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ANALISES CLINICAS

URINÁLISE
PROFª ROSIMEIRE AREIAS
URINÁLISE

O exame de urina fornece uma ampla variedade de informações


úteis no que concerne as doenças envolvendo os rins e o trato
urinário inferior. Pode ser utilizado para avaliação diagnóstica de
distúrbios funcionais (fisiológicos) e estruturais(anatômicos) dos
rins e trato urinário inferior, bem como para acompanhamento e
obtenção de informações prognósticas.

A urinálise corresponde ao exame físico, químico e microscópico da urina.

Tipos de coleta da urina:


amostra de 24 horas
amostra colhidas por catéter
punção suprapúbica
jato médio de micção espontânea
amostras pediátricas ( uso de coletores de plástico).
URINÁLISE

Cuidados que devem ser observados na coleta do material:


o recipiente para a coleta da amostra deve ser limpo e seco;
a amostra deverá ser entregue imediatamente ao laboratório, e
analisada dentro de l hora, caso isto não seja possível, deve-se manter a
amostra refrigerada, por no máximo 24 horas;
o recipiente contendo a amostra deverá estar corretamente
identificado, contendo: nome, data e horário;
as amostras obtidas por sonda ou punção suprapúbica, podem conter
hemácias devido ao trauma durante a coleta da amostra;
deve-se coletar uma amostra de 20 a 100 ml;
ao coletar a amostra por jato médio, os pacientes devem ser orientados
para realizar a assepsia antes de coletar a amostra, e sempre desprezar
a 1° porção da urina :
URINÁLISE

A assepsia em mulheres, deve ser realizada através de


uma cuidadosa lavagem da vulva e intróito vaginal com
água e sabão, enquanto que nos homens, faz-se a
assepsia da glande e meato uretral.

Para coletar a amostra por jato médio de micção


espontânea, deve-se deixar que, uma porção da urina seja
expelida no vaso sanitário antes de coletar a amostra, dessa
forma, elimina-se a 1° porção da urina, para evitar possíveis
contaminações.
EXAME FÍSICO: Volume; Cor; Aspecto;
Densidade.

VOLUME:
O determinante principal do volume urinário é a ingestão hídrica. O
volume varia também com a perda de fluidos por fontes não renais (
por ex. transpiração ), variação na secreção do hormônio antidiurético,
e necessidade de excretar grandes quantidades de soluto.

Procedimento:
A determinação do volume se faz através de provetas graduadas
rigorosamente limpas. Na análise, o volume só tem valor clínico se o
volume total de urina for colhido nas 24 horas.

Valor de referência: 600 a 2000 ml em 24 horas.


EXAME FÍSICO: Volume; Cor; Aspecto; Densidade.

Alterações no volume urinário:

Poliúria: aumento do volume urinário. Ocorre em diabetes melito,


diabetes insípidos, esclerose renal, rim amiloíde, glomerulonefrite, uso
de diuréticos, cafeína ou álcool que reduzem a secreção do hormônio
antidiurético.

Oligúria: diminuição do volume urinário. Ocorre em estados de


desidratação do organismo, vômitos, diarréias, transpiração,
queimaduras graves, nefrose, fase de formação de edemas.

Anúria: volume inferior a 50 ml em 24 h. Ocorre em obstrução das vias


excretoras urinárias, lesão renal grave ou diminuição do fluxo
sanguíneo para os rins (insuficiência renal aguda).
EXAME FÍSICO: Volume; Cor; Aspecto; Densidade.

COLORAÇÃO:

A cor da urina é devido a um pigmento denominado urocromo, que é um


produto do metabolismo endógeno, produzido em velocidade constante. A
coloração indica de forma grosseira, o grau de hidratação e o grau de
concentração de solutos.

Procedimento:
Observar macroscopicamente a coloração da urina.

Coloração da urina normal: amarelo-claro


amarelo-citrino
amarelo-escuro
âmbar
EXAME FÍSICO: Volume; Cor; Aspecto; Densidade.

Condições que alteram a coloração da urina:

Presença anormal de bilirrubina : amarelo-escuro ou âmbar (com


espuma amarela)

Doenças hepáticas : amarelo-esverdeado, castanho ou esverdeado.

Urina com hemácias: desde rosa, vermelho ( observar em urinas de


mulher, se a paciente não se encontra no período menstrual).

Urina com hipúria ou quilúria: branco (está relacionado com a


obstrução linfática e ruptura dos vasos linfáticos).
Medicamentos:

Laranja – fanazpiridina, (pirydium), fenindiona (hedulin)

Vermelha – sene e ruibarbo (laxantes a base de


antraquinona), levodopa ( L-dopa) , fenolsulfonftaleína
(corante para teste de função renal),

Castanho – nitrofurantoína (furadantin), metronidazol


(flagyl), sorbitol de ferro, furazolidona ( furaxone),

Verde – metocarbamol (robaxin),


EXAME FÍSICO: Volume; Cor; Aspecto; Densidade.

ASPECTO:
Refere-se a transparência da amostra de urina. A urina normal, recém
eliminada geralmente é límpida, podendo apresentar certa opacidade
devido a precipitação de cristais , presença de filamentos de muco e células
epiteliais na urina de mulher.

Procedimento:
Observar visualmente a amostra homogeinizada num ambiente de boa
iluminação.
Aspecto da urina: limpo
ligeiramente turvo
turvo
acentuadamente turvo

 Substâncias que provocam turvação: cristais, leucócitos, hemáceas,


bactérias, sêmen, linfa, lipídios, células epiteliais, muco, e contaminantes
externos ( talcos, medicamentos).
EXAME FÍSICO: Volume; Cor; Aspecto; Densidade.

DENSIDADE :

Avalia a capacidade de reabsorção renal, uma das mais importantes do


organismo. O complexo processo de reabsorção muitas vezes é a
primeira função renal a se tornar deficiente.

O volume de urina excretada , e sua concentração de solutos variam nos


rins, para a manutenção da homeostase dos fluidos corporais e
eletrolíticos..

O valor da densidade medida na amostra, é influenciado pelo número


de partículas químicas dissolvidas bem como pelo tamanho das
mesmas.
EXAME FÍSICO: Volume; Cor; Aspecto; Densidade.

PROCEDIMENTO:

Existem vários métodos disponíveis para medir a densidade específica: fitas reagente,
refratômetro, e o urinomêtro(hidrômetro).
O refratômetro, tem a vantagem de determinar a densidade usando um pequeno volume
da amostra ( 1 a 2 gotas ). Determina a concentração das partículas dissolvidas na
amostra medindo o índice de refratividade. Este índice é uma comparação da velocidade
da luz na solução. Essa velocidade depende da concentração das partículas presentes na
solução e determina o ângulo de passagem da luz através da solução.
calibrar o refratômetro com água destilada;
homogeneizar a urina, evitando formar bolhas;
carregar o refratômetro;
fazer a leitura na escala específica.

Valor normal: 1.014 a 1.030


EXAME FÍSICO: Volume; Cor; Aspecto; Densidade.

Alterações na densidade específica:


A densidade depende do grau de hidratação do paciente
variando de 1.001 à 1.035.
Observa-se também um aumento no valor da densidade em
pacientes submetidos a pielografia intravenosa, pacientes
que estejam recebendo dextrana ou outros fluidos
intravenosos de elevado peso molecular, e proteinúria e
glicosúria.
EXAMES QUÍMICOS:

pH; PROTEÍNA; GLICOSE; CETONAS; BILIRRUBINA; SANGUE;


UROBILINOGÊNIO; NITRITO; LEUCÓCITOS.
Reação de pH :

Os pulmões e os rins são os principais reguladores do equilíbrio ácido-


básico do organismo. A determinação do pH urinário é importante por
ajudar a detectar possíveis distúrbios eletrolíticos sistêmicos de origem
metabólica ou respiratória, também pode indicar algum distúrbio
resultante da incapacidade renal de produzir ou reabsorver ácidos ou
bases. O controle do pH é feito principalmente da dieta, embora
possam ser usados alguns medicamentos.

O conhecimento do pH urinário, é importante também na identificação


dos cristais observados durante o exame microscópico do sedimento
urinário, e , no tratamento de problemas urinários que exija que a urina
esteja em um determinado pH.
EXAMES QUÍMICOS: pH; PROTEÍNA; GLICOSE; CETONAS;
BILIRRUBINA; SANGUE; UROBILINOGÊNIO; NITRITO; LEUCÓCITOS.

PROCEDIMENTO:
A reação da urina é verificada pelas fita-reagente, que medem o pH em variações de 1
unidade entre 5 e 9. Os fabricantes utilizam um sistema de indicador duplo de vermelho
de metila à azul de bromotimol que fornecem uma variação de laranja, verde e azul à
medida que o pH aumenta.

Valores : 4,5 a 8,0

Interferentes: O crescimento bacteriano em uma amostra, pode tornar o pH alcalino,


devido ao fato da uréia ser convertida em amônio. Deve-se ter o cuidado de não
umedecer excessivamente a fita, para que o tampão ácido da proteína não escorra na
placa do pH, tornando esse laranja.

Urinas ácidas: dietas rica em proteínas, acidose metabólica ou respiratória, alguns


medicamentos.
Urinas alcalinas: dieta rica em frutas e verduras, ingestão de medicamentos com caráter
alcalino, após vômitos repetitivos, alcalose metabólica ou respiratória.
EXAMES QUÍMICOS: pH; PROTEÍNA; GLICOSE; CETONAS;
BILIRRUBINA; SANGUE; UROBILINOGÊNIO; NITRITO; LEUCÓCITOS.

PROTEÍNA :

A urina normal contém quantidades muito pequena de proteínas, em geral, menos


de 10 mg/dl ou 150 mg por 24 horas. Esta excreção consiste principalmente de
proteínas séricas de baixo PM (albumina ) e proteínas produzidas no trato
urogenital ( Tamm – Horsfall ).

PROCEDIMENTO:
O método da fita reagente utiliza o princípio do “erro dos indicadores pelas
proteínas”, dependendo do fabricante , a área para determinação de proteínas na
tira contém tetrabromofenol ou tetraclorofenol e um tampão ácido para manter o
pH em nível constante.
mergulha-se a fita na urina homogeinizada;
a leitura é feita após 60 segundos.
O teste com fita reagente é sensível a albumina , e o teste de precipitação ácida é
sensível a todas as proteínas indicando a presença tanto de globulinas quanto de
albumina, portanto, quando o resultado da fita for positivo, deve ser confirmado
com o método ácido sulfossalicílico( método de turvação).
EXAMES QUÍMICOS: pH; PROTEÍNA; GLICOSE; CETONAS;
BILIRRUBINA; SANGUE; UROBILINOGÊNIO; NITRITO; LEUCÓCITOS.

RESULTADO: Negativo
Traços ( +1, +2, +3 )

INTERFERENTES: Quando a urina é muita alcalina, anula o sistema de tamponamento,


produzindo uma elevação do pH e uma mudança da cor, dando um resultado falso
positivo. Resultados falso negativo ocorrem com a contaminação do recipiente da
amostra com detergente.

PROTEINÚRIA: Lesão da membrana glomerular (complexos imunes, agentes tóxicos),


distúrbios que afetam a reabsorção tubular das proteínas filtradas, mieloma múltiplo,
proteinúria ortostática, hemorragia, febre, fase aguda de várias doenças.
 Pessoas saudáveis podem apresentar proteinúria após exercício extenuante ou em caso
de desidratação. Mulheres grávidas, podem apresentar proteinúria, nos últimos meses,
podendo indicar uma pré – eclâmpsia.
EXAMES QUÍMICOS: pH; PROTEÍNA; GLICOSE; CETONAS;
BILIRRUBINA; SANGUE; UROBILINOGÊNIO; NITRITO; LEUCÓCITOS.

PESQUISA DE PROTEÍNA PELO MÉTODO ÁCIDO SULFOSSALICÍLICO


coloque 1,0 ml de urina limpa ( sobrenadante da urina após centrifugação )
acrescente 6,0 ml de ácido sulfossalicílico a 3%
agitar suavemente e deixar em repouso por 5 minutos
quando positivo, haverá turvação do líquido diretamente proporcional a quantidade de
proteína na urina.

PESQUISA DE PROTEÍNA DE BENCE JONES: pessoas com mieloma múltiplo


apresentam um aumento dos níveis séricos desta proteínas. È um distúrbio proliferativo
dos plasmócitos produtores de imunoglobulinas.
EXAMES QUÍMICOS: pH; PROTEÍNA; GLICOSE; CETONAS;
BILIRRUBINA; SANGUE; UROBILINOGÊNIO; NITRITO; LEUCÓCITOS.

As proteínas de Bence Jones podem ser identificadas pelo fato de se precipitarem quando
a mesma é aquecida à 40 ou 60 °C, dissolvendo-se quando a temperatura atinge 100°C.
O precipitado volta a ser formado com o resfriamento.
CETONÚRIA:

Engloba três produtos intermediários do metabolismo das gorduras : acetona (2%) , ácido
acetoacético (20%) e ácido beta-hidroxibutírico (78%). A presença de cetonúria indica
deficiência no tratamento com insulina no diabete melito, indicando à necessidade de regular a
sua dosagem, e, provoca o desequilíbrio eletrolítico, a desidratação e se não corrigida a acidose,
que pode levar ao coma.

PROCEDIMENTO:
O teste com fita, utiliza a reação do nitroprussiato de sódio que irá reagir com ácido
acetoacético e a acetona em meio alcalino produzindo coloração, não detecta o beta-
hidroxibutírico. O resultado positivo, pode ser confirmado pelo teste de Imbert.
- mergulhar a fita na urina homogeinizada;
ler após 60 segundos.

RESULTADO: Negativo
Positivo +1, +2, +3
INTERFERFERENTES : Podem ocorrer reações falso-positivas, após a utilização de ftaleínas,
fenilcetonas, conservente 8-hidroxiquinolona, ou com metabólicos de L-dopa. Reações falso-
negativos podem ocorrer, devido à drogas anti-hipertensivas.

 A ação das bactérias, degrada o ácido acetoacético in vivo como in vitro. A acetona
(volátil) é perdida em temperatura ambiente, mas isso não ocorre se a amostra estiver num
recipiente fechado e refrigerado. Portanto, se a amostra não poder ser examinada de imediato,
ela deve ser resfriada.

PESQUISA DE CETONAS PELO MÉTODO DE IMBERT


10 ml de urina;
12 a 15 gotas do reativo de Imbert;
agitar delicadamente;
inclinar o tubo, e deixar cair gota a gota o amoníaco pelas paredes do tubo, cuidando para que
os líquidos não se misturem;
Resultado: Ao nível de contato dos dois líquidos, deverá aparecer um anel violeta que será
proporcional à quantidade de acetona existente na amostra.
CETONÚRIA: diabete melitos , perda de
carboidratos por vômitos, carência alimentar ,
redução de peso.
EXAMES QUÍMICOS: pH; PROTEÍNA; GLICOSE; CETONAS;
BILIRRUBINA; SANGUE; UROBILINOGÊNIO; NITRITO; LEUCÓCITOS.

BILIRRUBINA:

A bilirrubina, é um produto da decomposição da hemoglobina , formado nas células


retículos-endoteliais do baço, fígado, medula óssea e transportado ao sangue por
proteínas. A bilirrubina não conjugada no sangue, não é capaz de atravessar a barreira
glomerular nos rins. Quando a bilirrubina é conjugada no fígado, com o ácido
glicurônico, formando o glicuronídeo de bilirrubina, ela se torna hidrossolúvel e é capaz
de atravessar os glomérulos renais, na urina. A urina do adulto contém, cerca de 0,02mg.
de bilirrubina por decilitro, que não é detectada pelos testes usuais. A presença de
bilirrubina conjugada na urina sugere obstrução do fluxo biliar; a urina é escura e pode
apresentar uma espuma amarela. A bilirrubinúria está associada com um nível sérico de
bilirrubina(conjugada) elevado, icterícia, e fezes acólicas(descoradas, pela ausência de
pigmentos derivados da bilirrubina).

PROCEDIMENTO:
O teste para bilirrubina é baseado numa reação diazotização, a reação baseia-se na
conjugação da bilirrubina com o sal diazóico em meio ácido.
- mergulhar a fita na urina homogeinizada;
ler após 60 segundos.
EXAMES QUÍMICOS: pH; PROTEÍNA; GLICOSE; CETONAS;
BILIRRUBINA; SANGUE; UROBILINOGÊNIO; NITRITO; LEUCÓCITOS.

 A urina deve ser fresca , pois a bilirrubina é um composto instável à luz, que provoca
sua oxidação e conversão em biliverdina, apresentando resultado falso-positivo. O
glicuronídeo de bilirrubina, também hidrolisa rapidamente em contato com a luz,
produzindo bilirrubina livre, que é menos reativa nos testes de diazotização.

RESULTADO: Negativo
Positivo +1, +2, +3

INTERFERENTES : destruição da bilirrubina por exposição da amostra à luz, presença


de pigmentos urinários.

BILIRRUBINÚRIA: obstrução do ducto biliar, lesão hepática ( hepatite, cirrose ), câncer,


doenças na vesícula biliar.
EXAMES QUÍMICOS: pH; PROTEÍNA; GLICOSE; CETONAS;
BILIRRUBINA; SANGUE; UROBILINOGÊNIO; NITRITO; LEUCÓCITOS.

GLICOSE:
Em circunstâncias normais, quase toda a glicose filtrada pelos glomérulos é reabsorvida
pelo túbulo proximal, através de transporte ativo, e por isso a urina contém quantidades
mínimas de glicose. O limiar renal é de 160 a 180 mg/dl.
Um paciente com diabetes mellitus apresenta uma hiperglicemia, que pode acarretar
uma glicosúria quando o limiar renal para a glicose é excedido.
PROCEDIMENTO:
Teste com fitas reativas, utiliza o método da glicose oxidase, peroxidase, e tampão, para
produzir uma reação enzimática dupla sequencial. As fitas diferem em relação ao
cromogeno utilizado. O teste de glicose oxidase é específico para a glicose, não reage com
lactose, galactose, frutose ou metabólicos redutores de drogas.
mergulhar a fita na urina homogeinizada;
a leitura é feita após 60 segundos.
 A reação positiva, deve ser confirmada com o método de Benedict.
RESULTADO: normal ( pode aparecer glicose em concentração de até 35mg/dl em 24 h.
) traços ( +1, +2, +3 )
EXAMES QUÍMICOS: pH; PROTEÍNA; GLICOSE; CETONAS;
BILIRRUBINA; SANGUE; UROBILINOGÊNIO; NITRITO; LEUCÓCITOS.

INTERFERENTES: ácido ascórbico, aspirina, levodopa, e agentes de limpeza fortemente


oxidantes utilizados nos frascos de urina, causam leitura falso positivo, porque
interferem nas reações enzimáticas. A alta densidade específica, diminui o
desenvolvimento da cor na fita.

PESQUISA DE GLICOSE PELO REATIVO DE BENEDICT


colocar 5 ml do reativo de Benedict num tubo de ensaio;
juntar 8 a 10 gotas de urina;
ferver por 2 minutos.
Resultado: azul ou verde sem precipitado - Negativo
verde com precipitado amarelo - Positivo +
verde oliva - Positivo ++
marrom laranja - Positivo +++
vermelho tijolo - Positivo ++++
EXAMES QUÍMICOS: pH; PROTEÍNA; GLICOSE; CETONAS;
BILIRRUBINA; SANGUE; UROBILINOGÊNIO; NITRITO; LEUCÓCITOS.

Metodologia: A glicose e outros açucares presentes na urina são detectadas pelo teste de
redução de cobre(Benedict). As enzimas glicolíticas das células e bactérias interferem do
resultado por reduzirem os níveis de glicose urinária, por isso é essencial a realização do
exame logo após a coleta, ou deve-se manter a amostra refrigerada.
EXAMES QUÍMICOS: pH; PROTEÍNA; GLICOSE; CETONAS;
BILIRRUBINA; SANGUE; UROBILINOGÊNIO; NITRITO; LEUCÓCITOS.

UROBILINOGÊNIO:

Pigmento biliar resultante da degradação da hemoglobina. É produzido no intestino a partir da


redução da bilirrubina pela ação das bactérias intestinais. A bilirrubina livre no intestino, é
reduzida em urobilinogênio e estercobilinogênio, e a maioria do pigmento é excretado nas fezes
como estercobilinas. Uma pequena quantidade de urobilinogênio, é absorvida pela circulação
portal do cólon e é dirigida ao fígado onde é excretado novamente, não conjugado, na bile.
Normalmente, uma pequena quantidade chega aos rins, porque enquanto o urobilinogênio
circula no sangue, passa pelos rins, e é filtrado pelos glomérulos.
A excreção normal de urobilinogênio é de 0,5 a 2,5 mg ou unidades/24 horas.
PROCEDIMENTO:
O teste com fita regente, utiliza um sal de diazônio estável, que produz em presença do
urobilinogênio um composto azóico que varia de rosa à vermelho. O resultado positivo deve ser
confirmado pelo método de Erlich.
 Devido a sensibilidade da luz, as amostras devem ser analisadas imediatamente, ou,
guardadas em ambiente escuro. O testes com fitas, não conseguem determinar a ausência de
urobilinogênio, que é importante na obstrução biliar.
mergulhar a fita na amostra homogeinizada;
ler após 30 segundos.
EXAMES QUÍMICOS: pH; PROTEÍNA; GLICOSE; CETONAS;
BILIRRUBINA; SANGUE; UROBILINOGÊNIO; NITRITO; LEUCÓCITOS.

RESULTADO: Normal
Positivo
INTERFERENTES: grande quantidade de nitrito, urina muito pigmentada, degradação
do urobilinogênio por exposição à luz.
PESQUISA DE UROBILINOGÊNIO PELO MÉTODO DE ERLICH:
O reagente usado é o p-dimetilaminobenzaldeído. A presença de porfobilinogênio,
encontrados na urina, também produzem reação positiva.
colocar em um tubo de ensaio 5 ml de urina recentemente emitida;
juntar 1 ml de reativo de Erlich;
agitar vigorosamente;
após 3 minutos, haverá aparecimento de coloração vermelho cereja, quando positiva.
UROBILINOGÊNIO NA URINA: hepatopatias, distúrbios hemolíticos
EXAMES QUÍMICOS: pH; PROTEÍNA; GLICOSE; CETONAS;
BILIRRUBINA; SANGUE; UROBILINOGÊNIO; NITRITO; LEUCÓCITOS.

NITRITO:
Útil na detecção da infecção inicial da bexiga ( cistite ), pois muitas vezes os pacientes são
assintomáticos, ou tem sintomas vagos, e quando a cistite não for tratada, pode evoluir
para pielonefrite, que é uma complicação frequente da cistite, que acarreta lesão dos
tecidos renais, hipertensão e até mesmo septicemia. Pode ser usado para avaliar, o
sucesso da antibioticoterapia, para acompanhar periodicamente as pessoas que tem
infecção recorrentes, diabéticos, e mulheres grávidas que são considerados de alto risco
para infecção urinária.
PROCEDIMENTO:
A base bioquímica do teste é a capacidade que têm certas bactérias de reduzir o nitrato,
constituinte normal da urina, em nitrito, que normalmente não aparece na urina. Para a
determinação de nitrito, a urina deve permanecer na bexiga, por pelo menos 4 horas,
para que a população vesical converta o nitrato urinário em nitrito, e o tratamento com
antibiótico deve ser suspenso pelo menos 3 dias antes do teste.
EXAMES QUÍMICOS: pH; PROTEÍNA; GLICOSE; CETONAS;
BILIRRUBINA; SANGUE; UROBILINOGÊNIO; NITRITO; LEUCÓCITOS.

Para se evitar, reações falso-positivos de amostras contaminadas, a sensibilidade do


teste é padronizada para corresponder aos critérios da cultura bacteriana que
exigem que uma amostra positiva de urina, contenha 100.000 organismo/ml.
* Resultados positivos devem ser acompanhados de uma bacterioscopia, por
coloração de Gram
- emergir a fita reagente na urina homogeinizada;
ler após 60 segundos.
RESULTADO: Negativo
Positivo

INTERFERENTES: leveduras e bactérias gram-positivas que não reduzem o nitrato,


tempo de contato entre o nitrato e as bactérias, presença de ácido ascórbico, uso de
antibióticos, amostras não recentes (bactérias contaminantes produzirão nitrito).
PRESENÇA DE NITRITO : cistite, pielonefrite, avaliação da terapia com
antibióticos, seleção da amostras para culturas.
EXAMES QUÍMICOS: pH; PROTEÍNA; GLICOSE; CETONAS;
BILIRRUBINA; SANGUE; UROBILINOGÊNIO; NITRITO; LEUCÓCITOS.

SANGUE:
O sangue pode estar na urina na forma de hemáceas íntegras (hematúria) ou de
hemoglobina livre produzida por distúrbios hemolíticos ou por lise de hemáceas no trato
urinário (hemoglobinúria). O exame microscópico do sedimento urinário, mostrará a
presença de hemáceas íntregas, mas não de hemoglobina, portanto, a análise química é o
método mais preciso para determinar a presença de sangue na urina.
PROCEDIMENTO:
As análises químicas da fita para detecção de sangue, utilizam as atividade da peroxidase
da hemoglobina. Existem duas escalas cromáticas separadas para hemáceas e
hemoglobina. Na presença de hemoglobina livre, aparecerá cor uniforme, em
contraposição, as hemáceas íntegras, são lisadas ao entrarem em contato com a área da
tira que determina a presença ou ausência de sangue, e a hemoglobina liberada, produz
uma reação isolada, que resulta na formação de pequenas manchas( traços ). A análise da
fita, estabelece a diferença de hemoglobinúria e hematúria e não sua quantificação.
Quando for positivo para hemáceas, sua quantificação é realizada na câmara de
Newbauer.
imergir a fita na amostra homogeinizada;
ler após 60 segundos.
EXAMES QUÍMICOS: pH; PROTEÍNA; GLICOSE; CETONAS;
BILIRRUBINA; SANGUE; UROBILINOGÊNIO; NITRITO; LEUCÓCITOS.

RESULTADO: Negativo
Positivo +1, +2, +3.
Positivo para hemoglobina.
INTERFERENTES:
falso negativo: ácido ascórbico, nitrito(infecção urinária), densidade específica alta, pH
ácido;
falso positivo: contaminação menstrual, mioglobinúria*, peroxidase de vegetais e por
enzimas bacterianas.
mioglobinúria(proteína muscular): produz reação positiva para sangue, como produz
coloração vermelha na urina. Deve-se suspeitar mioglobinúria, em pacientes com
destruição muscular, traumas, coma prolongado, convulsões, doenças musculares
atróficas e exercício físico severo.
HEMATÚRIA: cálculos renais, glomerulonefrite, tumores, traumatismos, pielonefrite,
exposição a drogas.
HEMOGLOBINÚRIA: lise das hemáceas no trato urinário, hemólise intravascular
(transfusões, anemia hemolítica, queimaduras graves, infecções).
EXAMES QUÍMICOS: pH; PROTEÍNA; GLICOSE;
CETONAS; BILIRRUBINA; SANGUE;
UROBILINOGÊNIO; NITRITO; LEUCÓCITOS.

LEUCÓCITOS:

Indica uma possível infecção do trato urinário.

PROCEDIMENTO: O teste com fita reagente, utiliza as esterases presentes nos


granulócitos. Possui uma sensibilidade de 81% a 94%, e uma especificidade de 69% a
83%.Quando a fita apresentar resultado positivo para leucócitos, a sua quantificação será
realizada na câmara de Newbauer.
emergir a fita na urina homogeinizada;
ler após 60 segundos.
RESULTADO: Negativo
Positivo +1, +2, +3.
INTERFERENCIAS: amostras com densidade específica alta, onde a crenação dos
leucócitos pode impedir a liberação de suas esterases.
EXAMES QUÍMICOS: pH; PROTEÍNA; GLICOSE; CETONAS;
BILIRRUBINA; SANGUE; UROBILINOGÊNIO; NITRITO; LEUCÓCITOS.

PIÚRIA: Todas as doenças renais e do trato urinário. Também podem estar aumentados
transitoriamente durante estados febris, e exercícios severos.
EXAME MICROSCÓPICO:

Exame Qualitativo do sedimento urinário e exame Quantitativo do sedimento urinário.

O exame microscópico do sedimento urinário, tem a finalidade de detectar e identificar


os elementos insolúveis que acumulam na urina durante o processo de filtração
glomerular e a passagem do líquido através dos túbulos renais e trato urinário inferior.Os
elementos são : hemáceas, leucócitos, cilindros, células epiteliais, bactérias, leveduras,
parasitas, muco, espermatozóide, cristais e artefatos.

METODOLOGIA:
as amostras examinadas, deve, ser recentes ou corretamentes conservadas;
após o exame físico-químico, medir 10,0ml de urina homogeneizada em um tubo cônico;
centrifugar a urina a 1.500 RPM por 5 minutos;
retirar 9 ml do sobrenadante e reservar,( para as provas complementares);
após deixar l ml, agitar o sedimento vigorosamente.
EXAME MICROSCÓPICO:

EXAME QUALITATIVO:
Após homogeneizar o sedimento, colocar uma gota (50l) do sedimento na lâmina de
microscopia, e cobrir com uma lamínula. Examinar ao microscópico, pelo menos 10
campos verificando se a distribuição dos elementos está uniforme.
O resultado será dado em elementos figurados, por campo microscópico, estabelecendo
uma média. Deve-se contar em aumento de 40x.
VALORES NORMAIS: 0 a 2 hemáceas por campo
0 a 5 leucócitos por campo
0 a 5 células epiteliais por campo
relata o número de cilindros observado por campo
EXAME MICROSCÓPICO:

EXAME QUANTITATIVO:
Após homogeneizar o sedimento, preenche-se a câmara de Newbauer, com a objetiva de
10x, percorre-se a câmara em toda sua extensão, para verificar se a distribuição dos
elementos está uniforme, e após faz a contagem em aumento de 40x.
RESULTADO:
para obtenção do número de células epiteliais por ml de urina, conta-se os 4 quadrantes
laterais da câmara de Newbauer, multiplica-se o número de células contadas por 250.
para obtenção do número de leucócitos por ml de urina, conta-se os 4 quadrantes
laterais da câmara de Newbauer, multiplica-se o número de células contadas por 250.
A contagem de hemáceas, é realizada no retículo central da câmara de Newbauer,
multiplica-se o número de células por 1000.

VALORES NORMAIS: até 10.000 células/ ml de urina


até 7.000 leucócitos/ ml de urina
até 5.000 hemáceas/ ml de urina
EXAME MICROSCÓPICO:

Componentes do sedimento urinário:

HEMÁCEAS:
Aparecem como discos incolores tendo cerca de 7um de diâmetro. Na urina concentrada,
as células encolhem e aparecem como discos crenados( células pequenas com bordas
onduladas), enquanto na urina alcalina, elas incham e se lisam rapidamente, liberando
sua hemoglobina, permanecendo só a membrana, essas células são denominadas células
fantasmas. Em certas ocasiões, as hemáceas, podem ser confundidas com gotículas de
óleo ou células leveduriformes, entretanto, as gotículas de óleo apresentam grande
variação de tamanho e são altamente refringentes, e as células de leveduras apresentam
brotamento.
Significado clínico:. Seu aparecimento tem relação com lesões na membrana glomerular,
ou nos vasos do sistema urogenital. Uma grande quantidade de hemáceas costuma
decorrer de glomerulonefrite, mas também é observada em casos de infecção aguda,
reações tóxicas e imunológicas, neoplasias e distúrbios circulatórios que rompem a
integridade dos capilares renais . Hemáceas de tamanho variáveis, com protusões
celulares fragmentadas, são chamadas dismórficas, e estão associadas principalmente à
hemorragia glomerular, cálculos renais, infecções e exercícios físico intenso.
EXAME MICROSCÓPICO:

CÉLULAS EPITELIAIS:
São vistos três tipos de células epiteliais na urina, classificados quanto ao seu local de
origem no sistema genitourinário.
células escamosas: revestimento interno da vagina e porções inferiores da uretra
masculina e feminina. Quando aparece em grande quantidade, representa contaminação
vaginal.
células epiteliais transicionais ou caudadas: originam-se do revestimento da pelve renal,
da bexiga e da porção superior da uretra. São menores, esféricas, caudadas ou
poliédricas, com núcleo central. Quando presente em grande número, e com morfologia
alterada, deve-se suspeitar de carcinoma renal.
células dos túbulos renais: são redondas, possuem um núcleo redondo e excêntrico.
Aparecem em doenças que causam lesão tubular: pielonefrite, reações tóxicas, infecções
virais, rejeição de transplantes, efeitos secundários da glomerulonefrite.
 Quando ocorre passagem de lipídeos pela membrana glomerular, como ocorre na
síndrome nefrótica, as células do túbulo renal absorvem lipídeo, ficam altamente
refringentes, e são denominadas de corpos adiposos.
EXAME MICROSCÓPICO:

LEUCÓCITOS:

Aparecem como esferas granulosas, com cerca de 12um de diâmetro, possuem grânulos
citoplasmáticos e núcleos lobulados. São rapidamente lisados na urina hipotônica
(diluída), ou alcalina, aproximadamente 50% são perdidos após 2 a 3 horas na urina em
repouso e em temperatura ambiente, portanto, a realização de um exame imediato após
a coleta é fundamental. Denomina-se leucócito, aos glóbulos brancos que conservam suas
características morfológicas intactas, reservando o termo piócitos aos elementos
degenerados que abundem as infecções purulentas.
Podem estar presentes na urina devido a uma lesão glomerular ou capilar, mas também
são capazes de migrar de forma amebóide através dos tecidos, indo para locais de
inflamação ou infecção.
Piúria: infecções bacterianas (pielonefrite, cistite, prostatite, e uretrite), litíase,
glomerulonefrite, lúpus eritematoso sistêmico, tumores.
EXAME MICROSCÓPICO:

CILINDROS:
Os cilindros são formados no interior da luz do túbulo contornado distal e ducto coletor,
suas formas são representativas da luz do túbulo, consistindo de lados paralelos e
extremidades arredondadas, o tamanho, depende da área de sua formação. O principal
componente é a proteína de Tamm-Horsfall, uma glicoproteína excretada pela porção
grossa ascendente da alça de Henle e pelo túbulo distal.
Nas doenças renais, eles estão presentes em grande quantidade e sob várias formas, a
quantidade aumentada de cilindros, indica que a doença renal é disseminada e que vários
néfrons encontram-se envolvidos. Também podem estar presente em indivíduos
normais, após um exercício físico severo.
Os cilindros são classificados de acordo com sua matriz, tipo de inclusão e tipo celular
presente no seu interior.
EXAME MICROSCÓPICO:

MATRIZ
Cilindro Hialino: são transparentes à microscopia, constituídos quase inteiramente por
proteína de Tamm-Horsfall . São encontrados na doença renal e transitoriamente após
exercício severo, insuficiência cardíaca congestiva, estados febris e uso de diuréticos.
Cilindro Céreo: representam um estágio avançado do cilindro hialino, é altamente
refringente. São frequentementes observados em pacientes com insuficiência renal
crônica (estase do fluxo urinário ), durante a rejeição aguda ou crônica de um aloenxerto
renal.
EXAME MICROSCÓPICO:

INCLUSÕES
Cilindros Granulosos: o aparecimento de cilindros granulosos grosseiros e finos é
representativo da desintegração dos cilindros celulares ou leucocitários que
permanecem nos túbulos como resultado de estase urinária. Também pode ser de origem
bacteriana, de cristais (uratos) ou agregados protéicos.
Os cilindros granulosos são observados em estase do fluxo urinário, infecção do trato
urinário, estresse, e exercício severo.
Cilindros Adiposos : é produzido pela decomposição dos cilindros de células epiteliais
que
contém corpos adiposos ovais. As células do epitélio tubular renal absorvem
lipídeos que entram nos túbulos através dos glomérulos. Estes são altamente refringentes
e contém gotículas de gordura amarelo-castanhas. Os cilindros adiposos são observados
na síndrome nefrótica.
EXAME MICROSCÓPICO:

CELULARES:
Cilindros Hemáticos: contém hemáceas emaranhadas ou ligadas à matriz das proteínas de
Tamm-Horsfall, sua coloração é vermelho-laranja, porém quando o cilindro envelhece começa a
lise celular, liberando hemoglobina, apresentando coloração marrom- amarelada. A
presença de cilindros hemáticos, indica sangramento proveniente do interior dos nefróns,
glomerulonefrite aguda, nefropatia pela Ig A, e infarto renal.
Cilindro Leucocitário: os leucócitos penetram na luz tubular a partir do interstício, entre as
células epiteliais tubulares. Os cilindros são refringentes, aparecem grânulos, e, se não
iniciou sua desintegração, serão observados núcleos multilobolados. A presença de
cilindros leucocitários significa inflamação ou infecção dentro do néfron, porém podem
estar presentes em razão do efeito quimiotático do complemento, aparecendo na
glomerulonefrite e síndrome nefrótica.
Cilindro de Células Epiteliais: na formação do cilindro, a proteína de Tamm-Hosfall, se agrega
às fibrilas protéicas das células tubulares. Quando ocorre lesão tubular, as células são
facilmente removidas do túbulo durante a dissolução do cilindro, pois as células estão
intimamente aderidas a proteína de Tamm-Hosfall. Os cilindros de células epiteliais são muitas
vezes observados em conjunto com cilindros de hemáceas e leucócitos, pois, tanto a
glomerulonefrite quanto a pielonefrite, produzem lesão tubular. Aparecem também em
doenças virais, exposição à várias drogas, intoxicação por metal pesado, e rejeição aguda de
aloenxerto.
EXAME MICROSCÓPICO:

Cilindro Celular Misto: quando dois tipos celulares distintos estão representados na
matriz
protéica do cilindro, o híbrido resultante é chamado cilindro misto.
Cilindro Largo: são aqueles que possuem um diâmetro duas a seis vezes maior que os
cilindros normais. Qualquer tipo de cilindro pode ser largo. Eles indicam uma dilatação
tubular ou extrema estase do fluxo urinário no ducto coletor distal. São encontrado na
urina de pacientes com insuficiência renal crônica, e seu achado representa um
mau prognóstico.
EXAME MICROSCÓPICO:

BACTÉRIAS:
A presença de bactérias pode ou não ser significativa, dependendo do método de coleta
urinária e quanto tempo se passou entre a coleta e a realização do exame. Bactérias com
forma de bastonetes são as mais comuns observadas, em virtude dos microrganismos
entéricos serem os mais frequentementes encontrados nas infecções do trato urinário. Se
a infecções estiver presente, muitos leucócitos são visualizados no sedimento.
Resultado: deve ser confirmado através de bacterioscopia, pela coloração de Gram.
EXAME MICROSCÓPICO:

LEVEDURAS:
Célula de leveduras, Candida albicans, pode ser observada na urina de pacientes
com diabetes melito, e mulheres com candidíase vaginal. Resultado é expresso
objetiva de 40 x.
Resultado: 1 a 2 por campo ( + )
3 a 5 por campo ( ++)
> 5 por campo (+++)

PARASITAS:

Parasitas e ovos de parasitas, podem ser observados como resultado de


contaminação fecal ou vaginal. O parasita encontrado com mais freqüência é
Trichomonas vaginalis, encontrado devido a contaminação vaginal. Este organismo
é flagelado, sendo facilmente identificado por seu movimento rápido, porém quando
imóvel, pode ser confundido com leucócito. Resultado é expresso objetiva de 40 x.
Resultado: 1 a 2 por campo ( + )
3 a 5 por campo ( ++)
> 5 por campo (+++)
EXAME MICROSCÓPICO:

FILAMENTOS DE MUCO:
O muco é um material protéico ( mucina ou fibrina), produzido por glândulas e
células epiteliais do trato urogenital. Na microscopia, aparecem estruturas
filamentosas com baixo índice de refração, exigindo observação em luz de baixa
intensidade. Não é considerado clinicamente significativo.
Resultado: a quantificação de muco, é dada em cruzes
CRISTAIS:
É comum encontrar cristais na urina. Deve-se proceder à identificação para ter
certeza de que não representam anormalidades. São formados pela precipitação dos
sais de urina submetidos a alterações de pH, temperatura, ou concentração que
afeta a solubilidade. Um pré-requisito para a identificação de cristais, é o
conhecimento do pH urinário.
EXAME MICROSCÓPICO:

Cristais encontrados na urina em pH ácido:


Uratos amorfos: aparecem como pequenos grânulos amarelo-castanhado.
Uratos cristalinos: pequenas esferas marrons ou agulhas incolores.
Ácido úrico: possuem quatro lados, são achatados, amarelos ou vermelhos-acastanhados.
Pode-se apresentar com outra forma, mas não são incolores
Oxalato de cálcio: são octaedros incolores que lembram envelope.
Cristais encontrados na urina em pH alcalino:
Fosfato amorfo: grânulos amorfos incolores que aparecem aglomerados.
Fosfatos cristalinos (triplo): apresentam variação de tamanho, aparecem como prismas
incolores com extremidade oblíquas, formas planas(samambaia), ou flocos incolores.
Carbonato de cálcio: pequenos grânulos ou esferas incolores.
EXAME MICROSCÓPICO:

Cristais encontrados na urina anormal: Deve-se verificar o tratamento medicamentoso


que o paciente está fazendo, quando cristais incomuns são encontrados.
Cistina: são lâminas hexagonais incolores e refringentes, encontrados em pH ácido.
Tirosina: agulhas finas arranjadas em grumos ou feixes, especialmente após refrigeração.
Leucina: são raros, são esferas amarelas com aspecto oleoso e com estrias radiais e
concêntrica.
Contraste radiográfico: observados em pH ácido, aparecem como lâminas achatadas
incolores ou retângulos finos. Sua presença deve estar correlacionada com densidade
específica alta.
ARTEFATOS:
Podem ser observados contaminantes de todos os tipos, principalmente em amostras
colhidas em condições impróprias, ou em recipientes sujos. Pode-se observar: gotículas
de óleo, grânulos de amido, grãos de pólen, pêlos ou outras fibras.
O que mais causa dúvida, são as gotículas de óleo e os grânulos de amido, por se
parecerem com hemáceas, contudo, são mais refringentes, e com adição de ácido acético
diluído, as hemáceas se dissolvem, deixando as gotículas de óleo intactas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

STRASINGER, S. K; Uroanálise e fluídos biológicos. 2º ed. São


Paulo: Panamericana, 1991
VALLADA, E. P. Manual de Exame de Urina. 4º ed. Atheneu: Rio
de Janeiro, 1988
HENRY, B. J.; Diagnósticos Clínicos e Tratamento por Métodos
Laboratoriais. 19º ed. Manole, 1999

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