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ENSAIOS MECÂNICOS

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
MECÂNICA

Msc. Domingos F. O. Azevedo


TIPOS DE ENSAIOS MECÂNICOS

 DESTRUTIVOS:
(Propriedades Mecânicas)
Resultados numéricos
Resultados qualitativos
 NÃO-DESTRUTIVOS:
(Propriedades Físicas)
Detectar falhas internas
10mm

50mm
Exemplos de Ensaios Destrutivos

3
EXEMPLOS DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS

Líquido Penetrante Exame Visual Partículas Magnéticas

4
NECESSIDADE DOS ENSAIOS
DESTRUTIVOS
 Para qualquer projeto de engenharia é
imprescindível o conhecimento das
características, propriedades e comportamento
dos materiais disponíveis para sua execução;

 O fabricante do material deve realizar ensaios


nos materiais que produz para fornecer essas
informações aos seus clientes;

 Estes ensaios são realizados sob condições


específicas, definidas por normas internacionais.
No Brasil essas normas são editadas pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
NECESSIDADE DOS ENSAIOS
Para saber se os materiais possuem as características que deveriam
possuir;
 Tipos de esforços em materiais:

Para verificar a resistência do material a tais esforços são


realizados testes que são chamados ENSAIOS MECÂNICOS
ENSAIOS MECÂNICOS
São procedimentos padronizados que compreendem testes, cálculos,
gráficos e consultas a tabelas, tudo em conformidade com normas
técnicas específicas
 A normalização é fundamental para que se estabeleça uma
linguagem comum entre fornecedores e usuários dos materiais
em todo o globo;
 Esses ensaios são realizados tanto pelo fornecedor quanto
pelo usuário, a partir de uma amostragem estatística
representativa do volume recebido;

O comportamento mecânico de qualquer material de engenharia é


função de sua estrutura interna e de sua aplicação em projeto.

metalurgia mecânica

Estrutura interna Comportamento Comportamento


do material mecânico estrutural/projeto
CARACTERÍSTICAS DOS MATERIAIS

 As características a que o material especificado deve


atender podem ser divididas em 2 categorias:

 Características de processamento: propriedades


físicas da matéria-prima como função dos
processos de fabricação envolvidos na manufatura
do produto final;

 Características de aplicação: propriedades


físicas desejdas no produto acabado como função
direta de sua utilização e comportamento
estrutural.
Exemplo: Fabricação de um eixo de transmissão, cuja seqüência
operacional, a partir do tarugo de aço obtido pelo vazamento do
metal líquido em molde é a seguinte:

Processo 03
Matéria-prima Processo 01 Processo 02 Tratamentos
tarugo de aço Forjamento Usinagem térmicos e
termoquímicos

• Características de processamento:
 Forjabilidade;
 Usinabilidade;
 Suscetibilidade a tratamentos.
• Características de aplicação:
 Resistência mecânica;
 Resistência ao desgaste;
 Ductilidade.
PROPRIEDADES MECÂNICAS
Ensaios mecânicos permitem a determinação de propriedades
mecânicas do material, expressas em função de tensões e/ou
deformações;
 Tensões representam a resposta interna aos esforços externos
que atuam sobre uma determinada área em um corpo;
 Principais propriedades mecânicas dos materiais obtidos por
ensaio:
 Resistência mecânica: representada por tensões;

 Elasticidade: deformação no regime elástico;


 Plasticidade: deformação no regime plástico antes da
ruptura;
 Resiliência: capacidade de estocar energia no regime
elástico;
 Tenacidade: energia total necessária para fraturar o
material.
CLASSIFICAÇÃO DOS ENSAIOS
Estáticos Tração
Compressão
Flexão
Flambagem
Torção
Destrutivos
Impacto
Dinâmicos Fadiga

Ensaios Complementares Dureza

Raio X
Não Destrutivos Ultra Som
Partículas Magnéticas
Líquidos Penetrantes
CLASSIFICAÇÃO DOS ENSAIOS MECÂNICOS:
Quanto à integridade geométrica e dimensional da
peça ou componente:
1. Destrutivos: provocam inutilização parcial ou total da
peça;
2. Não destrutivos: não comprometem a integridade da
peça.

Quanto à velocidade de aplicação da carga:


1. Estáticos: carga aplicada lentamente (tração, dureza,
flexão);
2. Dinâmicos: carga aplicada rapidamente ou ciclicamente
(fadiga e impacto);
3. Carga constante: carga aplicada durante um longo
período (fluência).
MÉTODOS DE ENSAIOS:
Determinam que os ensaios devem ser realizados em função
da geometria da peça, do processo de fabricação e de acordo
com as normas técnicas vigentes:
1. Ensaios na própria peça;
2. Ensaios em modelos;
3. Ensaios em amostras;
4. Ensaios em corpos-de-prova retirados de parte da
estrutura
NORMAS TÉCNICAS
As normas técnicas mais comuns são elaboradas por
associações:

• ASTM (American Society for Testing and


Materials)
• SAE (Society Automotive Engineers)
• ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas)
ENSAIOS DE DUREZA
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICA
DUREZA
DURÔMETROS
DUREZA
Dureza Vickers

Microdureza
Knoop
DUREZA BRINELL
• A dureza por penetração, proposta por J.
A. Brinell em 1900, denominada dureza
Brinell e simbolizada por HB. Consiste em
comprimir lentamente uma esfera de
aço, de diâmetro D, sobre uma superfície
plana, polida e limpa de um metal através
de uma carga, Q, durante um tempo, t.
• Esta compressão provocará uma
impressão permanente no metal com o
formato de uma calota esférica, tendo
um diâmetro, d, o qual é medido por um
microscópio ou lupa graduada.
𝑄 𝑄 2. 𝑄 𝑘𝑔𝑓
𝑯𝑩 = = = 𝑜𝑢 𝑁
𝑆𝑐 𝜋𝐷. 𝑝 𝜋𝐷 𝐷 − 𝐷 2 − 𝑑 2 𝑚𝑚2 𝑚𝑚2
ENSAIOS DE DUREZA: BRINELL
• O ensaio padronizado, proposto por Brinell, é realizado
com carga de 3.000 kgf e esfera de 10 mm de diâmetro,
de aço temperado até HB <500 e esfera de carboneto
de tungstênio para valores maiores.
• O tempo, t é geralmente de 30 segundos.
• Ensaio HB utilizando outros diâmetros (D) de esferas.
ENSAIOS DE DUREZA: BRINELL
• Para diâmetros diferentes da esfera (D), utiliza-se
um fator de carga para escolha da Força de
aplicação em função da HB desejada:
DUREZA VICKERS
• Este método de medição de dureza
foi introduzido em 1925 por Smith e
Sandland, a Companhia Vickers –
Armstrong Ltda. fabricou as
máquinas mais conhecidas a operar
esta dureza.
• O penetrador é uma pirâmide de
diamante de base quadrada, com
um ângulo de 136° e a forma da
impressão é um losango regular.
DUREZA VICKERS
• Cargas recomendadas e padronizadas: 1, 2, 3, 4, 5, 10,
20, 30, 40, 60, 80, 100, 120 kgf.
• Pela medição das suas diagonais da impressão obtém-
se a média L, sendo que para uma carga aplicada, Q,
pode-se obter a dureza Vickers pela expressão:

136
2𝑄. 𝑠𝑒𝑛
𝐻𝑉 = 2 = 1,8544𝑄 𝑘𝑔𝑓
𝑜𝑢 𝑁
𝐿2 𝐿2 𝑚𝑚2 𝑚𝑚2
MICRODUREZA VICKERS - EXEMPLOS
DUREZA ROCKWELL
• Introduzido por Rockwell em 1922, este método de
medição de dureza oferece algumas vantagens
significantes, se comparado com os métodos Brinell e
Vickers, que fazem esse tipo de dureza ser de grande
uso internacional.
• O ensaio é realizado com pré-carga e carga final e sua
medição é baseada na profundidade de penetração de
uma ponta, que pode ser uma esfera de aço ou um
cone de diamante (Brale).
ENSAIO DE DUREZA ROCKWELL
• A carga do ensaio é aplicada em etapas: Pré-carga
e Carga final.
DUREZA ROCKWELL

• A leitura do grau de dureza é feita


diretamente num mostrador
acoplado à máquina de ensaio, de
acordo com uma escala
predeterminada, adequada à faixa
de dureza do material.
• As escalas são: A, B, C D, E, F, G, H,
K, L, M, P, R, S e V para dureza
comum e escalas N, T, W, X e Y para
dureza superficial e aplicações
típicas.
DUREZA ROCKWELL

• Os penetradores utilizados na
máquina de ensaio de dureza
Rockwell são do tipo esférico (aço
temperado) ou cônico (diamante
com 120º de conicidade).
REPRESENTAÇÃO DA DUREZA
ROCKWELL
• O resultado da dureza Rockwell deve ser seguido
pelo símbolo HR, com um sufixo que indique a
escala utilizada.

• Ex: a interpretação do resultado 60HRC:


- 60 é o valor de dureza obtido no ensaio;
- HR indica ensaio de dureza Rockwell;
- A letra C indica qual a escala utilizada.
DUREZA ROCKWELL - VANTAGENS
• Elimina o tempo de espera para a medição da
impressão.
• Reduz a possibilidade de erros de leitura da
impressão.
• É um método mais rápido de medição, pois a dureza é
lida diretamente no mostrador, sem necessidade de
cálculos.
• Usa penetradores menores, possibilitando medições
em áreas reduzidas.
DUREZA ROCKWELL - DESVANTAGENS
• Necessita pré-avaliação da dureza do material para
escolha correta da escala, pré-carga e carga
adequadas.
• Podem ocorrer erros de leitura por existirem várias
escalas próximas umas das outras.
• Não informa um valor de força por unidade de área e
sim, um valor adimensional.
• Usa penetradores, pré-cargas, cargas e escalas
diferentes e portanto podem ocorrer erros de
combinações, o que leva a valores de durezas
incorretas.
ENSAIOS DE TRAÇÃO
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICA
ENSAIO DE TRAÇÃO
O corpo de prova é tracionado até romper.

Fratura de
aço dúctil
ENSAIOS DE TRAÇÃO:
CORPO DE PROVA
TESTE DE TRAÇÃO
 Força aplicada: Obtida por Células de Carga.
 Deformação: Obtida por Extensômetro.

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ENSAIO DE TRAÇÃO

Formas de fixação dos corpos de


prova:
TESTE DE TRAÇÃO – MÁQUINA UNIVERSAL DE ENSAIOS

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TESTE DE TRAÇÃO – Gráfico de força x
deformação
Elongação total
Deformação
uniforme
Carga, P (kN)

*
Carga
máxima, Pmax

Carga de
Ruptura, Pf

Deformação
elástica

Elongação, DL (mm)
43
PROPRIEDADES FÍSICAS
• Ductilidade e Maleabilidade
– Capacidades de um metal ser estirado em fios ou em folhas,
respectivamente, sem sofrer ruptura.
– Porcentagem de elongação

– Lf = comprimento de elongação
na fratura
– L0 = comprimento original Lo
Lf
• Importância
– Indica grau de deformação
até fratura Ao Af
– Indica grau de deformação
permissível durante fabricação
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RESISTÊNCIA À TRAÇÃO
TENSÃO () X Deformação ()

 = F/Ao Lbf/in2 (PSI) ou Kgf/mm2 ou N/mm2 ou MPa


Área inicial da seção reta transversal
Força ou carga

Como efeito da aplicação de uma tensão tem-se a


deformação (variação dimensional).

A deformação específica pode Deformação()=


𝑳𝒇 −𝑳𝟎
=
∆𝑳
ser expressa: 𝑳𝟎 𝑳𝟎

•O número de milímetros de deformação


por milímetros de comprimento
• O comprimento deformado como uma
Lo= comprimento inicial
percentagem do comprimento original
Lf= comprimento final
LEI DE HOOKE

Lei de Hooke: =E

• Na fase elástica os metais obedecem à lei de Hooke.


• Em 1678, Robert Hooke descobriu que uma mola
tem sempre a deformação () proporcional à tensão
aplicada (), desenvolvendo assim a constante da
mola (K), ou lei de Hooke, onde K =  /  .
Ensaio simples de resiliência/elasticidade

Aplicação onde o
material deve possuir
alta plasticidade
DEFORMAÇÃO ELÁSTICA E PLÁSTICA
DEFORMAÇÃO ELÁSTICA DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
• Antecede à deformação • É provocada por tensões que
plástica ultrapassam o limite de elasticidade
• É reversível • É irreversível porque é resultado do
• Desaparece quando a tensão é deslocamento permanente dos
removida átomos e portanto não desaparece
• É praticamente proporcional à quando a tensão é removida
tensão aplicada (obedece a lei
de Hooke)

Elástica Plástica
MÓDULO DE ELASTICIDADE
OU MÓDULO DE YOUNG

E= /  =Lbf/in2 (PSI) ou Kgf/mm2 ou N/mm2 ou GPa

• É o quociente entre a tensão


aplicada e a deformação elástica
resultante.
•Está relacionado com a rigidez do P A lei de Hooke só é
válida até este ponto

material ou à resistência à
deformação elástica
Tg = E
•Está relacionado diretamente
com as forças das ligações α
interatômicas
Lei de Hooke: =E
MÓDULO DE ELASTICIDADE
OU MÓDULO DE YOUNG
Cálculo do módulo de elasticidade pela carga
e área inicial.
𝟏𝟎𝟎𝟎. 𝑸
𝑬=
𝑺𝟎
O valor da carga é aquele obtido do ponto de
cruzamento de uma linha paralela àquela do
gráfico de carga (kgf ou N) x deslocamento
(mm) com 0,1% da deformação total.
MÓDULO DE ELASTICIDADE PARA
ALGUNS METAIS
Quanto maior o módulo de elasticidade mais
rígido é o material ou menor é a sua
deformação elástica quando aplicada uma dada
tensão. MÓDULODEELASTICIDADE
[E]
GPa 106 Psi
Magnésio 45 6.5
AlumÍnio 69 10
Latão 97 14
Titânio 107 15.5
Cobre 110 16
Níquel 207 30
Aço 207 30
Tungstênio 407 59
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE
MÓDULO DE ELASTICIDADE
O módulo de elasticidade está diretamente
relacionado com as forças Inter atômicas:
• Os materiais cerâmicos tem alto módulo de
elasticidade, enquanto os materiais poliméricos
tem baixo.
• O módulo de elasticidade dos metais se
encontra em um nível intermediário entre os
módulos dos materiais cerâmicos e dos
polímeros.
O FENÔMENO DE ESCOAMENTO

• Esse fenômeno é nitidamente observado em


alguns metais de natureza dúctil, como aços
baixo teor de carbono.
• Caracteriza-se por um grande alongamento sem
acréscimo de carga.
LIMITE DE ESCOAMENTO

Quando não observa-se nitidamente o


fenômeno de escoamento, a tensão de
escoamento corresponde à tensão
necessária para promover uma
deformação permanente de 0,2% ou
outro valor especificado (obtido pelo
método gráfico indicado na figura ao
lado)
DUCTILIDADE
A ductilidade é a propriedade física dos
materiais de suportar a deformação
plástica, sob a ação de cargas, sem se
romper ou fraturar.

Ela é caracterizada pelo fluxo do


material sob ação de uma tensão
cisalhante.
DUCTILIDADE DOS METAIS
A ductilidade é a propriedade que
apresentam alguns metais e ligas
metálicas quando estão sob a ação de
uma força, podendo estirar-se sem
romper-se, transformando-se num fio.

Os metais que apresentam esta


propriedade são denominados dúcteis.
ESTRICÇÃO E LIMITE DE RESISTÊNCIA

REDUÇÃO DA ÁREA DA SEÇÃO


DUCTILIDADE EXPRESSA COMO ESTRICÇÃO

 Corresponde à redução na área da seção


reta do corpo, imediatamente antes da
ruptura
 Os materiais dúcteis sofrem grande
redução na área da seção reta antes da
ruptura
Estricção = área inicial-área final
área inicial
CÁLCULO DA DUCTILIDADE PELA
REDUÇÃO DE ÁREA OU ESTRICÇÃO
 RA(%) = (S0 – Sf )100
S0
No caso de corpos de prova cilíndricos

S0 = d02 e S f = df2
4 4
RA (%) = /4 (d02 –df2)100 = (d02 – df2)100
/4.d02 d02
OUTRAS INFORMAÇÕES QUE PODEM SER
OBTIDAS DAS CURVAS TENSÃO X DEFORMAÇÃO
Resiliência
• Corresponde à capacidade do material de
absorver energia quando este é deformado
elasticamente. p
Tensão de
• A propriedade associada é dada pelo módulo proporcionalidade
de resiliência (UR)
Módulo de
• Materiais resilientes são aqueles que têm resiliência
alto limite de escoamento e baixo módulo de
elasticidade (como os materiais utilizados
para molas)
𝜀𝑝
𝜀𝑝 𝜀𝑝
𝜀2 𝜀2
𝑈𝑅 = 𝜎 𝑑𝜀 = 𝐸. 𝜀 𝑑𝜀 = 𝐸 =𝐸
2 2
0 0 𝜎2
𝑈𝑅 =
𝜎 𝐸 𝜎2 𝜎2 2𝐸
𝜀= 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑈𝑅 = . 2 =
𝐸 2 𝐸 2𝐸
OUTRAS INFORMAÇÕES QUE PODEM SER
OBTIDAS DAS CURVAS TENSÃO X DEFORMAÇÃO

Tenacidade

 Corresponde à capacidade
do material de absorver tenacidade
energia até sua ruptura.
GRÁFICO TENSÃO x DEFORMAÇÃO DE AÇO DÚCTIL

Tensão
Tensão máxima

Tensãode rutura
Rutura
Ruptura

estricção LE = Qesc./So
Tensãode escoamento Escoamento LR = Qmáx./So

Regiãodedeformaçãoplástica Lrut.= Qrut./So


Regiãode
deformaçãoelástica

Unidade: MPa

Deformação
Limite de resistência à tração = Tensão máxima
ENSAIO DE TRAÇÃO DE UM AÇO DE BAIXO CARBONO
LAMINADO À QUENTE (AÇO ESTRUTURAL)

Encruamento
Estricção
LR (Fase Plástica)
(instabilidade)

LE Tenacidade ruptura
(fratura)
Escoamento
Tensão (MPa)

Fase Elástica := E  (Lei de Hooke)


(E = módulo de elasticidade)

Resiliência

Deformação (%) ductilidade (alongamento)

E médio dos aços = 21.000 kgf/mm2 = 206.000 MPa = 206 GPa


 ENSAIO DE TRAÇÃO- AÇO ESTRUTURAL ASTM A36
 CURVA TENSÃO X DEFORMAÇÃO
Qual é a propriedade mecânica mais fácil de
 determinar e a mais precisa?
LR
LE
Lrup.

(Instabilidade)
Encruamento
Escoamento
Patamar de

Estricção

Estricção

Alongamento percentual ()

ENSAIO DE TRAÇÃO
Variação das propriedades mecânicas com o Teor de
Carbono

 Aço de alto carbono

Aço de médio carbono

Aço de baixo carbono


66
ENSAIO DE TRAÇÃO

FRÁGIL

DÚCTIL

67
FRATURA

Dúctil Frágil

68
ENSAIO DE TRAÇÃO X ENSAIO DE
COMPRESSÃO

Materiais dúcteis
Ensaio de tração

Materiais frágeis
Ensaio de compressão

69
ENSAIO DE TRAÇÃO E TRATAMENTOS TERMICOS

Temperado

Tensão
Revenido

Recozido

Deformação

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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICA

ENSAIOS DE IMPACTO
ENSAIO DE IMPACTO

Ao lado máquina de ensaios,


abaixo corpos de prova e
posição de impacto

a) Ensaio Charpy b) Ensaio Izod


ENSAIOS DE IMPACTO
• Com o corpo de prova posicionado na máquina, uma carga
dinâmica é liberada (energia potencial).
• A diferença entre as energias inicial e final corresponde à energia
absorvida pelo material.
ENSAIOS DE IMPACTO
MODELO DE MÁQUINAS PARA O
ENSAIO
ENSAIOS DE IMPACTO
TIPOS DE CORPOS DE PROVA CHARPY
Baseado na norma ASTM E-23
A seção transversal é quadrada com 10mm de lado e o
comprimento é de 55mm.
Entalhe fica centralizado na amostra.
São divididos em três
Tipo A = entalhe em “V”
Tipo B = entalhe em “fechadura”
Tipo C = entalhe em “U”
ENSAIOS DE IMPACTO
TIPOS DE CORPOS DE PROVA - CHARPY
ENSAIO IZOD
• Norma ASTM E-23
• No ensaio Izod o corpo de prova é fixado por um par
de garras na posição vertical.
TIPOS DE FRATURA
DE ENSAIOS CHARPY - A
• Dúctil = aspecto áspero, apresenta deformação
plástica e resistência suficiente para suportar
determinada carga

a) Cobre b) Aço de baixo teor de carbono


FRATURA DÚCTIL DE ENSAIOS CHARPY
-A
• A fratura dúctil, geralmente ocorre em temperaturas elevadas
e em materiais com estrutura cristalina CFC, tais como,
alumínio, cobre, aço inoxidável, níquel, etc.

 Na figura ao lado, nota-se


ao centro a região áspera e
deformação nas laterais.
TIPOS DE FRATURA
DE ENSAIOS CHARPY - A
• Frágil = aspecto liso, rompe sem deformação plástica
e de forma brusca

a) Latão b) Aço baixo carbono a -1900ºC


FRATURA FRÁGIL EM MATERIAIS
DÚCTEIS
• A existência de trincas no material, a baixa temperatura e a
alta velocidade de carregamento constituem os fatores
básicos para que ocorra uma fratura do tipo frágil nos
materiais metálicos dúcteis.
Temperatura de transição:
Caracteriza mudança no tipo de
ruptura (dúctil ou frágil)
• Relação da energia absorvida pelo material com a
temperatura de ensaio.
ANÁLISE DA TEMPERATURA DE
TRANSIÇÃO
• Os metais que têm estrutura cristalina CFC, como o cobre,
alumínio, níquel, aço inoxidável austenítico, não
apresentam temperatura de transição, ou seja, os valores
de impacto não são influenciados pela temperatura.
• Por isso esses materiais são indicados para trabalhos em
baixíssimas temperaturas, como tanques criogênicos, por
exemplo.
FATORES QUE INFLUENCIAM A
TEMPERATURA DE TRANSIÇÃO
• Tratamento térmico - Aços-carbono e de baixa liga são
menos sujeitos à influência da temperatura quando
submetidos a tratamento térmico que aumenta sua
resistência;

• Grãos grosseiros tendem a elevar a temperatura de


transição, de modo a produzir fratura frágil em
temperaturas mais próximas à temperatura ambiente;
FATORES QUE INFLUENCIAM A
TEMPERATURA DE TRANSIÇÃO
• Grãos finos abaixam a temperatura de transição;
• Materiais encruados que sofreram quebra dos grãos que
compõem sua estrutura, tendem a apresentar maior
temperatura de transição;
• A presença de impurezas fragilizam a estrutura do material,
porém, tendem a elevar a temperatura de transição;
• A adição de elementos de liga, como o níquel, por exemplo,
tende a melhorar a resistência ao impacto, mesmo a
temperaturas mais baixas;
FATORES QUE INFLUENCIAM A
TEMPERATURA DE TRANSIÇÃO
• Processos de fabricação: um mesmo aço, produzido por
processos diferentes, possuirá temperaturas de transição
diferentes;

• A forma de retirada do corpo de prova dos materiais em


análise interfere na posição das fibras do material.
FORMAS DIFERENTES DE OBTENÇÃO
DOS CORPOS DE PROVA.
• A: com o entalhe na posição
transversal às fibras do
material;
• B: posição intermediária

• C: com o entalhe no mesmo


sentido das fibras do material
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICA

ENSAIOS DE COMPRESSÃO
ENSAIOS DE COMPRESSÃO

• A compressão é um esforço axial, que


tende a provocar um encurtamento do
corpo submetido a este esforço.

• Os corpos de prova são submetidos a


uma força axial, distribuída de modo
uniforme em toda a seção transversal
do corpo de prova.
ENSAIOS DE COMPRESSÃO

• Indicado para avaliar essas características,


principalmente quando se trata de materiais
frágeis, como ferro fundido, madeira, pedra e
concreto.

• É também recomendado para produtos acabados,


como molas e tubos.
ENSAIOS DE COMPRESSÃO

• O ensaio de compressão não é muito utilizado para


os metais em razão das dificuldades para medir as
propriedades avaliadas neste tipo de ensaio.

• O ensaio de compressão é mais utilizado para


materiais frágeis: O Limite de Resistência é a
propriedade avaliada.
ENSAIOS DE COMPRESSÃO
• Propriedades mecânicas avaliadas para os
materiais dúcteis na zona elástica:
- Limite de Proporcionalidade;
- Limite de Escoamento;
- Módulo de Elasticidade.
ENSAIOS DE COMPRESSÃO

• Ocorrência de flambagem: Ocorre


pela instabilidade na compressão do
metal dúctil.

• Dependendo das formas geométricas


e da fixação do corpo de prova, há
diversas possibilidades de
encurvamento.
ENSAIOS DE COMPRESSÃO
• Deformação Elástica: após cessar os esforços externos, o
material volta às dimensões de origem.
ENSAIOS DE COMPRESSÃO
• Deformação Plástica: após cessar os esforços externos, o
material não volta às dimensões de origem. Neste caso
permanece ainda uma deformação residual elástica.
ENSAIOS DE COMPRESSÃO EM
TUBOS:
• Consiste em colocar uma amostra de um segmento de
tubo deitada entre as placas da máquina de compressão e
aplicar carga até achatar a amostra.
ENSAIOS DE COMPRESSÃO EM TUBOS:

• O resultado é avaliado pelo aparecimento ou não de


fissuras, ou seja, rachaduras, sem levar em conta a carga
aplicada.

• Este ensaio permite avaliar qualitativamente a ductilidade


do material, do tubo e do cordão de solda do mesmo, pois
quanto mais o tubo se deformar sem trincas, mais dúctil
será o material.
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICA

ENSAIOS DE CISALHAMENTO
ENSAIOS DE CISALHAMENTO

• O cisalhamento é resultante de forças


cortantes e que se movimentam
paralelamente em sentidos opostos
uma a outra.

• No caso do cisalhamento, a força é


aplicada ao corpo na direção
perpendicular ao seu eixo longitudinal.
ENSAIOS DE CISALHAMENTO
• Como resposta ao esforço cortante, o material desenvolve
em cada um dos pontos de sua seção transversal uma
reação chamada resistência ao cisalhamento.

• A resistência de um material ao cisalhamento, dentro de


uma determinada situação de uso, pode ser determinada
por meio do ensaio de cisalhamento.
ENSAIOS DE CISALHAMENTO
• Dispositivos para o ensaio:
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICA

ENSAIOS DE FLEXÃO
ENSAIOS DE FLEXÃO
• O ensaio de flexão é realizado em materiais frágeis e em
materiais resistentes, como o ferro fundido, alguns aços,
estruturas de concreto e outros materiais que em seu uso são
submetidos a situações onde o principal esforço é o de flexão.
ENSAIOS DE FLEXÃO
• Posiciona-se um extensômetro no centro e embaixo do
corpo de prova para fornecer a medida da deformação que
chamamos de flecha, correspondente à posição de flexão
máxima.
ENSAIOS DE FLEXÃO
• Principal propriedade avaliada:
- Tensão de Flexão

• O produto da força pela distância do ponto de aplicação da


força ao ponto de apoio origina o que chamamos de
momento, que no caso da flexão é o momento fletor (Mf)
ENSAIOS DE FLEXÃO
• Aplicação da força em função da distância;
ENSAIOS DE FLEXÃO
• Aplicação da força em função do posicionamento da
estrutura:
ENSAIOS DE TORÇÃO
• Uma força é aplicada em torno do eixo longitudinal, enquanto
a outra extremidade está engastada.

• Se um certo limite de torção for ultrapassado o corpo se


romperá
ENSAIOS DE TORÇÃO
• A força provoca uma deformação
elástica no Eixo.

• Esta força resulta em um


momento torsor no eixo,
também chamado de torque.
ENSAIOS DE TORÇÃO:
PROPRIEDADES AVALIADAS
• Para os materiais
submetidos a esforços de
torção, o máximo torque
aplicado ao eixo deve ser
inferior ao Limite de
Proporcionalidade.
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICA

ENSAIOS DE TORÇÃO
TIPOS DE FRATURAS NO ENSAIO DE TORÇÃO

• Materiais dúcteis: • Materiais frágeis:


Apresentam fratura Apresentam fratura não plana
segundo um plano e com inclinação de 45º em
perpendicular ao seu relação às superfícies de
eixo longitudinal. fratura e o eixo longitudinal.
ENSAIOS DE TORÇÃO:

• Máquina para ensaio de Torção


Exercícios
1) Porque estudar as propriedades dos materiais?
2) Quais as principais propriedades mecânicas?
3) Como se determinam as propriedades mecânicas?
4) Quais os tipos de tensões?
5) Qual o conceito de tensão e de deformação?
6) Quais os tipos de deformação? Quais são suas características?
7) O que é resistência a tração?
8) O que é ductilidade?
9) O que é resiliência?
10) O que é tenacidade?
11) Qual a relação do módulo de elasticidade com sua deformação elástica?
12) Quais são os dois tipos de fratura que existem? Explique cada tipo.
13) Em materiais onde a região de escoamento não está definida o que fazer
para defini-la?
14) O que é dureza? Quais são os tipos de ensaios de dureza?
BIBLIOGRAFIA
• SOUZA, Sérgio Augusto. Ensaios mecânicos de
materiais metálicos. Fundamentos teóricos e
práticos. São Paulo, Editora Edgard Blücher
Ltda.,5 ed., 1982.

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