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EXCESSO DE MANGANÊS EM ÁGUA

O manganês é um cátion metálico frequentemente encontrado em associação


com o ferro. O manganês normalmente está presente em águas superficiais em
quantidades bastante pequenas: 0,2mg/L, níveis mais altos devem ocorrer em águas
subterrâneas, lagos profundos e reservatórios (SAMPAIO, 2003).
Como as águas subterrâneas são muitas vezes anóxicas (sem oxigênio)
qualquer manganês solúvel em água subterrânea esta na forma reduzida de Mn 2+.
Após a exposição ao ar ou outros oxidantes as águas contendo Mn 2+ formam o
precipitado negro de MnO2 (QUIMLAB)
O excesso de manganês traz o inconveniente de escurecer a água potável. Ele
está incluído na maioria dos padrões de potabilidade devido a seus efeitos de
coloração. O limite superior de manganês em água potável é de 0,1 mg/L. Na verdade,
quantidades de até 20-30 µg/L de manganês podem ser oxidadas na rede de
distribuição de água e resultar numa precipitação preta ou em um lodo colorido,
escapando especialmente quando é alterado a vazão (WALHROOS, 1999).
Segundo Moruzzi (2012), o manganês quando encontrado em águas naturais
de baixo pH e na ausência de oxigênio, se encontra sob a forma quimicamente
reduzida, solúvel, a qual é invisível.
Concentração menor que 0,05 mg/L geralmente é aceita por consumidores,
devido ao fato de não ocorrerem, nesta faixa de concentração, manchas negras ou
depósitos de seu óxido nos sistemas de abastecimento de água (CETESB, 2009).
Se o manganês tiver de ser removido da água, este precisa ser oxidado e o
dióxido de manganês insolúvel deve ser filtrado ou coagulado para ser assim
removido. A velocidade de reação, depende muito do pH . Em pH baixo a velocidade
de reação será bem baixa e o oxidante precisa ser bastante forte para se alcançar
uma boa oxidação. Alguns complexos orgânicos de manganês são muito difíceis de
serem oxidados. Portanto, a origem do manganês tem uma grande influência na
oxidação e remoção (WALHROOS, 1999).
A aeração para remoção de manganês é um processo ineficiente e lento em
valores de pH em torno do neutro. Comumente são requeridos oxidantes fortes como
o permanganato de potássio (KMnO4) em valores de pH maiores que 7,5, cloro (Cl 2)
em valores de pH maiores que 8,5-9,0 e dióxido de cloro (ClO 2) em valores de pH
maiores que 7,0 (MORUZZI, 2012).

REFERÊNCIAS

CETESB. Qualidade das Águas Interiores no Estado de São Paulo. Significado Ambiental e
Sanitário das Variáveis de Qualidade das Águas e dos Sedimentos e Metodologias Analíticas e
de Amostragem. Relatório Técnico. São Paulo, 2009.

MORUZZI, R. B.; REALI, M. A. P. Oxidação e Remoção de Ferro e Manganês em Águas para


Fins de Abastecimento Público ou Industrial – Uma Abordagem Geral. Revista de Engenharia
e Tecnologia. V. 4, No. 1, Página 29, 2012.

WALHROOS, G.; FERREIRA, W. Experiência em Remoção de Manganês Através da


Coagulação com Sulfato Férrico. Anais Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e
Ambiental, 20.; Feira Internacional de Tecnologias de Saneamento Ambiental, 3.: 1999, Rio de
Janeiro, RJ.

SAMPAIO, A. C. S. Metais Pesados na Água e Sedimentos dos Rios da Bacia do Alto


Paraguai. Campo Grande, 76p. Dissertação (Mestrado) - Centro de Ciências Exatas e
Tecnologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, 2003.

Imperatriz-MA, 03 de outubro de 2016.

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