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Resumo
A relevância de uma avaliação é indiscutível, esse processo caracteriza-se pela interpretação
de dados coletados, sendo o fisioterapeuta durante o atendimento responsável pela execução
da mesma envolvendo análise e a síntese de informações para a tomada de decisões clínicas
corretas possibilitando traçar a conduta fisioterapêutica que será aplicada ao paciente
acometido pela Paralisia Facial Periférica. A Paralisia Facial Periférica requer um
tratamento especializado, exigindo do profissional como pré-requisito a aplicação de testes e
medidas que identifiquem de forma ampla estruturas como músculos e nervos que
comprometeram a mímica facial. Essa pesquisa objetiva sugerir uma avaliação sintetizada
baseada em evidências a fim de facilitar o trabalho do fisioterapeuta na rotina diária da
avaliação cinesiofuncional com testes e medidas direcionados a referida patologia auxiliando
do início ao fim do tratamento com registros do processo de reabilitação visando qualidade
da assistência prestada. A pesquisa será realizada através da revisão bibliografia pelo
método descritivo, considerando os aspectos quantitativos dos testes e medidas.
Palavras Chave: Avaliação, Testes e Medidas, Paralisia Facial Periférica
1. Introdução
A tomada de decisão clínica é um processo multidimensional, que envolve uma ampla gama
de habilidades cognitivas utilizadas pelos fisioterapeutas, para processar informações, tomar
decisões e determinar ações (SULLIVAN, 2010).
Entendemos que a avaliação é um fator primordial durante o atendimento inicial e consiste em
identificar e definir o(s) problema (as) do paciente e os recursos disponíveis para determinar a
intervenção apropriada. Ela consiste em três componentes: o histórico do paciente, a revisão
de sistemas relevantes, testes e medidas.
Segundo Edwards (1996), a capacidade de analisar o movimento é um pré-requisito essencial
para avaliação de pacientes com deficiência do movimento.
O conhecimento do fisioterapeuta faz dele um profissional capaz de reconhecer e estabelecer
dentro da patologia de Paralisia Facial Periférica se há distúrbios de movimento, quais
alterações precisam ser identificadas e quais complicações podem ser evitadas através de uma
análise das estruturas acometidas.
A paralisia facial periférica (PFP) decorre da interrupção da trajetória nervosa de qualquer um
dos segmentos do nervo facial (VII par de nervos craniano). (VALENÇA; VALENÇA,1999).
O acometimento periférico desse nervo craniano resulta em paralisia completa ou parcial da
1
Pós-graduanda em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapias Manuais.
2
Orientadora: Fisioterapeuta Especialista em Metodologia do Ensino Superior, mestrando em Bioética e Direito
em Saúde.
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mímica facial ipsilateral a lesão e pode estar associada a distúrbios da gustação, salivação,
lacrimejamento, hiperacusia ou hipoestesia no canal auditivo externo (VASCONCELOS E
Colaboradores, 2001).
Os músculos faciais são denominados músculos da expressão ou da mímica.
O nervo facial, por meio de seus muitos ramos, inerva a maioria dos músculos faciais.
Numerosos músculos podem atuar em conjunto para criar movimento, como fazer uma careta,
ou movimento pode ocorrer em uma única área, como elevar uma sobrancelha. A perda de
função dos músculos faciais interfere na qualidade de falar claramente e de comunicar
sentimentos por meio de expressões faciais. Sorrir, franzir a testa, olhar de surpresa,
expressões como essas são criadas pelas ações dos músculos que se inserem diretamente na
pele. Por causa das inserções únicas dos músculos faciais, testes para esses músculos diferem
de outros testes musculares manuais que exigem posição de teste e fixação do indivíduo, além
de pressão e resistência por parte do examinado (KENDALL, 2007).
As (PFP) adquiridas e as congênitas normalmente produzem inibições dos movimentos da
mímica facial, consequentemente favorecem o aparecimento de alterações estéticas,
funcionais e trágicos transtornos emocionais uma vez que é a patologia não escolhe raça,
gênero, idade ou condição social.
As sequelas que mais acometem o paciente portador de PFP são as estéticas e/ou funcionais
significantes como: obstrução nasal, disgeusia, disestesias, sincinesias e espasmo hemifacial,
levando uma piora do quadro nas primeiras 48 horas, porém, estudos apontam quantos antes
for realizada a intervenção fisioterapêutica dependentes das diferentes etiologias, os
resultados tendem a ser satisfatórios durante o processo de reabilitação.
Os recursos fisioterapêuticos utilizados precisam ser avaliados e reavaliados durante o
tratamento e evolução do paciente, sendo a ficha de avaliação contendo testes e medidas
direcionadas a referida patologia uma das ferramentas importantes capazes de mostrar com
registros quais mudanças ocorreram com o tempo e quais os procedimentos que devem ser
mantidos ou alterados para que o paciente obtenha sua recuperação e o retorno as suas
atividades da vida diária.
Essa pesquisa objetiva sugerir uma avaliação sintetizada baseada em evidências a fim de
facilitar o trabalho do fisioterapeuta na sua rotina diária com testes e medidas, auxiliando no
diagnóstico cinesiofuncional do início ao fim do atendimento do paciente acometido pela
patologia de Paralisia Facial Periférica visando a qualidade da assistência prestada.
O estudo envolve identificar quais seriam os testes e medidas avaliativos para a referida
patologia, que possam em conjunto trazer ao profissional uma análise de ação muscular,
inervação sensitiva e motora, coletando dados relevantes de forma apropriada tanto das
estruturas comprometidas quanto ao grau de acometimento, identificando nível de deficiência,
o grau de perda funcional, incapacidade e limitações que causam as sequelas de (PFP).
Infelizmente, as avaliações podem tornar-se rituais em vez de instrumentos valiosos (Wade,
1992) e a finalidade da avaliação da função física, que é registrar objetivamente, documentar
e comunicar achados sobre os distúrbios de movimento e os níveis de atividade, pode não ser
atingido.
A problemática partiu da importância que a fisioterapia possui dentro do processo de
reabilitação do paciente que convalesce das sequelas causadas pela (PFP), dando a seriedade
devida a cada estrutura acometida durante aplicação dos recursos fisioterapêuticos, de
contrapartida, para que haja uma evolução positiva, se faz necessária uma avaliação
abrangente e sensata.
Baseando-se na relevância de uma avaliação é de suma importância que todo e qualquer dado
ou medida coletado seja ele por inspeção, palpação ou observação, tenham registros bem
como sua forma de execução dentro da literatura, respaldando o profissional de sua eficácia
visando devolver ao paciente sua recuperação e/ou melhoria na sua qualidade de vida.
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Esse projeto busca colocar nas mãos do fisioterapeuta recursos da avaliação que viabilizem a
constatação e parâmetros das estruturas acometidas no paciente com seqüelas da Paralisia
Facial Periférica uma vez que tal patologia causa exclusão da vida social e constrangimentos.
2. Revisão de Literatura
3. Metodologia
Foi realizada uma pesquisa de revisão bibliográfica, buscando na literatura testes que possam
ser incluídos durante o processo de avaliação e que fazem referência ou possam ser utilizados
na patologia de Paralisia Facial Periférica.
Este trabalho é uma revisão bibliográfica que utilizou como fonte de pesquisa as bases de
dados da Biblioteca Virtual Bireme e Scielo bem como livros e periódicos científicos
nacionais e internacionais que estão disponíveis no acervo da biblioteca do Instituto de
Ciências da Saúde – Campus Manaus no período de Março de 2011 a Novembro de 2011.
4. Avaliação Fisioterapêutica
A primeira etapa envolve identificar e definir o(os) problema (as) do paciente, consiste em
três componentes: o histórico do paciente, a revisão de sistemas relevantes e testes e medidas.
5. Histórico do Paciente
História é o mecanismo pelo qual o fisioterapeuta obtém uma visão geral da informação atual
e anterior (tanto subjetiva quanto objetiva) sobre a (as) condição (ões) do paciente, seu estado
geral de saúde (fatores de risco e problemas de saúde coexistentes) e o motivo que o levou a
buscar os serviços de fisioterapia (KISNER,2005)
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7. Testes e Medidas
Testes e medidas mais definitivos são utilizados para fornecer dados objetivos que
determinem de maneira precisa o grau de função e disfunção específico (por exemplo, o teste
muscular manual [TMM], o teste de amplitude de movimento [TADM], o consumo de
oxigênio e assim por diante (O’Sullivan, 2010).
Segundo O’Sullivan (2010), ainda, o treinamento adequado e a habilidade na realização de
testes e medidas específicos são cruciais para garantir tanto a validade quanto a confiabilidade
dos testes. Realizar incorretamente um exame pode levar a obtenção de dados imprecisos a
um plano de tratamento inadequado.
Os testes e medidas específicos (que delimitam a disfunção) usados pelos fisioterapeutas
proporcionam informação aprofundada sobre comprometimento, limitações funcionais e
incapacidades. A especificidade desses testes possibilita ao fisioterapeuta apoiar ou refutar a
hipótese de trabalho formulada ao coletar a história do paciente e realizar a revisão dos
sistemas. Os dados gerados com base nesses testes são o meio pelo qual o fisioterapeuta
determina as possíveis causas de base dos comprometimentos e das limitações funcionais de
um paciente. Estes testes também fornecem um quadro mais claro da condição atual do
paciente e podem revelar informações que não tinham sido previamente identificadas durante
a anamnese e revisão dos sistemas. Quando o tratamento é iniciado, os resultados de tais
medidas e testes específicos estabelecem linhas básicas objetivas a partir das quais podem ser
medidas as mudanças no estado físico do paciente como resultado do tratamento (avaliação
evolutiva) (KISNER, 2005).
Um exame aprofundado dos comprometimentos proporciona informações preciosas sobre a
extensão e a natureza dos comprometimentos e, é a base do (s) diagnóstico (s) feito por um
fisioterapeuta. Um exame minucioso dos comprometimentos também ajuda o fisioterapeuta a
escolher as modalidades mais apropriadas de exercícios e outros recursos de intervenção para
o plano de tratamento.
8. Diagnóstico Cinesio-Funcional
O’Sullivan, 2010, salienta que o processo de diagnóstico inclui a integração e a avaliação dos
dados obtidos durante o exame para descrever a condição do paciente/cliente em termos que
guiarão o prognóstico, o plano de tratamento e as estratégias de intervenção.
O diagnóstico é um elemento essencial do tratamento do paciente porque direciona o
prognóstico da fisioterapia (incluindo o plano de tratamento) e os tipos de intervenções. Com
o processo de diagnóstico, o fisioterapeuta classifica a disfunção (com muita frequência uma
disfunção do movimento), enquanto o médico identifica uma doença. Para o fisioterapeuta, o
processo de diagnóstico é um mecanismo por meio do qual são identificadas as discrepâncias
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A paralisia facial perférica (PFP) é uma doença que causa grande repercussão para o paciente,
tanto funcional como em aspectos psicossociais. Ela pode se apresentar em diversas
especialidades médicas, devido a diversidade de fatores etiológicos (lesões pré-natais,
traumas, infecções, doenças sistêmicas, genéticas, inflamatórias e tumorais, entre outras).
Além disso, o longo trajeto do nervo facial desde a ponte até a musculatura da mímica facial,
passando pelo canal ósseo do osso petroso, diferencia dos outros nervos cranianos. Este nervo
relaciona-se anatomicamente com outras estruturas, como os nervos cranianos (V, VIII),
orelhas internas e médias, pavilhão auricular, mandíbula e parótida, o que contribui para
maior diversidade de fatores etiológicos para a PFP (LAZZARINI & FOUQUET, 2006).
A ausência de movimentos nos músculos da face acarreta desfiguração e comprometimento
da expressão facial, fundamental no processo de comunicação humana (mímica facial). A fala
é dificultada pelo desvio do filtro naso-labial e pela articulação inadequada dos fonemas
labiodentais e bilabiais pelo comprometimento do músculo bucinador.
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Os músculos faciais tem unidades motoras pequenas, com função de movimentos finos e
delicados, que garantem a precisão funcional. Suas fibras musculares tem estruturas adaptadas
ao tipo de contração muscular exigida. As características anátomo-fisiológicas de cada
músculo facial, isoladamente, determinam a estratégia de reabilitação (CASTILHO, 1999 &
MAY, 2000).
A musculatura mímica da face é inervada pelo nervo facial, VII nervo craniano. O núcleo do
nervo facial localiza-se na ponte, relativamente próximo ao núcleo abducente (NITRINNI,
2005).
Os movimentos faciais normais são bilaterais e simétricos: ambos os lados da face movem-se
de modo semelhante. Um indivíduo sadio e capaz de inumeráveis combinações dos
movimentos faciais, que incluem movimentos unilaterais e bilaterais assimétricos. A
incapacidade de executar voluntariamente movimentos bilaterais harmoniosos é indício de
fraqueza e quebra de equilíbrio funcional entre os músculos agonistas e antagonistas faciais.
Os músculos faciais são espirais e diagonais e estão topograficamente dispostos para os
movimentos simétricos. A contração forte dos músculos circulares ao redor da boca e dos
olhos requer reações de estiramento e encurtamento de outros grupos faciais, inclusive os da
cabeça. A contração forte dos músculos nasais requer cooperação dos músculos responsáveis
pelos movimentos dos olhos e da boca. Na paralisia facial esse equilíbrio é prejudicado,
ocorrendo alterações da mímica facial (LAZZARINI & FOUQUET, 2006). Finalmente é
importante a diferença da musculatura facial de outros músculos, pois mesmo após muitos
anos de desnervação continua apta a receber novas terminações nervosas e reconstituir, ainda
que de forma anômala suas placas mioneurais não se atrofiam.
A capacidade do músculo em executar uma função determinada deve-se a soma das
capacidades das unidades motoras que o compõem. Quanto menor a fibra muscular, menor a
quantidade de unidades motoras. Músculos com pequena quantidade de unidades motoras são
específicos para movimentos finos e delicados, como na musculatura facial. Aqueles com
grande quantidade de unidades motoras respondem pelos grandes esforços musculares
(KONDEV, 2004).
A lesão dos neurônios do nervo facial, quer do corpo celular localizado no núcleo, quer dos
axônios em qualquer parte do trajeto, causa paralisia facial periférica. Há paralisia de toda
musculatura mímica de uma hemiface, a rima bucal desvia-se para o lado são devido a
redução do tono no lado afetado e o olho mantêm-se aberto pela ação do músculo elevador da
pálpebra (III nervo). Movimentos como franzir a testa, assobiar e exibir os dentes como num
sorriso tornam-se impossíveis. Quando a lesão acomete fibras do nervo intermédio, pode
haver déficit da gustação dos dois terços anteriores da língua e redução da secreção lacrimal.
A forma mais comum da paralisia facial é a paralisia de Bell (NITRINNI, 2005).
Sir Charles Bell (1774-1842), cirurgião e fisiologista francês, foi o primeiro a descrever a
anatomia e a função motora do nervo facial em 1829.
A paralisia de Bell caracteriza-se por seu uma forma de paralisia da hemiface, aguda, não
contagiosa, isolada ou acompanhada, eventualmente, de dor retricular em hemiface, disgeusia,
cefaléia, alteração de sensibilidade da faringe, redução ou aumento do lacrimejamento e
hiperacusia.
As etiologias citadas na literatura são idiopáticas (mais comum), vasculoisquêmica (a frigore),
traumática, congênita, tumoral, afecções neurológicas, causas psicossomáticas, em gestantes,
e processos infecciosos: viral (herpes zooster oticus); bacteriana (otite média), sífilis e
tuberculose (HUNGRIA, 1995 e COLABORADOERES)
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Existem várias teorias para tentar explicá-la (vascular, viral, hereditária, inflamação,
imunomediada e psicossomática)(1,2,30), mas permanece ainda como sendo de causa incerta.
A paralisia tem início abrupto e apresenta evolução favorável, sendo o diagnóstico de
exclusão, quando não se consegue definir outra etiologia possível para a PFP. A recuperação
da função do nervo facial é completa em 70% a 84% dos casos, sem nenhum tipo de
tratamento, porém as seqüelas estão presentes em até 30% dos pacientes, o que justifica a
necessidade do tratamento, que possui o intuito de evitá-las (ANTUNES, 2002).
Em nosso meio as estatísticas sobre reabilitação são praticamente inexistentes, porém,
segundo estimativas da Organização das Nações Unidas, qualquer país em tempos de paz
apresenta 10% de sua população com grau maior ou menor de incapacidade; desta forma
cerca de 15 milhões de brasileiros necessitam de cuidados de reabilitação. Trata-se, portanto
de um grave problema social, pois devido a sua magnitude, além das implicações de ordem
pessoal e familiar da moléstia incapacitante, a comunidade é atingida como um todo pelos
encargos econômicos que deve assumir para suprir as necessidades do indivíduo incapaz de
ser auto suficiente, que necessita desse modo, de amparo e Previdência Social.
Músculo occipital
Origem: 2/3 externos da linha curva do osso occipital e da parte mastóidea do temporal.
Inserção: sobre a borda posterior da aponeurose epicraniana Inervação: ramo auricular
posterior facial (GRAY, 1988).
Músculo frontal
Origem: borda anterior da aponeurose epicraniana.
Inserção: camada profunda da pele da região supraciliar e interciliar.
Inervação: Provém do ramo temporal do nervo facial (CHEVALIER E Colaboradores, 1987)
Porção orbitária
Origem: parte nasal do osso frontal, no ramo ascendente frontal do
maxilar, na face anterior e na borda do ligamento lateral medial.
Inserção: nas fibras musculares que se alargam em direção ao ângulo
externo do olho.
Porção lacrimal:
Origem: da crista lacrimal posterior.
Inserção: no tarso inferior e superior medialmente aos pontos lacrimais.
Músculo prócero: sobre a aponeurose que recobre a parte inferior do osso nasal.
Inserção: na camada profunda da pele da região intermediária das sobrancelhas.
Inervação: provém do ramo temporal do nervo facial (VELAYOS e SANTANA, 2004).
Músculo nasal
Porção transversa: origem na maxila, acima dos dentes caninos.
Inserção: sobre a linha aponeurótica do dorso do nariz.
Inervação: ramo bucal do nervo facial (SNELL E Colaboradores, 1999).
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Músculo bucinador
Origem: sobre a borda alveolar da maxila e da mandíbula.
Inserção: suas fibras centrais se inserem na comissura labial e as fibras superiores e inferiores
no lábio correspondente.
Inervação: ramo bucal superior do nervo facial (VELAYOS e SANTANA, 2004).
Músculo risório
Origem: sobre as fibras aponeuróticas do masseter.
Inserção: na pele da comissura labial
Inervação: pelo ramo bucal inferior do nervo facial (GRAY E Colaboradores, 1988).
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Músculo mentual
Origem: algumas destas fibras se originam próxima a linha média da maxila e da mandíbula
e outras da face profunda da pele.
Inserção: na face interna dos lábios.
Inervação: pelos ramos bucais superiores e inferiores do nervo facial (GRAY E
Colaboradores, 1988).
Músculo platisma
Origem: nas regiões deltóide, clavicular e peitoral maior
Inserção: suas fibras anteriores se inserem em direção à pele da eminência mentoniana; as
fibras médias inserem-se em parte sobre a borda inferior do maxilar inferior e a outra parte de
entrecruza com as fibras do abaixador do ângulo da boca e abaixador do lábio inferior; já as
fibras posteriores continuam, em parte, nas fibras do abaixador do ângulo da boca, e as
demais, na camada profunda da pele da comissura labial e da bochecha (MOORE e
DALLEY, 2001; CHEVALIER, 1987).
Inervação: o ramo cervical do nervo facial inerva o músculo platisma (VELAYOS e
SANTANA, 2004).
Sorrir, franzir a testa, olhar de surpresa, expressões como essas são criadas pelas ações dos
músculos que se inserem diretamente na pele. Por causa das inserções únicas dos músculos
faciais, testes para esses músculos diferem de outros testes musculares manuais que exigem
posição de teste e fixação do indivíduo, além de pressão e resistência por parte do
examinador. Em vez disso solicita-se ao indivíduo que imite expressões faciais enquanto olha
fotografias de uma pessoa realizando os movimentos de teste ou enquanto olha o examinador
realizá-los (KENDALL, 2007).
A legenda para graduação de força é essencialmente uma estimativa subjetiva do examinador
sobre quão boa é a função muscular numa escala de zero, vestigial, ruim, regular, boa e
normal (KENDALL, 2007).
Segundo KENDALL (2007), a face e composta pelos músculos e estes inervados pelo VII
nervo facial, cada um com sua função determinada, no qual são utilizados para testes dos
músculos faciais e oculares, apresentados na tabela abaixo:
Músculo Ação
Bucinador Comprime as bochechas
Corrugador do supercílio Traciona o supercílio para baixo e para dentro, com rugas
verticais na fronte; músculo de franzimento
Depressor do ângulo bucal Deprime o ângulo da boca
Depressor do lábio inferior Traciona o lábio inferior para baixo e ligeiramente para o
lado, como em expressões de ironia.
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Depressor do septo nasal Traciona a asa nasal para baixo para fechar o nariz
Frontal Eleva os supercílios e franze a pele da fronte, como em
expressão de surpresa ou medo
Levantador do ângulo bucal Deprime o sulco nasolabial, como em expressão de desprezo
ou desdém.
Levantador do lábio superior Move o lábio superior para cima e para frente
Mentual Eleva e protrui o lábio inferior e enruga a pele do queixo,
como para exprimir desapontamento
Nasal porção alar Alarga as narinas
Nasal porção transversa Deprime a parte cartilaginosa do nariz
Orbicular do olho Parte palpebral: fecha os olhos suavemente e Parte orbitária:
Fecha os olhos com fortemente
Orbicular bucal Fecha os lábios e os protrai para a frente
Platisma Retrai e deprime o ângulo bucal
Prócero Traciona o ângulo interno das sobrancelhas para baixo e
produz rugas transversas na ponte do nariz
Risório Retrai o Ângulo da boca
Zigomático Maior Traciona o ângulo da boca para cima e para fora , como em
um sorriso
Zigomático Menor Aprofunda o sulco nasolabial como em expressão de tristeza
Fonte: Kendal (2007)
Esta observação dos sinais característicos da paralisia quando a face encontra-se em repouso é
realizada somente na primeira avaliação.
Outro aspecto a ser avaliado é a ocorrência de sincinesias que, segundo Moran e Neely
(1996), constituem qualquer movimento involuntário observado na região facial diferente
daquele solicitado voluntariamente. Estes autores descrevem que hpa um padrão nas
sincinesias e que os músculos zigomáticos estão sempre envolvidos. Na avaliação, classifica-
se a sincinesia em quatro graus (CHEVALIER E Colaboradores, 1987).
17. Goniometria
Um método de avaliação cada vez mais utilizado neste século principalmente nas últimas
décadas é a goniometria, ou seja, o uso do goniômetro para medir os ângulos articulares do
corpo. As medidas goniométricas são usadas pelo fisioterapeuta para quantificar a limitação
dos ângulos articulares, decidir a intervenção terapêutica mais apropriada e, ainda,
documentar a eficácia desta intervenção. É provavelmente o procedimento mais utilizado para
se fazer avaliação e pode ser considerado como parte funcional da ciência da Fisioterapia
(MARQUES, 1997).
Segundo MARQUES (1997) a coluna cervical no movimento de flexão é de 0 – 65 graus, no
movimento de extensão de 0 a 50 graus, no movimento de flexão lateral de 0 a 40 graus e no
movimento de rotação de 0 a 55 graus.
19. Metodologia
vantagem adicional, com seu baixo custo, substituindo a utilização de máquina fotográfica,
sendo importante desenvolver formas alternativas fornecendo dados comparativos após
aplicação das técnicas fisioterapêuticas.
No teste de força muscular, Kendall, (2007), utiliza uma escala qualitativa de forma detalhada
o desempenho muscular de cada músculo acometido pela PFP. Lazarini e Fouquet, (2006),
propõe uma escala quantitativa em graus da força muscular com suas variantes de 0 grau a 4
graus.
Na avaliação da face em repouso é realizada uma inspeção pelo fisioterapeuta onde as
possíveis sequelas são citadas e o profissional as classifica como parcial, total ou normal
conforme a proposta de Lazarini & Fouquet (2006).
No que se refere ao tônus a literatura disponível traz a mesma classificação e forma de
avaliação citados por vários autores, utilizando-se dos termos: hipertonia, hipotonia e normal.
A sincinesia é uma sequela frequente como já citado acima. Lazarini & Fouquet (2006),
destaca sua importância durante a avaliação uma vez que durante o tratamento pode-se
reprogramar o controle motor da musculatura que recebeu inervação desviada. Sua
classificação é de forma quantitativa variando de 0 grau (ausência de sincinesia) a 3 graus
(sincinesia incontrolável).
O teste de goniometria na coluna cervical foi sugerido devido à assimetria na hemiface
causada pela PFP em que pode ou não comprometer os músculos extensores da coluna
cervical ou flexores da coluna cervical podendo estes apresentar encurtamentos, uma vez que
o segmento labiríntico ou intrapetroso do nervo Facial em seu trajeto inclui os ramos
terminais da face e do pescoço e ainda segundo MACHADO (2000) o ramo externo do XI
Nervo Acessório, contém as fibras da raiz espinhal, que tem trajeto próprio e, dirigi-se
obliquamente para baixo, inervando os músculos trapézio e esternocleidomastóideo.
Músculos com pequena quantidade de unidades motoras são específicos para movimentos
finos e delicados, como na musculatura facial. Aqueles com grande quantidade de unidades
motoras respondem pelos grandes esforços musculares (KONDEV, 2004).
20. Conclusão
REFERÊNCIAS
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VASCONCELOS E COLABORADORES (2001) citado por Cibuskis P, J. Peres N, S. Oliveira, LC. Souza, RA.
Fisioterapia na Paralisia Facial (Artigo Científico).Periférica. Universidade do Vale do Sapucaí, 2004.
Departamento de Fisioterapia.