talheres, distribuição e re- e transmite-os à pessoa ou serviço competente; põe em caixa
cepção de todos os utensílios e géneros necessários ao servi- os pagamentos de contas e entrega recibos; escreve em livros
ço; coloca nos balcões, mesas ou centros de convívio todos as receitas e despesas, assim como outras operações contabi-
os géneros sólidos ou líquidos que façam parte do serviço; lísticas; estabelece o extracto das operações efectuadas e de
trata da recepção e emissão de senhas de refeição, de extras outros documentos para informação da direcção; atende os
ou de centro de convívio, quer através de máquinas regista- candidatos às vagas existentes, informa-os das condições de
doras ou através de livros para o fim existentes; lava talhe- admissão e efectua registos de pessoal ou à empresa; ordena
res, vidros, loiças, recipientes, arcas e câmaras frigoríficas e e arquiva notas de livrança, recibos, cartas e outros docu-
outros utensílios, podendo eventualmente ajudar em serviço mentos e elabora dados estatísticos. Acessoriamente, nota
de pré-preparação de alimentos destinados às refeições; exe- em estenografia, escreve à máquina e opera em máquinas de
cuta serviços de limpeza e asseio dos diversos sectores que escritório. Para além da totalidade ou parte das tarefas acima
compõem o refeitório. descritas pode verificar e registar a assiduidade do pessoal
Encarregado de armazém - É o trabalhador que dirige os assim como os tempos gastos na execução das tarefas, com
trabalhadores de armazém e planifica, organiza, coordena e vista ao pagamento de salários ou outros afins.
controla todas as actividades de armazém, responsabilizan- Escriturário principal - É o trabalhador que executa tare-
do-se pelo bom funcionamento do mesmo. fas mais exigentes que competem ao escriturário, nomeada-
Encarregado de campo - É o trabalhador agrícola sem mente tarefas relativas a determinados assuntos de pessoal,
especialização que executa funções enquadradas em direc- de legislação ou fiscais, apuramentos e cálculos contabilísti-
tivas gerais bem definidas e dirige directamente um grupo cos e estatísticos complexos e tarefas de relação com forne-
de trabalhadores agrícolas não especializados; pode conduzir cedores e ou clientes que obriguem a tomadas de decisões
viaturas nos serviços de campo e na distribuição de plantas. correntes, ou executando as tarefas mais exigentes na secção,
Encarregado de construção civil - É o trabalhador que colabora directamente com o chefe de secção e, no impedi-
coordena, dirige e controla a actividade dos profissionais de mento deste, coordena ou controla as tarefas de um grupo de
um sector de construção civil. trabalhadores administrativos com actividades afins.
Encarregado electricista - É o trabalhador electricista Estagiário - É o trabalhador que auxilia o escriturário e
que coordena, dirige e controla a actividade dos profissionais prepara-se para essa função.
de um sector de electricidade. Fiel de armazém - É o trabalhador que, nos armazéns,
Encarregado metalúrgico - É o trabalhador metalúrgico regista internamente as entradas e saídas de materiais, fer-
que coordena, dirige e controla a actividade dos profissionais ramentas e produtos, controla e responde pelas existências.
de um sector metalúrgico. Fogueiro - É o trabalhador que alimenta e conduz gera-
Encarregado de sanidade industrial - É o trabalhador dores de vapor, competindo-lhe além do estabelecido pelo
que, dando seguimento a planos acordados superiormente, Regulamento da Profissão de Fogueiro, aprovado pelo De-
coordena, dirige e controla a actividade dos profissionais de creto n.º 46 989, de 30 de abril de 1966, a limpeza do tubular,
sanidade industrial. fornalhas e condutas e providenciar pelo bom funcionamen-
Enfermeiro - É o trabalhador com qualificação profissio- to de todos os acessórios, bem como pelas bombas de ali-
nal específica que exerce directa ou indirectamente funções mentação de água e de combustível.

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Fogueiro-encarregado - É o trabalhador que dirige os Montador-ajustador de máquinas - É o trabalhador que


serviços, coordena e controla os mesmos, bem como toda a monta e ajusta máquinas, corrigindo possíveis deficiências
rede de vapor, tendo sob a sua responsabilidade e transmis- para obter o seu bom funcionamento.
são de ordens de serviço aos fogueiros e ajudantes. Incluem nesta categoria os profissionais que procedam à
Formulador ou preparador - É o trabalhador que, me- roscagem de peças, por forma a conseguir determinado grau
diante método de fabricação, procede à pesagem de diversos de acabamento das superfícies.
ingredientes que entram na composição do produto. Observa Motorista (pesados ou ligeiros) - É o trabalhador que,
outras instruções dos métodos de fabrico que sejam necessá- possuindo carta de condução profissional, tem a seu cargo
rias. Pode igualmente proceder à mistura dos diversos ingre- a condução de veículos automóveis (pesados ou ligeiros).
dientes em tanques de mistura com agitadores. Compete-lhe zelar pelo bom estado de funcionamento, con-
Funileiro-latoeiro - É o trabalhador que fabrica e ou re- servação e limpeza da viatura e proceder à verificação direc-
para artigos de chapa fina, tais como folha-de-flandres, zin- ta dos níveis de óleo, água e combustível e do estado de pres-
co, alumínio, cobre, chapa galvanizada e plástico, com apli- são dos pneumáticos. Em caso de avaria ou acidente, toma as
cações domésticas e ou industriais. Entende-se, neste caso, providências adequadas e recolhe os elementos necessários
por chapa fina aquela que é susceptível de ser cortada por para apreciação pelas entidades competentes. Quando em
tesoura de mão. condução de veículos de carga, compete-lhe orientar a carga,
Guarda-livros - É o trabalhador que se ocupa da escritu- descarga e arrumação das mercadorias transportadas.
ração de registos ou de livros de contabilidade, gerais ou es- Oficial electricista - É o trabalhador electricista que exe-
peciais, analíticos ou sintéticos, selados ou não selados, exe- cuta todos os trabalhos da sua especialidade e assume a res-
cutando nomeadamente trabalhos contabilísticos relativos ao ponsabilidade dessa execução.
balanço anual e apuramento dos resultados da exploração e Operador - É o trabalhador que vigia, regula e assegura o
do exercício. Pode colaborar nos inventários das existências, funcionamento de uma máquina de pouca complexidade ou
preparar ou mandar preparar extractos de contas simples ou cujo funcionamento não exige conhecimentos especiais. Cui-
com juros e executar trabalhos conexos. Não havendo secção da da sua limpeza e comunica superiormente as anomalias
própria de contabilidade, superintende os referidos serviços detectadas. Consideram-se operadores, os operadores nome-
e tem a seu cargo a elaboração dos balanços e escrituração adamente designados por: operador de bomba de extracção e
dos livros selados ou é responsável pela boa ordem e execu- pesagem, operador de doseadora enchedora, operador de en-
ção dos trabalhos. velopadora, operador de estação de bombagem, operador de
Guarda ou rondista - É o trabalhador encarregado da vi- fritadeira, operador de máquinas de cortar pimento, operador
gilância de edifícios, instalações fabris ou outros locais, para de máquinas enchedora embaladora, operador de máquina de
os proteger, podendo registar saídas ou entradas de mercado- fazer pasta, operador de máquina de rechear azeitona, opera-
rias, veículos e materiais. dor de peneiras e operador de refinadora.
Inspector de vendas - É o trabalhador que inspecciona os Operador de máquinas de balancés - É o trabalhador que
serviços dos vendedores e promotores de venda e vendedo- manobra máquinas para estampagem, corte, furacão e opera-
res especializados, visita os clientes e informa-se das suas ções semelhantes.
necessidades, recebe as reclamações dos clientes, verifica a Operador de máquinas de contabilidade - É o traba-
acção dos inspeccionados pelas notas de encomenda. lhador que trabalha com máquinas de registo de operações
Lubrificador - É o trabalhador que lubrifica máquinas e contabilísticas, faz lançamentos, simples registos ou cálculos
veículos, muda óleos nos períodos recomendados e executa estatísticos, verifica a exactidão das facturas, recibos e outros
os trabalhos necessários para manter em boas condições os documentos. Por vezes executa diversos trabalhos de escritó-
pontos de lubrificação, podendo ajudar serralheiros e mecâ- rio relacionados com as operações de contabilidade.
nicos. Operador de máquinas de latoaria e vazio - É o traba-
Mecânico de automóveis - É o trabalhador que detecta lhador que trabalha com máquinas da indústria de latoaria e
as avarias mecânicas, repara, afina, monta e desmonta os ór- vazio, designadamente: cravadeiras rebordadeiras de execu-
gãos de automóveis e outras viaturas e executa outros traba- ção de chaves e de meter borracha, estanhadeiras de prensa
lhos relacionados com esta mecânica. de tesoura de esquadrar folha e cortar tiras, grafadeiras, des-
Mecânico de aparelhos de precisão - É o trabalhador que pontadeiras, calhandras, caneleiras e de dobragem de tiras.
executa, repara, transforma e afina aparelhos de precisão ou Incluem-se os trabalhadores que, utilizando ferramentas de
peças mecânicas, de determinados sistemas eléctricos, hi- máquinas adequadas, têm por função executar tambores de
dráulicos, mecânicos, pneumáticos, ópticos e outros. chapa fina.
Moleiro - É o trabalhador que orienta e assegura o fun- Operador mecanográfico - É o trabalhador que abastece
cionamento da instalação de moagem, tendo em atenção o e opera com máquinas mecanográficas tais como interpresta-
processo de moenda para que o pó fabricado corresponda às doras, separadoras, reprodutoras, intercaladoras, calculado-
características pretendidas e cuida da instalação. ras, tabuladoras; prepara a máquina para o trabalho a realizar
Monitor de grupo - É o trabalhador indiferenciado que, mediante o programa que lhe é fornecido; assegura o funcio-
sob supervisão de um chefe de equipa ou outro superior hie- namento do sistema de alimentação; vigia o funcionamen-
rárquico, ajuda a orientar parte ou todo um grupo de pessoal to e executa o trabalho consoante as indicações recebidas;
indiferenciado. recolhe os resultados obtidos; regista o trabalho realizado

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Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 22, 15/6/2019

e comunica superiormente as anomalias verificadas na sua os oficiais e que, cooperando com eles, executa trabalhos de
execução. menor responsabilidade.
Operador qualificado - É o trabalhador que regula e vigia Preparador de laboratório - É o trabalhador que faz re-
o funcionamento de uma máquina de modo a extrair dela o colha de amostras e coadjuva o analista no desempenho das
melhor rendimento. Cuida da sua limpeza e comunica supe- suas funções.
riormente as anomalias verificadas que estejam fora da sua Profissionais de engenharia (grau I) - É o trabalhador
capacidade de intervenção. Consideram-se operador quali- que:
ficado os operadores nomeadamente designados por: con- a) Executa trabalho técnico simples e ou de rotina (podem-
centrador de instalações contínuas, operador de autoclaves -se considerar neste campo pequenos projectos ou cálculos
contínuos, operador de túnel de congelação. sob orientação e controlo de um profissional de engenharia);
Operador semiqualificado - É o trabalhador que vigia, b) Estuda a aplicação de técnicas de exploração agrícola,
regula e assegura o funcionamento de uma máquina de rela- fabris e processo;
tiva complexidade ou cujo funcionamento não exige conhe- c) Pode participar em equipas de estudos e desenvolvi-
cimentos especiais. Cuida da sua limpeza e comunica supe- mento como colaborador executante, mas sem iniciativa de
riormente as anomalias detectadas. Consideram-se operador orientação de ensaios ou projectos de desenvolvimento;
semiqualificado os operadores nomeadamente designados d) Elabora especificações e estimativas sob orientação e
por: capsulador, concentrador de instalações descontínuas controlo de um profissional de engenharia;
(até 3 boules), operador de autoclaves descontínuos (aber- e) Pode tomar decisões desde que apoiadas em orientações
tos), operador de bacines, operador de desidratador, opera- técnicas completamente definidas e ou decisões de rotina;
dor de estação de bombas de água e colector geral, operador f) Tem o seu trabalho orientado e controlado permanente-
de linhas de escolha e equipamento de choques térmicos, mente quanto à aplicação dos métodos e preciso dos resul-
operador de máquinas de esterilização e enchimento, opera- tados;
dor de misturadora, operador de rotuladora, encartonadora e g) Não tem funções de chefia, podendo distribuir e verifi-
coladora, operador de trituradora e separadora. car os trabalhos de outros técnicos não profissionais de en-
Paquete - É o trabalhador menor de 18 anos de idade genharia.
que presta unicamente os serviços referidos na definição de Profissionais de engenharia (grau II) - É o trabalhador
funções dos contínuos. que:
Pedreiro - É o trabalhador que, exclusiva ou predomi- a) Dá assistência a profissionais de engenharia mais qua-
nantemente, executa alvenarias em tijolo, pedra ou blocos, lificados em cálculos, ensaios, análises, projectos, computa-
podendo também fazer assentamento de manilhas, tubos ou ção e actividade técnica;
cantarias, rebocos ou outros trabalhos similares ou comple- b) Pode participar em equipas de estudo e desenvolvimen-
mentares, podendo executar serviços de conservação e repa- to como colaborador executante, podendo encarregar-se da
ração de construção civil. execução de tarefas parcelares simples e individuais de en-
Perfurador-verificador - É o trabalhador que conduz má- saios ou projectos de desenvolvimento;
quinas que registam dados sob a forma de perfurações em c) Deverá estar mais ligado à solução dos problemas do
cartões ou fitas especiais que serão posteriormente utilizados que a resultados finais;
nas máquinas de tratamento automático de informação ou d) Decide dentro da orientação estabelecida pela chefia;
outras. Pode também verificar a exactidão dos dados perfu- e) Poderá actuar com funções de chefia, mas segundo ins-
rados, efectuando tarefas semelhantes às que são executadas truções detalhadas orais ou escritas, sobre métodos e proces-
para a perfuração por meio de máquinas de teclado que re- sos. Deverá receber assistência técnica de um profissional de
jeitem os cartões ou as fitas que não tenham sido perfurados engenharia mais qualificado sempre que necessite. Quando
correctamente. ligado a projectos não tem funções de chefia;
Pintor de automóveis ou de máquinas - É o trabalhador f) Tem funções técnico-comerciais no domínio da enge-
que prepara as superfícies das máquinas, aplica as demãos nharia;
do primário, capa e subcapa e de tinta, afinando as tintas. g) Não tem funções de coordenação, embora possa orien-
Pintor de construção civil - É o trabalhador que, pre- tar outros técnicos numa actividade comum;
dominantemente, executa qualquer trabalho de pintura nas h) Utilizar a experiência acumulada pela empresa, dando
obras. assistência a profissionais de engenharia de um grau supe-
Porteiro - É o trabalhador que atende os visitantes, in- rior.
forma-se das suas pretensões e anuncia-os ou indica-lhes os Profissional de engenharia (grau III) - É o trabalhador
serviços a que se devem dirigir. Controla entradas e saídas de que:
visitantes, mercadorias e veículos. Pode ainda ser encarrega- a) Executa trabalhos de engenharia para os quais a experi-
do de recepção de correspondência. ência acumulada pela empresa é reduzida: os trabalhos para
Praticante - É o trabalhador que se prepara para ingressar os quais, embora conte com a experiência acumulada, neces-
na respectiva categoria profissional. site de capacidade de iniciativa e de frequentes tomadas de
Pré-oficial electricista - É o trabalhador electricista que, decisão;
tendo completado o tempo de permanência como ajudante, b) Poderá executar trabalhos de estudo, análises, explora-
ou satisfazendo as condições escolares exigidas, coadjuva ção agrícola, coordenação de técnicas fabris, coordenação de

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Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 22, 15/6/2019

montagens, projectos, cálculos e especificações; capacidade comprovada para o trabalho técnico-científico,


c) Toma decisões de responsabilidade a curto e médio pra- executada com autonomia;
zo; c) Toma decisões de responsabilidade não normalmente
d) Tem actividades técnico-comerciais, as quais já poderão sujeitas a revisão, excepto as que envolvam grande dispên-
ser desempenhadas a nível de chefia de outros técnicos; dio ou objectivos a longo prazo;
e) Coordena planificações e processos fabris e interpreta d) Resolve problemas complexos, apresentando soluções
resultados de computação; originais do ponto de vista prático e económico;
f) Não tem normalmente o seu trabalho supervisado em e) Recebe o trabalho com simples indicação dos objecti-
pormenor, embora receba orientação técnica em problemas vos finais e é somente revisto quanto à política de acção e
invulgares e complexos; eficiência geral, podendo eventualmente ser revisto quanto à
g) Pode dar orientação técnica a profissionais de engenha- justeza da solução;
ria ou outros cuja actividade pode agregar ou coordenar; f) Pode dirigir uma pequena equipa altamente especiali-
h) Faz estudos independentes, análises e juízos e tira con- zada;
clusões; g) Coordena programas de trabalho e pode dirigir o uso de
i) Pode participar em equipas de estudo e desenvolvimen- equipamentos e materiais;
to sem exercício de chefia de profissionais de engenharia ou h) Faz geralmente recomendações na escolha e remunera-
outros, podendo, no entanto, receber o encargo da execução ções do pessoal.
de tarefas parcelares a nível de equipa de trabalhadores sem Profissionais de engenharia (grau VI) - É o trabalhador
qualquer grau de engenharia ou outro título académico equi- que:
valente. a) Exerce cargos de responsabilidade directiva e ou admi-
Profissionais de engenharia (grau IV) - É o trabalhador nistrativa, sobre vários grupos em assuntos interligados;
que: b) Investiga dirigindo uma equipa no estudo de novos pro-
a) É primeiro nível de supervisão directa e contínua. Pro- cessos para o desenvolvimento das ciências e tecnologia, vi-
cura o desenvolvimento de técnicas de engenharia para o que sando adquirir independência de técnicas de alto nível;
é requerida elevada especialização; c) Participa na orientação geral de estudos e desenvolvi-
b) Procede à coordenação completa de actividades, tais mento a nível empresarial, exercendo cargos de responsabili-
como técnico-comeciais, fabris, projecto, exploração agríco- dade administrativa, com possível coordenação com funções
la e outras; de produção, assegurando a realização de programas supe-
c) Procede a recomendações geralmente revistas quanto ao riores, sujeitos somente à política global de controlo finan-
valor dos pareceres, mas aceites quanto ao rigor técnico e ceiro da empresa;
exequibilidade; d) Assessora e dá parecer, com categoria reconhecida no
d) Pode participar em equipas de estudo e desenvolvimen- seu campo de engenharia;
to com possível exercício de chefia sobre outros profissionais e) Tem o seu trabalho revisto somente para assegurar con-
de engenharia ou com outro título académico equivalente, formidade com a política global e coordenação com outros
podendo tomar a seu cargo a planificação e execução de uma sectores;
tarefa completa de estudo ou desenvolvimento que lhe seja f) Revê e analisa o trabalho de engenharia dentro da em-
confiada. Possuindo capacidade comprovada para o trabalho presa;
técnico-científico, executa sob orientação; g) Como gestor, faz a coordenação dos programas sujei-
e) Pode distribuir e delinear trabalho, dar indicações em tos à política global da empresa, para atingir os objectivos
trabalhos técnicos e rever trabalhos de outros quanto à preci- estabelecidos e toma decisões na escolha e remuneração do
são técnica. Responsabilidade permanente pelos outros téc- pessoal.
nicos ou profissionais de engenharia que supervisiona; Programador de informática - É o trabalhador que es-
f) Recebe os trabalhos com simples indicação do seu ob- tabelece programas que se destinam a comandar operações
jectivo, de prioridades relativas e de interferências com ou- de tratamento automático da informação para computador;
tros trabalhos ou sectores. Responde pelo orçamento e pra- recebe as especificações e instruções preparadas pelo ana-
zos desses trabalhos; lista de sistemas, incluindo todos os dados elucidativos dos
g) Aplica conhecimentos de engenharia na direcção de ac- objectivos a atingir; prepara os ordinogramas e procede à co-
tividade com fim e realização independentes. dificação dos programas; escreve instruções para o computa-
Profissionais de engenharia (grau V) - É o trabalhador dor; procede a testes para verificar a validade do programa e
que: introduz-lhe alterações sempre que necessário; apresenta os
a) Supervisiona a equipa ou equipas de profissionais de resultados obtidos sob a forma de mapas, cartões perfurados,
engenharia do mesmo ou vários ramos, cuja actividade coor- suportes magnéticos ou outros processos. (Pode fornecer ins-
dena, fazendo normalmente o planeamento a curto prazo do truções escritas para o pessoal encarregado de trabalhar com
trabalho dessas equipas; o computador).
b) Chefia e coordena diversas actividades de estudo e de- Promotor de vendas - É o trabalhador que, actuando em
senvolvimento, dentro de um departamento correspondente, pontos directos e indirectos de consumo, procede no sentido
confiadas a profissionais de engenharia de grau inferior e é de esclarecer o mercado com o fim específico de incrementar
responsável pela planificação e gestão económica, possuindo as vendas da empresa.

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Secretário de direcção - É o trabalhador que se ocupa do desempenha funções pouco complexas nos diversos sectores
secretariado específico da administração ou direcção da em- fabris, procedendo a arrumações e limpezas, empilhamento e
presa. Entre outras, competem-lhe normalmente as seguintes transporte de latas, escolha de matéria prima e outras tarefas
funções: redigir actas das reuniões de trabalho; assegurar por que não exijam esforço físico.
sua própria iniciativa o trabalho de rotina diária do gabinete Vendedor - É o trabalhador que, predominantemente fora
e providenciar pela realização das assembleias gerais, reuni- do estabelecimento, solicita encomendas, promove e vende
ões de trabalho, contratos e escrituras. mercadorias ou serviços por conta da entidade patronal.
Serralheiro civil - É o trabalhador que constrói e ou mon-
ta e repara estruturas metálicas, tubos condutores de com- ANEXO II
bustíveis, ar ou vapor, carroçarias de viaturas, andaimes para
edifícios, pontes, navios, caldeiras, cofres e outras obras. Tabela salarial
Serralheiro mecânico - É o trabalhador que executa
peças, monta, repara e conserva vários tipos de máquinas, Remuneração
mínima
motores e outros conjuntos mecânicos, com excepção dos Grau Categorias profissionais
mensal
instrumentos de precisão e das instalações eléctricas. (em euros)
Soldador de electroarco ou oxiacetilénico - É o traba- Director-geral
lhador que, pelos processos de soldadura de electroarco ou 0 1 150,00
Profissional de engenharia (grau VI)
oxiacetileno, liga entre si os elementos ou conjuntos de pe- Adjunto do director-geral
ças de natureza metálica, incluem-se nesta categoria os tra- 1 Director de serviços 940,00
balhadores que, em máquinas automáticas ou semiautomáti- Profissional de engenharia (grau V)
cas, procedem à soldadura e ou enchimento. Adjunto do director de serviços
Tanoeiro - É o trabalhador que constrói qualquer vasilha, 2 Analista de informática 930,00
Profissional de engenharia (grau IV)
segundo as indicações que lhe forem previamente forneci-
das, com acabamentos perfeitos, estanques e sem repasse. 3 Profissional de engenharia (grau III) 820,00
Emenda madeiras que se partam durante a construção ou que Chefe de serviços
se estrafie e faz acertos de medição sempre que necessário. Contabilista
4 Profissional de engenharia (grau II) 730,00
Procede ainda à reparação de vasilhas usadas de qualquer
Programador de informática
capacidade. Tesoureiro
Telefonista - É o trabalhador que opera numa cabina ou
central, ligando e interligando comunicações telefónicas, in- 5 Profissional de engenharia (grau I-B) 680,00
dependentemente da designação técnica o material instalado. Agente técnico agrícola (mais 5 anos)
Tesoureiro - É o trabalhador que dirige a tesouraria em Chefe de secção (escritório, manutenção,
escritórios em que haja departamento próprio, tendo a res- produção)
Chefe de sector de secos
ponsabilidade dos valores de caixa que lhe estão confiados;
Chefe de vendas
verifica as diversas caixas e confere as respectivas existên- Encarregado de armazém
cias; prepara os fundos para serem depositados nos bancos e 6 Encarregado de construção civil 670,00
toma as disposições necessárias para levantamentos; verifica Encarregado electricista
Encarregado metalúrgico
periodicamente se o montante dos valores em caixa coinci-
Encarregado de sanidade industrial
de com o que os livros indicam. Pode, por vezes, autorizar Fogueiro-encarregado
certas despesas e exectuar outras tarefas relacionadas com as Guarda-livros
operações financeiras. Profissional de engenharia (grau I-A)
Torneiro mecânico - É o trabalhador que, operando um Agente técnico agrícola (de 2 a 5 anos)
torno mecânico paralelo, vertical, revólver ou outro tipo, Analista principal
executa todos os trabalhos de torneamento de peças, traba- Chefe de equipa (electricista, metalúrgico,
lhando por desenho ou peças modelo. Prepara a máquina e, produção)
Controlador de produção principal
se necessário, as ferramentas que utiliza. 7
Correspondente em línguas estrangeiras,
660,00
Trabalhador indiferenciado - É o trabalhador que execu- inspector de vendas
ta as funções sem especialização, procedendo nomeadamen- Enfermeiro
te à movimentação de matérias-primas e cargas e descargas. Escriturário principal
Secretário de direcção
Trabalhador de serviços auxiliares - É o trabalhador que

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Afinador de máquinas de 1.ª Afinador de máquinas de 2.ª


Agente técnico agrícola (até 2 anos) Analista de 2.ª
Analista de 1.ª Assistente agrícola de 2.ª
Assistente agrícola de 1.ª Bate-chapas de 2.ª
Bate-chapas de 1.ª Caixeiro de 1.ª
Caixa Canalizador de 1.ª
Carpinteiro de 1.ª Carpinteiro de 2.ª
Classificador de matéria-prima de 1.ª Classificador de matéria-prima de 2.ª
Controlador de produção de 1.ª Cobrador
Controlador de sanidade industrial Condutor de máquinas e aparelhos de
Cozinheiro de 1.ª elevação e transporte de 1.ª
Ecónomo Conferente
Educador de infância Controlador de produção de 2.ª
Escriturário de 1.ª Cozinheiro de 2.ª
Fiel de armazém Desmanchador-cortador de carnes
Fogueiro de 1.ª Escriturário de 2.ª
Formulador ou preparador Fogueiro de 2.ª
Funileiro-latoeiro de 1.ª Funileiro-latoeiro de 2.ª
8 Mecânico de aparelhos de precisão de 1.ª 648,00 Mecânico de aparelhos de precisão de 2.ª
Mecânico de automóveis de 1.ª 9 630,00
Mecânico de automóveis de 2.ª
Montador, ajustador de máquinas de 1.ª Moleiro
Motorista de pesados Montador-ajustador de máquinas de 2.ª
Oficial electricista Motorista de ligeiros
Operador de máquinas de contabilidade de 1.ª Operador de máquinas de balancé de 1.ª
Operador mecanográfico de 1.ª Operador de máquinas de contabilidade de 2.ª
Operador qualificado de 1.ª Operador mecanográfico de 2.ª
Pedreiro de 1.ª Operador qualificado de 2.ª
Perfurador-verificador de 1.ª Operador semiqualificado de 1.ª
Pintor de automóveis ou de máquinas de 1.ª Pedreiro de 2.ª
Promotor de vendas Perfurador-verificador de 2.ª
Serralheiro civil de 1.ª Pintor de automóveis ou de máquina de 2.ª
Serralheiro mecânico de 1.ª Pintor de construção civil de 1.ª
Soldador por electroarco ou oxiacetilénico Serralheiro civil de 2.ª
de 1.ª Serralheiro mecânico de 2.ª
Tanoeiro de 1.ª Soldador por electroarco ou oxiacetilénico
Torneiro mecânico de 1.ª de 2.ª
Vendedor Tanoeiro de 2.ª
Torneiro mecânico de 2.ª

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Afinador de máquinas de 3.ª Aprendiz


13 605,00
Agente técnico agrícola estagiário Paquete
Ajudante de motorista
Auxiliar de educador de infância
Auxiliar de enfermagem Lisboa, 19 de março de 2019.
Bate-chapas de 3.ª
Canalizador de 2.ª Pela Associação Nacional de Comerciantes e Industriais
Caixeiro de 2.ª de Produtos Alimentares (ANCIPA):
Condutor de máquinas e aparelhos de
elevação e transporte de 2.ª Estêvão Miguel de Sousa Anjos Martins, mandatário.
Controlador de produção de 3.ª
Controlador de vasilhame de parque Pela FESAHT - Federação dos Sindicatos de Agricultura,
Cozinheira de 3.ª Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal:
Encarregado de campo de 1.ª
Entregador de ferramentas, materiais e Marcos Alexandre Rodrigues Rebocho, mandatário.
produtos
Rui Paulo Fernandes Matias, mandatário.
Escriturário de 3.ª
Fogueiro de 3.ª Pela Federação Portuguesa dos Sindicatos da Constru-
10 620,00
Funileiro-latoeiro de 3.ª
Lubrificador
ção, Cerâmica e Vidro - FEVICCOM:
Mecânico de aparelhos de precisão de 3.ª Marcos Alexandre Rodrigues Rebocho, mandatário.
Mecânico de automóveis de 3.ª
Montador-ajustador de máquinas de 3.ª Rui Paulo Fernandes Matias, mandatário.
Operador de máquinas de balancé de 2.ª
Pela FEPCES - Federação Portuguesa dos Sindicatos do
Operador de máquinas de latoaria e vazio
Operador semiqualificado de 2.ª Comércio, Escritórios e Serviços:
Perfurador-verificador de 3.ª
Pintor de automóveis ou de máquinas de 3.ª
Marcos Alexandre Rodrigues Rebocho, mandatário.
Pintor de construção civil de 2.ª Rui Paulo Fernandes Matias, mandatário.
Pré-oficial electricista do 2.º ano
Serralheiro civil de 3.ª Pela Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas,
Serralheiro mecânico de 3.ª Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica,
Soldador por electroarco ou oxiacetilénico Imprensa, Energia e Minas - FIEQUIMETAL:
de 3.ª
Telefonista Marcos Alexandre Rodrigues Rebocho, mandatário.
Torneiro mecânico de 3.ª Rui Paulo Fernandes Matias, mandatário.
Barrileiro Pela FECTRANS - Federação dos Sindicatos de Trans-
Canalizador de 3.ª portes e Comunicações:
Contínuo
Cozinheiro sem carteira profissional Marcos Alexandre Rodrigues Rebocho, mandatário.
Empregado de balcão Rui Paulo Fernandes Matias, mandatário.
Encarregado de campo de 2.ª
11 Guarda ou rondista 613,00 Pelo SIFOMATE - Sindicato dos Fogueiros, Energia e
Monitor de grupo
Indústrias Transformadoras:
Operador
Porteiro Marcos Alexandre Rodrigues Rebocho, mandatário.
Pré-oficial electricista do 1.º ano
Preparador de laboratório
Rui Paulo Fernandes Matias, mandatário.
Tractorista agrícola Pelo STVSIH - Sindicato dos Técnicos de Vendas do Sul
Ajudante de electricista e Ilhas:
Ajudante de fogueiro
Caixoteiro Marcos Alexandre Rodrigues Rebocho, mandatário.
Empregado de refeitório Rui Paulo Fernandes Matias, mandatário.
12 Engarrafador-enfrascador 608,00
Estagiário
Praticante Depositado em 3 de junho de 2019, a fl. 95 do livro n.º
Trabalhador indiferenciado 12, com o n.º 137/2019, nos termos do artigo 494.º do Có-
Trabalhador de serviços auxiliares digo do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de
fevereiro.

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